Fazia muito tempo que eu não via uma novela. A penúltima que acompanhei foi Mulheres Apaixonadas, em 2003, na Globo. Ela era bastante ruinzinha, mas eu fazia mestrado e passava a semana em Floripa, sozinha, e chegava uma hora que eu precisava desligar o cérebro de tanta leitura e ver algo que não me pedisse raciocínio. A última mesmo foi A Escrava Isaura, na Record, entre 2004 e 05. Essa eu gostei muito, principalmente pelo Leôncio feito pelo Leopoldo Pacheco, simplesmente genial, que dava de dez em qualquer Rubem de Falco. Eu lembro bem do Leopoldo porque os olhos dele literalmente brilhavam de maldade. Um vilão inesquecível. (Aliás, como a Globo tem desperdiçado esse grande ator, hein?).
Eu vi muita novela durante minha infância (naquela época, existia novela das dez, que eram as melhores, sempre: Saramandaia, O Bem-Amado, Sinal de Alerta, Gabriela) e adolescência (Roque Santeiro e esqueci as outras). Depois parei. É tudo muito parecido, e não me agrada a ideia de ter que ligar a TV no mesmo horário todo dia. Com a internet, então, ficou raríssimo eu ver TV. Tanto que a antena aqui de casa está quebrada e ainda não compramos outra (eu quero comprar uma melhorzinha, externa, mas só quando fizermos uma outra reforma na casa, o que vai ficar pro semestre que vem).
No entanto, muita gente me perguntou: “Você não vai ver a nova novela do SBT, Amor e Revolução?”. Não estava com tanta vontade, mas ontem à noite decidi dar uma olhadinha (perdi o começo) no primeiro capítulo e gostei pacas. Acho uma novela importante, que todo mundo deveria assistir. A direita, pra ficar babando de ódio e arremessando a dentadura contra a televisão. A esquerda, pra gente ganhar ânimo pra exigir que os assassinos e torturadores do regime militar sejam punidos.
É incrível como uma novela (ou série) bem feita possa dar uma elevada na moral, né? A direita rábida anda dizendo que Amor e Revolução é um presente do Silvio Santos ao PT. Mas, no fundo, esse pessoal que adora os EUA considera que tudo que é feito no Brasil -- com exceção da Globo -- é péssimo, e odeia os outros canais, principalmente a Record e, agora, o SBT, com todas as suas forças. Hum, eu nunca vi uma novela da Globo por morrer de amores pelo Roberto Marinho, nosso Cidadão Kane (e isso não é um elogio). Os reaças iriam chiar ainda mais se a Record tivesse feito Amor e Revolução (li que o autor da Escrava Isaura de 04, Tiago Santiago, é o mesmo autor desta novela agora. Ótimo! O cara sabe o que faz. E, pela foto, ele é jovem e bonito. Só um bônus). E o que eles diriam se a Globo fizesse uma novela assim? Opa, a Globo já fez! Não foi uma novela, mas uma excelente minissérie de vinte capítulos, Anos Rebeldes, exibida no segundo semestre de 92. Quem viu a série se lembra da fascinante personagem da Claudia Abreu, uma jovem rica que se joga na luta armada, e é assassinada pelos militares. Era difícil não se identificar com ela, não torcer por ela, não chorar com a sua morte. A série foi tão influente que a minha teoria é que, sem ela, não teríamos tido os caras-pintadas (eu fui uma! Das mais velhinhas, mas fui, com muito orgulho) indo pras ruas pedir a saída do Collor. Aquela série encheu muitos jovens de um espírito revolucionário que eles não conheciam. Foi um marco.
E a novela do SBT tem toda a chance de repetir o feito. Claro, nenhum programa tem a mesma repercussão que a Globo tinha naquela época, quando ainda conseguia 70, 80 pontos de Ibope (hoje é difícil chegar a 30). E o SBT não tem, nem de longe, um time de atores como os da Globo (nem como os da Record). Mas Amor e Revolução é o tipo de novela que vale pela história, com h minúsculo e maiúsculo. E porque vai se falar muito na novela, espero. Porque cria polêmica, porque discute o nosso passado não muito distante, e porque deixa muito, muito zangado aquele pessoal que prega que vivíamos bem na época da ditadura e que chama golpe de Revolução e comemora aniversário no 1o de abril (dia da mentira). Seria lindo se fosse só o Bolsonaro que fizesse isso, mas infelizmente, tem muito mais demente por aí. Tanto que, imagino, todo mundo, você inclus@, conhece pelo menos uma pessoa que profere essas baboseiras sem ruborizar.
