O documentário argentino Memórias do Saque (que pode ser visto na íntegra no YouTube) é um programa obrigatório para antes das eleições. Ele trata do que levou a Argentina à pior crise da sua história, aquela que praticamente destruiu o país em 2002. Basicamente, o presidente Carlos Menem, sob as diretrizes do FMI, privatizou tudo. O resultado foi desastroso. Um bom exemplo foi o do sistema ferroviário: antes de ser privatizado, ele empregava 95 mil pessoas. Hoje, emprega 15 mil. Quem pensa que o importante é que uma empresa tenha lucro pode até dizer: ah, lógico que só ficaram os 15 mil mais eficientes, o resto era máquina estatal inchada. Certo. Talvez alguém possa explicar como um sistema que antes tinha 30 mil km de ferrovia, e hoje tem 8 mil, possa ter ficado mais eficiente. Porque defender corte de funcionários é fácil. Mas corte de trilhos? Engraçado que quem critica os países pobres pela falta de infraestrutura ignora esses detalhes.
Eu morei em Detroit por um ano. Lá, o sistema público de ônibus era bem ruim. Tá certo que só 10% da população local pegava ônibus, mas eram poucos ônibus, poucos horários, poucas linhas. E isso por quê? Porque três das principais montadoras de automóveis dos EUA e do mundo ficavam em Detroit (ficam ainda, mas em 2008 elas pediram água, e o governo teve que aparecer para salvá-las financeiramente). E elas faziam um grande lobby para que não houvesse investimentos no transporte público. Assim como sou contra as instituições religiosas interferirem no estado, também critico que interesses de empresas privadas interfiram no estado. Porque em boa parte das vezes o interesse de uma empresa privada (o lucro, acima de tudo) não bate com o da população.
Mas, voltando ao caso da Argentina, privatizaram todo o setor petrolífero, que dava lucro (e eu adoro como, pra justificar a privatização de uma estatal que dá prejuízo, dizem que é ineficiente. Quando dá lucro, é algo como “É verdade, dá lucro, mas o que o governo está fazendo dirigindo uma estatal de petróleo?”). Lá pelas tantas no documentário, alguém lembra que a Argentina foi um caso inédito no mundo: “Não se conhece um outro país que haja entregue seu gás e seu petróleo sem haver perdido uma guerra”. E a ironia maior: ninguém pagou pelas concessões. O governo vendeu o que era público e não viu a cor do dinheiro.
E aqui no Brasil? Tivemos várias privatizações durante o governo passado. Pesquisas mostram que a única aceita pela população é a da telefonia ― e isso se a gente fechar os olhos pro fato que temos uma das piores e mais caras conexões de internet no mundo. E, lógico, vale a pena perguntar como o país teria sobrevivido à crise mundial iniciada em 2008 se houvesse seguido com as privatizações.
Privatizar faz parte de um projeto político maior, e por isso é fundamental conhecer o programa de cada candidato. E, na falta desse programa, pois há partidos políticos que escondem suas obras, é bom vasculhar o passado. Quem fez o quê, e por que. Não se trata de bonzinhos e malvados, embora, no caso da Argentina, os maus sejam mais do que evidentes. Quem é bom e quem é mau depende do que você defende. Se você acha que o governo tem que ser mínimo, que as empresas privadas não precisam de regulamentação porque querem o bem-estar de seus clientes (já que pro modelo privado não existem cidadãos, apenas consumidores), que o estado serve pra emperrar, e que o livre mercado é eficiente e não merece ser “atrapalhado” pelo governo, bom, assuma-se: este é o pensamento da direita. Sabe aquela direita que dizem que não existe mais depois que o Muro de Berlim caiu? Pois é, essa mesma. Você não está sozinho, muita gente pensa assim. E tudo bem, desde que você defenda o pacote completo: Estado mínimo significa quase nada de investimento em educação e saúde, por exemplo. Você deve ter plano de saúde, mas mesmo assim quer vaga numa universidade federal pra você ou seus filhos, certo? Porque universidade pública é superior à particular. E por isso você fica tão revoltado com as cotas, que estão reservando as vagas nas universidades públicas para quem vem de escolas públicas. Anyway, mesmo que você esteja bem servido na vida (não é sorte, eu sei, é que você trabalhou um monte), talvez dê pra eleger um governo que favoreça os menos sortudos?
