quinta-feira, 31 de agosto de 2017

CURSO DE EXTENSÃO COMEÇA NA PRÓXIMA TERÇA

Corre que ainda dá tempo!

Pessoas queridas do Ceará, terça que vem, dia 5 de setembro, começo um novo módulo (o sétimo já!) do meu curso de extensão Discutindo gênero através de cinema e literatura, que costumo oferecer todo semestre.
É presencial, aberto a toda comunidade (não precisa ser estudante da UFC para fazer), completamente grátis, e vale um certificado de 32 horas complementares pra quem comparecer a 75% do curso. Não é semanal, mas quinzenal, sempre às terças-feiras, das 11:30 às 13:30, no Centro de Humanidades I (campus Benfica) da UFC. Nas terças que a gente não tem aula você tem bastante lição de casa pra fazer (ver filme, ler artigo ou livro). 
O curso realmente tem sido incrível, cheio de gente muito interessada de várias áreas, profissões, universidades. Pode vir que você vai gostar.
Para se inscrever, é só me mandar um email (lolaescreva@gmail.com). Pode trazer também suas amigas e amigos. 
Abaixo publico o cronograma deste semestre. Não são todos os artigos que estão disponíveis online, infelizmente. Mas a maioria está. 
Você pode ver aqui os cronogramas do primeiro e do segundo semestre de 2016, e também o de 2017.1
Comece um curso parecido na sua instituição! (e depois me envie sugestões). 

5 de setembro - Introdução ao curso, expectativas, apresentações. Trazer lido de casa, para discussão: “Entretenimento como utopia”, de Angela Prysthon 

Lição de casa para 19 de setembro: Assistir ao filme Zootopia e ler o artigo de Teresa de Lauretis “The technology of gender

19 de setembro – Discussão do filme Zootopia e do artigo de Lauretis.

Lição de casa para 3 de outubro: Assistir ao filme Elle e ler o artigo de Susana Castro, “Nancy Fraser e a teoria da justiça na contemporaneidade” 

3 de outubro – Discussão do filme Elle e do artigo de Castro.

Lição de casa para 17 de outubro: Assistir ao filme Reds e ler os artigos “Trabalhadoras na Vanguarda”, de Cintia Frencia e Daniel Gaido e “A revolução por fazer”, de Ana Nemi 

17 de outubro – Discussão do filme Reds e dos artigos de Frencia e Gaido e de Nemi. 

Lição de casa para 31 de outubro: Assistir ao filme Aquarius e ler o artigo de Audre Lorde “Eye to eye: black women, hatred and anger” 

31 de outubro: Discussão do filme Aquarius e do artigo de Lorde.

Lição de casa para 14 de novembro: Assistir ao filme Moonlight e ler o artigo de Marcio Caetano, Paulo Melgaço Silva e Jimena de Garay “Ninguém nasce homem, torna-se homem” 

14 de novembro – Discussão do filme Moonlight e do artigo de Caetano, Silva e Garay.

Lição de casa para 28 de novembro: Assistir ao filme Millennium: os homens que não amavam as mulheres e ler o artigo de Robin Warshaw, “Por que as mulheres são vítimas 'seguras'?”, do livro Eu nem imaginava que era estupro.

28 de novembro – Discussão do filme Millennium e do artigo de Warshaw.

Lição de casa para 5 de dezembro: Ler o romance Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, e o artigo de Rosália de Oliveira Lemos,“Os feminismos negros: a reação aos sistemas de opressões”

5 de dezembro – Discussão do romance Quarto de Despejo e do artigo de Lemos.

Aproveitando o post de hoje! Sorteei o livro Homens explicam tudo para mim, de Rebecca Solnit (editora Cultrix). Deu o número 113. Contei e cheguei ao nome de Clarice Galhardi. Por favor, Clarice, me mande um email com seu endereço o quanto antes para que eu possa enviar o livro pra vc. E já aviso que recebi três livros fabulosos da Coleção Argos da Editora Autêntica (vou usar todos no meu curso de extensão no ano que vem; o da Rebecca também) e já já vou realizar novos sorteios! 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

"SE EU FOSSE MÃE DE MENINA"

Marcela Paula, professora, negra e feminista, escreveu na sua página no FB:

Mulheres são seres humanos
completos, não mães em
potencial. Maternidade é
uma opção
ESTE NÃO É UM TEXTO DE CRÍTICA A NINGUÉM! É APENAS O COMPARTILHAR DE SENTIMENTOS SOBRE A VIDA.
A maternidade nunca foi uma questão real para mim. De fato, nunca pertenceu ao meu desejo, no sentido psicanalítico mesmo.
Mas, por favor, NÃO ME CONFUNDAM com essas pessoas CHILD FREE! JAMAIS! 
Esse grupo pra mim é abominável, porque é simplesmente mais um grupo determinado a oprimir outro que historicamente sempre esteve em desvantagem. 
CHILD FREE NÃO É SOBRE MATERNIDADE.
CHILD FREE É SOBRE DESQUALIFICAÇÃO E OPRESSÃO À CONDIÇÃO INFANTE. 
Sem filhos mas não alguém que
odeia criança
[Nota da Lola: Eu vejo childfree como um termo simples usado por pessoas que não têm filhos. Eu, por exemplo, sou child free. Mas creio que Marcela conhece grupos child free que estendem essa opção a odiar crianças, ou a locais públicos que proíbem a presença de crianças].
Feito o esclarecimento anterior, mesmo não tendo o desejo de ser mãe, a maternidade é uma questão para mim. E para todas as mulheres.
Por isso, às vezes me pego a pensar: "E se eu fosse mãe?"
Na maioria das vezes paro para pensar nisso quando leio algo do tipo "Ser mãe de menina é..." ou "Ser mãe de menino é...", seguido de afirmações doces ou engraçadas.
Sempre que leio tais frases sinto um arrepio, porque não vejo nada de doce ou engraçado no mundo em que vivo e, consequentemente, onde criaria as crianças.
Eu sempre penso, "Se eu fosse mãe de menina...":
Eu sentiria MUITO MEDO, um medo GIGANTE, pois o mundo é mau, especialmente com as mulheres, principalmente com as mulheres negras;
Eu temeria pela sua saúde, pois o atendimento de saúde à população negra costuma ser negligenciado, mesmo quando pagamos caro por ele;
Eu temeria o contato dela com todo e qualquer ser do sexo masculino (criança, adolescente, adulto jovem, de meia idade ou idoso), incluindo o pai e qualquer parente, por mais próximo e íntimo que fosse. Sim, eu temeria. Não posso vir aqui compartilhar reflexões e angústias de maneira cínica ou hipócrita;
Eu temeria pela sua escolarização. Por todos os apelidos, maus tratos, abuso emocional, conflito de identidade, dúvidas, solidão e incompreensão. Pelo menos 12 anos de angústia, cansaço, dor e luta. Com sorte, uma professora negra e consciente aqui, um professor crítico e empático ali. Ah, e a decepção de descobrir que aqueles professores que se fazem de combativos e militantes acham que questões de raça e gênero são menores, porque, segundo eles, tiram o foco da questão de classe;
Eu temeria que ela fosse engolida pelos padrões estéticos bombardeados pela mídia e se desconectasse dela mesma, de buscar saber de si, cuidar de si e não entendesse que, de verdade, as pessoas lindas são as que veem o mundo para além do seus próprios umbigos e que acreditam em igualdade, afeto amoroso, paz, empatia e solidariedade;
Eu temeria a objetificação do seu corpo, e temeria mais ainda não conseguir tratar desse assunto de maneira a permitir que se sentisse livre e sem medo do seu próprio corpo e do seu existir;
Eu a colocaria para fazer artes marciais desde bem pequena. 
Defesa pessoal é item de primeira necessidade para qualquer mulher; 
Eu a estimularia a brincar com todo tipo de brinquedo: de fogão e panela (afinal de contas todo mundo deveria cozinhar) a carrinho de rolimã, e com todo tipo de pessoa que a respeitasse e lhe tivesse afeto amoroso;
Eu a estimularia a conviver e respeitar todo tipo de animal, humano ou não humano, compreendendo que não se pode tomar ou manipular 
(em todos os sentidos possíveis) a vida de outro ser;
Eu tentaria demonstrar que a espiritualidade está para além da religião, mas, também, que as religiões podem ser espaços de identidade, resistência, solidariedade, ou o contrário. Ou seja, religiosidade é um estado de (poder) ser, religião é um estado de ser e fazer política (em seus sentidos mais amplos e complexos);
Eu a ensinaria a amar e não ter vergonha do avô carteiro, da avó técnica de enfermagem, da bisa trabalhadora doméstica que aprendeu a ler adulta, no Mobral, da outra bisa que, entre tantas atividades, foi merendeira de escola pública, da tia que cursou Relações Internacionais, Arquivologia, mas é apaixonada e trabalha com estética; tampouco da mãe professora, como diziam antigamente "professora primária", daquelas que puxam fila de criança todos os dias;
Antes de ler qualquer conto de fadas, contaria nossas histórias. A história da bisa que fugiu da violência doméstica, levando as duas filhas e nenhum documento além das Certidão de Batismo, voltando a usar o nome de solteira e renomeando as filhas da mesma forma; 
Contaria do avô, que chegou a servir o Exército sem saber ler e escrever e, após sair de lá, concluiu o ensino fundamental e o ensino médio em 5 anos;
São tantas histórias que demoraria anos pra terminar o serviço. Também lhe ensinaria que a história não é linear, que a vida é um vai e vem embolado, mas que pra alguns é mais difícil: mulheres, negras/os, indígenas, ciganos/as, homossexuais, transgêneros, pobres, moradores de favela e bairros populares, pequenos trabalhadores rurais, animais não humanos, migrantes, refugiados e tantos outros de quem me lembrasse;
Eu me disporia a aprender com ela e a ser com ela.
E aí fico pensando na tal frase "Ser mãe de menina é..." e só consigo imaginar que se fosse mãe eu diria que:
"Ser mãe de menina é ter medo sempre, acordar todos os dias e se vestir de coragem".
(Essa postagem é para as amigas/ companheiras que são mães e, justamente por isso, vestem-se de coragem todos os dias).

