Mostrando postagens com marcador criança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador criança. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de abril de 2022

PARA UM AUTISTA, É AINDA MAIS DIFÍCIL ENTENDER O MUNDO

Hoje, no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, publico o lindo guest post de Tereza Raquel, vó de uma criança autista. Tomei a liberdade de ilustrar este post com as artes maravilhosas da Peixinha Dorotea, criação de Bruno Grossi, que é autista.

O mundo anda tão complicado, cantava Renato Russo na década de 80, século passado. Hoje, dia 2 de abril de 2022, ainda não descomplicou, pelo contrário! Tem dado nós e amarrações que custam a ser desembaraçados.

Nos últimos dois anos, escrevi aqui sobre meu neto autista, o "Furacão", como foi receber o diagnóstico, tratamentos, vivência, experiências durante o período mais crítico da pandemia. Também falei sobre o porquê da existência do Dia de Conscientização Mundial do Autismo e Inclusão.

Não sou uma voz solitária. Existem inúmeras instituições, pessoas que procuram conscientizar, informar sobre o autismo. Ao mesmo tempo outros tantos continuam a ignorar, relegar e até mesmo menosprezar autistas e seus familiares.

Falo isso pois somente no mês passado os casos de repercussão nacional foram aqueles em que a bióloga Natasha Borges fingiu ser autista para não usar máscara, e em que o vereador carioca Gabriel Monteiro, nas filmagens de um dos seus vídeos "sociais", orientava uma pessoa tirar a bolsa de uma mulher, numa simulação de assalto, dizendo: ela é autista, nem vai perceber. Existem inúmeras outras situações que aconteceram e não tiveram grande divulgação, ficando apenas entre quatro paredes nas pequenas regiões ou grandes metrópoles.

Voltando ao fato e citação que autista não vai perceber, digo o contrário, vai sentir sim! Autistas têm sentimentos, emoções. São diferentes -- especiais, não! Nem são anjos azuis como alguns gostam de romantizar. São seres humanos que têm uma condição que os faz ter déficit na socialização, comunicação verbal, não verbal e interesse restrito ou hiperfoco, movimentos repetitivos, ou seja. percebem o mundo de forma diferente.

Nem todos os autistas têm as mesma características, afinal não existe um ser humano igual ao outro, somos ímpares.

Banalizar, ridicularizar autista é não ter a mínima noção do que é ser GENTE. É de uma insensibilidade, irresponsabilidade enorme. Quem vive, convive, batalha no dia a dia para que autistas  tenham espaços, sejam incluídos na sociedade, no mercado de trabalho, sabe o quanto é difícil lidar com os preconceitos, barreiras, garantir uma vaga em escola, ou mesmo um professor de apoio, que é direito garantido por lei. Muitas vezes são os próprios autistas que travam essas lutas.

Às vezes dá vontade de parar, às vezes desanima,  mas quando vejo minha filha chorando devido a uma descriminação sofrida, quando vejo uma dificuldade de entendimento das pessoas sobre a condição do Furacão ou mesmo por cansaço do dia a dia, pois a vida não é fácil, minhas forças se renovam, saio gritando e esbravejando contra os ignorantes que não têm a mínima noção do que é viver, ser autista. 

Tenho como meta descomplicar um pouco, não o mundo, mas a cabeça das pessoas para que elas possam perceber que é possível sim uma vivência inclusiva e acolhedora.

Deixo minha dica para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o autismo, o Bruno Grossi, um autista, escritor, que faz um lindo trabalho de conscientização tanto na página dele, quando na Peixinha Dorotea, o título de um dos livros que ele lançou.

Dando notícias do meu Furacão, hoje ele está praticamente alfabetizado, lê e escreve pequenos bilhetes e já não sou mais a vovó "Aquel". Sou a vovó Raquel, com o erre muito bem pronunciado.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

FORÇA, MANU E LAURA

Li agora algumas mensagens que a incansável guerreira Manuela D'Ávila (que deveria ser prefeita de Porto Alegre se os gaúchos não tivessem desaprendido a votar) deixou no seu Twitter. 

É inaceitável o nível desses misóginos, que vivem espalhando fake news. Bolso e seu exército do ódio realmente mostram o pior lado do brasileiro. Eu, que como Manu venho sendo ameaçada há anos, nessas horas respiro aliviada por não ter filhos. Porque sei que os reaças não têm limites e não têm a menor vergonha em ameaçar crianças. 

Toda a minha sororidade a Manu e Laura. Fiquem bem! E processem esses lixos!