Pra quem acha que PT e PSDB são iguais, convém refletir um pouquinho. A principal diferença é em como cada um enxerga o tamanho do Estado. O governo Lula é acusado pela mídia de “inchar” a máquina pública. Mas esse inchaço é causado por pessoas como eu, uma entre os oito mil professores contratados pra trabalhar numa universidade federal. É causado pelo Bolsa-Família, que custa uma migalha pros cofres públicos, mas possibilitou que 14 milhões de pessoas saíssem da linha da miséria. Dilma defende esse inchaço abertamente. Pra ela, o Estado deve ser forte e atuante. Já o PSDB, o que quer? Eles não dizem exatamente, porque pega mal, às vésperas de uma eleição, mencionar cortes em algumas áreas. No máximo usam uma palavra bonita, choque de gestão ― que equivale exatamente a cortar gastos públicos, ou seja, adeus novas universidades com novos professores, ou novos hospitais com novos médicos, ou sequer algum resquício de reajuste salarial para professores e médicos antigos, ou aumento real do salário mínimo. É só ver o que fez o governo FHC em seus dois mandatos, e o que fez Serra no governo de SP. Não é difícil comparar. Veja o valor do salário mínimo em 2002 e hoje. Veja quanto ganha um professor de uma escola estatal em SP, estado mais rico do país. Ou um policial militar. Ou uma enfermeira.
Mas claro, podemos continuar insistindo que não há diferença entre os candidatos e que vamos votar no Serra porque não gostamos da plástica da Dilma. Enfim, centrar-se nos indivíduos, que nunca governarão sozinhos, e não no projeto político de cada um. Essa fórmula funcionou na Argentina, né?
Mas, voltando ao caso da Argentina, privatizaram todo o setor petrolífero, que dava lucro (e eu adoro como, pra justificar a privatização de uma estatal que dá prejuízo, dizem que é ineficiente. Quando dá lucro, é algo como “É verdade, dá lucro, mas o que o governo está fazendo dirigindo uma estatal de petróleo?”). Lá pelas tantas no documentário, alguém lembra que a Argentina foi um caso inédito no mundo: “Não se conhece um outro país que haja entregue seu gás e seu petróleo sem haver perdido uma guerra”. E a ironia maior: ninguém pagou pelas concessões. O governo vendeu o que era público e não viu a cor do dinheiro.
E aqui no Brasil? Tivemos várias privatizações durante o governo passado. Pesquisas mostram que a única aceita pela população é a da telefonia ― e isso se a gente fechar os olhos pro fato que temos uma das piores e mais caras conexões de internet no mundo. E, lógico, vale a pena perguntar como o país teria sobrevivido à crise mundial iniciada em 2008 se houvesse seguido com as privatizações.
Privatizar faz parte de um projeto político maior, e por isso é fundamental conhecer o programa de cada candidato. E, na falta desse programa, pois há partidos políticos que escondem suas obras, é bom vasculhar o passado. Quem fez o quê, e por que. Não se trata de bonzinhos e malvados, embora, no caso da Argentina, os maus sejam mais do que evidentes. Quem é bom e quem é mau depende do que você defende. Se você acha que o governo tem que ser mínimo, que as empresas privadas não precisam de regulamentação porque querem o bem-estar de seus clientes (já que pro modelo privado não existem cidadãos, apenas consumidores), que o estado serve pra emperrar, e que o livre mercado é eficiente e não merece ser “atrapalhado” pelo governo, bom, assuma-se: este é o pensamento da direita. Sabe aquela direita que dizem que não existe mais depois que o Muro de Berlim caiu? Pois é, essa mesma. Você não está sozinho, muita gente pensa assim. E tudo bem, desde que você defenda o pacote completo: Estado mínimo significa quase nada de investimento em educação e saúde, por exemplo. Você deve ter plano de saúde, mas mesmo assim quer vaga numa universidade federal pra você ou seus filhos, certo? Porque universidade pública é superior à particular. E por isso você fica tão revoltado com as cotas, que estão reservando as vagas nas universidades públicas para quem vem de escolas públicas. Anyway, mesmo que você esteja bem servido na vida (não é sorte, eu sei, é que você trabalhou um monte), talvez dê pra eleger um governo que favoreça os menos sortudos?
