segunda-feira, 9 de maio de 2011

POLITICAMENTE INCORRETO NÃO É TRANSGRESSOR, RAFINHA

Rafinha, a verdadeira vítima do mundo de hoje

Uma leitora na sexta me mandou por email a reportagem da Rolling Stones que retrata um tal de Rafinha Bastos que, no seu show de stand-up comedy, faz piadas sobre estupro e afirma que "homem que estupra mulher feia não merece cadeia, merece um abraço". Eu digo “um tal” porque mal sei quem é esse Rafinha. Nunca vi CQC. Não sei distinguir um Danilo Alguma Coisa de um Rafinha (o Marcelo Tas eu sei, porque eu via TV na década de 80). Eu sabia, antes de ler a reportagem, que esse Rafinha foi escolhido por não sei quem o homem mais influente do Twitter. Tipo, grandes coisas da humanidade. Não sei se foi ele ou o tal Danilo que já fez declarações racistas e, do alto de seu privilégio branco, não viu nada de mais em chamar negros de macacos. Sei que eles fazem humor com vítimas de terremoto, com gente com necessidades especiais, com gordos, enfim, com tudo. E deve ter gente que adora esse tipo de humor e faz dele uma bandeira: uma bandeira contra o politicamente correto. Pra essa galera (que não é pequena; aliás, é muito mais gente do que nós que criticamos), a pior praga que tem neste planeta é o politicamente correto. Não é a fome. Não é a guerra. Não é o fato que mulheres são estupradas. Não, tudo isso nem é problema. Problema mesmo é o politicamente correto. Porque como é que pode?! Durante séculos esse pessoal pôde escrever e falar besteiras à vontade, fazer piada com tudo, e de repente vem uma patrulha criticá-los?! Onde é que esse mundo vai parar?
Chegamos a um ponto em que quase sempre que alguém bate no peito pra dizer que é politicamente incorreto, você pode se preparar porque lá vem asneira contra qualquer grupo que costuma ser discriminado. O problema não é um grupo ser discriminado, entende? O problema é alguém te achar uma besta quadrada por você fazer piada com um grupo que costuma ser discriminado!
Eu não sou a pessoa mais adequada pra falar de humor. Já me meti em encrencas por rir de coisas consideradas inapropriadas por algumas pessoas. Mas, sei lá, rir é uma coisa, fazer piada é outra (exemplinho: quando a sessão adolescente entoou um coro de "Viado! Viado" no final de Homem Aranha, por ele não ficar com a Mary Jane, eu ri. Mas nunca iniciaria ou me juntaria a um coro desses). Rafinhas e afins têm fãs justamente porque falam esses preconceitos na cara dura. Aliás, seus fãs não se acham preconceituosos. Eles chamam esses preconceitos que seus ídolos disparam de “verdades”. Mas o que tem de verdade em dizer que uma mulher feia tem sorte por ser estuprada? Esses fãs acham que estupro é sexo e não violência, é isso? Acham que alguém pode ser sortuda por ser vítima de um crime terrível? Acham que só mulheres bonitas costumam ser estupradas? Ah, então a verdade é uma só: esses fãs não sabem absolutamente nada sobre estupro! Estupro é só uma abstração pra eles, uma realidade tão distante que eles podem rir à vontade! Se eles conhecessem alguma pessoa que foi estuprada, provavelmente seria difícil rir dessas “verdades”.
Isso de dizer que mulher feia teve sorte por sofrer um estupro é o maior clichê. Tanto que quase todo mundo já ouviu isso, não? Um dos primeiros posts que escrevi, mais de três anos atrás, falava de uma blogueira americana e dos comentários misóginos que recebeu de masculinistas (na época eu nem sabia o que era isso; nunca tinha ouvido o termo feminazi) quando contou que fora estuprada. “Foi a melhor transa que você já teve” e “Você deveria se considerar sortuda que algum homem achou uma ogra horrorosa como você 'estuprável'” foram apenas alguns dos comentários. Engraçados, né? Se ela não riu, é porque não tem senso de humor!
Faz um mês, mais ou menos, eu estava vendo um dvd emprestado por amigos. Era um show de um grupo de humor argentino, o Les Luthiers. Eu não tava achando nenhuma maravilha, mas os senhores eram simpáticos, pareciam estar se divertindo, e tocavam uns instrumentos e cantavam. Até que fizeram piadinha com estupro. Exatamente essa do Rafinha Tão Inovador. Eles falaram de uma vizinha que fora violentada, e como, no caso dela, foi a maior sorte, porque ninguém fazia sexo com ela mesmo. Só faltaram dizer que o estuprador merecia um abraço. Aí eu parei de ver o dvd e decidi que, por mais que eu goste dos meus amigos, não tenho que ter o mesmo senso de humor.
Blergh. Olha, eu já achei o politicamente correto um exagero. Mas sério, deve fazer pelo menos uns cinco anos que não acho mais. Quando li o termo considerado aceitável pra se tratar um cego (primeiro era visually impaired, depois virou visually challenged) eu achei muito estranho. Mas aí comecei a pensar que, pô, a palavra cego só é associada a coisas negativas, então não deve ser legal ser chamado de cego, mesmo que você tenha uma deficiência visual (aqui todo um guia de como se referir a pessoas com deficiências). Eu vou aprendendo à medida que posso. Parei de usar retardado porque é um baita desrespeito pra quem tem necessidades especiais falar disso como se fosse uma ofensa. A primeira vez que me falaram que não é pra dizer homossexualismo, porque isso remete à doença (afinal, ninguém fala em heterossexualismo), e sim homossexualidade, foi aqui no blog (viado eu nunca usei, sempre considerei ofensivo). Aprendi que se deve dizer a travesti (e não o travesti) esses dias. Mas ainda tem um monte de termos que não sei usar corretamente por pura ignorância. Mas eu quero aprender. Exige esforço, exige criatividade. Às vezes tenho de substituir palavras. Mas se um grupo que costuma ser discriminado pede pra ser tratado de certa forma, ele merece ser ouvido. Se eu posso, através da escolha das minhas palavras, impedir que um grupo continue sendo marginalizado, eu vou tomar cuidado. Vale o esforço.
A linguagem é uma construção social em constante mudança. Termos são incorporados, abandonados, modificados, todo santo dia. A gente pode mudar. A gente pode deixar de usar um tipo de vocábulo porque ele é ofensivo a um grupo (por exemplo, o cara quer continuar chamando gay de viado, mas não quer ser chamado de homofóbico! Ah, não quer? Então pare de se comportar como um!). Eu acho ótimo estarmos vivendo numa época em que boa parte das pessoas fica indignada com piadas contra minorias. Sim, muitas vezes o humor é transgressor. Mas o que esse pessoal que ataca minorias pra fazer piada precisa entender é que eles não estão transgredindo nada. Seus tataravôs já eram racistas, gente. Pode ter certeza que seus tataravôs já comparavam negros com macacos. Aposto como seus tataravôs já faziam gracinhas sobre a sorte que uma moça feia teve em ser estuprada. Vocês não são moderninhos, não são ousados, não são criativos. Vocês estão apenas seguindo uma tradição. E, se naquela época já não era engraçado, imagina agora?
Rebeldia é querer mudar o mundo, começando pela forma que falamos. Não há nada de novo ou de rebelde em eternizar velhos preconceitos, Rafinha.

211 comentários:

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Renata disse...

ah, lola, concordo inteiramente com seu post. convivo com pessoas que adoram esse tipo de humor e se orgulham de estar numa "cruzada" contra o politicamente correto. confesso que não sei nem como lidar com minha indignação diante dessas coisas. difícil.

aiaiai disse...

Perfeito! Só aproveitando para divulgar texto do Idelber q explica a origem da expressão Politicamente Correto e seu uso para desqualificar quem quer contribuir para a evolução da nossa sociedade. Muito esclarecedor!

http://migre.me/4usba

Pandora disse...

Depois de posts como esse, nem da vontade de comentar! Dizer o que? Que vc disse tudo, que eu concordo plenamente???

Anônimo disse...

Nem oito, nem oitenta.

O "politicamente correto" aponta para questões importantes. No exagero, se torna, sim, uma espécie de censura.

Exemplos. O humor judaico é sabidamente feito por judeus. Talvez eu devesse dizer "israelitas". O humor gay também. Ao menos em parte. Os gays - de modo geral - têm grande senso de humor. A gente pode dizer que uma pessoa tem senso de humor quando ela ri de si mesma. O que é a "drag queen", senão uma piada viva com o travestismo?

A piada comum - aquela que se repete nas ruas - sempre tem um alvo, frequentemente uma minoria. Será que ao menos piada de papagaio pode? Ou atenta contra a dignidade do bichinho?

Outra coisa é a agressão gratuita, sem graça, dita como piada. É o caso da mulher que "teve a sorte" de ser estuprada.

A propósito, Lola, vc sabe por que as piadas de louras são sempre curtinhas? É que, se forem longas, os homens não conseguem entender.

Anônimo disse...

Exatamente. Grande parte (senão todas) as piadas preconceituosas são extremamente velhas, e se alguém não conhece é porque talvez não tinha chegado ao seu círculo ainda. Les Luthiers não é bem novo, por exemplo. E também duvido que tenham sido eles a inventarem a piada citada. Quer dizer, é bem o que você disse, como eles podem achar que estão "inovando" e "quebrando barreiras" apenas por repetir velhas piadas preconceituosas?

Priskka disse...

Felizmente, meu cérebro evoluiu, adquiri consciência crítica e não assisto CQC mais. Quando li essa matéria da Rolling Stone, não cabia em mim de tanto repúdio. Eu jamais assistiria um stand up desses calada, me levantaria e iria embora. O Rafinha é um babaca arrogante e é bom que aproveite os 15 minutos de fama dele, porque isso não vai durar. Esses programas de "humor" que apelam para o mais torpe do ser humano com o objetivo de fazer rir são a pior merda que poderia dominar a televisão brasileira.

Ginger disse...

Nossa como eu me revolto com esses "formadores" de opnião!

Todos eles, Felipe Neto, CQC...Ronald Rios... tudo o que eles fazem é propagar preconceitos e pagam de modernosos, eles marginalizam todas as pessoas que discordam deles, são uns babacas!

Lola seu texto ta perfeito :)

Lord Anderson disse...

Engraçado que muitos dos praticantes e defensores desse tipo de "humor", gostam de posar de corajosos por "desafiar" o politicamente correto, mas são covardes demais para assumirem seus preconceitos, por isso não suportam serem apontados como machistas, homofobicos, etc.

Triste contradição.

crazenough disse...

Que saudade de grandes comediantes como o mestre Geoge Carlin, que apesar da virulência de suas críticas ao estilo de vida estadunidense, sempre valorizou a mulher.
Ao referido projeto de comediante falta inteligência e talento.

Raquel disse...

Há muito tempo me incomodo com a defesa em que pessoas da minha idade fazem desses programas de humor, como se o "politicamente incorreto" falasse a verdade nua e crua, sem os preconceitos e julgamentos(!!) do politicamente correto... (como já ouvi dizerem)mas acho que o que vc falou no final do post é super importante, não há nada de transgressor nessas piadas ou nesse tipo de humor, não há nada de moderno! é o típico humor conservador. Também fiquei pensando que esse novo título de "politicamente incorreto" parece uma licença tipo: "vou dizer a verdade e não posso ser punido por isso", ou seja, posso ser preconceituoso sem sofrer as consequencias daquilo que falo/faço... será que tudo isso não é um medinho de ser enquadrado nos crimes comuns de ódio/racismo?
Enfim, achei o post super oportuno, pq além do mais, é esse tipo de humor que vejo nos adolecentes/jovens dos quais me cerco... e esse tipo de visão de mundo tem definido posições sociais e políticas... algo extremamente assustador...

Aoi Ito disse...

É claro que eles defendem o politicamente incorreto - Eles nunca serão atingidos por esse mesmo politicamente incorreto, afinal, a maioria desses comediantes é mesmo feita de homens brancos, heteros, cis, able-bodied...

E aí vem aquela coisa, né: Um não tem nada a ver com a vida do outro, então pra que defender ou tentar parar a opressão dos outros, que não têm nada a ver com a sua vida? Se eles morrerem, se acidentarem, se matarem, forem vítimas de violência ou não, não faz diferença nenhuma, não é você.

É, minha gente, é a era do individualismo zoado.

Escarlate disse...

Tanto se lutou pela liberdade de expressão, pessoas morreram e foram torturadas, para que idiotas de terno tivessem o direito de oprimir as minorias ainda mais. Tenho o maior orgulho de dizer que sempre O-DI-EI CQC, e que devo ter assistido umas 2 vezes sem querer. Super sem-graça, matérias estúpidas, piadas homofóbicas e misóginas, desrespeito. Não fica muito atrás de Pânico na TV, que é outra anomalia do sistema.

Esse Rafinha é um idiota posando de "sincero" como muitos já fizeram e vão fazer. E é o mais influente? Por isso que o Brasil não vai pra frente.

Thiago Nogueira disse...

Eu não gosto dele!

Thiago Pinheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago Pinheiro disse...

É possível fazer humor sobre e com grupos tradicionalmente oprimidos e situações mais delicadas sem ser abusivo.
Pode ser algo até interessante quando se põe em questão algumas formas de tratamento usuais diante da dor e dos dilemas de pessoas que por um motivo ou outro sofrem preconceito.
Algo que o Rafinha Bastos, obviamente, não realizou.
Concordo com a Lola quando chama de conservadoras essas formas de humor.

Henrique Eldinias disse...

Aaaii gentem, quanta hipocrisia!!

PedroYukari @snoopy_xxy disse...

Lola, que texto perfeito! Não consigo discordar em nada! Também gostei muito do que o Joel disse. Eu mesmo tenho costume de brincar com estereótipos, afinal, gostando ou não eles existem, mas sou radicalmente contra piadas que depreciem outras pessoas.
E realmente é uma escrotice só um ser querer chocar minorias, em vez de fazer justamente ao contrário: Chocar todas a maioria de pessoas que são racistas, homofóbicas e etc... Depois esse mesmo tipo de gente acha que tem direito de fazer piada com português...

bibi move disse...

pelo menos, ao que deu a entender, a revista nao deixou patido o tom crítico ao humor ignorante.
acho que essa é a diferença.
Lewis Black por exemplo n tem nada de politicamente correto, mas sabe construir as situações de humor a partir de comentarios acidos, inteligentes e com um senso critico em relação ao status quo.

Adib disse...

O "politicamente incorreto" é o último refúgio dos canalhas. Já foi a pátria, lembra?

Todo escroque agora se acha um iconoclasta. Se uso o termo correto, "escroque", sou patrulhado. Tenho que usar eufemismos como "espirituoso", "moderninho", etc. Ouvir aquele papo de tio reacionário em reunião de família ficou difícil. Agora é ele quem tá na moda.

Pentacúspide disse...

Eu não acredito no politicamente correcto, e não sou a favor de censura no humor. Com Joel referiu, os judeus fazem piadas sobre judeus, os pretos sobre pretos, os gays sobre gays, e a malta ri-se, com a desculpa: ah, mas é um judeu a falar mal dos judeus! "Pois, sim, mas por quê tu te ris se não és judeu?". Por outras palavras se piadas deviam ser exclusivas a grupos, a vontade que provocam de rir também devia ser; ou seja, ninguém devia fazer piada sobre ninguém.

Vejam este vídeo, feito por muçulmanos para brincar com muçulmanos e digam que não se riram (http://migre.me/4uvVe). Aliás, que aqui já viu South Park que goza com tudo e todos e não se riu?

Se fazer piada é publicar preconceito, rir-se delas é também publicitar preconceito. Eu acho que antes de tudo o necessário é contextualizar, agora não vamos crucificar os outros porque boa parte dos que os escutam não sabem ponderar.

Mariana Pereira disse...

Existe uma diferença entre "politicamente correto" e "respeito" que esse pessoalzinho do CQC não aprendeu ainda.

E esse Rafinha Bastos... não merece nem comentários! :)

Adorei o texto.