Reproduzo o que Manu escreveu:

Ontem à noite, em um debate, me perguntaram se eu não sinto vontade de desistir. Sim, eu sinto. Todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam, a violência política está cada vez mais intensa. O último mês foi muito agressivo e me impactou muitíssimo.

Um pai da escola de Laura (cuja identidade conhecemos, o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir.

São muitos anos de violência. Como vocês sabem, quando Laura ainda era um bebê de colo, foi agredida fisicamente em função de uma mentira distribuída amplamente na internet. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram.

Mas nenhuma jamais havia envolvido sua escola e algum pai de colega. Foi devastador lidar com isso. Ver a imagem sendo usada por toda essa gentalha que vive as nossas custas, diz que é político e só faz o mal, foi uma violência imensa.

Poucos dias depois chegaram as ameaças de estupro para ela (que tem cinco anos!) e nova ameaça de morte para mim. A polícia já acompanha o caso. É evidente que isso não diminui o medo, a tristeza, a culpa por ver as pessoas que mais amo submetidas a essa gente inescrupulosa.

São anos vivendo assim. A gente mal toma ar de uma agressão e vem a próxima. Mas quando a gente respira, a gente lembra que tem um mundo pra mudar. Que tem um genocida no governo. Que tem mãe enterrando filho e filho enterrando mãe. Que tem criança trabalhando.

Se todos os dias tenho vontade de desistir, todos os dias me lembro das imensas razões que temos para continuar.

Última vez que estive com Manu: em agosto de 2019 nos encontramos de madrugada, totalmente por acaso, no aeroporto de Brasília

quinta-feira, 8 de abril de 2021

HENRY, 4 ANOS, MORTO PELO PADRASTO DISCIPLINADOR

Só hoje, agora que a mãe e o padrasto foram presos, é que fui me informar melhor sobre a terrível morte de Henry Borel, de 4 anos, que chegou sem vida a um hospital no Rio há um mês. 

Que caso tenebroso, desses que fazem a gente chorar! Lógico que a morte/ assassinato do menino está tendo tanta repercussão porque envolve gente de classe média/alta, mas não deixa de ser tenebroso por isso. 

O principal suspeito é um jovem vereador, um tal de Dr. Jairinho (nunca tinha ouvido falar), que foi eleito primeiro pelo Partido Social Cristão, depois pelo Solidariedade. É da mesma turma de Bolso e Flor de Lis, aquela que diz defender a família, a honra, a ética, os bons costumes. Certamente um homem de bem. Já estava no quinto mandato. Agora ficamos sabendo que ele tem histórico de bater nos enteados e na ex. 

A desculpa dada pela mãe de que Henry caiu da cama ou do sofá (ela alega que o encontrou deitado de madrugada no chão do quarto) não se sustenta, já que as múltiplas lesões no corpo do garoto não poderiam ser causadas por uma queda de curta altura. 

Com a ajuda da tecnologia, a polícia conseguiu recuperar mensagens de celular trocadas entre Monique e a babá de Henry que narra, em tempo real, que Jairinho estava trancado num quarto com o menino. Isso no dia 12 de fevereiro. Ou seja: a mãe sabia dos maus tratos. E mesmo assim continuou com o vereador, sem proteger seu filho, e mesmo assim mentiu pelo namorado nos depoimentos. No dia seguinte ao enterro do filho passou a tarde num salão cabeleireiro, o que já levantou as suspeitas dos investigadores. 

Não concordo com quem diz que Monique é pior do que Jairinho. Ela não matou o filho. Mas certamente foi conivente, foi cúmplice, deixou as coisas acontecerem. Até agora não há indícios de que ela sofreu ameaças do namorado para não contar. Creio que a ficha ainda não caiu pra ela do horror do qual ela fez parte. Assim que cair, vai arranjar um advogado diferente (por enquanto é um só que defende o casal), e vai acusar o namorado. Ainda assim, será condenada. Merecidamente.

Imagino que nem Jairinho e muito menos Monique tinham a intenção de matar Henry. O vereador, numa mistura de psicopatia e desejo disciplinador, provavelmente acreditava estar "consertando" o menino com suas sessões de tortura. Assim como há muitos adeptos do "um tapinha não dói" e "uma palmada forma caráter" -- ou seja, da covarde violência doméstica como medida educativa --, Jairinho achava que chutes na cabeça e socos no fígado iriam ensinar Henry a respeitá-lo. Talvez ele nem se arrependa do que fez. Arrependimento, só de não ter controlado a sua força. 

