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domingo, 20 de fevereiro de 2011

DEIXA DE SER BOBO E PARTICIPA LOGO DO BOLÃO, GAROTO!

Qual frase você prefere? Pra esta foto pensei em duas:

- Você acha que eu quero ser apresentada pros riquinhos? Eu quero é ficar rica participando do bolão do Oscar!

- Você não é desprezado por ser um nerd. Você é desprezado por não participar do bolão do Oscar.

Tá, as duas são meio fraquinhas. Mas vamos parar de falar nas convivências sociais do criador do Facebook e pensar no bolão do Oscar. Todo ano eu organizo um. Este ano teremos duas opções, pago (dez reais por pessoa) e não-pago. É só apostar nos vinte principais prêmios. Aí você arranja um motivo pra ver aquela cerimônia longa e chata no dia 27/2. Será que Rede Social ganha tudo? Será que agora O Discurso do Rei já é o favorito? E a torcida por Cisne Negro, não vale nada?

Devo confessar que ontem revi Rede Social e constatei tudo que achei da primeira vez: é um baita filme, com um
roteiro fantástico e ritmo ágil, e um espírito meio esquizofrênico (dá pra ver que o roteirista não gosta do Mark Zuckerberg, e o diretor gosta, daí vira uma produção que morde e assopra, só que no bom sentido). Acho um dos melhores de 2010 sim. Mas seria difícil de assistir se não fosse a reserva moral que é o Eduardo (Andrew Garfield). E gosto dos gêmeos também. E da namorada que dá um chute no Mark. E acabou.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

MOBILIZE TODA SUA REDE SOCIAL PRA PARTICIPAR

- O quê?! O pessoal ainda não entrou no bolão do Oscar da Lolinha?!

Participe! Tenho certeza que é mais fácil que entrar no Facebook. O Mark Zuckerberg (espero que ele tenha abdicado do hábito de mastigar coisas verdes; nunca entendi essa foto) já é bilionário, mas eu preciso muito da sua ajuda.
Se quiser entrar no bolão com outra intenção que não seja deixar a Lolinha rica, participe do não-pago. Lá você só faz amigos e influencia pessoas.

A partir de hoje começo a fazer esses pequenos posts com chamadas pra motivar o pessoal a participar do bolão. Não me lembro quem deu a ideia três anos atrás (foi o Pedrinho, o auto-intitulado "meu melhor fã"?), mas é bem legal: eu pego fotos dos filmes mais conhecidos que concorrem, e faço alguma alusão ao bolão. Já fiz isso em 2008 (uma amostra aqui, aqui, e aqui), em 2009 (aqui e aqui), e até em 2010 (aqui e aqui), quando eu mal tinha internet (estava de mudança!). Só que minha criatividade é meio limitada. Portanto, se você quiser contribuir, é só me mandar alguma foto de filme que concorre ao Oscar, e uma ou duas chamadas bem-humoradas pra ela. É sua chance de treinar o seu lado publicitário. Aí eu coloco sua ideia como post, dou o crédito, e você se torna mundialmente famos@. Hoje eu tô terrível!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CRÍTICA: A REDE SOCIAL / Alguém já ouviu falar do Orkut?

- Orkut? O que é isso? É de comer?

