quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

MAL VEJO A HORA DE VENCER O BOLÃO PARA ME APOSENTAR

Meu tradicional bolão do Oscar está muito devagar. Acho que não vai ser desta vez que ficarei milionária.
Tonya e Margot
Mas você ainda pode entrar, nem que seja no bolão grátis. É só apostar diretamente aqui.
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E aproveitando este postzinho, quero registrar o quanto amei Eu, Tonya, que infelizmente não foi indicado a melhor filme, mas é favorito na categoria de atriz coadjuvante (Allison Janney está formidável como a mãe, uma das mais detestáveis já vistas nas telas). 
Eu já admirava pacas a Margot Robbie, mas depois de Eu, Tonya, passei a admirá-la ainda mais. Li que ela nunca tinha patinado no gelo, pois ela é australiana, e lá, como aqui, não tem dessas coisas. E ela conseguiu aprender o suficiente pra nos convencer que é patinadora artística desde criancinha (e isso é o de menos. Sua atuação está cheia de nuances, perfeita). Eu daria o Oscar pra ela sem pestanejar.
Pode ser que A Forma da Água seja um filme melhor, mais importante que Eu, Tonya, mas, de todos os filmes do Oscar 2018 que eu vi, este é o que mais tenho vontade de rever. Porque, apesar de trágico, ele é também engraçado. E eu me lembro bastante do caso na vida real, em 1994, quando Tonya Harding foi acusada de mandar quebrar a perna da concorrente Nancy Kerrigan. Foi um escândalo, uma novela. 
(E tanto Eu, Tonya quanto Fargo são excelentes filmes pra se ver sempre que passar pela sua cabeça a ideia de contratar alguém pra matar um inimigo. Esses assassinos profissionais parecem ser muito trapalhões. Vai sobrar pra você. Desista).
(Ah sim, outra dica pra você ver Eu, Tonya é pra você dar mais valor pra sua mãe. Quando você achar que sua mãe pisou na bola contigo em algum momento, veja o filme pra lembrar que existem mães muito piores). 
Até hoje não está totalmente claro o grau de envolvimento de Tonya no caso. Certo, ela não mandou quebrar a perna (ou o joelho -- a história real é tão confusa que nem isso a gente sabe) de Nancy, mas ela sabia que dois caras deploráveis (seu marido abusivo e um amigo dele, um fracassado que se dizia guarda-costas de Tonya) planejavam isso, e ela não fez nada pra impedir. 
Quer saber quão brilhante Tonya era como patinadora? Tão brilhante que, no filme, não conseguiram uma dublê que fizesse o Triple Axel (salto em que a pessoa gira três vezes e meia no ar). Tiveram que apelar pra montagem mesmo.
E, claro, é um filme que fala tudo sobre a insana competitividade americana também. Este mockumentary (um documentário fake e irônico) tem muito que ser visto.
Não é nem que cada participante da trama apresenta sua versão conflitante. Eles nem rebatem. Só dizem "Não, isso nunca aconteceu". Às vezes no meio da cena em que a personagem está fazendo exatamente o que ela diz que nunca fez. O efeito é pura diversão (mesmo tratando de assuntos dolorosos como violência doméstica e abuso sexual). 
Outra coisa que chama a atenção é como Tonya foi constantemente julgada negativamente pela sua aparência. Aí você pensa: se uma mulher branca, loira, olhos claros, magra, é vista como fora dos padrões, imagina quem realmente está fora dos padrões?
E tem pelo menos este diálogo que vou guardar pra vida. Dois policiais chegam para interrogar Tonya e o (ex) marido sobre o ataque a Nancy. Tonya, de cara, antes que perguntem qualquer coisa, diz: "A gente não sabe de nada".
E o policial: "Isso deve fazer a vida de vocês muito difícil".
Lolinha no domingo, após ganhar o bolão sozinha

QUEM VAI RESPONDER PELO QUE FIZERAM A WAGNER SCHWARTZ, O "HOMEM NU"?

