quinta-feira, 8 de novembro de 2012

GUEST POST: HOMENS DE CONFIANÇA NÃO ESTUPRAM


Difícil arranjar imagens p/este post! "Homens Respeitáveis", tela de Andrew Stevovich

Este relato terrível que S. me enviou é mais que um relato. É quase um manifesto. Lembre-se dele na próxima vez que alguém culpar a vítima ou sugerir que só monstros estupram.

"Estuprador é um monstro", "estuprador merece pena de morte", repete a sociedade -- é quase um consenso, é algo indiscutível. Ninguém gosta de estuprador, ninguém apóia estuprador, ora. Inclusive, esse tema nem precisa ser debatido. Afinal, "estuprador é um doente", então não muda nada discutir isso ou não. Porque, para a sociedade, estuprador é aquele cara que sai à noite, em um impulso incontrolável, em busca de menininhas indefesas -- como sua mãe e sua irmã, claro --, as quais deverão se debater e gritar muito, mostrando que não queriam MESMO transar. 
E estupradores merecem pena de morte ou castração porque, bem, ninguém acha que conhece um estuprador. Mas quando se entra em casos reais, a coisa muda de figura. Se a saia era curta, ela estava pedindo, então o cara não é tão monstro assim. Se ela já conhecia o estuprador, é óbvio que ela deve ter feito alguma coisa para seduzi-lo. Se ela estava bêbada, ela quis; afinal, bêbados mostram suas verdadeiras vontades. Se o cara era marido dela, bem, não foi exatamente um estupro, né? Ela tinha obrigação. E assim vão, caso a caso, culpando a vítima, tirando a sua voz, isentando os estupradores.
Para a sociedade, homens de confiança não estupram. E esses podem ser facilmente identificados. Assim como a gente olha prum estuprador e vê nele um carimbo na testa escrito "estuprador", homens de confiança também já vem carimbados como "de confiança". E esses não estupram.
Além de todas aquelas situações de terror pelas quais, me arrisco a dizer, todas as mulheres já passaram com desconhecidos, passei por algumas outras, com homens de confiança. Espero que o número de mulheres que também passaram por isso seja menor, embora não acredite.
Eu tinha cinco anos. Meu padrasto tinha um amigo de infância que estava precisando de dinheiro. Ofereceu, então, para o amigo pintar a nossa casa, consertar coisas, cuidar do jardim, etc. Ele era de confiança.
Eu só ia para a escola à tarde. De manhã eu e meu irmão ficávamos em casa com a babá. Não lembro muitos detalhes de como as situações se criavam, mas lembro perfeitamente de que ele me levava para o meu quarto, colocava algum desenho para eu assistir, me colocava sentada no colo dele, passava a mão por dentro das minhas calças e ficava tocando minha vagina durante o filme inteiro. Se eu dizia que queria sair, ele falava sussurando no meu ouvido que ele tinha sido legal em colocar o desenho para mim, que eu deveria ser legal com ele também. Ele pediu para eu não contar para ninguém. Nunca contei. Ainda me sinto culpada por "ter deixado", e eu tinha só cinco anos. Até hoje o encontro eventualmente, e o cumprimento, fingindo não lembrar. Ele age tão naturalmente que faz parecer que é tudo um delírio meu.
Eu tinha oito anos, um primo foi morar lá em casa. Ele tinha quinze. Era de confiança, da família. Ele fechava meus olhos e colocava algo na minha boca. Dizia que se eu não aceitasse, ele não brincaria mais comigo. Às vezes eu conseguia espiar, ou ele deixava, não sei bem, e eu via que era seu pau na minha boca. Ele pediu para eu não contar para ninguém. Nunca contei. Ainda me sinto culpada por "ter deixado", e eu tinha só oito anos. Nos encontramos nos eventos em família. Finjo não lembrar, ele age naturalmente, ninguém ali imagina o que houve, afinal, todo mundo ali deve "odiar estupradores". Inclusive ele.
Eu tinha doze anos. Um rapaz de vinte e três anos foi morar lá em casa. Ele era de confiança. Quando eu estava dormindo, ele entrava no meu quarto e ficava me masturbando. Acho que isso durou cerca de dois anos. Eu fingia que continuava dormindo, porque não sabia como reagir. Tinha medo. Passei anos sem conseguir dormir direito, acordando no meio da madrugada imaginando que tinha alguém ali. Ainda me sinto culpada por "ter deixado", e eu tinha só doze anos. Eu e ele ainda somos amigos. Finjo que nunca houve nada. Nunca falei do assunto com ninguém.
Eu tinha dezoito anos, era carnaval. Eram raras as vezes em que tinha bebido. Aquele dia bebi, passei mal, vomitei. Não conseguia caminhar sem alguém me ajudar. Mas, como acontece com alguns bêbados, fiquei teimosa e disse que não queria ir embora. Minhas amigas estavam cuidando de mim, quando chegou o meu melhor amigo. O cara que estava comigo todos os dias, que era quase um irmão. Ele falou "deixem que eu cuido dela". Ele era de confiança, era o meu melhor amigo, elas deixaram.
Ele me beijou. A cidade inteira, uma cidade pequena, viu nós dois juntos. Comentaram com conhecidos: "Eu sabia que ela era uma puta mesmo, vivia com ele pra cima e pra baixo e dizia que eram só amigos, que mentirosa". Quando eu já estava melhorando, lembro de ele dizer "Eu sei que você vai se arrepender depois, que você nunca teria ficado comigo se não estivesse muito bêbada". Ele sabia o que fazia. Em algum momento, já melhor, eu percebi: "Porra, eu não quero ficar com ele". Chamei minhas amigas e pedi: "me levem embora, por favor".
Passei os dias seguintes mal em casa, deprimida, chorando, me sentindo traída pelo meu melhor amigo, me sentindo abusada. Nunca mais falei com ele. Ele nunca mais me procurou. Talvez porque tenha conseguido o que queria, talvez porque saiba que errou, talvez apenas não se importe.
O que mais doeu? Os comentários de que no fundo eu sempre quis ficar com ele, só usei a bebedeira como desculpa para criar coragem. O fato de que eu estava sempre com ele, ou seja, de que tive várias oportunidades de ficar com ele e nunca quis, bem como o fato de que eu estava quase inconsciente quando ele me encontrou e o fato de eu sequer conseguir caminhar ou falar, nada disso importa para as pessoas. E aí eu senti que, por um lado, foi bom nunca ter contado para ninguém sobre as outras situações, pois doeu demais ter os dedos apontados me culpando por um abuso sofrido. Eu não suportaria ouvir mais disso.
E nenhum deles era um monstro. Eram todos homens de confiança.

176 comentários:

Carla disse...

Porque dói no estômago ler essas coisas, dói demais! =(

Unknown disse...

I don't want to live on this planet anymore... =/

Mônica disse...

Querida S.,
queria muito poder te abraçar e te dizer mil vezes que não se sinta mal porque vc não tem culpa.
Vc não tem culpa.
Não tem culpa.
Não tem culpa.
Infelizmente este mundo não vai mudar tão cedo.
Procure pessoas amigas que vão te apoias e deixe essas que te apontaram o dedo pra trás.
Aqui no blog da Lola vc vai encontrar muitas.
Mônica

Marcelly disse...

tem como colocar esse texto no jornal nacional?

acho que não neh?

o que dizer..

vc eh uma mulher linda..e forte...e incrível..e escreve bem...
nao vou dizer como vc deve tratar sua dor..pq não sei nada disse..tive a sorte de nunca ter sido abusada..não assim..


parabéns pela pessoa que vc eh..que se tornou...

Omar Talih disse...

DEUS é um homem de confiança! Como não acreditamos Nele, não há homens de confiança. É doloroso pensar que somos assim, mas é a pura realidade. Na presença de outros somos Santos, mas quando estamos sós... Deus nos livre do que somos capazes de fazer.

Aline T. Souza disse...

Muito emocionada com este relato...

E pensar que toda a sociedade culpa a vitima é algo repugnante, é algo que traz um profundo gosto amargo e uma sensação de vazio e de fraqueza imensa.

É com relatos assim que percebemos o quão longe estamos do fim da nossa luta, mas o pior seria desistir e não lutar, e carregar a culpa de ver milhares de meninas/mulheres passando por essas situações diariamente e simplesmente não fazer nada a respeito.

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."
Martin Luther King

Anônimo disse...

Ignorância e impunidade são aliadas dos estupradores.
E muitas vezes essas teorias tipo: "É invenção dela" ou "Ela também queria", só não são ditas quando a vítima é assassinada, pois só quando a vítima é morta mesmo é que esses defensores de estupradores ficam de bico calado.

Anônimo disse...

Ser mulher e viver nesse mundo é na verdade sobreviver a uma sequência inteira de histórias de horror. O que eu acho pior disso tudo é como os homens CONSEGUEM fazer nos sentirmos culpadas pelo que ELES fazem conosco. Não basta que nos humilhem, nos violentem de todas as formas, nos desprezem... precisam nos fazer viver com a culpa pelo que ELES fazem contra nós, como se atualmente tivéssemos poder para evitar a violência generalizada deles. Só assim para eles andarem tranquilamente por aí, agindo naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Porque eu sei que eles sabem o que fazem e no fundo sabem que isso é errado, não é possível que eles acreditem que estão agindo corretamente, não posso acreditar nisso. Eles cometem esses crimes de violência contra nós porque têm poder para fazer isso impunemente, não porque não têm consciência de que estão nos fazendo mal e são "inocentes". ELES são os culpados pelos atos criminosos que cometem contra nós, ELES que carreguem a culpa, não nós.

Kinna disse...

Doloroso demais seu relato. Felizmente, também nunca cheguei a ser abusada, mas um tio meu tentou algumas vezes só que eu consegui sair (tinha 11 anos e minha mãe já tinha flado que ele era meio tarado). E, como minha mãe foi abusada a vida inteira pelo pai dela, ela nunca deixou "homens de confiança" convivendo comigo. O que por muito tempo eu achei exagero (achava que vivia numa prisão), hoje vejo que talvez seja o único jeito de evitar que isso aconteça.

Só fiquei sem entender como vc continua amiga do cara que abusou de vc quando vc tinha 12 anos. Aconteceu o mesmo com minha namorada, e ela é super miga do cara até hoje e eu nã consigo entender como ela consegue ser amiga de lguém mau caráter o suficiente pra impôr seu desejo sexual sobre uma criança!

lola aronovich disse...

Uma moça me enviou seu relato por email. Com autorização, publico aqui o email da I:

quero tanto te agradecer pelo blog, me sinto que nao estou so com a minha dor e traumas de infancia.
Bom me senti no dever de contar o que houve comigo e imagino que com muitas mulheres no mundo todo.
Tenho 28 anos e quando tinha sete anos num bairro em SP em numa tarde eu brincava de esconde esconde com alguns amigos, me lembro como se fosse hoje, eu entrei em uma casa em construcao, entrei em um dos quartos e de repende por detras de mim apareceu este menino (ate hoje me lembro do nome dele, Sergio Henrique) , eu na epoca tinha sete anos, pequena e muito magrinha, ele me jogou na parede e me mandou colocar as maos no penis dele e toca lo....(chorando)...me desculpe eu guardei isso por tanto tempo que escrevendo isso eu revivo tudo........me mandou colocar as minhas maos, eu gritei tanto e chorei tanto, ele me jogou no chao e neste instante eu vi um predaço de pau, tentei pegar ele para bater nele, era muito pesado, a unica coisa que eu fiz naquele momento, no chao ajoelhada ,eu rezei para Deus para eu morrer. Ele viu que nao iria conseguir nada, me mandou embora.......eu corri tanto para ir para casa, chegando la eu sentei no meio da sala e chorei muito, quando minha mae chegou do trabalho eu enxuguei as minhas lagrimas e me calei ate hoje. Eu achei que era culpa minha eu ter ido (estou chorando agora) brincar ali. Nunca contei para ninguem, ate semanas atras, contei para o meu companheiro, no comeco me senti com vergonha, mas depois me senti aliviada.
Depois de algumas semanas que aconteceu isso eu encontrei este menino que eu acho que tinha uns 14 ou 15 anos na casa de uma amiga em comum, eu me lembro ate hoje, ele apontando para mim e rindo com as maos juntas como se fosse para rezar.Passando um tempo houve um relato de uma mae que morava do lado da casa dele, ela contou que pegou ele abaixando as calças da filha dela de 4 anos...
AgradeçO pelo existir o seu blog e vc, obrigada!!
beijos,

Anônimo disse...

Homem nenhum e de confiança, ja passou da hora de todas as mulheres aprenderem isto !

Anônimo disse...

triste demais isso, cada um que tomou parte nesta historia deveria ser tratado como criminoso em potencial, que se fizeram isso com voce, provavelmente fizeram com outras...muito triste mesmo, espero que tenha apoio e companheirxs para ajudar a lidar com isso

Anônimo disse...

Não entendi, esse relato é real?! é muito abuso pra uma pessoa só

Anônimo disse...

Doeu ler isso.... ):
Só quem é mulher ou já passou por uma situação assim sabe o que é.

Lucy

Anônimo disse...

Sabe, é estranho pra mim quando eu digo que todo sexo hétero é estupro e as mulheres supoem que estou falando dos desejos das mulheres. Elas pensam que o que eu estou dizendo é que nenhuma mulher é capaz de decidir se ela gostaria de ter sexo com um homem. Essa é uma interpretação equivocada.

O que eu estou dizendo, simplesmente, é que os homens são estupradores.

Eu poderia fazer uma analogia interessante com a história da minha avó que vivia com o ladrão do meu primo. Porque ele era completamente um ladrão, sempre que ele colocava os olhos em alguma coisa, minha avó a escondia na casa da filha dela ou “dava” essa coisa pra ele. Para que ele não a roubasse.

Eu sempre pensei que independente do fato da minha avó considerar que ela “deu” a ele essas coisas (quando ela não as entocava na casa da minha tia), meu primo roubava essas coisas. Você não pode realmente “dar” alguma coisa a um ladrão que pretende pegá-la de qualquer maneira.

Então, em dizer que meu primo roubava a minha avó, eu não estou dizendo nada sobre a própria tendência dela de dar coisas a ele. Eu não estou dizendo que a minha avó não era uma pessoa generosa ou que ela nunca desejou dar a ele alguma coisa. Ela provavelmente quis. Só que nada disso pesa mais que o fato de que ele teria pego de qualquer maneira.

Eu sinto da mesma forma com relação ao sexo hétero. Mesmo que uma mulher queira – e eu tenho certeza que muitas querem – isso não pesa mais que o fato que os homens a estuprariam de qualquer maneira. Os homens são estupradores. Isso é o que eles fazem. “Querer” não muda isso, embora eu não esteja negando que algumas mulheres de fato “querem”.

AROOO

Marcelo disse...

A sociedade sempre vê a vitima como culpada. A policia, por exemplo, raramente faz ocorrencias por segundo as normas da propria policia a vitima 'queria' ou a vitima 'é a culpada'.

quando raramente casos de estupro chega a julgamento, a jurisprudencia é inteira a favor do estuprador.

na midia tambem, mesma coisa. Nunca vemos nada, nenhuma campanha, nenhuma noticia, nenhuma manifestaçao contra estupro no brasil.

Nos colegios militares, nas forças armadas, quarteis de policia, o estupro faz parte do dia dia das instituiçoes.

nas familias burguesas, religiosas e tradicionais o estupro tambem é cotidiano.

Ana Maria M. disse...

Olha Omar, eu não curto essa coisa de jogar a responsabilidade pra Deus não. Não vou falar da minha religiosidade (ou falta dela) aqui, mas essa coisa de que os homens não têm responsabilidade pelo que fazem, que eles não podem refrear o seu "instinto" já cansou. Se não foi isso que você quis dizer, desculpe, mas foi isso que eu entendi.
Dói demais ler posts como esse.E mais ainda saber que essas coisas não são tão raras assim de acontecer. Eu já tive uma conversa com minhas amigas da escola sobre histórias de primos e tios que faziam/falavam coisas que a gente só foi entender mais tarde. Nenhuma situação tão forte assim como a S. descreveu, mas formas de abuso sexual sim. E o problema todo está na idéia de que é aceitável, e até esperado, que os homens façam isso.
Um exemplo: meu tio tem três filhos homens, os dois mais velhos são típicos machões e foram "educados" como tal. Porém o mais novo, por alguma razão (milagre, sei lá), desde pequeno já mostrou ser mais educado e respeitar o espaço de outras pessoas. E como os outros reagiram? Chamando-o de gay (boiola, viado, etc como se isso fosse ofensa) desde pequeno, simplesmente porque ele se recusava a a agir como machão e desrespeitar mulheres como faziam os outros.
Não sei se eu estou conseguindo deixar claro o que eu quero dizer, mas eu acho que, principalmente na questão de abuso sexual, nós feministas temos muito chão pra percorrer ainda, sabe? Me deixa muito triste saber que mulheres sofrem abuso e ainda são culpadas por isso, mas o que não dá pra fazer é ficar quieta.

Anônimo disse...

Cara Lola,
eu quero tanto te mandar um e-mail contanto a minha história.... Só que eu tenho tanto medo, mas tanto medo que não sei se poderia. Não queria contá-la a mais ninguém, apenas a você. Não que ache que Xs feministas do seu blog me julgariam... Mas nunca contei a ninguém e tenho medo k alguém k eu conheça leia. E acredite, isso é possível. E se mandasse de fato, gostaria q vc depois de me responder excluisse dda sua caixa e da sua lixeira.Meu coração está destruído há anos e simplesmente não sei o que fazer..... até pedir socorro me assusta

Z.

Anônimo disse...

soluções ???

Mirella disse...

S., nessas horas é que a esperança na humanidade some.

Você passou por isso. Foi obrigada a viver esses abusos enquanto não tinha nem discernimento para entender o que era. É a prova de que se deve ensinar homens a não estuprar, em vez de como mulheres (crianças!) podem evitar. É cultura de estupro toda essa história de "homens de confiança". É uma merda (com palavrão mesmo).


Seu post pode vir a ajudar muitas pessoas, agora. Pessoas que sofreram também essa violência e se culpam. Ou que não entenderam/digeriram o horror pelo qual passaram. Pode ajudar algum homem desavisado, que esteja passando por aqui, a refletir. Cada denúncia, cada relato, cada testemunho é uma maneira de tirar o estupro relegado ao canto do "beco escuro" e trazer luz ao problema que ele é. Ao problema de quem comete e a dor de quem o sofreu.

Não sei se você considera os ocorridos como superados ou se isso lhe causa ainda algum impedimento de viver sua vida. Espero do fundo do coração que não impeça, mas no caso de isto acontecer, sugiro que procure ajuda de pessoas em que você possa confiar ou algum tipo de terapia. O passo que você deu, de contar e emprestar seu pesar a uma causa, já foi enorme. Tudo que posso desejar é que agora você esteja bem e se sinta bem com o apoio que receberá aqui.