Deve ser extremamente incômodo ver um diretor famoso fazer um filme sobre a sua vida aos 19 anos, contra a sua vontade. Na vida real, Mark Zuckerberg doou cem milhões de dólares para o sistema educacional de uma cidade americana no mesmo dia em que A Rede Social estreou. Imagino que ele não queira ser visto como um panaca. Como eu disse na outra crônica sobre o filme, desgostei do sujeito automaticamente, desde sua primeira aparição. E gostei da namorada que termina com ele, e lhe diz: “Você vai passar a vida toda achando que as mulheres que você quer vão te ignorar por você ser um nerd. Não é por você ser um nerd, é por você ser um babaca”. Pois é, qual a dificuldade de rapazes com esse frat boy mentality entenderem que, de maneira geral, as mulheres são bem pouco exigentes? É, a gente não liga tanto pra aparência (obviamente que um cara bonito vai chamar a atenção, mas isso não quer dizer que deixaremos de namorar alguém por ser feio). E, ao contrário do que pensam os misóginos (hoje em dia tá na moda dizer que mulher só quer engravidar e receber pensão, como se a população feminina fosse um bando de parasita que não trabalhasse), mulheres não ligam muito pra dinheiro. Lembre-se que eu já tive uma agência de casamento, ok? Sei do que estou falando. As moças jovens não procuravam um cara rico, mas um cara que tivesse vontade de batalhar, e de crescer junto com elas. Queriam também um sujeito carinhoso, bem-humorado, ótimo amante, bom pai, que compartilhasse as tarefas da casa. Sabe essas mulheres que, se formos confiar nos misóginos, só querem os cafajestes e desprezam os caras bonzinhos? Essas eu não conheci. Todas queriam o bonzinho. Mas pelo jeito é muito difícil prum homem ser tudo isso, então ele se convence que mulheres só querem seu dinheiro. Simplifica a vida pensar assim, né?
Só um carinha com frat boy mentality pra pensar que vai agradar as mulheres ter um cartão de visita da sua empresa que diga “I'm CEO, bitch” (algo como “Sou presidente da empresa, vadia”). Sabe, isso é como medir tamanho de pênis. É uma competição exclusivamente masculina. Mulher não se importa muito com tamanho de pênis, não. Nem do bíceps. E, acredite, o tamanho da conta bancária entra nessa lista. É uma competição entre machos, que pouco interessa as mulheres.
Mudando de assunto, todo mundo em Rede tá perfeito. O papel mais duro deve ser o do Mark, interpretado por Jesse Eisenberg. Mark tem apenas uma expressão, nunca ri, é só cinismo e raiva. Jesse parece vazio boa parte do tempo, o que não é um sentimento fácil de passar. Pode render uma indicação ao Oscar a um rapaz que, até agora, era só uma imitação do Michael Cera (de Superbad e Juno. Mas Mark fez o fofo Zumbilândia no ano passado, que vi outro dia e gostei – aqui tem o trailer legendado. E sabe quem em Zumbilândia menciona a palavra Facebook? Mark, claro! Não é uma coincidência?).
Justin Timberlake está atraindo muitos holofotes, porque seu papel é puro showbizz, mas pra mim quem se sai melhor é Andrew Garfield, que faz Eduardo, o melhor e único amigo de Mark. Ele é o mais humano e multifacetado de todos os personagens. Agora, num filme com tão poucas mulheres (com diálogos), fica estranho que uma das raras, a namorada oriental de Eduardo, seja pintada como uma psicopata. Aquela cena dela fazendo escândalo não parece ter função na história. Mas pelo menos contém uma piadinha útil: o co-fundador do Facebook revela não saber como alterar seu perfil.
Porém, o que ficou na minha cabecinha o tempo todo enquanto via o filme era uma p
alavrinha que ninguém menciona (nem em Rede nem nas críticas): orkut. Já ouviu falar? Então, hoje o Orkut tem 100 milhões de usuários, e cerca da metade é brasileira. Tá cheio de indianos também. Aliás, os americanos começaram a debandar do Orkut e ir pro Facebook justamente quando o português se tornou a língua mais falada. Mas, pelo que sei, em 2003 o Google quis comprar o Friendster. Como o Friendster não aceitou, o Google contratou um programador/engenheiro/whatever pra fazer o Orkut (esse é o nome do cara). O Orkut surgiu um tiquinho antes do Facebook e, pra mim, ambos são parecidíssimos e fazem a mesma coisa. Só que ninguém em A Rede cita o Orkut. E só eu que penso que isso equivale a mais ou menos tratar da invenção do avião e só falar nos Irmãos Wright, fingindo que um sujeito chamado Santos Dumont não existiu?
E, pra finalizar, ou quase, eu não sou fã incondicional do David Fincher. Não gosto de Clube da Luta, seu filme mais conhecido. Nem lembro de Alien 3, sua primeira direção. Seven é legal (fiquei fascinada com o Kevin Spacey que, inclusive, é produtor de A Rede). Devo ser uma das poucas a lembrar de Vidas em Jogo. Quarto do Pânico é passável (vejo qualquer coisa com a Jodie Foster). Zodíaco é chato. O Curioso Caso de Benjamin Button nem parece obra do Fincher, e envelhece mal com o tempo. Mas devo dizer que A Rede Social entretém, e muito. Aaron Sorkin, que ama diálogos e política (são dele Uma Questão de Honra e Jogos do Poder, além da série The West Wing), entregou um roteiro lindamente amarrado. E Fincher fez o que sabe fazer.
Rede poderia ser um biopic bem convencional, centrando-se unicamente na figura do Mark. Mas não. A beleza do filme está em apresentar vários pontos de vista, sem exatamente condenar ninguém (quer dizer, pra mim o Mark é condenável, mas tenho certeza que pro Fincher não é). Seria muito fácil fazer dos gêmeos lindos e atléticos, nascidos em berço de ouro, uns vilões idiotas. E no entanto eles têm nuances, como podemos ver na conversa com o diretor de Harvard (que sai mal na foto, por não compreender um fenômeno como o Facebook).
E, se tudo mais falhar, pelo menos Rede apresenta a cena mais homoerótica do ano, aquela dos musculosos remadores competindo em Londres. Homens de camisa regata em câmera lenta, o que mais se pode querer? Um cartãozinho de visitas do Mark Zuckerberg?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CRÍTICA: A REDE SOCIAL / Importante é levar vantagem em tudo, certo?

