Mostrando postagens com marcador aniversário. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aniversário. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

QUINZE ANÕES DE BLOGUINHO!

Olá, pessoas queridas! Semana passada este bloguinho que vos fala chegou aos inacreditáveis quinze anos de idade!

Eu nunca sei a data exata em que comecei o Escreva Lola Escreva, só que foi no final de janeiro de 2008, quando eu estava no meio do meu doutorado-sanduíche em Detroit. Já fazia tempo que eu queria ter meu próprio espaço com total liberdade editorial, mas não sou programadora, entendo muito pouco de internet, e não tinha ideia como fazer um blog. Então pedi pro Silvinho, que estava comigo em Detroit (ao lado, foto da época, no apê que alugávamos), aprender tudo que fosse urgente, e lançamos o blog. Depois disso foi tudo com a ajuda de vocês! 

Comemorei uma década de bloguinho em 2018

Eu me lembro até hoje quando o maridão, a meu pedido, tirou uma foto da tela do computador, porque eu queria compartilhar alguma estatística do blog com vocês. Aí um leitor querido e sarcástico escreveu nos comentários: "Lolinha, por favor, me diga que você não tirou uma foto da tela!" E foi aí que ficamos sabendo da gloriosa existência do print screen

Selo de 11 anos, em 2019, feito pela designer gráfica Veronica Sauthier

Bom, quando comecei, se alguém tivesse me dito que o blog ainda estaria vivo em 2023, eu não acreditaria. Até porque o auge do blog, em termos de visitas e popularidade, foi em 2013. Dez anos atrás! E acho que não estou falando apenas daqui quando eu digo isso. O tempo dos blogs passou. Ficamos obsoletos. Plataformas mais visuais, como o Instagram, YouTube, TikTok, tomaram conta. O Facebook acabou com a caixa de comentários dos blogs. 

Selo de 12 anos do blog, já com o traço inconfundível do Cris Vector

Então nem sei por que insisto. Não é mais pelas estatísticas, até porque o único contador de visitas que já usei teve um treco (em 2014 ou 2015), e nunca instalei outro. É porque aqui é um registro. Ainda que o sistema de buscas do Google (que também é o sistema interno de buscas do blog) esteja cada vez pior, tem muitas vezes que procuro algo que escrevi e ainda consigo encontrar. E isso ajuda bastante, é como um diário. Mas admito que os últimos quatro anos do governo fascista me deixaram exausta. Eu e muitas outras ativistas fizemos parte da linha de frente da resistência a Bolso. Não foi nada divertido. Mas sobrevivemos. E agora estamos cheias de esperança de que o Brasil possa ser reconstruído e que a extrema-direita seja varrida do mapa (bom, não será. O Congresso que toma posse hoje tá cheio dessas figuras grotescas).

Estou recarregando as energias. Ainda estou um pouco de férias. Mas não creio que voltarei a postagens diárias. Uma coisa que estou devendo desde 2019 é escrever um livro. Tem que ser prioridade! E claro que tem meu trabalho na faculdade, que não para (meu currículo Lattes não me deixa mentir). Mas estou otimista. 2023 será um ano bom. 

Agradeço muito a todas e todos e todes vocês que me acompanham. E ao lindo Cris Vector, que fez os selos comemorativos do blog (e também a ilustração do meu canal no YouTube, o Fala Lola Fala, que preciso retomar) nos últimos quatro anos. Ele hoje é um dos ilustradores mais celebrados e importantes do Brasil, reconhecido internacionalmente, e faz selo aqui pro meu humilde bloguinho. É ou não é uma honra imensa? 

Sinceramente, não sei até quando manterei o blog. Ando sonhando com a aposentadoria, mas falta ainda. Como sou sempre transparente com vocês, não se preocupem, que antes de tomar qualquer medida drástica, eu aviso, explico, me despeço. Não vou simplesmente sumir. Só não falo tudo por questões de segurança, porque, infelizmente, as ameaças e ataques, que começaram em 2010 ou 2011, continuam. Mas vou levando, sem medo.

Vai dar tudo certo! Antes este era apenas um lema sem muita convicção de uma eterna otimista. Mas agora, com o Brasil novamente no rumo, é uma certeza. 

segunda-feira, 6 de junho de 2022

NHOQUE DE BATATA DOCE PRA COMEMORAR ANIVERSÁRIO

Hoje faço 55 anos, mas estou tão cheia de trabalho que mal tenho tempo de escrever um post. 

