segunda-feira, 31 de agosto de 2020

UMA GRANDE SÉRIE DE TV: THE AMERICANS

Ontem eu vi o décimo episódio da sexta temporada de The Americans, que é também o finale de toda a série. Não vou entrar em detalhes nem dar spoilers, mas que finale, hein? Aqueles dez minutos de diálogo no estacionamento, seguidos por dez minutos em movimento quase sem diálogos dentro de um trem!
Esta excelente série de TV -- talvez uma das melhores de todos os tempos -- acabou em 2018, mas só vi ontem. Não lembro por que comecei a ver a série, alguns anos atrás (foi por que alguma leitora ou leitor indicou, pelas críticas sempre positivas, pelas muitas indicações ao Emmy? Realmente não lembro). Eu e o maridão vimos as duas primeiras temporadas. Gostamos bastante, mas, por algum motivo, não continuamos. Paramos um tempão, a ponto da gente não se lembrar onde tínhamos parado. Retomamos com a terceira temporada e aí vimos tudo, até o final.
Que bom que continuamos! A terceira e a quarta temporadas devem ser as melhores da série. Pra quem não sabe, é sobre um casal de espiões soviéticos se passando por americanos em Washington, DC, durante os anos 80, aqueles em que um presidente lunático, Reagan (que os reaças consideram um mito, mas eu lembro bem o desastre que foi seu governo), chamava a URSS de "império do mal". 
Os Jennings (o disfarce que os espiões soviéticos utilizam durante anos) são ótimos espiões. 
Aceitam bem as regras impostas pela KGB (pelo menos Elizabeth, pelo menos no começo), são treinados com esmero, lutam como ninguém, usam todo tipo de peruca, são inteligentes, intuitivos. Não entram em pânico nem ao descobrir que seu novo vizinho é um agente do FBI (que também acaba sendo um personagem incrível). 
Não é que Elizabeth e Philip (seus nomes americanos) se conhecem na escola de espionagem soviética, se apaixonam e resolvem ficar juntos. Eles são selecionados pela KGB pra viverem juntos, pra terem filhos juntos, pra manter toda uma fachada de que são um casal perfeito -- ainda que, em muitos momentos, eles se sintam estranhos um pro outro. 
A série é muito sobre solidão, sobre como é não ter amigos (ou ter um único amigo, logo um agente do FBI!), sobre como é se sentir sozinho mesmo estando casado e com filhos (mas sem gatos ou cachorros! Isso faz falta). É também sobre intimidade, sobre identidade, sobre mentiras e disfarces. Tem seu ritmo próprio, que alguns podem considerar mais lento. Mas tem um monte de sexo e violência em boa parte dos episódios. 
(Um tenebroso, inesquecível, é quando o casal quebra os ossos de uma agente morta, nua, para poder fazer seu cadáver cadáver dentro de uma mala). 
Os atores são sensacionais. Keri Russell e Matthew Rhys interpretam brilhantemente o par de protagonistas, e fiquei feliz em saber que eles se casaram na vida real também.
Noah Emmerich -- aquele melhor amigo enganador de Truman Show aqui vivendo um papel reverso: ele é o melhor amigo enganado; Margo Martindale e Frank Langella como os principais contatos dos agentes; Costa Ronin como um burocrata russo mais acessível; e Alison Wright roubando todas as cenas como Martha, uma secretária do FBI com quem Philip chega a casar pra poder ter mais acesso à inteligência americana. 
E fica a questão no final: René, a segunda esposa de Stan (o agente do FBI) é uma espiã infiltrada ou não? Ela é de verdade ou é mais uma enganação? Taí uma coisa que a série não responde. E uma das provas que The Americans é tão acima da média é justamente isso, de que a gente mude de opinião várias vezes sobre esse tema, que está longe de ser um tema prioritário. 
E, claro, grandes séries são feitas de detalhes. Pra mim, um deles é quando Elizabeth traz pra casa um potinho com um pouco de comida russa típica, pra compartilhar com Philip. Ele não está com fome porque tinha acabado de se empaturrar com comida chinesa. E então ela joga fora o que está no potinho, porque guardar na geladeira de sua própria casa uma amostra da culinária do seu país está fora de cogitação pra espiões. 
Bom, gente, fica a recomendação de uma série fantástica. E antes que me perguntem em que plataforma está, ahn, a gente baixou do Torrent.

