sábado, 23 de novembro de 2013

GUEST POST: MEDO DE APANHAR NÃO É EDUCAR

Não preciso ter filhos para ser terminantemente contra as palmadas. Sinto muito, mas ser pai ou mãe não faz de ninguém um especialista na criação dos filhos. 
Quem é contra a violência doméstica deve entender que bater nos filhos é também violência doméstica. Não tem isso de palmadinha pedagógica, de surra educativa. Bater não educa, a menos que você considere que ensinar a ter medo é educar. Em muitos casos, apanhar traumatiza
Patrícia decidiu compartilhar conosco suas reflexões sobre bater como forma de educação.

Estou escrevendo para contar a minha  história e que nunca tive coragem de contar para ninguém, ninguém mesmo. Talvez com isso possa ajudar a conscientizar outras pessoas a não basearem a educação dos seus filhos no medo e na violência.
Eu sempre fui um criança normal, não era super comportada, mas nada de terrível. Minha mãe era adepta da famosa palmada. Ela acreditava (acredita?) que a gente só aprende se sofrer na carne. 
E, assim, as palmadas eram cotidianas. Quando a gente passava mais dos limites (ou quando ela estava especialmente mais irritada por algum outro motivo que nem tinha relação conosco), ela nos mandava ir pro banheiro e ficar peladas esperando. E ali a gente ficava, às vezes vários minutos de tortura, esperando ela chegar com a cinta pra bater em mim e nas minhas irmãs. Outras vezes ela anunciava fora de casa: “quando chegarem podem ir direto para o banheiro”, e ficávamos horas sofrendo por antecipação. Muitas vezes saíamos dessas sessões com marcas roxas nas pernas, marcas das quais eu morria de vergonha.
Eu tinha muito medo da minha mãe. Eu tinha medo de desapontá-la, de fazer qualquer coisa errada, tipo quebrar algum objeto preferido dela e acabar apanhando. Uma vez ela me jogou no chão por eu ter mentindo e começou a me chutar.
Assim foi a minha infância e adolescência inteira. Sim, a gente ainda apanhava quando era adolescente. As minhas irmãs mais, porque causavam mais problemas, eu menos porque tinha medo e sempre fui mais retraída e comportada. Mesmo assim nem sempre escapava. Meu pai também batia na gente, com muito menos frequência mas batia, e era conivente também.
Uma vez por ter sujado uma toalha de mesa que minha mãe tinha acabado de lavar, ela me bateu com um pau de macarrão. O golpe pegou no meu pé. Não foi grave, mas eu decidi que não iria apanhar mais daquele jeito. Então fui ao banheiro e comecei a bater com uma vassoura no meu pé, bati com raiva até formar um calombo enorme. Não cheguei e quebrar meu próprio pé (faltou força, não vontade), mas fiz um estrago suficiente para minha mãe ter que me levar ao médico e passar semanas com remorso pelo ocorrido. Eu sabia que ela estava sofrendo, mas continuei firme, e nunca revelei a verdade.
Carrego essas cicatrizes da infância comigo até hoje. Só consigo sentir prazer no sexo que tiver uma pitada de dor ou violência. Quando a gente apanha de quem deveria nos proteger, eu acho que o nosso cérebro aprende a gostar de sentir dor.
Hoje tenho meus próprios filhos e tive que lutar muito contra a inércia para educá-los sem violência, sem ameaça, sem chantagem emocional. Não quero que eles tenham medo de mim. Quero sim, que me respeitem, mas acredito que a gente só consegue respeito, respeitando os outros.
Minhas irmãs aparentemente não pensam com eu, já que elas ainda batem nos meus sobrinhos e defendem esse tipo de educação. Engraçado, eu acho que talvez a palmada cause mais malefícios quando funciona. Em mim funcionava: depois que eu apanhava eu ficava boazinha um bom tempo, temendo apanhar de novo. As minhas irmãs acho que não estavam nem aí, continuavam aprontando e hoje parecem sofrer menos com o passado do que eu.
Hoje eu entendo melhor os meus pais. Sei o quanto é difícil romper o ciclo de violência, já que eles também apanharam na infância. Mas mesmo assim não consigo ter uma proximidade corporal com eles. Não consigo pedir um cafuné, me entregar num abraço apertado. A minha mente quer, mas o meu corpo recua. 
Não quero que esse seja o futuro da minha relação com os meus filhos e por isso decidi mudar e baseio a minha maternagem na educação positiva. Espero de coração que esse relato ajude aos adolescentes que apanham a entenderem que eles não merecem, que não é culpa deles, que cabe aos pais descobrirem outras formas não violentas de educar. 
Bater não deve ser uma opção
Também espero que as mães e pais que leiam esse relato pensem um pouquinho sobre com que base querem construir uma relação com seus filhos: na base do medo e da violência, ou na base do respeito?

109 comentários:

Anônimo disse...

Olha, sou contra plamada educativa, nao educativa e a porra que for, sou a favorde uma educação tradicional e rigida, sem tv e essas modernidades que só destroem a mente da criança, sou a favor de ensinar a capinar lote e entretenimento = livro, sou a favor de obrigar a estudar e tirar só notas altas, mas sempre sem bater... mas esse caso ai da moça nao é um caso de "pais que batem para educar" e sim caso de "pais que batem para descontar a raiva", pais descontrolados, isso não é um pai/mae que está fazendo aquilo sem "Raiva", apenas na intenção de educar.

Anônimo disse...

Bom, o texto não fala de palmadas educativas e sim de surras constantes. Pelo menos para mim, vejo bastante diferença.

Zrs disse...

diferença entre palmadas educativas e surras????? Para uma criança, uma leve palmada pesa tanto qto uma porrada, a dor não é só física, mas na alma.

Bela Campoi disse...

É, o relato é de espancamento mesmo: que horror! Eu e meu irmão recebemos palmadas educativas apenas por prate da minha mãe e não localizo sequelas, se é que se pode dizer assim. Achei interessante a relação de violência na infância com o prazer de relações sexuais que provocam dores, como relatou a autora do post. Nunca havia feito essa relação...

Felipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
rapaz comum disse...

Não sou contra usar palmadas se bem dadas, elas me fizeram um homem melhor, me impediram de me tornar um machista. Eu cresci com minha mãe sempre me controlando por meio de palmada, e logo quando eu tive minha primeira namorada, ela percebeu isso em mim e passou a me controlar com agressões físicas e ameaças de dar palmadas. No início era constrangedor ela me fazer ficar encolhido num canto em pleno corredor da faculdade só por ter levantado a mão para mim, mas com o tempo, fui me moldando aos gostos dela e hoje ela e todos mais dizem que sou o melhor namorado do Mundo. Devo isso à minha mãe e à minha hoje noiva, quem com palmadas me ensinaram a ser um homem pró-feminista. Hoje raramente recebo punições de minha namorada, só se eu me atrasar, me esquecer de ligar ou for machista com ela. Quando ela me bate em casa, ela usa um galho de árvore. O que eu lamento são os pais descontrolados que usam de punições físicas como forma de descarregar frustrações nos filhos, fazendo-os de sacos de pancadas.

Catharina disse...

Mas isso que ela relatou é, de fato, abusivo. Minha mae sempre foi adepta das palmadas também. Das palmadas. Com a mao mesmo. Nunca me senti ofendida, ferida ou humilhada por esses castigos físicos, que nao eram pesados, tampouco me deixavam com marcas (a nao ser a marca da mao dela mesmo, que durava somente alguns minutos, quando muito). So me lembro de uma unica vez em que minha mae utilizou desse "medo de apanhar" e me ameacou com o tal "quando chegar em casa, vc vai ver". E eu vi. Foi também a unica vez que ela me bateu de verdade, nao so palmadas. Mas nao sinto mágoas por esse episodio. É claro que existem muitas outras formas de corrigir que nao precisam sequer da utilizacao dessas palmadas que minha mae usou em mim e nos meus irmaos, mas meu ponto é que existe, sim, uma diferenca entre esse tipo de palmada e o tipo de violencia relatado neste guest post. Tortura psicologica e constrangimento sao coisas muito diferentes de palmadas.

Anônimo disse...

Sim, o texto fala de surras, mas mesmo assim, palmada educativa continua sendo uma extrapolação, quando o responsável não sabe mais o que fazer e apela pra agressão, ou quando ele próprio passa dos limites porque se irritou ou enfim. Em todos os casos, não existe nada de educativo nisso. Minha mãe é a pessoa mais maravilhosa do mundo, mas eu apanhei umas três vezes na vida, e eu tinha medo dela, não um grande medo, mas um medo de levar a palmada mesmo. Talvez isso tenha influenciado a minha timidez talvez não, mas mesmo não tendo ficado com sequelas, eu vejo o quanto aquilo foi inútil. Minha mãe também concorda inteiramente comigo, que a palmada é quando o adulto ultrapassa o limite e não a criança, agora eu tenho um irmãozinho de dois anos e não vou deixar que isso aconteça, converso com a minha mãe e mostro textos a respeito.
Claro que é difícil, é extremamente difícil educar uma criança, não é pra qualquer pessoa, vai ter dias em que tu vai querer sair correndo, em que tu só vai querer não precisar lidar com aquilo, que tu vai estar cansado demais mas ainda vai ter que dar auxílio pra criança, e etc. Mas existem outras formas, essas eficientes.
Se você acha que não vai conseguir se conter e vai agredir a criança, não tenha filhos.

Anônimo disse...

Nossa rapaz comum, teu nariz não tá crescendo não?

Anônimo disse...

E outro ponto é o fator dela gostar de sexo violento. Importante destacar que essa é a experiência, o caso dela, e só porque alguém gosta de sexo violento ou BDSM não significa que tenha sofrido algum tipo de violência ou que faça essa associação entre ser maltratado por quem ama na vida ~real~ e no sexo.

Unknown disse...

Esquerdistas e o seu relativismo moral politicamente correto

Felipe disse...

Rapaz comum, já pode começar a fazer stand-up.

Anônimo disse...

Apanhei pra caramba na infância também. Como a autora do post, minha mãe tb me batia com o que estivesse à mão. Mais do que a falta cometida, o que importava era o humor/paciência dela no momento. Assim, o mesmo erro podia me levar a apanhar, ou apenas uma bronca. "Educativa" ou não (que ridículo supor que se educa batendo), esse é o padrão que percebo: se o pai está calmo, conversa. Bate quando perde a paciência. Como isso pode ser certo?

Barbie disse...

Olha, sinto muito pelo que a autora do guest post passou, mas concordo com quem fala aqui que há uma grande diferença entre palmada e surra. Gente, por favor! Uma coisa é você dar uma palmadinha numa criança, outra completamente diferente é você bater com cinto, com vassoura, com rolo de macarrão, sei lá com o que.

Minha mãe dava palmada na gente, principalmente em mim, que era mais danada. Nunca foi o método preferido dela, preferida o castigo, mas de vez em quando ia na palmada mesmo, só com a mão. Não sou traumatizada, ferida, não me sentia humilhada, rebaixada nem nada do tipo. Sei que ela não me amava menos por isso, sei que ela não fazia isso porque eu não importava pra ela, pelo contrário. E muito menos tinha medo da minha mãe. Inclusive, sempre tive mais medo de ficar de castigo que de levar palmada.

Uma coisa é você descontar sua raiva nos filhos, bater neles de graça e com raiva. Outra coisa pe você dar uma palmada de vez em quando, como um choque numa crise de birra, para parar uma atitude perigosa (tipo quando eu estava correndo em direção a uma escada, minha mãe me pegou, me bateu, e disse para eu nunca mais fazer isso. E eu não fiz!), ou coisa assim.

Sou completamente a favor da palmada -- a Lola sabe, já fiz curso de extensão com ela, falei muito sobre isso! -- o que é completamente diferente de abuso físico ou espancamento.

Sou a primeira pessoa do mundo a proteger crianças e adolescentes de qualquer mal real, mas essa sociedade superprotetora que a gente vive não faz bem a ninguém.

Anônimo disse...

