sexta-feira, 25 de julho de 2014

A BELA ADORMECIDA NÃO DORMIA

Outra Fernanda que sabe tudo de francês perguntou se eu queria que ela traduzisse um artigo que uma amiga escreveu sobre Malévola e o feminismo. Eu respondi: só se for pra ontem! É um belo artigo. Muitíssima obrigada!

Mais que um remake técnico, Malévola, nova versão cinematográfica do célebre conto de Perrault, transforma a imagem arquetípica da mulher. O filme transcende as diferentes formas de feminismo para trazer uma nova e moderna resposta à questão da mulher no século XXI.
O significado dos contos de fada
Um conto não é só uma história. Um conto é isento de qualquer semelhança com o real: ele tem diabos, bruxas e sua magia, e situações malucas. E além disso, um conto é recheado de simbolismos: ele tem seu sistema ternário de cores (vermelho, branco, preto), formas (círculo), objetos (pluma, espada), cada qual utilizado com um sentido preciso. 
Um conto não é jamais visto somente por aquilo que conta, mas sobretudo pelo que significa.  Na psicologia, o conto é tratado com um arquétipo, quer dizer, um aspecto do inconsciente coletivo, uma maneira universal de compreender o mundo. Assim, mesmo se cada conto possui várias variações de detalhe –- pois na sua origem ele se transmitia oralmente, e cada contador acrescentava ou modificava certos elementos, segundo sua inspiração -– essas modificações não alteram em nada o sentido inicial e simbólico do conto. 
Para o conto da Bela Adormecida, existem pelo menos três versões diferentes, e algumas podem te surpreender (como explicarei em seguida). Mas todas se destinam ao mesmo significado, ao mesmo arquétipo.
A Bela Adormecida ou o nascimento da feminilidade
Como explica Bruno Bettelheim, na sua obra A Psicanálise dos Contos de Fada, o conto da Bela Adormecida é a alegoria da passagem de menina a mulher, com as dificuldades e sofrimentos que essa etapa apresenta. Apesar de todo amor e atenção que os pais dão à filha, eles não conseguem evitar a maldição da puberdade, que começa no sangue (as menstruações) e se prolonga no refúgio em si mesmo (o sono de cem anos). 
Para tirá-la desse estado, o príncipe deve em primeiro lugar derrubar uma floresta de espinhos, a barreira vegetal que protege sua virgindade, para finalmente beijar sua princesa e fazer dela uma mulher. Na versão mais antiga do conto, não com um beijo, mas com o nascimento do filho que ele desperta a princesa, no momento em que o filho busca os seios da mãe para mamar. 
Ao contrario das versões da Disney, o conto prossegue com as maldades da mãe do príncipe, por ser ciumenta. Para viver em paz com sua princesa o príncipe deve matar a mãe: ela terminará por ser queimada num grande caldeirão. De menina à mulher e mãe, em seguida dona de casa, a Bela Adormecia ensina às meninas o papel que elas devem seguir na sua existência. Esse conto fornece uma imagem arquetípica da mulher, uma resposta à questão: o que é ser mulher?
O filme de 1959, mesmo sem integrar o fim do conto (a morte da mãe), ainda é fiel ao arquétipo do conto. Mas o que acontece em Malévola? As "variações" dadas se parecem com as variações dos contos, sem consequência para seu significado profundo? Na realidade, as modificações dessa nova versão não são superficiais: ao contrário, elas mudam completamente o arquétipo clássico da mulher. 
O começo do problema: a inocência aliada ao crime 
O conto de Malévola começa com um casal, como na Bela Adormecida, mas esse casal é infantil: na beira da adolescência, Malévola, pertencendo ao mundo mágico, e Estevão, um humano, se encontram. Esses dois pequenos seres, que ainda não entraram no mundo dos adultos, simbolizam um destino que ainda não foi construído; eles são os arquétipos a construir. 
Mas um conto começa sempre por um desequilíbrio que forma um problema a se resolver, a finalidade da aventura dos personagens. O fim do conto deve sempre restabelecer o equilíbrio entre o princípio feminino e o masculino: um rei viúvo deve encontrar uma mulher, uma princesa solitária deve ter um bebê… Em Malévola, o desequilíbrio aparece na idade adulta dos dois personagens. Estevão, o apaixonado traidor, corta as asas da boa fada Maléfica para satisfazer seus acessos de ambição. 
Dessa maneira, e de uma forma totalmente radical em relação aos contos ancestrais, o pecado original consiste na opressão masculina sobre o princípio feminino. Para afirmar seu poder (se tornar rei), o jovem rapaz aniquila a jovem moça retirando dela o que a faz ser fada, e o que a faz ser mulher, de uma forma. Pelo ato de "cortar as asas", expressão com grande potencial figurativo, Estevão impede Maléfica de crescer normalmente e de se realizar em toda a sua feminilidade. 
A partir desse fato, o conto vai trabalhar o vocabulário simbólico da opressão masculina. Por exemplo, Malévola, na sua condição de ser mágico, é alérgica ao ferro, alegoria da crueldade e corrupção. Nessa versão do conto, o conteúdo do rito iniciático da Bela Adormecida é modificado: a passagem de menina a mulher não é mais o resultado de uma maldição que a menina deve aceitar passivamente, mas consequência de um gesto humano contra o qual, com certeza, vai ter que lutar.