Anônimo disse...

Não faz sentido nenhum uma mulher que vê os homens como opressores malignos tê-los, mesmo assim, como parceiros românticos., vocês mesmas podem chegar a essa conclusão: se os homens são TODOS opressores, e as mulheres oprimidas, porque carga de água é que as mulheres se envolvem com os opressores? Já viste algum grupo "oprimido" a amar os opressoreS?
Se isto é assim, então não faz sentido nenhum uma mulher ser heteressexual visto que intimidade com o opressor é sinal de síndrome de Estocolmo, não?

Anônimo disse...

"Não entendi, esse relato é real?! é muito abuso pra uma pessoa só" ²

Desculpa, mas fiquei sem entender se é uma pessoa que foi abusada várias vezes ou se a autora quis dar exemplos hipotéticos de "homens de confiança"...
-----------

Falando nisso, uma vez me ocorreu de um tio (também com fama de tarado) tentar me dar "um abraço", seminu... eu tinha uns 11-12 anos na época. Peguei uma faca na cozinha, apontei pra ele e disse "quer me abraçar?". Foi o suficiente pra ele ver que eu não ficaria calada e não tinha medo dele.
Òbvio que quando contei depois tentaram botar panos quentes e me obrigar a acreditar que eu "estava exagerando", então fiz um favor pra vizinhança dele e contei pra todo mundo o que tinha acontecido. Nunca mais ele chegou perto da filha de ninguém naquela vizinhança por um bom tempo. Mas minha família continua dizendo que eu "vi coisa demais" até hoje, mesmo quando ele quase foi em cana por tentar passar a mão numa menina de 14 anos alguns anos depois, e ainda dizer na maior cara de pau "essas putinhas querem, e já estão até com corpão nessa idade"... ¬¬

Anônimo disse...


Nos colegios militares, nas forças armadas, quarteis de policia, o estupro faz parte do dia dia das instituiçoes.

nas familias burguesas, religiosas e tradicionais o estupro tambem é cotidiano.

8 de novembro de 2012 13:11
=
???, que viagem meu !

Anônimo disse...

Anônimo disse...
soluções ???

8 de novembro de 2012 13:20

As mulheres se unirem e se tornarem guerreiras para primeiramente se protegerem contra a violência onipresente dos homens contra as mulheres, e finalmente conseguirem erradicá-la totalmente.

Laura disse...

Ola,

Escrevo para reagir ao comentario do Anonimo das 13h08. Acho o estupro uma violência abominavel, um total jogo de poder do estuprador emcima da vitima. Nao consigo entender a logica de alguém que goste de obter sexo a força. Ja fui vitima de abuso quando tinha 10 anos, alguém proximo da familia, nunca contei pois sempre achei que ninguém iria acreditar numa criança de 10 anos, o tempo foi passando e deixei para la. Alguma sessoes de terapia me ajudaram a relativizar e mesmo a decidir a enterrar o acontecido, visto que eu nao guardei sequelas mais graves deste evento(ao menos por enquanto).
Como mulher e vitima de abuso, tenho repudio por homens que agem ou que façam menção a isso como algo legal. Agora, nao vamos colocar todos no mesmo saco. Homens nao sao estrupadores. Existem alguns, sim, sao muitos que agem assim, mas nao sao todos. Nao vamos alimentar os estereotipos formados contra mulheres feministas que odeiam homens. Eu adoro os homens, adoro entender o mode de pensar deles, tao diferente do nosso, as vezes. Muitos sao maus, agem com violência, mas muitos sao boas pessoas, alguns gostam de falar sobre feminismo comigo, concordam com algumas coisas, outras menos, mas ha um debate, sao cabeça aberta. Por isso, acho interessante cuidar para evitar generalizaçoes.

Aline T. Souza disse...

O feminismo não vê os homens como seres malignos e opressores.

Não culpamos um grupo em particular pela cultura de estupro.

A cultura de estupro é mantida por um sistema de governo e sociedade patriarcalista, machista e sexista.

O sistema patriarcal é o opressor, e todos (homens, mulheres, homossexuais e transexuais) somos vítimas dele.

Unknown disse...

Mais de uma vez ouvi de psicólogos que "pessoas que sofrem abuso uma vez tendem a sofrer abuso de novo". Não porque atraiam ou permitam isso, mas aquele primeiro abuso te torna vulnerável aos abusos da vida, não apenas os sexuais, mas também sociais, de poder enfim, todo tipo.

Sei que vc deve estar sentindo um alívio agora de poder contar isso pra alguém. Espero que fique bem e seja feliz.

Aline T. Souza disse...

Anônimo disse...
Anônimo disse...
soluções ???

8 de novembro de 2012 13:20

Combater a cultura de estupro, onde a vítima é sempre suspeita de ter culpa.
Combater o sistema patriarcal que inferioriza e objetifica as mulheres.
Aumentar a conscientização das pessoas em relação ao machismo e sexismo.
Criar leis que permitam a mulher ter direito de tomar decisões sobre o próprio corpo.
Policiar a mídia e as publicidade.
Combater o slut-shaming.
Acabar com a desumanização contra as mulheres.

Anônimo disse...

Nós mulheres sofremos abusos e ainda assim temos q ficar caladas,é a cultura do nada aconteceu foi só uma brincadeira imaginação sua,as que mais falam isso para as crianças são as mães q nunca querem proteger suas filhas optam por não ter o trabalho de lutar pela mente sã dessas vitimas fazem de contam q não foi nada, e vivem suas vidinhas tranquilas enquanto só quem passou por isso sabe como doi e quanto da sua vida foi tirado.Vamos denunciar,mostrar mesmo o lado negro da sociedade e é só assim q teremos esperança no futuro de q se faça algo pelas vitimas.

Gabriel disse...

Ótimo texto (respeitando, claro, os momentos de terror que a autora passou). Ótimas colocações sobre como os estupradores sempre são os monstros, os "Jacks estripadores" da escuridão, nunca são os amigos, tios, primos, colegas.

A lógica é "Todos os estupradores são maníacos loucos". Eu não sou um maníaco louco, logo o que faço não pode ser considerado estupro.

Bruno S disse...

O mais assustados a história é ver que histórias como essa podem acontecer em qualquer família.

Tão corriqueira é a forma como se criam tais situações. E a vítima continua em contato com seus algozes, tendo que atuar como se nada tivesse acontecido, pois caso contrário será imediatamente considerada culpada da violência que sofreu.

S. disse...

Eu sou a pessoa que escreveu o post. Quando ao "É muito abuso pra uma pessoa só": Não, não são situações hipotéticas. Todas elas, infelizmente, aconteceram.

Kinna disse...

Eu gostaria de responder à Laura e ao Anônimo das 13h08. Quando li o relato do Anônimo, fiquei chocada e incomodada com a afirmação "todos os homens são estupradores". Mas depois do impacto inicial, pensei direito e vi que faz um certo sentido. Calma, eu vou explicar.
Durante alguns anos da minha vida (dos 18 aos 21 anos mais especificamente), andei muito em grupos de homens. Nós éramos amigos e eu gostava muito deles. Eles sempre falavam muita coisa perto de mim, até por eu gostar de meninas, eles ficavam mais à vontade. E tinha muitas histórias escrotas que eles contavam. Por exemplo, quase todos eles tinham se iniciado sexualmente com porcos, cabras ou galinhas do sítio de suas famílias. E falavam isso rindo e brincando do quanto os animais se debatiam e que um deles acabou matando a galinha "sem querer" e todo mundo ria. Era totalmente banalizado. E eu achava nojento e absurdo. E, depois pensando, me dei conta que transar com animais "se debatendo" é estupro. Sim, é claro que é estupro. E eles eram todos caras legais ali. Que me tratavam bem e tudo mais. Acabei me afastando.
E em outro grupo, também tive que me afastar de vez quando arrumei uma namorada e eles se incomodaram muito e começaram a desrespeitar meu relacionamento, propunham "menáge", falavam que estava faltando "algo" ali. Principalmente por que ela tinha uma beleza bem dentro do padrão (e eu tb tenho). E, juro, esse período foi o suficiente para eu ter certeza que não quero me relacionar com homens amorosamente. Sei que tem vários caras legais, mas infelizmente eles são uma minoria tão pequena que é difícil eu querer me arriscar.

Anônimo disse...

o que mais me deixa triste, e depois de ler um ralato de horror destes, de um criminoso doentio contra uma crinça, mesmo assim muitas de nos ainda ficam defendendo um "feminismo limpinho cheirosinho", acho que ja passou da hora de acordarmos para realidade, muitas historias doentes como esta estão acontecendo neste exato momento, com outras meninas, se não nos posicionarmos de forma firme contr nossos opressores, so estaremos enxugando gelo,as mulheres são o único grupo oprimido a quem se exige que ame o seu opressor, sexualmente e de muitas outras formas, dizer que "Eu não sou oprimida por "homens", mas sim, oprimida pelo patriarcado" é o mesmo que dizer "eu não sou oprimida pelos nazis mas sim pelo nazismo"
Desculpem o desabafo, mas dinte do relato desta menina, impossivel não se indignar.
AnaClara

Anônimo disse...

a liberdade das mulheres passa por um certo controle da masculinidade agressiva, não há outra solução !

Anônimo disse...

Também fiquei confuso, tudo isso aconteceu com uma pressoa só, ou são diversos relatos para ilustrar o tópico? Uma pena que algumas pessoas coloquem todos os homens num único balaio e nos tomem a todos por monstros! o argumento de que todo sexo com homens é um estupro é no mínimo lamentável! Uma guerra insana contra os homens não serve de combate ao machismo, apenas reforça posições e dá argumentos a homens machistas! Quero lembrar também que não são apenas meninas que vivem sob a ameaças de abusos na infância, mesmo que a situação fosse essa o fato de ser homem não me torna incapaz de me sensibilizar com o tema .

Anônimo disse...

http://tvg.globo.com/novelas/salve-jorge/Vem-por-ai/noticia/2012/11/pescoco-espia-lurdinha-se-trocando-mas-nega-de-pe-junto-para-delzuite.html LOLA DÁ UMA OLHADA NISSO. uma forma de aviso para os pais apaixonados?

Anônimo disse...

Cara, sinto muito. Não tem nada mais que eu possa dizer, nada seria suficiente para consolar você, por sua história. E você não veio aqui pra isso. Veio para nos alertar, nos mostrar uma realidade ruim, que poderia ser a de qualquer um de nós.

Mesmo assim, fiquei com vontade de perguntar onde é que seus pais estavam que não notaram nada disso acontecer na casa deles, com a filha deles? meu deus, que irresponsáveis!

tenho várias lembranças dos meus pais me questionando sobre várias situaçoes assim, quando eu era bem pequena.

A partir dos 7 anos, eu ia pra escola de taxi. Era um motorista conhecido e tudo mais e que nunca me fez mal, mas poderia ter feito. Todos os dias quando eu chegava da escola minha mae perguntava: "foi tudo bem? e no carro, foi tudo bem? você sentou no banco de trás? o motorista encostou em você? filha, qualquer coisa que acontecer, se ele encostar em você, você tem que contar pra mamãe, tá bom?" Sempre.

Uma vez eu era pequena e entrei com outras crianças na "cabine" do porteiro do prédio. Minha mãe logo viu e perguntou o que tinha acontecido lá dentro, se ele tinha tocado a gente, o que nós tinhamos conversado, e que não era nunca mais pra eu entrar lá (não brigando comigo, apenas orientando). Assim era quando eu ia dormir na casa dos coleguinhas, ia brincar nos vizinhos (coisa que ela só me deixava fazer depois de conhecer os adultos da casa).

Sabe? ela sempre esteve de olho. Meu pai a mesma coisa. Hoje eu tenho 23 anos e se ele sabe que vem um entregador de gás aqui, ele não me deixa sozinha. Ele sabe o que pode acontecer, mesmo sendo o entregador do bairro, conhecido de anos.


Seus pais foram co-responsáveis por tudo isso.

PS: no seu primo e no amigo do seu pai, eu daria um jeito de dar um sustinho hoje em dia. Uma coça sabe? nada muito traumático. E deixe o recado de que eles estão apanhando por esse motivo.

Anônimo disse...

Cultura de estupro é não acreditar na vitima incondicionalmente em caso de duvida ou falta de prova objetiva ?
Vamos inverter a logica juridica e tornar a palavra do acusante fato sem provas ou testemunhas...
Por essa logica se eu te acussa-se de tentativa de assassinato a minha palavra como vitima deveria ser o suficiente pra te fazer ficar presa por anos.Ou apenas mulheres tem o direito de apontar o dedo e ver alguem preso na sua utopia feminista ?

Anônimo disse...

Minha mãe sempre me protegeu dos "homens de confiança". Ela não me deixava sair sozinha e eu passava o dia trancada em casa, sem ter com quem brincar. Enquanto meus irmãos podiam sair e brincar na rua, eu me sentia muito sozinha e não entendia a superproteção dela. Ela me dizia que se qualquer homem tentasse me tocar, mesmo se fosse meu pai ou avô ou tio ou irmão, para eu contar a ela. Eu ficava meio apavorada, porque não entendia o que era ser "tocada" por um homem e achava que minha mãe exagerava, que na verdade ela queria me punir, não me deixando sair pra brincar, ou queria que eu não gostasse deles. Eu ficava sempre com um certo sentimento de medo perto dos "homens de confiança" da família. E esses sentimentos fazem da infancia de uma menina algo um pouco traumatizante. Mesmo eu não tendo sofrido abuso algum, graças a minha mãe! Uma vez, quando eu tinha 7 anos, minha mãe me viu conversando com uma pessoa na porta de casa. Deixei a porta entreaberta e coloquei só a cara para fora para atender um senhor que tinha tocado a campainha. Minha mãe estranhou porque já fazia um tempo que eu tava conversando. E quando ela viu quem estava no portão, ela gelou, porque era um velhinho que tinha fama de pedófilo na vizinhança. E ele, o tempo todo, tava tentando me convencer a sair de dentro de casa e ir até onde ele estava, dizendo que eu era linda e prometendo coisas. Depois que fiquei adulta, minha mãe disse que tinha sido abusada na infancia por colegas mais velhos e por amigos do meu avô. Entendi ela melhor! E lendo esses posts no seu blog, Lola, entendo cada vez mais minha mãe.


Pretendo ter filha(o)s um dia, e minha dúvida como futura mãe é como protegê-la(o)s sem traumatizá-la(o)s, sem apavorá-la(o)s. Sem que saibam que esse tipo de coisa terrível existe. Eu, que soube dessas coisas numa idade que eu nem entendia o que era (4 anos), gostaria de poupar meus filho(a)s dessas informações, pelo menos até terem mais idade. Por outro lado, se uma criança, como S, foi abusada aos 5 anos, qual a idade correta para se falar do assunto com as meninas e meninos (lembrando que uma quantidade absurda de meninos também sofrem abusos)? Ou será que não precisamos falar nada enquanto são crianças, desde que criemos métodos ultra infalíveis de proteção?

Ishitori disse...

Passei alguns minutos pensando no que iria escrever... As vezes me pego pensando se não podia ter feito diferente, sei lá. A verdade é que esta sociedade machista, é ridicula, e que as vezes me sinto profundamente enojada com tudo isso.

Dia 10 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hamanndah disse...

"Anônimo disse...

Não faz sentido nenhum uma mulher que vê os homens como opressores malignos tê-los, mesmo assim, como parceiros românticos., vocês mesmas podem chegar a essa conclusão: se os homens são TODOS opressores, e as mulheres oprimidas, porque carga de água é que as mulheres se envolvem com os opressores? Já viste algum grupo "oprimido" a amar os opressoreS?
Se isto é assim, então não faz sentido nenhum uma mulher ser heteressexual visto que intimidade com o opressor é sinal de síndrome de Estocolmo, não?"

Anônimo imbecil

Nem todo homem é estuprador e opressor
Sexo hétero e homo consentido é gostoso e legal, quando existe carinho mútuo e tesão mutuo

Estupro NAO É SEXO! Estupro é violência e tomada de poder

Quer que eu desenhe, seu idiota, que nós, mulheres héteros amamamos fazer sexo com homens gentis e as mulheres homo amama homens gentis, embora não faça sexo com eles

É tão dificil para você entender?


Mariana disse...

Querida S.,
Sinto muito por todos os abusos pelos quais vc passou. Espero sinceramente que você consiga se abrir e contar tudo isso para alguém que possa te ajudar a superar tantas dores.
Um abraço carinhoso,

Mariana

Anônimo disse...

"Até hoje o encontro eventualmente, e o cumprimento, fingindo não lembrar. Ele age tão naturalmente que faz parecer que é tudo um delírio meu."

Eu vejo meu pai toda semana. E lembrei dele lendo isso. Porque ele também age tão naturalmente que me sinto culpada por "deixar" ele passar a mão em mim quando eu tinha oito anos. Tão naturalmente que me sinto, eu, uma monstra por sequer imaginar q ele tenha mesmo feito isso - ele que defende pena de morte a estupradores. Tão naturalmente que só consigo dizer isso tudo em anônimo.
O pior não é só culpar a vítima. É fazer a gente acreditar que é louca, que está exagerando, que está imaginando coisas.

Mariana disse...

Esse post de S. me fez lembrar de uma conversa que eu tive há um tempo com uma conhecida. Suas filhas são gêmeas, têm 15 anos, e apesar da origem humilde de seus pais elas sufruem do bom e do melhor, principalmente em termos de educação. É claro que os pais se matam de trabalhar para dar isto para as suas filhas.
Enfim. Ela me contou que quando uma das filhas tinha 9 anos, teve que fazer uma cirurgia, para a qual tomaria anestesia geral. A mãe pediu aos médicos para permanecer na sala durante toda a cirurgia. Para os médicos ela não explicou, mas para mim, sim: seu medo era que a filha sofresse algum tipo de abuso, pois estaria anestesiada e sozinha com uma equipe de médicos.
Logo que ouvi essa história fiquei meio assustada, achei uma desconfiança exagerada por parte dela. Gente, a menina tinha só 9 anos! E os médicos, para mim, passam uma imagem de confiança. Depois, sozinha, pensando no assunto e já tendo lido aqui no site da Lola vários relatos que descrevem monstruosidades (como o da S.), cheguei à conclusão de que a mãe fez certo.
"Homens de Confiança" simplesmente não existem. Aliás: pessoas de confiança não existem - afinal, S. tb sofreu abuso por parte das "amigAs" que disseram que ela beijou o amigo pq era uma "puta", correto?

Mariana

Priscila Boltão disse...