Anônimo disse...

Lola, chego aqui através do Luz de Luma, e realmente gostei do blog. Vou guardá-lo entre minhas leituras diárias. Quem conhece meus comentários sabe que gosto de cutucar e, geralmente, discordo mesmo que seja do menor aspecto, mesmo concordando com o todo, para levantar questões.
Discordo do todo, no entanto, nesse texto, mas esse “todo” parte de alguns aspectos cuja verdade não me pertence, e que são perfeitamente debatíveis. A primeira questão é se a diferença correta seria entre “rir de piadas” e “fazê-las”, ou se é entre “chacotas” e “humor”. Sou um dos defensores do humor irrestrito. Acredito na filosofia que, rindo, solucionamos a maioria de nossos conflitos, ou algo similar, rir é sinal de evolução psico-emocional. Logo, entendo que uma chacota ou um comentário discriminatório, ou “uma piada verdadeira”, é bastante diferenciável de uma pessoa que faz piadas de absolutamente tudo, incluindo si próprio (não conheço os stand-ups do Rafinha Bastos, mas acredite, aqui na Gringolândia há muito pior). Por exemplo, se um negro faz piadas com negros e brancos, onde ele é racista? Onde se aplica, nesse caso, a lógica do desconhecimento de causa e, portanto, poder fazer piadas sobre a mesma? O melhor exemplo desse paradoxo, pra mim, é o comediante Josh Blue, que tem paralisia cerebral e faz piadas com tudo, inclusive com seu estado (o link é esse, vale a pena conferir mesmo sem saber Inglês: http://www.youtube.com/watch?v=i_rCS5sgPrY ).
A segunda questão é se o politicamente correto é realmente o que esses comediantes mais se importam. Seria como dizer que o que o futebolista deve se importar é com o mundo, não com jogar futebol. O comediante, em si, em sua missão de procurar extrair risos da plateia, preocupa-se com o humor em si, puramente pelo humor. Pra mim, pessoalmente, o tipo de humor que me incomoda é, justamente, o que eu considero socialmente incorreto: Dar sustos, bater ou brincar de violência física etc. Já zombar de tudo e todos, dos justos e dos injustos, dos deficientes ou dos sãos, dos discriminados ou do status quo, não é, para mim, absolutamente nada comparável ao racismo explícito disseminado através de chacotas. Por exemplo, eu já não sei se acharia graça em chamar Spider Man de viado especificamente por que essa associação é totalmente absurda: O viado é aquele que não cata mulher. O viado é ruim. O viado é incapaz sexualmente. No entanto, ainda assim, é direito deles de fazer esse tipo de piadas no contexto de humor, não de chacotas (diferente do que seria em um campo de futebol, entre as torcidas etc).
A terceira, por fim, é a construção da linguagem. Maya Angelou, a poetiza afro-descendente, disse que a palavra “nigger”, o mais famoso ícone do racismo estadunidense, não deveria ser usada entre os negros porque perpetua a imagem racista (cria uma auto-imagem de ódio). Em realidade, acredito que chamar o outro de “nigger” não constrói o que “nigger” queria dizer, mas sim o que quer dizer. Se eu nunca associei cego, ou negro, ou gay, ou judeu, a algo ruim, não tem porque essas palavras perpetuarem algo ruim em mim.
Mas, claro, é só uma opinião. No momento é assim que penso, mas talvez mude de ideia no futuro.
Beijos
Roy

Unknown disse...

Não sei porque se enquadra esse tipo de fala em anti-politicamente-correto ao invés de simples APOLOGIA ao CRIME.
Estupro é crime e pronto. É uma violência e chega dela.

O problema do politicamente correto é que ele muitas vezes impede a reflexão. Vira uma cartilha, a qual você tem que se referir o tempo todo, numa espécie de patrulha íntima.

É importante sim, que os grupos "minoritários" reflitam sobre as palavras que os cercam na sociedade. Mas mais do que impor palavras, seria importante se falar sobre eles.

Melhor do que eu ficar com medo de falar sobre os cegos, por não saber o termo correto, seria eu pensar em como os cegos se viram nas cidades. Pensar, falar sobre isso e não parar na denominação. Sair do rótulo.

Não é engraçado que a denominação de um grupo seja mais importante (é o único debate corrente por aí) do que as condições, a história e a memória desse grupo?

No texto do Idelber vocês perceberam que a expressão "politicamente correta" é uma invenção da direita. Será que isso não é uma armadilha?

Parece que o debate amplo com a sociedade acabou aí, nesse começo, na própria denominação das coisas. Parece que a direita conseguiu que olhássemos mais o dedo, do que o que ele aponta.

Priscilla disse...

ah o CQC começou com uma poroposta crítica, alguns quadros interessantes sobre a conjuntura política, mas depois os caras desembocaram num humor chifrin, com piadas homofóbicas, machistas e o viés crítico que restringia-se à esfera parlamentar morreu no mar do preconcetio e senso comum.
Só lamento a ressonância que estes panacas possuem nas redes sociais, propagando toda sorte de asneiras.

Anônimo disse...

Quanto ao estupro: Acho que se encaixa na mesma categoria de Spider Man, e não achei a menor grace. Acho que para o próprio bem de Bastos, fazer piadas anti-machistas equilibraria sua imagem. Mas ainda assim, ele tem direito, em termos de humor.
Mais um bjx
Roy

Priscilla disse...

ah o CQC começou com uma poroposta crítica, alguns quadros interessantes sobre a conjuntura política, mas depois os caras desembocaram num humor chifrin, com piadas homofóbicas, machistas e o viés crítico que restringia-se à esfera parlamentar morreu no mar do preconcetio e senso comum.
Só lamento a ressonância que estes panacas possuem nas redes sociais, propagando toda sorte de asneiras.

Fernando Borges disse...
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Caroline J. disse...

Lola, ali onde vc escreveu "Chegamos a um ponto em que quase sempre que alguém bate no peito pra dizer que é politicamente correto"... não seria politicamente INcorreto?

Thania Furbino disse...

Muito bom Lola .. precisamos cada vez mais nos conscientizar e levar isso aos outros.. É triste as pessoas acharem normal atitudes como a desse cara.

Agatha Abreu disse...

É por isso que eu sempre digo: comediante mesmo era o Mr. Bean, que fez pessoas rirem por gerações sem nunca ter pronunciado UMA palavra! Parabéns pelo texto, Lola!

Unknown disse...

Lola, eu acho seus pontos válidos, porém, eu sou dos que não vêem problema com esse tipo de humor, desde que seja encarado como humor. A gente não acha engraçado porque acredita que seja verdade, a gente acha engraçado pelo simples fato de quebrar as regras do comum.

Tem mesmo algumas piadas que chegam a um patamar diferente, mas a maioria é completamente aceitável, na minha opinião, justamente por não se destinar a uma pessoa por si só e sim a um grupo de pessoas.

O próprio Rafinha Bastos faz piada com o fato de ele ser sulista, assim como todos os outros participantes do CQC são encarnados por algum fato e levam isso na boa.

Eu concordo com você que essa piada não teve graça, mas o Rafinha é, sim, um ótimo humorista.

Agatha Abreu disse...
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Agatha Abreu disse...

É por isso que eu sempre digo: comediante mesmo era o Mr. Bean, que fez pessoas rirem por gerações sem nunca ter pronunciado UMA palavra! Parabéns pelo texto, Lola!

Anônimo disse...

Lola, se você morasse (como eu) no extremo sul do RS provavelmente teria no mínimo pensado que estava a viver no século XIX.

Show de cultura.

Abraço!

Fernando Borges disse...
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Fernando Borges disse...

Também não gosto desse "movimento" superficial contra o Politicamente Correto, mas não podemos esquecer que existem diversas características desse último que são ou podem ser até piores que uma atitude aparentemente ofensiva, que visa fazer humor com determinada situação.
Claro que tudo tem limites, mas consideraria horrível se um dia o humor negro caísse por terra.
Lembrando que Humor Negro não significa, necessariamente, racismo ou discriminação.
Sobre as características as quais me referi, posso citar o asco mascarado com tolerância, a condescendência e a falsidade.
A meu ver, existe uma linha tênue entre brincadeira e discriminação e não ultrapassando essa linha, pra mim está tudo bem.

Nola disse...

Aghata,

O Rowan Atkinson, já era um comediante famoso qdo fez o mr. Bean.

http://www.youtube.com/watch?v=7dPLTQ-0FmE
esse é um dos sketches mais famosos que tem no youtube, sobre o inferno, vale a pena ver.

Agora revendo esse vídeo, eu noto que se as piadas não fossem engraçadas talvez ele fosse um pouco ofensivo, mas não sei se alguém ia se incomodar.

The Sole Survivor disse...

Lola, eu leio as coisas que você escreve e isso me ajuda muito a mudar pra ser uma pessoa menos escrota.
De verdade.

Carol disse...

É possível ser politicamente incorreto e engraçado - como em Seinfield - e é possível ser idiota e engraçado, como em Monty Phyton em busca do cálice sagrado.

Se é politicamente incorreto E idiota, fica melhor ainda, como Monty Phyton em a Vida de Brian.

A palavra engraçado aí é o principal. Ser só politicamente incorreto e idiota não faz de ninguém um bom comediante.

O Rafinha Bastos é só um imbecil que parece gritar a todo momento "olha, gente, eu sei chocar as pessoas".

Aliás, não conheço um bom comediante brasileiro. Nisso, os americanos estão anos luz a nossa frente, vide nomes como a Tina Fey (minha musa linda, nerd, politicamente incorreta sim, mas sem ser imbecil e engraçadíssima).

Nola disse...

Ruan,

Entendo o seu ponto de vista. Não acho que raça, religião, etnia ou o que seja deveriam ser banidos da comédia. Mas acho que quem tem que decidir se uma piada é ofensiva ou não é a vítima dela. O Chris Rock faz mtas piadas de negros nos seus stand ups e o público composto de uma maioria negra gosta. A Anzu Lawson, que é uma comediante japonesa tb inclui raça no show dela o tempo todo, e o público não acha ruim.

Não me lembro qual dos CQCs falou que o politicamente correto está matando o humor, mas creio que o único humor sendo morto é o dele. Stephen Colbert e Rick Gervais continuam bem, obrigado.

Outra coisa é o que a Lola falou, piada velha não tem graça, e se uma piada preconceitusa não tem graça, sobra o que?

aiaiai disse...

Este texto vai no mesmo sentido do da lola, acrescentando alguns pensamentos e citações muito interessantes:

http://srtabia.com/2011/05/estupro-no-dos-outros-e-refresco/

Daní Montper disse...

Esse boçal presta um desserviço ao direito humano - o direito de não ser estuprado - e nem ser humilhado com isso.

Agora imagina a mulher que foi estuprada, que já não tem coragem de denunciar o agressor, escutando um formador de opinões falar "as mulheres que vejo reclamarem que foram estupradas são feias¹(...)quem estupra mulher feia merece abraço e não cadeia²"...E um monte de idiota rindo. Deve ser bom, né? ¬¬

É, valeu pelo desserviço, Rafinha Boçal Bastos

Oliveira disse...

Lola:

O presidente Obama foi mostrado, em uma montagem, como um filho de chimpanzé e não se falou nada contra isso nos Estados Unidos; democracia plena.

Democracia é isso aí: todos podem falar, criticar, gozar o que quiser, estando certo ou errado, não importa. Isso se chama conviver com todas as opiniões: é difícil, mas indispensável em democracia.

Até hoje só o PT não podia ser criticado, ou gozado pelos humorístas segundo os preceitos o "democrata" Lula. Agora, pelo jeito, as feias, gordas e correlatas, também não poderão ser alvo de críticas humorísticas segundo os preceitos da Lola.

Vai mal.

Anônimo disse...

O humor do Rafinha Bastos não é transgressor é conservador.Ou seja,eu detesto esse cara :)

Anônimo disse...
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Cha disse...

Nunca na minha vida vi CQC! Sempre achei uma babaquice.

Esses novos "humoristas" que vem aparecendo são uma desgraça.

Queria ver o rapaz fazer piada se tais fatos ocorressem na família ou com amigos.

Pimenta no c* dos outros é refresco!

Nola disse...

Oliveira,

Se falou bastante sobre o Obama como chimpanzé:

http://www.msnbc.msn.com/id/42656911/ns/politics-more_politics/t/gop-official-apologizes-obama-chimp-email/

O suficiente para que a pessoa que enviou o email pedisse desculpas publicamente e mesmo assim tivesse seu cargo no partido republicano ameaçado. Ameaçado pelos seus colegas republicanos.

Anônimo disse...

Só posso dizer que estou chocada com o comportamento do rafinha bastos. Isso é de extremo mal gosto e só mostra o quanto ele é um imbecil. Realmente, por que os homens odeiam as mulheres? Por que? Por que o sofrimento de uma mulher é uma piada? Eu juro que não consigo entender.

Isabel SFF disse...

Queria ver se alguém que defende esse tipo de piada boçal teria coragem de contá-la na frente de uma mulher que sofreu estupro. Eu convivo com diversas vítimas de violência, inclusive mulheres que foram estupradas, e posso dizer que nesses casos as seqüelas emocionais são graves e devastadoras. Foi por isso que fiquei tão indignada com esse indivíduo, pois já não é a primeira grande boçalidade que ele diz. Não sei qual a graça de humilhar alguém que foi vítima de violência, que já foi humilhada o suficiente.

Tem gente que lamenta o fato de não ser possível fazer piadas de "crioulo" na TV. Eu acho isso ótimo, porque a sociedade está mudando, mesmo que aos poucos. Os negros já têm voz para dizer que não querem ser insultados, mesmo que numa coisa tão banal quanto o humor. O problema é que a sociedade muda, mas a mentalidade das pessoas que (supostamente) fazem o humor, não. E o que a gente vê é isso: um monte de imbecil defendendo o direito de ser boçal.

Não se enganem, todo mundo tem o direito de odiar alguém. Mas os boçais precisam aprender que há conseqüências. É por isso que ninguém quer ser chamado de racista, imagina, é só a verdade. Defender o direito de ser politicamente incorreto soa mais bonitinho do que ser um babaca intolerante. Deixar de ser intolerante, ninguém quer.

Evitar piadas desse tipo não vai acabar com o machismo, o racismo, a homofobia. Mas sinaliza que as minorias estão ganhando voz e força. Sinaliza essas pequenas mudanças.

Nola disse...

Oliveira,

http://blogs.ocweekly.com/navelgazing/2011/04/marilyn_davenport_speaks_autho.php

aparentemente em democracias plenas vc corre um sério risco de perder o seu cargo se suas "opiniões" ofenderem outros.

Misturação - Ana Karla disse...

Realmente, rir da desgraça alheia é ser o minúsculo dos seres.
Lógico, que há situações hilárias,mas sem denegrir.
Grande post!!!
Xeros
Ana Karla

Marcus Petrônio disse...

Muito interessante esse ponto de vista. Estava matutando esta semana sobre uma paródia que fizeram com autistas, isso sempre existiu. Esses caras pensam que inventaram a roda, mas no fundo repetem o discurso dos avós. A piada era um gênero q não poderia ser censurado. Parece que a sociedade tá pensando diferente

Oliveira disse...

Reafirmo: o pessoal do CQC é besta,sem senso de oportunidade, sem educação: os "jornalistas" do Pânico que entrevistam nas ruas, não ficam atras, porém, falar eles podem de vem falar o que quiserem. O politicamnete correto é o primeiro sinal de despotismo. Todo ditador detesta ser ridicularizado.

Ex. Coronel Sarney.

Aritanã Malatesta disse...

Por partes: O Rafa Bastos é um reacionário preconceituoso e ponto (.) Porem para mim o políticamente correto existe mais para proteger preconceituosos de falarem termos errados do que de realmente criar uma relação mais positiva entre as pessoas, uma pessoa bem educada aprende conversando como falar com as outras pessoas sem ofende-las, no lugar de ficar decorando regrinhas assépticas de como não pisar nos calos daquelas pessoas com quem não se sentem a vontade de conviver... Depois acho que todos tem o direito de não gostar de certas pessoas, é que às vezes fica claro em certos humoristas que eles não gostam de gays, de mulheres, ou de determinadas raças, daí complica porque eles não tem coragem de assumir que são racistas e sexistas e vem com um papinho de liberdade de expressão do artista, que realmente não cola!

