"Uma colega minha está em um dilema; ela tentou me pedir ajuda mas eu não sei responder. Só tenho 18 anos, mas como sou conhecida como a conselheira das amigas, graças ao feminismo, essa colega veio recorrer a mim.
Ela é casada, mãe de dois filhos pequenos, e trabalha num setor que lhe exige muito. Ela decidiu parar de trabalhar, ela quer tomar essa decisão em sua vida, mas não consegue. Há um empecilho: o marido dela. O marido dela adora os filhos, divide as tarefas e tudo mais. O marido quer largar o trabalho, sim, ele quer largar o trabalho estressante pra cuidar dos filhos. Ele treina pra ser escritor, quer se dedicar mais aos livros. Os dois são bem empregados.
Ela diz que os filhos precisam mais da mãe do que do pai. É o argumento principal dela pra tentar convencê-lo. E diz que não quer sustentar homem, pois pode não ser um casamento pra sempre. Segundo ela, não quer ser sugada. Não quer ter a mínima lembrança que sustentou homem caso venha a terminar o casamento. Ela diz que mulher que banca homem logo se arrepende, porque é anti-natural, 'deveriam internar'.
O marido diz que quer ser a exceção à regra, quer mostrar pra essa sociedade que homem ser sustentado por mulher não tem nada a ver com ser vagabundo. Quer ser um pai realmente presente. Não tem nada que tire isso da cabeça dele, pois o pai dele foi distante dos filhos, era apenas uma carteira ambulante e alguém que morava debaixo do mesmo teto que dava lição e carinho,como um amigo.
Ele não gosta que a escola dos filhos não dê a mesma atençao ao dia dos pais que dá ao dia das maes, e se acha um peixe fora d'agua quando vai à reunião de pais e só encontra mães.
Ele não gosta que a escola dos filhos não dê a mesma atençao ao dia dos pais que dá ao dia das maes, e se acha um peixe fora d'agua quando vai à reunião de pais e só encontra mães.
Ele odeia o trabalho, e suplica à mulher que o deixe estar com os pimpolhos. Ela diz que se ele não ceder vai largá-lo e largar o emprego e tentar encontrar um outro marido. Confesso que nunca vi ou ouvi isso."
Minha resposta: É uma situação complicada porque os dois querem parar de trabalhar fora, se bem que o marido tem aspirações de escrever, o que não deixa de ser um trabalho. É complicado também porque sua amiga parece ser muito inflexível e tem ideias machistas, pelo que vc descreveu. Também não entendi bem sua posição nessa história.
Existe algo chamado divisão sexual do trabalho. Numa sociedade patriarcal como a que vivemos, os homens trabalham fora e ganham dinheiro por isso, enquanto as mulheres ficam em casa cuidando dos filhos, e não são remuneradas. Até pouco tempo esse era o modelo familiar, se bem que mulheres pobres nunca tiveram escolha e sempre trabalharam fora.
Note que eu não digo "nunca trabalharam". Digo "nunca trabalharam fora", porque o trabalho doméstico não deixa de ser um trabalho. Só porque não é valorizado, só porque não tem plano de carreira, só porque não se recebe dinheiro, não faz dele menos trabalho, ou menos cansativo e estressante. Os dois trabalhos, dentro e fora de casa, são importantes. Sem comida não se vive, e é necessário para a pessoa que trabalha fora ter comida pronta, roupa lavada, casa limpinha, filhos alimentados, quando volta do emprego remunerado.
Note que eu não digo "nunca trabalharam". Digo "nunca trabalharam fora", porque o trabalho doméstico não deixa de ser um trabalho. Só porque não é valorizado, só porque não tem plano de carreira, só porque não se recebe dinheiro, não faz dele menos trabalho, ou menos cansativo e estressante. Os dois trabalhos, dentro e fora de casa, são importantes. Sem comida não se vive, e é necessário para a pessoa que trabalha fora ter comida pronta, roupa lavada, casa limpinha, filhos alimentados, quando volta do emprego remunerado.
Com a revolução sexual e o feminismo -- que mostrou que muitas mulheres não se realizavam ficando em casa cuidando dos filhos --, e, talvez principalmente, com o arrocho salarial promovido por governos de direita no início dos anos 1980 (como o de Margaret Thatcher na Grã Bretanha e Ronald Reagan nos EUA), a família de classe média viu que não conseguiria manter seu padrão de consumo com apenas uma das partes do casal ganhando dinheiro. Assim, mais e mais mulheres tiveram, e têm, que trabalhar fora. Hoje 37% dos lares no Brasil têm a mulher como chefe de família.
Só que, como a sociedade continua machista, os cuidados com a casa e com os filhos seguem sendo vistos como obrigação feminina. E as mulheres acabam sendo obrigadas a fazer dupla jornada, trabalhando fora e dentro de casa, enquanto os homens só trabalham fora. Isso vem mudando em países ricos, mas aqui as mudanças são muito lentas. Nos últimos dez anos, os homens só aumentaram sua participação nos serviços domésticos em 8 minutos. É muito pouco.
Junto a este cenário, temos um estado ausente, que quase não oferece creches e educação em tempo integral. Mães que trabalham fora precisam pagar alguém para ficar cuidando dos filhos. Como ainda usamos a biologia como justificativa pra tudo, todos os trabalhos com cuidado de pessoas (seja de crianças ou de idosos) são vistos como "naturalmente" femininos. Babás, empregadas domésticas, professoras de ensino fundamental, enfermeiras -- são todas profissões tidas como "de mulher".
Não por coincidência, também são profissões que pagam mal, ou ao menos muito pior do que pagam as profissões "de homem" (nomenclatura que está indo por água abaixo; é só ver a "feminização" da medicina).
Não por coincidência, também são profissões que pagam mal, ou ao menos muito pior do que pagam as profissões "de homem" (nomenclatura que está indo por água abaixo; é só ver a "feminização" da medicina).
