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domingo, 30 de agosto de 2009

PRA CIMA DE SÃO PAULO É TUDO IGUAL

Quinta no almoço, o maridão e eu fomos almoçar num restaurante por quilo que fica do lado do posto de gasolina onde abastecemos, não muito longe de casa (em Joinville). Custa 8 reais por pessoa, e é meio a única ocasião em que como carne. O maridão conhece bem o dono do lugar, porque, quando o Hamlet estava vivo, era comum ir lá pra recolher restos de comida que seriam jogados fora (como eu disse, meu cachorrinho era um freegan). Depois de um minutinho de conversa sem nenhum propósito, cutuquei o maridão e perguntei:
- Você não vai falar pra ele?
- Ah é. A gente vai se mudar pra Fortaleza!
E o dono do restaurante: - Fortaleza?... Isso é perto de Belo Horizonte?
Silêncio constrangedor. Explicamos que fica, tipo assim, beeem mais ao norte. E o sujeito, sem entusiasmo algum:
- Legal.
O melhor comentário foi o do maridão pra mim, ao sairmos do restaurante:
- Eu me senti falando com um americano.
Depois a gente faz troça com aquelas estatísticas que dizem que 25% dos americanos não conseguem localizar seu próprio país no mapa-múndi. Até parece que a gente tá num estágio muito mais avançado...
Quem diria, pessoal de Minas: vamos ser vizinhos!
UPDATE: A Barbara me mandou um mapa do "Brasil visto pelos paulistas" (clique para ampliá-lo). Acho que boa parte do que está lá confere... Principalmente SC vista como terra de "gostosas" (não tenho muita certeza sobre PR). É sinal do nosso racismo que SC, onde os brasileiros acham que todas as mulheres são loiras tipo a Vera Fischer, seja visto como um paraíso de mulher bonita.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VENDE-SE MINHA CASINHA

Ontem pus minha casa em Joinville à venda. Dá até um frio na barriga ver minha casinha, comprada há 16 anos, com uma placa de “vende-se” na frente. Mas não dá pra se apegar tanto assim às coisas. Casa é só um lugar onde a gente mora e se sente bem. Dá pra fazer de quase qualquer casa um lar. É só que, até hoje, esta é a única casa que eu escolhi e comprei com o meu suado dinheirinho.
A boa notícia é que minha impressão de quanto custava o meu imóvel estava completamente defasada. Eu e o maridão chamamos um amigo nosso que trabalha com imobiliária pra avaliar a casa, e ele deu o preço: 128 mil. Iuhuu! Eu havia calculado uns 80 mil. Ele disse que esse é o preço de um terreno na região, sinal de que o bairro (e a cidade) se valorizou muito, porque acho que dez anos atrás o terreno custava uns 15. Lembrem-se que, em 93, comprei minha casinha por 7,5 mil dólares (uns quinze mil reais)? A casa em si não foi tão reformada ao longo do tempo. Fizemos melhorias, trocamos as telhas, alguns azulejos, o forro de madeira tomado por cupins por um de PVC, colocamos grades nas janelas, e o jardim ficou muito mais bonito. Mas a principal reforma foi na edícula. O terreno veio com o que chamam por aqui de meia-água, uma casinha bem pequena, tipo kitinete, que eu aluguei durante uns anos (e tive inúmeros problemas com inquilinos que não pagavam, um que devia pra todas as lojas da cidade e inventou que o maridão era irmão dele! - o pessoal vinha aqui cobrar; um casal que fazia altos escândalos quando brigava etc). Aí decidimos reformar a edícula pra que minha mãe pudesse morar aqui, quando não tivesse mais onde viver em SP. E ficou uma gracinha, um sobrado com 60m2, varandinha e tudo mais, super fofo. Então, na realidade, são duas casas. Um ótimo negócio pra quem tem um parente que precisa morar perto.
Claro, esperamos que a casa não se venda tão rápido. Meus planos são ir pra Fortaleza no final de outubro, início de novembro (quando, aparentemente, serei empossada, com solenidade com o reitor e tudo, e já passarei a receber salário, o que me deixa saltitante de felicidade, porque não vejo tutu praticamente desde julho). Aí eu alugo uma kitinete perto da faculdade, e já começo a ver na região as casas à venda. Bom seria um esquema como o que temos em Joinville―uma casa maior com uma casa nos fundos, pra minha mãe. Mas, pelo que vi, os terrenos parecem ser menores em Fortaleza. Logo, é mais comum ter casas duplex, duas casas independentes, uma em cima da outra. E, pelo que comecei a pesquisar, o valor é mais alto que em Joinville, entre 170 e 200 mil na região que quero (perto da universidade). Eu e o maridão vimos fotos de várias casas à venda num site. A que mais gostamos ficava no bairro de Damas, a 3 quilômetros da UFC. Era grande, arborizada (o que pra mim é importantíssimo, amo árvores, odeio esses buracos de cimento sem verde), um charme. 180 m2 num terreno de 500 m2. Nesse caso, pegaríamos, sei lá, 50 m2, e adaptaríamos esse espaço pra que tivesse uma cozinha, salinha, quarto, banheiro, com entrada independente, pra que minha mãe morasse lá, e nós viveríamos no resto. Acho que daria (porque morar na mesma casa, dividindo cozinha e tal, nem pensar). Se não encontrarmos um imóvel que venha com outra casinha, ou que dê pra separar, o jeito será comprar uma casa pra gente, e um apartamento tipo kitinete em outro local pra minha mãe. Vamos ver. Eu me mudando pra lá em novembro, terei uma eternidade pra ver casas na região. E a Manu, que mora no Benfica (bairro do meu departamento na universidade), ainda prometeu ajudar!
A ideia é que o maridão, minha mãe e os gatos só fossem pra Fortaleza um pouco depois, em janeiro ou fevereiro, quando a casa lá já estivesse comprada. Também tem o lance d'o maridão não poder largar o emprego dele de um dia pro outro. Enfim, toda mudança é complicada. Também vamos precisar vender o carro em Joinville e comprar um outro em Fortaleza. Espero ter coragem de dirigir numa cidade com 2,6 milhões de habitantes e uns 600 mil veículos, pelo que me disse um taxista. E um trânsito de lascar. E motoristas maluquetes, como em todo o Brasil (infelizmente! Vamos mudar nossa forma barbárica de dirigir?).
Já já falo pra vocês a bateria de exames médicos que preciso fazer. Pelas minhas contas, são 14. É, eu disse quatorze.