Anônimo disse...

Pô, como vou respeitar um texto que critica alguém que nem sabe quem é direito? Acho que soa muito moralista e raso.

Raquel Med Andrade disse...

Lola,
Seu post merece muito mais do que vou registrar por aqui, mas vamos lá: obrigada pelo alerta! Mais que perpetuador de "piadas" de péssimo gosto, esse rapaz agiu de maneira inconsequente e completamente irresponsável por ousar tratar de assunto tão delicado e grave de maneira tão cruel!
Certamente, ele não diria o mesmo se a violentada em questão fosse a própria filha, esposa, parente ou amiga...Fico triste por ver gente com essa cabeça com tanto espaço na mídia...
Beijos

Anônimo disse...

Ótimo texto, Lola. Não acho que o Rafinha Bastos seja politicamente incorreto; ele é ofensivo mesmo, e a linha que divide esses dois lados às vezes é muito tênue (por isso é que eu acho que não é qq um que pode se meter a querer fazê-lo não...). O George Carlin, que muitas vezes era bem hardcore, fez ótimas críticas aos ecochatos e à Igreja. Totalmente incorreto, mas inteligente. A Wanda Sykes, que é negra e lésbica, faz um ótimo stand-up 'brincando' com o preconceito, muitas vezes se valendo do politicamente incorreto. Como é inteligente pra caramba, suas piadas acabam funcionando como um tiro no pé desse mesmo preconceito. O que o Bastos faz é humor rasteiro. Que nem engraçado é.
abraço
Mônica

Administrador disse...

Gostaria de um contato com você.

Abs!

Letícia disse...

então, Lola... eu tô estudando a história da comédia no meu curso de Letras e chegando à conclusão de que o motivo do riso raramente é "nobre", nesse sentido de transgressão que vc citou. existiu em algum momento da história aquele lema "ridendo castigat mores" (o riso corrige os costumes, do Gil Vicente, se não me engano), mas eu não concordo; o riso parece ser constantemente uma maneira de se MANTER a moral vigente, pq BANALIZA e "naturaliza" os problemas sociais, mais do que chamar atenção pra necessidade de mudá-los.

além do mais, muitas vezes o riso é unilateral, ou seja, é usado por uma única camada da sociedade para atacar as outras. é o caso do CQC e dos seus integrantes... qtos humoristas vc já viu que não são homens, brancos e de classe média pra cima? até gostam de dizer que "mulher não tem senso de humor"... a partir do momento em que isso acontece, é claro que eles usam o próprio senso de humor para, de certa forma, impor a visão que eles próprios têm do mundo, e isso implica em rir das desgraças alheias, que não os afetam diretamente. pq não, nem os mais "bem humorados" gostam de ser objetos de piada...

uma coisa interessante que estudei, nesse livro que se chama História do Riso e do Escárnio (de G. Minois), é que a comédia teve, ainda na antiguidade, sua versão inicial, que era politizada, proibida e desviada pelo governo para um humor "leve", inócuo: esse humor que começou a se ocupar dos tipos mais risíveis da sociedade, que são (e eram) coincidentemente os mais frágeis: as mulheres (principalmente as idosas), os escravos, os estrangeiros, os pobres, os homossexuais. mais de 2000 anos depois, os temas "engraçados" continuam sendo os mesmos!

bom... por tudo isso, eu não tenho mais medo de ser considerada "sem senso de humor". infelizmente, boa parte da comédia se ocupa da opressão, do preconceito e da manutenção do status quo... pq tenho que compactuar com isso p/ parecer "legal"?

Barbara disse...

No site da Rolling Stone tem a reportagem inteira, vale a pena ler. Parece que a piada não funciona no início, choca as pessoas e ele fica pensando até aperfeiçoar e conseguir fazer rir com a piada.

Letícia disse...

alguém aí lembrou do Mr Bean. ah, é mesmo, então tem uma coisa que me faz rir... :) é muito interessante qdo alguém cria um personagem assim, divertido na sua particularidade, sem apelar pra imitações grotescas de tipos sociais ou pra piadas de mau gosto.

Valéria disse...

Não acredito que ele seja preconceituoso, acredito que ele só faz o que o público quer hoje em dia. As pessoas estão num astral tão baixo, que adoram rir da desgraça alheia.
Mas essa coisa de Politicamente correto as vezes chega a encher, sabe? Dependendo de como usa vira uma certa censura. Porque ninguém é correto por completo ou totalmente errado.
Não tem porque odiar quem se diz formador de opinião. Todos nós somos formadores de opinião, agora quem irá aceita-la já são outros 500; se gostar gosta, se não gostar não gosta.
Cada um fala o que quer e se acha no direito de ser o dono da verdade, essa é a parte chata disso.
Esse tipo de humor só serve para uma coisa: Confirmar o óbvio, o Brasil é preconceituoso.

Bjo!


Adorei o post.

jether disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Antonio Luiz M. C. Costa disse...

Escreveu Laetitia

"existiu em algum momento da história aquele lema "ridendo castigat mores" (o riso corrige os costumes, do Gil Vicente, se não me engano), mas eu não concordo; o riso parece ser constantemente uma maneira de se MANTER a moral vigente, pq BANALIZA e "naturaliza" os problemas sociais, mais do que chamar atenção pra necessidade de mudá-los"

Laetitia, se você acha que humor é só isso, deveria conhecer o Laerte:

http://murieltotal.zip.net/

O Henfil e o Quino também são duas boas indicações.

http://www.quino.com.ar/

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=479

Laise de Moraes disse...

é a primeira vez que comento no blog e passei apenas pra falar sobre isso de escolhas de palavras, ouvi dia desses uma palestra sobre doença falciforme e o palestrante que fazia parte de uma associação de pessoas com doença falciforme ele justamente falou sobre esse ponto. porque essa rotulação de como exemplos: falcemico, aidético, tuberculoso, débil mental, portadores, etc passam a ideia negativa de que é a doença que define a pessoa, fazendo mal a estima dela e coisas mais; que o certo é pessoas com doença falciforme, pessoas com doença X, Y , etc.

aiaiai disse...

acho que a maioria dos comentaristas não sabe bem o que é politicamente correto. Eu também não sabia até ler esse texto do idelber:

http://migre.me/4usba

leiam, vale a pena, é curtinho!

Marina S Soares disse...

É Lola.
Como você disse. Só um tosco que não conhece alguém que foi violentado (e não precisa ser um estupro "completo") para achar graça com esse tipo de brincadeiras.
Para confessar eu sempre preferi a linha do politicamente correto, se posso dizer assim, por ter sofrido vários preconceitos e abusos quando ciriança, e ter acompanhado de vários amigos. O tal Bullying não é uma farsa, é uma agressão, e com isso aprendi, como você mesma diz, aprendendo aos poucos, o limite entre piadas sobre negros e racismo, não rachar de rir quando alguém cai e se machuca, mas se alguém tropeça é diferente... Preconceitos raciais, regionais, de peso, e gênero existem. Mas entre você achar graça de uma piada e disseminar a discriminação existe um abismo.
O Danilo Gentili não vai muito longe, e quando ele fez algumas piadas no show dele minha vontade era gritar que ele era um nojento preconceituoso sem graça e abusado, mas aí eu seria linchada do teatro...
Aí a gente aprende a ter filtro nos ouvidos, afinal, eles não são pinico, não é mesmo?
Abraços.

Letícia disse...

Antonio Luiz, tem razão. eu não quis generalizar, mas infelizmente grande parte do humor que se vê é ofensivo e preconceituoso mesmo.

bom, não todo, ainda bem... eu adoro o Laerte. aliás, tem muitos cartunistas bacanas, sim.

amandapavani disse...

Lola, com relação à declaração de estupro eu concordo plenamente! Mas o que você disse sobre os termos politicamente corretos me fez pensar e acabei escrevendo no meu próprio blog sobre isso. Caso queira, é http://thepavania.wordpress.com

Citei sua fonte direitinho, não se preocupe. =]

Nathália Cadore disse...
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Nathália Cadore disse...

Adorei esse post. Definitivamente, politicamente incorreto NÃO é transgressor, e sim muito conservador. Nem sei quem é esse Rafinha Bastos direito também, aliás. Só sei que não acho graça nenhuma em nenhuma merda de piada politicamente incorreta. E acredito sim que não podemos fazer piadas sobre determinadas coisas - porque isso só propaga e reforça idéias, sentimentos e maneiras de agir das mais retrógradas e desprezíveis. É muito curioso pensar em QUEM acha graças nessas piadas - que são tão diversas quanto as formas de opressão. Também detesto essa coisa de "orgulho hétero", "orgulho branco", ou qualquer coisa que o valha. Mas isso é uma outra conversa mais longa que pode ficar para outra ocasião.
O que eu queria dizer é que esse post da Lola me lembrou o trecho de uma música, que sempre penso quando me deparo com piadas imbecis, preconceituosas e/ou violentas sobre minorias. É do Gabriel o Pensador - que diga-se de passagem não é lá muito genial -, mas eu gosto dessa música e desse trecho em particular:

"(...)E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando. (...)"

Racismo é Burrice - Gabriel o Pensador

Fernanda disse...

Que idiota esse tal de Rafinha. Um mauricinho babaca, filhinho de papai (wow, larguei tudo com "apenas" 8 mil reais no bolso...Really? Que do) que nao tem nocao nenhuma do limite entre certo e errado.
O que me irrita nessa turminha do "sou contra o politicamente correto" eh que eles nao entendem que quem decide se um comentario eh ofensivo (ou nao) eh o recipiente do comentario, e nao quem o fez. Por "melhor" que seja a intencao das pessoas ao chamarem o negro de "negao", ou o gordo de "baleia" , ou o homossexual de "viado"(eu sei, dificil acreditar que alguem fale coisas assim com boas intencoes, mas well...eh isso que muitos imbecis alegam...)cabe ao negro e ao gordo e ao homossexual decidirem se estao ofendidos ou nao...As simple as that...Sao eles que carregam a bagagem de abusos e nao quem os ofende (sei do que estou falando, sou negra e aguentei comentarios idiotas a minha vida inteira).
A sociedade brasileira esta caminhando pra uma sociopatia total. Pessoas como esse tal Rafinha sao a prova disso.

débora alves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
débora alves disse...

Obrigada Lola pelo texto e por dividir conosco sua opinião acertada sobre este assunto. As pessoas, especialmente os brasileiros, confundem "humor" com piadas de mau gosto,escatológicas ou preconceituosas. Gosto muito do humor de Luís Fernando Veríssimo, Millôr Fernandes, Stanislaw Ponte Preta, Monthy Pyton, Mr. Bean, Jacques Tati... que conseguem nos fazer rir além de suas grandes críticas sociais e políticas, ao mesmo tempo que despertam reflexões dos espectadores/leitores e isso tudo sem precisarem usar a discriminação e "estuprarem" a individualidade das pessoas. Sem demagogias, eu acho q todos nós temos sim nossos preconceitos, porém devemos nos policiar para não propagá-los e para não precisarmos achar graça de tudo.

Pentacúspide disse...

O que ninguém está a notar e que sempre que cita o humorista de CQC como uma besta, cita em seguida algum outro que faz a mesma coisa, mas chama a esse de inteligente. Humor é humor, há quem possa gostar e há quem não.

Pittigrili tem uma história sobre uma mulher que perdeu sete filhos e conta a sua vida às pessoas numa viagem, mas quando chegou a como perdeu o quarto filho, toda a gente se ri. A gente ri-se também das desgraças, isso não é política, é humanidade.

Por que carga d'água Chris Rock pode gozar com os negros e Robin Williams não pode? Por que ele é negro? Que porra. Esta merda de politicamente correcto, exclusividade de tema e tal, só vinca mais as diferenças ajuda em nada a homogeiná-la. Eu rio-me de piadas de pretos, não porque as ache verdadeiras, mas porque são piadas, como rio-me de piadas de anões, de loiras, de gays e de tudo o que tiver graça.

Aliás, por que politicamente correcto deve cingir-se a uma minoria? Defendem isso e ainda reclamam quando muçulmanos queimam embaixadas quando fazem piada com Moamé? Por que não apoiam os muçulmanos nessa hora?

É claro que fazer piada sobre violação para uma plateia de mulheres violadas pode ser ofensivo; a isso chama-se contextulizar; entretanto, se a mulher violada é "uma" numa plateia que de "dez" que tiveram a sorte de não serem violados, azar dela (sim, azar).

Há imensos vídeos na net, que não são piadas, mas reportagens de acidentes, diversos tipos de acidentes, sabemos que essas pessoas acabam magoadas ou mortas, mas na maior parte rimo-nos, e rimos por quê, por que gostámos de vê-los a sofrer ou porque, infelizmente para elas, a situação é divertida?

Unknown disse...
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Unknown disse...

Ele deve gostar de estupros - deve estar acostumado a levar umas duras violentas de quando em vez. É só esse mesmo o problema - ele gosta de sexo mega selvagem e acha que os outros todos também gostam... Fica na sua, garoto. Curte o teu prazer mas não vem esculhambar com as mulheres.

João Vitor disse...

Sério, procure se informar sobre a cena Humoristica nacional, aprenda mais sobre o Rafinha Bastos e o CQC.
Logo ai no inicio do post você diz que deu risada quando gritaram viado para o Peter Parker durante o filme do Homen-aranha, mas você não gritou com eles, portanto vc não foi preconceituosa, puta hipocrisia, não vejo diferença entre gritar "Viado" e rir disso, se fosse pra se ofender com isso que fosse por completo!

O tão falado "Politicamente Correto" é extremamente racista e preconceituoso, eu nunca vou chamar um "negro" de afro-descendente ou afrobrasileiro enfim, chamo de pessoa, nem chamaria um gay de viado ou homossexual e sim de pessoa.
Eu acho preferivel, contar alguma piada sobre estupro que deixar ele lá quieto! Assim ele levanta essa questão, que as pessoas tem tanto medo de falar! Ele faz piada porque é a arma dele, se ele fosse sério faria reportagens sobre isso, alias o Rafinha Bastos faz um programa muito bom na Band chamado A Liga, um programa bom que já abordou os temas: Prostituição, Preconceito(negros,gortos,homossexuais), veja você ira gostar. Cada um usa a arma que tem, assim como você "mantém" esse blog.
Eu não sou hipocrita, chamo alguns de viado mesmo, falo preto ou negro, falo cego, manco enfim, mas respeito todos, nunca falo nada disso com a intenção de ofender, se ofendo peço desculpas.
Na proxima vez que for falar mal de alguem, leia sobre a pessoa, veja o DVD de humor argentino que seus amigos lhe emprestaram, de mais risadas da vida, afinal uma vida sem risadas é uma merda, e uma merda das grandes! não precisa considerar piadas de estupro boas ou não, mas na proxima vez que as ouvir, não reclame de quem a falou mas sim fale sobre o assunto, discuta sobre isso, não JOGUE UMA PORRA DE UMA PEDRA NA PESSOA E HAJA COM HIPOCRISIA!
Falei =D
Fuiz!

DFDOWN disse...

E isso ai, violencia, nao. Respeito, sim. A linguagem nao para de evoluir e o melhor, sempre, e usar a terminologia que as proprias pessoas implicadas preferem. Aproveito para compartilhar os termos adequados para se referir as pessoas com deficiencia. http://www.inclusive.org.br/?p=18199

Ana Carla disse...

Por falar em termos corretos, há algum tempo substituiram "raça" por "etnia", mas não ocorreu que etnia é todo um conjunto cultural, linguístico, político, e não só a cor da pele?
O que brasileiros, com pais e avós também brasileiros, sendo negros, brancos, amarelos(não se se esse termos é ofensivo, se alguém souber me fale) tem de tão diferente pra serem cada um de uma etnia?
Acho que o termo raça(nem preciso falar que é o pior de todos, cheio de preconceito) e etnia deveriam ser substituido simplesmente por cor de pele.
Alguém mais pensa assim?

disse...

