sexta-feira, 14 de agosto de 2009

CRÍTICA: A PROPOSTA / “Mostre a ela quem é o chefe”

Ajoelhou, tem que pedir a mão.

Detestei A Proposta com todas as minhas forças, e estou chegando à conclusão de que terei que boicotar comédias românticas. Ou seja, daqui a pouco deixo de ir ao cinema. E eu amo filmes. Mas pô, ver o mesmo desfile de piadinhas machistas sem graça e estereótipos de gênero pela centésima vez é demais. As pessoas nem notam: Proposta é o maior sucesso da Sandra Bullock em vários anos. Mas é um besteirol sem tamanho. Ela faz uma editora de livros mandona que é chamada de “vadia” apenas por ter poder. E, obviamente, como ela é bem-sucedida no trabalho, ela não tem amigos, bichinhos, e oh-meu-deus-como-ela-sobrevive namorado. Aliás, ela não tem vida pessoal, ponto. E por isso, por estar faltando algo tão importante em sua vida (homem, filhos), ela é infeliz e antipática. O clichê todo. Daí dá um problema no seu visto, porque ela é canadense, e será deportada da Terra Prometida, os EUA. E ela tem a brilhante ideia de se casar com seu secretário, Ryan Reynolds, que a odeia. Para manter as aparências, eles têm que passar um fim de semana juntos numa mansão no Alasca, onde a família rica de Ryan mora, e... e após dez minutos de filme, todo mundo sabe como termina a história. Que dez minutos, qual! Basta dar uma olhada no cartaz!
E até que a trama poderia ser minimamente sexy, mas não é. Pra variar, é extremamente conservadora. Compare com Aconteceu Naquela Noite, em que o Clark Gable e a Claudette Clolbert precisam dividir um quarto de hotel. Naquela cena há tensão erótica, e olha que o filme é de, deixa eu ver, 75 anos atrás. E Crepúsculo, então? A Bela come o vampirinho albino com os olhos. Aqui, Sandra e Ryan parecem nem se conhecer. Primeiro, qual o problema em dormir na mesma cama de casal? Eu já dormi com amigas na mesma cama e foi uma tarefa árdua, mas a gente resistiu às tentações. Eu durmo com meus gatinhos na mesma cama, e mesmo assim não sou chegada à zoofilia. Eu durmo com o maridão na mesma cama, e pergunte se rola sexo todo ano, digo, todo dia? Mas segundo, qual o problema de Sandra e Ryan transarem? Ambos são livres e desimpedidos. Ela diz que não faz sexo há um ano e meio; ele não diz faz quanto tempo tá sem. Eles estão lá, no mesmo quarto, e tem até lareira - por que não aproveitam? Não, não pode: em comédia romântica americana o casal principal só transa com uma aliança no dedo e muito amor no coração. Eu fico impressionada.
E tem uma cena em que os dois, nus, se chocam um contra o outro, completamente sem querer (não pergunte). E o clima é de ó meu Deus, cubram-se! Porque cruzes, a Sandra provavelmente nunca viu um pênis antes! E o Ryan nunca viu uma mulher vestindo macacão cor de pele pra cobrir sua nudez! Quer dizer... Isso eu também nunca tinha visto, ao menos não tão evidente. Aliás, a cena da Sandra “nua” no banheiro concorre na categoria Piores Efeitos Especiais com uma outra em que uma águia pega um cachorrinho (não pergunte parte II). A próxima vez que alguém falar que Os Pássaros do Hitchcock tá malfeito, vou mencionar o pássaro grandão de A Proposta.
Mas pra mim o maior mistério do filme é o que o Ryan Reynolds tá fazendo lá. Sei não, pra um cara ser bonito, na minha opinião, tem que ter alguma personalidade. No rosto do Ryan parece estar escrito "Aluga-se". Vago. Não tem nenhuma expressão. Como que esse cara se torna um galã? Um protagonista de filmes? Eu só posso usar a frase do maridão: Alguém faltou? Eu olho pro Ryan e me lembro do Bush quando jovem. Isso é perturbador. E olha, acho legal que a Sandra faça par romântico com um cara doze anos mais novo. Mas, na vida real, alguém não mencionaria a diferença? E sabe por que o personagem do Ryan não pode ser interpretado por um ator mais velho, né? Porque como que um carinha de 45 anos seria secretário? E de uma mulher, ainda por cima?! Não! Seria um fracassado. Aí fazem dele um cara jovem, e, pra compensar, de família rica.
As outras pessoas no elenco tem papéis sem relevância. Coitado do Craig T. Nelson, que faz o pai do rapaz! Lembra dele em Poltergeist? E a Mary Steenburgen, de um filme que eu adoro, O Tiro que Não Saiu pela Culatra? Em Proposta ela interpreta a mãe do Ryan. E mãe de galã em comédia romântica só tem dois tipos: zero à esquerda ou megera. Ponha um xiszinho na primeira opção. Ah, e só descobri que o carinha que faz o garçom/stripper/balconista (enfim, o único que trabalha no filme. Deve ser coincidência que ele seja latino) é o Oscar Nuñez, do The Office. Mas alguém me explica por que é tão engraçado um bando de mulheres assistirem um striptease masculino. Quando aparecem homens vendo mulheres fazendo striptease, geralmente eles não estão morrendo de rir, muito menos as strippers. Mas parece que mulher não pode ver homem fazendo striptease sem cair na risada. É por que ela tá subvertendo o modelo tradicional? E isso é tão divertido?
A única piada do filme é uma sobre internet discada. Dura dois segundos. De resto, fico feliz que uma mulher, Anne Fletcher, possa estar dirigindo um filme (e eu gostei pacas do anterior, Vestida para Casar. Talvez eu tenha sido a única). Mas tem que entregar uma comédia romântica idêntica às porcarias que os diretores homens fazem? E não estou exagerando quando digo porcaria. (Spoiler:) No final, enquanto o casal apaixonado se beija no escritório, todas as moças-figurantes fazem Ohhhh, e carinha enternecida. Patético. E os marmanjos fazem gestos de macho. Blergh. Mas o pior, pior mesmo, é que algum colega de trabalho grita pro Ryan: “Mostre a ela quem é o chefe!”. A câmera fica no Ryan e Sandra se beijando, e vem a frase. Porque é essa a moral da história, né? Você têm muita sorte de eu não falar palavrão. Mas o que eu acho deste filminho rima com Proposta.