No Brasil a jornada de trabalho é longa. Ainda se discute a redução da carga horária para 40 horas semanais! São poucas as empresas que contratam alguém pra trabalhar meio período.
Se uma das partes do casal ganha bem o suficiente para que a outra não precise trabalhar fora, e essa outra parte topar ficar em casa cuidando dos filhos, a família deve decidir junto o que fazer. E é um privilégio poder escolher. Ter várias escolhas é um privilégio, não um fardo. Imagine quantos casais gostariam de estar na posição da sua colega!
Outra coisa pra se pensar é que largar a carreira pra cuidar dos filhos não precisa ser pra sempre. Pode ser por alguns anos, até que as crianças cresçam. Claro que depois não é fácil retornar ao mercado de trabalho.
Bom, diante de tudo isso, não está escrito em lugar nenhum que quem deve abdicar do trabalho remunerado é a mulher. É verdade, ainda são pouquíssimos os homens que ficam em casa cuidando dos filhos. O preconceito social contra esses homens é muito forte, e às vezes vem das próprias companheiras. Há uma série americana, que ainda não vi, que trata disso com humor: Up All Night.
O preconceito da sua amiga está também em pensar que a pessoa que não trabalha fora é "sustentada" pela outra parte do casal. Não é. As duas pessoas trabalham, só que um trabalho é remunerado e o outro não. Mas ambos os trabalhos são importantes, e a família inteira é "sustentada" por esses trabalhos. Sua amiga chama de vagabunda a mulher que fica em casa cuidando dos filhos? Espero que não! Então por que insinuar que homem que cuida dos filhos é vagabundo, parasita, "sugador"?
Eles certamente precisam conversar, porque os dois não parecem querer ceder. Já que os dois querem parar de trabalhar fora, que tal fazer uma espécie de rodízio? Ele fica dois ou três anos em casa, cuidando dos filhos, e depois volta ao mercado de trabalho. Aí ela fica em casa. Mas, pra isso, ela precisa deixar os preconceitos de lado.
Eles certamente precisam conversar, porque os dois não parecem querer ceder. Já que os dois querem parar de trabalhar fora, que tal fazer uma espécie de rodízio? Ele fica dois ou três anos em casa, cuidando dos filhos, e depois volta ao mercado de trabalho. Aí ela fica em casa. Mas, pra isso, ela precisa deixar os preconceitos de lado.
Explique pra ela que quase tudo no nosso dia a dia é "anti-natural". Este computador é anti-natural. O telefone celular que ela tem é anti-natural. A fralda descartável dos filhos é anti-natural. O carro é anti-natural. A lista é longa.
E sua colega que se prepare: o mundo está se tornando cada vez mais "anti-natural". Ainda bem.
61 comentários:
Nossa, como sua amiga é machista e com pouca fé no próprio casamento. Nunca vi falar tanto em "depois se não ser certo, depois se separar..." eu hein.
Tirando isso, o maior problema é que os dois odeiam seus respectivos trabalhos. E não foi informado se só o salário dela é o suficiente para manter um padrão de vida razoável. Se for, não vejo porque não combinar um tempo para ele se dedicar a escrever e cuidar dos filhos. Depois, no futuro, pode ser a vez dela tirar um tempo sabático. Para mim casamento é uma parceria assim. Ou não?
Não sei se fiquei com a impressão errada, mas pelo relato me pareceu que o fato de ambos estarem em empregos que não suportam também está tendo muito a ver com esse desejo de largarem o emprego para ficar com os filhos.
Mas, enfim. Se ambos querem fazer a mesma coisa, fica complicado. Também sabemos quais as possíveis consequências de uma pessoa não ter sua independência financeira a médio e longo prazo.
Acho que eles poderiam se revezar.
Laurinha
Desculpe mas não existe "mulher machista", e como afirmar que existe "negro racista" quem afirma isto desconhece a carga histórica que pesa sobre o assunto.
por mais feminista que eu seja, eu também não sustentaria homem nenhum.
Oi Lola, um off-topic: Rose Marie Muraro, que eu conheço como uma das pioneiras do feminismo brasileiro, pede ajuda financeira. Pede também uma secretária para ajudá-la a ler e redigir textos, que ela julga urgente por que pensa que não viverá por muito mais tempo:
http://beneviani.blogspot.com.br/2013/08/monica-bergamo_26.html?spref=tw
Bem machista a moça hein... Desvaloriza totalmente o trabalho doméstico achando que vai sustentar o marido "vagabundo" em casa, mas ao mesmo tempo também quer parar de trabalhar... Vai entender...
Ai, queria um marido desses pra mim!! rss
Estou querendo sustentar meu marido enquanto ele estuda pra passar num concurso, mas está difícil de dobrar o 'macho alfa'...
Cara cadê o amor e a parceria, ela parece não confiar no parceiro pois tem uma visão horrível dele, a de um aproveitador que coisa triste.
Como falou a MCarolina casamento é parceria, eu penso assim também, o mundo é tão complicado que casamento é p isso, é uma força, um ombro amigo, alguém que nos ajude, que divida, não entendi porque tamanha falta de sensibilidade com os sentimentos do marido, vai ver ele quer compensar nos filhos algo que não teve na infância.
Clado que não temos informações suficientes para julgar, ao menos fico feliz que essa discussão esteja acontecendo, sobre homens também cuidarem dos filhos.
Izabel
Caramba que mulher nojentinha.Fala do marido como se ele fosse um parasita.
nossa essa mulher é muito machista!
Essa mulher é machista??? Rá. Claro que não! Ela é feminista!
Ela defende o direito dela de trabalhar para ela e, no máximo, para os filhos dela. Ela sente arrepios só de pensar que vai ter que trabalhar fora para sustentar o marido que fica cuidando da casa. Ela sabe que ficaria muito ressentida se tivesse que terminar o casamento neste cenário, pois não quer lembrar que um dia sustentou um homem e NÃO VALEU A PENA!