A Mami da pobre moça devia ser desequilibrada, e q pena q ela trouxe isso pra sexualidade dela.
Crescí com palmada, cipoada de goiabeira, era avisada do permitido e do proibido e receber a consequência na carne era questão de escolha mesmo. Nunca apanhei por perder as sandálias, era uma por semana praticamente, por quebrar um vaso ou qualquer outra coisa.
Eu tinha de obedecer as regras q valiam para todas as 4 filhas e como era a "pinga fogo" desobedecia e recebia as consequências!
Acho justo, todos os dias subia nas fruteiras da igreja vizinha e todos os dias minha mãe pedia pra mim ñ subir com medo de um acidente grave.
Eu ñ só subia, chupava deliciosas mangas, graviolas, goiabas, cajú, subia nos coqueiros, abacateiros, roubava côcos pra lavar os cabelos alí mesmo "pra crescerem depressa" escorregava bananeira abaixo e minhas roupas eram repletas de nódoas, tenho as canelas cheias de cicatfizes.
Lembro de um dia ir com uma vizinha q recrutou algumas crianças pra por fogo numa floresta, fui, sabia q era errado.
E q fogão ví sobre meus olhos no topo das árvores. Hora do banho e cadê euzinha?
Fiquei uma hora de pé cheirando a parede.
Deus me livre de uma espoleta como fui!!!
Era dada como caso perdido, fui ameaçada a infância inteirinha de ir pro colégio interno.
Das quatro era a terceira, a q manipulava a mais nova tadinha, e quem falava inglês no telefone pra mãe ñ entender?
Quem passou no vestibular primeiro, de primeira?
Quem foi ralar bolça de estudo pra aprender um 3. Idioma?
Quem hoje fala cinco?
Quem fez CNH? (A única)!
Eu!
Dou palmada no filho tbm, pq tem horas q a desobediência é tanta q parece q vou infartar!
Meu pai dizia assim: - Escreveu ñ leu... o pau comeu!
Graças as palmadas reconheço os limites e os freios q precisei.
Mas... Tudo demais é muito, o exagero é o ponto despresível.
Creio q faltou palmada em muitos dos drogados, dos alcoólicos q conduzem oferecendo risco a vida de famílias, nas malucas q se deixam engravidar sem medir as consequências.
Falta senso crítico nas pessoas q crescem sem freios pensando q tudo podem!
Joana D'arc

Anônimo disse...

Pro Rapaz Mascu.. ops, quer dizer Comum.

Para de palhaçada. Não é batendo em homem que vamos torná-lo feminista. Mas sim que ele se interesse e se torne feminista através de leitura, conscientização e empatia.



Anônimo disse...

Renato ripol,

nos fale sobre a sua moral que diz que é correto bater em crianças.

Anônimo disse...

Ainda não tenho opinião formada quanto a palmada educativa, mas já passei por isso na infancia e a surra na adolecencia, a segunda me deixou com traumas, a primeira não. Vou explicar melhor: minha mãe sempre deu palmadas em mim e em meu irmão, mas sempre com a mão, só uma vez chegou a usar um objeto. Hoje não acredito que tenha dificuldades de me relacionar com ela por isso.
Mas, algumas vezes na minha adolescencia, meu pai (que nunca me bateu na infncia) me deu surras terriveis, de jogar no chao e chutar como a autora sofreu, enforcamento e outras. Hoje tenho uma dificuldade enorme de ter contato fisico com meu pai, para que haja um simples abraço entre nós tenho que respirar fundo e tentar relaxar, mas mesmo assim sinto meu corpo tentar fugir.

Adna Rosa

Crl disse...

Eu sou contra qualquer tipo de violência, acho que a palmada tem muito mais relação com o adulto do que com a criança ou o ato cometido. Mesmo a famosa "palmadinha educativa", mesmo se dada com calma e controle, acho que é uma medida de quem não sabe o que fazer.
Eu crio animais que são super obedientes e me respeitam em um nível que nunca vi em seres humanos, nunca encostei a mão neles se não fosse para fazer carinho.Crianças, assim como animais, respeitam muito mais atitude, tom de voz e linguagem corporal do que atos de violência, aliás, em animais, violência muito mais os confunde do que os ensina.
Eu consigo fazer muitos paralelos entre criação de animais e de crianças, e de certa forma, os dois sofrem com a ignorância e subestimação de seus "donos".

G. disse...

Barbie, o problema é que a minha mãe por exemplo iria concordar completamente com você. Para ela, uma coisa é espancar, outra é dar uma "palmada" para ensinar, que é o que ela jura que fez com os filhos. Mas, pelo que eu me lembro, geralmente eu tinha que tirar a roupa para levar essa palmada (típico de tortura), essa palmada se parecia mais com um tapa mesmo, principalmente quando era no rosto e, muitas vezes, acabava com cintadas, beliscões, ou coisas piores. Ela também cobrava do meu pai que ele nos batesse. Só que ela jura que eram só palmadas. Acho até que ela acredita nisso. E daí, quem vai na casa de cada um e medir qual é a diferença?

Anônimo disse...

O que boa parte das pessoas não entendem é que criticar palmada não é criticar seus amados pais.

Sim, você apanhou, sim, você ama seus pais, sim, você é uma boa pessoa. Mas a)como você sabe que é uma boa pessoa por que apanhou? e b) o fato de amar seus pais não os torna perfeitos, e nem tudo que eles fizeram foi certo.

Anônimo disse...

bolça de estudo?
despresível?
pra mim ñ subir?

Anônimo disse...

Não tenho filhos, nem terei, mas uso como o argumento, com minhas amigas q já pariram , o fato de eu ser filha. Apanhei, a maioria das pessoas da minha geração apanhou, e claro, rola uma naturalização da coisa toda. Violência é violência e ponto. Bater, ameaçar não educa ninguém. Sou veterinária e trabalhei em clínica de pequenos animais(cães e gatos) durante uns 6, 7 anos. O pior e mais trabalhoso é tentar mostrar aos proprietários q não, bater não vai educar seu animal. Inclusive, uma das coisas q, percebi, colaboram para a manutenção da "lenda" de q gatos são indiferentes e não se apegam é justamente isso. As pessoas tendem a tratar seus animais como crianças, e bater em criança, para educar, claro, é visto como aceitável, dependendo da região, meio social, enfim, até obrigatório. Então, pessoas extrapolam isso de bater para educar para seus animais. Um cão q sofre violência tende a ficar medroso, ou, mais raro, agressivo. Um gato, bem, um gato q sofre violência simplesmente vai embora, aprende a não se aproximar do agressor nunca mais, foge dele. Não pq ele seja assim, tão diferente. mas gato pode pular muros, subir em quase qq lugar. Cães e crianças...não tem muita alternativa.Educar requer paciência, muita paciência, é muito demorado e tem q ter muita persistência.Não tem como pegar um atalho.

Unknown disse...

Nao acho certo um bando de intelectual dizer como devo educar um filho, se vc nao acha certo dar palmada nao faça isso mas nao queira me impor algo que e uma opiniao sua vcs feministas vivem dizendo q a sociedade nao pode crititar comportamento promiscuo e q se nao concordam e so nao praticarem estou usando o mesmo argumento

Anônimo disse...

Tô achando estranho isso das pessoas aqui nos comentários tentarem explicitar a diferença de palmada pra uma surra abusiva. Não dá, gente, não dá pra usar a violência só um pouquinho, só dessa vez, ai, foi só um tapa. O objetivo da violência física é intimidar, exercer poder, deixar beem claro quem manda. E só.Cadê a educação nisso?

Anônimo disse...

E tb to achando estranho isso, q aliás escuto sempre: "agradeço muito as porradas q meus pais me deram, pq me fizeram uma pessoa melhor".Tava discutindo isso de educar filho e bicho na base da porrada com uma amiga e ela disse exatamente isso pra mim. Perguntei pra ela o q ela sentia depois de levar umas pancadas educativas, se amou mais os pais por isso. Se entendeu o q fez de errado. Ela nem soube responder. Depois, perguntei: levar porrada qdo criança te fez ser um adulto, uma pessoa melhor...melhor do q quem?O q vc seria se nao apanhasse?Como seria se tivesse sido diferente?Geral confundindo levar porrada de pai e mãe com receber atenção. Só pode.Sou total e completamente contra qq tipo de violência, física, psicológica, moral, social, enfim. Não aceito, não tem lado bom nenhum nisso.

Anônimo disse...

Pessoas, pelamor! Palmadinha ou palmadona, qualquer uma é forma de violência! Quando você está brava com o seu chefe, dá um tapa na cara dele? Um idoso teimoso deve ser tratado com palmada? Por que então com criança isso não seria violência? Vamos mudar essa cultura de agressão, vamos criar os filhos com educação positiva.

Aninha disse...

"Apanhar da mamãe me fez feminista"

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

To morrendo de rir aqui.
Depois dizem que feminista não tem senso de humor!

Aninha disse...


Renato Ripol

"Comportamento promíscuo" é entre adultos que aceitaram fazer isso. Então tudo bem.

"Palmada educativa" é em alguém que não pode se defender e que não aceitou apanhar. As pessoas podem interferir sim.

Michele disse...

"Palmada educativa" não existe. É nada mais do que pais nervosos que descontam nos filhos. Minha mãe costumava puxar minhas orelhas onde quer que eu estivesse, puxar cabelo e dar uns tabefes. Muitas vezes na rua, eu me lembro e não era nada legal, eu morria de vergonha e era uma criança. Eu sempre fui muito quieta e ela sempre muito estressada, sei que não tinha motivo muitas vezes. Hoje sou adulta e digo: isso não educou/ajudou em nada, na verdade eu não entendo o por quê daquela violência e constrangimento.
Para a moça do post, você já tentou fazer terapia? É bem sério isso, um trauma psicológico muito forte!

Anônimo disse...

Surras me fizeram uma pessoa melhor.

Anônimo disse...

Fácil falar isso, você não tem filhos.

Lorena disse...

"Palmada educativa" não existe, porque nunca ouvi dizer que se ensina na porrada. Se violência ajuda a educar, por que professores não batem nos seus alunos??
Bater, com mão, com cinto, com cabo de vassoura, é VIOLÊNCIA. Se bater na sua mãe é violência, a sua mãe bater em vc tb é. E bater numa criança é uma violência muito mais cruel, como bater num idoso, porque a criança não pode se defender. Se a criança for seu filho/sua filha, pior ainda, porque ela está recebendo o tapa de quem ela mais confia e ama no mundo. Alguém que deveria compreendê-l@ e ensiná-l@, não agredi-l@.

Eu não entendo gente que diz que apanhou e tudo bem... Quando vocês eram crianças e apanhavam, saíam da surra felizes e saltitantes? Ficavam satisfeitos? Achavam justo aquele tapa? O que vocês sentiam quando apanhavam?

A minha mãe me bateu algumas vezes, não muitas, mas me bateu. Eu amo a minha mãe, sei que ela me ama e me bateu porque era o jeito dela de lidar com os sentimentos DELA em relação a algo que eu tivesse feito e ela achasse ruim/errado/perigoso. Ainda assim, EU não acho certo ela ter me batido! Em todas eu me senti injustiçada e incompreendida. Em todas eu NÃO queria apanhar (alguma criança quer??). Minha mãe não é infalível, ela é humana e ela ERROU. Pronto, não dói admitir que minha mãe não é super-heroína infalível. Não dói admitir que pais são humanos e erram, eu garanto.

oblivion disse...

Nossa, excelente reflexão!

De vez em quando, até hoje, me pego pensando nas cenas da infância que presenciei. Hoje tenho 21 anos.

Nunca levei uma surra, só umas palmadinhas, mesmo. Mas tenho duas irmãs mais velhas e, elas sim, principalmente a mais velha, levaram umas "boas" surras.

Até hoje eu tento esquecer as coisas que vi e ouvi, e não consigo evitar o coração bater depressa e um quase pânico começar e eu precisar imediatamente pensar em outra coisa.
Minha mãe foi e é uma excelente mãe, afora uma ou outra chatice que a gente nunca gosta, mas essa questão dela dar umas surras nas minhas irmãs até hoje me marcam muito. Ela não me batia porque eu ficava tão aterrorizada com os momentos que daí eu era uma criança muito comportada, mas também porque era a mais nova e, por algum motivo, minha mãe sentia pena. Mas vez ou outra dizia, quando eu fui ficando mais velha e fazia alguma coisa errada, que eu era assim porque nunca apanhei e bem que estava merecendo "uma surra bem dada".

