Meu tradicional bolão do Oscar está muito devagar. Acho que não vai ser desta vez que ficarei milionária.
Tonya e Margot |
Pro bolão pago você deve pagar R$ 25 numa das minhas duas contas (Banco do Brasil, agência 3653-6, cc 32853-7, ou Santander, agência 3508, cc 010772760, ou R$ 28 no PayPal aí ao lado). Daí você tem que me enviar um email com comprovante pra mim e pro Júlio (lolaescreva@gmail.com; jcaoalves@gmail.com), e fazer suas apostas aqui.
E aproveitando este postzinho, quero registrar o quanto amei Eu, Tonya, que infelizmente não foi indicado a melhor filme, mas é favorito na categoria de atriz coadjuvante (Allison Janney está formidável como a mãe, uma das mais detestáveis já vistas nas telas).
Eu já admirava pacas a Margot Robbie, mas depois de Eu, Tonya, passei a admirá-la ainda mais. Li que ela nunca tinha patinado no gelo, pois ela é australiana, e lá, como aqui, não tem dessas coisas. E ela conseguiu aprender o suficiente pra nos convencer que é patinadora artística desde criancinha (e isso é o de menos. Sua atuação está cheia de nuances, perfeita). Eu daria o Oscar pra ela sem pestanejar.
Pode ser que A Forma da Água seja um filme melhor, mais importante que Eu, Tonya, mas, de todos os filmes do Oscar 2018 que eu vi, este é o que mais tenho vontade de rever. Porque, apesar de trágico, ele é também engraçado. E eu me lembro bastante do caso na vida real, em 1994, quando Tonya Harding foi acusada de mandar quebrar a perna da concorrente Nancy Kerrigan. Foi um escândalo, uma novela.
(E tanto Eu, Tonya quanto Fargo são excelentes filmes pra se ver sempre que passar pela sua cabeça a ideia de contratar alguém pra matar um inimigo. Esses assassinos profissionais parecem ser muito trapalhões. Vai sobrar pra você. Desista).
(Ah sim, outra dica pra você ver Eu, Tonya é pra você dar mais valor pra sua mãe. Quando você achar que sua mãe pisou na bola contigo em algum momento, veja o filme pra lembrar que existem mães muito piores).
(Ah sim, outra dica pra você ver Eu, Tonya é pra você dar mais valor pra sua mãe. Quando você achar que sua mãe pisou na bola contigo em algum momento, veja o filme pra lembrar que existem mães muito piores).
Até hoje não está totalmente claro o grau de envolvimento de Tonya no caso. Certo, ela não mandou quebrar a perna (ou o joelho -- a história real é tão confusa que nem isso a gente sabe) de Nancy, mas ela sabia que dois caras deploráveis (seu marido abusivo e um amigo dele, um fracassado que se dizia guarda-costas de Tonya) planejavam isso, e ela não fez nada pra impedir.
Quer saber quão brilhante Tonya era como patinadora? Tão brilhante que, no filme, não conseguiram uma dublê que fizesse o Triple Axel (salto em que a pessoa gira três vezes e meia no ar). Tiveram que apelar pra montagem mesmo.
E, claro, é um filme que fala tudo sobre a insana competitividade americana também. Este mockumentary (um documentário fake e irônico) tem muito que ser visto.
Não é nem que cada participante da trama apresenta sua versão conflitante. Eles nem rebatem. Só dizem "Não, isso nunca aconteceu". Às vezes no meio da cena em que a personagem está fazendo exatamente o que ela diz que nunca fez. O efeito é pura diversão (mesmo tratando de assuntos dolorosos como violência doméstica e abuso sexual).
Outra coisa que chama a atenção é como Tonya foi constantemente julgada negativamente pela sua aparência. Aí você pensa: se uma mulher branca, loira, olhos claros, magra, é vista como fora dos padrões, imagina quem realmente está fora dos padrões?
E tem pelo menos este diálogo que vou guardar pra vida. Dois policiais chegam para interrogar Tonya e o (ex) marido sobre o ataque a Nancy. Tonya, de cara, antes que perguntem qualquer coisa, diz: "A gente não sabe de nada".
E o policial: "Isso deve fazer a vida de vocês muito difícil".
Não é nem que cada participante da trama apresenta sua versão conflitante. Eles nem rebatem. Só dizem "Não, isso nunca aconteceu". Às vezes no meio da cena em que a personagem está fazendo exatamente o que ela diz que nunca fez. O efeito é pura diversão (mesmo tratando de assuntos dolorosos como violência doméstica e abuso sexual).
Outra coisa que chama a atenção é como Tonya foi constantemente julgada negativamente pela sua aparência. Aí você pensa: se uma mulher branca, loira, olhos claros, magra, é vista como fora dos padrões, imagina quem realmente está fora dos padrões?
E tem pelo menos este diálogo que vou guardar pra vida. Dois policiais chegam para interrogar Tonya e o (ex) marido sobre o ataque a Nancy. Tonya, de cara, antes que perguntem qualquer coisa, diz: "A gente não sabe de nada".
E o policial: "Isso deve fazer a vida de vocês muito difícil".
Lolinha no domingo, após ganhar o bolão sozinha