sábado, 29 de agosto de 2020

A DIREITA NA PANDEMIA: ECONOMIA ARRASADA E ALTO NÚMERO DE MORTOS

Faz poucos dias saiu uma ótima matéria da BBC sobre a quarentena mais longa do mundo, que os argentinos já estão chamando de "quarenterna". 
O país está fechado há mais de cinco meses, não há voos comerciais, festas e reuniões familiares estão proibidas, o que obviamente causa muito stress, impaciência, e epidemias de doenças mentais.
Por outro lado, o confinamento rendeu poucos mortos, se comparado a outros países vizinhos: "apenas" 6 mil. É claro que a economia está sofrendo. Já estava em recessão antes mesmo da pandemia. Macri deixou a Argentina numa situação catastrófica. Se ele ou alguma outra marionete da direita estivesse governando nossos hermanos, o cenário econômico continuaria em frangalhos, mas aposto que o número de óbitos seria no mínimo dez vezes maior. 
Tive certeza da minha hipótese ao ler este artigo do professor do King's College London, Alfredo Saad-Filho, sobre "O trio da calamidade" (Trump, Johnson, Bolso). Alguns trechos:

As falhas espetaculares do Brasil, do Reino Unido e dos EUA durante a pandemia da Covid-19 fornecem lições valiosas sobre o que não pode jamais acontecer novamente: esperar o desaparecimento do vírus, minimizar o impacto potencial de uma pandemia na saúde pública e na economia, atrasar inevitáveis confinamentos, numa lista vasta. Tais falhas também lançam forte luz sobre as raízes do desastre. [...]
Resumidamente, é improvável que o desastre humano nos países selecionados por nós seja compensado por uma crise econômica mais branda –- ao contrário, é muito mais provável que tenham um desempenho pior do que a média -– desmontando, assim, o argumento de que a proteção da economia deva ser uma prioridade e “uma pena se isso significar que alguns aposentados morram [como consequência]” [frase atribuída a Dominic Cummings, consultor-chefe do 1o-ministro britânico].
Os casos selecionados por nós (o “Trio da Calamidade”) compartilham características evidentes, relacionadas essencialmente com sua “liderança”: todos são governados por palhaços arrogantes, egoístas, autopromovidos, pedantes, rudes e paternalistas, que demonstram sintomas de transtorno de personalidade histriônica, se não psicopatia, sustentando abertamente ambições autoritárias de quebrar e refazer a Constituição e o aparato do Estado. Surpreendentemente, eles não estão interessados em construir movimentos de apoio em massa, preferindo cultivar fãs bajuladores, mas desorganizados:
Donald Trump sequestrou o Partido Republicano, mas não tem nenhum uso previsto para ele, além da máquina eleitoral e da arrecadação de fundos; Boris Johnson não tem tempo para o Partido Conservador que ele refez com a imagem do Brexit, e Jair Bolsonaro nem sequer pertence a um partido (sua tentativa de criar a Aliança pelo Brasil estagnou miseravelmente). Seguindo: eles mentem descarada e compulsivamente, reivindicam méritos alheios, negam verdades evidentes, proclamam o inexistente e promovem violência contra as pessoas que os questionam, os que checam fatos, os que possuem pontos de vista diferentes, os cientistas e as mulheres.
Eles são arrogantes, impermeáveis ao remorso e rápidos em afirmar que tudo o que fazem é “o melhor do mundo”, mesmo quando tenham falhado ou até quando o tiro sai pela culatra. Apesar de seus instintos autoritários, esses líderes continuam escravos do processo eleitoral: tudo gira ansiosamente em torno da próxima eleição. 
E mais: eles travam lutas calculadas com a mídia, o que garante visibilidade mesmo sob a luz pouco lisonjeira da crítica metódica (que, paradoxalmente, tende a consolidar a fidelidade de seus fãs). Os comentaristas têm lutado para explicar a popularidade de tais líderes, que persiste apesar das transgressões diárias contra a política “civilizada”.
Essa combinação de características mostrou-se letal com a pandemia. Os riscos foram minimizados porque a precaução pareceria ruim, sugeriria fraqueza ou prejudicaria as perspectivas eleitorais. Mas se tumultos, negações e mentiras bastaram no passado, o coronavírus foi irredutível a tudo isso. As ações de saúde pública tardaram porque a máquina estatal estagnou quando confrontada por um desafio não relacionado à promoção do Líder. Jogar na defesa não era natural aos nossos espécimes em questão, e eles se atrapalharam. 
Apesar de suas proezas telegênicas, eles foram incapazes de fingir simpatia pelo Outro ou expressar piedade, vergonha, remorso, e mostraram-se cruéis; não podiam expor as complexidades da pandemia [o contraexemplo é a explicação precisa de Angela Merkel sobre a pandemia], e mostraram-se ignorantes; não podiam orientar uma resposta institucional propositiva, e mostraram-se perdidos. (continue lendo aqui).