(mais) Uma salva de palmas para você, Lola!

Anônimo disse...

Eu queria saber pq ninguem faz piada com o agressor!
Alguem aí ja ouviu piada de branco?Estuprador(não da vitima do estupro)nazista ou o diabo a quatro?

Jamille disse...

Perfeito o texto, Lola!

lola aronovich disse...

Valéria, por favor, leia a reportagem da Rolling Stone inteira (tá no link da frente). Eu só a li hoje, horas depois de publicar o texto, e putz, fiquei mais enojada ainda. Rafinha tem grande orgulho da sua ignorância. É arrogante, desagradável, extremamente inseguro, patético, enfim. Mas ele diz claramente que faz piada com as coisas que acredita. E tenta justificar a piada do estupro, dizendo que é isso que acontece MESMO, só mulher bonita é estuprada, então a piada é ótima, segundo ele. Absolutamente asqueroso.


Oliveira, fascinante a sua arrogância. Vc vem aqui com seu típico discursinho reaça de “o Brasil é o atraso do mundo, nos EUA sim que é melhor”, cita um exemplo, o pessoal te dá links pra provar que vc está (mais uma vez) enganado, e vc não tem a humildade de dizer “Pô, é mesmo”. Não, vem aqui e diz algo como “Reafirmo...”. Cresça, troll. (Oliveira é um troll antigo e tão nojentinho na sua arrogância e preconceito quanto o Rafinha, porém menos rico).

lola aronovich disse...

Laeticia, Antonio Luiz Costa, bárbaras as contribuições de vcs sobre humor! Aliás, Laeticia, rola um guest post com as experiências do seu curso? Concordo com o Luiz que dá pra fazer muito humor transgressor, revolucionário mesmo, que bate de frente com o status quo. E esse pessoal também faz sucesso. Ainda bem!


Nathália, muito bom esse trecho da música do Gabriel o Pensador (deletei um comentário porque estava duplicado).

lola aronovich disse...

É verdade, Fernanda. Quando li esse trecho do “Larguei tudo com 8 mil no bolso” eu tive que ler de novo, fazer um double take, sabe, pra registrar se era 8 ou 8 mil. Porque, né, quantas pessoas mudam de um estado pro outro com 8 mil reais à disposição? Fazer isso parecer duríssimo já dá um bom sinal do privilégio em que esse menino foi criado.


Penta, pelo seu histórico aqui nos comentários do blog, não esperava outra opinião sua. Vc não acredita em preconceitos, simples assim. E já manifestou em várias ocasiões que não dá a mínima como os alvos de preconceito se sentem. É vc quem decide como quer tratá-los e acabou.

lola aronovich disse...

João Vitor, onde que eu disse que não fui preconceituosa por rir do coro de “Viado! Viado” pro Homem Aranha? Eu só disse que há diferença entre rir de uma piada politicamente incorreta e fazer a tal piada. A palavra “viado” não faz parte do meu vocabulário. Nem “preto”, nem “manco”, e nem várias outras que nunca usei. Eu não acho que preciso chamar um gay de “viado” para me enturmar com ele ou para marcar meu território e mostrar aos demais o que eu acho dos gays. Vc se contradiz. Primeiro diz que pra vc gays não são viados, são pessoas (concordamos nisso), e depois diz que chama gays de viados e tudo bem. E aí vc fala mais altas besteiras. Vc realmente acha que a piada com estupro que o Rafinha fez vai conscientizar alguém sobre estupro? Ou vai martelar na cabeça das pessoas o que elas já ouviram tantas vezes – que a pessoa estuprada de alguma forma “merece” o que recebeu, que ela é responsável por esse crime horroroso? Vai fazer as pessoas pensarem “putz, estupro é um crime horroroso que acontece com tantas mulheres, independente de sua aparência física”, ou “hahahahaha estupro é igual a sexo, mulher feia não faz sexo, logo, se alguém estupra uma mulher feia, ela tá no lucro!”? Pense um pouquinho antes de abrir a boca pra despejar tanta besteira e ódio, vai. E tem mais: por eu não ser uma pessoa cheia de ódio como vc (vc, uma pessoa que chama gay de viado mas acha que respeita alguém e que não é hipócrita), eu acho que rio muito mais. Só porque eu não gosto de piada ruim não quer dizer que eu não ria. Humor é parte fundamental na minha vida. Inclusive humor negro. Mas não esse humor que não é humor -- é pura opressão. É desse tipo que vc gosta, né? Por que será que uma pessoa preconceituosa como vc gosta de humor preconceituoso? Pergunta meio óbvia.

lola aronovich disse...

Obrigada pelo link, Dfdown. Mas é isso mesmo? Já ouvi que o termo deficiência é pejorativo, daí a substituição por “necessidades especiais”.


A tod@s que deixaram comentários, muitíssimo obrigada! Excelentes comentários na maior parte das vezes. Como é uma constante na caixa de comentários deste blog, modéstia à parte.

Isabel SFF disse...

Engraçado que citaram aqui algumas das piadas super engraçadas que o monstro politicamente correto quer banir: de negros, de loiras, de gays. Ninguém percebe que o denominador comum entre esses grupos é que eles são minorias, sofrem preonceitos e abusos a torto e a direito?

E pra quem não consegue entender a diferença entre o Chris Rock falando sobre negros e o Danilo Gentili chamando-os de macacos no twitter... Tipo, sério? Tem uma diferença bem grande entre uma pessoa que é parte de uma minoria opimida lidando e denunciando isso com humor do que um babaca defendendo seu direito de chamar negros de macacos. Porque é isso que eles são, né? Dane-se que por centenas de anos alguns termos foram usados para humilhar e rebaixar um grupo de pessoas, preto é preto e é assim que eu quero chamá-los.

(Dica: o nome disso é egocentrismo cognitivo. Incapacidade de ver as coisas a partir da perspectiva de outra pessoa. Se você já passou de três ou quatro anos de idade, fica feio agir assim)

Isabel SFF disse...

Por exemplo, tem essa esquete da Wanda Sykes que é ótimo: http://www.youtube.com/watch?v=KLxOhg7Fzvc

É uma mulher negra denunciando o preconceito pelo qual outra mulher negra está passando (ainda que de forma velada). Daí pra simplesmente fazer uma "piada de preto" vai uma LONGA distância. Se ninguém consegue vê-la, sinceramente, desisto.

Aliás, as grandes contribuições dos apresentadores do CQC para a humanidade através do humor estão resumidas aqui: http://quantotempodura.files.wordpress.com/2011/03/edit_abril.jpg

I rest my case.

Kássia Cruz disse...

Não consegui discordar de nada. Expressou excelentemente bem o que muitos de nós gostaríamos de falar e talvez não faríamos com tanta exatidão!
Muito bom!

Simone Nieves disse...

Olá, Lola.
Acompanho seu blog há algum tempo e só agora tive coragem de comentar. Não que eu vá comentar grandes coisas, porque você já disse tudo! rs
Só digo que assino embaixo do que disse.
Assisto ao CQC sim, não nego! No programa há quadros realmente interessantes e sem esse humor xexelento. Inclusive, o Rafinha usa esse tipo de humor mais no seu próprio twitter do que nas matéria em si.

Sobre mudar terminologias para não ofender certos grupos, aprendi quando entrei no último emprego que não se usa "portador de deficiência", "necessidades especiais" e "deficiente". Agora não uso mais esses termos.
A única forma de se referir a esse grupo de pessoas é: pessoas com deficiência.
Só estou dando uma dica, nada de encher seu saco, hein?
Aprendemos juntas! hihi
Tem mais algumas coisas interessantes sobre isso nesse link aqui: http://pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/portal.php/informacoes/terminologia

bejobejo

Anônimo disse...

Entrevista Jean Wyllys - Principalmente 3º Bloco - Entre outros "piadas".
http://bit.ly/l39v1b

Pentacúspide disse...

lola, quando é que eu disse que não existe preconceito?

E, acerca de ti, a diferença entre rir de uma piada e fazer uma piada, é só isso... um fez, outro riu. De resto, ri-se porque acha-se a piada engraçada, mas não porque tem valor intelectual ou educacional; aliás quem se ri de coisas sérias?

Voltando ao tema preconceito, acho que está a faltar-vos convivência com a minoria, e vou ficar-me pelos pretos que é o grupo que conheço bem. Se vocês convivessem diariamente com pretos, não estou a falar de encontros fortuitos ou de acenar porque passaram um pelo outro no corredor, iam aprender que um preto só usa essa história de sentir-se ofendido quando quer ganhar alguma coisa; se convivessem com pretos, iam a uma determinada altura perceber que um preto preto não se importa com ser preto (há pretos que "não o são" porque têm vergonha disso, e são os criadores dos problemas), não se importa em ouvir humor de preto mesmo vindo de um branco; e iam saber que um preto contextualiza, e não precisas de dizer "preto" nas tuas piadas para ele se sentir visado.

O vosso problema, vocês que não são pretos, e só observam de longe por um binóculo e só ouvem os pretos-com-vergonha-do-que-são, é que continuam a fazer disto um tabu e alimentar mais a diferença. Façam amigos pretos, convivam com eles e verão que não somos diferentes de vocês, e somos tão preconceituosos e oportunistas como vocês, e odiamos quando vocês saltam, por dá cá aquela palha, em nossa defesa como se fóssemos bebés indefesos ou mentecaptos ineptos.

Pentacúspide disse...

E verão que a cada dia que passa terão mais problemas em encontrar adjectivos "politcamente correctos" para referência e acabarão a chamar-nos de pretos ou de negros como nós mesmos nos chamamos uns ao outros, e verão que estamos totalmente a cagar para isso.

João Vitor disse...

Lola, desculpa se me fiz entender errado, assim como vc diz, não disse q chamo gay de viado. Chamo qualquer pessoa de viado, hahaha, sou preconceituoso, posso até ser, afinal assim como vc faço pré-conceito das pessoas(raiz da palavra hein!), ou seja, um pré julgamento, como todo mundo faz, pré julgando o Rafinha!
Dica pra vc que parece não ter tantos preconceitos qnto "eu", veja sim o programa A Liga, que tem uma "pegada" mais séria, bem no estilo "Profissão Reporter" da globo(que na minha humilde opinião A Liga é mais legal q o PR, mas nem leva isso em consideração, sou preconceituoso =D).
Desculpa também se pareci violento ou se parece q eu ataco pessoas de uma orientação sexual diferente da minha na rua, mas sei lá, minha mãe é cabelereira sacá, convivi durante muito tempo no salão dela onde frequentavam alguns homoafetivos(neologismo "politicamente correto"), e nunca, NUNCA arranjei encrenca com nenhum, tenho vários amigos negros, que por sinal acham horrivel o termo "afro-descendente" e nunca, NUNCA arranjei briga com eles, tive um amigo deficiente fisico e nunca arranjei briga com ele, alias já arranjei briga contra pessoas q o ofenderam "ressaltando" a sua deficiencia, sou gordo e já me chamaram de gordo, nunca briguei por isso, alias, posso dizer até que sou meio "zé graça" por isso! Faço piada mesmo.
Nunca sofri o Bullying e nunca cometi tb. Sofri trote da faculdade e não morri(ninguém morreu) fiz trote e não matei ninguém tb. Sou machista? Sei lá, minhas várias amigas nem acham(heteros e gays). Tenho 21 anos, não conheço todas as verdades, assim como vc, mostrei minha opinião, e reitero, temos que rir mais, ele é um Humorista, assim como levamos um jornalista a sério, devemos rir do que ele fala e principalmente pensar, pois o trabalho dele é nos tocar com o humor, não estou falando que vc deva gostar ou não dele! longe de mim, maaas vc deveria ver as diferentes opiniões, veja os DVDS dele(ou veja os videos no Youtube, enfim), veja que ele brinca com muitas coisas, mas a ideia dele é nos cutucar, nos provocar, assim como em 80 fazia o grande Marcelo Tas(e faz até hj no cqc que começa as 10:15 da noite, veja)
Alias, é uma boa essa discução, mas claro sem falar que ele é bom ou ruim, isso cabe ao publico decidir, mas eu acho q o show deve continuar e quem leva tudo a ferro e fogo acaba queimado =D
Obrigado por ler meu cometário, admito que fiquei um pouco irritado antes por mexer com um idolo meu, sim ele é meu idolo, assim como Chico Anysio, Marcelo Adnet, Tom Cavalcante, O Caceta e Planeta, A praça é nossa, porque não haha.
Bom é isso!
Abraço, vou sai, pois no auge dos meus 21 anos, vou ver acompanhado de meu pai de 52 anos um desenho animado japonês cheio de humor chamado One Piece e logo menos verei CQC e ao filme da Globo. Gostaria de ver a resposta à minha resposta e desculpe pelo possivel excesso de parenteses hahaha assim expresso melhor minhas ideias, penso eu.
Abraço

Barbara disse...

Lola, tá havendo alguma confusão. Ele fala na entrevista que só mulher feia é estuprada; não mulher bonita, como você disse. Na verdade eu achei a coisa meio sem lógica, mas ele diz basicamente que mulher feia estuprada deveria era agradecer. Ele não fala nada das bonitas sendo estupradas.

Eu morro de rir com o tanto de gente falando "veja o programa, veja o DVD" como se todo mundo fosse obrigado a gostar, a ter a mesma opinião. Difícil aceitar que há pessoas que podem ver o programa inteiro várias vezes e continuar sem gostar!

Angélica disse...

Já segui Rafinha Bastos no Twitter e parei quando ele, em vez de se desculpar pelas podres piadas sobre a morte de Leila Lopes (cujo cadáver nem tinha esfriado ainda), saiu-se com "A vida é ótima e suicida tem mais é que se foder". Arrogante, como bem mostra a reportagem da Rolling Stone Brsil.

Aliás, João Vitor, eu também gosto de A Liga, mas a mim parece que o Rafinha desse programa é outra pessoa, diferente da que se apresenta no CQC, no Twitter e nos palcos. Essa outra pessoa é capaz de demonstrar empatia e tem noção de que nem tudo é engraçado porque causa dor às pessoas.

Acredito inclusive que sua vinda para este blog a fim de comentar o caso parte de um ponto de vista de fã, sem muita reflexão sobre aquilo que o ídolo faz. Faria bem ler outros posts da Lola sobre estupro.

Compare a atitude do Rafinha diante das polêmicas com a do Marcelo Adnet, que você também diz que gosta. No episódio do quadro do Comédia MTV com autistas, Adnet fez questão de se desculpar na hora e até divulgar campanhas de familiares desses pacientes. No programa seguinte, foi ao ar um comunicado em nome de todo o elenco mostrando que eles têm humildade de assumir que erraram.

Narumaru disse...

"Lola, eu leio as coisas que você escreve e isso me ajuda muito a mudar pra ser uma pessoa menos escrota.
De verdade."

HAHAHAHAHAH! Bem assim, Lola! Exatamente isso.

Ótimo post. Gosto de alguns vídeos do Rafinha, sem preconceitos. Nunca nem tinha visto esse stand up dele, fiquei meio surpresa. Ma sjá vi um livro dele na Saraiva, era sobre política mesmo.

Narumaru disse...

Nossa, postei do perfil do meu irmão. xD Sou a Blanca. Vai continuar assim, preguiiiça de sair do perfil dele.

Madrugada Viva disse...
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Madrugada Viva disse...