Pra quem acha que PT e PSDB são iguais, convém refletir um pouquinho. A principal diferença é em como cada um enxerga o tamanho do Estado. O governo Lula é acusado pela mídia de “inchar” a máquina pública. Mas esse inchaço é causado por pessoas como eu, uma entre os oito mil professores contratados pra trabalhar numa universidade federal. É causado pelo Bolsa-Família, que custa uma migalha pros cofres públicos, mas possibilitou que 14 milhões de pessoas saíssem da linha da miséria. Dilma defende esse inchaço abertamente. Pra ela, o Estado deve ser forte e atuante. Já o PSDB, o que quer? Eles não dizem exatamente, porque pega mal, às vésperas de uma eleição, mencionar cortes em algumas áreas. No máximo usam uma palavra bonita, choque de gestão ― que equivale exatamente a cortar gastos públicos, ou seja, adeus novas universidades com novos professores, ou novos hospitais com novos médicos, ou sequer algum resquício de reajuste salarial para professores e médicos antigos, ou aumento real do salário mínimo. É só ver o que fez o governo FHC em seus dois mandatos, e o que fez Serra no governo de SP. Não é difícil comparar. Veja o valor do salário mínimo em 2002 e hoje. Veja quanto ganha um professor de uma escola estatal em SP, estado mais rico do país. Ou um policial militar. Ou uma enfermeira.
Mas claro, podemos continuar insistindo que não há diferença entre os candidatos e que vamos votar no Serra porque não gostamos da plástica da Dilma. Enfim, centrar-se nos indivíduos, que nunca governarão sozinhos, e não no projeto político de cada um. Essa fórmula funcionou na Argentina, né?
23 comentários:
The Take é um filme ótimo, escrito e dirigido pelo casal Naomi Klein/Avi Lewis. Sugiro também os livros de Naomi Klein, "Sem Logo" e "Doutrina do Choque". E Avi Lewis pode ser visto na Al Jazeera em inglês, onde faz ótimas reportagens especiais.
A elite defende o público quando lhe convém - no caso das Federais esperneiam contra cotas pois se acham no direito divino de estar lá...porque não fazem o mesmo em relação à educação básica pública?
Lola, trabalho na Infraero, que é empresa pública e uma das primeiras na fila de privatização da direita. Essa semana saiu uma reportagem no jornal Valor Econômico onde um empresário (claro, quem mais?) criticava a gestão pública de aeroportos e argumentava que o Brasil era o único da América do Sul que ainda não tinha passado para o controle privado os seus aeroportos. Citou como exemplos bem sucedidos de adesão à privatização Chile, Argentina, Uruguai, Peru, etc. O que ele esqueceu de dizer é que esse modelo NÃO FUNCIONOU na Argentina e já se estuda a reestatização. Beijos e parabéns pelo blog!
Sobre a privatização das Teles, "Pesquisas mostram que a única aceita pela população é a da telefonia", mas outras pesquisas mostram que elas são campeãs de reclamação nos PROCONS Brasil afora...
Isso aí, Lola: Ninguem pode querer a volta do PSDB!
Lola, não concordo com o seu posicionamento dualista de direita/estado mínimo, esquerda/ estado inchado (a expressão não é das melhores, prefiro Estado forte a Estado inchado, já que este sempre será ineficiente).
É possível a defesa de um Estado forte sem se ter a total identificação com os ideais socialistas.