Mr. Facebook ouve de Mr. Napster o segredo do sucesso.

Quando fiquei sabendo que seria lançado um filme chamado A Rede Social, pensei: putz, um filme sobre o Facebook? Pra quê? Vão fazer um filme sobre o Google também? Mas admito minha ignorância. Rede não é exatamente sobre o Facebook, mas sobre a criação desse troço que hoje reúne meio bilhão de membros (eu não estou entre eles). Mais do que isso, é sobre Mark Zuckerberg, esse rapaz que hoje, aos 26 anos, é o mais jovem bilionário do mundo. E mais até do que isso, é sobre a cultura americana. Portanto, vale muito a pena ser visto (sem falar que está sendo alçado às alturas pelos críticos ― que amam David Fincher ― e que deve concorrer a vários Oscars, talvez entrando até como favorito, o que considero uma injustiça com A Origem).
Rede começa com Mark (Jesse Eisenberg), então um aluno de 19 anos de Harvard, sendo um panaca com sua namorada Erica (Rooney Mara, que será a estrela do próximo filme de Fincher). Se você é do tipo que costuma chegar atrasad@ no cinema, faça o favor de não perder esta introdução que, embora fictícia (na vida real, Mark não tinha namorada), explica muito da motivação do personagem. É uma ótima cena, o jantar romântico que dá errado mais inspirado desde aquele em Felicidade (que você pode ver aqui). Mark diz a Erica que quer muito ser aceito para uma fraternidade, e que se isso desse certo, ele a apresentaria a pessoas que ela nunca teria a chance de conhecer. E ainda insiste que ela não precisa estudar porque não está numa universidade conceituada como a dele. Ou seja, Mark é um imbecil. Erica termina o namoro, o chama de babaca, e vai embora. Mark volta pro seu dormitório e, bêbado, depois de falar mal de Erica no seu blog, hackeia a internet para bolar um site que compara as alunas de Harvard no único conceito que importa, sua aparência física. O site é um sucesso total. Por causa dele, três colegas mais populares pedem para que ele progame um site para reunir alunos na faculdade. Mark os enrola, pede dinheiro emprestado para seu melhor amigo, Eduardo Saverin (feito por Andrew Garfield, que será o próximo Homem-Aranha), e cria o Facebook. Todos processam Mark. Contei muito do filme, você acha? Pois esses são apenas os quinze minutos iniciais.
O slogan de Rede resume bem o meu resumo: “Você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos”. Pois é, o chato é que Mark parece ter um único amigo, Eduardo, que além de ser brasileiro é a consciência moral da trama ― e o trai. Mas Fincher mantém uma abertura para que você decida se Mark é um paspalhão ou um gênio. Não preciso nem dizer de que lado estou, né? Lá pelas tantas, ele conhece um carinha que havia sido o criador do Napster (Justin Timberlake), e que vira seu ídolo e mentor. Napster (eu não sei o nome dele; de inventores internéticos famosos, só guardo os nomes do Bill Gates e do Steve Jobs) diz pra Mark que um milhão de dólares não é cool. Cool é um bilhão. Pois então, não pra mim, mas sei que sou minoria nisso. Bilionários não são pessoas especiais, na minha opinião, nem são gênios. Se dependesse de mim eles nem existiriam, porque haveria limite pra riqueza. Quando eu era adolescente, nos anos 80, várias pessoas pensavam como eu. Hoje qualquer sombra de idealismo desapareceu, e ninguém vê nada de imoral em viver num mundo em que um grupinho de mil bilionários tenha mais dinheiro que o PIB de dezenas de países juntos. Pelo contrário, o pessoal acha esses bilionários super bacanas por eles doarem a instituições de alguns desses países pobres.