Os episódios pararam quando minha irmã mais velha fez uns 12 anos, acho. Daí pra frente, nem mais palmada rolou, apesar de ela ainda controlar muitas coisas através do medo e da chantagem emocional. E quando falo com ela sobre as tais surras, ela nega, dizendo que só deu umas "palmadinhas", e que quem apanhou mesmo foi ela. Sim, meus avós conseguiam ser bem cruéis, lá pelos idos dos anos 60, pelas coisas que ela contava.

A única vez que meu pai me bateu, foi quando peguei algo dele e não coloquei de volta no lugar, e ele me deu duas chineladas na mão. O que ele fazia pra questões que precisavam de disciplina era mandar-nos escrever alguma frase 100 vezes ou ter uma conversa bem séria (e essas coisas realmente funcionavam!). E, pra as conversas, ele não começava a conversar numa aura intimidadora e inquisidora. A atmosfera de respeito em torno dele era tão intensa que nunca vou me esquecer dessas conversas sérias, que ele exigia mudanças e afins. A última foi quando eu tinha 18 anos.

Meu pai apanhou mais ainda quando criança. Coisas grotescas como apanhar de cipó e ter sal grosso jogado nas costas, pra sarar (e torturar, acho). Mas, diferente da minha mãe, meu pai parece ter aprendido que violência não ajuda em nada e, só agora, enquanto escrevia tudo isso, que me dei conta de que essa pode ser a razão pela qual eu nunca consegui me conectar de verdade e totalmente com a minha mãe depois da infância, por mais amorosa e cuidadosa que ela fosse. Sim, ela foi e é uma mãe amorosa apesar das surras, que nem eram frequentes, eram coisas de a cada dois ou três meses. Já o meu pai, apesar de ter vacilado bastante nos últimos anos, tanto que minha mãe pediu o divórcio, e apesar de, por causa de alguns problemas recentes, vim até perdendo a imagem de pai que eu tinha dele, mas apesar disso, eu sinto uma conexão tão grande, tão forte com ele que eu nunca soube explicar.

Enfim, também nunca contei isso pra ninguém. Mas foi bom contar isso agora porque me fez entender algumas coisas sobre mim mesma..

Anônimo disse...

Isso aí, se bater educa, por que os professores não podem dar um tapinha? Uma reguada na mão? Por que pai nenhum permite que um terceiro toque no seu filho, se bater ensina a respeitar?

Anônimo disse...

Me identifiquei muito com o post! Qnd era pequena dava muito trabalho pra me alimentar...Várias vezes apanhei pq n comia o prato inteiro... O interessante é que lembro de pouca coisa da época que tinha uns 4 anos de idade, mas lembro perfeitamente do dia que levei uma surra grande pq não tomei meu leite com chocolate.Lembro q meu pai ia me levar à praia, lembro do copo rosa com leite, lembro do cheiro do leite e do maiô que estava usando. Várias vezes escutei a frase "se prepare pra qnd chegar em casa". Apanhei de cinto, cabo de vassoura, colher de madeira, sandália, tudo q estivesse mais próximo das mãos da minha mãe, e posso afirmar que isso está longe de ser normal! Ela só me batia quando estava com raiva, qnd estava calma conversava e passava um castigo! Tb apanhei na adolescência...Tive que dizer na faculdade que tinha caído da escada pq fiquei cheia de marcas. Bater, em nenhum nível, é correto. Como ensinar a uma criança a respeitar o próximo e que violência não resolve nada, quando vc a "educa" batendo? Não faz sentido pra mim...

Anna

Licca disse...

Bater no próprio filho é coisa de pais que não sabem impor limites e autoridade sobre os filhos.
Vejo isso direto!! Pai que impõe limites, põe de castigo tirando os divertimentos da criança, conversa com seriedade possui filhos verdadeiramente obedientes. Agora pais que simplesmente saem batendo no filho para qualquer coisa errada que ele faz e explicando o erro na base do grito e da raiva ou possui filhos que só obedecem por medo (o que não é bom, pois caso o medo passe eles não vão te obedecer mais) ou filhos desobedientes que sentem raiva deles.
Mesma coisa com meus pais. Como nunca gostei que gritem comigo muito menos levar palmada, obedecia com mais facilidade. Mas a tortura psicológica por parte da minha mãe era constante, qualquer coisa que a desagradasse era uma avalanche de ofensas que me prejudicam até hoje. Eu simplesmente não tinha voz para nada. Por exemplo, eu não podia dar nenhum palpite contrário sobre as roupas que ele comprava pra mim, se eu não gostasse do que ela escolheu falava "você não gosta de nada que é bonito" "só gosta daquelas camisetas horrorosas (sempre gostei de roupa larga)" "larga de ser chata que você vai vestir isso sim" com um tom totalmente ofensivo e ainda começava a falar mal de mim para qualquer um que estivesse por perto, eu me sentia extremamente mal e quase sempre chorava. Como isso ocorreu por vários anos, parando só quando fiquei adulta, tenho muita dificuldade de expor e impor minhas opiniões e agravou minha timidez. Fora que até um ano atrás, eu simplesmente não sabia escolher roupa, nem sabia do que eu gostava de vestir.

Agora meu irmão, de uns anos para cá, começou a não obedecer mais meus pais e passou a xinga-los da mesma maneira que meus pais fazem conosco. Resultado? Meus pais ficam perdidos em como controlar ele e batem e xingam ele, as brigas aqui em casa são horríveis, até parei de trazer amigos aqui em casa.E ele faz absolutamente tudo o que ele quiser.
Pior que minha mãe vive assistindo Super Nanny, a qual sempre mostra que tem que dar castigo e bater não adianta nada, mas não segue nenhuma dica do programa.

E concordo com o anônimo das 18:22, se bater educa, por que só os pais podem?!

Paula Gabriele disse...

O que eu não gosto nessas discussões são quando colocam todas as crianças no mesmo patamar, como se todas as crianças fossem iguais, tivessem as mesmas atitudes, a mesma inteligência, a mesma maneira de lidar com a situação. Há crianças que conseguem entender na base da conversa, há crianças que não! Meu irmão e minha prima não costumavam apanhar porque eram mais bonzinhos. Eu era uma peste, super egoísta e não escutava hahah minha mãe me batia na palmada e no chinelo (só apanhei de cinto uma vez, mas ela ficou com remorso depois) não fazia as besteiras com medo de apanhar. Não respondia minha mãe com medo de apanhar. Não era má educada com medo de apanhar. Conversa comigo não resolveu. Violência é violência, concordo. Mas cada criança aprende de um jeito.

Valéria Fernandes disse...

Educar em si é um ato de violência. Você pega um ser que mal chegou nesse mundo e começa a formatá-lo. Comer, dormir, se vestir, o bebezinhonnão escolhe. Mas os adultos fazem para o seu bem, porque sabemos o que é bom e certo.

Tenho um bebê em casa, ela está sendo socializada, logo, já sofre violência. Não desjo ter que recorrer a palmadas, mas nao vejo em si umgrande problema nelas desde que voce tenha orientado, dado o exemplo, corrigido de outras formas... Há casos e casos, normalmente aqui se colocam os extremos.

Nunca tomei uma surra. Meus pais tomaram surras terríveis, desnecessárias, nunca repetiram conosco, mas eu apanhei. Não sou pessoa melhor ou pior por isso, mas entendo os motivos. Especialmente meu pai, que me bateu umas 4 vezes se muito. Com minha mãe, às vezes, o estresse a levava a bater (o máximo que levei foram 6 palmadas de uma vez), mas eu preferia mil vezes uma palmada ou cascudo do que uma bronca. Doía muito mais e por mais tempo, especialmente, se eu me sentisse injustiçada, ou se tivesse realmente aprontado. Mas, de novo, entendo meus pais, se erraram em certos momentos, o fizeram tentando acertar. É nesse exemplo que me miro.

Beatriz Correa disse...

Eu vivi entre o meio termo das palmadas e as surras, bem raras, todas dadas pela minha mãe.

Hoje sou uma pessoa honesta, debem, trabalhadora, etc.

Mas, definitivamente, NÃO FORAM as palmadas que fizeram isso por mim.

Na verdade, elas não chegaram a me traumatizar, mas me deixaram insegura, reprimida,tímida por muitos anos, e até hoje, numa situação em que eu seja injustiçada ou que alguém seja umx completx babaca, por mais raiva que eu sinta, por mais direito que eu tenha em responder de volta, eu não consigo. Engulo a raiva, mas não consigo responder, já é automático. Isso pq minha mãe já me dava tapas na boca ao menor sinal de resposta, até os 10 anos, mais ou menos, que foi quando eu desisti de tentar revidar.
Junto com os tapas, haviam as ameaças, as torturas psicológicas. Eu tinha pavor de conversar com ela sobre qualquer coisa, e mesmo as coisas mais banais eu fazia escondida, por medo de ela descobrir e acabar não gostando, e eu acabar apanhando, ou ouvindo-a gritar (ela gritava muito) e me ameaçar. E sim, isso era constante.
Isso só acabou quando eu tinha 18 anos, pq eu saí de casa, exatamente por conta dos comportamentos abusivos dela.




Existe diferença entre palmada e surra? Sim, claro.

Mas, pra uma criança, será que tem?

Porque a criança só entende que a(s) única(s) pessoa(s) no mundo que podem protegê-la do que é ruim a estão machucando.

Paula disse...

recebi esse link no meu feed do face esses dias... nao resisti:

http://www.xonei.com/9-maneiras-de-castigar-seus-filhos-sem-encostar-um-dedo-neles/


mas serio, gente... eu acho que a moca que respondeu que depende da crianca esta certa... vai que a unica maneira de fazer o seu filho nao sair correndo pro meio da rua eh dando um tapa no braco dele...

Anônimo disse...

Incrível!!!
Eu estou lendo isso mesmo? Feministas defendendo palmadas e até surras em crianças!
Façam um exercício, vejam sobre outra ótica:
Marido ou namorado "corrigindo" o comportamento de mulheres na base da pancada.
Acham correto?
E olhe que mulheres adultas podem se defender, denunciar, ir embora.
Feminismo para mim anda junto com defesa dos direitos das crianças e adolescentes, direito dos animais, idosos, gays e trans, pois todos são super vulneráveis na nossa sociedade.
Não querendo entrar naquilo de confiscar carteirinha, mas senti muita vergonha por esses comentários.

Anônimo disse...

Já leverei surras de mover o esqueleto, mas nem por isso odeio a minha mãe, ela também passou por isso, e eu tento romper esse ciclo nos meus irmãos. Mas as vezes a paciência e frieza têm que ser divinas para aguentar, sem levantar a mão, e sinceramente é quase impossível, pois parece mais um reflexo.

lola aronovich disse...

Anon das 19:56, eu também acho contraditório ser feminista e defender bater em criança (ou em animais, ou em idosos, ou em parceiros, enfim, em qualquer um, mas vamos falar da velha e nada boa "palmadinha pedagógica" nos filhos). Se por nenhuma outra razão humanitária, que tal esta: há muitos estudos que mostram que criança (principalmente menino) que apanhou dos pais tem muito mais chance de tornar-se um agressor na sua vida adulta, com os filhos e também com a esposa, que aquele que não apanhou.
Não existe medidor de violência. Não importa se é um tapinha ou uma surra de cinta. Quem bate em criança está batendo num ser muito menor, um ser em formação. Vc está ensinando que só se resolvem conflitos através da violência física. Vc está ensinando que bater pra intimidar e impor respeito e reforçar hierarquias é uma ótima pedida.
E se bater fosse realmente tão bom pra "formar caráter", então por que só deixar que os pais façam isso com a criança? Vamos bater nela na escola! Vamos bater nela na rua, no ônibus! Mas sem muita violência! Só um tapinha no bumbum, uma palmadinha! EDUCA MUITO!