Ontem pedi pro maridão tirar algumas fotos minhas, porque não é todo dia que uma pessoa tão velhinha tem muito mais espinhas do que rugas.

Havia vários gatinhos no caminho e volta e meia eles apareciam mais do que eu. 

Silvinho disse que eu, como humana, devo entender que não sou protagonista neste planeta.

Sábado à noite fizemos nhoque de batata doce, e devo dizer que foi o melhor nhoque que comi na vida. 

Ficou divino. Na verdade, continua divino, já que foi o almoço de hoje e será o de amanhã. 

Seguimos esta receita (as fotos são do nosso prato). Pro molho usei seis tomates, cinco linguiças, duas cebolas, manjericão e temperos.

O único porém é que o nhoque levou cinco horas pra preparar. Não pensei que era um prato tão demorado. Provavelmente não faremos de novo. Mas que ficou bom, ficou!

E na noite anterior fizemos mousse de chocolate. Essa eu já deixei a receita aqui. É fabulosa e rápida (deve levar uma meia hora pra fazer).

Hoje saiu uma matéria que sem querer me chamou de "Aronovovich", com um "vô" a mais. Imagino que foi uma sutil alusão a minha idade avançada.

Agora que o aniversário chegou espero que termine o inferno astral. Não que eu acredite nessas coisas, mas três laptops deram problema ao mesmo tempo, um dos quatro gatinhos ficou doente (já está bem), apareceu uma aranha caranguejeira (morta) em casa (talvez foi o gatinho que matou), e encontrei um bichinho vivo dentro de uma cebola!

Sério, gente! Encontrar bicho em tomate, pimentão, berinjela e outros é bastante normal. Mas numa cebola?! Quem quer viver num lugar tão inóspito como uma cebola?!

Abração e obrigada pelo carinho!

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

FELIZ TABULEIRO, SILVINHO!

Hoje é aniversário do meu amor Silvinho!

Silvio com troféu de campeão cearense em 2014 (ele jogou e ganhou de novo em 2019)

Eu pensei que essa idade fosse importante pra ele por causa da graciosa e simpática música dos Beatles, mas não: é devido ao número de casas no tabuleiro de xadrez! E xadrez é a vida do maridão. Ano passado fez cinquenta anos que ele começou a jogar.

Com Risquinho durante aula de xadrez online ano passado

Ano que vem, se tudo der certo, ele se aposenta. Não do xadrez, nem de dar aulas! Mas esperamos que, por idade, ele comece a receber uma aposentadoria baixinha mas necessária (é verdade que tem gente que tem que esperar um ano pra começar a receber a pensão do INSS?!). 

Na boca de um tubarão pré-histórico no museu de Ciências Naturais em Buenos Aires, 2018 

Silvio está ótimo de saúde e gostaríamos que ele continuasse assim pelos próximos vinte anos, pelo menos. Depois a gente dobra a meta!

Silvinho em Búzios trinta anos atrás, em 1991

Feliz aniversário, Silvinho amado!

Semana retrasada na Praia do Forno, Búzios (sim, viajamos um pouquinho)


domingo, 6 de junho de 2021

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO SEM MINHA MÃE, MAS COM A TORTA DELA (MAIS OU MENOS)

Hoje é meu aniversário. Faço 54 anos. E estou muito feliz por continuar viva (e vacinada com a primeira dose) no meio de uma pandemia que já matou mais de 470 mil brasileiros e que, graças ao pior governo de todos os tempos, ainda vai matar muitos mais. 

É meu primeiro aniversário sem minha mãe, que partiu em março. É estranho e triste, porque ela morou com a gente, na nossa casa, durante 22 anos, e em toda data comemorativa ela preparava um prato especial. Nos últimos tempos, no entanto, ela andava muito fraca e não tinha condições de ficar em pé muito tempo pra cozinhar. Acho que a última vez que ela fez alguma receita foi em agosto, pra comemorar meus trinta anos juntos com o maridão. E ainda assim o Silvinho teve que ajudar bastante. 

Nas últimas três vezes que ela fez sua maior especialidade, o Sacher Torte, o Silvinho ajudou. Ela dizia o que fazer, e ele fazia. Eu pensava que com essa experiência ele teria aprendido como preparar a bendita torta, mas que nada!