Henry certamente não é a primeira nem a última criança a morrer por apanhar demais de quem deveria amá-lo e protegê-lo. Mas sempre dói constatar como podem ser cruéis os adultos da nossa espécie. 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

GUEST POST: A CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO PRECISA SER PERMANENTE

Desde 2007, todo 2 de abril é Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Desculpem, eu tinha esquecido. A Tereza Raquel, historiadora e avó de um autista que ela carinhosamente chama de Furacão, escreveu um guest post, como fez ano passado:

Dia Mundial da Conscientização do Espectro Autista, mais um ano de pandemia, novamente escrevo um guest post para Lola. Queria poder celebrar que tínhamos vencido a covid, senão pelo menos que a vacinação estava aceleradíssima no Brasil. Ah, sonhar ainda nos é permitido…

A ONU instituiu no final de 2007 que o dia 2 de abril seria celebrado como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, quando cartões postais de todo mundo ficam iluminados na cor azul.

A palavra "conscientização" remete à consciência, pensamento crítico em relação à determinada situação  Legal! Acendem as luzes e daí? Fica tudo azul, depois apaga, todos vão dormir, menos mãe, pai, a criança ou adulto autista que está em em uma de suas inúmeras crises e não consegue se acalmar. No dia seguinte tem reinício a jornada dos pais insones, esgotados em busca de terapia para o filho. Quando conseguem muita vezes é longe de casa, dependem de vários meios meios de transporte, gerando stress ao autista, o que dificulta o atendimento e consequentemente a terapia, nem sempre são com profissionais especializados para o atendimento.

Aí vem os planos de saúde, os maravilhosos e adorados planos! Estou sendo muito irônica. Quantos empecilhos, letrinhas miúdas para barrar o atendimento! Os pais ainda têm que brigar para garantir o que pagam. 

Então vamos voltar à questão. Conscientização é importante, mas não adianta acender luzes e apagar logo em seguida: elas precisam se manter acessas. A realidade é dura, o azul não brilha tanto. Nós que temos autistas na família não buscamos favores, queremos nossos direitos, para isso precisamos que as pessoas entendam e compreendam que o autismo não é uma doença, não tem cura, necessita de terapia, tratamentos, e principalmente inclusão.

Entendam também que autismo não é adjetivo. É horripilante, para não usar outra expressão, ver, ouvir alguém dizer que fulano ou sicrano é "autista" devido à uma atitude. Cresçam, por favor, respeito é bom e gostamos.

Portanto, não apaguem as luzes, deixem acesas, todos os dias, o ano inteiro, a vida toda.

Quanto ao meu Furacão, continua fazendo "furacazices". Hoje, por exemplo, minhas orquídeas foram todas brindadas com jatos de desodorante spray. Acredito que ele achou que elas precisavam de muito cheiro, e quem sabe um beijo?

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

VIOLÊNCIA SEXUAL É QUESTÃO DE GÊNERO E IDADE

Domingo, dia 11 de outubro, foi Dia Internacional da Menina, uma data ainda pouco conhecida, mas importante, criada pela ONU.

Reproduzo o artigo de Carolina Pasquali e Isabella Henriques, do Instituto Alana, de Cynthia Betti, diretora da Plan Intertional Brasil, de Letícia Bahia, coordenadora do Girl Up Brasil, e de Luciana Temer, do Instituto Liberta. Ele foi publicado na Folha de S. Paulo no último sábado. 

“É pela vida das mulheres". A frase se repete em manifestações que denunciam os alarmantes números de feminicídio, as mortes por aborto inseguro e outras violências sistemáticas de que são vítimas as mulheres brasileiras.

Em agosto, entretanto, foi a vida de uma capixaba de 10 anos que esteve em risco por causa de violências de gênero.

Vítima de estupros recorrentes, a menina eventualmente engravidou. Grupos extremistas divulgaram sua localização e tentaram impedir a interrupção da gestação que lhe ameaçava a vida. O Brasil, estarrecido, parecia descobrir que meninas, assim como mulheres, também podem ser estupradas.

O estarrecimento convém, dado o hediondo do(s) crime(s), mas falta entender que esse não é um caso isolado.

A violência sexual é um problema de gênero —mas é também uma questão de idade.

Dentre as vítimas de estupro do sexo feminino, 72% são meninas com menos de 18 anos. O maior risco está na faixa de 10 a 13 anos, que concentra 28,6% dos estupros. É preciso repetir: entre aquelas que são estupradas no Brasil, quase um terço tem de 10 a 13 anos. A menina do Espírito Santo não é exceção, é padrão. Quando começaremos a bradar pela vida das meninas?

Propomos começar hoje. Hoje, 11 de outubro, Dia Internacional da Menina. Desde 2012, a data estabelecida pela ONU tenta chamar atenção para a urgência de se encararem as questões de gênero também a partir de uma lente etária. Meninas sofrem violências específicas e sofrem de forma distinta as mesmas violações que vitimam mulheres.