Anônimo disse...

A verdade é que a surra já está "legitimada" como algo certo. Nossos pais apanharam e a grande maioria dos adultos de hoje tb. É difícil se desapegar de um mau hábito passado de geração para geração.

Vivi disse...

Diante de um texto sobre violência e dada a importância do assunto, desculpe-me caso pareça radical, mas..

Para quem diz que apanhou (afinal, só um tapinha né..) e não vê traumas, sequelas etc etc..Bom, só de dizer isso e achar "aceitável" bater nos filhos já te faz sequelado, me desculpe.
Sem vc perceber, o aceitar a violência como forma de educar já é uma forma, do meu ponto de vista, muito violenta e opressora de pensar o processo pedagógico de uma criança.
Ou seja, por justamente vc ter apanhado (apesar de achar que não teve traumas por isso) é que vc naturaliza a violência como forma de educar. Será que isso já não é uma postura política perigosa oriunda de algum trauma?

Anônimo disse...

Não querem impor limites nos filhos e depois ficam brabos quando os estabelecimentos proibem de entrar com crianças.... O negócio é proibir cada vez mais crianças de entrar em lojas, shoppings, restaurantes. Ninguém tem o direito de levar seu filho pra berrar nos ouvidos dos outros. Tem filho e não quer impor limite? Fique em casa, então.

Vivi disse...

No mais, Lola, estou super de acordo com vc.
Vejo uma contradição mesmo em ser feminista e ser a favor do "só um tapinha."
Se começarmos discutir que isso é porque existem crianças muito danadas (me pareceu esta justificativa da Valéria), poderíamos justificar o "apenas um tapinha" para outras situações como o marido bater na mulher porque ela fez algo que para ele foi muito equivocado, poderíamos ampliar para bater em sua avó que por ser muito velha acabou aprontando/fazendo algo que um adulto não faria, etc , etc...

Não entendo porque acham diferente a "surra" do "palmada"..No limite não se trata da mesma lógica de repreensão? Amedrontar, corrigir educar pela violência física? Qual a diferença de bater forte do fraco se o princípio da violência como foma de educar é a mesma?

Lorena disse...

"Jaime considera-se um bom marido e um pai tolerante, mas há coisas que o fazem perder a cabeça. Sônia tem uma personalidade difícil, nunca obedece e ainda por cima é respondona. Esquece-se de fazer a cama, mesmo que lho lembrem vinte vezes. É caprichosa com a comida; nem prova as coisas de que não gosta. Quando lhe desligamos a televisão, volta a ligá-la, sem mesmo nos olhar. Tira dinheiro do porta-moedas, sem sequer se incomodar a pedir por favor. Interrompe constantemente as conversas. Quando se aborrece (o que acontece com frequência), começa a chorar e vai a correr para o quarto, batendo com a porta. Às vezes, fecha-se na casa de banho; nesses momentos nenhum argumento a consegue acalmar. De fato, uma vez foi preciso abrir a porta da casa de banho a pontapé. Mas o que realmente faz Jaime perder as estribeiras é a falta de respeito.
Ontem à noite, por exemplo, Sônia foi buscar uns papéis ao escritório para fazer um desenho. Já te disse para não ires buscar papéis ao escritório sem pedir autorização , disse-lhe Jaime. Mas o que é que foi? Eu vou buscar os papéis que me apetecer! , respondeu Sônia. Jaime deu-lhe uma palmada e gritou: Não me fales assim. Pede desculpa imediatamente! mas Sônia, em vez de reconhecer a sua falta, respondeu-lhe com insolência: Pede desculpa tu! Jaime voltou a dar-lhe uma palmada e, então, ela gritou: C...! e saiu a correr. Jaime teve de fazer um esforço enorme para não a seguir. Nestes casos, é melhor acalmar-se e contar lentamente até dez. É claro que Sônia ficou de castigo em casa durante todo o fim-de-semana.
Suponhamos agora que Sônia tem sete anos e que Jaime é o pai. Qual é a sua opinião? Não se trata de um desses casos em que qualquer um daria uma palmada? Esta palmada serviu para aliviar o ambiente, como tão bem dizia o Dr. Spock? Que poderão fazer num caso destes esses fanáticos que proibiram as palmadas por lei? Vão denunciar este pai aos tribunais por dar uma palmada a uma criança que, certamente, a mereceu? Não é melhor deixar que estes problemas sejam resolvidos no seio familiar, sem intervenções externas? O leitor pode estar mesmo a pensar que uma criança nunca teria chegado a ser tão desobediente e respondona se tivesse levado uma boa palmada mais cedo. Esta situação parece característica de crianças educadas deficientemente por pais permissivos, que não sabem estabelecer limites claros, que não impõem a disciplina necessária: o que hoje é permitido provoca amanhã uma reação desmesurada, tendo como resultado uma criança confusa e infeliz."
(...)

Lorena disse...

(...) "E se eu lhe disser, caro leitor, que Sônia tem na realidade dezessete anos e que Jaime é seu pai? Isso muda alguma coisa? Observe a história à luz deste novo dado. Parece-lhe talvez que ela é demasiado crescida para lhe baterem, para lhe desligarem a televisão e para ter de pedir licença para ir buscar uma folha de papel? Parece-lhe adequado que um pai abra a pontapé a porta da casa de banho onde está a filha de dezessete anos? Começa talvez a suspeitar de que se trata de um pai obsessivo, tirânico e violento, e que a reação da filha é lógica e compreensível? E se assim é, por que razão existe esta diferença? Reflita durante alguns momentos sobre os critérios que usou para julgar este pai e esta filha. As crianças pequenas têm mais obrigação do que os adolescentes de respeitar as coisas dos mais velhos, de recordar e de cumprir ordens, de obedecer sorridentes, de falar com amabilidade e respeito, mesmo que por dentro estejam zangadas, de manter a calma e não chorar nem fazer cenas? Os golpes são mais prejudiciais para o adolescente do que para a criança pequena? (...)

Contudo, resta uma possibilidade ainda mais inquietante. E se eu lhe disser agora que Sônia tem vinte sete anos e que Jaime é seu marido? (Não, não lhe estou a armar uma cilada. Volte a ler a história: em nenhum momento lhe disse que Sônia era filha de Jaime.) Parece-lhe normal que um marido desligue a televisão à mulher porque já viste televisão que chegue , que lhe ordene que faça a cama, que a obrigue a comer de tudo, que a proíba de ir buscar um papel ou que lhe dê uma palmada? Continua a pensar que Jaime é um bom marido, mas que a personalidade difícil de Sônia o faz perder a cabeça? Por acaso não é o direito e o dever de qualquer marido corrigir a mulher e moldar-lhe o caráter, recorrendo, se necessário, ao castigo ( quem bem te quer far-te-á chorar )? Por acaso ela não jurou perante Deus e os Homens respeitar e obedecer ao marido? [A lei foi mudada em Portugal depois do 25 de Abril. A mulher já não faz este juramento quando casa.] Deverá o Estado intervir num assunto estritamente privado?
Por que razão, da primeira vez que leu a história de Jaime e de Sônia, pensou que ela era uma criança? Precisamente porque Jaime gritava com ela e lhe batia. Inconscientemente, o leitor pensou: Se a trata assim, ela deve ser sua filha . Não nos passa pela cabeça que se possa tratar assim um adulto, do mesmo modo que, ao ler as palavras ataque racista num jornal, não nos passa pela cabeça que as vítimas possam ser suecas. A violência parece-nos mais aceitável quando a vítima é uma criança; quanto menor, melhor."
Um trecho (divido em duas partes) do livro Besame Mucho, do pediatr Carlos Gonzáles. Um livro que eu adoro e recomendo a todos os pais e mães que eu conheço (e a todo mundo que um dia pense em ser pai/mãe).

Anônimo disse...

Apanhei tanto que desenvolvi hábito de roer unha, insônia e fobia social eu tinha medo até de perguntar algo para alguém ou participar na aula. Quando adolescente um estuprador me deu uma surra eu nua. A humilhação de apanhar nua dum homem me lembrou a infancia de surras. Fiquei magoada e por medo de apanhar da minha mãe me calei,por medo de apanhar dum futuro marido nunca me casei. Mas apanhar é diferente de ser educado. Meu pai nunca me bateu, nunca me chingou foi tão carinhoso e minha mãe me surrou de uma forma que me bloqueou para a vida. Eu poderia ter morrido das surras já que eu era uma criança frágil tive bronquite e anemia. Mas to aqui mulher com uma menina triste escomdida em algum porão da minha alma.

Anônimo disse...

Acho que a grande discussão não deve ser se a palmada é educativa ou não, mas até que ponto tirar a autoridade dos pais é benéfica para a educação das crianças. Sim, porque tem crianças que ameaçam os pais quando eles usam de um pouco mais de autoridade, dizendo que vai chamar assistente social para dizer que está sendo espancada (e aí o pai perde toda e qualquer autoridade que possa ter sobre ela, criança ameaça com a lei, a lei que deveria ser um dos pais, agora está externa a ela). Por isso não acho válido esse argumento de que se os pais podem bater, professores e gente de fora também podem bater. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O pai e a mãe tem que ser autoridade sobre a criança, e se elas desrespeitam os professores e outros, é justamente porque essa autoridade não está sendo exercida dentro de casa. E aí você tem um fenômeno que está ficando cada vez mais forte de colocar a criança em um pedestal inatingível, crescendo como um adulto sem limite algum, "sua majestade, o bebê". Como vai ser provado que o pai bateu ou não no filho? Denúncia da criança? De alguém que estiver perto? E se uma mãe segurar uma criança com mais força pelo braço, porque ela está no ponto de ônibus e a criança quer sair correndo pra rua? Vai ser considerado o uso da força?
Uma vez eu estava com minha mãe na rua e me soltei do braço dela, fui para o meio de uma avenida movimentada e quase fui atropelada. Um motorista gritou: mãe doidaaaa, segura essa menina! Minha mãe não me bateu, só falou que eu não devia fazer aquilo, porque eu podia morrer. Em outra ocasião fiz a mesma coisa (criança sabe lá o que é morrer por um acaso?), aí ela me bateu. E eu nunca mais fiz isso.
Sinceramente, não sei se é certo ou errado (e acho que é a primeira vez que discordo de um post desse blog Lola, ou pelo menos não concordo totalmente com ele, apesar de ter me sensibilizado). Mas além da discussão sobre a palmada educativa ou não, acho que é preciso discutir os limites que os pais vão ter na educação das crianças. Isso sim acho muito grave, retirar esses limites, que já estão tão frágeis...
Tati

Lorena disse...

Eu acho que já escrevi isso aqui, em outro post (sim, sou extremamente enfática sobre esse assunto), mas NÃO bater não é sinônimo de NÃO educar, bem como bater não é sinônimo de educar! Existe, SIM, educar sem bater, sem violência!

Bater, por si só, NÃO educa, nem dá limites. Faz apenas com que as crianças evitem fazer o que elas sabem que resultarão em uma surra (apenas por medo de apanhar, e não por entender o motivo de apanhar) na frente dos pais. E apenas enquanto forem pequenas e frágeis o suficiente para apanhar. Quando crescem e os pais não podem ter mais o poder físico sobre a criança, já adolescente ou jovem, ela pode (como eu já vi tanto acontecer) ser "desobediente" à vontade.

Existem formas de educar sem bater. Quando se defende a educação positiva, por exemplo, não se defende a falta de educação, ou que se ignore as crianças. EXISTEM formas de se educar sem bater, entendem? A violência não é componente da educação, mas herança de uma CRIAÇÃO rígida, onde não havia diálogo, onde a infância era ignorada, onde as crianças não eram ouvidas em seus anseios, onde os pais se eximiam de ensinar e se limitavam a reprimir. Porque era assim e ponto.

Eu tenho muita dificuldade de entender porque as pessoas adultas não se colocam no lugar das crianças. Porque as pessoas se esquecem que, desde que nasce, aquele bebezinho é um ser humano, que tem sentimentos, bons e ruins, que responde a esses sentimentos, e que merece atenção e compreensão. E respeito, acima de tudo. Crianças não são objetos, crianças são PESSOAS. Será que nós feministas precisamos MESMO ser lembradas disso? Me espanta, simplesmente.

