![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlr8ioQBcqKvVcH65BYJJ2W1JQWOmEX_zrCU8YflrzGYuJ5Ds9pkbEpRt_MZOOGNKxf8VOsrf7tbMuwbDkUX8DMEpc2D5Irx46pFgs6hxOC61xSjp4hH-7LI3mB-fPPlYtRUyfChDtWYvU/s400/1+hitch+birds.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXn0mzqGPIForKiZZoNiVuxUKRZwfNbAXCNlcL59u8T6Y9l9osQQb41yjJLInWJ-h36yqdu5c7dCz9f5XA3TGZ-tV_qct0dM3_EjwgObJLHuhQysTzjDY3pX2F_Xh6uF5fAFXEhcK4_Z4H/s400/1+hitch+birds2.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj77WvfSpCFGVeKTIQAMcsHRZlPhUhkR67JkwlJTe4F6odyXVa08MPI2poN7Ndpq4XdihdeVmSEoUt8DF7uzliZwEYE9g7aNnlGlnxGmb40NZA5U-fYTt0dNa9HhtY-5EMnXcK9pC8f3-w/s320/birds2.jpg)
“Os Pássaros” se baseia num conto de Daphne du Maurier que também é instigante, embora não tenha nada a ver com o filme. O conto é mais rural; o herói é um fazendeiro. Fora isso, Daphne inventa que a fúria alada está acontecendo no resto do planeta, e arrisca um palpite: as marés altas mexem com os bicudos. Pro protagonista da história, segurança e conforto são representados por xícaras na cozinha. É muito legal o que Hitch faz com essas xícaras no filme (elas aparecem completamente bicadas). O diretor, que sempre contribuía nos roteiros, apesar de nunca assiná-los, não dava a mínima pra fidelidade à fonte. Ele lia o livro ou o conto uma vez e nunca mais. Mas digamos que o cerne do conto – o pavor pelo que está bem próximo da gente – encontra-se no filme. Afinal, fazer com que dinossauros soem assustadores parece fácil. Eles são grandões. Baratas são asquerosas, tubarões têm mandíbulas. Agora, como temer inocentes pardais e outras cabecinhas de minhoca?
Não sei se o filme assusta os adolescentes de hoje, mais acostumados a uma violência de videogame. Acho que eles se preocupam demais com o realismo dos efeitos especiais. A galera vê “Os P
ássaros” e pensa: “Eca! Que mal-feito! Isso não é real!”. Dããã, é óbvio que não é real. Passarinhos não agridem humanos. Desculpe revelar um incrível segredo, mas nada no cinema é real. Como diz o menininho em “Matrix”, não há colher, lembra? E tampouco há porta. Entre a tonelada de material interessante presente no documentário do DVD, a mais-mais é a que mostra que, bem no fim de “Os Pássaros”, quando Rod Taylor abre a porta, com ele e a Jessica Tandy (a velhinha de “Conduzindo Miss Daisy”) segurando uma sangrenta Tippi Hedren (mãe da Melanie Griffith), não há porta. O Rod faz um gesto com a mã
o como se abrisse uma porta, e a porta simplesmente inexiste. É impossível notar. Sabe como todo mundo que vê “Cães de Aluguel” acha que o bandido realmente corta a orelha do policial? É a ilusão do cinema.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuLcKWb4mzZ4upayMPT84062tX8UKR_MpEseRm7l-WG-cJuw2AOJjxab9wAvyvfUctTHfM84CUSgsN-nQjz5BkEJ0ibvJvHqJPecS1_GkTN0Rb1eV4yg887BZENAnw3CQFRmNS94Jh1UEB/s400/1+hitch+birds+ele.jpg)
Um comentário:
Incrível! Em 2003 ninguém postava nada! Caí aqui porque acabei de assistir "Rebecca" também baseado no livro de Daphne du Maurier e saí buscando uma crítica sua. "Rebecca" leveou o Oscar de 1940, mas "Os pássaros" é definitivamente mais inesquecível.
Postar um comentário