O movimento de liberação do corpo
Essa versão do conto, de ser ou se tornar mulher, não se exprime na aceitação imóvel de sua condição, mas no agir, no fazer. Entre sono violado por um terceiro e a luta, há um espaço de reivindicação: o direito da mulher de dispor de seu próprio corpo. Porque é exatamente sobre isso que repousa a ambição de Malévola desde o início: se vingar da mutilação de seu corpo, tentativa criminosa de submissão. 
Para lutar, Malévola deverá se realizar na sua liberdade pela reapropriação de seu corpo. Assim, Malévola é livre para escolher não ter filhos e até dizer que ela "não gosta de crianças". Por essa palavra performativa, Malévola parece se emancipar dos clichês da mulher da Bela adormecida: não, a mulher não é uma simples procriadora potencial. Ainda mais, Malévola dispõe de seu corpo utilizando roupas e acessórios inconvenientes para uma bela princesa: couro, chifres etc. Não submissa, proprietária de seu corpo, Malévola é livre. 
E não reside aí todo o princípio do filme que faz triunfar a liberdade feminina apesar da maldição original? Malévola nasceu Malévola (ou Maléfica): mas, ela ganhará sua liberdade e se libertará de seu destino onomástico se tornando caridosa. E, diferentemente da versão original do conto, não será a terceira fada-madrinha que tentará modificar o feitiço lançado por Malévola a Aurora, mas Malévola: a encarnação do seu livre arbítrio.
Mulher versus Homem
Com plena posse de sua liberdade, Malévola assume a postura de guerreira, que lhe permitirá encarnar seu pleno poder. O poder da feminilidade, sua única potência claramente expressa nessa versão do conto. O homem, nessa história, é selvagem, desordenado ou bobo. Dessa maneira, os homens do rei não conseguem jamais ultrapassar a barreira sagrada que protege o mundo das fadas. Além do que, Malévola  é muito eficaz no combate em que suas armas são as mãos nuas, e ela enfrenta todo um exército.
Somente quando o homem inventa uma tática traiçoeira, seguindo sua natureza, é que ele consegue capturar Malévola. Mas isso porque ele não esperava pela magia das asas da heroína que retornariam para coroar o fim de sua busca. A feminilidade triunfa acima de tudo. 
Desse ponto de vista, o personagem de Filipe é particularmente interessante. Herói no conto da Bela Adormecida, libertador da feminilidade de Aurora por seu beijo, Filipe é, ao lado de Malévola, um pequeno nada sem relevo. Melhor ainda, é ele que fica no sono e inação: sutil inversão dos valores de poder. Ainda mais, ele se revela totalmente incapaz de acordar a princesa.
Um… dos feminismos
Do ponto de vista simbólico e da história, Malévola parece ser uma colcha de retalhos sincrética de diferentes formas do feminismo: o movimento de liberação das mulheres, representado pela reapropriação do corpo, mas também um feminismo radical que consiste em denunciar a opressão masculina e se inscreve numa luta de sexos, tão exigente e violenta como a luta de classes. 
Mas um outro tema, mais feminino que feminista, é abordado pelo conto: a natureza. As referências a uma terra perfeita, povoada por flores e riachos, habitada por animais maravilhosos, isolada do território bestial e cinza dos homens, próxima a um jardim do Éden, podem levar a uma reflexão ecológica, como a do filme Avatar (cuja estética sem dúvida inspirou Malévola). 
Mas no conto Malévola a natureza é sempre ligada à mulher: Malévola é guardiã e protetora, e é no meio desse mundo que Aurora obtém sua liberdade de mulher -- ela decide deixar suas mães (as fadas) porque ela aprendeu a amar o jardim maravilhoso e decide habitar nele. 
E é nesse jardim que Malévola, que não queria crianças, começa a amar sua afilhada. Esse reino preservado simboliza a mulher na sua dimensão daquela que dá a vida. Graça a ele há o retorno da ternura e o triunfo do amor materno: como uma mãe, Malévola luta ferozmente para salvar a vida de Aurora, e como uma mãe ela se sacrifica por essa causa.
Dama natureza
A natureza nesse conto não existe tão somente por ela mesma, mas para dar relevo e profundeza à moral do conto: é certo, a mulher deve lutar contra a opressão masculina, mas sua verdadeira liberdade reside na aceitação que ela fará da sua natureza de mulher. A escolha de Angelina Jolie para encarnar Malévola parece evidente: mulher fatal e mãezona, ela concentra sua imagem em vários temas abordados pelo conto.
Com a diferença da vida real, onde cada forma de feminismo pode se opor a outra (Simone de Beauvoir não seria amiga de Julia Kristeva), as diferentes teses feministas evocadas pelo conto se encontram num todo coerente. O feminismo radical é ultrapassado por uma visão naturalista, e a luta termina num equilíbrio entre homem e mulher (pois Filipe é aceito no jardim). 
Os arquétipos do feminismo evoluíram? Depois da mulher oprimida e do feminismo que recusa toda forma de feminilidade, nossa sociedade teria enfim encontrado um compromisso?