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

GOVERNO FASCISTA CONTRA-ATACA PARA RETIRAR DIREITO AO ABORTO LEGAL

Hoje o governo fascista reagiu à fragorosa derrota que sofreu com o caso da menina de 10 anos que conseguiu abortar.
O Ministério da Saúde (que só tem um ministro interino, um general medíocre) publicou hoje no Diário Oficial a Portaria no. 2.282/2020, que dificulta muito o acesso -- já extremamente complicado e precário, apesar de ser um direito há 80 anos -- de meninas e mulheres ao aborto legal em caso de gravidez decorrente de estupro.
A lei  no. 13.931, de 10 de dezembro de 2019, exigia que profissionais de saúde informassem à polícia sobre estupros (notificação compulsória), o que viola a confidencialidade entre médico e paciente. A portaria de hoje do Ministério da Saúde regulamenta esta lei. 
A professora e pesquisadora Débora Diniz, referência internacional na descriminalização do aborto, alertou hoje cedo: 
"Aborto sempre foi uma questão central ao fanatismo bolsonarista. A resposta à menina de dez anos que abortou veio hoje no formato de uma portaria perversa. Revoga portaria de aborto legal e confunde profissionais de saúde com profissionais de segurança pública. Exige que médicos informem a polícia se uma mulher for vítima de estupro. Uma grave violação de confidencialidade. Esta tem que ser uma decisão de cada mulher: ela chega a um hospital para ser cuidada e não para ser investigada. A portaria impõe medidas de maus tratos às mulheres e meninas estupradas. 
"Uma delas é o uso de tecnologia médica para assustá-las: a oferta de visualizar o embrião ou feto não é para cuidar da vítima, mas para ideologizar o aborto. Mais importante: entre os documentos exigidos da vítima está um relatório sobre o agressor. As perguntas não são médicas, mas investigativas. É um relatório que revitimiza a mulher ou a menina. Um documento lista os riscos de um aborto. Ignora que forçar uma menina de dez anos à gravidez é um risco de morte. Há uma ciência seletiva na política pública. Uma ciência para amedrontar mulheres. É urgente a judicialização da portaria 2.282 do Ministério da Saúde". 
Concordo com a antropóloga Débora: a portaria transforma médicos em vigilantes policiais. Ademais, mostrar imagens de ultrassom para meninas e mulheres vítimas de estupro é tortura. É uma violência psicológica sem limites.
Segundo a Clínica Jurídica de Direitos Humanos e Direitos Sexuais e Reprodutivos da Faculdade de Direito da UnB, a nova medida 
"aprofunda cruelmente o sofrimento de mulheres e meninas. A portaria declara obrigatória a notificação da autoridade policial pelo médico com preservação de evidências, parecer técnico médico com aprovação do aborto por uma equipe de saúde multiprofissional, obriga a mulher a preencher um relatório em que deve identificar o agressor e possíveis testemunhas, a assinar um termo em que assume a responsabilidade pelo crime de falsidade ideológica, além de reiterar a possibilidade da vítima de estupro visualizar o embrião.
"A Portaria viola direitos das mulheres e meninas porque faz da equipe de saúde, polícia; dá a ela funções investigativas que somente revitimizam aquelas que já sofreram violência sexual. E faz isso seja ao prever que médicos colham da mulher relato detalhado sobre a violência sexual sofrida, seja porque obriga que elas se responsabilizem por um crime ao procurar um serviço de saúde. Em um contexto no qual a maioria das violências sexuais são cometidas por homens da família ou próximos às vítimas, os quais elas nem sempre desejam identificar, seja por medo, vergonha ou qualquer outro motivo -- é fundamental que equipes de saúde priorizem o atendimento das necessidades de saúde das mulheres e meninas". 
Isso tudo é uma resposta do governo fascista ao caso da menina de 10 anos que conseguiu abortar. Os fanáticos religiosos claramente perderam uma batalha (a menina abortou, a opinião pública ficou ao lado dela e contra os extremistas, que querem proibir o aborto em todos os casos), mas o governo deixou claro que não vai deixar barato. Primeiro que há uma perseguição à família da menina, principalmente à avó, que apoiou a decisão da neta. Já se fala em tirar a guarda da criança. Segundo que deputados do PSL decidiram representar contra o promotor do caso. Traduzindo: o poder legislativo tenta intimidar o poder judiciário!
Na realidade, conservadores nunca aceitaram que mulheres possam exigir a interrupção da gravidez sem fazer boletim de ocorrência numa delegacia denunciando o estupro. Afinal, pra reaças, mulheres não são seres de confiança. Mentem que foram estupradas, mentem para poderem fazer aborto. São seres perversos que devem ser tutelados para que cumpram sua verdadeira e sagrada missão (carregar uma criança no ventre). São parideiras, incubadoras, receptáculos, mais nada. 
A portaria torna essa eterna desconfiança acerca das mulheres em algo transparente, quando força uma mulher (ou seu representante legal em caso de "incapaz") a assinar um termo de responsabilidade que "conterá advertência expressa sobre a previsão dos crimes de falsidade ideológica e de aborto, caso não tenha sido vítima de crime de estupro". Traduzindo: se houver investigação e um inquérito concluir que não houve estupro, a mulher responderá pelo crime de falsidade ideológica e de aborto. A ideia óbvia por trás disso é fazer com que toda mulher e menina desista de abortar.
Olha os riscos pra mulher que foi estuprada e quer ver respeitado seu direito de abortar! É algo muito comum um estupro não ser provado. Não quer dizer que ele não aconteceu, apenas que não há provas. E não pense que o DNA do embrião ou do feto sirva como prova incontestável, porque o acusado sempre pode dizer que sim, fez sexo com a mulher, mas não foi estupro, foi consentido. Até o tio da menina de 10 anos, que a estuprava desde os 6, está alegando isso! 
Outra maldade da portaria é que a gestante assine termos se responsabilizando por problemas que tiver decorrente do aborto. A gente já viu isso antes: pacientes que quiserem tratar a covid-19 com cloroquina (um medicamento sem eficácia comprovada e com graves efeitos colaterais) têm que assinar um termo dizendo que, se algo acontecer com eles, foram eles que aceitaram usar cloroquina. Felizmente, realizar um aborto legal, principalmente através de medicamentos, como é feito hoje, é muito mais seguro que usar cloroquina pra tratar covid.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também é médica, e outras nove parlamentares de esquerda da bancada feminina da Câmara apresentaram projeto de decreto legislativo para anular a portaria, que elas veem como "uma reação ao recente caso de autorização judicial para a realização da interrupção da gravidez de uma criança de apenas 10 anos, e não com a base técnica que deveria orientar as políticas públicas”.
É importante também destacar a nota pública da CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria): "a portaria é uma forte reação à mobilização do movimento de mulheres".
Não podemos aceitar mais este retrocesso de maneira alguma!
Retrato da hipocrisia da direita cristã