terça-feira, 29 de agosto de 2017

NÃO SEJAM AS PESSOAS QUE NOS APRISIONAM NOS ARMÁRIOS

Hoje é Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Deixo aqui este belo texto de Simone Gomez, que ela publicou ontem no Medium. Simone mora no Rio, pesquisa sobre diversidade de gênero e educação, é professora, feminista e sapatão, e "toma mais café do que deveria".

Demorei muito pra escrever esse texto — e quando eu digo muito, é muito mesmo, uns cinco anos refletindo sobre os mais de dez vividos nas sombras. E é por isso que eu digo que hoje, no dia da visibilidade lésbica, esse texto não é para você sapatão.
Explico.
Recentemente encontrei na internet um Tumblr recheado de ilustrações e quadrinhos maravilhosos, daqueles repleto de representatividade e verdade que te faz sorrir até a orelha. É o “Na ponta da Língua”, por Beliza Buzollo. Nele achei um quadrinho que — carinhosamente — apelidei de “O Armário” que foi um grande soco no estômago.
Um soco daqueles que dói mais que se é capaz de explicar, vira ao avesso e faz você olhar pra trás tentando entender de onde veio a porrada.
E por que tudo isso? Porque todas essas frases que podem ser lidas no quadrinho já foram ouvidas por mim e por todas as lésbicas que (re)existem por aí, inclusive, e talvez principalmente, por aquelas que ainda não tiveram coragem de se assumir por serem bombardeadas todos os dias por frases e pensamentos como esses.
Por isso, sapatão, esse texto não é pra você. Nós nos entendemos e reconhecemos nas lutas cotidianas, nas invisibilizações, nas agressões e também nas conquistas e reconhecimentos. Pra você, todo meu afeto. E força.
Esse texto é para você Família. Para você “amigo”. Para você super conservador. Para você ser humano sem luz que acredita ser seu direito julgar e oprimir o outro e confunde isso com liberdade de expressão.
Para vocês pode ser “só um elogio”, “mais um comentário” ou “o preconceito está na nossa cabeça”, mas a verdade é que a cada frase dessas que nós lésbicas escutamos, um passo para trás é dado. E um passo para trás nessa jornada de autoconhecimento e, principalmente, aceitação é um puta retrocesso.
Costumo dizer que sair do armário, para mim, é um ato político. É fazer da nossa existência, resistência. E como disse Aline Miranda: “ser mulher e amar outra mulher é revolucionário”.
No entanto, é sempre bom lembrar que sair do armário é um processo difícil pra caramba. É anunciar aos quatro ventos quem se é. Ser de verdade quem se é. É dar a cara a tapa todos os dias. E isso, na sociedade machista e misógena que a gente vive, é bem assustador.
Assusta lidar com a heteronormatividade compulsória, ou seja, com os papéis sociais, comportamentos e padrões estéticos atribuídos como normais ou aceitáveis para cada gênero e categorizando todos os espectros do desejo, afeto e gênero como desviantes. E isso sendo bem simplista na definição.
É assustador lidar com a fetichização dos nossos corpos e afetos. E também com a hostilização.
É assustador encarar todos os olhares tortos. E não se enganem, eles são muitos e por todos os lados, seja daqueles que nunca te viram na vida ou daquela pessoa que tá todo fim de semana na sua casa.
Assusta ter que aumentar o repertório de respostas quando o repertório de conversas se reduz, no início, ao quanto isso está sendo estranho/ difícil/ insira qualquer outro sentimento aqui para aqueles que estão à sua volta. E incomoda porque, mais um vez, nosso protagonismo é retirado, somos silenciadas em nossa própria vivência.
Assusta tanta coisa e mais ainda perceber que todas essas micro-violências cotidianas, às vezes nem tão micro assim, são naturalizadas e, na maioria das vezes, nem são vistas como violências. O que nos torna invisíveis.
Por tudo isso e muito mais, você que conhece uma lésbica não a silencie. Não tome seu lugar de fala. Lembre-se que esse momento é importante, escute-a.
Não seja a pessoa que pergunta “cadê os namoradinhos?” na festa de família.
Não use frases como “tenho muitos amigos gays, mas…” para disfarçar seu preconceito.
Não pense e muito menos verbalize que somos lésbicas “porque ninguém comeu direito” ou “é falta de pica”, nossa existência e desejo é complexa demais para ser reduzida em torno de um pênis — inclusive se quisermos um podemos comprar de varias formas, tamanhos, cores e alguns até brilham no escuro.
Não diga “você pode ser o que quiser mas tem que aceitar as consequências”, isso soa quase como uma ameaça e é extremamente negativo, ninguém pensa que a consequência é liberdade.
Não falem “você vai matar seu pai” (pois é, ouvi isso!) porque a não ser que a sapatão esteja armada e com intenção de matar, isso não vai acontecer.
Não a façam acreditar que “é a decepção da família”, nem em um momento de impulso, fazer alguém acreditar nisso é cruel.
E não tratem como fase, não é. É uma fase de uma vida inteira, então não minimizem tudo que passamos para estarmos ai dividindo esse momento com você.
Eu podia passar os dias listando coisas que vocês não devem fazer para não contribuir com as violências diárias que sofremos mas vou me limitar a dizer somente:
Não sejam as pessoas que nos aprisionam nos armários.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