83 comentários:

Anônimo disse...

Maléfica ou malévola

Anônimo disse...

Só para lembrar que no Brasil o filme e a personagem receberam o nome de Malévola, não Maléfica.

Anônimo disse...

Maléfica ou Malévola?
Bom post.

Anônimo disse...

É bom saber que a Disney começa a ajudar na evolução de ideias. Mas será que todos que vão ver o filme vão notar as sutilezas? Espero que sim.

lola aronovich disse...

É MALÉVOLA, gente? Eu ainda não vi o filme, e vi os dois nomes. Assumi que MALÉFICA é o nome do filme, e MALÉVOLA é o da personagem. Mas se vcs dizem que os dois nomes são MALÉVOLA, vou corrigir...

Anônimo disse...

Lola, é porque o filme e a personagem ficaram com esse nome, Maléfica, em Portugal

Anônimo disse...

Anônimo 14:50, acho que boa parte das pessoas tem percebido essa mudança sim, tanto que os machistas já começaram a reclamar:

http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2014/06/06/a-misandria-de-malevola/

Anônimo disse...

O inimigo maior de homens e mulheres é a indústria cultural...

Tinúviel disse...

É Malévola mesmo, Lola.

Anônimo disse...

Guerra entre os sexos provoca prejuízos, stress e aborrecimentos.


A união para a construção de patrimônio e para a fruição de riquezas e serviços é a maior vantagem da união de um casal. O casamento deve servir para se aumentar o dinheiro dos dois.


O amor ao dinheiro é capaz de melhorar a vida de muitos casais inteligentes, poupadores e disciplinados.

Sempre apoiei as conquistas profissionais das minhas parceiras, pois sabia que quanto mais dinheiro uma mulher ganha, mais interessante, atraente e bonita ela se torna.

Ana disse...

Lola, o nome do filme e da personagem é "Malévola" (pelo menos na tradução brasileira). O filme é maravilhoso, a fotografia é linda, Angelina está impecável.

Nem todo mundo que vai ao cinema entende todas as "sutilezas" (como disse o anônimo de 14:50). Afinal, nem todo mundo é estudioso do feminismo. Mas, mesmo para um leigo, é visível que a história rompe com os estereótipos dos contos de fadas. Quem salva a princesa não é o príncipe (mesmo que eles fiquem juntos no final). E a Malévola não é a bruxa má, mas também é quem salva a princesa. Heroi e vilão no mesmo personagem. Eu acho que a Disney fez um belíssimo trabalho e fico muito feliz por saber que minhas futuras filhas poderão ver essas histórias maravilhosas. <3

Unknown disse...

Ainda não vi o filme, e andava sem vontade por ter lido muitas críticas à direção... A análise me fez mudar de opinião: vou acrescentar à minha lista. :)

Alana Rios disse...

Discordo de algumas coisas, mas é apenas uma divergência de opinião mesmo ^^. Mas tem um trecho um pouco divergente, quando a autora diz que "Por exemplo, Malévola, na sua condição de ser mágico, é alérgica ao ferro, alegoria da crueldade e corrupção.". É folclore em diversas áreas do globo que qualquer ser sobrenatural pode ser afastado com metal puro, não necessariamente ferro (que é só o mais comum, mas fala-se também em prata, estanho e até bronze), e não pela 'vítima' ser 'mágica', já que o mesmo é seria aplicável até pra zumbis, demônios e fantasmas. Seria algo muito mais relacionado à pureza do metal do que sua relação com violência.

Anônimo disse...

Maleficent em inglês, Malévola em Português

Maria Fernanda Lamim disse...

muito bom o artigo! (alias, o filme tb).

concordo com tudo, so discordo de um ponto: nao acho que Filipe seja "um leve nada" na historia. ao lado de Aurora, que apenas se descpobre como mulher, ele é a força masculina em seu incio. Ela é a Donzela e ele, o Jovem Cornifero. nao e que ele seja incapaz de desperta-la; é que ele não será o "salvador" dela. no filme mesmo ele diz que os dois aonda nao se conheciam bem. ou seja: ele nao esta ali para salva-la, e ela passiva. mas sim, os dois com as forças equiparadas (como aparecem no jardim, no fim do filme) podem se unir (se conhecer melhor) e entao gerar o equilibrio entre masculino e feminino.

Anônimo disse...

Sim, Felipe e aceito como um escravo inferior, no jardim freminino

André disse...

Alana Rios,

Prata e ferro eu já ouvi falar, mas os outros nunca tinha visto. Só uma pequena correção, bronze é uma liga.

André disse...

Anônimo 14:50,

Claro que as pessoas vão perceber as "sutilezas", já que não são nada sutis. Mas achei interessante que o único homem decente do filme era um pássaro.

Luiz Prata disse...

Esclarecendo sobre o título:
É uma diferença entre Brasil e Portugal, sendo Malévola no Brasil, Maléfica em Portugal. Afinal, embora falemos o mesmo idioma, há diversas diferenças de vocabulário entre os dois países. Basicamente, é o mesmo caso de ônibus (Br) x autocarro (Port.) e de celular (Br) x telemóvel (Port.).

Quanto ao filme: achei excelente, na medida em que subverte a questão da rivalidade feminina, colocando Malévola e Aurora como amigas. E é Malévola que desperta Aurora, enfatizando que há mais de uma forma de amor (no caso, amor maternal em vez de romântico).
Quanto aos que reclamam de misandria, bobagem. Além de Felipe, há Dieval como representação masculina positiva e atuante. Se bem que haters gonna hate, reclamando de qualquer protagonismo feminino.

Raven Deschain disse...

Lola, seria bom vc ver o filme. A hora que o camarada lá arranca as asas dela, eu associei com estupro. Até meu marido, que é meio tapadão disse que se sentiu mal vendo. É uma invasão ao corpo feminino mostrado de maneira tão brutal que dá arrepios.