Anônimo das 13:03, a maioria das mulheres sofre abuso, e a grande maioria sofre mais de um ao longo da vida. Mas tendemos a chamar de estupro só aquilo que nos ensinaram - se a gente tiver sido penetrada e se tiver reagido fortemente. E todos os outros casos, por mais traumáticos que sejam, fingimos que não aconteceram pq sabemos que SEMPRE vai ter alguém que diga isso - que não pode ser. Ou q a gente quis. Ou q a gente interpretou mal. Ou q nem é uma grande coisa.
Anônimo das 13:08, eu entendo seu ponto de vista, mas quero ter alguma esperança nos homens.
Laura, feminista nenhuma odeia homem. Amamos os homens. Amamos tanto que acreditamos que eles podem ser melhor doq a sociedade diz, que não são animais que não podem ver carne. Que são humanos com sentimentos e que podem melhorar e que todos podemos viver um mundo de igualdade se tentarmos.
Feminismo é isso.
Sinto muito por tudo q a autora do guest post passou. Saiba q tem muita gente aqui que te entende.

Aline M. disse...

Ontem mesmo, estava na casa de meus pais quando começou a nova novela, e minha mãe disse: desliga aí a TV que eu detestei a novela. E completou: Ahhh, que coisa mais nada a ver, estupro e bla bla bla. Nem entrei no assunto porque é um caso perdido. Se não aconteceu com ela (espero) não existe, e é bobagem falar no assunto. Provavelmente também ache que é culpa da vítima... SENSO COMUM.
Voltando exclusivamente ao post, tenho uma filha de quatro anos, e sempre converso sobre os limites de seu corpinho. Digo que ninguém pode tocar no corpo dela sem permissão, principalmente no bumbum e na perereca, só a mamãe na hora de lavar, e ainda assim tenho que pedir antes... Explico que ela tem sempre que contar se alguém encostar nela de um jeito que ela ache estranho. Mas como saber??? Como ter a segurança de que vou saber se isso acontecer? Isso me derruba de preocupação. MÃES, MANIFESTEM-SE.

Unknown disse...

Anônimo das 13:08

Falando isso você reforça o esteriótipo que mulher não gosta de sexo, que faz por obrigação. É um absurdo generalizar as coisas dizendo que todos os homens são estupradores, que se você não "dar" eles vão estuprar de qualquer forma. Fico triste imaginando o tipo de pessoas que você conheceu em sua vida. Entendo que você pode não curtir sexo hétero, mas dizer que "sexo hétero é sempre estupro" é tão ignorante quanto um homofóbico dizendo que sexo homo é antinatural. Eu conheço homens que jamais trasariam com uma mulher se consentimento. Que jamais forçariam a barra. Você tem uma opinião extremamente misândrica, que deturpa totalmente o feminismo.

Anônimo disse...

Ola, Lola. Eu enviei para o lolaescreva@gmail.com no dia 19/10 o meu relato sobre abusos que sofri ao longo da vida, e sao bastante semelhantes (porem menos numerosos) aos o do guest post em questao.
Nao tive nenhuma resposta sua, fiquei um pouco triste, apesar de saber que vc eh uma pessoa ocupada.
E agora ainda estou mais triste, pq vejo que pessoas com casos quase identicos tem um espaco que eu nao tive. Desculpe se o tom parece acusatorio, mas apesar de fazer terapia e estar superando o(s) ocorrido(s) eu ainda me sinto mal lendo relatos semelhantes no blog, e acho que o meu seria mais uma sementinha para demonstrar que esses casos sao extremamente comuns.

Sara disse...

Post doloroso mas necessario, para desmistificar a figura folclorica do que é um estuprador.
Aquele cara q não conhecemos e q nos ataca em um beco escuro.
Infelizmente a grande massa dos que praticam esse tipo de crime são exatamente os tipos que vc S.citou.
O que torna punir esses homens algo muito dificil de se concretizar.
Certa esta a Lola que ha muito tempo propõe educarmos os homens a não serem estupradores, e deixar de culpar as vitimas.

@vbfri disse...

Para quem disse que "é muito abuso para uma pessoa só"...

É. Acontece. Se você não acredita, está validando a cultura de estupro.

Simples assim.

Unknown disse...

E a cultura do estupro só aumenta.
E consequentemente mais abortos por estupro também.

Uma dos fatores que vejo alimentar ainda mais esta cultura é a industria pornográfica atual, acessada por milhões de jovens nos EUA e mundo.

Acredito que 80% dos vídeos famosos hoje são sobre sexo forçado ou estupro mesmo.

Esta guerra é muito antiga.

Nos EUA os republicanos eram favoráveis a censura do porno hardcore, ou que denigre a imagem da mulher para tentar diminuir esta atual cultura de estupro.

Democratas por sua vez acham normal
tais filmes e consideram um direito de expressão de arte(SIC).

Muitas feministas americanas, mesmo não sendo republicanas tem o mesmo ideal de abolir certos temas que esta industria produz.

Obama recebeu milhões de apoio em sua campanha da Planned Parenthood, maior industria de aborto nos EUA.

E também deve ter recebido muito dinheiro da industria porno.

Ou será que uma empresa tão grande, só ficaria feliz apóas a sua vitória?

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1181675-industria-porno-se-anima-com-vitoria-de-obama.shtml





Carol disse...

Não podemos exagerar. Nem todo homem é estuprador. Como assim, gente? Claro que não são só "monstros" ou "psicopatas" que estupram, mas TODOS? Calma aí.

Anônimo disse...

"(...) Eu sinto da mesma forma com relação ao sexo hétero. Mesmo que uma mulher queira – e eu tenho certeza que muitas querem – isso não pesa mais que o fato que os homens a estuprariam de qualquer maneira. Os homens são estupradores. Isso é o que eles fazem. “Querer” não muda isso, embora eu não esteja negando que algumas mulheres de fato “querem”."

Olha, sua analogia é bonitinha e eu entendi completamente o que você quis dizer. Mas na boa. Na boa. Não. Não adote isso pra sua vida.

Ter um bom caráter e respeitar a vontade do próximo não são características incompatíveis com o sexo masculino.

Anônimo disse...

Eu tenho uma lembrança que guardei comigo até hoje... Eu tinha uns 16-17 anos e estava dormindo na casa do meu pai. De repente senti uma mão acariciando meu púbis, e acordei com isso. Meu pai estava sentado do meu lado, me olhando e sorrindo pra mim. Fiquei confusa, sem saber se tinha sonhado com aquilo ou se foi verdade e "deixei pra lá". Hoje tenho certeza que sofri um abuso.
Eu tenho um filho de 10 anos e uma filha de 7, e tento lhes dar uma educação baseada no respeito ao outro. Dia desses meu filho veio me mostrar no livro de ciências o assunto "reprodução humana", super curioso, pois até então não sabia como isso funcionava. Li com ele e fui conversando, explicando sobre o ato sexual, e ao final ele me perguntou: "mas mamãe, a gente só pode fazer isso quando a gente ama, né?" rssss
Achei lindo, e disse que sim, pois apesar da questão ser bem mais ampla, na pureza dele isso é tudo o que ele já consegue compreender nessa idade. Aos poucos as outras questões irão chegando e tentarei abordá-las da melhor forma que posso pra torná-lo um homem de bem.
Ach que estou no caminho certo. E acredito que é assim que um dia conseguiremos melhorar nossos homens. É um trabalho de formiguinha mesmo.

Anônimo disse...

"Os homens são estupradores. Isso é o que eles fazem."

Eu nunca estuprei ninguém, senhorita Generalizo contra o Sistema que Generaliza.

Anônimo disse...

Pessoal na boa, eu si que toda generalização e burra, mas olhem o mundo ao redor ?! As guerras as matanças, estupros, são cometidos em sua gigantesca maioria por quem ? negar este fato e viver num mundo de ilusões, eu não defendo que entremos em guerra contra os homens, mas que vejamos as coisas como elas são, para podermos lutar com maior clareza, os homens são naturalmente violentos sim alguns mais outros menos, e a liberdade da mulher no mundo, passa sim por mante-los sob controle, que este padrão de masculinidade deve cair, seja por educação ou medicação, mas enquanto vivermos num mundo onde eles em maior força, não teremos paz !

Anônimo disse...

Sinto pelo que a autora o relato passou, mas sinto tambem por muitas aqui estarem pintando uma imagem demoniaca do gênero masculino.
Para muitas não há decisões pessoais, não existem pessoas, apenas a “sociedade”, como sendo uma espécie de ente abstrato com vida própria. Não é um homem, enquanto pessoa, que decidiu cometer um crime, e sim a “sociedade machista”, como se o machismo fosse uma espécie de força maligna que entra nos homens e obriga eles a fazerem coisas más, e não que um homem, enquanto indivíduo, decidiu realizar um ato violento e abominavel
Não é preciso dizer o absurdo que é chamar uma mulher de feminista (ou femista) só por ser uma assassina. Um homem se vê como indivíduo, dessa forma assume sozinho a responsabilidade pelos seus atos, assim como não culparia todas as mulheres pelo ato de uma. Mas uma mulher, caso seja feminista, verá no ato de um único homem entre milhões um problema social, e consequentemente culpará todos os homens. Dessa forma conseguem o malabarismo de transformar um único assassino em milhões de homens, de modo que todos os homens viram um pouco assassinos pelo ato de apenas um.

Anônimo disse...

Lamentável, enquanto muitas de vocês não despertarem, muitas meninas continuaram sofrendo abusos .

Sinto informa-la, mas sim, seu filho e um estuprador em potencial, e cabe a você educa-lo de forma a conter o seu instinto masculino dominador, o próprio ato sexual ja nos desfavorece,nos somos as penetradas, não o penetrador, e isto em si so, se você tirar o contexto romântico, socialmente construido por homens ao longo do seculos, verá que e sim uma violencia !

Anônimo disse...

quando um garoto de 11, 12 anos recebe caricias de uma mulher mais velha, e estupro também ?
Porque me disseram que eu tive sorte !

Anônimo disse...

Claro, anônimo que foi acariciado por uma mulher mais velha quando tinha 12 anos. Claro que é estupro. E a violência que você sofreu é tão digna de ojeriza quando a violência sofrida pela autora do post. Eu sinto muito, muito mesmo, por você.

É triste que os homens, quando sofrem abuso, ainda tem que ouvir "foi sorte" "bom pra você". É o mesmo que falar para nós, mulheres "vocÊ tá exagerando" "vc queria".

enfim.

Concordo com quem falou de responsabilizar o indivíduo, mesmo que a sociedade tenha tanta influencia sobre nossas vidas e opiniões.

Luiza disse...

Eu sinto muito por tudo o que você passou, S. E receba meu abraço :)

Eu tenho sorte de ter crescido numa família que sempre manteve os dois olhos em mim enquando eu era criança, e de meus parentes homens serem pessoas muito boas. Infelizmente eu sou a minoria.

Quanto ao tipo de abordagem que devemos escolher para alertar as crianças, eu particularmente gosto dos que explicam que o corpo da criança é apenas dela e que ninguém pode, nem tem o direito, de tocá-lo, com exceção dos banhos e consultas médicas. Explicar o que é apropriado e inapropriado no toque (um abraço de um parente, ok; mão em lugar errado, não) e, acima de tudo, empoderar a criança, ensinar que tudo bem gritar, chutar, espernear caso esteja em perigo. É assim que a maior parte dos Free Range Kids, grupo de pais americanos que combate a paranoia de manter os filhos trancados em casa, costuma fazer.

Eu sinto muito por quem generaliza todos os homens. Imagino, e entendo mesmo, que algumas mulheres já passaram por tanta coisa nas mãos de agressores que fica difícil não jogar todos no mesmo saco.
Eu, logo logo, vou sair do Brasil, e fico muito triste que meus futuros filhos vão passar tão pouco tempo com meus pais. Meu querido papai vai ser um ótimo avô, e eu não pensarei uma vez antes de deixar meus filhos com ele e minha mãe.

Anônimo disse...

Queria que vocês assistissem ao filme dinamarquês "A Caça" e dessem suas opiniões.

Luiza disse...

Eu acho, só ACHO, que o anônimo que acha que toda relação sexual é um estupro é homem. Just my fifty cents.

Anônimo disse...

Anônimo das 17:29.


Você não é bem vindo aqui, mascutroll!

Unknown disse...

Anon das 17:17

"passa sim por mante-los sob controle, que este padrão de masculinidade deve cair, seja por educação ou medicação"

Secundado com o selo trap transhumanista de qualidade, hue!

Mas a libido e agressividade masculina são características vestigiais realmente danosas. Acho que homens que tiverem problemas com a testosterona(não apenas violência, mas também sofrimento interno) deveriam ter o direito a conhecer castração química. Uns 75mg de espironolactona em três doses de 25mg provavelmente bastaria, sem precisar ser algo diário.

Aline T. Souza disse...

"É muito comum quando criticamos a cultura de estupro, por exemplo, vermos homens super indignados e nervosos, dizendo que estamos acusando todos os homens de serem potenciais estupradores, que estamos generalizando, que eles nunca estuprariam ninguém, que nós mulheres é que somos vitimistas, e etc, etc, etc... Se sentem atacados, como se a critica fosse direcionada diretamente ao sexo masculino. E não é! Quando criticamos a cultura de estupro, há muitos fatores envolvidos e controlados pelo sistema: as propagandas que mostram mulheres como objetos, as notícias que sempre fazem questão de apontar como se as atitudes ou vestuário da mulher tivesse sido a causa do estupro, achar normal dizer coisas como "nossa com essa roupa deve estar querendo alguma coisa", "** de bêbado não tem dono", "mulher tem que se dar ao respeito para merecer respeito", humoristas fazendo piada sobre estupro "o cara que estupra uma mulher feia merece um abraço", entre outros. E são esse fatores que criticamos, a permissividade do governo em relação a mídia, atitudes e frases que normalizam este tipo de crime e que diminuem a gravidade do mesmo, ou seja, todo um SISTEMA que controla, incentiva e permite a cultura de estupro."

Trecho da minha blogagem de hoje, que acho que serve perfeitamente para o anônimo das 17:03

Ana disse...

@17:29

Sim, é estupro.

E é, te disseram que você teve sorte porque nessa porcaria de cultura machista, qualquer atividade sexual é sempre lucro pra um homem (ou no seu caso, menino!). Ter cromossomos XY aparentemente te obriga a ser uma criatura sedenta por sexo aos olhos de muita gente. Nessa mentalidade, você foi sortudo porque oras, que garoto não ia querer que uma mulher lhe 'desse mole'?

É nojento. É machista. E você não deve comprar essa idéia. Ninguém pode pôr as mãos em você sem o seu consentimento e ponto! Sem balela de que "com menino é diferente" ou o caramba. Se uma mulher te acariciou sem você querer, você pode sim se sentir constrangido e invadido, ao invés de "sortudo". Não é frescura, não é ilógico, é direito seu!

Você não é o primeiro que aparece aqui pra contar algo assim - pessoal, vocês se lembram daquele cara que foi atacado pela amiga da irmã? Se não me engano a guria ameaçou acusá-lo de estupro se ele não quisesse transar com ela, e disse que ele tinha sorte também. Não me lembro mais dos detalhes, mas o relato dele está aí em alguma caixa do blog.

Sim, homens também são vítimas de cultura do estupro. E eu imagino que como esses dois devem existir centenas, milhares de vítimas... que tiveram que ouvir "você teve sorte!".

Que nojo.

Ana disse...

@17:55

Mascutroll? Porque?

Olha eu sei comments anônimos às vezes são suspeitos. Mas muitas mulheres que falam de abuso aqui usam justamente o anonimato, por questões óbvias - porque o mesmo não se aplicaria a homens?

E esse anônimo não é o primeiro cara que aparece aqui com uma história dessas. Se você me perguntar, acho é muito plausível o que ele contou. E fecha direitinho com o nosso discurso contra o machismo.

Aline T. Souza disse...

Não sou contra a culpabilização do criminoso em sim.
Mas sou contra sim a generalização de que todos os homens são opressores.

Creio que todos somos vítimas do sistema machista em que vivemos, inclusive os homens. Eles são condicionados e ensinados desde o momento do nascimento de que têm que ser o macho dominante, de que devem ser agressivos e não podem levar a pior em uma briga, de que ser menos competente que uma mulher em qualquer área da vida é uma vergonha, aprendem que homem tem que ter honra, que deve pegar todas as mulheres, que tem mulher para casar e para comer, enfim.

Acredito que a maior vítima deste sistema é a mulher, mas os homens também são forçados a viver a vida que imposta para eles e não a vida que eles querem.

É claro que isso não justifica nenhum crime, pois é possível sair desta "caixa de padrões", mas não podemos simplesmente apontar para um grupo, no caso os homens, e dizer que é tudo culpa deles.

Anônimo disse...

Acho que a violencia nao ta ligada diretamente com testosterona.A violencia externa é o que faz ativar a testosterona e nao o contrario.Portanto esse lance de ser dominador cai por terra.Podemos ser animais exceçoes como varios outros.


E esses caras que fala em menage com lesbicas automaticamente em minha cabeça vem estupro corretivo.
Lesbicas sofrem duas vezes mais perigo.

E sobre a mulher ser inferior pq é penetrada dizer dessa forma é equivocado,a estrutura social faz com que as pessoas vejam desta forma.


Anônimo disse...

Eu nunca verbalizei isto na minha vida, mas eu fui abusada quando criança. Eu não tenho ideia de quantos anos eu tinha, acredito que entre 5 ou 6 anos. Minha mãe, é mãe solteira e na época trabalhava a tarde. Eu e meu irmão ficávamos trancados em casa, mas aos finais de semana sempre brincávamos com nossos vizinhos da rua de cima, a maioria meninos (e a minha mãe aproveitava para manter amizade com a vizinhança). Nunca houve nada com os meninos, mas com o pai de dois dele sim. Por mais que eu tente, eu não consigo tirar a cena da cabeça, eu estava com sede e fui beber água, todos os outros garotos também, daí o M. se abaixou por trás de mim e me colocou entre as pernas dele, ele tirou o pênis e passou na minha vagina, eu sei disso, e acredito que todos os meninos, inclusive meu irmão e os filhos de M observavam o que acontecia, não sei nem se eles sabiam o que o M. estava fazendo. Hoje eu ainda o vejo próximo a minha antiga casa, ele me para e pergunta da minha família, é simpático e eu até que consigo ter uma conversa normal com ele. Mas aquela cena não me sai nunca da cabeça. Nunca contei isto para ninguém, absolutamente ninguém. Vejo o meu abusador como uma pessoa que não sabia o que estava fazendo, mas que na ocasião, aproveitou para ralar o penis na filha da vizinha mãe solteira. Assim como S. o meu abusador era um homem de confiança.

Anônimo disse...

