Ontem Bolsonaro falou um monte de besteiras e mentiras no Roda Viva, entre elas que os portugueses não pisaram na África (alguém conta pra ele sobre Moçambique e Angola?), que eram os negros que escravizaram os negros, e que a principal causa da mortalidade infantil são os prematuros e as grávidas que não fazem higiene bucal.
Mais uma vez, defendeu a ditadura militar e o torturador Brilhante Ustra (cujo método de tortura envolvia ratos nas vaginas das mulheres, o que hoje é visto como estupro). Aquilo que os reaças que o chamam de "mito" estão cansados de saber.
E, mais uma vez, comprovando que sua principal bandeira não é a questão da segurança, do combate à corrupção, ou da família, e sim o ódio à esquerda, ele atacou covardemente a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Sempre com as mesmas fake news, ele disse que a deputada e ex-ministra dos Direitos Humanos defendeu Champinha (o que simplesmente não é verdade; ser contra a redução da maioridade penal não é defender marginais), e que ele respondeu a ela "Você não merece ser estuprada" depois que ela o chamou de estuprador.
É mentira que ela o chamou de estuprador no embate que tiveram em 2003 (ele sim a chamou de vagabunda), quinze anos atrás, quando ambos, lado a lado, eram entrevistados por diferentes equipes. É mentira que a reação agressiva dele foi "no calor do momento".
Tanto que ele repetiu o insulto (uma ofensa a todas as mulheres) onze anos depois, na Câmara dos Deputados, e em seguida numa entrevista para uma revista. Ele nunca se arrependeu do que disse, nunca pediu desculpas. Agora, em campanha, vê que não consegue conquistar o voto das mulheres. Por que será?
Reproduzo aqui o curto texto que Maria do Rosário publicou na sua página no Facebook:
Já venci processo judicial contra Bolsonaro no STJ por unanimidade.
Mesmo condenado por danos morais, ele continua mentindo, me agredindo e agredindo todas as mulheres.
Existem dois processos contra ele no Superior Tribunal Federal por afirmar que há mulheres que merecem ser estupradas.
Jamais defendi Champinha ou qualquer estuprador. Nem os da ditadura que ele defendeu nesse programa, dizendo que repetiria seus crimes, nem os de hoje.
Esse é o manto sob o qual ele se esconde por usar palavras abomináveis contra as mulheres. Mas vai pagar. Com a derrota e na justiça.
Não me calarei diante do ódio. Defendo direitos humanos, trabalhei para a comissão da verdade. Defendo as crianças, as mulheres, LGBT’s, negros e negras, indígenas, pessoas com deficiência, pobres, sem-terra, sem-teto e aprovei leis importantes para o Brasil. E esse cara, o que fez?
Nada.