Abuso e exploração sexual, casamento infantil, gravidez na adolescência —uma busca rápida no Google mostra o quanto essas feridas estão latejando nos corpos das meninas brasileiras. Quantas mulheres adultas poderiam prescindir de ajuda médica, de delegacias especializadas em atendimento à mulher e até mesmo de abortos se tivéssemos nos ocupado das meninas que elas um dia foram?

Quando nós fazemos a lição de casa, elas transcendem. A proteção dos direitos das meninas e a devida oferta de oportunidades deságua em figuras da envergadura de Malala e Greta, expoentes de uma onda crescente de meninas ativistas que, cada vez mais novas, estão mudando o mundo.

Precisam, porém, de campo fértil. Precisam que o dia de hoje cresça, que o mês de outubro seja tão repleto de homenagens e debates e especiais e marchas quanto março já é. Para que o futuro seja mesmo feminino, precisamos reconhecer que o feminismo começa com as meninas.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

BOAS NOTÍCIAS NO CASO DA MENINA DE 10 ANOS QUE CONSEGUIU ABORTAR

Não sei se ainda tenho fôlego pra falar do tema. Mexeu muito comigo. 
Ontem participei de duas lives e uma entrevista pro rádio sobre o caso da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio, engravidou e, depois de muita dificuldade, conseguiu fazer um aborto e passa bem.
As notícias não param de chegar. Primeiro: a melhor e mais completa reportagem que li foi a da Catarinas, republicada pela Universa do Uol. 
Uma das entrevistadas é alguém que participou ativamente do caso e que tem muita experiência na luta pela legalização do aborto no Brasil: a enfermeira obstetra Paula Viana, coordenadora do grupo Curumim, em Recife. Paula, inclusive, foi uma das feministas excomungadas pelo arcebispo em 2009, quando ajudou uma menina de 9 anos que estava grávida de gêmeos a abortar. Aliás, recomendo que vocês vejam este curto vídeo com um depoimento do médico Dr. Olímpio, que também teve a honra de ser excomungado (duas vezes já!). Ajuda a entender por que "pró-vida" como Sara Giromini o odeiam. 
Paula conta que tiveram que colocar a menina de 10 anos e sua avó no porta-malas do carro para que elas pudessem entrar no hospital sem serem hostilizadas. Sim, havia uma turba histérica de fanáticos religiosos prontinhos pra atacar uma criança vítima de estupro. Isso depois da menina viajar 2 mil quilômetros, com conexão, para poder realizar o seu direito de interromper a gravidez.
É um direito apenas na teoria, como sabemos. Na prática, só em 2018, 21.172 bebês nasceram de crianças entre 10 e 14 anos (ou seja, também vítimas de estupro, pois estão fora da idade de consentir).
Amanhecemos com algumas boas notícias hoje. 
O YouTube finalmente cumpriu as regras da própria plataforma e excluiu a conta de Sara Winter, dois dias depois da militantes de extrema-direita ter exposto a menina de 10 anos. 
Em junho, o YouTube havia desmonetizado seus vídeos. Pouco depois do fim de seus vídeos no YT, chegou a vez do Instagram. Mas ainda falta o Twitter. O STF forçou que seu perfil fosse removido, mas logo depois ela abriu outro, que continua até hoje (foi nesse, aliás, que ela expôs a menina).
A outra boa notícia é que o tio que estuprou a menina foi preso nesta madrugada em Betim, MG. Ele, que estava foragido, acusou o avô da menina e o filho de estuprá-la também. A extrema-direita comandada por Sara parece gostar tanto de estuprador que defende a todo o custo sua vontade de ser pai. Agora está perseguindo o resto da família da menina, principalmente a avó -- obviamente por ela ter concordado com o aborto.
Enquanto sua conta no Twitter não é deletada, Sara continua escrevendo sandices como esta: "Agora que mataram o bebê, como fazer o teste de DNA pra descobrir quem era o culpado? Mataram a única testemunha do caso". Como se vê, para os pró-vida, a menina de 10 anos nem existe. Nem pra testemunha dos estupros que sofreu ela serve! Sara desconhece ou esconde o fato que material genético é retirado do feto, até para servir como prova na condenação pelo estupro.
Mas o que mais importa é o bem-estar e a recuperação da menina. A repórter da Globonews em SP, Aline Midlej, revelou num tuíte que a garota mudou de nome, de cidade, de escola. Tentará renascer. Parece que ontem a menina de 10 anos sorriu pela primeira vez. É um começo.