Apelando para o Reductio ad Hitlerum, a Alemanha nazista tinha um Estado fortíssimo.
Parabéns pelo blog, já o acompanho a mais ou menos dois meses e é a primeira vez que comento.
Lola,
em MG (governada pelo PSDB nos últimos...sei lá, doze anos?), os professores da rede de ensino estadual estão em greve há quase dois meses.
A Polícia Civil tem um dos piores salários do Brasil, sendo o estado um dos três primeiros em arrecadação.
O PSDB adota o "choque de gestão", estipulando metas e premiando, com "bônus de produtividade", às áreas que cumprem o estipulado.
Estou lendo uma obra do Loïc Wacquant, chamada "As prisões da miséria", e vejo o modelo de segurança pública que estamos importando - tolerância zero... para os miseráveis, os perigosos, os lombrosianos, claro...
Este estado não quer o conflito, quer a harmonia artificial, a população pacificada, ainda que pela força das armas, da ocupação policial nos locais de miséria.
E eles fazem xixi na nossa cabeça, dizem que é chuva, e a gente agradece...
Dureza...
Muito bom o post, Lola. Eu lembro de ter comentado algo sobre o assunto no seu post que perguntava qual era a proposta da direita. Na ocasião eu disse que a diferença realmente significativa entre os dois partidos políticos efetivamente presentes no Brasil era justamente essa: o papel do Estado na economia. PT defende Estado "forte", que nem é tão forte assim, mas muito mais "presente" do que o Estado defendido pelo PSDB.
É que o Estado é historicamente o melhor meio de prevenir concentração de renda à qual tende a classe empresária. Daí a sanha desmanteladora das contenções estatais ao empresariado. É até engraçado ver as colunas do FHC no Estado de São Paulo falando de Estado Mínimo num momento pós-crise de 2008.
Sobre o corte de funcionários... isso é algo curioso. Até mesmo o mais direitosa concorda que o desemprego é o maior problema do capitalismo. Só que todo mundo acha que contrato de trabalho é igual a contrato de compra e venda e que como o patrão "faz um favor" ao empregado ao contratá-lo, não teria problema nenhum em demiti-lo quando bem quisesse.
Só que trabalho é um direito social, não individual. Ou seja, o emprego de uma pessoa é importante não apenas para ela, como também para toda a sociedade, na medida em que uma pessoa empregada labora para o desenvolvimento social, é menos propensa ao crime e é mesmo desejada pelo capitalismo, que precisa de consumidores.
Pouca gente sabe, mas a decisão judicial sobre a demissão coletiva dos funcionários da Embraer, que a condenou, foi decisiva para a contenção de muitas outras demissões coletivas preparadas para 2009, sob pretexto da crise. Isso certamente ajudou o Brasil a manter sua economia firme e receber o tsunami como marolinha.
Essa visão do direito do trabalho como ferramenta de justiça social tem, felizmente, crescido no Brasil, e é por isso que Veja, Exame e cia. são tão virulentas com esses juízes, a quem chamam de "Robin Hoods" como se isso fosse um palavrão (leia esta matéria, Lola, é de 2007, mas acho que vai gostar http://tinyurl.com/26eshpc).
Eu mesmo já fiz uma monografia sobre o tema da reforma do judiciário de tanto ouvir que, no capitalismo, era negativo proteger o mais fraco juridicamente. A conclusão foi de que, na verdade, o fraco já é desprotegido, e mesmo assim o empresariado chia. Acho que você também vai gostar do tema, dá uma olhada nesses dois artigos:
http://tinyurl.com/dxhj89 é um artigo do Armando Castelar Pinheiro. De vez em quando dá para vê-lo na GloboNews. Ele entrevista magistrados perguntando o que eles escolhem priorizar numa decisão, a lei ou a justiça social. Eles respondem que é a justiça social e são tachados de retrógrados, pois se o Estado não tem segurança jurídica, é prejudicado em investimentos. Assim, ao querer ajudar o lado mais fraco, os juízes acabariam por prejudicá-los, pois provocariam um retrocesso econômico em nível nacional que culminaria em desemprego, p.ex.