Conheço um casal e quem cuida dos filhos é o marido, enquanto a mulher trabalha fora. As pessoas da minha família julgam muito o homem por isso. Dizem que é vagabundo, encostado, etc, etc...
O engraçado é que as mulheres que julgam são as mesmas que são donas de casa e reclamam que "ninguém dá valor ao trabalho de dona de casa", sendo que elas são as primeiras a não darem o devido valor. Estranho, não? '-'
Não existe mulher machista, anonimo? Claro que existe. Claro também que ela é machista porque a sociedade é assim, mas não impede que tem muuuuita mulher machista. Falar "desconhece a carga historica que pesa sobre o assunto" é lindo. E tem sim uma carga historica. Mas com carga ou sem carga, tem mulher machista até demais nesse mundo
Alice
Complicado isso, tenho um caso assim na família, a mulher é muito bem sucedida ganha muito acima da média da população e o marido fica em casa, a família julga muito mas no caso deles, ele merece pq é um parasita mesmo. Não cuida da casa, eles tem empregada, também não cuida das filhas, viaja sozinho, amanhece no bar, e ainda ganha R$1200,00 dela pra trabalhar na chácara deles, mas quando tem que capinar a roça ela paga outra pessoa pra fazer o trabalho. Penso que por esse relato não tem como julgar, teríamos que conhecer esse cara pra ver qual é a dele, se ele realmente vai fazer tudo o que se comprometeu com a mulher. Será que esse horror a ideia é só machismo da parte dela, ou tem algo a mais por trás, pode até ser, mas ta difícil julgar só por essas informações. Mas quanto ao cara ficar em casa ou a mulher, se for melhor pra ambos não há problema nenhum.
Penso que o problema não seja o machismo e sim o egoísmo. Pois o marido está na mesma condição que ela: quer que ela trabalhe para que ele possa ficar em casa. Seria ele "feminista" ao propor isso? Ele também não aceita que ela fique em casa cuidando dos filhos enquanto ele trabalha. Ambos estão no mesmo lado da moeda. O que deveria ser discutido nesse caso é: porque as pessoas permanecem em empregos que não suportam? Ah, porque paga bem. Mas qual o preço disso para as relações familiares? Até que ponto vale se matar pra manter um padrão de vida que não lhe permita desfrutar da criação dos filhos? O único vilão aí é o capitalismo e não o machismo. Quanto ao fato dela dizer "não vou sustentar vagabundo" soa errado e machista, mas pode ser que ele diria a mesma coisa caso fosse o protagonista da história falando sobre sua mulher. Eu e meu marido estamos programando a vida para que daqui a 1 ano eu pare de trabalhar para cuidar do bb que ainda não tenho. Ele acha importante que eu fique em casa com o bb, mas reconhece que não ganha o suficiente para nos sustentar. Então eu tô fazendo economias para "me dar ao luxo" de ficar com meu filho e não ser um fardo financeiro pra ele. Acho que esse casal poderia fazer o mesmo, já que o problema é quem sustenta quem. Ambos ganham bem e podem programar a saída do outro do mercado de trabalho. Amora.
Vanessa,
Mas o problema do exemplo que você deu é que o cara cai na gandaia. Eu conheço um monte de mulher que tem marido que ganha bem, tem empregada, não trabalha fora, algumas nem filho tem. Nem por isso são consideradas parasitas.
Essa série 'Up all night' era bem divertida e engraçada, mas ninguém sabe porque eles decidiram inverter a dinâmica na segunda temporada e ficou péssimo. A primeira temporada era sobre uma mulher que AMA o emprego e o pai dono-de-casa que AMA cuidar da filha, e tinha uma piadinha ou outra salpicada aqui e acolá. Na segunda temporada o pai ODEIA trabalhar fora e a mãe vive entediada por só cuidar da filha e rapidinho a audiência despencou e a série foi cancelada.
Falando em séries, Lola (e comentaristas), vcs deviam assistir 'Up the women' http://www.imdb.com/title/tt2952566/ q tem um grupo de suffragettes como protagonistas (eu ri demais, tomara que façam novas temporadas).
E também eu comecei a ver (só assisti ao primeiro episódio) 'Parade's End' http://www.imdb.com/title/tt1956017/ que até agora me pareceu bem interessante também, com duas suffragettes na história. Parece q o tema está quente nas produções britânicas.
Hm, eu tb acho que ela está sendo machista. E não vejo nada errado em um homem ser dono de casa, não mesmo. E opção do casal.
Mas minha experiência como filha e que em uma casa com adultos e crianças o ideal e que todos os adultos trabalhem fora, independente do gênero. Digo isso pq vejo nas famílias onde só um e responsável pelo sustento esse um ficar estresado, sibrecarregado e as vezes até doente. E na minha família aconteceu o seguinte: meus país trabalhavam fora. Meu pai perdeu o emprego, minha mãe segurou as pontas. Mais tarde, minha mãe tb perdeu o emprego. Moravamos nos 3 (eu tinha 16 anos), minha irmã de 8 anos e minha avó, aposentada. A aposentadoria dela não era suficiente pra nos sustentar; então, quem foi trabalhar fui eu. Desde então afirmo: numa casa de adultos e crianças, quanto mais gente trabalhar, melhor! Estão todos mais seguros contra a pobreza. Não e questão de desvalorizar o trabalho doméstico. E questão de se prevenir contra as intempéries!
Lola, queria sua opinião sobre essa reportagem. Queria opinião das outras leitoras também.
Comenta, Lola, Comenta!
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraojudeu/2013/08/1331884-maioria-dos-moradores-de-rua-sao-homens-desiludidos-com-o-amor.shtml
Andreia
Deixa eu ver se entendi,se a mulher trabalho e marido fica em casa cuidando da casa ele é um parasita,um explorador,mas se o marido trabalha e a mulher fica em casa tudo bem.