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

POR MAIS, NÃO MENOS, MULHERES (DE ESQUERDA) NA POLÍTICA

A líder do PCdoB na Câmara, a deputada federal Perpétua Almeida, 
acaba de aprovar um projeto de sua autoria, fazendo com que trabalhadoras grávidas cumpram suas atividades à distância enquanto durar a pandemia, protegendo assim as mulheres e seus bebês. Parabéns, deputada!
Publico aqui um texto da Perpétua:

Faz 88 anos que o direito ao voto feminino foi reconhecido no Brasil. Desde essa conquista estratégica, lutamos para que cada vez mais mulheres ocupem espaços de poder. Após tantos avanços, é inaceitável que uma parlamentar apresente o Projeto de Lei (PL) 4213/20 para acabar com a reserva mínima de 30% das vagas para candidaturas femininas pelo sistema proporcional.
O machismo no país é tão estrutural que muitas mulheres o reproduzem sem saber. Esse projeto revela o desconhecimento da luta por mais mulheres na política e das dificuldades para que candidaturas femininas cheguem ao Parlamento.
O direito às cotas é uma conquista das mulheres que vieram antes de nós. Por elas e por aquelas que ainda virão, não podemos aceitar retrocessos. O nosso trabalho deve ser para que as cotas se tornem cada vez mais efetivas.
Nosso papel é defender condições igualitárias de participação política para todas nós. A bancada feminina cresceu graças a ações afirmativas: reserva de candidaturas combinada com a destinação efetiva de recursos, conquistada na última eleição com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Se não existisse obrigatoriedade do preenchimento mínimo de 30% das candidaturas por mulheres, muitas de nós sequer estaríamos aqui. 
Precisamos lutar por nós e por todas que não têm o privilégio de estar no Congresso. Ocupamos a posição 132 entre 190 países em termos de participação de mulheres no Parlamento, atrás até mesmo da Arábia Saudita, conforme o ranking de representatividade feminina no legislativo elaborado pela organização internacional União Interparlamentar.
Sonhamos com uma política com a cara do Brasil, que represente toda a nossa diversidade. No nosso país, conforme estatísticas oficiais, as mulheres são 51,8% da população, sendo 44% dos filiados a partidos políticos. Representam, entretanto, apenas 14,8% dos senadores e 15% dos deputados federais; 12% dos prefeitos e 13,5% dos vereadores. Mulheres negras, indígenas, trans, com deficiência e periféricas são ainda mais subrepresentadas.
No mundo, a situação começou a melhorar. As cotas vêm sendo muito importantes nesse processo. Segundo Julie Ballington, representante do Programa para Parceria entre Homens e Mulheres da União Interparlamentar (IPU), nos países que adotam o sistema de cotas, as mulheres conseguem, em média, 21,7% das cadeiras nos parlamentos, enquanto nos que não adotam, ocupam apenas 11,8%.
É hora de lutarmos por mais conquistas e contra qualquer retirada de direitos arduamente garantidos. Estamos juntas contra retrocessos e por mais mulheres na política. Dizemos não ao PL 4213/20.