terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

TRISTES NOTÍCIAS DE UM FERIADO

Ninguém lê blog no feriado mesmo, então só vou compartilhar com vocês algumas notícias que vi no Twiter. 
Bolsonaro, à extrema direita, é batizado
Clube Hebraica, de São Paulo, convidou o deputado federal e presidencíavel Jair Bolsonaro para ser entrevistado pela palestra de lá. Muitos judeus chiaram, fizeram abaixo-assinado lembrando que o sujeito é contra os direitos humanos e apoiador de ditaduras, misoginia, racismo, homofobia, e neonazismo. Hebraica voltou atrás e teve que retirar o convite.
Pesquisa "O Papel do Homem na Desconstrução do Machismo", do Instituto Avon / Locomotiva, com 1.800 pessoas em 70 municípios do Brasil, apontou que 80% dos entrevistados acha errado uma mulher ficar bêbada numa festa, que 78% não interfere em briga de casal, e que 27% crê que, em alguns casos, a mulher tem culpa por ter sido estuprada.
Uma corajosa menina de 12 anos escreveu uma carta e a entregou para sua professora, no Mato Grosso. Na carta, a criança denunciava seu pai, que estuprava há anos as duas irmãs, de 11 e 15 anos. A professora levou a carta às autoridades e o pai foi preso. Ele negou os estupros, que foram confirmados por exames. 
Em ritual numa zona rural da Nicarágua, uma mulher de 25 anos, considerada "possuída", foi despida, amarrada junto a uma fogueira, e depois jogada na fogueira, por um grupo de evangélicos da Assembleia de Deus. Ela morreu em decorrência das queimaduras.
Patrícia Lélis, jovem ex-ativista conservadora que acusa Marco Feliciano de estupro, agora diz que fez um aborto em dezembro de 2015. O pai, segundo ela, seria o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que a levou a uma clínica. Todas as pessoas citadas nessas linhas são, ou eram, ou são até que acontece com elas, "pró-vida".
Seguranças de uma loja do Habib's em São Paulo são acusados de espancar até a morte João Victor, um menino de 13 anos que pedia esfihas aos clientes na calçada. Os seguranças alegam que a criança teve uma parada cardiorrespiratória enquanto corria. Se você não boicotava o Habib's depois que a franquia se tornou uma das patrocinadoras do golpe, eis mais um bom motivo para começar agora. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