Mentalidade rasa essa.
Lola, amo o seu blog!! você poderia falar sobre algum tema mais filosófico , a vida, problemas do mundo e etc ?.. bjão!!!
Essa moça do texto ainda não está pronta pra enfrentar as mudanças que estão acontecendo no mundo. Estamos acostumados a achar muito natural a mulher que abre mão da vida profissional para ser mãe em tempo integral, e isto é até estimulado. Quando um homem resolve tomar a mesma decisão, é como se ele fosse o "traidor da causa provedora", afinal de contas o homem é que é o provedor da casa, sempre foi assim, não? É tão "anti-natural" que chega a ser matéria de reportagens de programas de entrevistas, notaram?
Enfim, acho que o marido deve ser apoiado se a intenção dele for mesmo sincera, de cuidar dos filhos e se dedicar aos livros. Claro que tem muito homem parasita, assim como existem muitas mulheres que vivem às custas de seus maridos. Não me pareceu pelo texto que ele seja esse tipo de pessoa.
Eu acho a amiha da autora do guest post machista na medida em que ela diz que os filhos precisam mais da mãe do que do pai, que ela pode ficar em casa enquanto ele trabalha e isso é normal mas se for o marido a focar em casa ele é um vagabundo, folgado.
Tendo dito isso, acho que qualquer pessoa, homem ou mulher, tem todo direito do mundo de não topar ser x únicx provedorx da casa. Eu não consigo me imaginar, pelo menos nesse momento da minha vida, topando ser a única responsável por bancar as coisas financeiramente. Também não consigo me imaginar dependendo financeiramente de alguém. E se fosse pra me relacionar com alguém que quisesse se dedicar ao serviço da casa enquanto eu trabalho fora isso me faria repensar a relação pois realmente não quero estar nessa posição e acharia normal se o oposto acontecesse e alguém se negasse a prover financeiramente enquanto eu fizesse o serviço da casa. Eu sinto necessidade de fazer um pouco de tudo: trabalhar fora e em casa dividindo as tarefas e responsabilidades nesses dois campos. Sei que funciona para muitas pessoas mas eu não conseguiria fazer só uma coisa ou a outra. Então, acho que ela tem todo direito de não querer ficar trabalhando enquanto o marido cuida da casa e das crianças mas ele também tem todo direito de não querer fazer isso também, ué! Ou eles chegam num acordo e topam ceder um pouco de cada lado, seja alternando períodos em que um trabalha fora e o outro cuida da casa, seja mantendo a situação como está mesmo, seja reduzindo a carga horária de ambos, etc. ou repensam a relação inteira para ver se conseguirão ser felizes juntos. Eu sou a favor de fazer acordos, mas às vezes o que cada pessoa quer é tão incompatível com uma vida em casal que a coisa acaba desandando...
Agora, não adianta a sua amiga buscar seus conselhos feministas achando que ela sempre conseguirá que as pessoas façam o que ela quer, né? Se ela chega ao descalabro de dizer que deveriam internar as mulheres que são provedoras financeiras exclusivas enquanto os maridos ficam em casa cuidando das tarefas do lar e dos filhos é porque ela não está entendendo como funciona o feminismo... tipo, nenhum pouco! O que me parece é que ela quer que você concorde com ela e diga algo como "isso amiga, você tá certa. Ele tem que fazer o que você quiser e mulher sustentar homem é o fim da picada". Por uma série de distorções bizarras, ela acha que uma feminista pensaria dessa forma. Enfim... tem que rer muita paciência com uma amiga dessas, viu? Eu confesso que não teria....!
Engraçadinha, essa amiga da autora. Ela não quer sustentar "vagabundo", no caso o marido que vai ficar em casa cuidando das crianças e escrevendo, mas ela mesma quer parar de trabalhar. Só que ela parece não ver problema nenhum em ser "sustentada" pelo marido, até disse que largaria este pra arrumar outro que concordasse com a ideia... Se isso não é machismo, não sei o que mais é.
Concordo com a Amora, acho que o problema aí é que ambos estão em trabalhos que odeiam. Não seria o caso de ambos serem mais ousados e trocarem de emprego, ou até de profissão? Fora que o mundo hoje é mais flexível, muita gente consegue ganhar seu dinheiro trabalhando de casa como freela ou com um pequeno negócio próprio. Bem, é mais ou menos o que o marido da história tá fazendo, mas a mulher parece ser muito arraigada à ideia de que "homem que é homem" trabalha fora.
Acho louvavel um dos pais ficar em casa para cuidar dos filhos enquanto forem pequenos ou enquanto for necessário. É um privilegio!!! Mas o casal tem que estar alinhado, remando junto. Por algum motivo a esposa não está segura de.que será uma boa ideia. Se for por puro preconceito ela está errada mas pode não ser. Eu trabalho fora, ganho mais que meu marido e o suficiente para bancar a casa sozinha. Mas aqui não funcionaria pq ele é machista e folgado e sobraria tudo para mim. Mas de fato eu admiro muito casais que conseguem dedicar tempo aos filhos e fazer esse tipo de escolha.
Então "homem ser sustentado por mulher não tem nada a ver com ser vagabundo"? Discordo! No caso aqui de casa, por exemplo. Não que seja o exemplo para todos os casos, mas é um exemplo de vagabundo cara de pau que é sustentado pela mulher. O homem (tá mais para capacho ou verme) que a minha "querida"
mãe arrumou tem 41 anos, a minha idade. Ela enfiou ele dentro de casa com pouco tempo de relacionamento e não pediu a nossa opinião. O sujeito é um gigolô de quinta categoria.Ele não ajuda dentro de casa e quando é obrigado a fazer, porque ela enfim ORDENA,
faz de qualquer jeito ou faz resmungando. Passa quase o dia todo dormindo. Nunca vi alguém dormir tanto. Acorda, come, vai assistir programas na TV e depois come mais, dorme, depois fica lá embaixo com outros vagabundos iguais a ele,
fofoca e aí volta, come mais e dorme. Mas é ela a culpada desta situação. É ela que dá esta folga toda para o sujeito.