Agora que a tempestade passou, ainda é importante falar da absurda fúria que conservadores mostraram em setembro, quando atacaram o MAM e um artista, um homem nu que foi tocado no pé por uma menina (também atacaram muito a mãe da menina, claro).
Esse "homem nu", que foi vilipendiado nacionalmente, chamado de pedófilo durante semanas e ameaçado de morte 150 vezes, tem nome: Wagner Schwartz. A excelente escritora Eliane Brum, colunista do El País, conseguiu entrevistá-lo com exclusividade. Não vou reproduzir a entrevista aqui, pois é longa, mas recomendo fortemente. Leiam e reflitam: como seria se você fosse atacadx por uma horda de fanáticos que sabem que o discurso contra a corrupção (só a do PT) já deu o que tinha que dar, e então apelam para o moralismo hipócrita?
Eis o texto de Eliane Brum.

Em 26 de setembro de 2017, o brasileiro Wagner Schwartz, 45 anos, era um artista em plena realização. Ele abria o 35º Panorama de Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, um dos espaços mais prestigiados do Brasil. Sua performance, chamada “La Bête” (“O Bicho”), partia da obra consagrada de Lygia Clark, uma das mais importantes artistas da história do país. 
Desde 2005, Wagner já tinha apresentado esse trabalho dez vezes no Brasil e da Europa. Como nas ocasiões anteriores, a experiência artística aconteceu. Para La Bête acontecer é preciso que o público deixe de ser um espectador para se tornar participante. Cada apresentação é diferente da outra porque é o público que conta uma história criada coletivamente, ao manipular o corpo nu do artista como se ele fosse uma das figuras geométricas com dobradiças de Lygia Clark.
Nos dias seguintes, porém, um pesadelo que Wagner não tinha se materializou.
Um fragmento da apresentação foi jogado na internet para provocar fogueira. Nele, uma mulher e sua filha pequena tocavam no corpo do artista durante a performance, como tantas outras pessoas da plateia. Mas, recortada e tirada do contexto, a cena foi convertida naquilo que não era. E Wagner foi chamado de “pedófilo” por milhões na internet.
Em busca de holofotes e eleitores, políticos sem escrúpulos gravaram vídeos e fizeram declarações nas quais condenavam o museu e o artista. Lideranças religiosas fundamentalistas, a maioria ligadas a igrejas evangélicas neopentecostais, semearam ódio ao estimular seus fiéis a se esquecer dos preceitos cristãos mais básicos e a condenar o artista e o museu como se estivessem “a serviço de Satanás”. Grupos ligados a movimentos extremistas de direita promoveram protestos diante do museu, com a adesão de anônimos enfurecidos, e chegaram a agredir funcionários. A internet virou uma praça medieval onde Wagner Schwartz foi linchado como “monstro” e “pedófilo”.
O artista teve que dar um depoimento de quase três horas na 4a Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia. Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público de São Paulo para apurar se houve crime. A CPI dos Maus-Tratos, do Senado Federal, decidiu aproveitar o momento para faturar com seu próprio factoide, convocando os curadores, a mãe da criança e o artista para prestarem depoimento.
De repente, Wagner Schwartz foi transformado num criminoso. E não no autor de qualquer crime, mas num “pedófilo”, uma das figuras que maior repulsa causa na sociedade. Sem vítima, sem fato, portanto sem crime. Em nenhum momento, seus linchadores, os anônimos e os públicos, lembraram que estava ali uma pessoa, com uma história, com uma vida e com afetos. Não importava.
O que importava era manipular o ódio, a mercadoria mais abundante no Brasil atual, com objetivos políticos. Deslocava-se assim a atenção da gravidade do que se passava -- e se passa -- no país, para uma ameaça inexistente. O truque é velho, usado amplamente em regimes totalitários, como na Alemanha nazista. Mas parece que sempre sobra gente para aderir às manipulações mais triviais. O ódio, como se sabe, é burro.
De repente, o problema não era mais Michel Temer estar no poder mesmo com todas as denúncias de corrupção, mala de dinheiro e conversas comprometedoras. Nem o Congresso mais corrupto da história recente usar dinheiro público para fins privados, pessoais e particulares no balcão de chantagens que se tornou Brasília. Nem o fato de que direitos conquistados pela luta de muitos estarem sendo rapidamente deletados da vida dos brasileiros. Nem o desemprego e a falta de perspectivas. Não.