Se rir de uma piada politicamente incorreta é menor que fazer a piada eu não sei mais o que é certo ou o que é errado. Na verdade você só se contradiz quando ri, é o "Prazer X Realidade".
Cheguei conclusão que hoje estamos vivendo em outra ditadura, a ditadura da palavra. Não se pode dizer nada sem que suas palavras se torne uma onda de terror. A comédia chegou a ser censurada na TV durante as eleições, (não sei se alguém se lembra).
Não estou defendendo Rafinha ou qualquer outro, não, sou apenas a favor da liberdade de expressão cômica. O clawn ou palhaço, veio para rir dos nossos defeitos mesmo, ou da nossa perfeição e imperfeição.
No mínimo você já deve ter rido de uma piada de português, ou de qualquer outro que se deu mal no conto, porque a estrutura da piada é esta, alguém sempre cairá para que você de risada. São nossas falhas, são nossos exageros, é o gordo, o magro, o bonito, o feio, o heterossexual ou o homossexual. São os tipos vividos, o inteligente também se da mal na comédia, o bonito também. Assim como o preconceito também existe com o bonito, com o forte, com o inteligente com o rico.

Zilda Santiago disse...

Não sei como ainda consegue ser educada com este pústula!Excelente o texto.Parabéns.Vou te seguir,pra vir beber mais um pouco por aqui...Bjksssssssss

Francisco Gaspar disse...

Pela primeira vez li teu blog. Incrível como vc escreve bem , moça. parabéns. Concordo em tudo que vc disse no post sobre o tal Rafinha.

Zilda Santiago disse...

Poxa,e vc ainda é nordestina como eu!!!Valeu!

Anônimo disse...

Oh querida Lolinha!

Perfeito! Nada a acrescentar. Realmente humor de verdade tem faltado nesses dias, nessa mídia, nessa onda de stand-up.

Anônimo disse...

Aplaudindo de pé. Como o humor 'politicamente incorreto' é uma rebeldia, se 90% da população hoje em dia se considera humorista e mente aberta? CQC, Pânico, trollar pessoas, zoar amigos, tirar sarro de pessoas inocentes, criar blogs de conteúdo depreciativo, tudo isso faz parte de uma moda 'tão atual' nas redes sociais, mas que já existia nas fofocas de bairro de tempos antigos. Você falou tudo. Parabéns pelo excelente post!

Edson Bueno de Camargo disse...

A única coisa que me faz rir sou eu mesmo, como humanos somos paréticos em acreditar em algum tipo de superioridade.

Infelizmente a maioria quase absoluta das "piadas" são reforços de preconceitos, disto não consigo mias rir. sou humano e solidário demais para isso.

Letícia disse...

Lola, obrigada! claro, eu vou adorar contribuir... tô pensando em fazer uma espécie de resenha do que eu li no livro do Minois sobre comédia clássica e, se vc topar, posso enviar essa resenha pro blog! que acha?

a gente perde a esperança na humanidade qdo estuda esse assunto, mas ajuda a compreender a cabeça das pessoas (principalmente das do sexo masculino)... comédia não é brincadeira, não!

Unknown disse...

Xiii... não é meio hipócrita, "pode rir, mas não pode fazer piada"?

Não é meio como, "pode falar mal sinceramente dos negros/gays/deficientes, só que tem que ser de fininho né, longe deles, porque é feio".

Piada pode ser algo meio "polêmico" mesmo, não dá para ter a receita exata do que é "certo" e "errado". Mas de modo geral concordo que quando alguém resmunga qualquer coisa sobre como o politicamente correto é a coisa mais idiota do mundo, as chances são de que em seguida vai dizer algo idiota, rsrsrs. Apesar do politicamente correto ser muitas vezes idiota mesmo, trata as pessoas como se fossem todas umas "emos" choronas que só podem ser tocadas com luvas de pelica, tudo é ofensivo!

Praticamente não tem humor sem uma "vítima", umas vezes mais "abstrata", como a "mulher feia". E nem sempre vai achar engraçado ser o alvo da piada, precisa de uma dose extra de bom humor para isso muitas vezes.

No caso acho que o problema é mais uma "bala perdida", as mais sensíveis ao tema de estupro, que entendem como uma banalização da coisa. Já vi um caso parecido um blog falavam revoltados/as sobre uma piada contra a Dilma: "Bruno, engravida a Dilma... e avisa pro Bola e pro Macarrão!"

Eu acho engraçada a piada, mas isso não é banalização da violência contra a mulher gente, como não é a piada do congresso com a placa, "Obama, aqui tem mais duas torres gêmeas". Ninguém pensou nisso como banalização da vida humana, nem mesmo especificamente dos políticos.

Unknown disse...

Ops, eu quis dizer que NÃO acho engraçada a piada, na época eu nem entendi porque não acompanhei o caso para começar, talvez tivesse achado, talvez não, não sei.

Mas tem piadas "politicamente incorretas" que eu acho engraçadas mesmo, assumo, assumo e conto. É só piada, não é crime, não é violência, e ninguém é de cristal.

Angélica disse...

Minha opinião sobre o "pode rir mas não pode fazer piada":

Se EU faço uma piada sobre um assunto MEU e as pessoas riem, estou dando a elas a permissão para me ridicularizar, porque fiz isso primeiro.

Agora fazer uma piada sobre um assunto tão delicado como o estupro ou outras formas de violência é ridicularizar outra pessoa (geralmente a vítima) sem saber se está bem pra ela ou não.

Só quem conhece alguém que já foi violentada sabe que é praticamente impossível estar bem pra ela fazer piada sobre isso.

bella disse...

Lola, muito bacana o q vc escreveu. Acho que quem escreve, tem que praticar o que é "humanamente correto" porque acho que é o certo. Lidamos com pessoas e às vezes é difícil. Eu mesma tenho um blogue onde falo coisas supostamente engraçadas mas da minha vida e procuro tomar cuidado mas as vezes qdo falo de mim e estou falando de alguém gordo vou pelas beiradas para tentar ser engraçadas sem ofender quem quer que seja. As vezes o q é engraçado para nós não é engraçado para outros tantos. Ridícula essa piada sobre estupro, aliás...Quem foi o imbecil que disse que dá pra fazer piada com estupro?!
abraço

nanachan290 disse...

Roberta disse...
Eu queria saber pq ninguem faz piada com o agressor!
Alguem aí ja ouviu piada de branco?Estuprador(não da vitima do estupro)nazista ou o diabo a quatro?

===========
Eu conheço uma piada de estuprador q eu sempre achei engraçadinha, é mais ou menos assim:
Duas freiras voltavam para a igreja tarde da noite quando foram abordadas por um estuprador. Elas correram mas foram encurraladas nun beco. Desesperada a freira mais nova pergunta para a mais velha:
-E agora o q fazemos? rezamos?
-Levante a saia! - responde a mais velha levantando a própria saia.
-O q?
-Levante a saia rápido!
A mais nova obedece e o estuprador abaixa as calças lambendo os beiços.
A mais nova desesperada: - E agora??
E a mais velha responde: -E agora q mulher de saia levantada corre mais q homem de calça arriada!
E saem correndo =)

,,,.,;;,.,,;.;,; disse...

"politicamente correto" resolve nada, é só teatro, e usado por muitos como solução, pra significar "eu me importo" sem qualquer efeito prático; a meu ver, o ponto da "cruzada" pelo politicamente incorreto é explicitar isso

Obscuro disse...

vc é um fdp

Obscuro disse...

vc esta ajudando a MTV a favor do programa casa dos autistas ..quanto esta ganhando por isso ..fdp ..filho da puta

Ulisses disse...

As vezes uma piada é apenas uma piada, não se deve levar tão a sério isso. Somente se começar a ter problemas maiores como violência, bulling, humilhação etc. Mas uma piadinha não faz mal a ninguém. E existe humor pra todos os tipos. Tem gente que não gosta de determinadas piadas, outros já sim. Humor negro tem sua clientela... e eles não vão necessariamente pro inferno.

Kika disse...

Lola, adorei seu texto e concordo com vc em tudo! É a primeira vez aqui no blog, mas voltarei sempre :)

marcia correa disse...

Rafinha Bastos?
Cara metido a inteligente.
Piadas grosseiras e para um publico certo. Aquele do zorra total!
não dura muito na TV. Falta competência e raciocínio lúcido.
Descartável como o Sergio Malandro!

Drica Leal disse...

Sei não, mas acho que os defensors do humor a qualquer custo não entenderam ainda a dimensão da coisa. Estamos falando de estupro, de uma violência brutal, um CRIME, e não do que vocês consideram meros "defeitos risíveis" , como ser gord@ ou homosexual. É pra desenhar ou a adoração pelo engraçadalho Rafinha e a vontade de ser "descoladaços" corroeu até o senso de dignidade humana de vocês?

Ághata disse...

A única defesa que aparece quando se critica esse desrespeito que chamam de humor é que "se faz piada com tudo" e que "o politicamente correto é uma censura".

Bom, quanto ao primeiro argumento, eu levarei a sério quando fizerem piada com pessoas brancas, com homens e com heteronormativos, ok? Até lá, continuo achando esse tipo de argumento uma mentira.

Quer fazer piada com alguém? Ótimo, assegure-se que este alguém também vá achar graça.

Segundo, essa galera que acha que isso é 'censura'... O que comentar? Além de dizer que não sabem o que é censura? Imagino que seja uma galera que passou a vida pintando e bordando achando que podia fazer tudo que queria quando queria e agora - finalmente - está sendo criticado por isso.
Imagino esses carinhas mais novos, numa sala de aula, fazendo piada com os gordinhos, os deslocados, os que tinham sofrimento psíquico grave ao alguma desabilidade provocando risos na turma.
Saudável, né?
Cresceu e só teve o cuidado de não se referir mais a alguém em específico mas toda à classe de pessoas margializadas.

***

Mr. Bean me matava de agonia... Argh!

***

...será que foi o Rafinha Bastos que fez piada com o MST e a Eliza Samúdio?
Acho que foi ele que disse mais ou menos assim - minha memória não é fotográfica:

"Ah, quero ver o MST ir roubar a terra de um cabra macho mesmo! Quero ver eles irem lá roubar as terras do goleiro Bruno!"

...não morreu de rir? Só se você não tem senso de humor, né?

Jéssica disse...

" São nossas falhas, são nossos exageros, é o gordo, o magro, o bonito, o feio, o heterossexual ou o homossexual. São os tipos vividos, o inteligente também se da mal na comédia, o bonito também. Assim como o preconceito também existe com o bonito, com o forte, com o inteligente com o rico."

Eu me pergunto em que tipo de dimensão paralela as pessoas que dizem isso vivem...

Pequenas histórias cotidianas disse...

Insistir no politicamente correto é uma boa na minha opinião: não só corrigir os termos, mas repensar o pq do uso desses termos. Eu acho importante sim, pois palavras não só são palavras, elas vem carregadas de certos significados. Mas, politicamente correto não é só isso tb. Ah, e mesmo que o Rafael Bastos tenha dado apenas o que público queria.. bem, ele é responsável do mesmo jeito.. ele reproduziu mais uma violência. E se ele nem acredita nisso, e mesmo assim se vendeu pro que o público queria.. qual é a atitude mais perniciosa? Eu realmente não sei!

Pequenas histórias cotidianas disse...

Ah, e Penta.. fale por vc: não coloque um nós em rir sobre as desgraças alheias! Eu não rio das desgraças alheias. Eu já trabalhei com vítimas de estupro, pessoas com HIV/Aids, pessoas da periferia.. ou seja, com pessoas que pertencem a minorias, e ainda bem que isso me faz mais humana. Fale por vc! E se um dia, eu me pegar rindo, sinceramente, eu mesma vou me censurar. Sim, eu sou chata pra caramaba mesmo.

Adriana disse...

Brilhante post, Lola!

Maurício disse...

Eu tô pra saber porque esse tesão que hoje em dia todo mundo quer rir, rir rir...aí pagam uma puta grana pra ver uns babacas falar cada merda...e o povo ri que se acaba , ou finge que ri ( que às vezes vejo uns risos meio forçados )...bem ...sei lá...só acho que esta proliferação de stand up´s por aí é sintoma de alguma doença na nossa sociedade classe mérdia....

Unknown disse...

OI Lola,
A questão é que este pessoal (seja Rafinha, Cassetinhas e o que for) fazem exatamente o mesmo humor que tanto criticaram no Chico Anísio e tantos outros de priscas eras.
São tão "mudernos" como "Chaetano".
Não gosto do politicamente correto, mas alguém comentou aqui: estupro é crime e ponto final. Isso é incentivo sim. Fora outras tantas sandices que o indíviduo diz e que as pessoas aplaudem, dizendo que isto é transgressor.
Como assim? Nada mais atrasado do que esse humor de ofender gratuitamente ou incentivar preconceitos.
Enfim, parece que esses caras estão sempre de volta ao passado, com seu humor conservador e preconceituoso.

Ginger disse...

Mauricio

O Stand-up é um tipo de comédia que é consumida por todas as classes, vide ai pirataria e os youtube da vida que tornam "acessivel" esse tipo de "entretenimento" para TODAS as pessoas, independentemente de classe social, não é so previlegio da classe media não!

Alguns até caem pra cima e viram globais, como é o caso dos cara de pau, que se tornam populares.

O pre-conceito é alimentado em todos os niveis sociais, culpar a classe media por tudo pra mim ja virou senso comum, ta na hora de trocar o disco.

Pentacúspide disse...

Pequenas HC, se tu não te ris de desgraças alheias quer dizer que não andas por youtube, ou então tens alguma deficiência "humórica"; já viste South Park, ou Family Dad, ou Coupling? Já viste Scary Movie? Este último está cheia de situações bizarras, sabe-se que é ficção e portanto é para rir, mas imagina que aquelas coisas que vês ali fossem reportagens e diz-me que não teriam o seu impacto "risítico".

Nunca ouviste piadas engraçadas acerca de O.J. SIMPSON ou de Hitler e os judeus, não achas que são piadas onde houve vítimas? E as famosas pegadinhas (aqui, apanhados), não te ris delas?

De qualquer forma, és independente de não te rires do HUMOR, mas não podes censurar a vontade de rir a outras pessoas.

Anônimo disse...

brilhante!! tomei a liberdade de citar esse texto em meu blog (http://lotuswisdom.wordpress.com), ok?

muito bom! parabéns pela contribuição =))

Anônimo disse...

pois é, não lembro dos bons humoristas sacanearem minorias no mal sentido. O Mussum foi o único humorista negro e bêbado porque é o único humorista negro que o país já teve, na história recente, pelo menos (acabei de lembrar do grande Grande Otelo). No fundo, acho que quem é contra o politicamente correto quer é mesmo ter o direito de ofender os outros.

Luiz disse...

Acho um exgero essa discussao. Rafinha Bastos e judeu e faz piada sobre judeus (Talvez um dos povos mais perseguidos e discriminados no mundo), e sendo gaucho e faz piada sobre gauchos. Eu acho ofensivo falar disso na frente das pessoas. Nao leve a vida assim tao a serio. Nao acho que alguem vai sair por ai estuprando so porque ouviu uma piada. Menos, bem menos!!

Aoi Ito disse...

Luiz, você fazer piada sobre suas características porque, como já falaram, você sabe o que te ofende, você está dando permissão para si mesmo para fazer piada, você está dando permissão às outras pessoas de rirem de você.

Agora vem cá, você já foi estuprado? O Rafinha Bastos já foi estuprado? Então por que ele faz piada de estupro, se ele nunca passou por isso, não sabe como é e, sinceramente, é de um mau gosto terrível com as vítimas que sofrem com isso?

João Vitor disse...

Angélica concordo contigo até, o Rafinha de A liga e o Rafinha no Twitter e no CQC parecem pessoas diferentes. No A Liga ele não pode ser o sacana que ele é nos outros dois, afinal o programa exige um comportamento diferente, e isso só mostra o profissionalismo dele.

E sim, vim aqui movido pelo fato de ser fã dele, mas assim como muitos comentaram aqui contra ele sem ao menos saber o que ele faz e como ele faz as coisas, eu nem me importei em conhecer o blog. No final é a mesma coisa que eu venho reclamado antes hahaha

O que no final das contas eu acho válido no que ele fez, é o que ele provocou, toda uma discussão sobre o assunto.

Só fiquei, antes, um pouco chateado por me chamarem de preconceituoso com tendencias violentas, isso acho um pouco demais julgando pelo meu 1º comentario, mas blz.