Anônimo disse...

"Creio q faltou palmada em muitos dos drogados, dos alcoólicos q conduzem oferecendo risco a vida de famílias, nas malucas q se deixam engravidar sem medir as consequências"

Nossa, claro, dependência química é falta de palmada, que associação genial! E apanhar também equivale à educação sexual, a adolescente leva uma palmada e aprende a extensão do problema que é engravidar numa idade jovem! Temos um teórico da educação nos comentários!11!

"Nao acho certo um bando de intelectual dizer como devo educar um filho, se vc nao acha certo dar palmada nao faça isso mas nao queira me impor algo que e uma opiniao sua vcs feministas vivem dizendo q a sociedade nao pode crititar comportamento promiscuo e q se nao concordam e so nao praticarem estou usando o mesmo argumento"

Só que não é uma questão de opinião, existem vários estudos nesse assunto mostrando que bater não educa e que bater é maléfico para a saúde emocional da criança.

"Conversa comigo não resolveu. Violência é violência, concordo. Mas cada criança aprende de um jeito."

Bom, só porque conversa não funcionou contigo, não significa que só a violência funcionaria. Existem outras maneiras de repreender e ensinar crianças, só que é preciso gastar um tempo aprendendo a respeito, buscando alternativas (sim, incrivelmente, é difícil criar filhos e os pais deveriam saber disso)

"Mas além da discussão sobre a palmada educativa ou não, acho que é preciso discutir os limites que os pais vão ter na educação das crianças. Isso sim acho muito grave, retirar esses limites, que já estão tão frágeis..."

Na maior parte dos casos, a discussão envolve o fator de quais são as outras formas de educar, o problema é que se esbarra na ~polêmica~ da palmada, que desvia o assunto, mas pesquisando tu encontra material sobre formas alternativas de educar, vale a pena!

oblivion disse...

Acho que tem uma galera aqui confundindo "ausência de palmada" com "ausência de limites". Poxa, gente, vocês tão achando mesmo que quem discorda de palmada é o tipo de pai e mãe que vai deixar os filhos fazerem o que quiserem? Não é por aí. "Colocar a criança num pedestal inatingível..". Não, amiga, uma pessoa contra a palmada entende apenas que há outras formas de disciplinar. Castigo, conversa séria, exigências, sei lá, tem um mundo de coisas que podem ser usadas. Pra as crianças naturalmente mais danadas ou com temperamento forte, aí que é mais arriscado ainda agredir, você pode criar uma revolta que vai se manifestar em algum momento. Pode criar, mas pode ser que tambem não crie. Há até exemplos aqui de pessoas de sucesso aqui que até agradecem aos paia pelas palmadas. Mas vão dar uma investigada além e olhem casos de psicopatas e serial killers: a raiz do problema é quase sempre uma infância violenta e traumática, onde a violência foi naturalizada pela mente da crianças.

Anni disse...

Eu não sou mãe,mas como filha eu posso falar que palmadas nunca me ajudaram em nada.Eu apanhei muito pouco,e só da minha mãe.Fui/sou muito tímida e quieta,violência nunca foi a resposta pra mim.

As pessoas são sim muito diferentes,mas palmada deve ser sempre o ultimo recurso.
Moro com outra família e presencio diariamente uma mãe que da "palmadinhas" em seu filho muito danado.Noto que há dias q ela conversa muito com a criança,qdo esta faz mal-criação,mas há outros,em q sei q a pessoa está cheia de problemas,q qualquer coisa q o menino faça é motivo pra altos espancamentos.
Não culpo essa mãe por essa atitude,mas isso é só pra ilustrar como é tênue a linha da "palmadinha" pra "surra".Os pais acabam,até inconscientemente,descontando todas as suas frustrações na criança.E além do mais,vivemos outros tempos.Não é pq funcionou pra você qdo era criança que vai funcionar pros pequenos de hj. Conheço gente que não presta de todos os tipos,tenham apanhado ou não.Enfim pais,reflitam a respeito dos seus atos,educação é um processo em que inevitavelmente haverá erros,mas cabe a vocês estarem sempre questionando as próprias atitudes.

Crl disse...

Uma coisa muito estranha, até um pouco assustadora que vi aqui é o quanto de gente internalizou e naturalizou a violência.Sério que vocês acham que eram pestes quando crianças, que mereceram o que levaram?Acreditam que nada mais os teria convencido a agir diferente? Para mim parece mais que seus pais repetiram tanto isso para vocês que a partir de algum ponto vocês acreditaram.E é até fácil convencer alguém de que ele era terrível na infância, já que só temos memórias pontuais dessa época e é raríssimo lembrarmo-nos do que pensamos ou quais foram nossas motivações nessa época.
Juntando a falta de memória ao fato dos pais, que são mais sábios e lembram melhor, dizerem que o tapa foi merecido, é fácil chegar a conclusão de que foi mesmo merecido e "se eu mereci, por que meus filhos não vão merecer?", " se foi bom para mim só pode ser bom para eles", e é assim que a violência continua.
Para mim, uma pessoa que acredita nesse discurso não se lembra muito bem da infância ou se subestima muito, pois acredita que houve uma época em que ela era tão burrinha que só violência poderia ensinar-lhe cestas coisas.

Crl disse...

"NÃO bater não é sinônimo de NÃO educar, bem como bater não é sinônimo de educar! Existe, SIM, educar sem bater, sem violência!

Bater, por si só, NÃO educa, nem dá limites."

Perfeito, concordo totalmente.

Mas parece que está tão internalizada a violência em nossa sociedade que as pessoas nem conseguem conceber o que fariam sem ela, ao ponto de achar que sem bater não há educação.

Para vocês que adoram usar suas experiências para provar como a "palmadinha" é boa, vou contar a minha. Minha mãe, por ser dona de casa, convivia mais comigo e logo era mais estressada.Ela batia fraco e gritava muito, ela não fazia tortura psicológica nem nada do tipo, mas batia de vez em quando.Ela não sabia ter autoridade e usava o tapa e o grito para me disciplinar.Esses tapas pedagógicos nunca me ensinaram nada, de tal forma que de vez em quando, quando a raiva passava, eu ia até ela e perguntava o que eu tinha feito, por que ela estava brava, e era nessas conversas que eu realmente aprendia.
Já meu pai era, e continua sendo, a autoridade em pessoa, somente uma vez ele me bateu, e foi um único tapa.Sabe por que? Por que ele não precisava, sua voz, mesmo se em tom baixo, dizia tudo, as broncas dele iam fundo e doíam mais que qualquer tapa. Com ele eu não tinha duvida de qual era a mensagem, não tinha que perguntar depois o porquê.

Meus pais foram ótimos pais e educaram seus filhos muito bem, temos uma boa relação e sou amiga deles. Mas isso não quer dizer que não erraram. Minha mãe foi muito estressada e meu pai muito rígido, e eles reconhecem isso, minha mãe sempre diz que se for novamente dada a ela a missão de criar um ser humano ela não vai bater, nem gritar, nem xingar.

Para todos os efeitos, virei uma ótima pessoa, e sou imensamente agradecida aos meus pais, que foram acima da média, mas não foram tapas ou gritos que me fizeram assim, foram conversas e castigos não físicos, alguns que a própria vida me impôs. A única coisa que os tapas deixaram foram timidez e falta de confiança, e são uma das poucas coisas das quais meus pais se arrependem hoje em dia.

Já vi de perto algumas educações, algumas criações, e cheguei à conclusão de que tapa algum educa. O que educa são bons exemplos, conversas, castigos e recompensas que mostrem bem a relação de causa e efeito, estes dados com disciplina e clareza.

Rafa K disse...

Lola, vc já ouviu falar daquele livro "To Train Up a Child" ? é basicamente um livro escrito por fanáticos cristãos que escreveram um livro dando "dicas" pros pais de como fazerem os filhos obedecerem na base do espancamento, e três crianças já morreram nas mãos de pais que compraram este livro. aqui tem uma petição pra a Amazon parar de vender ele https://www.change.org/petitions/amazon-com-remove-the-book-to-train-up-a-child-by-michael-and-debi-pearl. Na minha opinião, deviam era ser obrigados a pararem de distribuir esse lixo pra qualquer loja, mas sempre vai ter aqueles babacas falando em liberdade de expressão ¬¬
(sobre a morte das crianças http://www.examiner.com/article/another-child-s-death-linked-to-pearls-and-to-train-up-a-child)

MonaLisa disse...

Eu apanhava qdo aprontava, mas a violência psicológica era infinitamente pior.

Meus pais sempre se dirigiam a mim criticando, nunca elogiando. Tudo o que eles fossem conversar comigo era pra criticar alguma coisa ou pra me deixar pra baixo. Eu usava tamanho M de camiseta e ela deixavam a minha barriga a mostra e lembro que toda vez que eu passava na frente de minha mãe, ela aos berros dizia pra eu puxar a camiseta pra baixo ou me xingava por sair com aquela roupa que ela mesma comprava. De tanto ouvir ela gritar, perdi 40% de minha audição, segundo o otorrinolaringologista. Diferente das comentaristas, eu não entendo ela e nem perdoo porra nenhuma uma mulher que "entende" um espancador (meu pai que bateu nela), um pedófilo (o pai dela que sentava em frente pra a neta de 8 anos de vestido e pernas abertas brincando) e um potencial estuprador (meu irmão). Quero que ela vá pra puta que pariu, por tudo o que ela ja fez pra mim e toda a diferença que ela faz entre mim e os outros filhos.

Meu pai soh me bateu uma vez muito serio, qdo fumei maconha (apesar de ele ser um drogado do caralho) e mesmo depois da surra eu voltei a fumar. Lembro ainda com terror do panico que ele me causou, depois de me bater muito com a mão, ele pegou o cinto e ficou dizendo que ia desfigurar meu rosto com a fivela "pra eu aprender" a não fazer isso, soh não fez pq a policia chegou, mas eu nunca vou esquecer dos minutos de panico que eu passei.

Junto com minha madrinha, eles me causaram um transtorno alimentar que nunca recuperei, não consigo comer peixe, frango, tomate, cebola e outros 99% tipos de alimentos. Eu não queria experimentar determinado alimento e eles me faziam engolir no choro, depois eu vomitava as tripas ou qdo eles saiam de perto, eu jogava no lixo e eles faziam eu comer do lixo. Minha madrinha não me batia, mas me obrigava a ver o clipe Thriller do Michael Jackson antes de dormir, que na época tava o bafao sobre pedofilia, ela me dizia que ele ia passar la a madrugada a noite e ela ia me entregar pra ele, coisa que me causa insonia.


Trauma imenso que tenho disso ateh hoje qdo vou a restaurante, ou visitar amigos ou a festas e tem algum alimento que fora do que eu como, eu prefiro passar fome. Sei que vou ter algum problema serio de saude por isso.

Anônimo disse...

Ter apanhado MUITO na infância não me ajudaram em nada, exceto por ter precisado de muito tempo de terapia e até hoje ter uns problemas ai de dificilmente conseguir segurar minhas explosões de raiva.
Lembro quando eu era pequena, eram palmadinhas. Chineladinhas. Mas foram evoluindo pra surras de me deixar de cama, e das últimas vezes precisei de pontos na testa - porque uma hora meu medo passou e, se eu ia apanhar feio de qualquer jeito, por que não fazer? Me tornei também bastante insensível para as emoções alheias por muito tempo, talvez porque ninguém tenha se importado muito com as minhas enquanto eu sentia o sangue escorrer da minha testa aberta.

Anônimo disse...

Eu me lembro de ter apanhado algumas vezes e por pouca coisa. Eu era sapeca, mas não era uma criança terrível. Apesar de não concordar, compreendo que minha mãe (meu pai nunca bateu) era uma uma mulher sobrecarregada pela tripla jornada de trabalho, que manteve o casamento e teve filhos por obrigação social. Acho que foi a única forma que ela encontrou de manter o controle sobre as coisas. E foi assim com as minhas avós e provavelmente com as mulheres antes delas. Muito mais traumatizante foi a violência psicológica. Essa sim (ou foi a mistura das duas) me deixou profundas marcas, que carrego até hoje e me trouxe um prejuízo incalculável na minha vida adulta.