O primeiro capítulo de Amor (que promete a exibição do primeiro beijo gay na telenovela brasileira, pra fazer a direita querer linchar o Silvio Santos mesmo), ontem, foi cheio de ação. Vários tiroteios, perseguições da polícia aos comunistas, intrigas, conversas políticas, cena de sexo num rio (com a Lúcia Veríssimo), a UNE pegando fogo. Deu pra ver que teremos um par à la Romeu e Julieta, entre uma ativista (Graziella Schmitt, fraquinha, coitada, mas é difícil ser a mocinha da história) e um militar (Claudio Lins, um pouco mais à vontade). Falou-se bastante do apoio dos EUA ao golpe. Houve um flerte com o formidável filme argentino A História Oficial, num tema que não costuma ser explorado (vários militares "adotaram" os filhos dos guerrilheiros que mataram). Foi uma boa apresentação dos personagens, embalada por uma trilha sonora de primeiríssimo time. Como essa trilha é importante pra nossa identificação com os heróis do período!
No final de cada capítulo, a exemplo de novelas da Globo, Amor e Revolução vai trazer depoimentos reais de gente que participou dos anos de chumbo. A primeira foi Amelinha, uma comunista que foi presa e torturada. Ela conta que seus filhos de 4 e 5 anos foram levados para vê-la na cadeia, onde ela estava cheia de hematomas. É horrível ouvir detalhes de tortura, é horrível ouvir uma mãe narrar que a filha lhe perguntou “Por que você está azul?”, é horrível ouvir essa mãe dizendo que seus filhos sofreram ampla tortura psicológica (o menino regrediu anos e recusou-se a crescer, a menina cresceu rápido demais – a puberdade chegou pra ela aos sete anos, por causa dos traumas. Mas é tudo necessário. Acho que a gente definitivamente precisa expor as feridas. Como disse Amelinha no final do seu relato emocionante, “Não se consolida uma democracia com cadáveres insepultos”. Os reaças indignados que se revirem nos seus túmulos. Nós vamos à luta.
Eu vi muita novela durante minha infância (naquela época, existia novela das dez, que eram as melhores, sempre: Saramandaia, O Bem-Amado, Sinal de Alerta, Gabriela) e adolescência (Roque Santeiro e esqueci as outras). Depois parei. É tudo muito parecido, e não me agrada a ideia de ter que ligar a TV no mesmo horário todo dia. Com a internet, então, ficou raríssimo eu ver TV. Tanto que a antena aqui de casa está quebrada e ainda não compramos outra (eu quero comprar uma melhorzinha, externa, mas só quando fizermos uma outra reforma na casa, o que vai ficar pro semestre que vem).
No entanto, muita gente me perguntou: “Você não vai ver a nova novela do SBT, Amor e Revolução?”. Não estava com tanta vontade, mas ontem à noite decidi dar uma olhadinha (perdi o começo) no primeiro capítulo e gostei pacas. Acho uma novela importante, que todo mundo deveria assistir. A direita, pra ficar babando de ódio e arremessando a dentadura contra a televisão. A esquerda, pra gente ganhar ânimo pra exigir que os assassinos e torturadores do regime militar sejam punidos.