Olha, eu sou homem e discordo do que a pessoa acima falou, de que todos os homens são estupradores. Não iniciei minha vida sexual transando com animais e muito menos abusei de alguma pessoa. Pelo contrário, aos 12 sofri uma tentativa de abuso, quando um cara num clube pegou no meu pau e disse que "já tava bem grandinho, já". Não foi nada traumático, eu sabia que tava errado e saí fora, mas poderia ter sido pior se fosse uma criança mais nova. Não digo que não é comum (a maioria de minhas amigas sofreram algum tipo de abuso na infância), mas dizer que todos os homens são estupradores me insulta tanto quanto ouvir que todas as mulheres estupradas "queriam". O feminismo se preocupa muito em combater os estereótipos femininos. Vamos cuidar para que não aconteça o mesmo com os homens, ou estaremos sendo contraditórios e vingativos.

Ana disse...

"Todos os homens são estupradores".

Também discordo. Eu não diria jamais que todos são estupradores.

Mas talvez eu dissesse que "qualquer homem pode ser um estuprador". No sentido de que classe social, instrução, aparência, relação, etc, nada disso pode te dar 100% de certeza de que um cara sabe te respeitar.

No post por exemplo temos a figura do 'homem de confiança'. Ninguém suspeita do 'homem de confiança'. Ele é o conhecido de anos, a parte da família, o sujeito super gente boa. E no fim nenhuma dessas impressões garante nada.

Uma vez ouvi (se não me engano em 'Criminal Minds') a seguinte reflexão: "o maior erro da polícia no passado foi educar as crianças nas escolas sobre sequestros".

Porquê? "Porque nós as ensinamos a sempre desconfiar do cara esquisito usando roupa preta. E isso deu chance para todos os outros tipos agirem".

Nem sei se esse dado procede. Mas o meu ponto citando esse raciocínio é que se acostumar com uma figura padrão é sempre um erro. Muita gente acha, como eu costumo dizer, que estuprador é um 'ninja numa árvore esperando uma mulher passar às 5 da matina'. E não é. Todo tipo de cara pode fazer uma coisa dessas, seja completamente intencional ou simplesmente porque ele compra idéias machistas (quantos caras acham perfeitamente normal dar uma insistida? todos eles são marginais/psicopatas?).

Então eu não diria "todos os homens são estupradores". Mas talvez dissesse "qualquer homem pode ser um estuprador".

Anônimo disse...

Respondendo aqui à Anônimo das 13:08 e à Laura.

Laura, eu entendo o que a Anônimo quis dizer. Como você, também fui vítima de abuso/estupro aos dez anos de idade e de forma alguma acredito que todos os homens sejam sejam estupradores. Conheço caras maravilhosos, que respeitam as mulheres pra caramba. Mas acho que entendo o que a Anônima quis dizer com a história da avó dela dar as coisas ao primo antes de ele roubar. Também já me senti assim, principalmente em relação a caras que eu tinha acabado de conhecer. Já tive aquele sentimento devastador que eu se eu não transasse com ele voluntariamente ele ia tirar isso de mim. Na verdade, isso não aconteceu. Eu disse não, mais de uma vez, e, embora tenha demorado um tantinho, o cara parou. Não acho nem que tenha sido de propósito, sabe? Ou que tenha sido parte da cultura de estupro que não quer dizer sim. Acho que foi mais que ele estava empolgado e precisou de um tempinho pra desligar. Mas, teve um hora, antes de eu dizer não, que eu achava que ele não ia parar. Sei lá, eu tentava tirar ele e ele voltava. Eu fiquei meio em pênico. Mas não sei mesmo se o problema era comigo ou com ele. Não sei se ele eu fiquei sem jeito de tirar, se fui muito sutil (pode realmente ter sido isso). Não acho que ele queria me estuprar, senão teria feito isso. Mas acho que se eu realmente achasse que ele fosse fazer isso, teria transado com ele só para não passar por isso de novo, entende? Acho que dói menos.

Acho que esse era o ponto da Anônima? Pelo menos foi isso que entendi.

Anônimo disse...

Eu me lembro de apenas 3 situações que posso considerar como abuso

Uma quando tinha 10 anos, que um tio bem mais velho, já morto há 12 anos, puxou o elástico da minhna calcinha e soltou

Depois, ele me mostrou uma revista pornográfica com fotos de seios de mulheres e falou para mim "olha as tetas da moça(da revista)"

A terceira vez que me lembro eu tinha quase 17 anos, estava sozinha com ele em casa, pois meus pais haviam viajado para o carnaval, ele mostrou o pênis.

Eu fui para meu quarto dormir, com muito medo, acho que coloquei peso na porta do quarto.

Eu me lembro de manhã ele tinha vindo no meu quarto e cutucou um de meus seios

Acho que na época do primeiro abuso eu me lembro que, eu com 10 anos, tinha muita raiva dele, mas não sabia porque. Eu dava tapas nas costas dele, com minha força de criança de 10 anos, os adultos censuravam e o defendiam, é claro

Não gosto de me lembrar de eu agredindo-o desse jeito, mas eu tinha muita raiva e ódio dele e não sabia porque naquela época

Quando ele ficou mais velho, sendo solteirão, nós cuidávamos dele, levar a médico, etc. eu, inclusive

Um dia um taxista notou o pouco afeto que eu demonstrava por ele e me criticou

Muito fácil para o taxista

Um abraço

Anônimo disse...

"... os homens são naturalmente violentos sim alguns mais outros menos, e a liberdade da mulher no mundo, passa sim por mante-los sob controle"...

Olha, manter sob controle as mulheres e filhas dos proprietários (e sob outro tipo de controle as mulheres trabalhadoras) é tudo o que a sociedade machista fez até agora. Não é com "controle", menos ainda com ideias eugênicas malucas como controle químico que vamos resolver os problemas uns com os outros. Homens, mulheres, gays, lésbicas, trans, cis, seja lá quem for, todos precisam da construção de sistemas e instituições que levem à solidariedade, à troca, ao contato, à proximidade, ao diálogo.

O que algumas pessoas estão propondo aqui é um retorno ao nazismo. A ninguém deveria ser dado "controlar" quem quer que fosse por esses meios.

Moema L disse...

S. eu não sei nem o que te dizer...
sinto muitíssimo por tudo que você passou sinta-se abraçada por mim.

Esse relato só mostra como o estuprador ta mais próximo do que a maioria pensa.Não é só o maluco do beco escuro, eu me preocupo mais com os ditos de confiança do que com os psicóticos da escuridão.

Moema L disse...

"...Também discordo. Eu não diria jamais que todos são estupradores.

Mas talvez eu dissesse que "qualquer homem pode ser um estuprador". No sentido de que classe social, instrução, aparência, relação, etc, nada disso pode te dar 100% de certeza de que um cara sabe te respeitar..."

concordo em gênero, numero e grau.

Que todos são estupradores não é verdade mas qualquer um deles pode ser um estuprador,sim. Simplesmente não há como identificar, ficou muito claro no post, muitas vezes o monstro é o "de confiança", que aparentemente não lembra em nada um monstro.

Anônimo disse...

È incrível como esse blog cumpre um papel tão importante, tb sofri um abuso, mas ja era adulta, e o homem q fez isso era muito amigo de minha familia,muito respeitado na vizinhança.
Fiquei tão atordoada no dia em q tudo aconteceu, porque ainda por cima ele era esposo de minha melhor amiga, nunca esperei isso dele, e realmente fiquei paralizada, na verdade ele nem teve q usar de muita violencia comigo.
Não tive coragem de denuncia-lo pois fiquei pensando em tudo q estaria em jogo com essa denuncia, ele tinha filhos pequenos, minha amiga, meu marido, meus filhos, tudo.
Ele ja me pediu perdão diversas vezes pelo celular, ja o vi nas ruas algumas vezes, ele pede para me ver novamente, mas embora eu o tenha perdoado, nunca mais vou ficar a sós com ele.
Ninguem sabe do q aconteceu, mas das vezes q o vi junto com minha amiga procuro trata-lo da maneira mais natural possível, e ele tb faz o mesmo, as vezes me sentia mal por isso, mas percebi aqui que muitas mulheres passam pela mesma situação. na verdade é como se eu não quizesse admitir nem pra mim mesma q passei por isso.

Anônimo disse...

Nem todos os homens são estupradores,mas o estupro é sim um problema majoritariamente masculino.Negar isso é tapar o sol com a peneira.

Anônimo disse...

Aline Tomasuolo disse...
Não sou contra a culpabilização do criminoso em sim.
Mas sou contra sim a generalização de que todos os homens são opressores.

Creio que todos somos vítimas do sistema machista em que vivemos, inclusive os homens. Eles são condicionados e ensinados desde o momento do nascimento de que têm que ser o macho dominante, de que devem ser agressivos e não podem levar a pior em uma briga, de que ser menos competente que uma mulher em qualquer área da vida é uma vergonha, aprendem que homem tem que ter honra, que deve pegar todas as mulheres, que tem mulher para casar e para comer, enfim.

Acredito que a maior vítima deste sistema é a mulher, mas os homens também são forçados a viver a vida que imposta para eles e não a vida que eles querem.

É claro que isso não justifica nenhum crime, pois é possível sair desta "caixa de padrões", mas não podemos simplesmente apontar para um grupo, no caso os homens, e dizer que é tudo culpa deles.

8 de novembro de 2012 18:29

Por que não? Por que as mulheres não podem apontar os homens como seus opressores, como os agentes da opressão feminina? Você disse em um comentário anterior que o sistema patriarcal é o opressor e que todo mundo é vítima dele. Isso não seria esvaziar completamente o significado da opressão feminina? Então não podemos dizer que mulheres são oprimidas por serem mulheres, já que neste caso não existe um grupo que oprime e outro que é oprimido, o sistema patriarcal oprime todo mundo. Mas não seria o sistema composto por pessoas? Pelo que sabemos da análise feminista são os homens que possuem poder estrutural para construir o sistema patriarcal, são os homens que recebem vantagens e privilégios com a manutenção desse sistema, são os homens que cometem a violência sistematizada contra mulheres, que estupram, que negam os direitos das mulheres. Negar esses fatos só pode levar de volta a culpar mulheres pela própria opressão ou crer que o sistema patriarcal existe por causa de alguma força mística vinda do além que decreta que os homens são superiores e devem dominar e que as mulheres devem se submeter a eles e existir para servi-los.

Anônimo disse...

Fiz as contas e contei 8 tentativas de estupro,sendo q uma delas foi coletivo, e um estupro,isso apenas na minha vida, como percebo q na maior parte dos relatos , assim como foi comigo tb, nunca foi feita a denuncia.
E guardamos silencio, só por essa amostra, ja da pra se ter uma vaga idéia do quanto esse crime é generalizado.
E tem gente q ainda fala q não vivemos uma cultura do estupro.

Anônimo disse...

Quando eu tinha 4 anos tinha um primo 10 anos mais velho. Qdo ia na casa dele com minha mãe, ele chamava eu e outros primos pra brincar de video game no quarto. Entao, enquanto eles jogavam ele me colocava debaixo da coberta e deitava comigo, colocava minha mão no pinto dele e devia se masturbar. Eu nao lembro direito, na verdade eu sabia que aquilo era estranho mas nao entendia o q era. E com o tempo eu quis esquecer, ao mesmo tempo que senti nojo de mim. Até que esqueci. E há uns meses lembrei e minha vontade é vomitar na cara dele qdo o vejo.

Anônimo disse...

sou homem heterossexual e acompanho esse blog, compartilhando muitas das ideias da Lola. sobre o depoimento acima, fiquei um pouco impressionado que uma única pessoa tenha passado por tantas situações assim. sinceramente não imaginava que isso fosse tão comum. a relação com o primo de 15 anos, quando a menina tinha 8, é a única em que me ajuda a relativizar e colocar um ponto que eu penso ser interessante (as outras são inquestionáveis, no meu entendimento). o ponto que quero colocar não tem nada a ver com "desculpabilizar" o primo de 15 anos ou culpar a menina, jamais, de nenhum modo, mas eu me pergunto: e se o primo tivesse 9 anos? seria ainda pensado como estupro? pq os meninos têm pseudo-relações sexuais na infância e não se envergonham/incomodam disso tanto quanto as mulheres, depois de crescidas? pq a lembrança de chupar aquele pau costuma ser traumática de uma maneira que não seria para um menino? (desculpe se estou aqui desrespeitando os sentimentos de S., estou falando em um sentido genérico e estatístico, essa situação com o primo acontece muito também entre homens, mas os homens parecem não se incomodar com um passado de ter testado/usado seus corpos, sei lá, esquecem isso, riem disso... enquanto as mulheres se sentem mal). sei que vivemos em uma verdadeira cultura do estupro, sei que as mulheres passam por essas situações quase cotidianamente, mas pq não há casos de sexualidade feminina na infância que seja "boa" ou "não-traumática"? não seria o caso de desejar um mundo em que as mulheres pudessem ter experiências sexuais na mesma medida que os homens, sem que isso significasse um problema? essa diferença entre meninos e meninas não faria alusão a uma espécie de "pessimismo sexual" (http://disturbiossociais.blogspot.com.br/2010/08/moralidade-crista-e-essencialmente.html) que atinge mais às mulheres que aos homens? não seria importante, apra combater isso, que as próprias mulheres pudessem olhar para esses acontecimentos do passado com tranquilidade, brincadeira e até orgulho? desculpe novamente, como homem heterossexual eu realmente não posso sentir na pele o que isso significa, mas tenho um interesse específico por experiências sexuais na infância (interesse de pesquisa, que fique claro, e em casos que não não se configure pedofilia, o que abomino, ou ainda em situações em que alguma parte é maior de idade e outra não, mas o "menor" declara, já em fase adulta, efetivamente ter feito aquilo porque quis - o que não é o caso aqui)... enfim, é uma questão que gostaria de entender.

Anônimo disse...

Anônimo das 17:51,

Eu assisti ao filme "A caça" semana passada e saí do cinema dizendo e ainda hoje sei que acreditaria na menina até o fim, mas trataria o assunto com um pouco mais de responsabilidade do que a diretora da escola.
Também acho que o filme pode ser usado para legitimar a cultura do estupro que desacredita a fala de crianças, exatamente como a S. diz em seu depoimento: não dizer porque acha que ninguém vai acreditar. No entanto, ainda não cheguei a um acordo mental sobre quais seriam as intenções do filme. às vezes acho interessante, às vezes horrível.

Lola, veja o filme e escreva sobre, é de necessidade pública!

Ass. Fernanda

Binha disse...

Isso é assustador. Como alguém disse em outro comentário: "Dói no estômago ler essas coisas, dói demais". Na verdade estou me sentindo desconfortável só de ler, não gosto nem de imaginar o que a autora passou e o que tantas outras crianças passam todos os dias. Eu passei por duas situações bizarras quando tinha 16 anos com homens desconhecidos e fiquei apavorada, imagina uma criança abusada por alguém "de confiança"? Há casos em que o trauma é tão grande que a vítima bloqueia o que aconteceu e apaga da mente... a pessoa apresenta várias dificuldades na vida adulta e só consegue resolver fazendo terapia, pois nem lembrava o que tinha acontecido. Talvez esses caras confiem nisso, ou achem que crianças de 5 anos não lembram de nada da sua vida. Enfim, só consigo pensar que é triste demais...

Binha disse...

Anônimo das 20:05

Sim, as meninas podem ter sim experiências "sexuais" positivas na infância em uma brincadeira, por exemplo, da qual ela esteja participando e se divertindo. O que definitivamente não é o caso da autora dos post!!!

Anônimo disse...

É tão doloroso que as famílias se recusam a acreditar.
Entender que certos familiares e amigos não são de confiança reobriga a rearranjos dolorosos que quase ninguém sabe fazer.

Minha irmã foi abusada por nosso pai na infância e só contou para mim, já adulta. Eu fui abusada por nosso irmão e não falei nem na terapia.

E a tonta da nossa mãe ocupada em nos proibir de namorar e passear normalmente, em vez de tomar conta de nós de verdade... [:o]

Anônimo disse...

S. boa sorte pra você.
Infelizmente seu caso é mais comum do que parece.
Espero que você se refaça por completo e tenha uma vida plena!!!

Anônimo disse...

acredito q nem todos homens são abusadores,mas não sei como saber se cometeram ou não um ato desses,por isso devemos vigiar.Mulheres também podem ser abusadoras sexuais de crianças e adolescentes tanto do sexo feminino ou masculino, não é só homens que podem ser monstros com jeito de confiaveis ,existem sim mulheres q cometem esses atos horriveis, qual seria o motivo?gostaria de saber o porque fazem coisas tão ruins com outros seres humano,alguém sabe dizer?

Anônimo disse...

Fernanda,

Não acho que o filme tenha a intenção de desacreditar a fala das crianças. Acho, porém, que ele coloca a discussão sobre a verdade absoluta que costuma ser a fala delas.

Eu tenho a impressão que muitas vezes o acusado de estupro é tratado como um monstro imediatamente, sem ter o direito à defesa. É comum ver notícias na televisão sobre uma comunidade que espancou ou matou um acusado de estuprar uma criança. E, quando eu leio esses textos sobre a cultura do estupro, eu acho que é proposto que se faça exatamente a mesma coisa - ou seja, se alguém foi acusado de estupro, ele é imediatamente culpado e tem que ter a vida destruída.

Por isso que eu acho que tem que ter um cuidado muito grande com isso tudo. Sempre que se publica um relato de estupro na blogosfera feminista, incluindo aqui, existem centenas de comentários de ódio ao suposto estuprador, mas ninguém sabe o que realmente aconteceu. É um julgamento imediato. Foi acusado de estupro? É culpado, tem que morrer.

Não estou dizendo que a autora desse post está mentindo, muito pelo contrário - Ela não teria porque fazer isso, nenhum nome é citado, nada aparece, ou seja, quase com certeza são relatos verdadeiros. Mas quando ocorre um caso como o do New Hit, por exemplo (antes da perícia, é claro), toda a internet - exceto as fãs radicais do facebook e os malucos das caixas de comentário do uol e similares - praticamente condenaram a banda à morte. Sem saber o que realmente tinha acontecido. Sem investigar. Sem ter estado lá.

O filme é importante justamente por isso - antes de acusar alguém, saiba o que aconteceu. É culpado de estupro? Ok, prisão perpétua (sou contra a pena de morte). Mas não se pode imediatamente culpabilizar alguém.

Mas espero que mais gente, como a Lola, veja o filme. Daria uma excelente discussão.

Anônimo disse...

Bom, o argumento chegou bem onde eu esperava que iria chegar.

De um lado, os que culpabilizam o "sistema", do outro os que culpabilizam um seção inteira de seres humanos (chegando a sugerir "controle químico").

Gente, a sociedade e os seres humanos são complexos e sempre multideterminados. É verdade que as mulheres, nesse sistema, sofrem mais com o estupro. Mas, por exemplo, os homens morrem mais assassinados. Em certas guerras, a população masculina de certas regiões é quase toda morta. E assim vai.

