Sábado passado, 3 de julho, as ruas de todo o país se encheram para protestar contra o genocida.
Foi a terceira manifestação este ano pelo impeachment de Bolso. Desta vez teve uma outra pegada, a da propina em vez de vacina. Vários familiares de vítimas da covid consideram o pior presidente da história diretamente culpado pelas suas perdas. Alguns já estão começando a processá-lo. Outros se manifestam nas ruas.
Fui na carreata do penúltimo protesto, de 19 de junho, mas, como ainda não tomei a segunda dose da vacina, não tive coragem de comparecer na passeata no sábado. Então o que fiz foi tentar colaborar nas redes. Fiquei horas criando um monte de tuítes e dando RT em inúmeros outros. Eu não tenho assessoria nem nada. Sou só eu e, claro, as fotos e charges que pego emprestadas.
No dia seguinte, fiquei sabendo que minha atuação foi bastante influente na tag #3JForaBolsonaro.
De vez em quando eu apareço nos gráficos criados por Pedro Barciela e Fabio Malini que medem esse engajamento. Mas percebi que muita gente (eu inclusa) não entende como é a metodologia, então mandei um email pro cientista de dados Pedro Barciela perguntando como funciona. Ele tem um artigo muito bom publicado no seu blog, mas que não respondia às minhas dúvidas.
Perguntei pra ele: "Como são as cores dos gráficos, o posicionamento das arrobas (à direita, à esquerda, no centro, em cima ou em baixo), essas coisas? Entendo apenas que, quanto maior o nome e a bolinha, mais repercussão teve".
Pedro respondeu:
- os usuários nos grafos são representados por nós, pontos. Cada um deles é um usuário. Muitas vezes não conseguimos diferenciar "olhando de primeira" porque são centenas de milhares, então muitas vezes eles acabam se sobrepondo.
- cada vez que esse nó interage com outro nó ele forma uma aresta, resultando assim em uma conexão. São também centenas de milhares de arestas, formadas por cada conexão feita entre os nós. No caso do Twitter pode ser um RT, replies e likes, por exemplo.
- depois que eu rodo esses algoritmos para entender quais são os nós e as arestas, eu rodo outro que me permite identificar quais são os agrupamentos formados entre os nós. Isto é, quais são os nós que interagem mais entre si do que com o restante do grafo, por exemplo. Para diferenciá-los eu utilizo cores. Então, basicamente, cada cor seria um cluster formado por usuários que têm maior afinidade entre si.
- para facilitar a visualização eu sempre filtro os principais nós (usuários) do grafo, deixando apenas eles com o nome em destaque. Aí, quanto maior o nome (por exemplo), maior o número de conexões que esse nós (usuários) produziu.
Acho que essa é uma resposta resumida, Lola. Tem um livro bem interessante da profa. Raquel Recuero (Análise de Redes para Mídia Social) lá da UFPel que é uma introdução para esse tipo de análise. Eu perguntei ainda: "Então as cores são aleatórias, né? E o posicionamento no grafo (à esquerda ou à direita), é aleatório também? E tudo isso é feito com programa de computador, certo?"
Pedro respondeu:
"As cores são aleatórias sim, elas apenas diferenciam os clusters dentro dos grafos.
Ah! Sobre o posicionamento: ele não funciona na mesma dinâmica do mapa ideológico da Folha não. O posicionamento no grafo (acima, abaixo, direita, esquerda) não é relevante se analisado apenas pelo local. Agora, o posicionamento é sim relevante de acordo com os outros nós (atores) próximos ao nó analisado.
Existem vários programas que fazem esse tipo de grafo (teoria dos grafos e tal). O que eu uso se chama Gephi!"
Eu tinha perguntado pro Pedro sobre o posicionamento no gráfico porque, no mapa ideológico da Folha de SP, eu apareci tão à esquerda em 2019 que estava quase caindo do gráfico.
Em 2020 eu fiquei um pouco menos na extrema esquerda. As pessoas acham divertido, porque eu não sou exatamente uma comuna, mas eu entendo que eu esteja tão à esquerda no mapa porque no Twitter vivo numa bolha mesmo, em que bloqueio sem dó bolsominions e reaças em geral.
Bom, espero que todo mundo tenha entendido melhor como funcionam esses gráficos tão coloridos e bacanas!
5 comentários:
muito interessante saber mais sobre estes gráficos. Obrigada por publicar Lola!Abraços e bom fim de semana.
a) Lola sou sua fã amo seu blog.
b) Tudo o que está ocorrendo deve será nossa gasolina para lotarmos as ruas dia 24 de julho.
c) Agora devemos focar que não basta eleger um presidente progressista temos que eleger um congresso progressista já estou em campanha para eleger deputados do PT Psol PSB
muito bom e muito bem explicado. Brigada Lola❤
Por falar em mapa Folha, a Folha de SP é uma ditadora. Eu acesso o conteúdo do UOL, o que inclui a Folha, usando a senha e o usuário do meu irmão. O nome que aparecia nos comentários que eu fazia era o dele. Pois apesar de nunca ter escrito "caguei" ou algum xingamento, como fazem certas pessoas na internet ou fora dela, desde janeiro meu irmão (na verdade eu...) perdeu o direito de postar comentário na Folha SP. E eu nunca soube qual ou quais comentários desagradaram e o porquê. Mandei e-mail perguntando, até hoje sem resposta. Fico me perguntando: terá sido porque falei mal do Fux? Terá sido porque falei mal do Fachin? Ou da própria Folha? Sem contraditório e ampla defesa, eu não vou saber nunca. Ainda bem que meu irmão tá cagando que a Folha bloqueou o nome dele pra comentar. E eu também (rs). Agora só posso comentar nas notícias do UOL. Sai com o nome do meu irmão também. Já já o pobre vai responder a processo administrativo disciplinar por minha causa. Teve um cozinheiro no Rio Grande do Sul que foi preso por ter reclamado no Instagram que ia ter que cozinhar pro diabo do presidente da república. Vai ter uma motociata hoje no RS... Bibo Nogueira o nome do deputado que mandou prender o cozinheiro, alegando que ele ameaçou matar o Bozo. A criatura é um dos organizadores dessa motociata, "A cavalgada de aço". Nomes tão sugestivos de homossexualidade são difíceis encontrar. A gente põe Bibo no feminino, vira Biba. A Biba na cavalgada... Aff, mais baitola que isso, impossível. Força pra as Valquírias em seus cavalos de aço com 02 rodas. Bozo e seus machões cavalgando hoje no RS ao som de Richard Wagner. Tragicômico.
Cavalgada de Aço kkkk
Parece um monte macho sentando em consolos de aço carbono... Sei lá... Estranhíssimo esse comportamento homoafetivo enrustido... Esse pessoal não tem uma esposa aconchegante para acarinhar? Bando de viado q engana as respectivas mulheres.
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