Mas dar opinião é fácil. Dois pesquisadores foram fazer a prova dos nove nas próprias sentenças desses juízes. E descobriram que isso é uma mentira, que o lado mais forte tem chances em até 45% superiores de vencer. O artigo está aqui: http://tinyurl.com/357uso7
O mais engraçado, depois de tudo isso, é ouvir a galera dizendo que só quem é de esquerda tem ideologia. Quem diz é duplamente ignorante (ou muito mau-caráter), pois mostra claramente que, além de não saber o que significa tal conceito, associado à mentira, também não percebe que é engrupido pelas mentiras de PSDB, Veja e outros direitosas.
Já há pesquisas com Dilma na frente(Sensus e Vox Populi).
Acho que não é só no seu blog que os eleitores do PT são maioria.
Ótimo texto, Lola!
Aronovich:
É neste ponto que ficam minhas reservas.
1) O Brasil nunca seguiu o modelo Argentino, ( o calote, ou a loucura beligerante das Malvinas), sendo o único modelo econômico seguindo, uma exceção: a implantação do malfadado Plano Cruzado, que era um espelho do Plano Austral Argentino. Deu errado.
2) Premiar merecimento não é uma coisa ruim. Segundo o Roberto Saviano (Autor do Livro Gomorra) foi a falta da meritocracia que levou a Itália ao estado Mafioso em que se encontra, pois sem mérito se estabelece a regra do preço mínimo sobre a qualidade e isso favorece a corrupção, por motivos óbvios.
3) O estado é sim incompetente para gerir vários setores e tem que ser expurgado da maior parte destes, o que não quer dizer que não deva estar nos que são da sua alçada por motivos estratégicos; segurança, saúde e educação. A prova disso é que as estradas privatizadas em São Paulo e no Paraná, que eu conheço, pois sou negociador e sou obrigado a fazer várias viagens por elas, e são ótimas hoje privatizadas e na mão do estado eram terríveis. Quando vou aos estados que ainda não tem privatização das estradas é um horror.
O governo Lula foi espetacular em muitas ações, tendo o Bolsa-Familia, como exemplo mais forte, pois favoreceu a classe mais necessitada e urgente. Porém, na minha singela opinião, está faltando ao Presidente Lula, lances de refinamento e cavalheirismo, tais como reconhecer que o que ele conseguiu, que foi maravilhoso, tem base em algumas coisas boas que foram feitas no passado, como o próprio plano real que é a base do sucesso econômico do seu governo. Outra coisa que seria maravilhosa para a biografia do Lula, seria o endurecimento na punição aos corruptos dos seu governo como exemplo de um presidente reto e ilibado.
Finalizando, eu acho o Brasil estupendamente melhor que a Argentina, no que tange diretrizes governamentais, mas isso não começou a oito anos, mais sim a dezesseis anos, ou pouco mais, no final do governos Itamar Franco. Esse reconhecimento da nossa parte, as pessoas de esquerda, seria muito nobre, e até, por que não dizer?, bonito, que o Presidente Lula, e nós como seu seguidores e admiradores, reconhecemos as bases do passado, para que fique uma imagem nobre e digna da primeira administração verdadeiramente popular do Brasil.
Olá Lola!!
Sempre lúcida e certeira!!!
Um abraço,
Mara
Caro Serge, se há um presidente que profissionalizou o serviço público e evitou o caminho narrado por Saviano, esse presidente se chama Getúlio Vargas, que criou o DASP.
Eu aprendo muito por aqui. Adorei o que Nefelibata escreveu.
Marcus tem razão quando fala "a elite defende o público quando lhe convém".
Patrick bem lembrou Getúlio Vargas, enfim.
Não sei nem mais o que dizer.