Ou seja, é sim um equívoco enorme achar que controlando quimicamente os homens as mulheres vão viver num mundo melhor. Possivelmente vão viver num mundo mais perverso e controlado. Talvez pra algumas pessoas de classe média seja um sonho. Mas pra quem é libertário é um pesadelo.

Não há resposta pronta para a resolução disso, a não ser no pensamento fascista. Parem de sonhar que algum dia alguém pode surgir e apagar os problemas por um ato de vontade.

As melhores respostas que já ouvi para esses dilemas são as de pensadoras anarquistas. Você tem um problema? Junte-se às pessoas ao seu redor que tem o mesmo problema ou então que se solidarizam com o seu problema e, juntos, tratem de usar as condições disponíveis para combatê-lo. Estudem, investiguem, se perguntem livremente a respeito do assunto e trabalhem para possuir mais liberdade e mais consciência frente ao problema.

Anônimo disse...

Ishitori, acho que te conheço da comunidade "Estupro é crime hediondo". Eu sou a Dot Dot, mas acho que não vai lembrar de mim.. faz tempo que apaguei meu perfil.

Bom te ver por aqui, no blog da Lola.

Aninha disse...

Anônimo das 20:05

Acho que não há nada de errado em crianças terem experiências sexuais - faz parte de conhecer o próprio corpo etc

Mas no caso da moça, foi forçado. Ela não estava brincando - e aí configura estupro.

Lembro de uma notícia que ficou famosa alguns anos atrás de um grupo de garotos de 7-8 anos que estuprou uma coleguinha de sala, da mesma idade. Foi nos EUA e eles foram condenados - crianças também podem estuprar.

Fiquei absurdamente triste com esse relato porque a primeira coisa que pensei foi "Não, não é verdade, ninguém pode ter sofrido tanta violência assim."

Duvidar da vítima é (quase) sempre a primeira coisa que passa pela cabeça. :-(

Mas acredito em você, gostaria de poder dizer que ter contado antes teria ajudado - mas aí sim seria uma mentira. Nunca dá para saber se acreditariam ou não. O importante é ser forte e superar - e também lutar para ajudar a mudar a cabeça das pessoas.

Anônimo disse...

Querida S, sinta-se abraçada e compreendida. Eu também passei por problemas como o seu:
Fui molestada aos 7 anos por pelo vizinho amigo do meu pai(ele tinha uns 70 anos e esfregava as coisas dele em mim), aos 9 aconteceu o mesmo com um pedreiro que meus pais contrataram para trabalhar em nossa casa(ele era conhecido da família), mas o pior ocorreu quando tinha 14 anos. Meu pai me estuprou dizendo que todos os pais fazem isso quando a filha está a completar 15 anos! Esta ultima foi o que mais me doeu e deixou marcas eternas. Odeio meu pai e agradeço a Oxum ele ter morrido. Morreu tarde.... que queime no fogo do inferno( pena que inferno não existe).

Aline T. Souza disse...

Anonimo das 19:36

Acho que apontar os homens como opressores femininos é muita generalização. A maior parte dos crimes de estupro são cometidas pelo sexo masculino? Sim, mas acho que isso não nos dá o direito de falar que todos são estupradores.

Concordo com a Ana que todos os homens podem ser estupradores, este pensamento de que o estuprador é só aquele maníaco que leva as mulheres para um lugar deserto e as estupra é completamente errôneo.

O sistema oprime sim a todos, mas conforme falei anteriormente acredito que a mulher e as minorias em geral sofram muito mais opressão e são suas maiores vítimas.

O sistema é composto por grandes corporações e governantes, interessados em manter as coisas como estão para continuar obtendo retorno financeiro com o sofrimento dos outros. Ele incentiva a continuidade do machismo, e o torna institucional e padrão de normalidade para sociedade, calando ou satirizando sempre que possível qualquer opinião que entre em conflito com as regras e padrões dele.

Não nego o fato de os homens serem os maiores agentes (marionetes) das violências cometidas contra as mulheres, mas isso é por que todo o sistema os incentiva a "defender" seus privilégios e a reforçar sua posição no "poder". É um padrão que se repete todos os dias. Isso não isenta um agressor da culpa, afinal somos seres dotados de grande inteligência, capazes de pensar e raciocinar. Mas colocar todos os homens como opressores é ficar repetindo o mito de que todas as feministas odeiam os homens e querem sua exterminação.

Anônimo disse...

Sou mulher heterossexual e tenho a mesma dúvida do anon das 20:05
Alguns homens falam dos abusos que sofreram na infância com um certo desdém, como se fosse uma coisa sem importância (mesmo que eles se lembrem do fato, então não foi tão sem importância assim).
Não sei como analisar isso. Se pra eles experiências sexuais são mais naturais, ou é uma questão de cultura mesmo.

Anônimo disse...

No nordeste brasileiro, no sertão, o estrupadorerapunido com a castracao. E um método bárbaro? Sim, da forma que fazia pela livre iniciativa por parte da familia da vitima, Mas ainda menos q o estupro. Pois no estupro, além dos riscos de doenças sexualmente transmitidas, persiste o trauma emocional e a humilhação da vitima. Nada Pd ser pior, principalmente na adolescência, ou pior ainda, na infância. Nas regiões onde se punia o estrupador com a castracao passava-se gerações sem nenhum problema do tipo. Se o estupro Pd ser algo geneticamente explicável, o método tb Pd ser preventivo na extinção do gen por indivíduo. falemos de uma punição por castracao autorizada em juízo, se comprovada em exames específicos adotados medicina legal. Depois cumpra-se o código penal. Por falar nisso, a pena atual e sempre branda comparada ao prejuízo emocional da vitima infantojuvenil. Pd ser q nunca supere o trauma

Anônimo disse...

Estupro e sim algo nojento, e socialmente grave, mas como alguém comentou, devemos ter sim cuidado para não cometer injustiças, eu pessoalmente sei de um caso de um vizinho que e matou aqui no sul de minas, pela mãe da filha deles, te-lo acusado de molesta-la quando pequena, e eu sei que foi mentira, pois hoje muitos anos depois sou amiga da filha deles, que hoje e adolecente, para que foi por vingança devido a uma traição e separação.
Devemos incentivar sim que se denuncie, e concientizar que a culpa nunca e da vitima,mas sim do estuprador, mas devemos também cobrar apuração dos fatos, não linchamentos morais automaticos !

Anônimo disse...

É verdade que as mulheres, nesse sistema, sofrem mais com o estupro. Mas, por exemplo, os homens morrem mais assassinados. Em certas guerras, a população masculina de certas regiões é quase toda morta. E assim vai.
-------------------------------------
em ambos os casos são causados por HOMENS, e difícil enxergar isto poxa vida ? são homens que estupram, e são homens que nos matam, e se matam, agora querer cobrar das mulheres que se defendam de agressores,e ao mesmo tempo e defendam eles deles mesmos, e muito para nosas ja surradas costas, o feminismo precisa ser mais incisivo na violência desmedida que ocorre contra a mulher no mundo, se homens se matam, eles que procurem evoluir, e deixarem de serem estas feras que parece que os domina, elm alguns casos eu acho ate que a violéncia entre eles e um 'controle natural' com intuito de eixar as mulheres viverem em paz !
AnaClara

Anna disse...

Todos os machistas sao estupradores, felizmente nem todos os homens do mundo sao machistas.

O feminismo mais do que lutar pela independencia financeira e politica, precisa lutar contra a dependencia emocional, porque ler que ela finge que nada aconteceu quando encontra o agressor e mantem amizade com o outro eh demais para a minha cabeca.Denuncie esses malditos, eles podem estar fazendo isso com outras e vc nao faz nada para ajuda-las.

Binha disse...

Gente, eu me solidarizo com a dor das vítimas e tento me colocar no lugar delas. O culpado tem que ser punido sim, sem dúvidas. Mas legitimar a barbárie com mais barbárie não é o caminho que procuramos para um mundo melhor, sem violência. O Estado não deve punir castrando alguém que estuprou, cortando a mão de quem furtou, e por aí vai. É um retrocesso em termos de direitos humanos. O que o Estado democrático pode fazer é privar a liberdade do agressor. E deve fazê-lo ao invés de fechar os olhos e colocar a culpa na vítima.

Anônimo disse...

Os homens não vão mudar,elas ja estão ai a milhares de anos, repetindo sempre o mesmo padrão de violência sexual,eu so vejo uma solução, a separação de gêneros, com a convivência unicamente economica na sociedade, mas em espaços separados entre homens e mulheres.

E depois que eu li enojada os comentários de meninas que sofreram abusos do próprio "pai", se eu tivesse o poder de formar leis, eu proibiria o contato de meninas com o pai, e injusto com alguns ? e ! sim eu sei ! mas por muitos poucos vão acabar pagando, que cobrem o comportamento dos abusadores então !

Menina disse...

Claro que sempre tem alguém que acha que é mentira, que é invenção! como ela poderia ter passado por TUDO isso?
Bem como eu já contei aqui fui abusada por um primo do meu pai, estuprada por um colega de trabalho, e sofri abuso de um outro colega de trabalho. (Hoje entendo que todas as vezes foram estupro e não só a que houve penetração). Quando meu "primo" me tocou e etc, cada vez que o meu "chefe-estuprador" colocou a mão em mim, dentro da roupa. Cada vez que o colega de trabalho tentava me beijar, me passava a mão. Quando um colega de escola apertou meu peito. Todas as vezes foram estupro. Só uma vez houve penetração. Só uma vez eu sai fisicamente machucada.
Eu não entendo por que as pessoas duvidam que isso acontece.
Todas as vezes que eu sofri abuso foram por pessoas de confiança também...
triste, mas verdade.
Menina

Anônimo disse...

Anna disse...
Todos os machistas sao estupradores, felizmente nem todos os homens do mundo sao machistas.
-
Ana a maioria dos homens e machista, não podemos desresponsabilizar um comportamento padrão por causa de alguns poucos, não e justo, mas e preciso, os próprios homens precisam se enxergarem como privilegiados, e se conscientizarem que são um grande mau,eu não vejo outra solução a não ser afastar os homens machistas do convivio familiar, e doutrinar meninos a não repetirem comportamentos masculinos machistas, devemos ter uma nova geração de homens, mais humanos e feministas, depende de nos mulheres não alimentarmos padrões machistas!
AnaClara

Rose disse...

A omissão é a forma mais covarde de violência. Vejo muita gente (principalmente homens) incomodada com a generalização e argumentando que nem todos são possíveis estupradores. Não, claro que não. Eu sinceramente acredito nisso.
Mas tenho algumas dúvidas: quantos desses não estupradores estão realmente dispostos a acabarem com a tal cultura do estupro? Quantos acham que é exagero as mulheres se ofenderem com o assedio e, sei la, com as "piadas" de estupro? Qual foi a ultima vez que vocês repreenderam o amigo ou conhecido que rindo, te falou que embriagou a namorada ou amiga, para transar com ela? Quantas vezes, ao ouvir um relato parecido com o do post não procurou na vítima um indício de mentira ou "mal entendido"?
Desculpa, queridos, mas se a sua única ação efetiva contra os altos índices de violência sexual é dizer que jamais estupraria alguém e que se ofende quando (injustamente)dizem que homens são possíveis estupradores, vocês não estão ajudando muito, pelo contrário, estão perpetuando a lógica do: se não faço isso, isso não me incomoda, então, não é problema meu. De uma certa forma vocês viabilizam os estupros. E eu não me refiro aos maníacos sexuais, estes são casos para a psiquiatria.

PS.: Lola, parabéns pelos milhões de acessos (se para cada trol mascu você recebesse um real, estaria bilionária. rsrs)

Anônimo disse...

"Os homens não vão mudar,elas ja estão ai a milhares de anos, repetindo sempre o mesmo padrão de violência sexual,eu so vejo uma solução, a separação de gêneros, com a convivência unicamente economica na sociedade, mas em espaços separados entre homens e mulheres.

E depois que eu li enojada os comentários de meninas que sofreram abusos do próprio "pai", se eu tivesse o poder de formar leis, eu proibiria o contato de meninas com o pai, e injusto com alguns ? e ! sim eu sei ! mas por muitos poucos vão acabar pagando, que cobrem o comportamento dos abusadores então !"

Bom, já que não dá pra discutir com esse nível de argumento só me resta comemorar o fato de que você não legisla.

Anônimo disse...

Há estas validadoras do machismo, não sabem o mau que causam com seu feminismo comportadinho, triste!
AnaClara

Anônimo disse...

Durante a minha infância fui abusada por três pessoas , em momentos distintos.Pelo marido da minha tia, por um vizinho adolescente e pela empregada da minha avó ( sim, mulheres também cometem essa atrocidade, embora mais raramente).Na adolescência, por um amigo do meu namorado que me chantageou ameaçando contar pra todo mundo que eu já transava.Passei muitos anos sofrendo com isso.Mas superei totalmente.Fiz terapia, contei para algumas pessoas, comprrendi tudo o que houve comigo e me libetei desse fardo!

Luciana disse...

Eu sei que isso vai parecer idiota para muitos, mas outro dia meu irmãozinho de 4 anos queria bricar bagunçando o cabelo da minha prima de 10. Ela não queria. Ele começou a reclamar. A mãe dele virou pra minha prima e disse: Ah, deixa, ele só quer brincar. Eu virei e disse: não, o corpo é dela, se ele quer mexer no cabelo dela ele deve pedir, e se ela disser não, é não. Explicado pra ele, aos 4 anos, o limite do corpo de outra pessoa. Ela disse não, foi não. Sei que é uma coisa pequena, mas acho q é nas pequenas atitudes que começamos a mudar as coisas...

Anônimo disse...

Um coisa que eu queria entender: Por que as abusadas são abusadas mais de uma vez por pessoas diferentes e em momentos distintos da vida. Por que o raio cai mais de uma vez no mesmo lugar para essas pessoas?

Anônimo disse...

Aline,
Prevenção começa cedo, aos 3-4 anos. Deve ser clara com a criança. Durante o banho, coloque a mão superficialmente em seu órgão genitáli e diga: "querida, ninguém pode colocar a mão ou encostar na sua vagininha, tá? Você diz que não pode e chame a mamãe ou a professora. Você pode gritar e dizer que não é permitido" . Dizer pra não tocar soa estranho pois a criança não sabe o q é tocar. Precisa saber o que exatamente não pode, e como agir, e a mãe deve dizer exatamente o que não pode pra criança formar em sua mente o que é um comportamento que ela deve impedir ou contar a mãe caso aconteça. Ídem se for menino. Não deixem ideais vagas para crianças pequenas, e a orientação deve começar cedo e ser persistente.

J. disse...

Tão triste ler tudo isso.. se uma garota sofre abusos com 5 anos, com certeza isso afetará sua relação com corpo/sexualidade/vida afetiva.. muito provavelmente isso deve ter fragilizado ela e (entre muitas aspas) deixado ela mais """propensa""" a algum tipo de abuso. Não estou falando que ela pediu por isso, nem que quisesse ser abusada, claro que não. Mas não é raro ver que mulheres que sofreram abuso quando criança, voltam a sofrer mais tarde, provavelmente porque como não tinham forças e maturidade para reagir por serem muito novas, acabam não sabendo como lidar com esse tipo de situação mais tarde.
Uma vez estava conversando com um amigo, estava contando para ele que uma amiga minha me perguntou como eu conseguia ficar com tantos caras legais/fofos/respeitosos, ele me respondeu então "é claro, você impõe respeito! os caras idiotas não vão fazer nada com você, porque se fizerem você arranca as bolas deles. E os que até podem ser idiotas com outras garotas, com você não vão ter coragem de dar uma de escroto.."
Ah, então é isso, só se tem respeito, quem IMPÕE respeito? Se você é uma mulher mais tímida, que não sabe como se defender a todo momento, então você se fud**, é isso?
Sabe, eu posso estar bancando a chata, mas com abuso sexual (de qualquer tipo) não se faz piada e nem se brinca. Quando vejo alguma garota jogada no chão em alguma festa, eu a ajudo. Eu respondo a cantadas na rua, porque sinceramente eu não sou obrigada a essa chatice toda. Quando um cara que eu nem conheço me chama por "linda", peço pra ele me chamar do mesmo jeito que ele gostaria que outros homens chamassem a irmã dele.
To cansada da sociedade não entender que a cultura do estupro se manifesta desde coisas pequenas como cantadas na rua. To cansada que a sociedade espere que mulheres sejam seres passivos e que nós temos que deixar os homens (ah, os homens, esses seres lindos que só querem o nosso bem) fazerem o quiser com a gente, acharem que se eles são legais com a gente, nós temos as obrigação de ficar com eles.
To cansada da sociedade colocar sempre a culpa nas mulheres. Se ela foi estuprada, ela pediu. Se o homem batia nela, ela devia ser uma chata. Se eles se divorciaram, ela que era uma má esposa. Se o filho é um idiota, a mãe que não educou direito.
Homens, deixem de ser covardes e aceitem a sua culpa, porque isso é o MÍNIMO que alguém tem que fazer quando faz algo errado (nesses casos, de muito errado).

Pietra disse...

Acho MUITO esquisito "ser abusada" e continuar amiga dos abusadores.

Quando eu tinha 11 anos meu pai se amigou com uma mulherzinha e o filho dela veio morar conosco, ele tinha 17. A casa tava em reforma e o único lugar que tinha pra ele naquele momento era no meu quarto e a minha madrasta querida fez de tudo pra convencer meu pai que não teria problema em dormirmos no mesmo cômodo por uns dias. Custava ter esperado um pouco mais?

Pois na PRIMEIRA noite ele veio até a minha cama (ele tava deitado no chão) e deitou comigo, falando mil coisas na minha orelha que mesmo com aquela idade eu sabia que não era coisa que prestasse.

Meti um chute nele e saí berrando pela casa. Entrei no quarto do meu pai e a mulherzinha falou um monte, que eu era uma "histérica", que minha mãe tinha morrido por minha culpa e eu tentando contar o que tinha acontecido e meu pai sem saber o que fazer.

No outro dia eu me recusei a dormir no mesmo quarto que meu "irmão" e fui pra sala. Pois ele veio atrás de novo e dessa vez conseguiu enfiar a mão debaixo do meu pijama, eu meti os dentes no braço dele e tomei uma porrada. Só que machucou bem meu rosto e aí meu pai viu o que tinha acontecido e falou que não ia dar certo "os dois irmãos morando na mesma casa", a mulherzinha fez o diabo da minha vida mas quando eu tinha 13 anos ela foi embora, graças a Deus.