Em homenagem a minha mãe, tentei fazer a Sacher pela primeira vez na vida. Creio que já compartilhei a receita aqui no blog duas vezes, e várias pessoas testaram, aprovaram, até mandaram fotos. Lá vai:

600 g de chocolate meio amargo

150 g de chocolate em pó 

3 ovos

150 g de manteiga

150 g de açúcar (uma xícara de chá)

Cremor de tártaro (sei que ninguém consegue encontrar, é dispensável)

Fermento

Pitada de sal

2 colheres sopa de baunilha

75 g maisena (meia xícara de chá)

75 g farinha de trigo

¼ litro de creme de leite fresco

Licor (minha mãe só usava Cointreau, caríssimo. Como a gente ainda tinha um pouco, usou também)


Coloque metade do chocolate, ou 300 g, de chocolate meio-amargo em pedaços em banho-maria para derreter. Acrescente mais 150 gramas de chocolate em pó. Acrescente a manteiga para derreter no chocolate. E o açúcar, misturando bem. Deixe esfriar um pouco.

Misture em uma tigela: 75 gramas de maisena (ou 4 colheres generosas de sopa), 75 gramas de farinha de trigo, 3 colheres chá de fermento, e uma pitada de sal.

Ponha nas tigelas da batedeira: na menor, 3 gemas de ovo. Na maior, 3 claras e uma colherzinha de cremor de tártaro, para dar consistência.

Bata primeiro as claras, até que fiquem firmes.

Bata as gemas na tigela menor. Acrescente, aos poucos, o chocolate derretido.

Junte aos poucos os ingredientes das duas tigelas para a tigela com as claras. Misture à mão.

Passe para uma forma untada e leve ao forno moderado por 15 a 20 minutos (no meu fogão 4 bocas ficou quase uma hora!).

Recheio e cobertura

300 gramas (ou a metade do chocolate original que sobrou) de chocolate meio-amargo cortado em pedaços, derretido em banho-maria. Acrescente ¼ de creme de leite fresco e duas colheres de chá de baunilha. Misture até formar um creme homogêneo escuro.

Monte o bolo em camadas, colocando licor sobre elas, e o recheio. 

O bolo da foto de cima (escrito "Happy birthdday Lulola" foi feito pela minha mãe pra algum aniversário meu. Já esse aí foi o que eu fiz. A gente podia fazer um jogo dos 7 erros

Bom, como vocês podem ver, não é um bolo barato. Só nos 600 g de chocolate eu tive que gastar quase R$ 40 em um quilo de chocolate Garoto (tudo bem que sobrou 400 g). Meu irmão, que anda cozinhando bastante ultimamente, diz que usa gotas de chocolate que custam cerca de R$ 30 o quilo pra fazer mousse, mas não encontrei em Fortaleza (só pra entregar, e aí com o frete não compensa). 
No mercado aqui perto o maridão encontrou uma vez um quilo sabor chocolate por R$ 23, mas notem o nome: "sabor chocolate". Quer dizer que nem chocolate é. É bem ruim e, como eu queria caprichar no Sacher, comprei chocolate de verdade. 
Ficou gostosa, chocolatuda, mas diferente das da minha mãe. Tava mais dura. Sem falar que eu não consegui deixar bonitinha. Quebrou tudo, virou um Frankenstein! Não sei se vou fazer novamente. Mas vocês tentem, e me contem!
Só aviso que a torta é de chocolate amargo, ou seja, não é tão doce! 
Alguns brasileiros com o paladar mais açucarado podem não adorar (aí acho que não tem problema substituir parte do chocolate amargo por chocolate ao leite). 
E aviso também que esta não é a Sacher Torte original, da Áustria. A de verdade tem recheio de geleia de damasco. 
Minha mãe fazia essa versão de puro chocolate não sei desde quando. Eu chuto que pelo menos desde o começo da década de 80 teve Sacher Torte todo Natal. E, detalhe: como éramos em cinco pessoas, ela fazia o dobro da receita! E torta de frango. Estamos tentando reproduzir a torta de frango também (Silvinho está na cozinha abrindo a massa e reclamando que eu fiz pouca massa). Mas sem chance de ficar como a da minha mãe. 
Eu com linda camiseta que ganhei da Meteoro Brasil ano passado