Sim também concordo que ele é bem arrogante quando se trata das atitudes polêmicas dele, eu lembro do caso do Adnet e do Comédia MTV, mas acho que essa atitude é uma coisa que já esperam dele.

No caso da Leila Lopes nem comentou, porque se não me engano o Marcelo Tas puxou a orelha dele ao vivo no CQC, se não foi sobre isso foi um outro caso bem parecido, mas é um tanto quanto ridiculo ficar ofendido com o que ele falou, depois que tantos falaram sobre ela, fofocas e afins, afinal não creio que uma pessoa vire santa após a morte, ou mereça respeito só porque moreu ¬¬, se não respeitava antes não pretendo respeitar depois, nimguém ganha meu respeito morrendo ou se matando, salvo se morre para salvar vidas!

Quanto a outras pessoas que falaram que não adianta eu falar pra procurarem coisas sobre ele que não vão mudar de opinião e blablabla, eu só falo isso pelo mesmo motivo que me fez ler a noticia e que pode me fazer ver esse blog outras vezes(ou não também), adicionar cultura a minha pessoa, claro, se vc achar que ele é uma pessoa repulsiva, tome essa decisão por si só e não pelo que os outros dizem, porque vejo nesses comentarios vários "Esse tal ai" e "Esse rafinha que nunca ouvi falar", desculpa mas se vc nunca ouviu falar dele pelo menos uma vez, vc vive numa caverna sem energia! Porque ele vive aparecendo por ai, na TV e nas Internetes, é como nunca ouvir falar do Humor do Pânico(na rádio é bem melhor) ou do Zorra Total(que se tornou extremamente sem graça), não digo que vc tem q virar fã dele como eu mas faça como a Angélica que ao menos conhece coisas que ele fez.

Enfim, posso a principio não ter gostado do post mas ele gerou uma boa discussão, só não acho válido msmo pessoas me criticarem por gostar dele... ou acharem q concordo 100% com o que ele diz, mas também não acho válido condenar tudo o que ele diz, o cara tem boas ideias, como qualquer ser pensante, assim como vc Lola ou como eu, todos temos ideias boas e ideias estupidas, todos temos os nossos momentos, a diferença é que ele é uma pessoa publica, pois esta na TV, é uma coisa que ele e o Danilo Gentili falam muito "Pessoas dizem que eu mudei, estou mais cagão, falo menos merda, mais merda, enfim, poxa falo as mesmas coisas da época em que comecei meu Stand-up, só que agora elas aparecem na TV e vira e mexe alguem pode me respoder a altura" se não me engano essa foram as palavras do Danilo Gentili, algo assim posso tá encurtando a frase dele, minha memória não é incrivel ao ponto de lembrar tudo hahaha

Continua...

João Vitor disse...

Continuação

Mas enfim, só acho legal o leitor do site considerar todas as ideias, todo mundo acha que estupro é uma coisa horrivel e se só mulher bonita ou feia fosse estuprada, onde se encaixa os meninos que também são atacados, alias eu me lembro vagamente de um dia o Rafinha falar algo assim, que já foi atacado quando mais novo e cobrou o numero do telefone do cara, isso foi uma piada sim, ofensiva? CONCERTEZA, me agradou? Mais ou Menos, como a piada da moça estuprada, acho uma piada de pessimo gosto, mas dou risada afinal É HUMOR NÃO É SÉRIO.

Como diria a pessima politica Marta Suplici "Relaxa e goza". Não exijo que o humor das pessoas seja como o meu, afinal isso que gera tipos de piadas diferentes.

Bom pela 3ª e meia vez Fuii!=D

Raquel disse...

Olá Lola!

Parabéns pelo blog, sou leitora fiel! Só estou aqui para compartilhar uma que eu aprendi esses dias: aqui no interior de SP, quando as pessoas ficam com dó de outras pessoas, elas falam: Ai, que judiação! Uma amiga minha me disse que a palavra vem de "judeu", e que remete ao holocausto! Nunca mais repeti!

Yan disse...

publiquei no meu face...
https://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100000659165700

Lucas Mauricio C. e Martins disse...

Lola, parabéns pelo post. Trago humildemente algumas dicotomias para contribuir com o debate:

1) rir x fazer piada
Em parte, concordo com a afirmação de que é uma hipocrisia rir de uma piada e não ter "coragem" de contá-la.
Minha ressalva deve-se ao fato de que, em diversas situações, acredito que "rir de uma piada" seja uma reação instintiva, automática no contexto exposto. Em seguida, entra em cena nossa capacidade de avaliar a situação em conjunto com nossos valores. Nesse momento, a piada pode continuar tendo graça ou não.
Portanto, para sermos coerentes com nós mesmos, só devemos repetir a piada quando ela passar no teste dos nossos valores.

2) buscar a piada x recebê-la
Em diversas situações, somos "obrigados" a receber conteúdo indesejado. Mas devemos ter cuidado para não usarmos essa situação "fora de controle" para justificar a audiência desse conteúdo.
Uma dica útil que recebi de livros do Steven Covey: "seja proativo, não seja vítima". Consequentemente, eu escolho os programas que assisto e as informações que recebo. Evito ao máximo os "formadores de opinião" dos quais eu não confio ou não gosto. E quando recebo algo de "fonte indesejada", julgo e valorizo esse conteúdo de acordo com minhas crenças.

3) humor x chacota
O humor é uma grande ferramenta humana para diversão e reflexão. Mas devemos considerar algo, como disse o Deputado e Pedagogo Gabriel Chalita em uma entrevista: "só é brincadeira quando o outro não é o brinquedo" (obs1: ele falava sobre bullying obs2: não lembro das palavras exatas que ele utilizou, mas acho que fui fiel ao que ele disse). Esse ponto diferencia o humor da chacota.
Aqui deve entrar a capacidade humana de colocar-se no lugar dos outros (eu não conhecia o termo egocentrismo cognitivo). Isso permite que entendamos (minimamente) o que é ser outra pessoa (estar na mesma situação de outra pessoa/passar por algo que outra pessoa passou) e julgarmos se a piada ofende ou não. Isso torna a "piada" do estupro sem graça (para não dizê-la absurdo).

4) liberdade x radicalismo
"politicamente correto" e "politicamente incorreto" me parecem dois opostos do mesmo radical. Apesar de respeitar ambos discursos, não concordo com nenhum deles. O politicamente correto parece uma ditadura das "minorias", afinal chamar alguém de negro é crime. O politicamente incorreto, um salvo conduto para fazer e falar qualquer coisa contra qualquer um.
Acredito na liberdade com responsabilidade. Isso implica em usar o bom senso (algo raro hoje em dia) no julgamento das coisas que falamos e ouvimos. Isso também implica em sofrer a consequencia do que falamos, afinal, ninguém é dono da verdade.
O mais difícil da liberdade são suas consequencias: o que falamos e praticamos impacta na vida dos observadores. Nesse ponto, temos que considerar melhor (sem passionalidade) o impacto das "brincadeiras" feitas: Elas realmente contribuem para a melhora de algo? Elas realmente divertem sem prejuízo? Eu realmente me importo com os afetados pela brincadeira?

O ponto central de tudo que eu disse é: respeito ao ser humano como um todo (suas características, crenças, história, feridas, alegrias, amores e raivas).

Abraços a todos,

ps: pessoal, o debate está altíssimo nível.
ps2: João Vitor, há duas horas, eu não sabia quem era Rafinha, apesar de saber da existência do CQC e assitir programas da Band.

Pentacúspide disse...

Raquel, a título de informação, "judiar" é um termo bem anterior ao holocausto na língua portuguesa.

Gabrie Ziegler disse...

Bravíssimo! :D

lola aronovich disse...

Raquel, Penta, sim, judiar é uma palavra que vem de bem antes do holocausto, mas sua raiz é mesmo de judeu. É uma palavra que eu tento evitar. Mas é diferente de outras palavras politicamente incorretas. Afinal, é um termo corrente que tem um significado diferente da sua origem. Poucos sabem que judiar vem de judeu. Denegrir é outra palavra que eu tento evitar, mas nem sempre consigo. Às vezes falta msmo um sinônimo à altura (injuriar? Difamar?). Porque essa palavra vê o negro como algo negativo. “Deixar negro” como um insulto. (não estou falando de outras palavras que tem o escuro como algo negativo, porque essas se referem à noite, ao mistério. Mas denegrir se refere ao negro como pessoa, por isso deve ser evitado).


Lucas, obrigada pela contribuição. Eu não sei, mas realmente vejo diferença entre rir e fazer piada. Primeiro que rir é algo mais passivo e muito sujeito às influências. Rir é muitas vezes como chorar ou bocejar – a gente vê alguém fazendo isso e faz também. Já fazer uma piada é ativo, exige toda uma preparação, um treino. Entendo que o Rafinha e outros humoristas tenham que fazer piada (ou, na maior parte das vezes, contar, já que eles contam piadas bem velhinhas, que não foram criadas por eles, como essa do estupro, que é contada aos sete ventos, e na maior parte das vezes não como piada!). É a profissão deles. Mas, se o que eles querem fazer é incomodar, que tal ir contra o lugar comum? O lugar comum é justamente o preconceituoso que ele acredita e divulga. Ele não está transgredindo nada. Seria criativo se nadasse contra a corrente. Mas ele deixou claro na entrevista que realmente acredita nessas besteiras que fala. Aí fica difícil. Ele acredita que mulher feia não costuma ser estuprada, só as bonitas, e que, quando uma mulher feia é estuprada, ela deve agradecer, porque é tão raro pra uma mulher feia fazer sexo. Ele também acha que estupro é sexo. E por aí vai. Ou seja, é um ignorante de marca maior.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Denise disse...

Eu gostava do CQC no início (pelos motivos que a Priscilla comentou aqui), mas agora está mesmo parecendo com o Pânico, que eu considero repugnante. É o que há de pior na televisão brasileira, perdendo até, nunca pensei que falaria isso, para aqueles programas de mortes e de sangue. Argh! Uma outra coisa: pode não ter muito a ver com o assunto, mas assisti esse vídeo num curso sobre Direitos Humanos e posto aqui para vocês assistirem: http://www.youtube.com/watch?v=22-E9OODECA

O produtor desse documentário foi assassinado por um muçulmano. :(

Denise disse...

E esse Rafinha Bastos se mostrou pior do que eu achava: já reconhecia sua arrogância e chatice, mas não sabia que era tão asqueroso. Enfim...

Denise disse...

E só para comentar sobre o rir X contar, também estou na mesma situação: não me sinto bem rindo de uma piada que não contaria. Para ser bem sincera, tento até evitar piadas, ultimamente... A não ser que sejam essas bestinhas mesmo. Uma vez, num ônibus que estava levando minha turma em excursão, contei uma piada pra uns 4 amigos, sobre um garoto que não tinha pernas nem braços e fora confundido com uma tartaruga na praia. Um de meus amigos falou assim pra mim: não vi graça nenhuma. Foi um tapa na cara, pois eu tava contando uma piada que ridicularizava uma pessoa com necessidades especiais. Depois, descobri que ele tem um irmão nessa com necessidades especiais. Nunca mais repeti essa piada ou outra qualquer. Mas foi ótimo para mim, pois percebi a idiotice que estava fazendo. O problema é que muitas vezes nem pensamos antes de sair por aí querendo fazer gracinha...

Luciana disse...

Me parece um tanto complicado falar de coisas que você não viu, que você nunca ouviu falar, que você não conhece. Se você prestar atenção no começo do texto da piada, já vai entender a ironia. Afinal, você já passou por alguém na rua que reclamou de ter sido estuprada?

Não estou justificando o tipo de piada, até por achar que piada não tem que ser levada tão a sério, há coisas muito mais relevantes em nosso país para serem contestadas. E se você tivesse assistido uma vez que fosse ao programa, teria percebido que o CQC não é um programa de humor e não tem nada a ver com Pânico e outros do gênero.

Se você acha que mudar os termos, que trocar palavras vai mudar alguma coisa em relação ao preconceito, sinto informar mas não é disso que precisamos. Precisamos parar de tratar essas pessoas como minorias, precisamos tratá-las como seres humanos, precisamos parar de julgar o próximo como se fossemos os donos da verdade absoluta.

Marco Calavera disse...

Esse tipo de humor provém de uma espécie de "Classe Média Intelectual". Gente que desrespeita os direitos dos outros, não porque não conhece a importância disso, mas por puro comodismo.
Ser politicamente correto dá um trabalho! Então é mais fácil acusar o politicamente correto de hipocrisia e achar que se é o filho único do mundo.

Anônimo disse...

Alguém aqui já viu um filme chamado "Bruno"? Ou "Borat"? É um ator judeu que faz humor politicamente incorreto, e muito bem. No "Bruno" ele se faz passar por gay, zoa e blá blá blá, mas na cena final vemos o que ele realmente quis dizer: ele beija um cara no meio daquelas arenas de luta livre, pra mostrar o pré-conceito existente na sociedade. Os caras que tavam torcendo do lado de fora ficam furiosos! É foda. O humor do rafinha é uma coisa sem graça e pré-conceituosa, mas daí a dizer que TODO humorista politicamente incorreto é um imbecil, é outra história. Pesquisem no google os filmes. É do ator Sacha Baron Cohen.

Anônimo disse...

Deem uma olhada no currículo do Sacha: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sacha_Baron_Cohen

Ari Mascarenhas disse...

‎ Penso que estão querendo acabar com o humor. Quando criança sempre fui zuado por parecer o MR.Bean - um britânico idiota que mal consegue entrar num carro sem se arrebentar todo - pois bem, vou dizer que isso é "bulling". Bah! O mundo tá muito careta. Não pode fazer piada de nada, então os caras coloam mulher pelada na tv e tá beleza. Não to defendendo o rafinha porque acho ele um babaca mesmo, mas não por isso. Aliás o que é mulher feia? Ninguém definiu o que é uma mulher feia? Ela pode nem existir? Ou pode ser aquela que não se equadra nos padrões de beleza da maioria das pessoas que escreveram no blog da Lola. O mal do Brasil é a hipocrisia. deixem os caras falarem as merdas que quiserem, afinal, todo mundo bebe Cerveja, Pepsi e TNT ( os principais patrocinadores do CQC) e ninguém deixa de consumir porque falaram besteira. E a liberdade de expressão. Outro dia meteram o pau no Bolsonaro pq ele falou que odeia Gay... e daí...se ele odeia problema dele, ou todo mundo tem de gostar dos Gays? Eu não odeio os Gays, tenho muitos amigos que são e acho que o Bolsonaro está no direito dele de falar a merda que quiser. EU ODEIO A DILMA, ELA TEM CARA DE CUCA DO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO - daqui a pouco não vou poder falar isso, será politicamente incorreto. Estamos lutando com as armas erradas amigos, vamos abrir os olhos. Não é por aí que devemos aplicar nossas forças. As diferenças sociais são deixadas de lado quando nos preocupamos demais mulher feia, bonita, gorda, magrela, cães, gatos, gays e discrimanações como essas que fizemos quando apoiamos tais bandeiras. Defendo a bandeira do fim da corrupção no Brasil e a equalização dos direitos. Agora vão me acusar de reacionário e chauvinista. Ir na contra-mão dessas pseudo-revoluções da baixa burguesia é a minha bandeira.

Ari Mascarenhas disse...

PIADA de cago e CEGO ( vejam o quanto somos hipócritas)

O gago é o ceguinho vinham caminhando pela calçada.
Disse o gago: -Você vi-viu?
E o ceguinho: - O quê?
- Uma tre-men-da-da mulata passou pela gente...
Continuaram e o gaguinho resolveu sacanear de novo:
- Você vi-viu?
- O quê?
- Uma mo-morenaça-ça gostosa.
O ceguinho ficou fulo mas não falou nada. O gago:
- Você vi-viu?
E o ceguinho com raiva:
- Vi sim... e daí?
- Então por-por que pi-pisou?

hahahhahahahahahhhahahahha

Sra Lola , a sra falará que é uma piada políticamente incorreta, zoar o cego, mas quem contou essa piada e foi aplaudido por todos no Credicard Hall no dia 14/03 foi o sr. Geraldo Magela. E aí? E agora? É lastimável o que vocês, pequeno-burgueses querem aplocar na sociedade. Querem enganar a quem? é tudo hipocrisia. Dai-me paciência.