Anônimo disse...

Minha irmã assistiu e disse que é uma porcaria esse filme, mas lendo a história se trata de uma mulher que ama a outra não sendo lésbica.
O que deixou os machistas de plantão frustrados

Anônimo disse...

Uma curiosidade .
A única criança que não chorou fazendo o filme foi a filha dela.
as crianças tiveram medo da melevola

MAIA disse...

Filme ruim demais adorei a questão do feminismo.
Geralmente só tem mocinha chorona que a vida é casar com um homem e ser feliz para sempre

André disse...

Luiz Prata,

Dieval não é um homem, é um pássaro.

Anônimo disse...

Malévola mostra sim mulheres podem se amar e sem serem lésbicas!!
É assim que eu vejo as feministas mulheres que não tem vergonha de ser mulher e que se admiram, e não como loucas desvairadas que a mídia mostra.

Anônimo disse...

Lola vc não acha que a marcha das vadias mancha o feminismo?, o nome e mulheres de peito de fora, eu acho que as pessoas ficam com uma imagem equivocada muito por conta disso, e os machistas vão em cima disso pra dizer que feministas são mulheres querendo aparecer.

Anônimo disse...

"meu marido, que é meio tapadão disse que se sentiu mal vendo"

Engraçado este padrão pelo qual feministas se referem a seus companheiros,sempre como abobados, e a falta de consideração emocional que demostram por eles também e visivel. Ate a Lola quando se refere ao seu marido, soa sempre como a alguém assim, eu noto um padrão ai sim.

Anônimo disse...

Acho que a macharada queria que ela fossem lesbo tadinhus
Mas eu acho que mulher também gosta de ver dois homens se pegando mas só que pelo fato deles fazerem anal na maioria dos filmes eu acho muito agressivo, mas eles se chupando eu não vejo nada demais
Ou será que as mulheres gostam de ver os homens dando o chimbico

Anônimo disse...

Eu acho valente e mulan tem uma pegada feminista, mulan é ótimo eu acho que todo mundo já viu esse filme, pelo menos a disney tá mudando um pouco.
Apesar de eu adorar aqueles contos de fadas

Anônimo disse...

Qualquer mulher que fuja do estereótipo mulherzinha pra eles é sapatona. acho que pensam que as mulheres não podem ser fortes

Luiz Prata disse...

André,
não há necessidade de "correção" e não há erro algum no que eu disse. Usei a palavra "masculina", que não se restringe a humanos. E, independente de sua origem, ele age como humano (aparência, fala, raciocínio) na maior parte do filme. E tem ação de destaque, ponto. Prender-se a minúcias biológicas diminui desnecessariamente a questão. E o filme continua excelente com todos os méritos mencionados.

Raven, você não foi a única a fazer essa associação. Pior ainda porque a personagem foi drogada por alguém em quem confiava.

Anônimo disse...

Gente, Maléfica é a tradução em Portugal!

André disse...

Luiz Prata,

Então um pássaro macho retratado de forma positiva é uma prova de que não há misandria no filme? Não que eu ache que o filme seja misândrico, eu nem sei que parâmetros seriam necessários para isso. Mas acho bem forçado esse argumento.

Elaine Cris disse...

Feminismo que recusa toda forma de feminilidade...
Achei esse trecho estranho. Por que afinal o que é feminilidade? E de que forma algum tipo de feminismo recusa a feminilidade (seja lá o que esse conceito queira dizer).
No mais, gostei do artigo.

André disse...

Aliás, em vários diálogos é lembrado que ele não é humano. Tanto que ele se transforma também em dragão. Como você disse o filme tem muitas qualidades e haters gonna hate, não é necessário ocultar um defeito para enaltecer as qualidades do filme e os misóginos não precisam de motivos adicionais que o protagonismo feminino para odiar o filme.

Anônimo disse...

Bom, considerando que teve que ser um filme bem simplificado pras crianças entenderem, eu gostei. E minha parte favorita foi ver esse mito machista de que "mulher se odeia e não pode ser amiga e blábláblá ladainha machista" indo esgoto abaixo. André, quanto ao Dieval ter sido um pássaro antes de virar homem, eu acho que é mais uma simbologia. Tipo, o Dieval e o Felipe são os homens bons da história, e ambos são homens que estão à parte, separados da sociedade violenta, essencialmente diferentes do Stephan e do rei, são homens que não seguem o padrão comum de masculinidade. E pássaros são símbolos de liberdade, então o Dieval ser uma ave também pode ser interpretado como uma maneira de dizer que ele era livre daqueles padrões ridículos de masculinidade do reino, e isso o fazia um homem bom. Pra mim faz sentido.

E anônimo das 15:48, claaaro que Felipe virou escravo, é só ver ele no final vestido de trapos, com as costas ensanguentadas, amarrado no pelourinho e a princesa Aurora do lado com um chicote na mão. Sinceramente, por que você não pula de cabeça num precipício pra ver se o cérebro pega no tranco e você para de passar vergonha em público?

André disse...

Pensando melhor, eu não acho que o filme seja misândrico. E não é porque seja misantropo (como disse uma comentarista do Blog do André Forastieri) já que as mulheres humanas são retratadas positivamente, nem porque existe uma macho não humano retratado positivamente. Mas porque o próprio Stefan não é totalmente mau, afinal não teve coragem de matar a Malévola, os soldados são joguetes do rei e não canalhas inveterados.