27 comentários:

Anônimo disse...

Eles devem ter o manual de "como transformar uma comédia em tortura", só pode! O pior é que a maioria das mulheres que assistem, adoram! Homens eu acho que não curtem comédias românticas.
Eu fiquei com raiva do filme sem tê-lo visto, mas darei uma olhada só para ver se a raiva passa ou permanece de vez.
Ótimo texto.

Anônimo disse...

Ah, bem que você podia falar um palavrão. Os roteiros de Hollywood vão de mal a pior. Agora, Lola, você me pegou, porque eu já assisti a um striptease e cai na risada. Beijos e não vou assistir a mais esse.

Bárbara Reis disse...

Obrigada pelo aviso! HAHAHAHA... esse filme está a 4 reais para ser assistido aqui em São Paulo, 2 reais a meia entrada, para estudantes. No Cinemark HUUAHHUAHUAHU.... Mas ainda bem que eu não assisti. Talvez eu até vá, pra poder dormir um pouco no intervalo entre o trabalho e a faculdade. ahuhuahuauhhua...

Beijão, Lola! ^^

Amanda Lourenço disse...

Lolita eu tenho uma sugestão. Por que você não faz uma lista aberta à participação das leitoras, para indicar filmes pré-aprovados contra o sexismo? Tipo um selo de qualidade Lolinha! Pq tem dias que a gente quer ver um filminho so pra se distrair e acaba se irritando tanto!

cavaca disse...