As milícias de ódio, a serviço de si mesmas e de alguns políticos, criaram uma ficção e milhões se esqueceram de raciocinar, aderindo ao linchamento e produzindo provas contra si mesmos. Vale a pena investigar por que caminhos, objetivos e subjetivos, se tornou possível convencer tantas pessoas a acreditar numa ficção de má qualidade, porque totalmente inverossímil, como a de que o problema do Brasil são pedófilos abrigados em museus e exposições de arte.
A catástrofe é que, a partir da adesão a uma ficção, criou-se pelo menos uma vítima real: Wagner Schwartz.
Quem vai responder pelo que fizeram com sua vida?
Wagner Schwartz recebeu 150 ameaças de morte por algo que inventaram que ele fez. Já não podia andar na rua sozinho. Para imaginar os efeitos sobre ele, basta fazer o exercício de vestir a sua pele por alguns minutos e pensar no que aconteceria com a sua vida, assim como com a vida da sua família, se da noite para o dia inventassem que você cometeu o crime da pedofilia. E seu rosto estivesse nas redes com a tarja mais terrível: “pedófilo”. Não é preciso de muita empatia para imaginar o efeito de algo dessa dimensão. E, mesmo assim, tantos se esqueceram desse exercício básico de humanidade e se tornaram protagonistas e cúmplices da violência contra ele, esta sim criminosa.
Nos dias que se seguiram, inventaram mais. Não bastava transformarem Wagner num pedófilo. Mataram-no com notícias falsas na internet. Em uma ele tinha se suicidado. Em outro, era morto a pauladas. Quem é capaz de imaginar o que é ler a notícia da sua própria morte na internet? O que isso significa para os familiares? Como se vive enquanto tantos o matam repetidamente?
Wagner decidiu fazer a performance em 2005, ao se deparar em Paris com uma das figuras geométricas de Lygia Clark presa numa caixa. Como conta nesta entrevista, ele queria libertar o “bicho” criado pela artista, para que a obra voltasse a ser o que é. Em setembro, no Brasil, Wagner descobriu o que acontece quando um corpo ousa sair da caixa num país tomado pelo ódio e por fundamentalismos, num país de linchadores.
Foi brutalizado. Mas se recusa a seguir sujeitado, convertido em objeto sem voz. Wagner acredita que a resposta mais importante aos ataques é dada pela continuidade do seu trabalho.
Neste ano, o Festival de Teatro de Curitiba propõe uma reflexão, que é também uma ação, sobre os ataques contra a arte. Wagner Schwartz, Elisabete Finger, performer e mãe da criança que participou de La Bête, Maikon K, artista que chegou a ser preso em Brasília durante a performance “DNA de Dan”, na qual seu corpo fica nu, e Renata Carvalho, atriz que foi atacada por ser travesti e encarnar Jesus Cristo no teatro, estão criando uma peça a partir das violências sofridas.
A campanha contra a arte e os artistas não tem nada de inocente. Ela inventa uma justificativa “moral” e gera um apoio popular para sustentar a redução dos investimentos em Cultura. O setor cultural, historicamente carente de investimentos, hoje está em situação desesperadora.
Apoio a Wagner e ao MAM
O momento vivido pelo país é tão boçal que, em vez de a população estar pedindo mais investimento em Cultura, parte dela ataca a arte e os artistas, praticamente reivindicando o estreitamento de sua própria vida e da vida de seus filhos. Quanto menos investimento em arte e cultura, menos acesso à arte e à cultura -- e mais desconfiança e medo do que não se conhece. A boçalidade do mal vive dias de glória no Brasil, com a colaboração ativa de uma parcela da população.
Nesta entrevista, Wagner Schwartz, coreógrafo que vive entre Paris e São Paulo, fala pela primeira vez sobre a violência que sofreu, uma violência cujos efeitos estão longe de acabar. Entre as primeiras perguntas, enviadas por email, e as primeiras respostas se passaram dois meses e meio. O que fizeram com ele teve um efeito brutal na sua vida, seu corpo dói. Quando toca no assunto, partes dele tremem. Qualquer palavra parece quase arrancada. Para quem foi silenciado ao ser transformado em objeto de ódio, falar tornou-se um ato penoso. Na véspera da publicação, sua voz ficou rouca, entrecortada, às vezes sumia.
Mesmo assim, Wagner fez o esforço do gesto, o de acreditar que ainda é possível conviver e dialogar no Brasil atual.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O ESTRANHO MUNDO DOS REAÇAS

Não conheço essa pessoa, mas falou tudo. 