É incrível como uma novela (ou série) bem feita possa dar uma elevada na moral, né? A direita rábida anda dizendo que Amor e Revolução é um presente do Silvio Santos ao PT. Mas, no fundo, esse pessoal que adora os EUA considera que tudo que é feito no Brasil -- com exceção da Globo -- é péssimo, e odeia os outros canais, principalmente a Record e, agora, o SBT, com todas as suas forças. Hum, eu nunca vi uma novela da Globo por morrer de amores pelo Roberto Marinho, nosso Cidadão Kane (e isso não é um elogio). Os reaças iriam chiar ainda mais se a Record tivesse feito Amor e Revolução (li que o autor da Escrava Isaura de 04, Tiago Santiago, é o mesmo autor desta novela agora. Ótimo! O cara sabe o que faz. E, pela foto, ele é jovem e bonito. Só um bônus). E o que eles diriam se a Globo fizesse uma novela assim? Opa, a Globo já fez! Não foi uma novela, mas uma excelente minissérie de vinte capítulos, Anos Rebeldes, exibida no segundo semestre de 92. Quem viu a série se lembra da fascinante personagem da Claudia Abreu, uma jovem rica que se joga na luta armada, e é assassinada pelos militares. Era difícil não se identificar com ela, não torcer por ela, não chorar com a sua morte. A série foi tão influente que a minha teoria é que, sem ela, não teríamos tido os caras-pintadas (eu fui uma! Das mais velhinhas, mas fui, com muito orgulho) indo pras ruas pedir a saída do Collor. Aquela série encheu muitos jovens de um espírito revolucionário que eles não conheciam. Foi um marco.
E a novela do SBT tem toda a chance de repetir o feito. Claro, nenhum programa tem a mesma repercussão que a Globo tinha naquela época, quando ainda conseguia 70, 80 pontos de Ibope (hoje é difícil chegar a 30). E o SBT não tem, nem de longe, um time de atores como os da Globo (nem como os da Record). Mas Amor e Revolução é o tipo de novela que vale pela história, com h minúsculo e maiúsculo. E porque vai se falar muito na novela, espero. Porque cria polêmica, porque discute o nosso passado não muito distante, e porque deixa muito, muito zangado aquele pessoal que prega que vivíamos bem na época da ditadura e que chama golpe de Revolução e comemora aniversário no 1o de abril (dia da mentira). Seria lindo se fosse só o Bolsonaro que fizesse isso, mas infelizmente, tem muito mais demente por aí. Tanto que, imagino, todo mundo, você inclus@, conhece pelo menos uma pessoa que profere essas baboseiras sem ruborizar.
O primeiro capítulo de Amor (que promete a exibição do primeiro beijo gay na telenovela brasileira, pra fazer a direita querer linchar o Silvio Santos mesmo), ontem, foi cheio de ação. Vários tiroteios, perseguições da polícia aos comunistas, intrigas, conversas políticas, cena de sexo num rio (com a Lúcia Veríssimo), a UNE pegando fogo. Deu pra ver que teremos um par à la Romeu e Julieta, entre uma ativista (Graziella Schmitt, fraquinha, coitada, mas é difícil ser a mocinha da história) e um militar (Claudio Lins, um pouco mais à vontade). Falou-se bastante do apoio dos EUA ao golpe. Houve um flerte com o formidável filme argentino A História Oficial, num tema que não costuma ser explorado (vários militares "adotaram" os filhos dos guerrilheiros que mataram). Foi uma boa apresentação dos personagens, embalada por uma trilha sonora de primeiríssimo time. Como essa trilha é importante pra nossa identificação com os heróis do período!
No final de cada capítulo, a exemplo de novelas da Globo, Amor e Revolução vai trazer depoimentos reais de gente que participou dos anos de chumbo. A primeira foi Amelinha, uma comunista que foi presa e torturada. Ela conta que seus filhos de 4 e 5 anos foram levados para vê-la na cadeia, onde ela estava cheia de hematomas. É horrível ouvir detalhes de tortura, é horrível ouvir uma mãe narrar que a filha lhe perguntou “Por que você está azul?”, é horrível ouvir essa mãe dizendo que seus filhos sofreram ampla tortura psicológica (o menino regrediu anos e recusou-se a crescer, a menina cresceu rápido demais – a puberdade chegou pra ela aos sete anos, por causa dos traumas. Mas é tudo necessário. Acho que a gente definitivamente precisa expor as feridas. Como disse Amelinha no final do seu relato emocionante, “Não se consolida uma democracia com cadáveres insepultos”. Os reaças indignados que se revirem nos seus túmulos. Nós vamos à luta.
43 comentários:
Fiquei com orgulho do Sbt, sério. Fico me divertindo imaginando os reaças a la Bolsonaro salivando na frente da Tv e "xingando muito no twitter". Ainda não assisti, vou pegar pra assistir hoje (ou não).