Lolla você está sendo muito radical, relaxa, é só uma comédia romantica que nem é assim das piores. A piada do Alasca é engraçada e quando a secretária a cumprimenta e ela simplesmente segue andando é divertida. É um romantismo barato que está longe avançar para o campo sexual. E a dança da Sandra também faz rir. E aliás, o secretário dela sofre muito mais preconceitos e pressões para se provar naquele meio.
Ok, vc tem razão em alguns pontos, mas sinceramente, metade das pessoas que viram esse filme na semana passada já nem se lembram dele. Mas nem tudo é assim tão detestável, e não concordo que o filme seja machista.

Jen disse...

Lola, eu ri mto com sua descricao do Ryan Reynolds. Eu sempre achei que tinha alguma coisa estranha com ele, atuacao, aparencia fisica enfim....faltava alguma coisa. E realmente, eh conteudo. :) haha
Adorei "o cara de 'Aluga-se'".

Romanzeira disse...

Que bom que mais alguém concorda comigo que Rayan Reynold é apenas um rosto e um corpo bonito. Putz, o cara é completamente inexpressivo!
Olha, eu não gosto de comédias românticas. Uma ou outra, bem feitinha, por exemplo "Vestida para casar", que foi bem bacaninha e teria sido melhor sem a cena em que os protagonistas se econtram no barco e há declaração de amor (acho cafonésimo e sem a menor veracidade) me agradam, mas o resto é o resto.
Esse aí da Sandra Bullock quando vi o cartaz (caramba, o que é aquilo?!)e o rebuliço a respeito passei direto. O problema das comédias românticas é exatamente o bando de clichês, no caso das americanas soma-se também o moralismo. Uma boa porcaria.

Bru Holmes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Haline disse...

ai, eu detesto esse tipo de filme. eu até gosto de filme bobo e tals, mas esses de casamento, mulheres supostamente legais, não curto mesmo. nem saio de casa pra ver, na verdade. se passa na tv, de repnte eu vejo.

Bru Holmes disse...

Olha, exatamente como a Lola diz no começo do texto, eu também estou com paciência zero pra comédia romântica.

Como a Amanda disse, as vezes a gente só quer se distrair, mas como se irrita...

Faz um tempo, fui ver "Ele não está tão a fim de você", com outras meninas. Elas ADORARAM, e só eu fiquei com cara de c*.

Beijo, Lola!!

Mônica disse...

Bom, ainda não vi o filme e provavelmente vou esperar pela dupla DVD/TV a cabo, fica mais em conta...

Mas não precisa se desesperar com 'daqui a pouco não vou poder mais ver filmes'. É só sair do circuitão de 'Roliúde' e procurar alternativas, tem muito cinema bom ainda por aí... ;-)

Sheryda Lopes disse...

Cara, não sei como vc teve coragem de assistir esse filme. Só pelo pôster eu já passei foi longe, muito também por não gostar nem um pouco do "galãzinho" ridículo. Tem outros dois filmes que vi (e não guardei nem o nome) e eu tenho a mesma impressão que vc. O cara não fede nem cheira.

Felipe Guimarães disse...

O pior mesmo Lola é que, agora que eu tenho meu blog, todos meus parentes ficam perguntando o que eu achei de tal filme (como se eu fosse um verdadeiro crítico de cinema, ra), embora eu nunca tenha estuado cinema nem nada do tipo. Mas o pior mesmo são minhas tias de 40 e poucos anos, que assistem uma comédia rômantica, como Proposta, e quando eu falo que o filme é ruim elas me olham meio torto. Como queria que você fosse minha tia, odiei A proposta também!

Anônimo disse...

Comédias deveriam ser para divertir e não ter preocupação social ou cunho moral, essas submenságens "veja minha filha como vc vai ficar se continuar com esse comportamento" não covensem a ninguém!!
Gostei da crítica Lola, abraços!

Romanzeira disse...