UM FINAL DE OSCAR PARA NÃO ESQUECER

Depois da noite do Oscar, meu computador amanheceu queimado. Deu curto. Mesmo.
Tirando o final histórico (e histérico), do qual falarei mais adiante, não foi uma cerimônia muito marcante, pelo menos os pedaços que vi. Sim, porque estamos em 2017, mas eu tenho a pior conexão de internet em, sei lá, dez anos anos (a GVT era boa, aí foi comprada pela Vivo. E agora vive caindo). Sem falar que todos os livestreams no YouTube eram derrubados por caçadores de copyright após alguns minutos. 
O desespero chegou num nível tão alto que me peguei ligando a TV (só tenho aberta) pra ver a cerimônia... só pra descobrir que a Globo compra os direitos de transmissão pra que ninguém mais passe o Oscar, mas fica passando BBB e desfile de escola de samba.
Pelamor, ano que vem alguém com TV a cabo em Fortaleza me convida pra ver a entrega na sua casa!
Do que consegui ver, não houve discursos muito inflamados. Todos esperavam uma noite bastante política, com várias críticas a Trump, mas não foi o que aconteceu. O apresentador Jimmy Kimmel, no monólogo de abertura, "agradeceu" ao presidente Trump:
"Lembram do ano passado, quando parecia que o Oscar era racista?" e puxou uma salva de palmas (a primeira standing ovation da noite, todo mundo aplaudindo de pé) para Meryl Streep, que foi considerada "superestimada" (ha ha, isso vai persegui-la até o túmulo) por Trump -- tão bom crítico de cinema quanto ser humano -- depois que ela o criticou num discurso.
Além disso, Kimmel disse, em alusão a Estrelas Além do Tempo (um filme protagonizado por mulheres negras que arrecadou mais de 150 milhões de dólares na bilheteria, mas que não levou nenhuma estatueta) e La La Land (recorde de 14 indicações, 6 prêmios), "Este foi o ano em que as pessoas negras salvaram a Nasa e as pessoas brancas salvaram o jazz. Isso é progresso". 
Teve uma parte que não funcionou muito bem com astros e estrelas lendo alguns dos tuítes de ódio que recebem (os que vem pra mim e outras ativistas costumam ser mais engraçados), e outra em que turistas de uma excursão por Hollywood foram parar no auditório. Um casal foi "casado" por ninguém menos que Denzel Washington. 
Denzel, infelizmente, perdeu a estatueta (que teria sido sua terceira) para Casey Affleck, impedindo que um recorde fosse quebrado -- maior número de vitórias para negros em categorias de atuação. 
Mahershala Ali ganhou na sua categoria, e foi o primeiro ator muçulmano a ganhar um Oscar (de coadjuvante, pelo seu papel pequeno, porém memorável, em Moonlight).
E foi a vez de Viola Davis, linda e sensacional como sempre. 
Chegou tarde o Oscar pra ela, aos 51 anos, mas finalmente chegou 
(e foi só o primeiro; outros virão). Se ela tivesse concorrido na categoria de atriz principal, como deveria por Um Limite entre Nós, provavelmente teria vencido também. Ganhou Emma Stone, com 28 anos, numa categoria que nos últimos anos tem premiado apenas atrizes jovens (e brancas).
Ainda não foi desta vez que um diretor negro vence na categoria. 
Barry Jenkins, de Moonlight, levou a estatueta de melhor roteiro adaptado, o que também é raro (em anos recentes roteiristas negros ganharam roteiro por Precious e 12 Anos de Escravidão) e já havia entrado pra história por ser o primeiro negro a ser indicado para diretor, roteiro, e filme. Damien Chazelle ganhou melhor diretor, por La La Land, e se tornou o mais jovem (32) a vencer nessa categoria.
Estou deixando o final pro final, você já percebeu.
Quanto ao meu tradicional bolão do Oscar, num ano que era considerado previsível, houve várias surpresas, como Animais Fantásticos e Onde Habitam para figurino (esperava-se Jackie ou La La Land), Até o Último Homem para montagem (merecido, mas durante décadas melhor filme levou melhor montagem), e Esquadrão Suicida para cabelo e maquiagem (Star Trek era favorito). Eu comecei com apenas um acerto em cinco categorias, o que me deixou sem chances no bolão pago. 
Claudemir, que participa do meu bolão há não sei quantos anos (16? 18?), saiu na frente, e ficou lá até ter errar design de produção, que foi para La La Land. Lívia, Marielle, Silvio e Janaina sempre estavam na sua cola. Até que ficou claro que as categorias decisivas no bolão seriam roteiro original (Manchester à Beira Mar ou La La Land? Ganhou o primeiro) e ator (Casey ou Denzel), e a disputa mais acirrada estava entre Lívia e Silvinho, vulgo maridão. Ela apostou em Casey; ele, em Denzel. Quando Casey ganhou, Lívia ganhou o bolão.
(Não vou perdoar o maridão tão cedo por errar melhor canção original. Ele não percebeu que havia duas canções de La La Land concorrendo, e escolhou a errada. A favorita era "City of Stars", que ganhou. Eu falei isso pra ele na hora da aposta, mas quem disse que ele me ouve?).
No bolão pago, portanto, os resultados foram: Livia em primeiro, com 15 acertos; Giciel, Marielle e Silvio em segundo, com 14; Maura, Júlio César, Claudemir, eu e Janaína, com 13; Camila e Vitor, com 12; Luciano, com 11, Rafael (que ganhou o bolão do ano passado), com 10; Nelly, minha mãe, com 8, e Gabriela L., com 6. 
Parabéns a Lívia, que participou do meu bolão em 2010 e no ano passado (quando acertou 16 e ficou em segundo), e agora ganhou. Fico no aguardo do seu número de conta corrente para que eu possa depositar R$ 300. 
No bolão grátis, que eu não acompanhei (com a minha internet, mal deu pra acompanhar a cerimônia e o bolão pago), houve cinco vencedores empatados com 15 acertos cada: Lilian, Ítalo, Lívia (é a mesma Lívia, que fez a mesma aposta nos dois bolões), Renata e Gabriella T. Espero que vocês façam como a Lívia e participem ano que vem do bolão grátis!
E agora eis que chego ao final da entrega do Oscar mais inusitada em 89 anos de sua história. 
Warren Beatty e Faye Dunaway foram convidados para anunciar a estatueta mais esperada, a de melhor filme. Os dois foram chamados para marcar os cinquenta anos de um filme icônico, incrível (que se você não viu deveria ver, e se já viu deveria rever), Bonnie and Clyde, Uma Rajada de Balas. E na hora de abrir o envelope e ler o que lá está escrito, Warren fica enrolando, tentando encontrar um outro envelope, até que mostra o que tem pra Faye, e ela lê: La La Land
Toda a equipe sobe ao palco, emocionada, se abraçando, um pessoal começa a discursar... E aí um dos produtores do filme diz no microfone que houve um erro e que o verdadeiro vencedor foi Moonlight, e mostra o envelope, em que está escrito Moonlight. 
Toda a equipe de Moonlight sobe ao palco, emocionada, se abraçando, mas confusa e sem saber se está sendo vítima de um trote. O público aplaude muito e observa tudo, incrédulo. Nos bastidores, o diretor de Manchester brinca com os repórteres: "Nesse momento devem estar falando que houve um erro e que o verdadeiro vencedor de melhor filme foi Manchester à Beira Mar".