Eu tinha 11 anos, sabia que tudo aquilo era errado e reagi. Mas meu pai até hj não acredita que o rapaz tentou abusar de mim. Por essas que quando eu fiz 18, tratei de estudar longe e não voltei mais pra casa. Tem 6 anos que fiz dezoito e nem vou voltar. Quem é omisso também é um abusador. Nunca perdoei meu pai, a mulherzinha e o filho estuprador pedófilo dela.

Anônimo disse...

Sobre homens serem estupradores em potencial, pra mim a maioria é sim.

A maioria dos homens é capaz de abusar sexualmente de uma mulher incapacitada de reagir, ou com o discernimento prejudicado por bebida, por exemplo, já que o cu dos outros não tem dono (mas o deles tem sim). E ainda vão dizer que não é estupro porque a mulher "quis", ou "não disse q não queria".

A IMENSA maioria dos homens não é capaz de parar se uma mulher, ali na hora da cama, mudar de ideia por algum motivo.

FRIENDZONE pra mim é indicativo de estuprador em potencial. O cara acha que sendo legal vai comer, e quando não come fica agressivo.

Outro trigger alert pra estuprador é abordagem na rua, em danceterias e outros lugares públicos. Se você recusa a cantada pode até apanhar, já quase aconteceu comigo algumas vezes.

Vivemos em uma sociedade que exalta o estupro de mil formas e que culpa as vítimas de milhões de formas. CLARO. Existe uma meia-dúzia que é diferente de tudo isso, os tais "HOMENS DE CONFIANÇA" que eu ainda estou pra conhecer na vida. Mas a maioria, se puder, estupra na primeira chance.

Anônimo disse...

Pessoal, eu estudo sociologia e, como feminista, me encantei com um livro do Pierre Bourdieu chamado A dominação masculina. Fui ler mais coisas dele e há algo que ajuda a explicar por que os homens estupram, sem que recorramos às ideias simplistas de, por um lado, "sistema", ou, por lado, indivíduo, ou, pior ainda, uma determinada gama de indivíduos que, tendo nascido com determinadas características deveria supostamente ser caracterizado como estuprador, vilão etc.

O Bourdieu propõe a noção de habitus. Segundo ele, as formas de dominação não se manifestam, legitimam e propagam somente através de grandes movimentos econômicos ou então de argumentos racionais. Elas se fazem presentes em gestos, roupas, tom de voz, jeito de olhar, gosto estético, maneira de agir numa conversa etc. O habitus é um "princípio não escolhido de todas as escolhas". Ele é aprendido desde o nascimento e "incorporado" pelas pessoas.

Quando temos "nojo", raiva ou quando gostamos, adoramos de algo ou alguém, sem saber muito porque, esse é um momento privilegiado para fazermos uma socioanálise das estruturas sociais de desigualdade que se fizeram corpo no nosso corpo.

Minha hipótese é: o fato de homens estuprarem não se deve à natureza dos homens, mas às estruturas desiguais das sociedades. Desde pequenos, os homens são constituídos como mais fortes, mais sexualizados, naturalmente mulherengos etc. E não apenas através de discursos, mas pequenos gestos, elogios, reprimendas, roupas, enfim, um sistema complexo.

Quando naturalizamos o comportamento dos homens estamos abrindo mão de entender e modificar o que determina que os homens sintam-se com poder para dizer como, quando e com quem as mulheres devem fazer sexo? Naturalizar significa tornar a ação humana desnecessária. É uma verdadeira catástrofe pensar assim.

Espero ter contribuído com o debate. Leiam A dominação masculina e os demais livros do Bourdieu.

Bruna B. disse...

Chorei lendo esse relato. E eu não chorava há meses.

...

Bruna B. disse...

"As mulheres se unirem e se tornarem guerreiras para primeiramente se protegerem contra a violência onipresente dos homens contra as mulheres, e finalmente conseguirem erradicá-la totalmente.

8 de novembro de 2012 13:30"


Como é que uma menina de 5 anos vai se proteger de um homem adulto?
Infelizmente, dessa vez, a solução está mais nas mãos dos homens do que nas nossas. Eles é que precisam ser ensinados a não estuprar, abusar, assediar.

Anônimo disse...

AnaClara, entendo o teu ponto. São os homens que matam e se matam.

Mas as mulheres nunca viveram "outra" sociedade. Vivemos na mesma sociedade, com distribuição desigual de poder e oportunidades.

Quero lembrar ainda que a população de rua no Brasil, uma das maiores do mundo, é quase toda ela masculina e negra. Isso não ocorre somente porque os homens são ruins e devem ser castradas e domesticados, mas porque uma sociedade, da qual as mulheres fazem parte, não se importa nem um pouco com esses homens, a ponto de abandoná-los. São seres literalmente descartáveis.

Ao produzir uma sociedade em que mulheres se tornem o que os homens são, isto é, controladoras, autoritárias, abstratas e indiferentes ao outro, as coisas não vão melhorar.

Os homens são como são pois são constituídos, historicamente, assim. Não vai ajudar nada que agora as mulheres se transformem nesses monstros que nós somos, embora talvez seja bom para o mercado e para a guerra.

Se você defende "melhorar" o mercado, vá em frente. Eu defendo a melhoria da vida e das relações humanas.

Daniela disse...

Tenho um meio-irmão mais velho, que agora mora na casa dos meus pais (eu moro com meu namorado). Já que ele e a namorada estavam esperando um filho, a guria foi morar lá também, com meus pais. Foram ela, e o filho que ela já tinha, de quatro anos, de um casamento que não deu certo.
A minha cunhada é extremamente agressiva com o filho, a ponto de ter que esconder os hematomas da criança com maquiagem. A gente não se envolve...Eu sei que é vergonhoso, pois no momento em que presenciamos esse tipo de abuso e ficamos quietos, automaticamente viramos cúmplices do abusador. Mas a pedido da minha mãe, AINDA não denunciamos.
Enfim, é uma situação bastante complicada... O pai da criança já agrediu minha cunhada, quando ela ainda estava grávida, e o filho viu. E nessa semana ela foi chamada na escolinha do menino, e a orientadora contou que pegaram o filho dela junto com três menininhas numa sala escondidos. Ele estava passando a mão nelas, enquanto tocava o próprio pênis.
A minha cunhada foi tirar satisfações com o pai do filho dela, e sabe o que ele respondeu?
"Sim, fui eu que ensinei. Ele é menino e tem que aprender. Depois vira bicha e já é tarde demais".

E minha cunhada não fez nada... Acredito até que tenha achado graça. E poxa, o filho que ela tem com meu irmão é uma menina! Como vai ser? Um filho abusador e uma filha freira? Um vai ser malandro pegador e a outra virgem até casar?
Eu não entendo, definitivamente não entendo. Mostrei minha indignação para a minha mãe, quando ela me contou a história. Perguntei se meu irmão se esqueceu de que ele e minha cunhada estão criando uma possível vítima de abuso, e um abusador, juntos na mesma casa.

Perco a esperança na humanidade, de verdade...

Anônimo disse...

Lola, quando se descobre que um homem faz uma coisa dessas, não importa o quão "honesto" ele seja, ele passa direto à categoria dos que devem ser mortos a fogo e ímãs. O caso é que essas histórias da garota não foram descobertas, assim como ela sofreu por causa de uma família que não acreditaria nela. O que você sugere, que todos os homens sejam presumidamente culpados até que se prove o contrário? O correto (e humano) é a presunção de inocência, que não é, de maneira alguma, incompatível com a proteção da vítima.

Morg. disse...

Quando eu era criança, cinco anos, passei por isso também. Um vizinho, um senhor ja de idade avançada,muito querido pelas pessoas do bairro, conhecido, respeitado. Ele tinha duas netas que moravam com ele, eu ia brincar com elas e ele ficava ali olhando a gente, como se estivesse vigiando, cuidado. Ele invetava brincadeiras de medico, de dança, de policia.
E ficava passando a mão na gente. beijava na nossa boca. Era confuso pra mim aquilo, sabia que algo tava errado. E eu também nunca contei nada pra ninguém por medo de acharem que eu era a culpada. Durante anos o cheiro dele ficou na minha memoria. De vez em quando eu sentia o cheiro no ar, e vinha a lembrança e o nó na garganta...
Você tem toda razão querida S. Dificil encontrar uma mulher que nunca tenha passado por isso, e homens de "confiança" podem ser um perigo.

Anônimo disse...

Minha mãe já sofreu abuso quando tinha 12 anos pelo padrasto. (não houve penetração).

Minha tia (irmã dela), que na época tinha 10, foi estuprada (com penetração e tudo...) por esse mesmo padrasto.

Elas só comentaram uma com a outra o acontecido muitos anos depois, já adultas.

artesanato disse...

Adorei o seu post... pesado mas veridico. Muito boa escrita..

Anônimo disse...

Anônimo disse...
soluções ???

8 de novembro de 2012 13:20

"Você, você – você tem que enfraquecer e destruir cada instituição que é parte de como os homens governam as mulheres. E não pergunte se você deveria. A pergunta é como, não se. Como? Faça um coisa, ao invés de gastar suas vidas debatendo se vocês deveriam fazer isso ou se deveriam fazer aquilo e se eles realmente merecem isso e é realmente justo? Justo? Isso é realmente justo? Queridas, nós poderíamos tomar as metralhadoras hoje à noite. Justo? Nós quebramos nossos próprios corações com estas perguntas. Isso é justo? Não respeite as leis deles. Não. Não respeite as leis deles. Mulheres precisam fazer leis.[...] Não há nenhuma razão para nenhuma mulher, nenhuma mulher no mundo, realizar basicamente felação no sistema legal corrente. Mas na maior parte é o que alguém na escola de direito aprende a fazer.

O que eu espero que vocês levem daqui é isto: que todo e qualquer vestígio de hierarquia sexual significará que algumas mulheres em algum lugar estão sendo prostituídas. Se vocês olharem em torno de si e verem a supremacia masculina, vocês sabem que em algum lugar onde vocês não podem ver, uma mulher está sendo prostituída, porque toda hierarquia precisa de uma parte mais baixa e a prostituição é a parte mais baixa do domínio masculino. Assim, quando você se acomoda, quando concilia, quando se recusa propositadamente a saber, você está colaborando. Sim, eu sei que sua vida também está em cheque, mas sim, você está colaborando, as duas coisas são verdadeiras, na destruição da vida de uma outra mulher."

— Andrea Dworkin

Anônimo disse...

Fiquei chocada com a maioria dos relatos.
Desejo força e superação pra todas as pessoas(incluindo a moça do post, mulheres e tb homens que em menor escala tb sofreram) que sofreram com algum tipo de abuso sexual na infância.
Quanto aos molestadores/estupradores sejam eles desconhecidos ou "homens de confiança" que eles saibam que NÃO são machões, ou símbolos de masculinidade, e SIM, COVARDES, MONTROS REPULSIVOS, homens que não tem HONRA, DIGNIDADE, CARTÁTER E CORAGEM e sim são LIXO da pior maneira!
Desejo sinceramente que exista um INFERNO e estes VERMES QUEIMEM ETERNAMENTE por roubar a infância de uma criança inocente!


Sawl

Anônimo disse...

Como mãe me dói muito ler um relato como esse, como mãe e como mulher... Mas não acredito que trancar a minha filha em uma redoma irá impedir algo assim, pois como o proprio relato mostrou, isso ocorreu dentro de casa.
Eu acredito que a melhor forma de proteger nossos filhos é dando a eles amor e carinho. Me desculpem os pais de vitimas, mas acho que a forma como as crianças são criadas hoje aumentam a possibilidade desse tipo de abuso por "homens de confiança". Quando viramos pais a primeira coisa que nos dizem é para não dar colo, deixar chorando no berço, para não deixar "mal acostumado" e a maioria dos pais aceita essa ideia, e assim criam os filhos. Em berços, chorando sozinho, recebendo pouquíssima atenção depois da novela porque mãe não tem "tempo", para que o filho seja "independente" ... A consequência disso são crianças carentes de afeto, ansiosas por um "toque" qualquer que seja ele, e ao mesmo tempo sentem que não serão ouvidas em casa. Longe de culpar a vítima, a culpa obviamente é do "maniaco de confiança", mas esses maníacos sempre existiram e sempre existirão, o tempo que os pais dedicam aos filhos é que está cada vez menor.
Meus pais não me criaram em uma redoma, tinha até muita liberdade (na minha familia não existia isso de que filho homem podia tudo e a mulher não podia nada), fui talvez a ultima geração criada na rua e ja tive contato com muitas pessoas que depois descobriram ser "tarados" na vizinhança, mas apesar disso nunca sofri violência sexual. Acredito que isso se deve ao fato de que sempre tive em casa carinho atenção, amor e auto estima suficiente para conseguir me defender ou procurar quem me defendesse. Acredito que o homem de confiança fareja a vulnerabilidade e carência afetiva cada vez mais presente nas crianças...

Anônimo disse...

Eu também sofri abusos na infância. Sou mulher e fui abusada por um primo e por uma prima entre meus três e meus seis anos de idade.
Posso dizer que pessoas abusadas desenvolvem uma forma de se relacionar com o mundo em que elas tenderão a serem sempre abusadas.
O abusador incute na cabeça da criança que ela "é má", "é pior que as outras", e ingrata, porque ele, abusador, é tão legal, liga o desenho pra ela, leva-a para tomar sorvete...
Os abusadores são contraditórios. Eles pedem para a criança não contar, mas, se a criança ameaçar contar, eles são capazes de usar o próprio abuso como algo positivo e fazer a criança, de novo, pensar que é ingrata.
A prima que me abusava (eu tinha 3 anos e ela uns 15 - sei disso porque foi quando fui a uma viagem no interior, em época de eleição presidencial) chegou a dizer: "Se você não mamar mais nos meus seios, eu vou contar pro seu pai!" Esse "eu vou contar pro seu pai" me soou como algo ruim, pois eu não queria que meu pai brigasse comigo, então não contei, claro. Os anos seguiram e ela continuou me abusando, conseguindo que eu fizesse sexo oral nela, essas coisas. O irmão dela também me abusava, mas em ocasiões diferentes, nunca os dois juntos.
Quando eu tinha seis anos e estava prestes a me mudar com minha família para outra cidade, o primo me perguntou (ele falava o termo mesmo): "Vamos transar de novo?" E eu disse, com muita raiva: "Nunca mais!!"
Ele falava "transar", "chupa minha p*ca", mas eu não entendia a dimensão daquilo, só ficava mal porque não queria e fazia. Fui crescendo e sempre me expondo a situações que não queria, porque me acostumei com essa dinâmica cedo.
Escrevi diários em que, aos nove anos, dizia que lamentava não ser mais virgem, mas minha mãe, que os leu, disse que eu não sabia do que estava falando (ela não queria confrontar a verdade) e ainda por cima trouxe, de outra cidade, esse primo e essa prima para morarem conosco!
Eu me senti muito traída e, aos 14 anos, na primeira oportunidade, fui morar com parentes em outra cidade. Minha mãe amargurou muitos anos o que ela chama de minha ingratidão (sair cedo de casa) até eu um dia falar claramente pra ela: escute aqui, você sabia que eu fui mesmo abusada na infância?? que aqueles textos meus de diário não eram fantasia, eram um grito de desespero?
Aí ela caiu no choro, admitiu que tinha visto uma calcinha minha com sangue quando eu tinha só uns quatro anos, e que ela nunca quis confrontar a verdade.
Os meus abusadores, o primo e a prima, hoje são comerciantes ricos na cidade e são liderança em suas igrejas evangélicas. Muito respeitáveis. De confiança.

Caio Marinho disse...

Nojo de ser homem agora.

S., seu relato é muito triste e mostra bem o porquê de termos de lutar contra essa cultura de estupro.

Anônimo disse...

Quando ainda criança no fundamental minha professora na hora da saida quando eu estava sozinho em casa me masturbou, foi rápido eu ainda não tinha experiencia sexual e não exaculei pois tive medo dela eu acho que ela não continuou pois teve medo de alguem chegar. No outro dia contei para um amigo ele falou que ela fez isso com ele e outros colegas, eles tinham mais experiencia e me disseram que eu ela besta e tinha que aproveitar.

Quando eu já ela adolescente com experiência no 3º ano uma amiga da minha namorada da epoca me fosou a fazer sexo com ela com a ameaça de que eu não fizesse ela contaria para todo mundo que eu a tentei estuprá-la acabei por fazer.
A lola poderia fazer um post sobre homens terem que fazer sexo sobre ameaças que é muito comun.

Anônimo disse...

O triste é que se considerarmos as formas de estupro que fogem ao estereótipo do bandido da rua deserta, ou seja, todas as formas de intimidade física com a mulher sem a sua permissão... Constatamos duas coisas: uma, é que poucas escapamos ao estupro; outra, é que mantemos inúmeros estupradores em nossos círculos sociais e familiares, que acreditam estar exercendo um "direito" e não se veem como estupradores. Inclusive se veem e são vistos socialmente como nossos protetores!!!

Não, não acho que todo homem seja estuprador. Mas eles são mais numerosos que pensamos... Tem muuuita gente precisando rever conceitos... Homens que estupram e não acreditam, e mulheres que foram estupradas e não sabem...

Lembro de um namorado que eu tive (não passou de mês, aleluia!!!!). Quando estávamos transando, tirou a camisinha, mergulhou fagueiro de volta em mim e ejaculou.
(Eu pedia pra ele parar e ele não parava. Eu era mais nova. Hoje eu alcançado um objeto e batido na cabeça do verme. Não existe negociação com trogloditas. Já aboli a necessidade de ser "meiga" e "feminina" e perdi a vergonha de me defender à altura dos acontecimentos)
Antes disso, ele já havia me censurado por cobrar o uso da camisinha: "por que, hein? está acostumada com a farra?"
Quando, depois desses acontecimentos, ele percebeu que fiquei completamente fria e distante com ele, foi correndo comprar camisinha e reclamar que eu estava fazendo tempestade em copo d'água.
Terminei com ele, pois é impossível ter um pingo de admiração e prazer na companhia de um homem desses. Eu nem o cumprimentei na única vez em que o vi na rua.
Ele se sentiu injustiçado e traído, e me mandava mensagens pra gente reatar e reaver nossa "felicidade" e não dar bola para as amigas que estariam com "inveja"(oi?)de nós...
Perguntem pra esse cara o que ele acha do estupro. Vai defender penas duríssimas, afinal, ele "não é estuprador"...

darkgabi disse...

nossa, esse texto me tocou muito, muito mesmo. ainda bem q minha mae sempre me disse pra eu nunca deixar ning tocar em mim e ir falar direto com ela.

me aperta mt o coracao qd leio esse tipo de coisa
=(

Anônimo disse...

"Nojo de ser homem agora."

-
nooossa, e isto que o feminismo propoe como alternativa? homens afirmando terem nojo de serem homens, como se isto fosse o apice da intelectualidade ?

Kinna disse...