Acho que as pessoas deveriam ser educados a refletir MUITO antes de terem filhos. Me incomoda que o direito de procriar esteja acima do bem e do mal. Me incomoda profundamente quando a idéia da reflexão é sugerida, é entendida como uma afronta contra o direito de formar família. Me incomoda que muita pouca gente se prepara emocionalmente ou busque ajuda (quando buscam) ANTES de fazerem um mal irreparável a seus filhos.

Jane Doe

Dani disse...

Não tenho opinião formada a respeito da palmadinha. Acho que eu, como várias aqui, entendem o porquê a violência como forma educativa talvez não seja o mais adequado... Concordo com um bocado de argumentos mas mesmo assim não me sinto completamente convencida... Provavelmente porque a maioria de nós nunca conheceu uma educação diferente, então fica difícil imaginar a gente criando nossos filhos de outra forma (falo por mim principalmente). Tenho 20 anos e fui criada pela minha avó, uma senhorinha super simpática de 85 anos hoje... Eu amo a minha avó como uma mãe e não guardo nenhum rancor, muito pelo contrário! Mas ela era adepta do ajoelhar no milho, do ficar em posição "de cristo" (ficar de pé com os braços abertos), de açoitar a gente com vara de marmelo e mangueiras... coisas que eu nunca, nunca, nunca faria com uma criança por serem dolorosas e humilhantes demais. Mas uma palmadinha é tão terrível assim? não sei, tenho dúvidas se com crianças o diálogo sempre funciona.

Valéria Fernandes disse...

Vivi, em nenhum momento escrevi que bater resolve problema ou é saída para resolver o caso de criança danada. Releia meu comentário, por favor.

O que eu escrevi é que todo ato de educação, mesmo quando você acredita que está fazendo o certo, é um ato de violência.

Escrevi que apanhei algumas vezes e 1ue isso não me fez melhor ou pior, mas que não vejo problema em orientar, dar exemplo, e corrigir com uma palmada ou o que seja.

Eu não fui criança danada e minha mae geralmente só precisava olhar para mim. E repito, entre uma bronca, que nunca incluía xingamentos ou gritos, e um cascudo ou chinelada ou tapa no braço ou beliscão, tenham certeza, eu preferia o castigo fisico. As palavras doíam mais e nao tive que fazer terapia por causa das palmadas, mas este é o meu caso.

E, sim, já que dizer que palmada em criança, ser tutelado e em formação, é o mesmo que defender o direito de um marido espancar a esposa, pessoa adulta e autonoma, é a mesma coisa, e que é incompatível com o feminismo (assim, no singular), podem confiscar minha carteirinha, porque não estamos no mesmo clube.

Alguem. disse...

Ninguem esta impondo nada. Esse aqui e um blog e, se voce nao gosta das ideias, nao leia. E obvio que todas as pessoas vao falar o que pensam. Ou tem alguma coisa que voce diga que nao e sua opiniao? E TUDO opiniao, rapaz. Agora, impor? Tem alguem com uma arma na sua cabeca falando pra voce educar seu filho de maneira x?

Sara disse...

Cuidar e educar minhas filhas certamente foi uma das tarefas mais difíceis que eu já tive na vida, fiz o melhor que eu pude, mas até hje penso e considero uma loucura entregar essa tarefa a estranhos, pq em minha opinião suportar uma criança é um exercício de tolerância levado aos extremos e sem limites.
Existe um amor inato pelos filhos, e creio que seja esse amor que nos faz suporta-los.
Criar uma criança é um teste diário de paciência, resignação, admiro com certa desconfiança quem pensa e diz que da pra ser sensato o tempo todo ao lado de uma criança.

antisadomaso disse...

Tinha um "colega" de trabalho que volta meia comentava em reunião - e até mandava por e-mail em forma de piadinha - os benefícios das sandálias havaianas na educação dos filhos. NOJO muito NOJO disso.

Graciema disse...

Olha, eu sou mãe. Sei o que é educar crianças e adolescentes, e que tem dias que honestamente, a sua vontade é jogá-los pela janela e ter um pouco de paz.

Mas me assusta essa associação imediata de falta de palmadas e falta de limites, ou educação. Não procede. Violência, fisica ou psicologica não é educação. É violência. O que educa é o tempo passado com eles, o exemplo, o auxilio em lidar com sentimentos que muitas vezes as crianças não reconhecem, não sabem nomear. Limites claros. Associação dos atos com as consequencias (depois de certa idade, é claro). E toneladas de paciencia.

Eu me pergunto, se ensinamos nossas crianças que é normal, que é um ato de amor, ser agredido dentro da PROPRIA casa, por pessoas que te amam não é a base da naturalização da violência na nossa sociedade. Principalmente contra mulheres. Se você acha normal não ter seu corpo respeitado e íntegro...você vai achar isso normal, provavelmente o resto da vida.

antisadomaso disse...

Em vários comentários vemos o cenário do patriarcalismo:
- mães estressadas com jornadas triplas descontando as frustrações nos filhos, berrando e surrando;
- os homens pais exercendo sua autoridade "natural"

Vivi disse...

Oi Valéria,tudo bom?
Sim, a partir de seu 2º comentário continuo tendo a mesma opinião qndo vc afirma:

"Escrevi que apanhei algumas vezes e que isso não me fez melhor ou pior, mas que não vejo problema em orientar, dar exemplo, e corrigir com uma palmada ou o que seja."

Ora, vc mesma diz que não vê problema em corrigir a base da palmada. Se isso não é acreditar numa educação em que a violência física serve como processo pedagógico eu não sei o que é.
Me desculpe, mas dizer que todo ato de educar é uma violência não pode justificar o ato da violência física como política pedagógica na família. Como já disse, embora vc não perceba, em minha opinião, é justamente por vc ter apanhado que sem perceber criou esta visão que violência é sinônimo de educação. Educação pode see violenta (simbolicamente)? sim, pode, mas porque não tentar mudar isso na medida do possível ao invés de naturalizar?

Vivi disse...

Valéria, só mais uma coisa..

Sobre o carteirinha de feminista. Por que repetir isso ao invés de justificar o por que de não concordar que feminismo e aceitar palmada não combinam?

Por que vcs acham que não é contraditório ser contra a violência (física) de gênero e aceitar a palmada pedagógica?
Será que poderiam pensar e responder isso ao invés de jogar para a discussão da "confiscar a carteirinha feminista" e não responder nada?

Valéria, não é nada pessoal, me desculpe mas discordo totalmente deste seu raciocínio.Abraços

Jana disse...

Eu apanhava da minha mãe, apenas palmadas no bumbum e com a mão dela, ela nunca usou chinelo, nem vara, nada disso... apenas a mão... sou uma mulher do bem, educada, etc... mas não devido às palmadas, sou do bem APESAR das palmadas... as palmadas eram um "cala a boca" feroz... era o momento que minha mãe não tinha vontade ou paciência pra explicar de outra forma, então ela batia pra nos fazer calar e boa. Isso me revoltava muito! Eu cresci achando que não poderia contrariar as pessoas, que assim que uma delas me falasse o que fazer, tinha que fazer e pronto! Não gosto disso em mim, fiz terapia por alguns anos pra me livrar disso e até hoje não gosto de me lembrar das palmadas. Amo minha mãe, ela é uma ótima mãe APESAR das palmadas que me deu e hoje ela me fala que sente orgulho de me ver criando meus filhos sem usar as palmadas. Bom isso, né?

Anônimo disse...

É triste quando as pessoas não percebem que bater na criança, uma "palmadinha" que seja, é cair num descontrole que se manifesta fisicamente... tipo o que acontece com as próprias crianças, bem novas, que não conseguem controlar e expressar suas emoções direito ainda.

Fico pensando: a educação dada pelos pais serve para inserir as crianças na vida em sociedade, sem grandes conflitos. Como diabos alguns pais esperam ensinar, por exemplo, que não se pode usar de violência quando outros têm atitudes que desagradam? Quando a criança é "ensinada" na base de exatamente isso: violência como resposta a um comportamento indesejado.

Valéria Fernandes disse...

Vivi, eu fui clara nos meus comentários, o ultimo, inclusive, para dirrimir uma duvida, ja que eu, Valéria, nunca disse que palmada era cura ou paliativo para crianca danada.

Tanto expliquei, que você discordou e continuou discordando. Normal. Aliás, nao quero convencer ninguém, bom seria que nenhuma crianca apanhasse.

Agora, a graca é que virou moda nos comentáris do blog da Lola, dizer que feminismo é imcompativel com .... (complete com o que quiser). Mas eu brincar com isso, nao pode. Legal, deve ser incompatível com o feminismo monolitico e singular que eu desconheco.

No mais, tenho uma bebezinha aqui pedindo atenção. Nao tenho vontade de continuar me repetindo ou tentar re-explicar o que escrevi. Eantes que aalguém tente me empurrar o rótulo, nao sou militante da palmada pedagogica ou da surra, mas seria curioso saber como uma lei proibindo qualquer castigo fisico seria fiscalizada. Pais na cadeia ou em reabilitação e crianças em abrigo. Vamos esperar para ver...

Vivi disse...

Valéria que saiu do debate para cuidar de seu filhinha.

Viu, na boa, pode brincar à vontade com o "confiscar carteirinha feminista", desde que não isso seja desculpa para não debater feminismo, ou desde que não seja desculpa para calar quem quer debater.

Você preferiu não responder,mas pergunto novamente a quem quiser responder..
"Por que vcs acham que não é contraditório ser contra a violência (física) de gênero e aceitar a palmada pedagógica?"

Anônimo disse...

Lendo alguns comentários, principalmente das pessoas que apanharam (algumas ate torturadas) pelos pais na infância eu fico ainda mais convencida da minha posição: ser mãe e pai, mas PRINCIPALMENTE ser mãe nao é pra qq um, só praqueles, ou melhor, praquelas que sao dotadas de uma paciência infinita.
Porque criança é um ser chato, gritam, berram, sao chantagistas e egoístas. Nao por maldade, simplesmente instinto de sobrevivência. E na sociedade em que vivemos em que mesmo que vc case com um cara que aceite dividir as tarefas, sempre,sempre acaba recaindo a maior parte da responsabilidade na criação dos filhos na mulher.
E é por isso que, sendo coerente com o meu pensamento de que crianças são insuportáveis (claro que tem os seus momentos bonitos quando elas estão brincando, dormindo e respeitando os outros) e eu nao tenho paciência decidi desde sempre nao ter filhos.

Sara disse...

valeria Fernandes

"Agora, a graca é que virou moda nos comentáris do blog da Lola, dizer que feminismo é imcompativel com .... (complete com o que quiser). Mas eu brincar com isso, nao pode. Legal, deve ser incompatível com o feminismo monolitico e singular que eu desconheco."

Frase memorável Valéria, não vou esquece-la, pois já anda irritando profundamente essa cambada que a usa sem nenhuma parcimônia.(já deu)

Licca disse...

Tem gente falando "é só uma palmadinha", como se não doesse. É, sei que não dói nada, basta lembrar das vezes que eu apanhei e vi outras crianças apanhando. Totalmente indolor!
Como a Lola disse, acho contraditório ser a favor de palmada e ser feminista (não que te invalide de ser uma, mas é estranho). É contraditório por você ter uma ideologia em que todos devem ser tratados iguais com respeito e você mostrar sua autoridade e respeito na base violência, pois sendo uma palmada (sério, o que é palmada para vocês e até que intensidade ela é "educativa"?) ou uma surra de cinta, você passa um valor a criança de que ela pode usar a violência como recurso para impor o que você quer. Isso fica bem claro quando você naturaliza essa violência com seus filhos ou quando o filho bate no coleguinha/amiguinho por n motivos.
E eu ainda quero uma resposta do porque só pais podem bater e não mais os professores ou qualquer outro, já que ela é "educativa"?