Tal erro já aconteceu em concurso de miss, mas nunca no Oscar. Quer dizer, algo parecido aconteceu uma vez, em 1964, quando deram o envelope errado pro apresentador Sammy Davis Jr. anunciar. Mas isso foi resolvido rapidamente, antes que qualquer um subisse ao palco, e numa categoria muito menos importante que a de melhor filme. 
Culparam todo mundo pelo erro gigantesco. Parece que deram o envelope de melhor atriz (Emma Stone por La La Land) para o casal de Bonnie e Clyde
Culparam Warren Beatty (tadinho, imagina a pressão na hora), culparam o Leonardo DiCaprio (que, de acordo com as conspirações, não entregou o envelope de melhor atriz para Emma), culparam a própria Emma, disseram que isso foi feito para causar maior emoção... Várias horas depois, a PriceWaterhouseCooper (a firma responsável por manter os envelopes lacrados e por auditorar cada prêmio) lançou uma nota pedindo desculpas e prometendo uma investigação. Vão acabar culpando o estagiário, quer ver?
É lamentável que isso ocorra. Você tem 24 categorias, 24 envelopes, e tem uma ordem que é repetida em toda cerimônia (melhor filme sempre é o último prêmio da noite). Não pode ser tão difícil organizar isso direito! O Oscar é uma cerimônia caríssima (como disse a diretora de um curta-metragem certa vez, "Este vestido que estou usando custou mais que o meu filme") que tem uma audiência de centenas de milhões de pessoas. Não deve haver espaço pra erros amadores desse tipo, que são embaraçosos para os apresentadores, para os vencedores e para os perdedores. 
O pior é que aconteceu logo no ano em que o filme mais negro de toda a história ganha o Oscar. Moonlight, uma produção independente e baratinha, tem toda uma equipe praticamente negra. Não há personagens brancas neste filme feito por negros sobre negros, um filme importante com poder para suscitar debates sobre racismo, drogas, masculinidade, bullying, e homofobia na comunidade negra.
Não acho que foi uma conspiração do #OscarTãoBranco contra os negros, mas é lamentável que tenha ocorrido logo agora, tirando um pouco do brilho de Moonlight.
Por outro lado, essa presepada dos Oscars será lembrada para sempre. 

domingo, 26 de fevereiro de 2017

OSCAR E BOLÃO AGORA

Vou estar aqui vendo o Oscar, checando as tabelas do bolão (que o Júlio César mandou pros participantes por email, em Word e pdf) 
e, nos intervalos da longa cerimônia, tecendo alguns comentários. 
Por onde você vai assistir?
Participe você também! Estou bem ansiosa...

sábado, 25 de fevereiro de 2017

QUEM VAI GANHAR O OSCAR E O BOLÃO?

Gente, as tabelas do bolão do Oscar estão prontas. Você pode vê-las aqui, no Dropbox que o querido Júlio César mandou. 
Por enquanto está em Excel, aqui a pouco ele envia as tabelas no Word. Ele acrescentou que pra baixar as tabelas no computador é preciso clicar em "baixar" no canto superior direito.
A gente demorou um pouquinho mais que de costume porque dez pessoas apostaram no bolão pago mas não pagaram. Até aí tudo bem, essas pessoas foram transferidas pro bolão grátis. 
Só que apareceu um depósito de R$ 20 a mais na minha conta que eu não consegui identificar, não veio com o nome. Então o Júlio enviou um email para essas dez pessoas que apostaram no pago mas não pagaram pra perguntar se era de alguma delas o depósito. Quatro responderam e disseram que não. 
Como não dá pra esperar pra sempre (e também as regras são claras: além de pagar, tem também que enviar um email com o comprovante; tudo ok quando dá pra identificar, mas quando não dá, fica difícil), fechamos o bolão assim: há quinze participantes no bolão pago (ou seja, quem ganhar vai levar R$ 300; se houver empate no número de acertos, o que é provável que aconteça, porque as apostas estão bem parecidas, reparte-se o prêmio). 
Mais uma vez, Júlio e eu fizemos apostas idênticas. 
Mas a disputa ficará menos emocionante, porque a incrível Alexandra, vencedora frequente do meu bolão, não participou desta vez, pela primeira vez em, sei lá, quinze anos?! Espero que vc esteja bem, Ale!
No bolão grátis 126 pessoas participaram. 
Pra mim, o mais difícil foi figurino (La La Land ou Jackie? La La tem a seu favor o favoritismo em praticamente tudo, mas nessa categoria filmes de época levam vantagem; eu acabei colocando Jackie no pago e La La no grátis. Espero não me arrepender!) e filme estrangeiro (o alemão Toni Erdmann ganhou quase todos os prêmios e é um sucesso, tanto que Jack Nicholson vai interpretar o papel título na refilmagem, mas eu comecei a ver o filme e achei um porre. 
O principal motivo, porém, é que os votantes da Academia podem escolher O Apartamento como um voto de protesto contra Trump, que proibiu iranianos e outras nacionalidades de maioria muçulmana de entrarem nos EUA. O diretor iraniano Ashghar Farhadi, que ganhou em 2012 por A Separação, já anunciou que boicotará a premiação). 
Apareçam por aqui amanhã à noite pra gente acompanhar a cerimônia e o bolão juntos. Minha conexão de internet está uma porcaria desde o ano passado, quando a Vivo comprou a GVT. Mas tenho fé que amanhã vai estar melhor (aqui uma lista com todos os indicados). 
Ah, ainda dá pra votar, até amanhã à noite, em quem você quer que ganhe melhor filme. Até agora 317 pessoas votaram e La La Land está bem na frente, com 29% das preferências, seguido por Estrelas Além do Tempo (16%), A Chegada (14%), e Moonlight (11%). 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