Anônimo das 18:29
Seu link não está funcionando, mas esse está:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2013/08/1331884-maioria-dos-moradores-de-rua-sao-homens-desiludidos-com-o-amor.shtml
E minha opinião é que isso é só a mídia patriarcal como sempre querendo culpar as mulheres por serem mulheres.
Que mulher ridículaaaaaaaaaa , que machista !!
Ué, não quer sustentar o marido para tomar conta dos filhos, então sustenta uma empregada pra ela ver o que é bom.
Que situação... Na verdade, o relato mexeu mesmo comigo em alguns pontos... Minha situação é a seguinte: tenho um relacionamento há 7 anos, amo muito meu namorado. Mas por algumas situações que ocorreram, ele está desempregado a quase todo esse período, e isso inclui problemas como depressão, internações, e a própria dificuldade dele em encontrar um trabalho que goste com apenas o Ensino Médio completo. O que ele gosta mesmo é música, e todos sabemos que essa área, para a maioria, não é muito rentável. Ele tem talento, mas tb não é o tipo de música muito "comercial". Enquanto isso, eu sempre tive um perfil mais CDF, fiz faculdade e passei em concurso público, e hoje tenho uma remuneração boa e uma perspectiva de carreira bem "segura", e eu adoro meu trabalho. Morro de vontade de "juntar as escovas de dente" com meu namorado, mas a visão das outras pessoas é de que é inadmissível ele não ter um emprego formal. Parece que mesmo tendo isso, as pessoas ao meu redor ainda acham que eu tenho que arrumar um marido "provedor". Mas meu namorado é muito prestativo, e ele tem muita habilidade com coisas domésticas, ele cozinha bem, sabe ser bem organizado pra arrumar coisas, sabe limpar bem, ele tem muita agilidade nesse sentido, enquanto eu sou desastrosa, não tenho jeito nenhum pra esse tipo de coisa. E daí às vezes eu penso, por que não levar um estilo de vida diferente, com meu salário acho que conseguiríamos viver razoavelmente bem, sem luxos, mas muito bem. Só que a opinião das outras pessoas me paralisa, apesar de eu sempre ter me identificado com a causa feminista, parece que se a gente optasse por viver comigo trabalhando fora e ele cuidando de boa parte das tarefas domésticas e produzindo sua música, seria o fim do mundo. E essa opinião dos outros me arrasa... Fico pensando se a situação fosse invertida provavelmente eu não escutaria quase nenhuma desaprovação se eu optasse por ficar em casa e ele "me sustentar", mas como não é assim.... Sinto uma resistência enorme da família, e dói bastante essa situação toda, sei que tb tenho que criar coragem pra enfrentar algumas coisas, mas é triste ouvir certas coisas... como uma amiga chamar meu companheiro de "parasita"... poxa, aquilo me doeu tanto que nem consegui dar uma resposta, hoje até elaborei o que direi se mais alguém falar algo do tipo (e o seu texto ajudou nisso Lola), mas é complicada essa vida :/
Q pena que sua amiga seja tão machista M. não tem nada a ver colocar esses rótulos q ela deu ao marido, q na minha opinião de modo algum esta propondo nada de errado, pois considero muito importante o trabalho de infra estrutura do lar, alguém tem que fazê-lo, e se antes era uma obrigação feminina que incluía a perda de poder na relação, seria maravilhoso se cada vez mais pais se propusessem a fazer este trabalho.
Quando solteira, namorei por uns seis anos, e meu marido era estudante, apenas eu trabalhava, e jamais me importei de arcar com as nossas despesas, embora ele por ser muito machista ficava mordido com isso, o triste é que eu nunca fiz nenhum tipo de cobrança a ele por esse tempo, já ele depois que nos casamos insistiu em q eu parasse de trabalhar, apenas para demonstrar todo o seu machismo,(por isso tenho um pé atrás de aconselhar mulheres a deixarem suas carreiras para ficarem em casa).
Eu não veria problema algum se meu marido resolvesse fazer isso, alias ficaria muito grata a ele, e minhas filhas pensam exatamente igual, a mais velha, que esta mais próxima de vir a se casar, já pensa em deixar o marido cuidar mais da casa, pois o trabalho dele tem horários mais flexíveis que o dela, que além disso consiste em muitas viagens, portanto caberia ao marido que cuidasse mais das tarefas da casa, e nunca vi qualquer tom de reclamação da parte dele, e muito menos dela.
Eu trabalhei numa confecção que era na casa da dona. Eles tem dois filhos, o marido não trabalha, nem ela na verdade, empurrava tudo pra mim.
Eles ainda tinham empregada que a mãe dela pagava pra eles.
Eu até hoje me pergunto pq aquele cara ficava de terno o dia inteiro.
Sara,
Mas você não tinha dito em outro post que nenhuma de suas filhas queria casar e que achavam a ideia ridícula? ;-)
Lola, vc posta esse assunto e estranhamente esse link veio parar na minha página inicial do Tumblr:
http://zenpencils.tumblr.com/post/59432017577/bill-watterson-a-cartoonists-advice
Embora não tenha ~quase nada a ver~, a situação se desenvolve quase em igual: o marido fica em casa, a esposa vai trabalhar e ele é julgado e tentam convencê-lo a voltar pro mercado de trabalho.
O sonho do meu marido é parar de trabalhar pra cuidar dos (futuros) filhos. Eu sou super a favor, até porque ele cuida da casa muito melhor do que eu (eu lavo, passo, cozinho por obrigação, ele faz por prazer e é rápido e muito melhor nessas tarefas do que eu).