Vi uns blogs masCUlinistas falando suas incansáveis asneiras, indignadíssimos com a emissora e "com essa palhaçada da esquerda"... Preferiria que fosse a Record a fazer uma novela dessas, acho que ia ser mais bem-feita, mas whatever, eu dificilmente assistiria.
Olá!
Particularmente, não sou mt adepta a novelas, mas o tema me interessou mt. O elenco, achei meio forçado, mas isso não desmerece de forma alguma a crítica violenta que a novela faz a sociedade brasileira, sobretudo aos saudosistas (sem noção) do regime militar.
Penso que os depoimentos que virão, ainda vão dar mt o que falar, mas isso é ótimo, vai obrigar as pessoas a pensar nisso!
Olha, a novela tem um tema importante sim, e é preciso divulgar.
Agora analisando apenas como novela, esse primeiro capitulo foi fraco, cheio de cliches (mocinha e mocinho ja se apaixonam ao primeiro olhar, ele se arrisca p/ salva o cachorinho, etc) e o elenco ta bem fraco.
A Shoujofan fez uma analise interessante p/ quem quizer ver:
http://shoujo-cafe.blogspot.com/2011/04/comentando-o-primeiro-capitulo-de-amor.html
Poxaa, Lola, tava nem um pouco empolgada pela novela, mas depois de sua resenha vou conferir e divulgar. Já vi a Amelhinha Telles pessoalmente, numa palestra, ela é maravilhosa, uma figura humana linda, faltam palavras para dizer da energia que ela passa, uma força, uma crença no nosso poder de mudar... Lembro dela falando da necessidade de resgatarmos essa memória e de termos uma disciplina de DH nos nossos cursos de graduação. Urgentíssimo, nessa fase de Bolsonaros ululantes, então. beijos.
Eu tinha visto a chamada, mas nem assisti. A Valéria falou no blog dela que as atuações e a direção estão bem ruinzinhos.
Em Araguaia, a novela das 18h da Globo, a ditadura e guerrilha é um dos temas. Na novela, temos um coronel, interpretado pelo Lima Duarte, que na juventude lutava contra os comunistas. Tinha meio que um triângulo amoroso entre ele, uma moça e um gerrilheiro. Não sei bem o que aconteceu, mas esse guerrilheiro sumiu e depois aparece já velho com amnésia. Ele e o coronel são meio que inimigos mortais.
Tem também o filho do delegado da cidade, que descobre que na verdade o delegado matou o pai dele, um guerrilheiro, e o criou como se fosse filho dele. Quando ele descobre isso, ele deixa de apoiar o coronel e passa pro lado dos mocinhos da novela.
Também não assisto novelas, mas essa me deixou com vontade de ver, o problema será o tempo. Em que horário que é exibida?
Já tinha ouvido falar da novela por causa do polêmico beijo gay e achei maravilhoso finalmente alguém ousar em nossa televisão, e com mais essa da revolução, fiquei muito orgulhosa do SBT - Não diria do Silvio Santos porque, pra mim, ele só permitiu porque não passa de negócios pra ele, pois o vejo como um machista de marca maior, mas isso é outra conversa.
Ai, Lolinha, pelo tema, pela trilha, tela ousadia, etc etc, eu adoraria dizer que gostei do 1o capitulo. Mas nao consigo. Achei tudo forcado demais, trash demais, os atores ruins, tudo muito mal feito. Mas pelos itens positivos que citei acima (e q citou em sua cronica) vou dar uma insistida e assistir sempre que puder. Beijao!
A novela promete! Compartilho minha breve análise: http://tsavkko.blogspot.com/2011/04/cinema-e-novela-como-instrumentos-de.html
Faz tempo que não vejo novelas! rs
Mas essa novela do SBT é importantíssima, a televisão tem esse incrível poder de disciminar discussões. Vamos esperar para saber quais serão as consequências.
:) os atores são sofríveis. rs
Oi Lola... Acho que vou dar uma checada nesta novela. Mas na verdade escrevo porque eu continuo sem entender o que aconteceu no meio do caminho. Hoje tenho 36 anos e lembro que quando estava no segundo grau (atual ensino médio) ninguém que eu conhecesse achava que o pessoal da resistência ao regime militar estivesse errado ou fosse criminoso. Meus amigos até não podiam ter pensamento de esquerda, mas não se referiam a eles como guerrilheiros fazendo cara de horror e nojo.