BOLÃO DO OSCAR: ACABA HOJE!

- Você achava mesmo que deixaríamos o Google acabar com o bolão da Lola?


Gente ótima, vamos encerrar o meu tradicional bolão do Oscar logo mais, às 23:59 em ponto! Não deixe de apostar, nem que seja só no grátis, bem aqui
Pra apostar no bolão pago, ainda dá tempo também. É só transferir R$ 20 pra uma das minhas duas contas -- Banco do Brasil, agência 3653-6, cc 32853-7, ou Santander, agência 3508, cc 010772760 -- e mandar um email pra mim (lolaescreva@gmail.com), com cópia pro Júlio (jcaoalves@gmail.com), com o comprovante. Faça as apostas aqui
Eu vou fazer as apostas agorinha mesmo, com muito atraso. E domingo apareça aqui no meio da folia pra comentar o Oscar. 

DEIXEM DE ENROLAR! BOLÃO DO OSCAR É SÓ ATÉ ÀS 23:59 DE HOJE

- Já passou da hora de entrar no bolão do Oscar da Lola!

Pessoas queridas, a cerimônia do Oscar será este domingo, no meio do carnaval (vamos assistir juntos?), e só é possível entrar no meu tradicional bolão até hoje, sexta, às 23:59. Depois disso, encerra automaticamente.
Isso dá tempo para o querido Júlio César organizar todas as tabelas (duas) e enviá-las por email a todos os participantes. E ter as tabelas em mãos possibilita que você acompanhe a cerimônia torcendo pros filmes que você apostou. 
Lembre-se de apostar em quem você acha que vai ganhar, não necessariamente em quem você quer que ganhe. Entre no bolão grátis (leva cinco minutos pra você fazer seus chutes), bem aqui
Pra apostar no bolão pago (que eu recomendo!), é um pouquinho mais complicado, mas nada do outro mundo. Transfira R$ 20 pra uma das minhas duas contas -- Banco do Brasil, agência 3653-6, cc 32853-7, ou Santander, agência 3508, cc 010772760 -- e mande um email pra mim (lolaescreva@gmail.com), com cópia pro Júlio (jcaoalves@gmail.com), com cópia do comprovante. Daí é só caprichar nas apostas aqui
Eu não gostei muito de Um Limite Entre Nós (Fences), porque realmente parece teatro filmado e, pior de tudo, porque o terceiro ato e o final redentor soaram muito como forçação de barra pra mim.
Mas Viola Davis é favorita ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, o que é injusto. Não porque ela não seja uma senhora atriz merecedora de todos os prêmios, mas porque ela não é coadjuvante no filme. Aliás, ela é a única atriz. Se concorresse no prêmio principal, provavelmente seria favorita também. É o ano dela (finalmente!). 
E será que Denzel Washington leva seu terceiro Oscar pra casa no domingo? 
Casey Affleck (no superestimado, a meu ver, Manchester à Beira Mar) tem levado quase todos os prêmios, mas Denzel recentemente ganhou o SAG Awards (o prêmio dos atores e atrizes), e nos últimos doze anos, onze atores que ganharam o SAG ganharam o Oscar (a exceção foi Johnny Depp pelo primeiro Piratas do Caribe, que perdeu a estatueta pra Sean Penn por Sobre Meninos e Lobos). Ainda não sei em quem apostar. Pois é, confesso que deixei pra fazer as apostas no bolão na última hora.