Ah, eles não têm Carnaval, gente, então dêem um desconto (que eu saiba, só Nova Orleans tem uma espécie de carnaval).
Não lembro se a gente deixava todo ano ou só às vezes que os próprios alunos decorassem as salas. Tinha a organização de um concurso pra escolher a sala mais legal. E eles se empenhavam de verdade. Não era só caveirinha na parede. Um grupo (adulto) bolou uma super casa mal-assombrada, onde você entrava num lugar escuro e era aterrorizado mesmo.
Aí tinha um professor americano, meio fanático religioso, que não queria permitir que sua sala fosse decorada porque achava Halloween desrespeitoso com as tradições cristãs. O pessoal que não aceita que se diga "Xô Satanás" ou "vai pro inferno" realmente se aborrece com essa comemoração. Eu não sabia disso. Desnecessário dizer que, depois que descobri essa birra, o Halloween subiu no meu conceito (o mesmo aconteceu com Harry Potter quando eu soube que centenas de organizações da direita-cristã americana querem queimar os livros e filmes numa fogueira). Ah, a sala do tal professor problemático foi decorada.
Lembro também do meu ex-editor no jornal que, dez anos atrás, já ficava possesso com a invasão do Halloween na cultura brasileira. Essa maldita influência americana, ele vociferava. Eu achava que essa influência ficaria restrita às escolas de inglês. Mas como aluno de escola de inglês é aluno de escola particular, o costume rapidamente tomou toda a classe média. E agora a gente já vê Halloween comemorado em escolas públicas. Enfim... A gente é influenciada pelos americanos de tantas formas. Se todas fossem tão inocentes quanto o Halloween, eu não me incomodaria.
Vocês podem ver que não tenho bem uma opinião formada sobre o Dia das Bruxas ser celebrado aqui. Mas tenho boas memórias disso na escola. Por outro lado, não sinto nenhuma saudade de ver a Grasi de diabinha. Brincadeirinha, Grasi! Você sabe que eu te adoro.