Daní Montper disse...

Acho tão sem noção alguém entrar aqui para falar que fulano pode falar o que quiser nos criticando por falarmos o que queremos sobre algo... Cadê a coerência?

João Vitor disse...

Nossa, a discussão tá boa hahaha.
Não concordo com vc Marco Calavera, até pq não acho q esse humor velha de uma "Classe Média Intelectual" pq nem todos os humoristas de stand-up que são "a favor de um politicamente incorreto" são de uma classe média e eu que acho até engraçado(claro que não concordo com tudo que é feito piada) tb não sou de classe média hahaha
Sobre o RirXContar, usando minha pessoa como exemplo não costumo rir de piadas que acho idiota, ou de certa forma perjorativa e tal.
O exemplo ai tb citado da origem da palavra judiar, eu até sabia a origem, meu pai me contou à algum tempo acho, ou alguem me contou, enfim, nem por isso deixei de usar, afinal a palavra pra mim não remete aos judeus e sim a uma situação. Assim como denegrir, não me lembra negro e sim difamar, então não vejo muito um por que de parar de usa-las.
Acho mesmo que estamos implicando com a coisa errada, não é com o humor ou com o humorrista que devemos nos encrencar e sim com o assunto em si,seja ele estupro, homofobia e tal. Afinal numa democracia, num pais livre temos o direito de amar ou odiar o que queremos, desde que isso não prejudique ninguem, por isso temos leis(que é mais um dos problemas, pois são extremamente falhas), mas creio q isso seja outro assunto.
Acho incrivel, poder rir de uma piada de cego pq foi um cego quem contou, ou da piada do judeu pq foi um judeu quem contou, poxa não posso rir da piada do judeu contada pelo cego? hahaha
Enfim, to me prolongando de novo ¬¬', eu acho o Rafinha um bom humorista, essa é minha opinião e deve ser respeitada, quem acha ele um canalha(ou adjetivo que quiser) tb deve ser respeitado, assim como o cego, gay e o deficiente fisico ou mental!
Fuii!

Drica Leal disse...

João Vitor:

E se um negro disser pra você que se sente ofendido quando você usa a palavra "denegrir" ou um judeu disser o mesmo sobre "judiar", você não vai deixar de usar essas palavras mesmo assim ou vai permanecer na arrogância de achar que quem decide o que é ou não ofensivo para os outros é você? E não estamos falando de uma ofensa subjetiva, mas de uma ofensa com origens muito bem explicadas e comprovadas(no caso, as origens das expressões judiar e denegrir).

lola aronovich disse...

João Vitor, acho o cúmulo vc vir aqui, num blog feminista, de esquerda, que defende sempre dos direitos das minorias, e dizer que não devemos criticar o seu ídolo Rafinha, e sim “nos encrencar com o assunto em si”, no caso, o estupro. Ahn, vc pode imaginar que por aqui JÁ FAZEMOS ISSO, não? Aliás, a gente só está encrencando com o seu ídolo porque ele fez uma piada totalmente idiota e desrespeitosa com estupro. E não confunda as coisas: deixar de usar palavras como judiar e denegrir pode ter a ver com ser politicamente correto, mas não com humor. Sabe, na vida, algumas pessoas tentam evoluir e aprender a respeitar as outras, principalmente aquelas que estão em grupos historicamente discriminados. Já outras pessoas fazem piadinhas sem graça para perpetuar a discriminação.


Luciana, obrigada por me informar de que não precisamos mudar a linguagem para combater o preconceito. Vou lá anotar no meu caderninho e já volto. Vc se dá conta como o seu comentário faz vc parecer a dona da verdade absoluta disposta a julgar os outros só pra defender um humorista medíocre?

Unknown disse...

Respeito! É pedir muito?

sigopelomundo disse...

"Blergh. Olha, eu já achei o politicamente correto um exagero. Mas sério, deve fazer pelo menos uns cinco anos que não acho mais."

Exatamente!

A gente tem que aprender e mudar. Se um grupo demanda ser chamado de alguma coisa diferente do que conhecemos, o que custa? Não é esforço, é tentativa de entendimento, respeito puro e simples...

Villa disse...

Lembro de ter rido quando Zé Pequeno dá um tiro na cabeça de um cara chato que falava do Mané Galinha, em "Cidade de Deus", o cinema todo riu muito... Depois me dei conta do quanto isso representava! Mas não acredito que isso faça do diretor do filme ou do público homicidas em potencial! O direito de dizer e mostrar as coisas é incomodo e forte, mas prefiro os racistas declarados e abertos a argumentos do que uma multidão silenciosa de quem eu desconfie o tempo todo. Se falarmos mais e sem pudor, podemos entender melhor um monte de coisas que no silêncio parecem resolvidas e que na verdade não estão! Não sou a favor da violência no cinema, mas confesso que ri de um tiro na cabeça e isso me deu muito o que pensar...
Quantas coisas nós podemos perder se pusermos limite no que pode ser dito e mostrado, se nos policiarmos?
Prefiro que todos digam o que pensam, que sejamos livres e sem etiqueta em forum aberto... Seriamos pessoas melhores e entenderiamos muito mais sobrenós mesmos!

Ari Mascarenhas disse...

LOla,

Respeito sua opinião e agradeço por nos permitir expor a nossa. Estou com aqueles que não se ofederam com o rafinha. Não gosto dele, mas acho que o problema aqui é com o humorista e não com a piada. Aliás, ninguém percebeu que a piada foi com mulher feia. E o que é mulher feia? ninguém sabe. Deixemos de lado a demagogia. Estou com o Villa. Ele conseguiu o que queria, Ibope e você também, nesse ponto vocês são iguais. Porque não discutir questão da maioria oprimida, pobre e desempregada no Brasil - Isso é ser de esquerda - A esquerda luta por direitos sociais e economicos, não luta, não luta por mulheres, homens, gatos, galinhas, árvores, gays, héteros , prostitutas, religiosos....a esquerda tem de lutar por TODOS. E no Brasil, todos, são aqueles que não tem emprego, nem saúde, nem segurança e muitas vezes nem renda. Cadê a esquerda nos lixões? Nos mangues da Baixada? Nas favelas da Zona Sul? Não, não .. a esquerda está quentinha em seus apartamentos de Moema escrevendo em blogs feministas ( que é aúnica preocupação de vocês) pra se aparecer nas costas de um babaca que só quer aparecer chamado Rafinha Bastos. Obrigado pelo espaço para expor minha opinião, espero que não me exclua.

Ari Mascarenhas disse...

Desculpe, me enganei, quando disse TODOS, obviamente que eu não quis incluir a burguesia e a nova aristocrácia. A Esquerda luta pelo Povo e ponto final.

Bárbara disse...

Lolinha, sobre termos considerados ofensivos (por alguns), gostaria de saber: o que você acha dos termos "dar" e "comer", utilizados sexualmente? Simplesmente ODEIO quando ouço alguém falando algo do tipo, é deprimente. E você?

Myla disse...

Mary
Eu até que gostava do CQC bem diferente do panico que é um horror, o Rafael Bastos deve ter tido trauma na infância e por isso teve que colocar para fora seu trauma, feio e abusado sexualmente..tadim dele, digno de pena. Lola fiquei sua fã e pode saber que acompanho todos os temas ligados ao meu pais.Sou favor da censura sim e não importo com opinião alheia tanto qunto não importo se divergem de opiniões quando dou as minhas.Marcelo Taz que puxe a orelha desse moço para o bem do programa.

Unknown disse...

dá uma olhada em http://tomandoolugardodiogo.blogspot.com/
acho q vc pode gostar de um texto q tem lá...

Gabriela Galvão disse...

Pra mim ñ chegam a ser piadas. Piada é necessariamente inteligente.

E eu rio de coisas das qais discordo.
Por exemplo: uma amiga contando qe vivia um 'affair' 'animado. Dizia ela: "Ai, tem grito, puxão de cabelo, ele me puxa pelo braço..."
(Fora da cama, isso.)
Eu ñ acho isso legal, essas coisas ñ me dão tesão... Mas eu ri, foi engraçado o jeito como ela contou, tal.

E ainda tem outro jeito de você rir duma boçalidade: rir de alguém achar qe aqilo tem graça.
Esse cara aí é risível, mesmo. De tão ridículo.

Pois bem. Chatice são essas piadas datadas, sooo boring, sooo last season...

(Beijo, Lola.)

EneidaMelo disse...

O trágico é que tem vários comentaristas aqui que acham que o tal Rafinha tem o direito de destilar a besteira que quiser, mas não parecem achar que a Lola e várias outras pessoas tem o direito de não gostar e dizer que não gostou e o porquê.

Sim, ele pode destilar seus preconceitos.

Mas, sim, eu tenho não só o direito de não gostar e, dizer que não gosto e não ir a seus shows, como tenho também o direito de boicotar seus patrocinadores (acabei de cancelar a compra de um celular Nokia explicitando que estava cancelando porque a Nokia tem um garoto-propaganda que faz piada de estupro).

Tenho também o direito de tentar convencer meus amigos a não comprarem Nokia pelo mesmo motivo.

Iara De Dupont disse...

Gostei muito do teu texto .Já me vi em situações de discutir o que é ou não politicamente correto.
Finalmente entendi que o limite está no respeito a dor do outro, não se pode atravessar ela.
É engraçado piada de papagaio,mas de mulher estuprada é cruzar o limite e mostrar que vc não é um ser humano.Se existe alguma possibilidade de um entendimento no mundo é justamente a compreensao da dor do outro.
bjs!

Fefa disse...

Lola, conheci seu blog hj e adorei! serei presença!

Veja, vc tem toda razão, tbm não consigo enxergar transgressão nenhuma nessas piadas.

E concordo com o comentário da Agatha (mais acima), quero ver esses incompetentes fazer piada sem uma palavra, como o Mr. Bean, isso é fazer humor.

bjs

Anônimo disse...

Do twitter do Sr. Danilo Gentili: "Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que chegaram perto de um vagão foram para Auschwitz".

Esses pseudo-humoristas estão envergonhando o humor brasileiro!

Unknown disse...

Lola, achei seu post mt recalcado, generalizado, desenformado e egoísta.
A vida é uma só tem q aproveitar ela, rir das sua desgraças e das dos outros, o tempo não volta, o q tá feito tá feito. Claro vc deve invadir o espaço do outro, agredir outra pessoa, mas como "o mundo não é perfeito"(o q na minha opinião é perfeito), vc tem q tentar tirar o q tiver de bom disso, pq tem! Em casos como o estupro, claro q qm fez isso tem q pagar por isso, todo ato tem uma consequência. Mas guardar rancor, mágoa, tristeza, por isso, não melhorar em nada vida de ninguém. Acho q vc está perdendo tempo da sua vida por reparar mais nas desgraças do q nas graças...
Eu considero mais falta de respeito e egoísmo, qm não deixa q alguém ria dele(RISADAS saudáveis/ naturais/felizes), do q qm faz as piadinhas. Assim vc está é impedido a maioria de ser feliz. Não tó dizendo q um deve perder pra maioria ganhar, to dizendo q todo mundo deve doar um pouco, pra todo mundo ganhar!

Anônimo disse...

"Todo escroque agora se acha um iconoclasta" (comentário acima) Perfeito!

Ari Mascarenhas disse...

Só pra saber Lola, você excluiu meus comentários acerca desse tema?
Sentiu-se ofendida com alguma colocação minha.
Se quiser pode me responder por e-mail: frutovermelho@gmail.com
Penso que conversando a gente se entende.Abraços

Ari Mascarenhas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lola aronovich disse...

Acho que não excluí não, ASMS. O que aconteceu é que semana passada o Blogger deu um baque. Foi na quarta e quinta, dias 11 e 12. O Blogger sumiu com TUDO que foi feito no blog na quarta e quinta. Ou seja, teve um guest post da Ana que simplesmente desapareceu, e todos os comentários que foram postados naqueles dias, em qualquer post, também. Eu calculo que perdi uns 100 comentários - 35 no post da Ana, 40 no post sobre rachar a conta, e mais alguns em outros posts. O Blogger prometeu recuperar posts e comentários perdidos, mas já tem uma semana que eles falaram isso, e até agora nada. Acho que eles foram perdidos definitivamente, mesmo. Eu fico muito chateada que isso aconteceu, mas infelizmente aconteceu com todos os blogs do Blogspot.

Rafael disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael disse...
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Rodrigo Lima disse...

Um complemento interessante ao seu debate Lola.

seu blog é lindo! e genial!
http://andrebarrospolitica.blogspot.com/2011/05/o-racismo-e-o-machismo-e-homofobia-nao.html

Rafael disse...

obrigado, lola, agora, por favor, faça um post com todos os conteúdos permitidos em piadas e no humor. tua própria censura.

eu particularmente acho essa forma de humor boa e importante porque joga na cara das pessoas os seus preconceitos.

entenda o humor negro antes de criticá-lo.

http://malvados.com.br/
http://explosm.net/
http://4chan.org/b/

Mario (Mas que Mario?) disse...

Lola, nunca tinha postado em seu blog, que leio às vezes, mas é a 2a vez. Eu também achava que termos politicamente corretos são um exagero (e em alguns casos continuo achando que existe exagero). Eu penso muito nisso, e se um dia eu tiver problemas pra andar, quero ser chamado de manco. Se parar de enxergar, quero ser cego. Fui levado a isso inclusive por presenciar uma cena (que na hora foi meio bizarra) em que uma garota "afrodescendente" malhava um cara que a chamou de "moreninha". E ela gritava com ele "eu sou preta!". Depois conversei com ela pra entender direito e comecei a ler e pensar sobre o assunto. Uma parte dos negros/pretos/afrodescendentes, e uma parte politicamente engajada, defende o uso do termo "preto/preta" com o argumento de que "negra/o" ou "afrodescendente" são eufemismos pra algo que não precisa de eufemismo. Já que não tem ou não deveria ter problema algum em ter a pele mais escura, ou ser "branco" e ter antepassados de pele escura, da África Subsaariana. Como inclusive é o meu caso, apesar de ter a pele "branca". Algo como "Sou preto, sim, e daí?". Inclusive porque "branco", apesar de valorizado pela nossa maldita sociedade racista, não traduz também a cor da pele. Eu nunca vi ninguém vivo com cor de papel sulfite.
O ponto todo é: talvez a luta de verdade não seja sobre o termo que se usa, mas como se usa.
A propósito e em tempo: sobre "homossexualismo" ser considerado doença, de onde tiraram isso de "ismo" ser negativo ou ter a ver com doença? É melhor "homossexualidade", porque não remete a doenças? Como "obesidade" e "ansiedade"? Ou é melhor "homossexualismo", que também pode remeter a algo político, como "socialismo", "comunismo", "anarquismo"?

Rober disse...

Nunca havia entrado aqui e adorei a postagem. De certa forma, eu concordo com o que foi dito em um dos comentários que o "politicamente correto" por vezes é exagerado. Eu também não vejo a maior graça nas piadas deste tipo. Sofri isso na pele, tive dois amigos que morreram num acidente de carro (para quem tenha ouvido falar, aquele do Deputado Carli Filho no Paraná) depois uns outros amigos meus fizeram piada sobre o acidente, aquilo me atingiu feito um golpe de faca, doeu muito ouvir aquela piada sem sentido, mas eles acharam engraçado.
Também li que ter senso de humor é saber rir de si mesmo, mas eu acho que nem por isso eu preciso ficar sendo ofendido ou ridicularizado em piadas. Sou gay e não ligo de ouvir alguma piadas sobre gays, algumas até são engraçadas, confesso, algumas pegam pesado (daí eu não rio), mas eu acho que tudo deve ser feito com bom senso para que não role exageros, de todos os lados, do lado que pode se ofender e do lado que pode ofender. No mais, concordo contigo, Politicamente Incorreto não é transgressor, nunca foi!
Gostei tanto da sua postagem que tomei a liberdade de postá-la em meu blog, na verdade coloquei um trecho com o link para as pessoas acessarem o seu blog e ler no original.
Abraço

Daniela disse...

