Coisas que me chamaram a atenção hoje (algumas são de ontem e eu só fiquei sabendo hoje). Porque não vou ter tempo de escrever um post decente.
Alguém que não sei quem é reclamou num tuíte que quem usa Adblock está matando a web. Eu não uso Adblock, nem sei como instalar, mas tá insuportável assistir qualquer vídeo no YouTube, por exemplo. Fica sendo interrompido toda hora por anúncios. E sem falar que se você compra uma calcinha online, o seu destino será ver a mesma calcinha à venda em cada página que abrir.
E aí, vocês usam? (AdBlock, não calcinha).
Vi o vídeo do ratinho tomando banho. Fofinho. Mas nessa imagem congelada tá parecendo uma rã.
Mas o melhor foi o vídeo da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) num iate, ao lado de quatro caras sem camisa, se defendendo das acusações de responder a processos trabalhistas. No país da piada pronta, Cristiane foi escolhida por Fora Temer para ser ministra do Trabalho. Mas a presidenta do STF Carmen Lúcia suspendeu sua posse, já que Cris foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas para um de seus ex-motoristas, e fez acordo de R$ 14 mil com outro.
Só recapitulando: ministra do Trabalho num iate (ou lancha, ou barco, dependendo da notícia) com homens que dizem ser empresários falando "Tô com você, doutora" e "Ação trabalhista toda hora a gente tem".
O vídeo e a total falta de noção da deputada e dos empresários perguntando "Ação trabalhista? Quem nunca?" são divertidos -- é rir pra não chorar --, mas fichinha perto da notícia seguinte. O pai de Cris, o deputado Roberto Jefferson (que ficou conhecido nacionalmente por ser um dos maiores defensores de Collor durante seu impeachment), pediu compostura à filha.
Olha, pro Roberto Jefferson puxar a orelha de alguém é porque a coisa tá feia mesmo. Foi bonito também Roberto descobrir que tem muito "troglodita" nas redes. Ele deve saber, pois é um político querido pelos reaças no Twitter.
Ah, antes de eu ir, um assunto sério. Saiu uma excelente reportagem da Agência Pública que vocês devem ajudar a divulgar. Existe um site chamado "Gravidez Indesejada" que serve como armadilha para mulheres desesperas que engravidaram sem querer. O site dá a entender que vai ajudar a mulher a abortar, mas pertence na realidade a uma organização anti-aborto (em todos os casos, inclusive em casos de estupro) ligada a Opus Dei.
A intenção dessas organizações (que existem em vários países, sempre agindo da mesma forma: mentindo, sem a menor transparência) é, além de convencer a mulher a não abortar -- mostrando-lhe vídeos sensacionalistas e fazendo com que ela toque em fetos de borracha --, enrolar. O tempo vai passando e a gestação não espera, até que não dá mais pra fazer um aborto.
O que a associação faz é o velho terrorismo que todos os pró-vida fazem. Dizem que a mulher pode morrer durante o aborto (a Pública lembra que em Portugal, onde o aborto é legalizado há mais de uma década, o número de mulheres que morrem ao praticar um aborto despencou. Desde 2012 não morreu uma só mulher em decorrência de aborto), que a mulher ficará traumatizada pra toda vida, que "vão furar seu útero", que "tem médico que dá tapa na cara".
O que a associação faz é o velho terrorismo que todos os pró-vida fazem. Dizem que a mulher pode morrer durante o aborto (a Pública lembra que em Portugal, onde o aborto é legalizado há mais de uma década, o número de mulheres que morrem ao praticar um aborto despencou. Desde 2012 não morreu uma só mulher em decorrência de aborto), que a mulher ficará traumatizada pra toda vida, que "vão furar seu útero", que "tem médico que dá tapa na cara".
A novidade foi a "argumentação" que um dos psicólogos da associação usou para convencer a repórter (que se passava por gestante) a não abortar. Luiz Carmona falou das consequências do aborto no homem. Os parceiros de mulheres que abortam, segundo ele, lançam-se a drogas e álcool, tornam-se violentos e... impotentes. Essa foi nova pra mim!
Se muitas vezes somos proibidas até de falar sobre aborto no Brasil, o mínimo que podemos fazer, na minha opinião, é denunciar sites que dão golpes (vendem remédio abortivo e não entregam, ou entregam qualquer coisa falsificada) e que enganam mulheres, como o "Gravidez Indesejada".