Eu fiquei pensando sobre isso. E cheguei à conclusão que não dá para dizer que é tudo culpa do patriarcado. Porra, da mesma forma que o patriarcado impõe vários papéis escrotos para as mulheres e muitas conseguem se despir disso. Então fica a pergunta: até onde vai a capacidade de questionamento do ser humano para sair de um papel imposto socialmente quando este o beneficia? Por muito tempo andei em grupos de homens e, por diversos motivos, eles sempre ficaram muito à vontade perto de mim. E conversando nesses grupos, me dei conta de que com a nova Lei do Estupro, a esmagadora maioria deles já cometeu estupro em algum momento da vida. Sim, é chocante. Passar a mão no corpo de uma mulher sem seu consentimento, se aproveitar de uma mulher bêbada, agarrar a mulher pela cintura na balada e forçar um beijo. Tudo isso se aplica na nova lei. E é visto como “coisa de homem”. Ora, se é padrão, então o comentário da mocinha que chocou todo mundo, tem um fundo de verdade.

Anônimo disse...

Bruna B. disse...
"As mulheres se unirem e se tornarem guerreiras para primeiramente se protegerem contra a violência onipresente dos homens contra as mulheres, e finalmente conseguirem erradicá-la totalmente.

8 de novembro de 2012 13:30"


Como é que uma menina de 5 anos vai se proteger de um homem adulto?
Infelizmente, dessa vez, a solução está mais nas mãos dos homens do que nas nossas. Eles é que precisam ser ensinados a não estuprar, abusar, assediar.

9 de novembro de 2012 08:21


Parece que você não percebeu, mas eu estava falando sobre as mulheres SE UNIREM para se protegerem umas às outras da violência masculina, incluindo proteger meninas (não por acaso, futuras mulheres), que na maioria das vezes estão em uma situação ainda mais vulnerável à violência dos homens que mulheres adultas. Quanto a ensinar os homens a não estuprar, abusar, assediar, a união e auto-defesa das mulheres pode muito bem cumprir esse papel. E, de fato, de maneira muito mais eficiente e duradoura que pegar os homens pelas mãos, como eternas mães/professoras de maternal deles, e tentar ensiná-los a se tornarem seres humanos minimamente decentes, algo que a imensa maioria deles claramente não têm mostrado o menor interesse de ser.

Anônimo disse...

Se acreditarmos que todos os homens são estupradores naturalmente, estamos abrindo mão de tentar modificar as coisas. É aceitar a situação atual e se acomodar. Não podenos pensar assim.

Anônimo disse...

Anônimo das 10h46:

Eu discordo de você. Claro que falta de carinho deixa a criança ainda mais vulnerável. Mas pra mim o que favorece o abuso são os tabus, a falta de conversa, ou as conversas erradas.
Exemplos?
- A criança vê instintivamente em qualquer adulto alguém que sabe mais que ela e dita o que é certo e o que é errado. Portanto, cabe aos pais permitir e até ensiná-la, dentro do bom senso, a DESCONFIAR dos adultos.
TODOS os adultos têm discurso de proteção. Como fica a criança que tem crianção autoritária, e que mal pode fazer perguntas aos pais? Criada no cabresto do "seja boazinha se não papai do céu se zanga"? "Não grite"? "Seja meiga"? Fica sem o direito de desconfiar e gritar por medo de perder o amor e a "proteção" dos adultos!!!!

- Sexo é tabu nas famílias, portanto, genitália também. Quantas não são as crianças que crescem "aleijadas", pois as "partes" não são nem nominadas em casa? Em quantas casas o corpo e o sexo não têm aura de sujeira? Então, quando alguém toca os genitais de uma criança, tocou em algo muito "sujo", e contanto o que aconteceu, ela terá que contar que é "suja". Afinal, só ela tem "aquilo", pois nunca lhe falaram "daquilo" antes...

Sei disso na minha pele. Minha mãe era muito afetuosa. Mas podou sistematicamente qualquer impulso de agressividade nosso. Achava (e ainda acha!!!!) feio que a gente se defendesse do que quer que fosse!!!
O resultado? A menina "meiga" abusada dentro de casa, embaixo do nariz dela... E ela na santa ignorância, achando que está com a missão cumprida porque me deu "princípios".
Sabe o que ela me respondeu quando um adulto passou a mão na minha bunda, quando eu tinha 8 anos de idade? Pra eu ter pena dele... porque ele não tinha deus no coração!!!!!
Dá pra você perceber a solidão de uma menina muito amada pelos pais - zelosos, porém retrógrados e IGNORANTES?




Anônimo disse...

Caro anômnim@ das 12:07:

Este blog vive alertando para a cultura, e não natureza, do estupro.
A cultura é algo construído socialmente desde cedo, mas pode e deve ser desconstruída para mudar.
É isso que tentamos fazer aqui...
Vamos que vamos!

Caio, não chegue ao extremo de ter nojo de ser homem, rs... Quando tiver garotos aos seus cuidados para educá-los, é só lembrar de fazer a diferença... ;)

Anônimo disse...

Anonimo das 12:23, vc nao discordou de mim, vc concordou e apontou outra causa...
Claro que o tabu em relacao ao sexo é uma causa, isso é o patriarcado. Mas em se tratando do estupro como epidemia global, o que vem aumentando é a distancia entre pais e filhos. Esta é outra causa. E em se tratando de proteger os filhos de um estupro a melhor forma é dar carinho e atençao, assim eles não aceitarão de estranhos.
Ja trabalhei com crianças abandonadas, e elas são carentes de tudo, mas principalmente de afeto. Nesse contexto eu enxergava porque era tão facil abusar de crianças. Obviamente nunca encostei a mão em nenhuma, mas muitas eram vitimas e haviam muitas discussoes de porque era tão comum, e eu apontei essa causa como a principal. As crianças eram extremamente carentes de afeto. Elas aceitavam qualquer manifestação de carinho, de qualquer pessoa... Essas eram crianças pobres de periferia, que conviviam com trafico, um extremo da situação. Mas podemos transportar isso facilmente para crianças que tem mais condições, mas são ignoradas pelos pais.
A sua mãe podia te dar carinho, mas ela te ignorou como individuo... Isso é uma forma de abandono tambem...

Anônimo disse...

Triste relato, ainda vem gente duvidar que essa atrocidade é possível!!!
Vou escrever uma sentença aqui, espero que não me interpretem mal:
"Todo homem é um estuprador EM POTENCIAL". Vejam bem, eu NÃO DISSE que todo homem é estuprador. O que está por trás desta afirmação é que a sociedade dá carta branca para os homens usarem sua sexualidade da forma que bem entenderem, inclusive usando-a para humilhar a mulher. Muitos não o fazem, mas têm uma espécie de "autorização" social para fazê-lo. Às mulheres, por sua vez, é proibido exercer a sexualidade com liberdade, inclusive a liberdade de dizer não.
Nesse sentido, eu entendo a colocação do anônimo das 13:08 e o entendimento da Kinna a respeito da mesma colocação. Não se trata de dizer que todo homem é estuprador, que todo sexo hetero é estupro ou que mulher não gosta de sexo. No meu entender, é consequência da cultura de estupro que a Lola e muitxs feministxs se empenham em combater:"homem estás autorizado a estuprar", ou melhor, 'forçar a barra', já que a sociedade 'odeia' estupradores...

Patty

Li S. Nascimento disse...

Homens não são todos estupradores. Mas, de fato, vivemos numa sociedade que incentiva desde a mais tenra infância a perversão sexual no homem - vemos pais que mal ensinaram seus filhos a falar ensinado a eles a arrancar o pênis em praça pública para mijar em muros ou árvores, ensinando a assediar mulheres pelas ruas, a levantar seus vestidos, a olhar por baixo deles, a rir e se satisfazer quando fazem isso por pura curiosidade ou inocência...

Ao mesmo passo é incentivado a castração sexual feminina. Ensinando-as a sentirem vergonha do próprio órgão sexual, "não coloque a mão na xoxota em público, não fale esse nome que é feio, não erga demais o seu vestido", masturbação é assunto proibido, virgindade uma preciosidade, mostrar excitação por um cara bonito? VADIA! e por aí vai.

Pois é. Que resultado podemos obter de uma conta como essa, senão uma cultura de estupro?

bruna disse...

Olá Lola! Depois de ler o post da S. e tantos relatos de abuso, não tive como não escrever também...

Já fui abusada por um "homem de confiança" e NUNCA contei isso pra NINGUÉM, por um único motivo: vergonha!

Quando tinha uns 8 ou 9 anos, estava no quarto assistindo TV com meu padastro em baixo da coberta, até então era uma coisa normal, pois ele era tipo o meu pai. Estava de shorts e ele começou a passar a mão na minha perna, acariciando e subindo a mão. Fiquei muito incomodada, sabia que não era normal e disse que ia colocar uma calça porque estava com frio. Aí ele disse que ia sair dali senão ia "fazer uma besteira". Falou desse jeito mesmo, como se eu não fosse achar aquilo estranho apesar de na época não saber a que se referia aquela besteira...
Outra vez também ele veio com um papo de duplo sentido que não vou falar aqui, mas eu também não sabia que aquilo se referia a sexo, só muito tempo mais tarde que fui sacar. E o engraçado é que isso não sai da cabeça da gente, pra que a gente ligue os pontos depois!
Anos mais tarde, eu já tinha uns 12 ou 13, só estávamos nós dois em casa e ele estava na sala, dormindo e eu no meu quarto. Do nada ouvi: "aii Bruna, vou te comer", sério! DO jeito que eu estava, de pijama e descalça saí correndo e fui na minha vizinha apavorada, falei que não queria ficar em casa porque meu padrasto estava falado coisas esquisitas enquanto dormia...lógico que não falei o que era. Mas até hoje eu não tenho certeza se ele falou isso mesmo ou se eu que estava cochilando sonhei, sei lá, mas foi muito real e fiquei com muito medo.

Ainda bem que depois minha mãe largou dele.
Mas o pior é que tenho uma irmã mais velha, por quem ele tinha fascínio, era a queridinha dele, e um dia do nada, ela parou de falar com ele e eles ficaram sem conversar por anos sem ninguém saber o porque. Fico pensando se o motivo não tenha sido algum abuso dele, talvez muito pior do que o meu, afinal, se ele fez isso comigo porque não faria com minha irmã? Mas eu nunca vou saber porque acho que nunca vou ter coragem de perguntar...

E o que será que as pessoas falariam se eu contasse? Será que diriam que foi tudo coisa da minha cabeça, afinal eu era criança...

Sabe, como pode tantas meninas, adolescentes, mulheres terem sido e serem abusadas dessa forma tão nojenta?
Porque os homens fazem isso, porque se comportam como animais? Eu não entendo... tenho uma sobrinha bebe ainda, e só de pensar que ela estará sujeita a isso, nossa! Vou ensiná-la a contar tudo o que fizerem com ela e ela achar estranho, tudo!

bjs

Li disse...

a pedofilia é entendida como uma preferência sexual, e não há nada que se possa fazer a respeito. porém, um pedófilo (ou uma pedófila) podem controlar seu desejo sexual por crianças, mantendo distância delas ou evitando ver pornografia. inibidores de libido também são uma opção. o fundamental é que o pedófilo (agora no masculino, porque na maioria dos casos são homens mesmo) tenha acompanhamento psiquiátrico ou psicológico.

li em alguns comentários que S não sofreu abuso porque não houve penetração. houve SIM, pois abuso pode ser genital, oral ou digital.

Anônimo disse...

A minha cunhada é extremamente agressiva com o filho, a ponto de ter que esconder os hematomas da criança com maquiagem. A gente não se envolve...Eu sei que é vergonhoso, pois no momento em que presenciamos esse tipo de abuso e ficamos quietos, automaticamente viramos cúmplices do abusador. Mas a pedido da minha mãe, AINDA não denunciamos.

Lamento informar mas você e sua mãe estão abusando de uma criança também e cada hematoma no corpo foi causado pela omissão de pessoas como vocês. Passar bem.

Anônimo disse...

É tanto relato absurdo que tenho lido ultimamente que quase chego a me achar sortuda por ter sido estuprada por apenas uma pessoa.

Annah disse...

Esses "homens de bem" são os piores e mais hipócritas. Lamentável que seja tão generalizada a omissão desses casos horríveis de abuso e violência. Os "homens de bem" não eprdem tempo para proteger a "reputação" uns dos outros.

Espero que fique tudo bem com a S.

Anônimo disse...

Peraí, "a pedofilia é entendida como uma preferência sexual, e não há nada que se possa fazer a respeito"? Como assim? Eu li isso direito? Pedofilia é crime hediondo! Pedofilia é abuso sexual de vulnerável. Pedofilia é violência sexual contra crianças. Escolha qualquer uma dessas definições ou todas elas, mas não diga que violação de crianças é apenas uma "preferência sexual", nenhum tipo de estupro não é nem nunca será simplesmente uma "preferência sexual". Que absurdo! Assim como acredito que quem se omite diante de fatos terríveis como esses relatados no post e nos comentários está colaborando com os estupradores, também me enoja a posição tão comum das pessoas não acolherem as vítimas e até culpá-las ou tentarem "compreender o lado" dos criminosos, o que para mim é a mesma coisa. As duas desculpam os estupradores (que na maioria das vezes nem são considerados como tal, "não houve crime", "isso não é estupro", é questão de "preferência sexual", afinal) e transferem a culpa para as vítimas, que passam até a nem acreditar se o que viveram foi real ou não, ao terem sua voz negada, desacreditada, desprezada e sua experiência de dor invalidada por praticamente todo mundo ("não pode ter sido assim, essas coisas não acontecem assim", "de alguma forma você provocou", "aposto que você queria também"). É isso que permite esses crimes contra a dignidade e a humanidade de mulheres e crianças continuem a acontecer desenfreadamente e que alimenta a impunidade desses violadores malditos. Muito nojo desse mundo! Não dá a menor vontade de viver nesse planeta, se pudesse me mudar daqui já teria ido a muito tempo...

Anônimo disse...

Sei que este post oi de ontem, mas vi uma história muito triste em relaçao a esse assunto. A enteada da minha chefe era estuprada por um primo, ela tinha 6 anos ele uns 16. Lembro que foi bem na época que fui trabalhar no escritório. Quem descobriu foi a filha mais velha dela (da minha ex chefe), pois uma dia a menina estava na casa delas e começou a reclamar de dor "no xixi", elas foram ver a calçinha dela era toda amarlada, com corrimento muito forte. Resumindo a guria alem de ser estrupada ainda pegou uma DST (que não me disseram qual era). Descobriram que era o primo, sua mae a deixava na casa da avó, e o primo morava com ela (ficava o dia todo vendo fime porno com a guria no quarto, e a avo via, sera que nem desconfiava?). Qual o resultado? a família toda ficou com a ela e a mãe dizendo que o guri não tinha cupla, que a menina não tinha nada que se enfiar no quarto dele (isso quem disse era a avó), até insinuaram que era culpa da filha da minha chefe, que ela é quem tinha botado o dedo na menina. Muito triste, eu convivi bastante com ela, era uma criança carente e triste.
Alguem comentou ai que a mãe era muito cuidadosa com relação a isso, pois a minha tbm, sempre conversou muito comigi e nunca me deixou dormir na casa de minguem, era sempre na minha, e so casou novamente quando eu ja tinha 15 anos (que que fosse impedir algo mais eu ja saberia me defender), agora com meus irmão mais novas vejo ela fazendo o mesmo, brincar jogar VG, dormir, so la em casa, ela e meu padrasto não se importão com a confunsão e bangunço, desde que els estejam aos olhos deles, e também conversão muito com eles. abjos amo seu blog.

Anônimo disse...

Ao anônimo que respondeu ao post de quem disse que pedofilia é uma preferencia sexual:

De fato, é. Assim como alguns se sentem atraídos por pessoas do sexo oposto, outros por pessoas do mesmo sexo, há também quem sinta atração por adolescentes e/ou crianças do mesmo sexo ou do sexo oposto.

Assim como nós, que não escolhemos ser hetero ou homo ou bi, eles também não escolhem.

Não devemos condenar ninguém por sentir atração por uma criança.

Acontece que, ao contrário do desejo que sentimos (pelo sexo oposto, no meu caso), o desejo de um pedófilo não pode ser concretizado, pelo simples fato de que a pessoa que ele deseja é uma criança, que não tem idade e maturidade para manifestar sua vontade (em vários aspectos da vida. uma criança não pode votar, trabalhar, escolher a hora de dormir. e também não pode escolher participar de um relacionamento).

O que o pedófilo pode fazer, portanto, é reprimir o seu desejo. Buscar ajuda médica, psiquiátrica, uma autoridade religiosa, o que for. Ele tem que se impedir de chegar as vias de fato. Tem que se policiar.

Uma pessoa que sente atração por uma criança e tem ciência de que isso não pode ser levado a diante, precisa de ajuda, não condenação prévia.

Claro que um pedófilo que nada faz para refrear seu desejo e abusa de uma criança merece punição. A criança sofreu uma violência e isso deve ter consequências para o agressor (porque para a criança certamente terá).

Entendeu agora? Eu sei que é algo difícil de conceber pra gente. Eu sei que se alguém vir me contar que sente atração por uma criança, eu vou provavelmente ficar enjoada. Mas também vou pensar que, se a pessoa está me contando isso antes de fazer algo, é porque ela quer e precisa de ajuda.

Anônimo disse...

PAIS, PROTEJAM SUAS FILHAS!

Anônimo disse...

"PAIS, PROTEJAM SUAS FILHAS?" Na maioria dos casos eles mesmos são os abusadores...

MÃES, PROTEJAM SUAS FILHAS!

Anônimo disse...

Lola, vou indicar dois filmes:

1- Acusados ( com a Jodie Foster): a mulher luta pra PROVAR na justiça que foi estuprada por tres ou quatro caras num bar, na frente de todo Mundo.( claro, todo mundo pensa que ela e uma vagabunda que ' deu pros quatro porque quis') vc ja viu ??

2-O Lenhador - esse filme e muito polemico,conta a história de um pedófilo que cumpriu pena de doze anos e depois e solto em liberdade condicional,isto e, supervisionado o tempo todo por psicólogos, psiquiatra, assistente social e policia, além d ser proibido de se aproximar de escolas. Ele tenta se reinserir na sociedade, vivendo o dilema de saber que o que sente ( vontade de molestar garotinhas) e errado, e de tentar controlar esse impulso que ele tem e nao mexer com mais nenhuma garota,
Assista e depois me diga o que vc achou,
Beijos.!!

Carla disse...

Lola e comentaristas,

Conforme leio relatos tenebrosos como esse noto que, nos casos de abusos sofridos na infância, é muito comum que a mesma criança seja abusada diversas vezes, por pessoas diferentes. Frequentemente os abusos continuam até a vida adulta.
Fico tentando entender porque algumas pessoas passam por esse inferno tantas vezes. É só muito azar? Existem teorias sobre isso? Não consigo pensar em nada que pudesse tornar um ser mais propenso a passar por esse tipo de violência.
Torço para que alguém aqui possa me elucidar!