Sério, eu não entendo! Durante a campanha da Dilma, o que eu mais via eram jovens dizendo que era um absurdo uma ex-guerrilheira, que fez parte de um movimento armado, ser candidata à presidência! Os JOVENS falando isso! Alguém me explica o que aconteceu nesses 15, 20 anos. Acho que eu perdi alguma coisa...
Gostei muito da novela, gostei demais da trilha sonora e mais ainda do SBT não ter adotado o velho clichê de enfiar a música "caminhando e cantando" em trilha sonora de qualquer produção referente à época da ditadura ("Cidadão Brasileiro", da Record, FAiL).
Mas uma coisa merece a gente chamar a atenção, o aviso da classificação indicativa.
Pra quem não reparou, antes de cada programa televisivo, aparece um aviso sobre a faixa etária à qual se destina aquele público, acompanhado de um um ícone (que varia de cor contendo um numéro 10, ou 12, ou 14, ou 16, ou 18 ou a letra L) e uma pessoa informando o mesmo em linguagen de sinais.
Na novela Amor e Revolução, ao invés disso, eles só exibiram na tela um documento emitido pelo ministério da justiça com a classificação e o locutor narrando: "NO AR MAIS UM CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA. CENSURA 14 ANOS".Tal e qual era nos tempos de censura.
Acho que isso não foi só porque a novela se passa no tempo da ditadura. Mas também pra dar uma alfinetada no Ministério da Justiça e em sua "Classificação Indicativa", que nada mais é do que uma Censura disfarçada.
Muitíssimo bem bolado.
Eu achei tão, mas tão trash rsrsrs Eu ri em várias cenas, mas o legal é que a novela me deixou curioso, seja para saber mais sobre a ditadura ou só pra continuar a rir desse guilty pleasure. Eu torço que o roteiro e a atuação de alguns atores realmente evolua com o tempo, pois por mais que eu tenha achado tosca eu não acho que essa iniciativa mereça ser trollada. E espero que o beijo gay deixe a globo com a cara na poeira!
PS: Ah sim, o depoimento no final da novela foi realmente ótimo. Espero que o lado trash da novela não afaste os mais jovens,porque afinal, a novela dos mutantes dava ibope rs.
Não sei se sou de direita ou de esquerda...
Lendo seu blogue fiquei mais confuso ainda.
Sou Reaça/Direita= malvado ou Revolucionário/esquerda=bonzinho
Veja só!
Sou contra o PLC 122= Reaça/Direita/malvado
Sou a favor dos direitos dos gays em igualdade com os heteros (casamento/adoção)= Revolucionário/esquerda/bonzinho
Sou a favor do planejamento familiar feito com apoio do estado= Revolucionário/esquerda/bonzinho
Sou contra a legalização do aborto= Reaça/Direita/malvado
Sou a favor da força policial e penas mais duras= Reaça/Direita/malvado
Sou a favor dos direitos humanos para detentos= Revolucionário/esquerda/bonzinho
Sou a favor da propriedade privada= Reaça/Direita/malvado
Sou a favor da reforma agrária= Revolucionário/esquerda/bonzinho
Votei no Lula: Revolucionário!
Não votei na Dilma: Reaça Machista!
Estudei que Che Guevara executou pessoas e não respeitava os direitos humanos isso fazde mim um reaça?
Sou de Direita e malvado ou de esquerda e bonzinho?
Não sei se é correto essa segregação esse tratamento: “Reaça”
As pessoas não se sentem ofendidas?
Se lermos o Texto trocando as palavras “REAÇA” por “NEGRO” o texto não fica preconceituoso?
também não tenho tempo para novela, mas fiquei curisoa de ver a abordagem que o SBT dará a um tema tão tabu (ainda) na nossa sociedade. Questões como abertura dos arquivos, punição dos agentes agressores do Estado, reavivamento da memória histórica, enfim, passar a limpo a ditadura.
Chorei lendo seu post. Não estava sabendo dessa novela, faz tempo que não vejo tv, mas fiquei curiosa pra assistir.
Só fico triste de não poder ver pela tv e dar apoio a esse tipo de produção.
Oi Lola!