MINHA SORORIDADE A CLARA AVERBUCK

A escritora e feminista Clara Averbuck, que conheço pessoalmente e com quem já compartilhei pelo menos uma mesa num encontro, publicou um relato terrível hoje na sua página do Facebook.
Clara conta que foi estuprada de novo (a primeira vez fora com 13 anos, por três homens numa festa de uma escola). Desta vez, estava embriagada, dentro de um Uber: "o nojento do motorista do uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando 'a bêbada'".
Ela ainda não se decidiu se irá à delegacia denunciar, pois sabe que será questionada. Afinal, "a violência sexual é o único crime que a vítima é que tem que provar". Por enquanto, está conversando com outras mulheres que também sofreram estupro, "construindo uma ação pra reverter essa merda em algo positivo".
A empresa Uber baniu o motorista e diz querer colaborar com as investigações. No seu Twitter, Clara afirmou que está sendo bem atendida pela Uber.
Denúncias de estupro e assédio sexual em Uber (como em todo lugar) não têm nada de inédito. Elas vêm não apenas das passageiras, mas também de motoristas mulheres.
Sei que Clara é muito forte, e torço para que ela continue forte.
Pra provar que a última linha do seu relato é pura verdade -- "o mundo é um lugar horrível pra ser mulher" --, não basta Clara ter sido violada, ela ainda tem que ser condenada nas redes sociais e chamada de mentirosa.
Reaças, que odeiam feministas mais do que qualquer outra mulher, estão fazendo a festa: dizendo que Clara mereceu, quem mandou beber, que o motorista deveria processá-la (sendo que a identidade do estuprador não foi divulgada em lugar algum), que ela é uma vagabunda desgraçada, "como se essa vadia fosse virgem", entre centenas de insultos pra nos lembrar como a internet é um playground dos misóginos, daqueles que são tão valentes por trás de uma tela anônima. 
A resposta de Clara é inspiradora:
Mas eu já disse e repito: só existe um caso em que reaças acreditam na denúncia de uma mulher vítima de estupro -- se o acusado for um homem de esquerda que eles detestam.
Aí eles pedem até pena de morte. Em qualquer outro caso, é óbvio que a mulher está mentindo, porque estupro nem existe, é tudo mimimi de feminista. 
Muitos desses caras nojentos (e mulheres conservadoras que atacam outras mulheres para ganhar biscoito de macho) atacam Clara por ainda não ter se decidido se fará boletim de ocorrência. Como se fazer BO desse um aval de credibilidade.
Permitam-me um exemplo. Euzinha. Eu já fiz onze BOs por ameaças de morte e estupro que recebo quase que diariamente. Já publiquei vários desses BOs aqui no blog, assim como centenas das ameaças. Tenho prints, vídeos, áudios cheios de ameaça. Nem assim os reaças param de me chamar de vitimista e mentirosa. Pra eles, eu invento essas ameaças. E isso que tem BOs, tem inquérito policial aberto. E daí? Reaças não têm a menor preocupação com a verdade ou com a violência que nós mulheres enfrentamos. Eles só querem atacar. 
Que se danem esses caras que vivem pra odiar mulheres. O desespero deles é por que sabem que estão na contramão da história. Já perderam. 
Clara, você tem o nosso apoio. O apoio de gente que importa, não daqueles que sequer nos conhecem mas se dedicam full time a nos destruir.

UPDATE: Clara escreveu um relato mais completo para a revista Claudia. Lançou a campanha #MeuMotoristaAbusador e #MeuMotoristaAssediador, tags que lamentavelmente foram tomadas por mascutrolls.