Moro na Austrália e aqui é bem comum essa dinâmica, tem até um programa de TV chamado “House husbands” que aborda o tema. Infelizmente não poderíamos adotar isso atualmente pois o salário dele é maior, mas pensamos em nos revezar: eu paro de trabalhar nos primeiros anos, ele num segundo momento.
Vale dizer que aqui, diferente do Brasil, quase toda mãe/pai tem que parar de trabalhar ao menos por uns anos para cuidar dos filhos, pois creche é caríssimo e sequer funciona todos os dias em tempo integral (normalmente as crianças pequenas vão 2 a 3 vezes por semana só, meio período). Como não temos família aqui pra ajudar a cuidar dos filhos, parar de trabalhar é uma necessidade.
Eu sou feminista e JAMAIS vou sustentar um homem por tempo indeterminidado. Sou a favor da divisão de tarefas, os dois trabalham, os dois faxinam, etc.
Na teoria, tudo é lindo, mas na prática os homens q eu conheço com família nesse esquema são majoritariamente acomodados e com déficit de auto-estima. Não tem profissão q agrade ou são fracassados.
Independência é tudo nessa vida. Para homens. Para mulheres.
Quer dizer q eu sofro com machismo no meu trabalho pra sustentar um homem?
HA HA HA!
Sustentei um namorado pra nunca mais, ele não fez nada de errado, mas não há tesão q resista.
Quem acha legal ... boa sorte, depoois me contrata qdo ele te pedir em juízo uma pensão alimentícia.
Bom, se cabe um relato pessoal, meu pai ficou quinze anos desempregado. Praticamente quem me criou foi meu pai, com minha mãe trabalhando e mantendo as contas da casa em dia. Inclusive, quando minha mãe foi fazer doutorado, meu pai que ficou responsável pelos cuidados comigo e com a alimentação da família.
Nesse meio-tempo ele teve alguns frilas, metade terminada em calote e só muito recentemente, há não mais do que quatro anos, conseguiu se recolocar. Meu pai foi chamado de vagabundo por toda família por um longo tempo e até hoje dinheiro é um assunto para lá de tabu na minha família, mas foi assim. Ele nunca se importou em cozinhar e cuidar de mim e nem minha mãe.
Culpar o machismo pela dupla jornada é uma desonestidade. Se as mulheres sofrem com dupla jornada é porque elas foram trabalhar fora. E a divisão de tarefas não resolve o problema da dupla jornada. Divisão de tarefas significa que dois terão problemas de dupla jornada. A divisão sexual do trabalho existia exatamente para evitar o problema da dupla jornada. Ademais, pesquisas revelam que casais que partilham as tarefas domésticas são mais susceptíveis de se divorciar.
Aliás, por falar em divisão do trabalho, uma das utopias marxistas é abolir qualquer divisão de trabalho. O que é impossível. Mas para abolir a divisão de trabalho, teríamos de ser especializados em TUDO e produzir TUDO o que desejamos. Só um exemplo: você gera a própria energia elétrica que consome? Plantou o alimento que come? Produziu o computador que usa? Entende pq é impossível abolir a divisão do trabalho?
"com o arrocho salarial promovido por governos de direita no início dos anos 1980 (como o de Margaret Thatcher na Grã Bretanha e Ronald Reagan nos EUA), a família de classe média viu que não conseguiria manter seu padrão de consumo com apenas uma das partes do casal ganhando dinheiro. Assim, mais e mais mulheres tiveram, e têm, que trabalhar fora. Hoje 37% dos lares no Brasil têm a mulher como chefe de família."
- O poder de compra da classe média britânica e americana estava caindo ANTES de Thatcher e do Reagan, com a crise de 1973, com a inflação (que chegou a dois dígitos em 1979). Depois, com as políticas monetárias de Paul Volker nos EUA, e de Thatcher na Grã Bretanha, a inflação se estabilizou e o poder de compra da classe média britânica e americnaa voltou a aumentar novamente. Aliás, não sei o que vocês têm contra o Reagan. Reagan, quando foi Governador da Califórnia, o Primeiro Governador Americano a sancionar No-fault divorce. Ou seja, o Reagan era um esquerdista e ainda há quem diga que ele era "conservador", "ultra-liberal", etc. O último presidente genuinamente de direita da história americana foi Warren G. Harding.
Sobre a Margaret Thatcher:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1234
"Junto a este cenário, temos um estado ausente, que quase não oferece creches e educação em tempo integral. Mães que trabalham fora precisam pagar alguém para ficar cuidando dos filhos."
- Hoje, como sempre vocês querem um Estado Papai bancando tudo. Ou seja, vocês sempre precisam de um provedor, nem este seja o Estado Papai com a grana dos taxpayers.
"Como ainda usamos a biologia como justificativa pra tudo, todos os trabalhos com cuidado de pessoas (seja de crianças ou de idosos) são vistos como "naturalmente" femininos."
- Não usamos a biologia. ISSO É BIOLOGIA. Pode observar os animais: quem cria os filhotes é a fêmea. Biologia supera ideologia.
Também fiquei com a impressão de que ambos estão descontentes com seus respectivos empregos...
Quanto à possibilidade de um "sustentar" o outro: Eu atualmente moro na Alemanha, e aqui o marido ficar em casa também é relativamente comum. Babás e empregadas domésticas são muito caras, sem contar que há a possibilidade de se trabalhar meio-período e de tirar licença paterna. Já nem se fala mais em marido que "ajuda" em casa, porque se entende que a casa é dos dois e cada um faz a sua parte. Havendo grande diferença entre os salários, é comum que quem ganhe mais continue trabalhando, seja o marido ou a esposa.
