Sara Inverno se protegendo no chão da UFF
Nem sei se devo falar sobre isso, porque falar sobre Sara Winter (ou Bolsonaro, ou tantos outros reaças) equivale a promovê-la. Pra essa gente, não existe publicidade negativa. Falou mal, mas falou dela, tá valendo.
Mas gostaria de compartilhar a opinião de pessoas envolvidas sobre o último vexame que ela protagonizou: uma palestra sobre "Feminismo e o design de Deus para a mulher", na Universidade Federal Fluminense.
Antes de mais nada, queria deixar algumas coisas claras: Sara nunca foi feminista. Ela era do Femen (que a expulsou), que não se considera feminista (mas sextremista, o que ninguém tirando elas sabe o que signfica).
Sara era rechaçada por feministas, e sofria por não ser aceita. É que as feministas sabíamos que ela só queria chamar a atenção. E sabíamos que ela tinha sido neonazista, de direita, extremamente preconceituosa. Quando ela "se converteu", ou seja, deixou pra trás o movimento feminista, que nunca a aceitou, ela simplesmente voltou ao que era antes -- uma fervorosa fã de Bolsonaro.
Hoje Sara vive de dar palestras (ela recebe por isso), dar testemunhos de fé em cultos e contar mentiras sobre feministas. Ela é tão mentirosa que em 2016 gravou um vídeo afirmando que o SuperPop interrompeu a gravação de um programa "sobre ela" para que eu e outra participante pudéssemos nos acalmar.
O programa nunca foi ao ar (pro bem de Sara, porque ela foi completamente desmascarada lá), nós não estávamos nervosas, e a gravação foi interrompida porque o SuperPop tinha que fazer um programa ao vivo. Mas até numa coisinha tão simples e fácil de desmentir Sara insiste em faltar com a verdade.
Parece que ela se filiou ao DEM e sairá candidata à deputada federal. Mesma coisa que o Kim, aquele líder do MBL. Serão colegas de partido. De fake news já são colegas faz tempo.
Sobre o evento na UFF, Sara contou que militantes da esquerda a prenderam no prédio durante 7 horas. Aos sites de direita, ela narrou que "muitos dos integrantes do grupo não eram alunos, e sim militantes contrários a ela. A ativista afirmou que parte deles estava mascarada e portava pedaços de madeira e ferro. Uma parte do grupo também utilizou drogas no local". Nos vídeos que gravou aparecem estudantes segurando bandeiras. Parece que a madeira que segura a bandeira serve como arma.
Já os estudantes presentes disseram à mídia de esquerda que ela estava cercada por mais de trinta guarda-costas com cassetetes, sprays de pimenta, soco inglês e canivetes.
Sara disse que passou fome, pois teve que ficar no prédio por 7 horas.
7 horas sem comer não deve ter sido um sacrifício tão extremo pra ativista cristã, que ano retrasado ficou 22 horas em greve de fome para protestar contra o aborto.
Mas "em nome de Jesus" Sara conseguiu sair da UFF.
Texto da professora Renata Vereza, do departamento de História da UFF:
Hoje (sexta-feira, 27 de abril) presenciei cenas tristes na UFF. Algumas me chamaram mais atenção: a tal Sara postando vídeos onde fingia ser acuada e gritando "eu amo o machismo" inúmeras vezes; a mesma moça mentindo em vídeo dizendo que seus companheiros haviam apanhado e que o prédio estava todo quebrado, quando todos nós que estávamos lá sabemos que isso não aconteceu; a felicidade das suas acompanhantes com toda a situação e com o número de views que os vídeos estavam tendo;
todos os xingamentos que os acompanhantes dela emitiam enquanto eu tentava impedi-los de ficar na janela para exatamente evitar qualquer provocação que pudesse acirrar ainda mais os ânimos; a ameaça que uma apoiadora dela, que chegou lá se dizendo assessora do presidente da Câmara de vereadores de Niterói, de que Deus estava me vendo; a saída da tal moça envolta na bandeira de Israel, apesar de algumas pessoas pedirem para ela não fazer mais essa provocação.
Mas os colegas que lá estavam, os alunos e os funcionários, estão todos de parabéns. Algo de bom sai disso tudo, que é a capacidade de atuarmos conjuntamente.
Acredito firmemente que a universidade não é espaço para expressão da fé. Qualquer pessoa que use esse espaço para proselitismo religioso não deve ser tolerada. Ainda mais se este serve de matriz para a defesa de valores autoritários, excludentes, preconceituosos e, no limite, geradores de violência.
O impedimento desse proselitismo não constitui cerceamento à liberdade de expressão mas a afirmação intransigente do caráter laico da universidade pública , sem o qual a pluralidade verdadeira de ideias não é possível.
Esta é a versão do estudante Bruno Araújo, do curso de História da UFF, presente no momento da chegada de Sara Inverno:
1 - A imagem que ela mesma publicou mostra que o espaço da porta está desobstruído. A porta estava aberta o tempo inteiro para que ela pudesse sair. Nós, nesse momento, estávamos sentados debatendo política. Editei com uma seta pra ficar mais nítido.
2 - Os seguranças dela estavam armados -- terá BO, a polícia federal achou e os próprios apoiadores dela assumiram o porte de armas brancas. Nós estávamos com um megafone, cartazes e nossas vozes.
3 - A diretora do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia chamou a Polícia Federal por conta do porte de armas brancas pelos seguranças e NÃO porque ela estava sendo impedida de sair.
Não acredite em tudo o que um ao vivo do Facebook diz.
As fake news e o medo não podem ditar nossas ações.