Anônimo disse...

Owwn! Malévola é sensacional! É claro que por ser um filme da Disney, tem um público-alvo bem específico, mas no geral tem uma quebra paradigmática no conceito de contos de fadas bem interessante mesmo, importante para incentivar outras empresas e segmentos a fugir dos estereótipos femininos; E também abandona um pouco a ideia de que há um bem e um mal absoluto nos conceitos clássicos de vilão e mocinho, mostrando que na vida nada é branco e preto dessa forma :) Sendo um conto de fadas da Disney, Malévola foi uma surpresa muito agradável pra mim. E acho que muitas outras inovações quebrando esses estereótipos de gênero vão começar a surgir também. Recentemente, a Marvel anunciou que Thor será uma personagem feminina. Nem preciso dizer que foi uma desolação para uzomi, mas é bem legal que essa abertura para o público feminino esteja sendo mais reconhecida.

Quanto ao príncipe Philipp, em Malévola, minha interpretação foi no sentido de que era uma relação contingencial, pois havia muitos outros aspectos na vida de Aurora, sendo Philipp apenas mais um deles e não o principal.

Paula disse...

olha, eu gostei do filme pelo filme e não como uma história da Malévola.

eu sou extremamente nerd no que se tange contos de fadas e detesto quando as coisas são modificadas ao bel-prazer dos autores.

A Malévola tinha que ter virado ruim e ter permanecido ruim. Ela é foda justamente dentro dessa ruindade dela (ela é tipo o Felix). Qualquer fan da Disney adora a Malévola ruim, sem essa papagaiada de amor materno, se apegar à Aurora etc. Ela era a minha ídola da tenra infância!!! (até aparecer a Ariel)

Eu estava adorando o filme até o feitiço. Depois a coisa degringolou...

Achei legal o pai da Aurora ser o coisa ruim de verdade da históra, mas o que fizeram com o príncipe foi vergonhoso!! Logo o Felipe que sempre foi um bom príncipe (e que não vivia no passado, como o pai, e sim no sec XIV!)

A reviravolta das fadinhas tb foi sacanagem... elas foram um dos pontos altos do filme original...

A partir do feitiço, o filme tinha que ter continuado como o orignal... Malévola ruim e fodástica que vira dragão no final, Aurora uma pessoa gostável (não gostei da atriz do filme) e o Filipe tipo um Mr. Gray da Idade Média. E viveram felizes para sempre...

p.s. senti falta a fantástica trilha sonora do Tchaikovsky do filme orignal..

melhor cena de ambos os filmes

https://www.youtube.com/watch?v=NmE1UcRV3Ms

Anônimo disse...

Sawl

D Stoffel, eu acrescento mais uma personagem Disney forte, a destemida princesa Elsa de Frozen. :)


Sawl - always the rebel

Raven Deschain disse...

Ih anta. Eu quis dizer que ele é meio tapado na questão de entendimento de sutilezas e a respeito de estupro, ele não reconheceria nem se dançasse pelado na frente dele usando só um guardanapo na cabeça. ¬_¬

Mas vejo que o tapado na vdd é vc.

Raven Deschain disse...

Pois é Luiz, eu andei dando uma lida. Que coisa esquisita de se ver... Hahaha

Anônimo disse...

@Luiz Prata
A representação do pássaro pode não ser masculina. Mas apenas humana.

Por isso que é complicado colocá-lo como sendo uma atuação positiva de um homem.

Anônimo disse...

"O homem, nessa história, é selvagem, desordenado ou bobo. Dessa maneira, os homens do rei não conseguem jamais ultrapassar a barreira sagrada que protege o mundo das fadas. Além do que, Malévola é muito eficaz no combate em que suas armas são as mãos nuas, e ela enfrenta todo um exército.
Somente quando o homem inventa uma tática traiçoeira, seguindo sua natureza, é que ele consegue capturar Malévola. "

Só por esse trecho, já sei que não saberei nada sobre o filme com a visão distorcida da feminista que escreveu o texto.

Ou talvez pior, o filem em si seja ruim pelo seu provável maniqueísmo -> Mulher boa - Homem mau.

Eu passo...

BLH

Anônimo disse...

@André disse...

É, mas o corte das asas meio que significa que o Stefan a estuprou. E isso é pior do que matar.

André disse...

Anônimo 19:05,

Não sei, para mim o fato de ele não ser um homem, e isso ser salientado no filme, torna não relacionável o seu comportamento, bom ou ruim, aos homens humanos. Concordaria com esse raciocínio se aplicado ao príncipe, mostrando que a maldade masculina se restringiria aos homens do reino de Aurora. Mas o príncipe é um personagem tão raso que mal dá concluir qualquer coisa. Além disso, a maldade dos homens do reino de Aurora parece ser muito mais decorrente da loucura e ganância dos seus reis.

André disse...

Anônimo 20:46,

Não sei dizer o que é pior, assassinato ou estupro, mas o fato é que a cena dá uma relativizada na maldade do Stefan, fazendo dele meio que uma vítima da sociedade profundamente desigual do reino, esse é meu ponto.

Anônimo disse...

Quem estiver com o inglês em dia, espia aqui. Angelina Jolie confirmando que a cena das asas é mesmo uma analogia ao estupro

http://jezebel.com/angelina-jolie-yes-that-scene-in-maleficent-is-about-1589876946

E não vamos nos esquecer que o conto d'A Bela Adormecida é 100% relacionado com estupro.