Anônimo disse...

Oi Eu sou a Patrícia que escreveu o guest post. Muito obrigada Lola por divulgá-lo. É muito bom pra mim saber que não estou sozinha e que dividimos os mesmos sentimentos. Claro que existe uma diferença entre palmada, surra ou espancamento. Isso não impede de que sejam todas formas violentas e não educativas de se lidar com uma criança e pior ainda, com um adolescente.

Como alguém disse ai a minha mãe também acha que só estava educando e o fato de ter 3 filhas com ensino superior, trabalhando, bem suscedidas, só reforça essa tese dela, de que educou muito bem. Sempre vai ter alguém mais violênto para você se comparar e achar que o que fez é normal. Para minha mãe, que confessa ter batido na gente apenas umas 3/4 vezes quando merecermos muito (as palmadinhas ela nem considera) violento são os Nardonis.

Minha mãe além das palmadas foi uma mãe muito presente e amorosa e é isso, o lato positivo que foi fundamental na minha educação. Somos o que somos apesar das palmadas, cintadas e chutes, não por causa deles.

Eu como mãe já parto do princípio de que criança é uma pessoa como outra qualquer e que merece respeito. A coisa mais importante que eu acho que ensinei para os meus filhos é "não faça com os outros o que não gostariam que fizessem com você". Como é que faz pra ensinar esse fundamento ético da empatia na base da porrada? A violência, grande ou pequena, não se justifica nunca. Violência é oposto da educação. Ninguém educa com violência, você controla corpos amendontrados, na melhor das hipóteses.

Houve uma época não muito distante em que também era considerado normal o marido dar umas palmadinhas na mulher, uns empurrões, uns gritos ofensivos. E ninguém metia a colher pra interferir. Hoje isso acontece com a criança um ser bem mais indefeso e sem opção de independência.

Lembrando que não bater não significa deixar a criança fazer o que ela quer, significa apenas tratá-la com dignidade. Eu não bato no meu marido e nem por isso ele faz o que ele quer, o mesmo vale para o meu filho.

Patrícia

Anônimo disse...

Única vez que meu pai me bateu foi com uma pantufa de pano, mas eu devo ter feito algo grave. Não doeu(era um pantufa de pano, depois de tudo), mas sempre tive medo depois. Ele nunca deixou minha mãe me bater, mandando-a calar a boca e ir pro quatro que se ela me batesse, quem bateria nela seria ele.

Depois que meus pais se separaram, minha mãe para descarregar a frustração me batia de vara, e depois fingia que estava passando mal. A desculpa que ela dava era: "Eu não tinha homi para me ajudar...".

Se eu vejo velho sofrendo no asilo, eu caio na gargalhada, porque se está lá, provavelmente mereceu.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

" Eantes que aalguém tente me empurrar o rótulo, nao sou militante da palmada pedagogica ou da surra, mas seria curioso saber como uma lei proibindo qualquer castigo fisico seria fiscalizada."

Da mesma forma que a que proíbe espancamentos, e não é tão simples assim para uma criança ser tirada da casa dos pais e ir para um abrigo, geralmente só nos casos extremos, com aquelas histórias horríveis. Apesar de que isso é bem preocupante também, só se a criança sofreu anos de abuso é que ela é retirada do convívio com os pais .-.

Anônimo disse...

Minha mãe me bateu por, pelo menos, 14 anos de forma ininterrupta. Há relatos das primeiras surras aos 2, mas eu só lembro delas a partir dos três.
Aos 16 anos, após ser surrada por estar escrevendo um conto e conversando com meu pai (eles se separaram antes de eu nascer e ela o odiava), dois dias depois de uma cirurgia, a denunciei.

Hoje, nove anos após a denúncia ainda sou obrigada a ouvir que eu "destruí" a vida da minha mãe, pois ela foi condenada por agressão.
Não, ela não foi presa nem nada - apenas pagou cestas básicas e seguiu a vida.

Hoje, nove anos depois das torturas físicas terem acabado, sonhar com a minha mãe ainda é sinônimo de pesadelo.

Anônimo disse...

Minha mãe nunca encostou um dedo em mim, mas pelo menos até uns 17 anos eu morria de medo dela. Não é só a violência física que machuca. Ela me fazia eu me sentir lixo, a pior pessoa da face da terra. Eu sempre fui e sou muito esquecida e desligada (hoje sei que tenho TDAH sem hiperatividade), e minha mãe, solteira e tendo que trabalhar, sempre me pediu pra ajudar em casa, mas muitas vezes eu esquecia de fazer o que ela pedia, ou fazia pela metade. Nunca era por querer, mas pra ela eu tava mentindo, eu fazia por maldade, ela era minha empregada. Até hoje não me perdoo pelos meus erros porque minha mãe não me perdoava.

Anônimo disse...

Eu tenho dois filhos e acredito mesmo que palmada é coisa de pais que não tem saco. A criança geralmente apanha mais quando os pais estão mais estressados. Os pais avisam/ensinam uma, duas, três vezes... Não aprendeu? Palmada! São pais sem saco. Eu ensino vinte vezes, se precisar (e olhe, às vezes, precisa, sim, falar vinte vezes, explicar vinte vezes pra criaturinha como é que são as coisas), mas nada de palmadas. Não sei se os meus filhos são melhores ou piores que os dos outros, mas é certo que são contra qualquer espécie de violência, assim como eu. Se alguém aqui usa as palmadas "educativas" nos filhos, pode ter certeza, você está usando porque está sem saco, não é falta de calma, falta de noção, nem nada, é simplesmente uma espécie de "atalho" para explicar rapidíssimo porque não pode agir de uma determinada forma. Não digo que não funciona, mas não é porque é eficaz que é certo. Não deixa de ser violência, é uma agressão física. Pode-se adoçar da forma que for, justificar de todas as maneiras, é uma agressão.
Cacá

Sofia, disse...

Eu já apanhei muito, acho que por ser a filha mais velha, porque meus irmãos mais novos não. E é engraçado, porque me lembro hoje da quantidade de vezes que apanhei sem saber o motivo... eu sempre fui chamada de lerdinha dentro de casa, e ás vezes apanhava e era repreendida por isso, por todos ali... e aí acho que isso piorou minha auto estima durante muito tempo. Quando meus irmãos foram nascendo isso foi diminuindo, mas infelizmente comigo muita coisa pior rolou, porque a agressão psicológica dos meus pais sempre foi muito grande, comigo e com meu irmão mais velho, sempre que eles brigavam entre eles, todos descontavam em mim. Hoje minha namorada pensa em ter 3 filhos, e eu quero só um, e olhe lá. Meu medo de errar com filhos é grande demais. E só de falar sobre essas coisas eu já começo a chorar.

Sofia, disse...

Eu até entendo quando dizem e quando a minha mãe diz que estava tentando fazer o melhor. Mas é inaceitável que eu repita o que ela fez ou que as pessoas que podem se atentar hoje e fazer diferente achar que tem que ser assim mesmo, batendo e pronto. Eu não tenho carinho físico com meus pais. Eles não dizem que me amam. Eu também nunca disse, acho que escrevi algumas vezes no facebook mas nem me lembro exatamente. E hoje, isso faz total diferença na minha vida. Moro sozinha nos EUA, fazendo intercâmbio, e me sinto sozinha, porém não sinto vontade de falar com eles sempre, falo mais por obrigação. Claro que sinto falta deles, mas não sei expressar e sempre acho que estou dando trabalho. Com o tempo, longe deles, voltei a ter vontade de ter filhos, mas com muito medo. Falo isso como filha ainda.

vitor disse...

só pq ela apanhou diz q gosta de apanhar na hora do sexo,o q uma coisa tem a ver com a outra?
tb apanhei e to fora disso,assumi logo q é pervertida.

e como sempre feministas se consideram pessoas maravilhosas,é incoerente ser feminista e ser a favor de palmada...

é ,n sou feminista e tb acho isso errado.

Anônimo disse...

n me surpreende tanta gente achando q bater em filho n tem nada demais.
se muitos tratam filho igual empregado,tem que fazer tudo o que os pais querem,sem questionar,n pode ter opinião pq n pagam as contas.
a pessoa se torna pai ou mãe e acha que fica perfeito automaticamente.

muita mas muita gente n deveria ter filho.

Anônimo disse...

Acho interessante um aspecto que os defensores da "palmada" nunca comentam, que é que conforme a criança vai crescendo essa palmada tem que ir aumentando né? Pq a palmada literal, um tapinha na bunda, funciona até uns 4/5 anos no máximo. Em uma criança de 7/9 anos já não é só uma palmada que tem que dar pra fazer doer. Tem que bater com mais força. Qdo a criança está com 12/13 muitas vezes ela é quase do tamanho de um adulto né? E aí essa palmada vira oque? Uma porrada educativa? E na adolescência com um jovem continua batendo em vez de dar limites? E se o pai não tem mais força física pra bater num adolescente do tamanho de um adulto? Acaba a educação? E se o adolescente bate de volta pra se defender? Ele tá errado?

Alice

Anônimo disse...

Existe sim uma diferença entre surra e palmada educativa. Mas ambas são prejudiciais. Os pais que dão palmadas educativas provavelmente vão extrapolar em algum momento, perder o controle... Acredito que uma vez que a mãe ou o pai começam com essa "forma" de educar, fica difícil estabelecer um limite e muito fácil descontar nas crianças os próprios problemas. Já apanhei muito: de vassoura por roer as unhas, de cinto por não ter bebido todo o leite, de chinelo por ter quebrado algo, com puxões de orelha e tapas (mais castigo) por não ter tirado mais de 80% na escola, enfim... Sei que a minha mãe aprendeu a agir desta forma e não tenho raiva (talvez uma mágoa bem lá no fundo), mas isso me transformou numa pessoas tímida e ansiosa. Estou sempre tentando agradar as pessoas sem perceber, sendo educada e submissa. Acho que por causa das tais palmadas educativas perdi muito da minha espontaneidade e hoje faço terapia para me livrar dessas características que adquiri forçadamente. Beijos Lola! Ótimo post com ótimos comentários!

Laís.

Anônimo disse...

Monalisa, não anula todo o trauma que você sofreu, mas é IMPOSSÍVEL você ter perdido 40% da sua audição só pelos gritos da sua mãe. Mesmo que ela gritasse com a boca colada no seu ouvido. Ou o otorrino mentiu para você ou você está mentido para nós. As vezes traumas de infância não nos deixam separar as fantasias da realidade. Sugiro terapia.

Anônimo disse...

Como eu nunca apanhei da minha mãe - nem do meu pai, mas eles são separados e quem me criou mesmo foi minha mãe - eu não consigo conceber a agressão como "forma de educação". Sério, eu não sei como bater em alguém pode ensinar algo. Minha mãe nunca me agrediu, nem fisicamente nem psicologicamente, e mesmo assim me educou muito bem. Lá em casa a regra era diálogo e respeito. Eu respeitava minha mãe porque ela sempre mostrou que me amava profundamente e era impossível que uma pessoa que tanto me amava quisesse meu mal. Então eu sempre acatei os conselhos dela, sempre prestei atenção quando ela me dizia que algo era errado, e sempre fiquei muito feliz quando ela me dava parabéns pelas coisas certas que eu fazia.

Por exemplo, teve uma vez que eu estava andando de bicicleta na cozinha (olha a idéia da menina!) e quebrei o vidro da pia. Quando minha mãe chegou e viu aquilo quebrado ela primeiro pensou que tinha sido a empregada, eu disse que não, que tinha sido eu, que eu havia a desobedecido e andado de bike na cozinha. Minha mãe sorriu e disse que eu não deveria ter andado de bike na cozinha, mas que ela estava orgulhosa por eu ter assumido o meu erro e não ter culpado a empregada. Eu não tinha medo da minha mãe, eu não precisava mentir para ela. Tem forma melhor de educar uma criança?

Hoje sou uma mulher adulta e minha mãe é minha melhor amiga! Ao contrário do que acontece com a autora do guest-post, eu vivo ganhando carinho da minha mãe e vivo dando carinho para ela. Eu estou escrevendo isso pensando que alguém que bate nos filhos possa me ler. Não faça isso! Que tipo de relação você quer criar com suas crianças?