Gostei mto do post, o golpe da ditadura militar foi há menos de 50 anos e td mundo age como se fosse um passado distante q ñ influenciasse a nossa realidade!
Temos uma mulher-presisdente, tivemos um presidente operário, mas um negro, ainda não. É preciso q as pessoas se conscientizem, as famílias tem o direito de saber como seus entes morreram, para onde foram levados.
Os torturadores precisam ser punidos, nem militares, nem religiosos, nem conservadores, nem homens, nem brancos tem direito de comandar uma nação pelo fato de serem de determinado partido/religião/etnia/classe.
Por isso, peço a vc q tem um blog mto visitado q ajude a divulgar um abaixo-assinado q a OAB está promovendo pela abertura dos arquivos da ditadura.
Nossa presidente foi torturada e exilada, o mínimo q ela podia fazer é expor a verdade ao público.
SEgue o site:
http://www.oab-rj.org.br/forms/abaixoassinado.jsp
Eu assisti e gostei muito. Tinha todo um clima cinematográfico, bem diferente ao que se costuma ver na TV Brasileira em telenovelas.
Talvez o SBT não possua o calibre pra produzir novelas igual à Globo ou à Manchete (essa sim, tinha as melhores novelas), mas pode crescer, e muito. Lembremos também que a comparação é um pouco injusta, já que é uma emissora com pouca tradição em novelas e que ainda está encontrando seu próprio estilo.
Vale lembrar que o autor, Tiago Santiago, já queria fazer uma trama com esse tema desde que trabalhava na Globo, mas é claro que encontrou dificuldades.
A respeito do beijo gay, ele tentou fazer quando trabalhava na Record, mas como a emissora é do Bispo Macedo, encontrou dificuldades novamente.
A audiência foi boa, mas nada que surpreendesse, espero que cresça e democratize um pouco mais a audiência, deixe-a menos desigual.
Outra coisa, no começo da novela, eu também gostei bastante da classificação estilo "censura", como a Jáder comentou, que se via na época. Agora, se não me engano, o "E agora, mais um campeão de audiência" foi uma alfinetada à Globo não foi? Não era ela que costumava dizer isso antes dos programas?
Putz, lendo isso até me deu vontade de ver. Eu até gosto de novelas, confesso, mas o modelo da globo tá um lixo faz tempo e eu já não tenho tanto tempo/paciência pra folhetins em geral. Mas eu gosto de qualquer coisa que deixe os Bolsonaros da vida com raiva. Espero que essa novela cause uma hemorróida nele de tanta raiva... Brincadeirinha.
Ou não.
O Silvio Santos entegou um banco quebrado pela bagatela 450 milhões e teve o "perdão" de uma dívida de 4.000.000.000 (quatro bilhões)! Simples assim.
Precisa falar mais esquerdistas super justos?
Caro Flavio Brito:
Esse blog é isso aí que você pintou com tanta lucidaz e habilidade na prosa.
Parabens!
Adorei o Post Lola. Lindo mesmo!
Saudações fraternas!
Fui assistir cheia de dedos porque também não tenho muita paciência pra novela e adorei.
Os diálogos são bastante repetitivos e praticamente didáticos, os personagens bem estereotipados como o de qualquer novela, a maioria dos atores fraquinhos... Mas também tem Lúcia Veríssimo (adoooro aquela mulher), ação na medida certa, a história parece ser bem costurada e a música é tudo de bom.
Chico Buarque, Milton Nascimento... achei um horror Pitty cantando Cálice, mas enfim, vamos que vamos... rs
Abçs Lola
Acho essa novela muito importante para esclarecer o que foi a ditadura no Brasil para as novas gerações. Meus filhos, que sabem bastante sobre o assunto, ficaram curiosos. Tem-se que acabar com o mito da
"ditabranda", cobrar os crimes dos militares e abrir todos os arquivos do que se passou entre 64 e 85. Independente da qualidade artística da obra, ela tem um papel didático relevante.
deu vontade de ver essa novela depois de ler esse texto, vou ver se dou uma olhadinha em 2 episódios, nem que seja pra dizer que vi e não gostei
Flávio Brito, sua comparação de reacionários com negros não faz sentido pelo simples motivo que ser negro não atribui automaticamente nenhuma série de comportamentos a você, apenas uma aparência física, e algo que vem de nascença. Já o ser reacionário envolve uma série de comportamentos adquiridos, que não vêm do nascimento. Por exemplo, é comum um reacionário ser contra o aborto simplesmente por ser reacionário, mas o fato de você ser negro não implica que você seja contra ou a favor do aborto. Não acho, também, que Che Guevara seja um símbolo homogêneo para toda a esquerda, e nem que ele represente toda a esquerda. As ações de uma pessoa não podem nem devem falar por um grupo tão amplo quanto a esquerda. Então, se Che matou ou não, não sei, mas temos que colocar suas ações em um contexto histórico e sociológico para entendê-las melhor.