SErge, a BR101, recentemente duplicada pelo Estado até na construção, já que foi feita com engenharia militar, já que as grandes empreiteiras não queriam, está uma maravilha, e com um detalhe a mais, não tem os pedágios abusivos das estradas de São Paulo... Estive no interior de São Paulo na virada do ano, impressionante como se paga caro pra andar naquelas estradas
Serge, com os preços de pedágios absurdos que são cobrados, mesmo que essas empresas fossem geridas por mim (que não entendo nada de estradas), as estradas também seriam ótimas...
(aliás, nunca entendi essa das estradas, a idéia é a gente pagar imposto e AINDA pagar pedágio pra andar pelo País?? E ficar super feliz com isso, quando talvez o qu fizesse muito mais sentido seria cobrar do governo boas estradas...)
esqueceu de falar também que a contratação de professores para as federais também decorre do aumento da oferta de vagas e abertura de novas universidades no interior e novos cursos. quanto à privatização, é só olhar o que aconteceu com as ferrovias nacionais depois da privatização: sumiram. Houve uma guerra por causa da construção da ferrovia, que ligava são paulo a porto alegre. Hoje ela está em ruínas. e o que sobrou virou atração turística, desrespeito com o povo que pagou, com os que morreram na guerra do contestado (pois é, índios, bugres e caboclos não contam, né) e com o história.
Uma coisa que eu concordo com as privatizações, é que: aquele que ficou na empresa, tem que trabalhar horrores, se não, é rua na certa. Antes disso, ficava de bobeira, recebendo e muito bem, e muitas vezes nem ia trabalhar! E a gente pagando imposto pra cobrir essas despesas, sem ter retorno algum!!!
E me falaram uma coisa que eu achei muito certa: O Estado deve ser como um médico ou policial: chega para solucionar/remediar e depois que está tudo certo, sair de cena. O que vejo aqui no Brasil, é o governo que atua como mamãe, babá, titia, enfermeira... ou seja, com um protecionismo que favorece o oportunismo de uns e outros e o assistencialismo nocivo que nos mantém refém!
Estado mínimo é solução do interesse de 0,1% da população. Para nós outros, os 99,9%, Estado Social é plenamente adequado.
Um salve pros que roubam mas fazem.
Hell yeah! Maluff lhes dedica.
Votem a vontade em pt e psdb mas não se façam de inocentes tentando defender que o seu lado é menos sujo que o adversário. Beijocas... não me liguem.
Aqui em Sergipe, Lola, o policial militar é um dos mais bem pagos do Brasil. O menor estado do país, que tem um PIB anual que é equivalente ao PIB dfe São Paulo em 1 mês paga quase o dobro do salário que um PM recebe em São Paulo. Sergipe também foi o primeiro estado a pagar o piso salarial para os professores do ensino básico (o valor é quase o triplo do que ele ganhava no governo anterior). Aqui uma das plataformas do governo é valorizar o servidor para poder dar saúde, segurança e educação de qualidade para a população. (coisas que se aprende em uma campanha hahaha)
Serge, aqui em Sergipe as estradas não são privatizadas e a maioria delas está em ótimo estado. Basta querer. A gente paga imposto pra isso e ainda tem que pagar um valor absurdo de pedágio?
Serge,
Muito fácil falar que a qualidade das estradas justifica os preços sentadinho na sua cadeira, na sua casinha confortável. Para mim, também é tranquilo pagar R$ 80,00 para ir de Ribeirão Preto a São Paulo (fiz isso há poucas semanas), mas e quem ganha salário mínimo? Não pode ir a São Paulo?
Outra coisa... Essa questão de premiar por desempenho na educação é a coisa mais burra e sem sentido. O que acaba acontecendo é que as professoras todas rejeitam os alunos com mais dificuldade porque isso diminuiria o salário delas. Outra tática que elas acabam adotando é dar nota total para os alunos, independente do desempenho real deles. Agora... Me responde... Isso é bom para quem? Lembrando que professores municipais aqui em BH ganham por volta de R$ 500,00 e os estaduais menos ainda.
Essa tática é de uma falta de lógica sem tamanho.
valeu lolinha, mas um post lindo e esclarecedor.
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