Anônimo disse...

Nunca apanhei do meu pai. Já da minha mãe...
Mas o que eu me lembro não eram das palmadas, e sim das coisas que ela falava. Dizia que eu não prestava, que o meu irmão era muito melhor do que eu, que eu era um "mau-caráter"... (eu tinha uns 4~5 anos então).
A impressão que eu tenho é que ela controlava a violência das palmadas transferindo esta violência para agressões verbais.
Também humilhava, ridicularizava, inventava apelidos, musiquinhas...
Sofri bullying dos 6 aos 10 anos de idade, e obviamente fui responsabilizada por isso também.
Tenho certeza de que foi a educação "fragilizadora" que recebi que me tornou uma presa fácil para os bullies da escola.
Gente, violência contra a criança não é só física, não.

Anônimo disse...

Tava comentando sobre esse post com o meu marido e ele me mostrou esse video desse comediante que faz com que os pais que batem nos filhos fiquem bem mal na fita...

http://www.youtube.com/watch?v=8wtrpj7lF5o

pra provar que eh possivel fazer piada e desmoralizar o agressor :)

Unknown disse...

"Palmada educativa". O que uma palmada ensina? Qual é a mensagem? Se você faz algo errado, merece uma dor física? Huh. Se é tão eficiente, talvez isso não devia acabar na infância, poderia ser estendido a adultos - só porque é adulto não quer dizer que não erre mais, certo? Afinal, o grande lema é que aprendemos o tempo todo, até a hora em que morremos, então a "palmada educativa" deveria continuar a ser aplicada! Que tal implantar a "palmada educativa" em ambientes profissionais? Chibatadas para quem não entregar o relatório a tempo. Tapas na cara de quem errar um cálculo na planilha. Ah, pode ser que um erro maior - perder um cliente, talvez - faça o chefe perder a compostura e te jogar da janela do décimo segundo andar, mas não leve a mal, é tudo pela sua educação.

Unknown disse...

Nao, as pessoas nao podem interferir e a propria presidentA vetou o projeto do kit gay nas escolas com base nesse mesmo argumento de que ninguem tem o direito de interferir na criaçao de filhos alheios, quanto a questao palmadinha e espancamento existe a possibilidade de se denunciar qualquer pessoa por mais tratos a incapaz dessa forma se comprovado atraves de exame corpo delito o juiz da vara da familia ou da infancia e juventude pode ordenar com base legal a remoçao dessa criança dos cuidados dos pais na minha ppiniao e perfeitamente justo da forma q esta

Unknown disse...

Perfeita sua reflexao Tati, Parabens!

Iaiá disse...

Eu não acredito na existência da tal "palmada educativa". Nunca vi pai ou mãe ver uma malcriação, parar para refletir sobre o melhor castigo, sobre a melhor forma de ensinar, chamar a criança, explicar por que ela vai levar a palmada e daí dar a palmada. Tudo de cabeça fria. Palmada é uma forma de extravasar a raiva, não de educar. Se não acham, façam o teste. Quando seu filho aprontar uma e precisar aprender a lição, dêem uma dia entre a malcriação e a palmada. Parem, pensem e, só no dia seguinte, expliquem a ele o motivo e apliquem a punição.

Flavio Moreira disse...

Iaiá, vou ter que te contradizer e, de certa forma, me colocar na pos~ição de alvo das críticas que surgirão aqui. Mas antes, quero deiar claro que sou contra se bater em criança, em qualquer situação. Isso posto, informo que eu apanhei da minha mãe, não uma, mas várias vezes. Mas nunca sem saber porque eu estava apanhando. Antes dela apelar para a surra, havia a conversa, o castigo e, quando nada mais dava resultado, a surra. Ela agiu certo? Na maioria das opiniões, não e eu concordo com esse ponto de vista. Mas mesmo após a surra havia a conversa. Minha mãe nunca deixou de ser amorosa, presente, e de me orientar no sentido de ser uma pessoa honesta, trabalhadora e que demonstrasse, sempre, respeito pelos outros. Eu a compreendi e quando uns meses antes dela falecer nós conversamos a respeito de como ela se saiu no papel de mãe ela me pediu perdão se por acaso errou. Na visão das pessoas de fora, ela errou. Mas para mim ela foi a melhor mãe que eu poderia ter e eu disse isso a ela. Ela foi o que podia ter sido, nas condições em que ela vivia e nas quais me criou - mãe solteira, que desde muito cedo trabalhou para cuidar da própria mãe e do filho. Sou pró-feminista por causa dela (e de minha avó, de quebra). E as broncas eram muito mais dolorosas do que as surras. Não teno mágoas, nem desvios psicológicos derivados de "maus tratos" ou qualquer coisa desse tipo. Não tenho nem nunca tive tendências violentas, sou paciente com crianças e acrdito que o diálogo deve ser sempre o melhor instrumento de educação. Me considero um privilegiado por isso quando leio as histórias das pessoas que postam aqui. Olhando por esse ponto de vista, sou um ponto fora da curva. O assunto é polêmico, sim, difícil de ser debatido de maneira isenta, mas não dá para ignorar. Nem dá para levar os extremos como regra.

Carolina disse...

CHOCADA COM O NÚMERO DE COMENTÁRIOS QUE DIZEM QUE BATER EM CRIANÇA PODE SER OK

Anônimo disse...

Ah velho, é muita desonestidade intelectual.
Esse relato não tem absolutamente nada a ver com palmada educativa, disciplina física, ou castigo corporal.
Isso é espancamento, pura e simplesmente.
A mãe descontava a raiva nos filhos, espancava, batia e humilhava.
Eu uso castigo físico nos meus filhos e não é nem de longe parecido com isto que ela relatou.
Primeiro é um aviso de que se repetir o comportamento inadequado irá sofrer uma consequência.
Se repete o comportamento leva UMA chinelada na bunda.
Só tive que aplicar esse castigo duas vezes em cada filho que tenho e depois nunca mais precisei, porque depois disso eles sempre obedecem de primeira.
E vai lá ver se eles têm medo de mim...

Anônimo disse...

Eu apanhei dos meus pais. Da minha mãe só lembro de uma vez, com 5 anos, de tamanco, não lembro o motivo. Já do meu pai as situações sempre foram mais sérias. Lembro de estar com 3 anos e apanhar com uma toalha dentro do carro, por estar correndo dentro da igreja onde meus tios estavam casando (mas também, levar criança em igreja, sem comentários).
Se parasse por aí, mas não parou. Apanhei muitas vezes mais, que ficaram mais significativas conforme fui crescendo. Meu pai se tornou a pessoa mais estressada que conheço, quando eu estava com 11 anos que começou tudo. Ele descontava em mim e na minha mãe com agressões verbais. Lembro de ter que me esconder, com 12 ou 13 anos, pra ele não me bater. Como disseram em algum dos comentários, quando a gente é criança não tem dimensão do que são as tais palmadas, mas conforme vamos crescendo, começamos a entender (ou não) e isso fica marcado.
Quando inventei de fazer carteira de motorista, aos 18 anos, não tive apoio em momento nenhum dos dois (pai e mãe) e quando ele me levava para dirigir, lá vinham as agressões verbais e por vezes físicas, também. Por conta disso tenho trauma de dirigir, fiquei anos sem conseguir pegar um volante, além de não ter conseguido a carteira, ou seja, dinheiro jogado no lixo.
Há outros traumas também, que imagino que tenham a ver com toda essa agressão que sofri. Sei que meu pai não confiava em mim, por mais que eu nunca tenha chegado bêbada em casa, por mais que eu tenha passado 3 anos da minha vida de jovem adulta em casa por falta de companhia para sair. Pra ele tudo era minha culpa, minha culpa por ter uma vida de merda, amigos de merda.
Há quem diga que eu reclamo de barriga cheia, mas, sinceramente, não acho justo colocar os filhos em uma situação de medo, onde eu tive que aprender a mentir e a omitir pra não ser criticada por ele, onde eu demorei pra arrumar um namorado por conta do julgamento dele, onde eles tinham preconceito com os amigos que eu arrumava (por serem feios, pobres, negros).

Faz uns dois anos que meu pai me bateu pela última vez, me jogou alguma coisa com a intenção de machucar. Falei pra minha mãe que na próxima é polícia. Ela fala "ah, e daí quem vai te sustentar?" Ela sempre foi conivente. Mas não quero saber, rodarei bolsinha se for o caso. Nunca mais vou deixar ele encostar um dedo em mim.
Tenho uma relação distante com meu pai, só falo mais pra pedir dinheiro pra pagar o aluguel aqui do apartamento em que vivo. Não é a situação mais confortável ter que depender dele financeiramente, mas é melhor do que conviver com ele todos os dias. Falei pra minha mãe esses tempos que, se tivesse ficado mais um ano em casa, teria me dado um tiro na cabeça.
Hoje em dia eu não moro mais com meus pais e tenho pavor da ideia de voltar a morar com eles; saí de casa aos 20, tenho 24 hoje e quando tiver filhos vou tentar fazer tudo bem diferente, a começar por nem levar em igreja (sou ateia), o motivo de ter levado a primeira surra da qual me lembro.

Anônimo disse...

Tenho14 anos e apanhei só do meu mas lebro que era surra mesmo q mesmo ele me baria d chinelo cinta vara e tenho um filho d 4 meses e acho q a surra ajuda e muito comigo e assim não obedeceu o pau comeu

nelluca disse...

Eu sou totalmente contra os pais descontarem a raiva nos filhos, mesmo até que essa raiva seja provocada por eles, mas se os pais sabem deixar o sangue esfriar e dar umas palmadas consciente de que está educando e oferecendo consequências negativas a um comportamento negativo, eu acho que é válido sim. Esse testo não passa nem perto de disciplina, fala é de abuso e violência mesmo. Eu fui educada com palmada, vara cinto, chinelo, e não tenho problema algum em abraçar e beijar meus pais, pelo contrário somos muito carinhosos um com outro, e também não preciso sentir dor pra ter prazer na cama.

Unknown disse...

Sadomasoquismo , não é só pra quem faz sexo ! Apanhar pra gente comum é ruim , porém tem gente que diz ter apanhado na Infancia e que gostou , quem diz é masoquista ! Quem bate nos filhos por prazer de bater é o sado que sente prazer e fazer as pessoas e crianças sentindo dor !

Anônimo disse...

É verdade a minha sobrinha apanhou pelada de cinta é chinelo varinha de goiaba da mãe dela

Anônimo disse...

Conclusão: sua mãe e sua namorada transformaram vc num bananão. Onde já se viu um homem aceitar apanhar da namorada e ainda ver nisso algo positivo?

Anônimo disse...

Eu lembro como se fosse hoje, eu tinha entre 4 a 5 anos…
Um dia meus pais me levaram passear apé, o caminho era longo tanto na ida quanto na volta, quando estávamos voltando pra casa eu já não aguentava andar, estava cansada.
Lembro que fiz pirraça queria colo e meu pai estava cansado também, não tínhamos carro.
Minha mãe avisou que hora que chegasse em casa era para eu me preparar…(medo)
Esse dia senti como se ela descontasse toda raiva do mundo em mim, me despiu me deu uma surra pelada eu fiquei toda marcada eu lembro da dor que senti até hoje, teve outras mas essa me marcou profundamente e machucou não no corpo parece que na alma pq lembro e choro tenho várias dificuldades de me relacionar e sim sempre pedi para me baterem na hora do sexo! Deve ser por isso tbm que já sonhei várias vezes que estou pelada em público e morrendo de vergonha por conta do trauma.
Tento ressignificar entender que minha mãe tbm agiu assim pelo ciclo de surra que ela tbm sofreu, mas é difícil quando os traumas gritam .
Enfim, para uns pode parecer bobagem como a autora relatou suas irmã apanharam até mais e hoje não tem maiores problemas como ela.
Mas para mim tento entender pq sinto tanta rejeição por parte da minha mãe desde infância questiono pq minha irmã não recebeu mesmo tratamento sendo eu e ela uma diferença de 12 anos.