Para finalizar, ter um termo pejorativo como "reaça" não é algo apenas da esquerda. Você fala como se a esquerda fosse a única que desse à oposição apelidos maldosos, mas não é. Enquanto isso, a direita chama os esquerdistas de vagabundos, maconheiros, esquerdalha...
Lola: Se eu tivesse tempo, eu juro que tentaria assistir a essa novela, mas tenho uma preguiça superior à de cinco snorlaxes. Essa preguiça é tão grande que nem ver filmes eu vejo... Mas com certeza ela soou interessante, vou tentar acompanhar por reviews pela internet, por mais esquisito que isso soe. Agradeço por mais um post.
Flavio Brito,
eu acho que deveria ter uma terceira categoria... Não há heteros, homos e bis? Então... quem tá no meio deveria ser reaçolucionário ou revoluaça... sei lá que nome...rs...
Preguiça de gente maniqueísta que vê tudo em preto e branco, divide tudo em bem e mal... o espectro de cores é beeeemmmm mais amplo!
Uma temática dessas numa novela é importante? Inquestionável que sim. Porém, mais importante é que nossos jovens recebam uma educação decente, que os ensine a pensar por si mesmos e a questionar as coisas.
Lolissima querida,
eu tambem acompanhava novelas quando pequena, ao lado de minha mae e devo ter parado, sei la, no roque santeiro?
mas com os anos veio o "ódeo" a qualquer novela! nao aguento ator da globo, do sbt, qualquer um que seja, embora eu reconheca que tem la os bons entre os modelatriz...
ainda assim acho importante voce levantar a bola da novela se ela tem um tema tao importante!
e importante que eles saibam que gente inteligente assiste novela e que fiquem atentos na sequencia, e nao so nos primeiros capitulos para chamar audiencia a historia de fato...
eu nao acredito muito que depois nao vire aquela novela, literalmente, fique na enrolacao do mocinho que vai beijar a mocinha, e e isso que eu nao tenho saco tambem, mas se for fiel aos fatos sera mesmo muito importante catequizar quem nao sabe e valorizar e dar orgulho para quem conhece historia do pais e nao se conforma com a impunidade da ditadura
oi lola, os depoimentos do final são mesmo de tirar o fôlego...
agora mudando de assunto... como vc fez para integrar o twitter no seu blog? poderia me ajudar?
o meu email: americo.hell@gmail.com
Um bom motivo para eu voltar a ligar o televisor daqui de casa. Assisti ao capítulo de hoje, e gostei muito da forma como a ditadura civil-militar brasileira foi abordada por Tiago Santiago. Ele foi bem corajoso ao mostrar as misérias que os militares fizeram com os militantes de esquerda nas masmorras do regime.
Semana passada, uma estudante minha comentou comigo sobre a novela e disse que ficou escandalizada com as cenas de sessões de tortura. Quando eu disse que as cenas não são nada diferentes do que acontecia na época, ela ficou mais escandalizada ainda e prometeu estudar mais sobre o assunto.
Como você bem disse, ficou muito difícil ligar o televisor depois da internet. Entretanto, eu prometo me esforçar para assistir ao máximo de capítulos possível.
Num primeiro momento eu fiquei com dó da esquerda que vibrava com uma novela, veículo que particularmente não aprecio, mas o projeto todo me convenceu. Ainda mais com a parte dos depoimentos no fim dos capítulos.
Fico feliz por esta revolução nas mídias brasileiras estarem acontecendo - uma ideia anti-Globo, fazendo despontar Record, Rede Tv e agora SBT de forma magnífica com esta novela.