Uma coisa que vc escreveu e eu achei interessante porque há algum tempo venho pensando a respeito: está uma "moda" de chamar mulher de "vadia" por qualquer motivo. Isso acontece em 9 de cada dez séries norte-americanas. Entretanto, há uns oito anos era praticamente impossível ouvir tal xingamento de maneira tão natural em filmes e séries. Caramba, oito anos não é nada quando se trata de mudança de costumes e habitos culturais.

Ah, também me pegou, porque morro de rir e não vejo nada de sensual em homem de tanga dançando numa pista.

Laís de Almeida disse...

olha só, Lola..
Eu A-D-O-R-E-I "A Proposta"! Falo mesmo. hashauhaush!
É o seguinte.. as coisas não são bem assim como vc tá falando e eu acho que essa galera aí que tá falando "puxa! obrigada por me falar, pq eu não vou assistir" acho a mais pura ignorância, no sentido de ignorar as coisas mesmo. Na minha concepção, vc tem que conhecer p/ criticar.
Eu acho que foi uma idéia muito bem bolada p/ um comédia romântica. eu não costumo gostar de comédias românticas, mas eu considerei essa o que eu chamo de um bom besteirol. Afinal, eu não tenho nada contra se fazer besteróis, só precisa ser um pouco criativo. Ou simplesmente ter graça. E eu e mais 90% (no mínimo! :D) do cinema achamos engraçadíssimo! Eu acho que as coisas são boas qdo elas conseguem atingir ao que se propuseram (claro que respeitando algumas coisas), agora se eu gostei ou não é outra coisa...
1º- A questão da personagem de Sandra Bullock(?) é que ela é uma "workaholic" mesmo e essas mulheres existem sim! (a minha mãe é um pouco..rs) e isso costuma atrapalhar a vida pessoal, tanto em homens como em mulheres.. e ela não é chamada de vadia pq ela trabalha, e sim pq ela é realmente arrogante. Ah! Fala sério! É uma representação simbólica! Todo produto cultural tem as suas! (principalmente vindos de Hollywood)
2º- Vocês falam do cartaz... Acho ótimo! E mais! ele é bastante auto-explicativo. Se vc não queria ver bobagem, pq não foi p/ um cinema de arte, ora bolas?
3º- sobre o macacão.. nem reparei. ¬¬
4º- A questão de eles dormirem seperados é extremamente condizente c/ a relação entre os personagens. Eles não eram amiguinhos como os seus gatinhos, que seja. Não foi uma questão de purismo, ou que eles não resistiriam um ao outro. Novamente eu digo: se queria ver sexo, locava um filme do Almodóvar (que eu AMO, por favor). Não caberia uma cena de sexo num filme desse e até por uma questão mercadológica.. Teria que se elevar a classificação etária e tal.. enfim.
5º- Eu acho os dois gatíssimos, gostosíssimos! Estilo, casal-modelo-bem-midiático. (inclusive eu acharia ótimo se tivesse a tão querida cena de sexo. rs) Talvez vc pudesse criticar esse padrão, essa ditadura da beleza.. o que seria muito melhor que falar que o Ryan(sei lá o que) não é galã. Isso é muito relativo..
6º- Para uma pessoa tão contra o coonservadorismo, qual o problema de falar "bosta"? (nem sabia que isso era palavrão. rsrs)
Enfim. Acho que é isso. ASSISTAM A PROPOSTA! Dps vcs me dizem. Agora não vale assitir pensando que vai ser ruim! haushau!