Luiz Prata disse...

D. Stoffel, por incrível que pareça houve quem se referisse ao filme como "lésbico" (algumas resenhas de usuários no site TV Tropes, por exemplo), e fazendo o mesmo com Frozen. Eu gostaria de saber o que essas pessoas consideram como um relacionamento não-lésbico entre mulheres: rivalidade, traição, ódio? Será que para essa gente qualquer relação positiva entre mulheres tem um "tom lésbico"? Francamente...

A Paula que me desculpe, mas eu adorei Malévola EXATAMENTE pela ligação positiva dela com a Aurora. Se o filme seguisse o original com ela 100% vilã eu nem sequer teria assistido. Se eu quisesse algo assim, teria alugado a animação clássica.

Em termos mais gerais, tenho notado que esse tipo de reação negativa é mais forte em relação a Malévola do que a outras mudanças de personalidade em personagens de contos de fada, como Shrek (ogro heroico, Fada Madrinha e Príncipe Encantado vilões) e a HQ Fábulas (Gepeto como déspota genocida, Lobo Mau heroico se casando e tendo filhos com Branca de Neve). Aliás, o próprio desenho A Pequena Sereia é bem diferente do conto original de Hans Christian Andersen.

Falando em versões diferentes, foi aterrador saber que, em uma das variantes do conto da Bela Adormecida, o príncipe estupra a princesa em seu sono, além dos detalhes da (s)ogra.
Há outras coisas perturbadoras em outros contos: Na história da Branca de Neve, quando a rainha pergunta ao espelho "Quem é a mais bela", a Branca de Neve tem SETE anos (!!!). E numa versão mais antiga, a rainha que quer matá-la não é a madrasta, mas a MÃE da garota. Em Chapeuzinho Vermelho, na versão de Charles Perrault, o Lobo devora a menina e fim da história, sem caçador. Foram os Irmãos Grimm que atenuaram a maioria dos contos que passaram por eles.

Anônimo disse...

lembrei da Lilith, a primeira mulher a viver no jardim do éden. Ela tem as mesmas características de Malévola talvez tenha cuidado do paraíso melhor do que Adão.

Patty Kirsche disse...

Eu curti esse filme. Acho legal ter uma abordagem nova no cinema do que o feminino significa, especialmente para crianças. Isso tudo forma mentalidade, ainda que de forma inconsciente.

Anônimo disse...

Eu gostei do filme.
Ah, e teve alguém aí que mencionou a Elsa, de Frozen. E a Merida, de Valente.

Só porque as duas não encontram macho nas histórias, são chamadas de lésbicas. Ah, aquele velho estereótipo que se mulher não casa com homem, é porque é lésbica, não porque quer ficar sozinha ou ainda não encontrou alguém que ela queira ficar.

Teve muito mimimi em volta de Frozen também.

Anônimo disse...

A hora que o camarada lá arranca as asas dela, eu associei com estupro


depois negam que tem obsessão por estupro,arrancar as asas de um ser tem tudo a ver com sexo forçado,tem mesmo...

Anônimo disse...

Lilith. <3

Anônimo disse...

Muitas mulheres lamentando que a relação não tenha se concretizado lésbica, mas não, o problema são os mascus que só querem ver lésbicas no cinema... como se Thelma & Louise, Sex and the City ou Persona (pra diversificar bem) precisassem da intensão sexualmente ambígua do Malévola para mostrar intimidade não-sexual entre mulheres...

Anônimo disse...

Vou assistir hoje mesmo.
Até que enfim um filme sem a donzela chorona de sempre. ^_^

Raven Deschain disse...

Off-topic:

Ai meldels, eu devo.

http://www.buzzfeed.com/manuelabarem/o-texto-do-projeto-de-lei-do-vagao-feminino-no-metro-de-sao


Não sei o que é pior. Se isso:

"Sabemos que, infelizmente, grande parte da população feminina é obrigada a conviver com abusos pela falta de espaço nas composições."

Isso:

"Infelizmente as mulheres não são respeitadas nessas composições nem mesmo quando acompanhadas por filhos menores."

Ou isso:

"as mulheres não tem outra opção senão “agüentar” esse constrangimento durante todo o percurso."



Chessuuuuuus.. O.O

Anônimo disse...

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-07-24/candidato-do-psdb-propoe-criacao-do-kit-macho-e-chama-dilma-de-presidanta.html

lola aronovich disse...

Ah, cara que acha que feministas são obcecadas por estupro por verem a cena das asas cortadas como metáfora de estupro: não somos só nós. Aqui uma entrevista da Angelina Jolie em inglês. Ela diz: “Nós tínhamos muita consciência de que a cena era uma metáfora de estupro”. Desculpaí, mascutroll. Parece que os realizadores do filme também são obcecados por estupro.
Vc falar uma besteira dessas revela a sua total ignorância sobre qualquer tipo de análise. Assim como muitas cenas são metáforas de castração (coisas que vc nem imagina: a cena original de MISERY, no livro do Stephen King, era uma amputação das pernas do escritor. Por causa disso, vários astros recusaram fazer o filme. Mudaram a cena para uma violência menos definitiva, que tivesse menos a ver com castração). Símbolos fálicos, metáforas de castração e estupro... Esse tipo de análise é super comum pra quem estuda literatura, cinema, teatro, artes em geral.