Sabe por que vc está errada? Porque a graça de fazer piadas "politicamente incorretas" está no fato de que as pessoas dizendo elas NÃO CONSIDERAM ESSA COISA VERDADE, JUSTAMENTE PORQUE é uma piada. Sim, muitas pessoas que são de fato racistas e homofobicas fazem piadas preconceituosas e usam a bandera do "politicamente incorreto" para justificar e se considerar "trangressor", MAS quando uma pessoa que não acredita DE FATO nessas ideias preconceituosas faz uma PIADA dessa conotação, ELA NÃO ESTÁ SENDO PRECONCEITUOSA, ELA ESTÁ FAZENDO UMA PIADA COM O PROPRIO PRECONCEITO DA SOCIEDADE. Vc conhece desenhos americanos, tipo South Park, Family Guy, American dad? eles VIVEM FAZENDO PIADAS COM TODO TIPO DE MINORIA, as pessoas que se sentem ofendida é porque simplesmente NÃO ENTENDERAM que a intenção dessa forma de comedia é colocar um espelho na cara da sociedade e RIR dela. Uma piada sobre gay, negros, judeus, estupro e o que for, NÃO TERIA GRAÇA (e não tem) SE REALMENTE representasse a posição verdadeira da pessoa, porque ai não haveria nenhum aspecto comico, seria apenas uma afirmação de uma posição. EU FAÇO PIADAS MACHISTAS, HOMOFOBICAS, SOBRE JUDEUS E SOBRE TUDO,E NÃO CARREGO NENHUM DESSES PRECONCEITOS, sou mulher, bisexual e atéia, consigo rir de qualquer tipo de piada, ME SINTO CONFORTAVEL PARA TAL, JUSTAMENTE porque sei que não possuo essas ideias de verdade. E se agora vamos definir o que PODE e o que não pode fazer piada, onde vai parar? Vamos parar de fazer piadas sobre portugues tb?? É XENOFOBIA!(de acordo com sua lógia) Resumindo: ou nós podemos fazer piada com TUDO ou com NADA.

Julia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Julia disse...

Esse tal de “Pentacúspide”, num comentário que fez aqui em 9 de maio de 2011 às 21h01 disse: “um preto só usa essa história de sentir-se ofendido quando quer ganhar alguma coisa”... Achei seu comentário asqueroso. Mas biblicamente há uma explicação pra pessoas como você, esse tal de Rafinha Bastos e outras pessoas que não veem problemas em ridicularizar e humilhar minorias: “A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu depósito de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio”. Lucas 6:45 (Bíblia na Linguagem de Hoje).

Anomimo disse...

A piada em questão não comparava negros com macacos.

Aliás, nem citava negros. Comparava o King Kong com os jogadores de futebol que fazem sucesso.

Enxergar racismo nessa piada é que é o verdadeiro racismo.

Luna disse...

Ei Lola,
Tava lendo hj sobre o terrível programa Zorra Total da globo e, pelo que vi no comentário, há uma mensagem igual à de Rafa Barros com relação ao estupro / abuso sexual.
Não costumo (graças) assistir o Zorra Total porque a mera música já me irrita profundamente. Mas acho que assistirei pra tirar essa prova e, da mesma maneira, questionar a possibilidade de banalização de abuso sexual pela própria globo..

olha só esse link:
http://eusoqueriaestudar.wordpress.com/2011/08/02/nao-e-estupro-se-for-na-globo/

Alix disse...

"Vocês não são moderninhos, não são ousados, não são criativos. Vocês estão apenas seguindo uma tradição."
Sensacional Lola!
São herdeiros legítimos de "A praça é nossa" e que tais.
Eu cresci ouvindo meus avôs e pais fazendo piadas ou comentários racistas ou homofóbicos e sempre senti um baita mal estar.
Acho que se avançou muito pouco contra homofobia no humor de massa. Notei isso as poucas vezes que testei meu estômago assistindo alguns minutos de Zorra Total.

Alix disse...

Danihc, pode-se fazer humor com o que quiser, mas quem ouve a piada tem o direito de acha-la sem graça, abjeta e preconceituosa. Temos o "direito de não rir", de nos sentir constrangidos, de ridicularizar a piada e o piadista, de denunciar a maldade embutida e a falta de originalidade.
Uma coisa é defender censura, outra bem diferente é dizer: - esse humorista não é engraçado, ele é um boboca oportunista. Comediantes fazem piadas preconceituosas na expectativa de serem celebrados (com as risadas), não de serem achados tolos e malvados.

Francisca disse...

A primeira vez em que li essa expressão foi na Veja. Na época, já achei a ideia estranha. Quer dizer, chamar um gay de viado é ser cool?

Pra mim, o verdadeiro humor ri de si mesmo, do humano. Não é esse humor babaquinha que ri de todos que não são "adequados". Tudo bem, o humor televisivo nunca foi o Voltaire, mas esses humoristas atuais, filhinhos da mamãe, são tão idiotinhas. Sinto pena deles!

Gente desse tipo sofre muito. São caboclos que sofrem por não terem nascido ingleses! A cara da elite paulistana. Um bando de estúpidos que vive para idolatrar e imitar tudo dos EUA. Toda opinião publicada no NYT é como texto da Bíblia pra essa gente devota. Gente fina é outra coisa, entende?

Unknown disse...

ATE QUE ENFIM
http://longedechupinsviolentos.blogspot.com/2011/07/carta-ao-programa-cqc-pelo-comentario_12.html

Anônimo disse...

Lola, parabéns pelo seu texto. Não vou bater no peito e dizer que concordo inteiramente com o que você disse mas, concordo com a grande maioria. Um dos problemas, à meu ver, é que as pessoas - de forma geral- estão confundindo os limites do que é politicamente correto e politicamente incorreto. Explico, se condenássemos todas as piadas que fossem feitas com negros, loiras, deficientes, e todos os outros grupos que são utilizados como "alvo" para essas piadas acabaríamos com cerca de 70% das piadas, ou algo próximo disso, certo? Porém, se excluíssemos somente aquelas que realmente são OFENSIVAS seria capaz de achar um denominador comum, não achas? Acho sim, que as pessoas devam rir de si próprias. Eu, por exemplo, sou gordo e nordestino [e não moro no nordeste] e nem por isso fico ofendido com 90% das piadas que ouço com um desses "grupos" por assim dizer, concordo que algumas não são necessárias e que devessem ser repensadas, mas algumas são extremamente engraçadas... é uma "caricaturização" de fatos entende? Hoje em dia o politicamente correto está supervalorizado, existem coisas que o pessoal que defende o politicamente correto deveria repensar, vide o exemplo que dei de mim mesmo. No mais, me desculpe pela bagunça nas ideias do meu comentário, e parabéns pelo seu blog com vários posts muito interessantes.
PS; eu não defendo o que foi dito pelo Rafinha, e acho que o CQC perdeu a mão nas piadas. O show de alguns dos integrantes é sim muito bom, porém não são semelhantes ao que é televisionado.

Gabriel B.F. disse...

Gostando ou não desse tipo humor, felizmente voce tem o direito de critica-lo, assim como outras pessoas tem o direito de faze-lo.

Quanto a termos pejorativos:
Meu vô é preto, meu pai bem moreno, e mesmo assim não me ofendo ao ouvir "o lado negro da força"

Anônimo disse...

Cara blogueira, se sua censura permitir, colocarei algumas posições não tão corretas sob a optica reinante nos coments acima... 1º, humor negro, branco ou cor-de-rosa, lê, escuta ou assiste quem quer... desde que não direcionado a pessoas especificas, não vejo nada demais... 2º, o primeiro passo para um regime totalitario é a censura ou ato de igual monta... vi alguns comentarios em que colocam como minorias até a loiras (ou louras, como queiram)... faz-me rir... então na suecia não se deve fazer piadas de oxigenadas... idem para os negros africanos, latinos, crianças, papagaios, portugueses, gays, mulheres... sobraria o que? os heteros masculinos, direitistas, conservadores, burgueses, com curso superior, caucasianos cristãos? esses poderiam ser alvo de piadas? não lhe parece que o politicamente correto, como dizem em alguns comentarios, ser a antitese do natural? acaso as piadas de alemão são melhores que as de africanos? ou as de viados (ops! homossexuais) são piores que dos revanchistas, machistas ou trogoditas?
A conclusão que chego é que piadas, tendem a ser engraçadas ou não conforme a formação moral e psico-social do ouvinte e menos da capacidade do autor em realmente agradar ou não... agora, os interesses politicos, a politização, por traz da classificação, boa ou ruim, de mal ou bom gosto, isso sim é preocupante e perigosa... a batalha sob a egide da cultura só começou... quem vencer trará desgraça ou salvação ao povo em geral... vamos ver quem tem razão...

lola aronovich disse...

Respondi ao comentário do Blue Eyes aqui.

MCarolina disse...

Cheguei aqui pelo Alex Castro e elogiei esse texto lá porque gostei muito.
Percebi pelos comentários que muitas pessoas não entendem direito o que é uma ofensa e o que não é, ou acham que qualquer comentário sobre gênero, cor, credo etc viraria automaticamente uma ofensa.
É normal humoristas fazerem piadas homem-mulher ressaltando estereótipos e usando casos da vida real, enfatizando como mulheres demoram para se arrumar, ou como são mais românticas, como gostam de filmes que eles não gostam e etc. Mesmo que eu não me identifique e não ache graça nas piadas, não me sinto nem um pouco ofendida. Agora, alguém dizer que mulher feia deveria agradecer por ser estuprada é totalmente diferente. Não só não tem graça, é grotesco. Só não vê quem não quer ver.

Anônimo disse...

Parabéns Lola, acho que a luta contra aqueles humoristas decadentes e os novos que se acham humoristas é árdua e conta com gente de peso do outro lado, como Jô Soares, que vive satanizando o politicamente correto.
Seu texto é leve, inteligente e suficientemente claro para levar alguém a uma reflexão.
Coloquei o link em meu twitter e no face.
Valeu.
Abraços
Cacau Vaz

Mônica ferreira disse...

Pessoal infelizmente esse não é o único comentário ridículo que o tal Rafinha faz, já chegou a falar que as mulheres não deviam amamentar seus filhos em lugares públicos.

Anônimo disse...

Provavelmente ele se esquece de que homens também são vítimas de estupro, e de que isso pode acontecer COM ELE mesmo a qualquer momento... Será que ele também agradeceria? Será que ele também sentiria prazer?

Nós, mulheres, somos ensinadas desde crianças a andar pelas ruas com medo, mesmo durante o dia; a nos prepararmos para uma situação como essa a qualquer momento; a não usar este ou aquele tipo de roupa (como a Lola disse no post sobre a Marcha das Vadias). Alguém já viu um homem com este tipo de preocupação (uma preocupação que, para muitas mulheres, é diária e beira o pânico)?

Talvez seja este um dos motivos pelo qual a maioria dos homens se esquece de que também correm o risco de ser estuprados, e então se torna fácil achar graça na piada.

Anônimo disse...

IMBECIL!

Ana Cecília disse...

Olha Lola, há um tempo atrás mandei para todos os meus amigos a reportagem sobre o Rafinha enchendo o saco do Bruno Mazzeo que se posicionou contra as piadas racistas etc. E um texto da Nina Lemos sobre o humor Bully. Juro pra você, só se revoltaram achando que eu estava sendo radical demais os amigos heterossexuais brancos. Eu me sinto ofendida pelas minorias de que nem faço parte. Infelizmente mulheres são menos unidas do que os homossexuais e negros. Infelizmente no nosso país há uma mega lavagem cerebral em que mulher tem de fazer tudo para AGRADAR o homem, então como as mulheres vão se ofender com piadas? A mulher que reclama é feia, gorda, lésbica, mal amada e por aí vai. Em vez de se ofenderem com a piada sobre estuprar mulher feia, elas vão correr pro salão de beleza. Acho que é uma conjunção de fatores, imposição da mídia, das famílias, da sociedade, da religião dominante. As mulheres aqui usam uma burca de silicone. INfelizmente Lola, tem mulher que dá sem camisinha, com medo do que o cara vai pensar se ela tiver uma. Então, INFELIZMENTE, enquanto nossa educação dominante for essa, esses nojentos vão ter espaço, espaço, e vai ter mulher aplaudindo, de chapinha e tudo. E olha que eu não estou querendo estereotipar nem nada, isso me deixa muito triste. O que você falou do seio que pode ser exibido é aquele da PROMOÇÃO DA MULHER COMO OBJETO SEXUAL. Eu te falo, Lola, eu com meus 35 anos, grávida pela segunda vez de outro menino (meu filho mais velho tem quase 4 anos, eu também, óbvio, antes de ser mãe não pensava em ser, não almejava ser, mas hoje em dia naturalmente eu gosto muito) só posso fazer pelo futuro, criar esses meninos o oposto dessa nojeira vigente, mas vou te falar, vou incentivá-los a sumir daqui, pq esse país me cansa muito.

Ana Cecília disse...

Eu agora li o texto todo, pois já estava revoltando desde o início, rs. Mas não acredito na "pala" do Marcelo Tas, e sempre o admirei pelo mesmo motivo que a Pink... respondeu no Twitter... "Você tem uma história profissional legal". Puxavida que decepção, Lola! O Rafinha, não é politicamente incorreto, ele é "apelador". Usa o Twitter para ter reação, RT, pageviews, seguidores e influência. Bom, ele foi eleito o mais influente não foi? Ele ganha comercial assim... aí começou a apelar total e graças a Deus a gente não vê a cara dele mais. GRAÇAS A DEUS!!!! Outra que usa o Twitter para virar notícia é a Luana Piovani apesar de que ela só fica enchendo o saco de outras celebridades. E também, é outra que fico sabendo das frases pela MANCHETE do UOL, não ouso clicar na notícia não. É essa a força que a gente tem de fazer. Engolir a curiosidade e parar de clicar sobre sensacionalismo. Boicotar os patrocinadores, e infelizmente eu nem sei se boicoto os patrocinadores do CqC pq sempre me passam batido, sempre achei ridículas as vinhetas dos patrocinadores com os caras, e elas foram deletadas da mente. TAlvez eu use alguma operadora de celular... agora não sei mais o que eles promovem. Eu tenho de pegar uma lista pra boicotar. Mas eu gosto do Boicote, o pior é TER DE TOMAR conhecimento das marcas que patrocinam o CQC, o PÃnico, o BBB hahahahahahaha vou pegar uma lista. Gente, vamos ganhar a vida honestamente, Tas e humoristas desnecessários... que que é isso??? Na época da censura as pessoas quebravam a cabeça pra inventar piadinhas subliminares, duplo sentido, críticas disfarçadas. Agora que não há censura precisa ser um humor tão burro??? Qual é a graça de encher o saco dos órfãos no dia das mães??? ISSO É "POLÊMICO"? "IRREVERENTE"?? "POLITICAMENTE INCORRETO"? Isso é para mim: "Dãaaa", totalmente imbecil, sem graça, irrelevante, desnecessário. PRA QUÊ então se fazer uma piadinha assim, que PODE até chocar alguém? Mas que não tem a menor graça??? É tanta burrice, preguiça criativa.... não entendo. RAfinha, Tas, Gentili, vocês são chatos de galochas, isso sim, toscões, bobões, os meninos chatos da escola, donos da bola. Vocês cansam a beleza, vocês me dão preguiça demais, vocês deviam trabalhar mais para terem alguma graça. A graça acabou. (e agora uma piadinha racista sobre estupro, mas que acho que os negros não vão se importar). "EU ACHO QUE O GENTILI passou uma temporada na cadeia e um negão estourou as cordas vocais dele.... POR TRÁS!!"

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