Laís de Almeida disse...

ah! esqueci umas coisas...
- É. O negócio sobre os Estados Unidos e tal, eu tb fiquei c/ um pé atrás, achei meio forçado, mas novamente convido-vos a pensar sobre a personagem.. Ela precisa ficar naquele país, ela tem um puta emprego que ela ama. Ela fala deste "país maravilhoso" e tal, p/ o pessoal de imigração.. o que vc queria que ela dissesse?
- sobre a questão do sexo.. talvez vc que esteja sendo meio machista. como se o sexo precisasse acontecer só pq ela estava há 2 anos sem transar.. Tipo, desesperada! Não haveria mais motivos p/ ela resistir a ele!
E eu acho sim que há certa tensão entre eles.. Mas devido à situação e posições que cada um ocupa, as coisas não podem acontecer naturalmente.
- Ah! Então quer dizer que p/ um cara ser protagonista de filmes ele precisa ser - o que vc chama de - bonito??? Ah que bom que as pessoas pensam assim! fico feliz. :T
- "na VIDA REAL mencionariam a idade???" ops! péra! não entendo. vc quer um filme politicamente correto ou um filme que retrate a realidade? meio contraditório.. E mais! Quem está sendo conservadora aí?? Eu nem pensei nisso. na verdade eu não sabia...
- A questão não é um show de strip p/ mulheres ser engraçado, é ESSE stripper especificamente! Vá me dizer que vc achou sexy?

acho que agora chega. ;D

Patty Martins disse...

Nossa, Lola, que mau humor!!rsrs
Eu vi o filme e me diverti à beça! Não se pode esperar originalidade em comédias românticas. Existe uma fórmula p/ elas e se forem bem realizadas a gnt passa uma hora e meia bem agradável no cinema. Sem essa encanação de ver mensagens subliminares e tal.
Sandra Bullock aos 45 está linda de morrer, com um corpaço de dar inveja em qualquer uma de 20 e muitos como eu! hehe Ela continua convencendo nesse tipo de filme, o que aliás é o único que consegue fazer bem. O Ryan surpreendentemente cai como uma luva no papel, ele que realmente não tem muita expressão, consegue ser hilário nas caras e bocas que faz no início do filme, com a tal "proposta".
Tem várias cenas muito engraçadas como a da gaivota, cachorro e celular. Chorei de rir!!!!
Bom, que pena que vc não gostou, Lola. Não leve tudo tão à sério!
Eu me diverti pra caramba e não me senti ofendida como mulher em nenhum momento.
Bjoss

cavaca disse...

Concordo com vc Lalai, as pessoas tem que ver o filme antes de criticar, até parece uma coisa feia ir ver comédia romantica hoje em dia, que preconceito pessoal. O ryan pode não ser melhor dos atores, mas Zac Efron é? Mel gibson que até hj só interpreta papel de mel gibson é grande actor, eu não acho. Sequer Tom hanks eu considerava um bom ator naquela época de filmes de sessão da tarde. Então eu penso, é, a proposta tem mesmo tanta carga dramatica para usar um actor talentoso? Não vale a pena criticar um actor só por ser bonito.
Comédia romantica nunca ganha Oscar por que muita gente partilha desse preconceito também. É um genero de filme que está a se fazer pouco. Nós temos filmes muito piores para perdermos o nosso tempo a criticar.

Valéria Fernandes disse...

Lola, há uma piada com idade, sim. Quando a avózinha fala algo como "Ah, essa é sua garota? Quer dizer, ela não é bem uma garota...". Nada, entretanto, que ganhe a evidência do mostrar que a Bullock é horrorosa e fazer a ponte com o fato de ser assim por ser bem sucedida. Desfile de clichês, sem dúvida. Eu cmentei o filme lá no meu blog, também, quando assisti no mês passado.

Adília disse...

Eu não vi o filme mas pela referência que V. faz aponta para uma temática muito em voga no período do contra-ataque iniciado por volta dos anos oitenta com a presidência de Reagan em que os Media procuraram passar a mensagem de que as mulheres que trabalhavam e se empenhavam nas suas carreiras eram umas frustradas que ignoravam o relógio biológico e corriam o risco de ficar para tias. Enfim uma vergonha, até porque não correspondiia à realidade e procurava tirar às mulheres o pouco que elas tinham adquirido, incutindo nelas baixa auto-estima.
O que é preocupante é que esse tema tão em voga nas décadas de 80 e 90 reapareça agora. Será que mais uma vez, face à crise, vão começar a inisitir no regresso da mulher ao lar para dar mais espaço profissional para os machos? Não me admirava nada. A meca do cinema foi e continua a ser um reduto da reacção machista.
Há um livro muito bom com bastante informação da Susan Falludi que se chama Back-lash e que descreve muito bem o que foi a reacção contra o feminisno nos E. U. existe tradução aqui no Brasil.