quarta-feira, 10 de junho de 2020

UMA SOBREMESA EXTRAVAGANTE DE ANIVERSÁRIO

Pessoas queridas, meu aniversário foi dia 6 de junho. Fiz 53 anos. Não precisam falar "parabéns" nem nada. Todo mundo que soube já falou no Twitter durante o final de semana.
Mas prometi colocar aqui umas fotos. E umas receitas.
É que cometi uma extravagância, dessas que a gente comete uma vez na vida. Eu tava com essa ideia, e decidi fazer: uma sobremesa dupla, gigante.
Pro prato principal, fiz uma torta salgada com massa de batata que tinha feito no dia das mães, e minha mãe adorou. É muito fácil de fazer, faz no liquidificador. 
Os ingredientes pra massa são: 2 batatas médias cozidas, sem casca (cerca de 400g), 2 xícaras de leite, 1 xícara de óleo, 1 colher sopa de manteiga, 4 ovos, e 2 xícaras de farinha de trigo com fermento, sal, temperos. É só ir colocando tudo no liqui, deixando a farinha por último. Quando estiver tudo bem misturado, colocar metade do copo do liquidificador numa forma grande. 
Aí colocar o recheio que vocês quiserem. 
Pode ser só legumes e verduras, pra quem é vegetariano, ou carne, ou frango. Eu coloquei 200 gramas de presunto, 200 gramas de queijo mussarella, queijo coalho, milho, tomate, cebola e azeitonas. Quando tiver o recheio, cubra com o que sobrou da massa do liqui. Aí é só colocar numa forma untada (eu unto só com óleo mesmo) durante 40 minutos ou uma hora. (agora que vi que já fiz um post com esta receita!)
A novidade é que minha mãe deu um nome pra essa torta salgada, que eu só chamava de torta salgada com massa de batata. Ela chama de "Sara Lee", porque, segundo minha mãe, tem um toque do sul dos EUA. Sei lá.
Tá, mas e a sobremesa absurdamente exagerada? Bom, tem aquela torta de chocolate amargo do Viena, cuja receita eu já passei pra vocês. É simples porque são apenas cinco ingredientes: 9 ovos (o mais trabalhoso é separar a clara da gema), 270 gramas de açúcar, 270 gramas de chocolate em pó, 270 gramas de manteiga derretida, e uma colher de sopa de conhaque. Só!
Bata as claras em neve e vá juntando os ingredientes aos poucos na batedeira, sem parar de bater: primeiro o açúcar, depois as gemas, uma a uma, depois o chocolate em pó, e finalmente a manteiga derretida. Tem que ficar uma massa homogênea, escura, bonita. Eu coloco um pouquinho de café e cacau (por exemplo: 200 gramas de chocolate em pó que já vem na caixinha, e os 70 restantes de cacau e café) pra ficar ainda mais amargo.
O grande truque é separar uma xícara dessa massa. Vc vai colocar uma colher de conhaque, misturar, e este será sua cobertura no final. Prático, não?
Coloque a massa numa forma untada e leve ao forno por cerca de 20 minutos. Tem que ficar mole no meio. Quando esfriar, despejar aquela xícara que você separou por cima da torta. Pronto. Só levar pra geladeira. 
O negócio é que eu inventei de fazer um pavê de chocolate e café por cima da torta. Preciso falar como se faz um pavê? Preciso, porque tem gente que não sabe cozinhar nada. Eu uso bolacha Maria de chocolate em vez de biscoito champanhe, que é o mais usado. Preciso de mais ou menos um pacote e meio. Pode ser redondo ou retangular. 
Também uso dois chocolates amargos, duas caixinhas de creme de leite, uma lata de leite condensado, café, baunilha, e conhaque. Pego dois potes. Num deles, misturo o leite condensado com o café e a baunilha, e acrescento mais leite. Noutro, derreto o chocolate no microondas, misturo com o creme de leite e o conhaque. 
E vou fazendo camadas das bolachas (sempre colocar um pouquinho no leite antes de colocar na forma) com as duas coberturas.
Pavê não vai ao forno nem nada. Basta levar a geladeira por várias horas antes de servir, pra ficar mais durinho. Minha dica é usar uma forma com tampa, pro líquido todo não evaporar na geladeira (eu acho que evapora).
Minha mistura de torta de chocolate com pavê ficou meio estranha. Olha a cara da minha mãe quando fui servir:

Mas lógico que ficou boa. Tente fazer e me diga!