Assim como ninguém vê nada de errado em que a enorme maioria desses bilionários seja de homens brancos. A ideologia se encarregou de fazer as pessoas acreditarem que é assim que as coisas são, e que vivemos num planeta com oportunidades iguais, e se todas essas pessoas bem-sucedidas são homens e brancos, bem, é sinal de que eles se empenharam mais, e que as minorias simplesmente não estão interessadas. Aliás, a falta de mulheres e negros entre os bilionários e inventores é usada como justificativa de como minorias não têm talento pra coisa (qualquer coisa). E Rede dá uma boa mostra do papel de homens e mulheres. Mark cria o Facebook para se vingar da ex, para saber em quais turmas as garotas gostosas estão, e para poder ingressar num clube onde será aceito (contrariando a lei de Marx, não do Karl, mas do Groucho, de que jamais entraria prum clube que o aceitasse como sócio). Napster, movido a sexo com moças bem novinhas, menciona que um sujeito inventou o Victoria's Secret para poder presentear a namorada com lingerie. Vivemos num mundo onde homens ricos criam apetrechos para se darem bem com mulheres bonitas. Uma cena emblemática acontece lá pelo meio do filme, quando duas moças estão numa reunião em que Mark e Eduardo delegam funções. E um dos rapazes nota a presença de duas moças sentadas num sofá e pergunta: peraí, quem são essas duas? E elas não são nada, apenas namoradinhas dos chefes. Elas querem saber se podem fazer alguma coisa, e a resposta óbvia é não, fiquem sentadinhas aí.
Mark julga todo mundo o tempo todo, e obviamente se sente superior. É um revoltado. Mas não revoltado com a desigualdade social no planeta, já que pra um sujeito que consegue pagar a anuidade de Harvard (50 mil dólares por ano), esse não é um problema. Não, ele é revoltado por não poder entrar na fraternidade que lhe trará garotas gostosas. No universo de Mark há castas sociais (ele aprendeu isso no high school, lógico): homens são medidos pela popularidade, que é medida pelo dinheiro e pelo número de amigos e de namoradas (que, obviamente, não pode ser qualquer uma. Precisa ser hot, ou o contrário seria tão negativo pra popularidade quanto ter um carro velho). Mulheres são medidas pela beleza. Só. Isso em pleno século 21. E numa das melhores universidades do mundo.
Essa mentalidade de frat boy (de universitários que pertencem a fraternidades, clubes separados por castas) que ensina que alguém, pra ser alguém, precisa ser bem sucedido, precisa ser popular, é uma marca registrada dos Estados Unidos. Por isso Rede é um filme tão americano. E tão masculino. E o que Mark quer é o que boa parte dos jovens brasileiros (e de outros países emergentes) de classe média quer também. Usam os mesmos tênis, os mesmos bonés, ouvem as mesmas músicas ― por que não copiariam os mesmos valores?
Mas claro, cada um verá o filme de acordo com seus valores. Tenho certeza que muitos mais entenderão a mensagem de que “o mais importante é levar vantagem em tudo para ser cool e bilionário” do que “dinheiro não traz felicidade”. Muito mais gente verá Mark como um modelo de vida do que como exemplo de arrogância e deslealdade a ser evitado.
Leia a segunda parte da crítica aqui.