Concordo com o pessoal que comentou que a maior dificuldade em se parar de trabalhar são os imprevistos e a eventual dificuldade financeira. Entretanto, entre um do casal parar de trabalhar (ou diminuir a carga horária) e bancar creche integral ou empregada, eu também preferiria ter a possibilidade de que meus filhos (que ainda n tenho) passassem o dia com o pai ou a mãe. É uma questão do que é melhor pra família, e a sociedade com seus rótulos que vá catar coquinhos.
Nossa,parece que esse assunto foi como pisar no calo de muita gente por aqui .Quanta gente ignorante julgando e crucificando um homem se baseando unicamente em alguma situação que enfrentaram.
Quem disse que ele vai ser sustentado indefinidamente,escritor também é profissão pra quem não sabe.Quem disse que esse cara está em situação confortável?
Uma coisa é uma mulher sustentar um namorado por pura burrice,outra é uma mulher ser provedora do lar,como se essa troca de papéis fosse algo novo.
Mude o sentido do texto como se fosse um homem falando de sua esposa. Ninguém ia achar legal certo? Ragusa
Fiz colegial com uma garota cujo pai parou de trabalhar para cuidar dos filhos. Era uma família com 3 filhos sólida e feliz. Ele era um topógrafo bem sucedido, fez essa escolha por amor a família.
Acho que o único problema dessa história é que os dois querem parar de trabalhar, e isso não é possível. Seria legal que nesse momento fosse visto o que é melhor para as crianças - no caso concreto e não se usando o velho jargão de que os filhos precisam mais da mãe que do pai.
Dizer que acha absurdo sustentar o homem porque ele ficará em casa é ser machista sim, se ela ficasse em casa ela não seria sustentada? Ela não trabalharia em casa? Ter dois pesos nesse caso é ser machista sim.
Alguém pode me explicar por quê no link da Andreia (Anon das 18:29) está escrito "ribeiraojudeu" ao invés de "ribeiraopreto"?
Nossa, sua amiga é machista e burra pra caramba. Ela arruma um marido bacana(pelo que entendi, se ela fosse trabalhar fora, ele ficaria com as responsabilidades da casa) e faz isso? que burra, vai merecer se isso terminar em divórcio.
Hmmmm não gostei disso não. Trocou a palavra preto por judeu... esquisito.
gente como faço para postar com url??
A impressão que tenho com essa história e que ambos estão insatisfeitos com os respectivos trabalhos e querem escorar um no outro.
Não me incomodaria se no futuro o cara com quem eu me casar decidisse ficar em casa pra cuidar dos filhos, não acho anormal pois a estrutura familiar está em constante mudança e não existe isso hoje de só a mulher poder parar de trabalhar para se dedicar a família e casamento é companheirismo é tentar dá o melhor não só esperar que o outro faça algo.
Laryssa
Anon 21.29hs, nosssa como vc é observador, até agora nunca vi nenhum entusiasmo por parte de minhas filhas para o casamento, talvez pela veneração (ARG...)que eu nutro por essa instituição, é provável que tenha passado a elas pouquíssimo apreço pela monogamia e casamento.
Mas minha filha mais velha tem um relacionamento muito longo de muitos anos com um rapaz, que a Lola já teve oportunidade de conhecer, ela é praticamente casada com ele, minha filha tem seu apto, e quem mais cuida dele é esse namorado dela, se um dia ela vier a casar de fato, e quase certo que quem assumira as tarefas domésticas sera ele mesmo, por dispor de muito mais tempo e habilidade que ela.
Lola, vou contar minha experiência. Aqui em casa eu trabalho e o maridão cuida das crianças. A gente super se adaptou, eu trabalho tranquila, pois sei que os filhotes estão seguros. Ele cuida da casa, e das crianças de manhã, limpa, só não cozinha pq minha mãe é quem faz isso, passeia com as crianças, enfim, ele é "pãe". Elas vão para a escola de tarde. Isso nunca atrapalhou nossa relação, ele não é um cara machista nem eu sou uma mulher machista. Minha família acha super normal. E se um dia (toc,toc,toc) a gente se separar, eu acho justo eu pagar uma PA para ele, afinal ele abriu mão de várias coisas para cuidar praticamente sozinho dos nossos filhos. Isso se reflete também nos nossos filhos, eles são crianças tranquilas e seguras, e eu acho que é porque eles tem oportunidade de estarem com um dos pais o tempo todo. Não digo que é um estilo de vida para todos, mas funciona muito bem para minha família.
anonimx 11:34
meu palpite é que o anon pegou no 55chan, onde por eles tem filtros substitutivos com propositos "humoristicos"
"Aliás, por falar em divisão do trabalho, uma das utopias marxistas é abolir qualquer divisão de trabalho."
Só que, evidentemente, isso não é verdade. Primeiro, "utopia marxista" é uma contradição em termos. Segundo, a proposta marxista é a abolição da divisão social do trabalho. A divisão técnica do trabalho, evidentemente, não é possível abolir.
O homem não deve deixar de trabalhar e ficar cuidando dos filhos, isso é muito arriscado pois as leis em nosso país vem ficando cada vez mais sexistas. Não há proteção a pessoas que assumem esse papel social. Se o homem assume esse papel ele não é protegido, apenas a mulher é protegida. Há uma resistência em aplicar a lei Maria da Penha, por exemplo, em favor de um homem que enfrente a mesma situação. Mesmo que ele cuide dos filhos pela maior parte do tempo, em um eventual divórcio dificilmente ele ficará com a guarda dos filhos. O discurso de igualdade é lindo, mas a verdade é que o homem é tratado judicialmente sempre como mais forte apenas por ser homem, mesmo que se coloque em uma situação de dependência econômica em relação a mulher. Enquanto as leis não pararem de proteger as pessoas por sexo e sim pela real condição e o papel que aquela pessoa assumiu não haverá igualdade. No atual cenário o homem não deve se fragilizar dessa forma, se somos considerados pela lei e pelo Estado como mais fortes, nossa única opção é sermos realmente mais fortes.