Anônimo disse...

sawl Também pensei neste filme é muito legal por sinal :)

Luiz pois é nós como seres humanos podemos nos amar até o amor de homem e mulher sem ter conotação sexual.

Anônimo disse...

Filme machista é aquela bosta de TRANSFORMERS 4 que tive que assistir com meu padastro e os filhos dele -,-

Que poha de filme ridículo. Tem a menina gostosa (gostosa quase anoréxica né) mas indefesa, que precisa dos homens pra salvá-la. Ainda passa metade do filme de shortinho e a camêra dando close nas pernas e no decote. Agora cena de homem sem camisa ou a câmera dando close em braços musculosos, isso tem? NÃOOO, porque só a mulher é pedaço de carne, já o homem é um ser humano!

Anônimo disse...

Ainda sobre TRANSFORMERS 4, sem falar no pai da menina que não deixa a filha de DEZESSETE anos namorar! O filme todo aquele papo de "tenho que te proteger, é pelo seu bem".

Aham, agora se fosse um filho homem ia tá perguntando "e aí filhão, como vão as namoradinhas?". Quando descobre que ela namora escondido, o pai fica ameaçando o rapaz. Ah para! Será que ia ameaçar as "namoradinhas" do filhão também?
E o filme todo ela, a mocinha indefesa, tendo que ser protegida por esses dois...

Numa das cenas ela faz uma cagada TÃO grande que o diretor nem se importou em disfarçar, é pra deixar na cara que ela é burra mesmo e pro espectador xingar! Porque né, se é mulher e gostosa então tem que ser burra e não saber se defender...

Janaina disse...

Não dá pra levar Transformes a sério, Michael Bay tem a maturidade e a mentalidade de um menino de 12 anos. Nem considero os filmes deles machistas,são "infantis" mesmo, na pior acepção possível

Anônimo disse...

O que eu falar não terá nenhum crédito, mas sobre a questão do ferro dar dano (alergia) em fadas, as fadas (que não são apenas mulheres, fadas homens também são chamados de fadas, os trolls - a criatura, literalmente - são um tipo de fada), são seres místicos em que as pessoas acreditaram muito até a "idade do ferro". Depois desse período a crença foi diminuindo, então o ferro é como um marco da descrença da humanidade no místico. Por isso essa associação.

Anônimo disse...

09:06

olhei o link
e achei que era brinks

Anônimo disse...

É mulher n precisa de homem para dedende-las,então,pq ficam tão putas quando um homem diz q n vai levantar um dedo para ajudar uma mulher me perigo ?

Anônimo disse...

O Filipe é um homem bom no filme, não acho que só porque ele não tem destaque que ele não conte, tanto é que no final ele vai na terra da Malévola também. Mas aí é que tá, porque temos um filme em que o destaque fica com as personagens femininas e os """vilões""" são homens, o filme é misândrico? Pelo amor de deus, filmes existem pra representar diferentes histórias, quando se critica filmes machistas não é porque lançaram UM filme machista, mas porque estatísticas mostram que a maioria dos filmes seguem esse padrão que reduz as mulheres.

Eu esperava mais do filme por causa do trailer e por não ter me informado muito a respeito, mas depois que assisti percebi que é um filme mais para crianças, e nesse sentido é um ótimo filme. Adorei as percepções relatadas aqui, e acho que boa parte das pessoas gostou de ter sido a Malévola quem quebrou a maldição, e pensar que o Filipe é menos importante por não ter feito isso me parece sem sentido. É muito mais lógico que um guri que a Aurora acabou de conhecer não seja capaz de quebrar a maldição, mesmo que ele se torne o companheiro dela depois.

André disse...

Anônimo 14:27,

Um único homem representado positivamente no filme seria suficiente para torná-lo não misândrico? E se fosse o inverso, uma única mulher representada positivamente seria suficiente para tornar um filme não misógino?

Ná M. disse...

Só um detalhe : Os símbolos, as coisas aparentemente "fora da realidade" que os contos de fadas as vezes possuem, não são tão fora da realidade assim..Se observar, é de um material muito próximo dos nossos sonhos. Existe, inclusive, um tipo de terapia, na Radiestesia, que se utiliza de símbolos míticos para ajudar a cura de doenças. Algumas imagens ficam no nosso inconsciente, sem termos noção de que elas representam memórias ou associações profundas, de gerações..

Anônimo disse...

Tem homem super preocupado porque UM único filme não tem um personagem masculino com representação positiva?
É sério isso?
Se o nosso problema fosse meia dúzia de filmes com todas as mulheres mal representadas, em vez de quase toda uma indústria, seria ótimo, nem seria problema.

Fernanda disse...

Oi Lola!
desculpa com o problema da tradução do título do filme!
fico contente em ver os comentários, é tão bom ver a repercussão, por isso seu blog é um sucesso!
parabéns pelo trabalho lindo que vc faz!
um beijo

Sara disse...

Vi o filme logo q estreou, é maravilhoso, e achei bem feminista.
Ele mostrou uma das mais conhecidas histórias infantis sobre uma perspectiva bem diferente.
Adorei.
Não consegui ver todos os intrincados pontos de vista da autora do post, mas mesmo assim achei glorioso, que ultimamente o cinema tem mostrado mulheres de maneira muito diferente da que era mostrada no passado.
Frozen e agora Maléfica, são modelos de heroínas muito melhores do q as princesinhas em estado de coma do passado.

Kittsu disse...