P.S. Deixei a informação que pediu no blog da Roberta.

Romanzeira disse...

Lalai,

Mas a crítica é exatamente a esse formato muito sem graça, muito lugar comum, muito moralista de se fazer comédias românticas.
É bom lembrar que filmes, novelas, e vários produtos culturais, expõem idéias que estão em voga na sociedade, explicitamente ou não. Só porque eles expõem essas idéias eu não tenho que concordar e muito menos me divertir, até porque se será divertido ou não depende muito de como o filme trabalha com tais idéias.
Um bom exemplo de comédia romântica criativa é "Casamento Grego" que expõe de forma muito caricata mas extremamente sensível e engraçada o modo de vida de uma família tradicional em choque com o modo de vida ocidental e moderno o qual sua filha mais velha começa a assimilar quando sai do nicho familiar para estudar. O filme tem boas piadas, romantismo e estereótipos como todas as comédias, em maior ou menor grau, tanto em relação a família da noiva quanto em relação a família do noivo; mas nada que torne o filme insuportavel de se ver, mesmo sabendo qual será o final.
Um outro filme muito bacana, bem mais velho que "Casamento Grego" mas que eu adoro assistir é "Green Card. Passaporte para o amor", se não me engano é de 93, talvez. Extremamente bem sacado, não é exatamente uma comédia romantica ragada, há romance e toques de comédia. Amo esse filme exatamente pela veracidade que ele passa. O roteirista optou por falar de pessoas comuns e simples, com suas diferenças, ambições, sonhos, defeitos e qualidades e o tempo inteiro ele trabalha com isso para criar uma tensão no filme, inclusive para os personagens principais se apaixonarem.
O importante é como uma história é contada e a história de "A proposta", é muito mal contada.
E pegando um ganço no seu coment, se quem não gosta de besteirol deve procurar um cinema cult, quem não quer ler críticas a besteirois, não deve lê-las.

MM disse...

Oi, Lolla, vc assistiu Prime, um filme de 2005, com Uma Thurman e Marilyn Strip? Eu achei q ia ser pastelão e bem previsível, mas eu me surpreendi. Se vc assistiu, me conte sua opinião!!

Anônimo disse...

http://marvelouskiddo.blogspot.com/2009/08/thought-for-day.html
be kind.

lola aronovich disse...

MM, minha crítica sobre Prime (Terapia alguma coisa, em português), tá aqui. Nem lembro o que achei do filme. Acho que não gostei muito, sorry.

Karen disse...

Não vi o filme, nem pretendo...

Duas coisas...

Comédia Romântica...
gênero nada obscuro. entende-se que seja ao menos levemente cômico ( e preconceito não deveria engraçado... apesar de as pessoas terem conceitos deturpados... ) e romântica.... Bem, aí... aí... muita gente não sabe o que significa esta palavra na íntegra. Mas é, né? Quem escreve, dirige e "tal".. deve sempe saber....

Pena seguirem estereótipos e as pessoas verem felizes, acostumadas as mesmices... mesmo... :(

Cantinhos da Surpresa disse...

Lola, fico com uma colega Lalai é um produto mercadologico para as massas(Multidões) e AINDA hollywoodyano...
tem que seguir um pouco o cliqué, já vi várias mesmo começo, meio e fim, quem vai ficar com mary e outros...
Há as exceções: Como se fosse a primeira vez e uma outra colega disse Casamento Grego.
Mas sua critica é bem construtiva como uma diretora de filme faz algo tão machista?! Talvez mais pelo Capital mesmo...
ate mais