"Como ainda usamos a biologia como justificativa pra tudo, todos os trabalhos com cuidado de pessoas (seja de crianças ou de idosos) são vistos como "naturalmente" femininos. Babás, empregadas domésticas, professoras de ensino fundamental, enfermeiras -- são todas profissões tidas como "de mulher". "
Sobre isso há um documentário interessante: http://www.youtube.com/watch?v=G0J9KZVB9FM
Concordo com muitas falas aqui q a mulher está sendo preconceituosa e que é lyndo ter um homem que tope cuidar da cria. <3
Minha dúvida é:
Ela tb queria largar o emprego por causa da cria ou só resolveu q queria isso depois que o marido contou seu desejo?
Pq aí piora e muito a situação.
Mulheres malvadas que foram trabalhar fora e agora tem a dupla jornada como castigo.
A gente trabalha, paga nossos impostos em dia, mas se quer ver esses impostos sendo revertidos em serviços para nós e para nossos filhos, é porque somos umas folgadas que fazemos o Estado de papai ou de provedor.
Esse Leandro ou Leonardo acha mesmo que consegue provocar alguma coisa em alguém daqui além de risos?
http://revistatpm.uol.com.br/blogs/confusoeseconfissoes/2013/05/14/quem-disse-que-cuidar-da-casa-e-responsabilidade-da-mulher.html
"Só quem vive junto com outra pessoa sabe o quanto é difícil manter uma relação saudável. O dia a dia desgasta, as contas empilham, a mesa fica cheia de pó, o cachorro faz xixi no jornal e o trabalho precisa ser dividido. Sou completamente a favor dos acordos. Eu faço isso, você faz aquilo. E assim todo mundo vive quase feliz pra sempre.
As contas de casa são divididas e se alguém se aperta o outro assume o comando do barco numa boa, sem jogar na cara, sem cobrar nada, sem dizer que agora um tem que cuidar mais da casa porque o outro está pagando todas as contas. Isso não existe. Eu trabalho, ele trabalha e nós dois cuidamos da casa, pois ela é responsabilidade dos dois. Mas é claro que existem algumas facilidades. Faço o que gosto, ele faz o que gosta. Por exemplo: adoro limpar banheiro, ele detesta. Detesto passar aspirador de pó, ele adora. E quando os dois não gostam de alguma coisa? Bem, daí é na sorte. Não gosto de pendurar roupa no varal, nem ele. Ele separa as roupas, eu coloco na máquina e tiramos par ou ímpar. Quem ganhar pendura."
Anonimx 01:04, valeu pela explicação. ;)
Humorístico, sério mesmo? Que negócio de mau gosto...
Essa sua resposta trouxe um frescor para a minha alma. Infelizmente isso é cultural, mas essas coisas estão se desconstruindo, muito lentamente mas estão. Sem querer julgar, mas esta mulher além de ter uma visão machista, tem o seu casamento como algo muito superficial. Os laços dela com o marido parecem ser muito frágeis.
Bem, foi a minha primeira visita a este blog, mas gostei bastante da sua visão das coisas. Virei leitora!
Na verdade o homem não aguenta ser mãe eles nasceram para serem pai. e muitas mulheres vão perder o marido porque não querem mais serem donas de casa e mãe. Deus criou o homem e a mulher cada um com sua postura: o homem pai, e a mulher mãe.
conheço dois homens, que a 9 anos estão fazendo papel de mãe, e só eles cuidam da casa comida e filhos e ainda trabalham na rua em dias alternados, fazem comida e separa pra mulher levar a marmita para o trabalho, estão muito stressados, tudo eles brigam, e o casamento ta cada dia pela misericordia de Deus.
mulheres sejam sábias e edifiquem sua casa.
o homem deve ajudar no serviço da casa mais não ser a mulher da casa. na verdade tem muitas esposas se aproveitando, acham porque trabalham na rua estão fazendo favor. conheço uma porção assim. vamos dividir as tarefas e responsabilidades, e deixarem de ser preguiçosas e desmazeladas, e mandonas.
sejam inteligente, e dedicadas com seu lar, filhos e marido, assim vocês vão segurar seu marido.
Um marido que saia do mercado de trabalho, dificilmente volta, é meio imposição da sociedade. Já a mulher, nesse caso, ela pode voltar ao trabalho depois de ter cuidado dos filhos, se houver fim do casamento, esse homem provavelmente não terá como sustentar-se mais e aos filhos... Se ele odeia o trabalho, que trate de mudar a forma de ganhar dinheiro, que realmente é terrível para a mulher sustentar homem, machismo ou não, normal não é... Fora que o dinheiro que a mulher usa pra se cuidar , aliviar seus stresses, se voltarão para a casa, filhos e maridos, logo ela estará feia e desgastada, uma mal amada para os fofoqueiros de plantão. Estou falando com conhecimento de causa, aconteceu comigo temporariamente, e foi a pior fase da minha vida!
Estou vivendo a mesma situação. Tenho um bebê de 1 ano e sofri demais quando tive que deixá-lo e voltar a trabalhar. Cada dia no trabalho é um tormento, pois tenho uma necessidade muito grande de conviver com ele. Meu marido está desempregado desde que voltei a trabalhar e ficou cuidando dele. Ele não procura emprego e penso que seja porque está gostando de ficar em casa e só cuidar do bebê. Para mim a situação está insustentável porque por ser a única provedora não posso procurar um emprego de meio período.
às vezes fico pensando que se fosse ele trabalhando e eu em casa, seria bom pra mim. E por isso acabo me achando injusta. Mas, ao mesmo tempo, acho que por ser mãe tenho muito mais necessidade do bebê do que ele. Na minha opinião, ele quer ficar em casa porque é bom ser sustentado e não porque tenha necessidade de convivência com o bebê. Só sei que o nosso casamento está perto do fim. :(
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