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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CRI-CRÍTICA DE TRAILER: ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO


Ahn... Eu vi o clássico do Zé do Caixão, À Meia Noite Encarnarei Teu Cadáver, que foi bastante revolucionário na sua época. Sei da fama que ele tem no exterior como “Coffin Joe”. No Brasil, ele costuma ser apenas uma aparição excêntrica, com aquelas unhas enroladas (e é referência entre o maridão e eu, quando não usamos uma tesourinha e as garras crescem: “Tá tentando imitar o Zé do Caixão?”). Bom, tudo isso pra dizer que, por mais que eu respeite a grife Zé do Caixão, não tenho por que gostar de tudo que ele faz. Este trailer de Encarnação é um exemplo. Não sei como será o lançamento nos cinemas brasileiros, mas espero que faça sucesso. Tomara que todos os fãs de Jogos Mortais e Albergue lotem as salas, porque a estréia nacional desta sexta lembra muito essas nojeiras. Mas não é o meu tipo de filme. Terror é uma coisa. Terror feito unicamente pra chocar, não pra assustar, é outra. Só o trailer já tem de mais do que pode ser chamado de torture porn. Tem cenas asquerosas de ratos, sangue, mutilações e esse hobby bem doentio apelidado de suspensão (sorry, fãs do gênero. Viva e deixe viver, eu sei. Mas se não admiro meninas anoréxicas que se cortam, não vou ter apreço por rapazes que se furam, colocam cabos e se suspendem no ar. Continuem existindo, se vocês gostam, só não me convidem pra aplaudir. E chamar auto-mutilação de arte soa meio forçação de barra). Meu leitor Claudemir avisou que no filme há também uma cena (apenas sugerida pelo trailer) em que uma mulher é coberta por 3,000 baratas numa banheira. Agora, sinceramente, por que eu, que me enojei com a baratinha solitária de Wall-E, iria querer ver tal atrocidade? Alguns filmes são marcantes. Outros são apenas traumatizantes. E se eu quiser colecionar traumas e pesadelos pro resto da vida, posso simplesmente ouvir a Dança do Créu ou afins cinco vezes por dia. Pensa só: se mulheres têm pavor de barata, colocar uma moça numa banheira junto com 3,000 rastejantes não fica até misógino? Inclusive porque não é a mulherada o público-alvo de Encarnação do Demônio. Os guris que assistirem ao filme vão achar a cena blergh, mas não vão se identificar com ela. Não vão pensar: “podia ser eu com 3,000 baratas”. Vão é fantasiar: “ha ha, queria ver a Lolinha nessa cena”. E fantasiar cenários hostis a mulheres é misoginia, certo? Mesmo que essas baratas do trailer sejam mais esverdeadas e menos horríveis que as que habitam a minha casa e os meus pesadelos, ainda assim são baratas. Mas por que preciso falar desses bichos? Se houvesse um documentário sobre baratas, eu não iria vê-lo. Aquele episódio de Creepshow, nos anos 80, já foi suficiente pra atormentar a minha mente durante duas décadas (clique aqui apenas se for homem). Aí veio Joe e as Baratas e eu pulei, claro. Não entendo bem o prazer de inundar nossa cabeça com coisas que nos fazem mal. E filmes como Jogos Mortais e Encarnação parecem servir a esse propósito, e a mais nada. Nota 2.