Nossa. Você deixaria de ajudar uma pessoa em perigo se for uma mulher só pra provar alguma coisa? Parabéns. Você acabou de provar como sua alma é sebosa.

Thomas disse...

Nem vou ver esse filme. Primeiro que acho um absurdo fazerem filmes sobre vilões de histórias clássicas. Deixem as histórias clássicas em paz, com seus vilões em paz. Até porque, aposto que esse filme dá alguma justificativa do tipo "tá vendo, a Malévola é má por culpa da SOCIEDADE". Tô de boa desse tipo de esquerdismo em contos de fada clássicos.

E segundo que o filme tá com 49% no Rotten Tomatoes,e eu apenas assisto a filmes com no mínimo 70% Certified Fresh.

Anônimo disse...

"Um único homem representado positivamente no filme seria suficiente para torná-lo não misândrico?"

Poxa André, parece que você não leu meu comentário, então vou colar aqui de novo: Mas aí é que tá, porque temos um filme em que o destaque fica com as personagens femininas e os """vilões""" são homens, o filme é misândrico? Pelo amor de deus, filmes existem pra representar diferentes histórias, quando se critica filmes machistas não é porque lançaram UM filme machista, mas porque estatísticas mostram que a maioria dos filmes seguem esse padrão que reduz as mulheres.

"E se fosse o inverso, uma única mulher representada positivamente seria suficiente para tornar um filme não misógino?"

O inverso jamais teria o mesmo peso pois vivemos em uma sociedade misógina, então um filme com representação feminina ruim não existe sozinho, ele tem o respaldo da maioria dos filmes produzidos. E vamos parar pra pensar, um filme onde as vilãs sejam a causa dos problemas masculinos, onde exista essa simbologia das vilãs representarem mulheres em geral, o peso social é incrivelmente maior, justamente por causa do machismo. Vilãs que representassem as mulheres no geral é muito Eva e a maçã, a caixa de Pandora, tudo o que já temos por aí, é possível que ninguém se incomodasse com isso. Já com Malévola, conservadores se coçam de raiva, poxa, mas não era só um filme, como eles mesmos dizem? Isso porque temos a reação do oprimido e ao mesmo tempo representações positivas das relações entre mulheres.
Outro fator do filme que me chamou a atenção é que a Aurora se desenvolve com um bom caráter, entendendo o valor e unicidade da natureza poque ela cresceu longe do reino do pai. Imagino que se ela tivesse sido criada lá, seria afetada pelos valores do reino, então o pai, de certa forma, fez até um favor em se livrar da filha, assim ela pode crescer em um ambiente saudável(por mais que ela tenha corrido sérios riscos sendo criada pelas fadas tapadas rsrsrs).

Anônimo disse...

feminismo radical visto como algo ruim? tá legal....bom emso é esssa merda de hoje que racionaliza a objetificação da mulher,sua exploração sexual e nega a existência da violência masculina.

legal mesmo é embraçar essa feminilidade que criaram para nós e achar lindo a cultura do estupro no 50 tons de cinza!! hahaha

Unknown disse...

Que hilária essa matéria do R7!
Acordem, um número absurdo de filmes trata mulheres como lixo, ou dá papéis insignificantes . Agora aparece um filme onde uma mulher é fora dos personagens que sempre nos dã, e ela é taxada de tudo o que é ruim, assassina, devoradora e manipuladora de homens.

Anônimo disse...

Não gosto dessa mania dos americanos de "deixar bonzinho" pessoas "más". O que significa isso? Que mulheres não podem ser más? Que no fim de tudo nossa malvadeza se converte em ser maternal. Cara, eu ODIEI que deixaram ela boa no fim, pô eu cresci amando as vilãs de contos de fada justamente por serem vilãs! Ela poderia sim ter permanecido mais malvadinha e ter virado dragão, mas né... o bom mocismo americano sempre tem que prevalecer....

Anônimo disse...

Malévola

Anônimo disse...

Para o anônimo das 20:41 eu só digo que a única visão distorcida que eu vejo aqui é a sua Com certeza não quis colocar o nome só para não ser bombardeado nos comentários Mas é óbvio que nesse trecho quem escreveu está completamente certo pois nessa história realmente o homem era tudo isso e muito mais eu sinto em te dizer mas contra fatos não há argumentos se você não viu o filme Infelizmente não posso fazer nada então Pense antes de vir aqui comentar besteiras

Anônimo disse...

Concordo plenamente com Luiz prata Então quer dizer que um amor entre mãe e filha é um amor lésbico sinceramente essas pessoas são pessoas que têm a mente muito limitada e muito presas a um padrão que precisamos romper

Anônimo disse...

Ao anônimo das 12:54 Tá aí uma coisa que eu não sabia muito obrigada pela informação no começo eu fiquei sem entender o porquê dele ter usado correntes de ferro mas com a sua explicação fico tudo muito mais claro

Anônimo disse...

Concordo plenamente se ele tivesse um filho estaria mesmo perguntando como vão as namoradinhas mas já que é uma filha menina ela tem que viver presa isolada dentro de casa sem fazer nada sem poder viver essa divisão precisa acabar infelizmente não dá mais para viver assim como se a gente tivesse no século passado sinceramente Meus parabéns por esse comentário e quero parabenizar também a quem escreveu esse artigo simplesmente tá muito bem feito concordo com você em todos os sentidos ir para os machistas de plantão eu sinto muito mas o máximo que vocês podem fazer é aceitar o filme foi ótimo e ponto final