Se não considaremos nossa democracia com o desarquivamento ao menos já temos uma prévia com esta novela.
Os reaças que se cuidem!
Lola, viu essa agora? Os pró-Bolsonaro agora vao fazer passeata pelos seus direitos: http://mariolobato.blogspot.com/2011/04/paulista-palco-da-intolerancia-vai.html
Só faltava essa...
Voltando só pra comentar: Como o 2º episódio foi melhor hein? E o depoimento no final me arrepiou e não chorei por pouco.
Demais! Assisti ontem o 2° capítulo só por causa desse seu post Lola, e adorei! Acho que vou acompanhar a novela sim, mas deixarei pra comentar minhas impressões após ver mais um poquinho pra não falar besteira heheh
Beijos.
Ahh, gostei de alguns comentários sobre a pílula anticoncepcional... bem como sobre o fato da classe média está jogando confete comemorando o golpe.
Minha mãe disse que se lembra do dia. Ela é de Mossoró, e lá, segundo ela, foi uma verdadeira festa na cidade comemorando. Meu avô era vereador, ligado aos Rosado, pessoalzinho que se beneficiou com a ditadura, então ele tava feliz tbm... =/
É interessante ouvir estes relatos, ainda que assustador.
Adorei a novela, Lola. Claro que tem alguns clichês, alguns atores mais fracos.. Mas prefiro um tema forte com atores fracos a um tema leblon-riqueza-desjejum com atores sensacionais sendo desperdiçados!
Esperei uns dias pela estréia, porque me interessou desde que ouvi falar pela primeira vez. E esperava menos, uma história de amor com a ditadura de fundo, mas na verdade o que vi foi a ditadura sendo mostrada e a história de amor como algo secundário.
Vou continuar assistindo, com certeza.
A minha geração, que nasceu na década de 80, é muito alienada (por incrível que pareça, pois somos filhos de quem viveu o Golpe Militar!). Com opções como essa, podemos assistir a realidade crua, por mais chocante que ela seja.
gente, olhem que coisa INESPERADA:
http://www.conversaafiada.com.br/video/2011/04/06/bolsonaro-apoiou-cerra/
Chega a ser engraçado ver o Bolsonaro dizer que a ficha da Dilma é suja de sangue de inocentes, não? Imagina a dele.
vi o depoimento do segundo capítulo no YT agora pouco e estou em sentindo mal... um embrulho no estômago, vontade de chorar. não sei como tem gente doente que defende isso.
Apesar da precariedade de alguns pontos técnicos, também acho muito positiva essa novela. Só os depoimentos já são preciosíssimos. É bom ver essa terrível era sendo exposta na televisão, com uma linguagem didática. Estou torcendo para que ela faça sucesso. Me interessei depois que vi o Tiago Santiago sendo entrevistado pela Marília Gabriela no domingo. Ele realmente pesquisou muito, disse que vai tentar também um depoimento com a Dilma.
E não é que a coisa pode melhorar?
Já no segundo capítulo senti uma diferença, menos nervosismo dos atores, diálogos um pouco mais realistas embora repetitivos demais (a mocinha conseguiu repetir cinco vezes em um só diálogo que ocorreu um golpe... Tá garota, já entendemos, rsrs). Até a Patricia de Sabrit me surpreendeu se mostrando uma atriz não tão ruim.
Lola, talvez até role algum assunto sobre feminismo. Já pensou que legal? Pensei nessa possibilidade hoje qdo a personagem da Patricia falava que queria se separar mas depende do marido e da família dele pra tudo.
Abçs Lola.
E eles não poderiam ficar calados, né?
"Militares fazem abaixo-assinado contra novela do SBT sobre a ditadura": http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2011/04/12/imprensa41397.shtml
Lola, eu tb nao acompanho novelas, mas essa eu bem queria assistir! Pena que o SBT não pega aqui na minha casa...
Vim compartilhar o link pra uma matéria sobre a reação absurda dos militares, que estão agora fazendo um abaixo-assinado pra tirar Amor e Revoluçao do ar, sob pretexto que 'todos os envolvidos nessa história já estao mortos e não é justo que os atuais militares sofram com isso' ¬¬
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/13/militares-da-reserva-querem-tirar-do-ar-novela-do-sbt-sobre-ditadura-924233922.asp
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