ESTA SENHORA VEIO AQUI DIZER QUE VAI NOS VENCER NO BOLÃO

Gostei muito de Três Anúncios para um Crime, apesar do título original horrível (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri). Me identifiquei com a história de uma mulher que procura a polícia e denuncia, e a polícia não faz nada. 
Eu tô quase colocando outdoors de "Quadrilha neonazi misógina ataca mulheres, LGBT, negros na internet há cinco anos e ainda não houve uma única prisão?"
Frances McDormand está fabulosa e bem cotada para receber seu segundo Oscar (se bem que Fargo, pelo qual ela ganhou seu primeiro, é um filme melhor). Todo o elenco está bem. E, quando vi o filme, um mês atrás, a trama prendeu muito minha atenção.
Então por que me lembro tão pouco dele?
Ultimamente bastante gente, principalmente ativistas negros, têm criticado Três Anúncios. Afinal, o personagem de Sam Rockwell é um policial racista com direito a um desenvolvimento que suas vítimas não têm. No final, parece que ele é redimido, mesmo continuando a ser racista e ignorante (redundância: todo racista é ignorante). 
O diretor Martin McDonagh, que veio do teatro, defendeu seu filme das críticas: "Não acho mesmo que o personagem de Rockwell é redimido. Ele começa como um babaca racista, e ele ainda é o mesmo no fim, mas, no final, ele vê que tem que mudar. Há espaço pra isso, e ele percebe seus erros até certo ponto, mas de jeito algum ele deve ser visto como algum tipo de herói redimido". 
Isso me lembrou outro filme que eu gosto muito, também com Frances McDormand: Mississippi em Chamas. Assim como Três Anúncios, Mississippi também foi indicado a sete Oscars em 1988 (ganhou apenas um, Melhor Fotografia). Embora certamente tivesse boas intenções -- narrar a história real de três ativistas de direitos civis assassinados pela Ku Klux Klan em 1964 --, os dois detetives brancos do FBI são os heróis e protagonistas do filme, enquanto os personagens negros são majoritariamente vítimas passivas, coadjuvantes. Hoje Mississippi definitivamente não é visto com os bons olhos que o aclamaram em 1988 (apesar da viúva de Martin Luther King ter já na época criticado a ausência de ativistas negros na trama). 
A diferença é que, enquanto o tema central do filme de 1988 era racismo, este não é o principal foco de Três Anúncios, que trata da luta de uma mãe para tentar descobrir quem estuprou e matou sua filha. Mas, pelo jeito, racismo é algo tão arraigado e institucionalizado nos EUA (e não apenas lá), que é impossível que ele não apareça forte numa história policial.
E é desse jeito que Três Anúncios chega ao Oscar como o mais polêmico dos nove indicados a melhor filme. Será que ele tem alguma chance, além de estatuetas pra Frances e talvez pro Sam de coadjuvante?
Faça suas apostas no bolão grátis e no bolão pago (pro pago, tem que seguir algumas regrinhas). O Oscar já é este domingo. E pra participar do bolão, só até as 23:59 de sexta. Participe!



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

HOMEM NÃO PRESTA

Em meados de janeiro a Folha de S. Paulo publicou um texto do colunista Reinaldo José Lopes com o provocativo título "Homem não presta", que, na versão online, recebeu um título mais diplomático: "Na nossa espécie, violência e estupidez são coisa de homem, não de mulher". 
Vou reproduzir o texto aqui, mas antes gostaria de dizer: não é minha opinião. Eu acho que tem muitos homens "que prestam". Tampouco creio numa "essência" do homem (ou da mulher) que o faz mais violento, mais ignorante. Porém, os dados citados no texto são verdadeiros. Há algo de muito errado num modelo de masculinidade que faz homens matarem (e morrerem) tanto. É o que chamamos de "masculinidade tóxica". Eu acredito que dê pra mudar isso com educação sobre questões de gênero. Vamos ao texto de Lopes:

Homem –- no sentido de indivíduo do sexo masculino da espécie Homo sapiens -– é bicho que não presta. Não me dá prazer nenhum constatar esse fato, mas só alguém dominado por doses elevadas de hipocrisia ou cegueira seria capaz de negá-lo. A posse de um cromossomo Y frequentemente parece ser um pré-requisito para se deleitar com os mais variados tipos de pancadaria ou idiotice.
"Mas nem todo homem é assim", diriam indignados alguns de meus companheiros de masculinidade.
Sem dúvida, embora o peso das estatísticas, em todos os tempos e lugares, deponha contra os homens. Sim, pessoas são indivíduos, não médias estatísticas, e a variação que existe de um ser humano para outro é gigantesca, mas isso não invalida o fato de que, onde quer que haja violência ou estupidez, a probabilidade de que um ou mais homens sejam os protagonistas é elevada.
Em qualquer país do mundo, por exemplo, cerca de 90% dos homicídios são cometidos por homens -– e a maioria deles está ligada a motivos (comparativamente) bobos: o entrevero no trânsito, o bate-boca no boteco, a tentativa de "lavar a honra com sangue". Homens matam sobretudo outros homens e, claro, também matam muitas mulheres (por outro lado, para cada 30 ou 40 casos nos quais um homem elimina um rival do sexo masculino, há apenas um caso no qual uma mulher assassina outra).
Surfar trens, brincar de roleta-russa ou fazer um "racha", passando por sinais vermelhos no centro da cidade a 150 km/h? Coisa de homem, claro –- principalmente dos que pertencem à faixa etária que vai da adolescência aos 30 anos. Homens jovens são assassinados ou sofrem acidentes fatais a uma taxa cinco vezes superior à das mulheres, além de correr risco cinco vezes mais alto de ser torrados por um raio (afinal, tentar se proteger de uma tempestade não é coisa de macho). 
E não esqueçamos do Darwin Awards, a infame "premiação" concedida às pessoas que morrem ou ficam estéreis graças à sua própria imbecilidade e, com isso, supostamente melhoram as qualidades genéticas da humanidade ao não se reproduzir –- como seria de esperar, cerca de 90% dos vencedores são do sexo masculino.
Seria reconfortante imaginar que todas as mazelas elencadas nos últimos parágrafos são resultado direto da criação e da cultura: frequentemente educados para agirem como brutamontes, no pior estilo "homem não chora, moleque", muitos meninos acabariam crescendo desse jeito torto. 
Seria reconfortante, mas incorreto –- algumas das tendências negativas da masculinidade aparecem logo que as crianças aprendem a andar. Meninos, em média, mordem, batem e empurram outras crianças com frequência maior do que meninas. Também têm preferência muito mais acentuada pela popular "brincadeira de mão", como dizia minha avó: essencialmente, o brincar de lutar.
Muitas dessas diferenças entre homens e mulheres provavelmente têm origem biológica -– o que, claro, não significa que elas sejam imutáveis e escritas em pedra, feito os Dez Mandamentos. Nas Américas, há 16 homicídios anuais por 100 mil habitantes, enquanto o número é apenas 3 na Europa -– o que significa que muitos homens europeus estão escapando de seu suposto destino violento.
Reconhecer que há uma natureza humana básica pode muito bem ser o primeiro passo para estimular o que há de melhor nela, sem tentar reescrevê-la do zero.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

FAZENDO O V DA VITÓRIA POR GANHAR O BOLÃO SOZINHO

 
Pessoas queridas, o Júlio César, que é quem organiza todo o bolão do Oscar, disse que, até agora, faltando uma semana pro Oscar (é domingo, dia 4 de março), só uma pessoa apostou no pago e 50 no grátis. 
Única foto em que reconheci
algum traço do Gary Oldman
como Churchill
Vamulá, pessoal! É rápido, fácil e simples, e garanto que, quem já participou de alguma das dez edições anteriores, não se arrependeu. 
Pra apostar no bolão gratuito, não tem desculpa. Leva uns dois minutos. Basta clicar aqui e dar seus chutes.
Pro bolão pago, aposte  aqui. Deposite R$ 25 numa das minhas duas contas (Banco do Brasil, agência 3653-6, cc 32853-7, ou Santander, agência 3508, cc 010772760, ou R$ 28 no PayPal aí ao lado), e envie um email com comprovante pra mim e pro Júlio (lolaescreva@gmail.comjcaoalves@gmail.com). 
Quem acertar mais categorias leva todo o montante arrecadado -- que no momento é de R$ 25, mas deve ser mais, porque eu e o maridão ainda vamos entrar! 
As imagens deste post, lógico, correspondem a O Destino de uma Nação, que, junto com Trama Fantasma, são os únicos dos nove indicados a melhor filme que ainda não vi. 
Não estou com muita vontade... Mas, agora que vi a primeira temporada de The Crown (gostei pacas!), talvez eu veja. 
Alguém já viu? É bom? Dialoga com Dunkirk?
Ah, incluí uma enquete aí do lado pra ver se animo vocês. Não deixem de participar no bolão. Apostas só até sexta às 23:59.