sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O DESTINO DAS ESTRÉIAS DESTA SEXTA NOS EUA

As estréias deste final de semana aqui nos EUA provam o que todo mundo sabe: que Hollywood trata os primeiros meses do ano como depósito de lixo. Os filmes que concorrem ao Oscar chegaram em dezembro e continuam ocupando salas. E só em maio, início do verão americano, aparecem os arrasa-quarteirões. Enquanto isso, só produções de terceira, com raríssimas exceções. Lógico, eles podem fazer os filmes que quiserem. Só não entendo por que o resto do mundo, Brasil incluso, tem que passá-los. Sinceramente, por que, nessa época de seca total (no Brasil entre março e maio, e entre setembro a dezembro, no mínimo), não encher as telas brasileiras de filmes nacionais, latino-americanos, europeus, e asiáticos? Por que reservar mais de 90% do nosso mercado a um mercado que só oferece algo de qualidade durante quatro ou cinco meses do ano?

É triste encarar as estréias da semana por aqui: “Fool's Gold”, com a Kate Hudson e o Matthew McConaughey, pra quem não se aguentava de saudades de “Como Perder um Homem em Dez Dias”; “Welcome Home Roscoe Jenkins”, uma comédia com o Martin Lawrence; “Pathology”, que dizem ser drama mas parece mais um terrorzinho (nome mais conhecido do elenco: Alyssa Milano); e “The Poughkeepsie Tapes” que, a julgar pelo trailer que já vi umas cinco vezes, trata de um serial-killer que filmou seus assassinatos (pra quem não pode viver sem câmera tremida à la “Cloverfield”). Na realidade, esses dois últimos ainda nem chegaram em Michigan. Mas vão chegar. E pode ter certeza que praticamente todos passarão no Brasil, tirando o lugar de algum filme nacional.

E se você acha essa seleção ruim, espere só pra ver como será o começo de 2009, devidamente afetado pela greve dos roteiristas...

4 comentários:

Liris Tribuzzi disse...

Não passam nada fora do circuito hollywoodiano porque não dá dinheiro, infelizmente.

Lembre-se que por traz de uma rede de cinemas sempre tem alguem pra colher os lucros!

lola aronovich disse...

Será? Claro que filme americano, por pior que seja, tem público garantido no resto do mundo. Mas é questão de educar o público pra gostar de outras coisas. Aposto que tem muita gente que gostaria de ver filmes latino-americanos. Mas o que elas podem fazer, se esses filmes não passam de jeito nenhum?

Liris Tribuzzi disse...

O público pra esse tipo de filme é muito restrito e os multiplexs têm como seus melhores freqüentadores o público jovem (porpagarem meia, na maioria das vezes). É claro que uma parte quer ver outros tipos de filmes e recorrem aos centros culturais da Av. Paulista (que acabam sendo mais caros que os cinemas dos shoppings e não têm horários tçao flexíveis), mas a maioria preferem a diversão 'mastigada' dos blockbuster.

lola aronovich disse...

Tem toda uma geração (aliás, mais de uma) que só cresceu com blockbuster. Nao conhece nada diferente. Compara com o que os jovens iam ver no final dos anos 60 até meados de 70. "Easy Rider" foi um sucesso! "O Poderoso Chefão" foi o campeão de bilheteria do ano...Tinha "Tubarao", mas também tinha publico pra "Laranja Mecanica". Hoje qualquer filme mais alternativo nao passa. Sequer é feito! Olha os filmes "alternativos" de hoje: "Juno"!