Somente nessas últimas semanas, vimos com tristeza a vitória da direita no Brasil. Vimos também uma calcinha de lacinho sendo suficiente para inocentar um estuprador de uma menina de 17 anos na Irlanda, calcinha essa que foi apresentada no tribunal pela advogada de defesa do estuprador como argumento para inocentá-lo.
Vimos ainda um atirador misógino/ racista que matou duas mulheres num estúdio de yoga na Florida.
Scott Beierle dizia odiar casais interraciais e mulheres “Stacys” [no vocabulário incel, Stacys são mulheres lindas e inatingíveis que só saem com homens bombados] e que seria melhor ter um cachorro do que mulheres fora do padrão. O atirador tem algumas horas de vídeo no Youtube, como outros machistas, em que expõe seu ódio às mulheres e diz que, se a sociedade ainda tivesse valores, esse tipo de “escória” não viveria. Tudo é culpa da mulher ocidental, que não tem filhos, abrindo as portas para a invasão da dominação islâmica via imigrantes.
Trump chamou os hondurenhos de terroristas e quer acabar com o direito à cidadania americana por nascimento. No dia 11 deste mês, na celebração do centenário da Polônia, grupos da extrema direita polonesa e italiana marcharam com o lema do ano: “Deus, honra e pátria”.
Vimos ainda um atirador misógino/ racista que matou duas mulheres num estúdio de yoga na Florida.
Scott Beierle dizia odiar casais interraciais e mulheres “Stacys” [no vocabulário incel, Stacys são mulheres lindas e inatingíveis que só saem com homens bombados] e que seria melhor ter um cachorro do que mulheres fora do padrão. O atirador tem algumas horas de vídeo no Youtube, como outros machistas, em que expõe seu ódio às mulheres e diz que, se a sociedade ainda tivesse valores, esse tipo de “escória” não viveria. Tudo é culpa da mulher ocidental, que não tem filhos, abrindo as portas para a invasão da dominação islâmica via imigrantes.
Trump chamou os hondurenhos de terroristas e quer acabar com o direito à cidadania americana por nascimento. No dia 11 deste mês, na celebração do centenário da Polônia, grupos da extrema direita polonesa e italiana marcharam com o lema do ano: “Deus, honra e pátria”.
No Brasil, ainda esse mês a Polícia Federal idealizou a Operação Capitu para prender os traidores nas delações. Até Capitu já foi condenada!
E, no penúltimo domingo, Hélio Schwartsman, publicou em sua coluna na Folha: “Por que temos filhos? Do ponto de vista econômico, paternidade favorece a sociedade como um todo.” Ainda no domingo, The Economist repostou sua publicação (The roots of the gender pay gap lie in childhood, ou as raízes da diferença salarial entre os gêneros estão em ter filhos) com estatísticas que mostram como as mulheres que têm filhos ganham menos.
A mesma revista repercutiu na mesma semana como as mulheres são mais julgadas do que os homens quando falam. As respostas nos comentários são horrendas, e chamavam as estatísticas de extrema-esquerda, pagas pelo partido liberal e que não ter crianças é não ter futuro e pátria. Quase simultaneamente, a BBC Brasil perguntou: quanto tempo o Brasil tem até que o envelhecimento da população dificulte o crescimento econômico?
A mesma revista repercutiu na mesma semana como as mulheres são mais julgadas do que os homens quando falam. As respostas nos comentários são horrendas, e chamavam as estatísticas de extrema-esquerda, pagas pelo partido liberal e que não ter crianças é não ter futuro e pátria. Quase simultaneamente, a BBC Brasil perguntou: quanto tempo o Brasil tem até que o envelhecimento da população dificulte o crescimento econômico?
Ainda no domingo o autor Jordan Peterson, ídolo de muitos machistas declarados do movimento MGTOW [grupo mascu que prega que homens devem viver longe das mulheres], esteve na capa do Público Portugal. Peterson passou o início do mês em Portugal e os jornais o repercutiram como sendo um dos mais lidos do Ocidente. Peterson refuta as politicas identitárias e defende que não é possível uma mulher ter tudo, portanto não deve trabalhar e deixar para ter filhos tarde e se frustrar porque escolheu a carreira. Ou seja, o útero novamente foi usado para salvar a nação. Porque ele sabe que as mulheres irão se arrepender se não tiverem filhos.
Como Lola já tentou avisar, o machismo quase sempre está ligado com o racismo e a LGBTfobia e, algo que demorei pra entender, com a extrema direita. Em março, uma mulher conhecida como Wife With a Purpose no Twitter desafiou as mulheres americanas a terem mais filhos brancos. Ela já fez 6 filhos e se declara nacionalista e cristã.
Fechamos o domingo com uma reportagem do Fantástico, com a gravação das agressões e ameaças de morte à atriz Cristiane Machado por parte de sua marido empresário. A reportagem foi ao ar no dia seguinte em que, pela segunda vez, uma novela da Globo mostrou cenas de falso estupro no horário nobre.
E enquanto termino esse texto na segunda, acabo de ver que Cláudia Leitte continua sendo apedrejada por se defender do assédio de Silvio Santos.
Isso só alguns dias após Fernanda Lima expor os seus desejos de uma sociedade sem preconceitos. Muitos avanços machistas simultâneos. Triste.
E enquanto termino esse texto na segunda, acabo de ver que Cláudia Leitte continua sendo apedrejada por se defender do assédio de Silvio Santos.
Isso só alguns dias após Fernanda Lima expor os seus desejos de uma sociedade sem preconceitos. Muitos avanços machistas simultâneos. Triste.
A mulher nesses discursos é o alvo principal, pois é a que deve se submeter.
É um discurso similar ao dos fundamentalistas islâmicos e dos neonazistas americanos,
que culpam mulheres sem filhos (e feministas em geral) pela destruição do ocidente branco. Todos eles se centram na criminalização da mulher, sempre!
É um discurso similar ao dos fundamentalistas islâmicos e dos neonazistas americanos,
que culpam mulheres sem filhos (e feministas em geral) pela destruição do ocidente branco. Todos eles se centram na criminalização da mulher, sempre!
Vivemos uma época de grandes retrocessos. Nós mulheres precisamos resistir. Não ser feminista é não se dar conta dos riscos que corremos.