Anônimo disse...

Pra acabar a discussão:

PAIS/MÃES: EDUQUEM SEUS FILHOS/AS!

Tanto para que não se tornem abusadores quanto para que reconheçam um abuso.

Anônimo disse...

Quando eu tinha 14 anos o meu tio mais velho, irmão da minha mãe foi passar uns dias conosco na nossa casa de praia e aproveitando de um dia em que só ficamos eu e ele em casa, ele abusou sexualmente de mim me tocando, me beijando e tentando enfiar os dedos no meu ânus, depois fez mil ameaças, jurava que mataria meu cachorro se eu contasse a alguém e depois o meu irmão mais novo e ainda me deu cinquenta reais para eu ficar quieta e não chorar. Eu me tranquei no quarto e liguei para a polícia, que chegou junto com meus pais por uma coincidência. Na hora meu tio negou tudo, os adultos conversaram e a polícia foi embora sem fazer nada e meus pais brigaram feio comigo. Não dormi, amanheceu o dia, eu ajudei a preparar o café da manhã e coloquei chumbinho com toddy batido com leite gelado pro meu tio beber, ele chegou a tomar umas boas goladas mas logo viu que tinha alguma coisa amarga no leite, eu falei que eram pelotinhas de chocolate e ele não bebeu tudo, só metade do copo. Ele começou a se sentir mal e vomitou sem parar, levaram ele pro hospital e descobriram o que aconteceu. Admiti ter feito isso. Desde esse dia que eu moro com a minha avó, hoje eu tenho 19 anos e não quero ver nem meu pai, nem minha mãe na minha frente.

Ateu e Pacifista disse...

Estava lendo os comentários e me deparei com "isso":


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"Sabe, é estranho pra mim quando eu digo que todo sexo hétero é estupro e as mulheres supoem que estou falando dos desejos das mulheres. Elas pensam que o que eu estou dizendo é que nenhuma mulher é capaz de decidir se ela gostaria de ter sexo com um homem. Essa é uma interpretação equivocada."

"O que eu estou dizendo, simplesmente, é que os homens são estupradores."


"Eu sinto da mesma forma com relação ao sexo hétero. Mesmo que uma mulher queira – e eu tenho certeza que muitas querem – isso não pesa mais que o fato que os homens a estuprariam de qualquer maneira. Os homens são estupradores. Isso é o que eles fazem. “Querer” não muda isso, embora eu não esteja negando que algumas mulheres de fato “querem”."

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É como uma feminista radical, já falecida se não me engano, que costumava afirmar que todo sexo hetero era um estupro, independentemente de ser consensual. Na minha humilde opinião, um total absurdo e um puta preconceito. Caso de tratamento psicológico.


Estupradores são pessoas com desvio de conduta, que também pode se agravar para um distúrbio sexual. Em muitos casos os abusadores são pessoas que sofreram abusos e não receberam o devido tratamento psicológico. Claro, não se trata de uma regra, pois nem sempre o trauma se agrava para um distúrbio, em muitos casos a vítima consegue superar e seguir em frente. Ajuda psicológica é de grande ajuda.


Ateu e Pacifista disse...

Estava lendo os comentários e confesso que tive uma grata surpresa depois de ler os comentários da Mariana.

É difícil encontrar uma pessoa tão sensata em se tratando de assuntos considerados polêmicos e que causam revolta, como o abordado no tópico.

Ela foi super lúcida em seus comentários, sensata, razoável. Em minha opinião, características dos mais sábios líderes.


Hoje em dia o assunto ainda é tratado como tabu, o que infelizmente acaba dificultando que esses pedófilos recebam tratamento psicológico adequado e até mesmo, se for necessário, castração química. O assunto fica na categoria do tabu, acaba não se dando a devida atenção para o tratamento e infelizmente o problema só vai se agravando.

Carolina S. disse...

Querida S., chorei lendo seu relato. Nada disso deveria acontecer com ninguém, nunca. E lembre-se de que nada disso a faz mais fraca ou vulnerável. Tenho certeza de que você é uma pessoa incrível e fico feliz de ter conseguido escrever e divulgar esse relato. É hora de deixar os fantasmas para trás. Você é mulher forte e incrível, como todas nós. Nunca deixe que te digam o contrário.

Luana disse...

"Eu fingia que continuava dormindo, porque não sabia como reagir."

isso é o puro horror

Anônimo disse...

Por que é que a Cristina Mortágua, a ex-mulher do jogador Edmundo, pode beijar o filho na boca, despida da cintura para cima e publicamente, enquanto muitos pais vão para a cadeia se fizerem muito menos com as filhas?
Simples: porque ela é mulher e a sociedade é conivente com as mulheres.
Se fosse o contrário (o Edmundo fazendo a mesma coisa com uma filha da mesma idade) o jogador já teria sofrido muitas ameaças de linchamento e desembolsado muito dinheiro.
Várias mulheres com quem comentei o caso acharam absolutamente “normal” a mulher dar “selinhos” no filho. Quando perguntei se achavam normal que pais dessem os tais “selinhos” em filhas, não me responderam.
Há tempos atrás, um italiano que deu “selinhos” na filha, em Fortaleza, foi preso em flagrante por estupro. Por que o mesmo rigor não se aplica às mulheres?
A razão é simples: é a sexualidade masculina, e não a feminina, que sofre repressão e perseguição por parte da sociedade. Considera-se, comumente, que os toques e carícias, quando feitos por uma mulher em um menino, não são nada agressivos e nem sexualizados, mas apenas meras “manifestações de carinho”. Ninguém fica escandalizado se uma mãe tocar o sexo do menino, mas todos ficam escandalizados se o pai tocar o sexo da menina, ainda que seja para higienizá-la. Então há aí alguma contradição ou algo mal explicado. Afinal, o toque da mulher é menos “sexualizado” que o toque do homem? Teria a mulher menos intenções eróticas em seus toques? Se é assim, então todos concordam com a nossa velha afirmação de que as mulheres não gostam muito do sexo em si?

obvio que devemos estar vigilantes para comportamentos desgenerados, mas que sejam de ambos os sexos, e não pregar uma castração a sexualidade masculina, a rotulando de predadora, e muito menos negando ao homem, que tenha o amor paternal por sua cria, o pre-julgando como um predador sexual, por simplesmente ser homem, isto e desulmano !

Para quem quiser ver os dois casos, as matérias estão aqui:

Sobre o ensaio fotográfico da ex-mulher de Edimundo:

http://www.clickpb.com.br/artigo.php?id=20100312101915&cat=televisao&keys=exmulher-jogador-edmundo-beija-boca-seu-filho-durante-ensaio-sensual

Sobre o italiano que deu “selinhos” na filha em Fortaleza:

http://www.vooz.com.br/noticias/italiano-da-selinho-na-filha-de-8-anos-em-praia-de-fortaleza-e-e-preso-14972.html

Anônimo disse...

Ninguém vincula o estímulo cada vez maior à “sexualidade livre” com os horrores da pedofilia, dos crimes sexuais e do estupro. Todos agem como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra,( mulheres adultas com a vulva totalmente depilada, crianças usando maquiagem, vivemos a era do fetichismo utilitarista, não do compartilhamento amoroso) e a roda da destruição prossegue. Todos pensam somente em punir os pedófilos( e deve-se), como se eles nascessem de si mesmos, mas ninguém pensa em difundir uma cultura de interiorização, e equilibrio sexual. Por todo lado estão os estímulos à sexualidade doentia, ao lado da paranóia com os crimes sexuais (masculinos, obviamente, já que não vemos ninguém paranóico com os crimes femininos)
O ser humano não sabe o que fazer com suas forças sexuais, está completamente desorientado. Se as reprime, desenvolve certas psicoses e perversões. Se as libera, desenvolve, igualmente, outras psicoses e perversões. Os conselhos dos pornógrafos, sexólogos, psicólogos, sacerdotes e pastores não adiantam nada, porque eles não sabem o que falam e falam do que não sabem. Todos buscam o prazer e querem “gozar sem limitae”, como se isso não tivesse um preço. Todos acreditam ser possível desfrutar de um prazer irreponsavel sem pagar o preço, correspondente em dor

Kathleen disse...

o homem que me molestou na minha infância, quando eu tinha entre 7 e 8 anos, era de total confiança da minha família.... ele sempre me ameaçava pra eu não dizer nada a ninguém, e uma das coisas que ele mais falava era: ninguém vai acreditar, todo mundo confia em mim.
e era verdade...

testando lol disse...

Quero te parabenizar por estar aqui, neste blog, depois de ter passado por tudo isso. Essa história não será esquecida. Nunca.

Carla disse...

Anônimo, ninguém vincula sexualidade livre com pedofilia e estupro porque esses crimes SEMPRE existiram.
Não precisa nem estudar história, é só olhar para outras partes do mundo atual: é sabido que as sociedades que mais reprimem a sexualidade são também as mais violentas, até porque a denúncia nesse contexto é muito mais problemática.

Pena que ninguém pôde me ajudar com a minha pergunta lá em cima :(

Anônimo disse...

Engraçado que dizem que "Não devemos condenar ninguém por sentir atração por uma criança." nem "rotular" a sexualidade masculina de predadora, "pre-julgando os homens como predadores sexuais". Mas não percebem ou fingem ignorar que as acusações partem de constatações dos fatos, do que acontece realmente no mundo, não de julgamentos pré-conceituosos. Ninguém sai por aí acusando sem motivos homens aleatórios de serem pedófilos, nem caçando homens pelas ruas como estupradores em potencial. Violadores sexuais não vêm com uma marca na testa que os diferencia daqueles que não são estupradores, geralmente só se fala em estupro e pedofilia depois que esses crimes já aconteceram ou quando há suspeita (na grande maioria das vezes essa suspeita não é infundada) de que possam acontecer. Na maioria das vezes se pensa em denúncia e punição de estupradores e pedófilos porque essas são medidas básicas, mais urgentes, mas também extremamente necessárias se queremos difundir com êxito uma cultura de equilíbrio sexual, contra a cultura corrente que aplaude o comportamento sexual masculino predador, que fecha os olhos à existência de estupradores entre os homens "respeitáveis" e "de confiança", que deslegitimiza a experiência de dor das vítimas, que despreza seus sentimentos, que culpa as vítimas.

Ateu e Pacifista disse...

Francamente, ando extremamente desanimado com os atuais movimentos sociais. Esse desânimo foi um dos motivos de eu ter me desligado do LGBT. De repente eu só via discussões bobas do tipo: Silas Malafaia falou isso, Bolsonaro falou aquilo, etc... Os caras são religiosos crentes, é lógico que na opinião deles a relação homossexual é pecado, uma vez que seguem a bíblia. Por mim eles podem pensar o que quiserem e pregarem a religião deles pra quem quiser ouvir, trata-se da liberdade de crença. Assim como eu tenho direito de argumentar em favor do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.


É um costume meu ficar navegando entre variados sites, blogs, comunidades e fóruns que abordam sobre movimentos sociais e igualdade de direitos e deveres. Também gosto de dar minha opinião e debater construtivamente com pessoas educadas.


Mas de um tempo pra cá venho notando uma decadência nesses movimentos. Até cheguei a comentar sobre banalizações nesses movimentos.


Tenho sentido um desânimo muito grande. Tenho lido cada coisa pela internet, em locais que, em teoria, deveriam estar zelando pelos direitos humanos igualitários, liberdade de expressão, pacifismo... Infelizmente tenho lido muita coisa que nada tem a ver com esses temas.


Nesse tópico, em determinado comentário tem uma pessoa generalizando e defendendo que os homens seriam "predadores sexuais". Francamente, ler algo dessa natureza realmente me entristece.


O tal movimento "masculinista" em muitos casos (talvez na maioria das vezes) é utilizado como faixada para pseudo-ativistas colocarem pra fora suas mágoas e frustrações, e em alguns casos até mesmo sua misoginia. Fico pensando se esse "movimento" não acabou surgindo por consequência das banalizações e excessos que têm ocorrido no movimento feminista, banalizações que nada tem a ver com igualdade de direitos. O movimento acabou se tornando uma faixada para certas pessoas exprimirem seus preconceitos com expressões do tipo: "homens são predadores sexuais"... Essas criticas, calúnias e ofensas generalizadas para o gênero masculino pode denotar uma possível misandria disfarçada de feminismo, como ocorre no movimento "rival", com possíveis misóginos.

Banalização gera banalização, certas banalizações e preconceitos que tem assolado o movimento feminista provavelmente deram o empurrão para criar um movimento "rival" carregado de banalizações que se denomina masculinismo. Atualmente esses movimentos se merecem, talvez seja por isso que membros de ambos não consigam ficar muito tempo sem visitar "território rival".



Nossa gente, ando extremamente desanimado, sei lá... Sinto que, infelizmente, na atualidade, o ativismo sério acabou sendo engolido pelo pseudo-ativismo. Mas talvez seja esse o plano, talvez aqueles que agem por trás dos bastidores e costumam inflamar ambos os lados (o famoso dividir e conquistar) já tivessem planejado transformar o ativismo sério em um reles pseudo-ativismo beirando o fanatismo, pois anda ocorrendo em efeito dominó, em tudo que é movimento... Tomara que eu esteja errado.


PS: Só minha opinião baseada no que tenho percebido a partir do meu ponto de vista.

MonaLisa disse...

Me identifiquei com a história da S e sinto muito por ela.

Ainda lembro em minha infancia que os mais moralistas foram os que tentaram abusar de mim.

Eu tinha uma coleção de vestidos que ganhei aos 8 anos, que me deixavam super confortável. O cós era no peito e a saia era de prega, ficava uns 3 palmos acima do joelho. Quando eu ia a casa da minha avó, eu sentava no chão pra brincar com meus primos de roda com as pernas abertas e meu avô pegava um banco e sentava bem de frente a mim, de modo a ver minha calcinha.

Minha mãe me chamava e me batia pq não era pra eu sentar de pernas abertas porque meu avô estava olhando. Eu ficava com muita raiva dela. Eu nunca entendia quando ela dizia que eu estava 'provocando' meu avô.

Meu pai é dependente quimico e eu o via bolando cigarros de maconha na minha frente, cheirando cocaína. Entretanto, meu pai nunca encostou a mão em mim, um dos maiores medos da minha mãe, avó, tias. Minha mãe as vezes, tinha que dar plantão a noite e meu pai ficava nos olhando. Me lembro uma vez quando tinha 11 anos, um dos drogados amigos dele disse que eu já tava no ponto e meu pai surtou, pegou o sujeito pelo pescoço e disse que arrancaria a cabeça dele fora se ele ousasse conversar comigo.

Apesar de ser machista e bater em minha mãe, ele nunca se intrometeu em minha sexualidade. Nunca me pressionou a namorar. Todas as vezes que ele me bateu foi por questões referente a drogas, que eu não devia usar.

Anônimo disse...

Ateu e Pacifista, você poderia por gentileza retirar sua cabeça de dentro do seu orifício anal antes de falar/digitar alguma coisa?

Grata.

Anônimo disse...

Pro anónimo que perguntou sobre "a caça".

Eu concordo muito com você sobre a relevância do filme para discussão de justiça. E mais ainda sobre como devemos negar discursos de ódio, seja qual for. Por isso ressaltei que a maior irresponsável no filme é a diretora, que não tratou a questão com seriedade e bom senso.
Sexta passada, eu e duas amigas passamos mais de hora discutindo o filme, e uma chegou à conclusão com a qual concordo plenamente. O filme é bom e cumpre seu papel social Ddd propor reflexão, mas perigoso, já que nem sempre podemos contar com o bom senso de quem assiste. Não sei como é na Dinamarca, mas aqui, a única realidade cultural de fato conheço, sei de muita gente machista que não teria esse cuidado reflexivo e veia apenas a vítima com um único amigo fiel. E o problema é que esse amigo era o único certo, o que válida o discurso do homem e não da criança (de novo, num olhar mais descuidado e menos reflexivo, ou seja, sem bom senso). Inclusive entre o público "culturalmente erudito" da Mostra.

Ass. Fernanda

Anônimo disse...

Ateu e Pacifista, considero seu comentário muito sensato.

Para a Anônima que comentou em 23:52:
o ódio e o desrespeito pela opinião alheia põe a perder o melhor dos discursos. Só podemos ser respeitados e levados a sério quando aceitamos que a nossa opinião não é "A Verdade" mas um ponto de vista.

Sou homem e me preocupo muito com violação dos direitos da mulher, mas também estou preocupado com o pouco caso que algumas feministas fazem da opinião dos homens.

Anônimo disse...

Lola, eu tenho uma pergunta: Quando o "estuprador" é uma criança mais velha e toca na outra enquanto ela dorme, ou acordada também, (mas não no caso de, sei lá, 12 pra cima porque geralmente essas crianças já tem noção) mas quando é criança mesmo... pode ser considerado apenas uma curiosidade infantil não? Não seria um estupro seria?

Anônimo disse...

Estou chocada como um dos relatos da autora do texto descreve completamente a triste experiência que tb vivi na infância. Até a idade em que tudo aconteceu é aproximada.
Tb fui abusada por um parente que morava conosco, tb foi durante a noite, na minha própria cama, local onde eu achava que estava segura. Tb passei a acordar durante a madrugada com a impressão de ter pessoas entrando no meu quarto. Tb continuo encontrando com essa mesma pessoa nas festas de família e fingindo que nada aconteceu.
Às vezes ele se masturbava na minha frente e falava coisas pornográficas, às vezes ficava me espiando tomar banho. Eu tb senti muita vergonha por não ter impedido, por não ter contado a ninguém, às vezes eu mesma me culpava achando que eu quis ou provoquei a situação.
Até hj sinto momentos de rancor dos meus pais por não terem me protegido daquela situação, mas tento expulsar esses pensamentos, pois uma altura dessas não adianta buscar culpados. Culpado mesmo é quem cometeu o ato!
Nunca contei isso pra ninguém, nem mesmo pro meu marido. Sinto um misto de vergonha e medo de parecer que estou me fazendo de coitada.

Anônimo disse...

Olhem esse vídeo de conscientização:
https://www.youtube.com/watch?v=zGRM7Rk5Mag

Divulgem!

Anônimo disse...

Agradeço por minha avó ser protetora a ponto até de me traumatizar um pouco com relação aos homens. Ela dizia, por exemplo, que um buraco na parede era o suficiente pra um homem enfiar o pênis e que homens sentem o cheiro da menstruação da mulher (é absurdo e engraçado, mas assusta quando você é criança). Melhor um trauma que eu posso trabalhar do que esses relatos tristes. É uma pena que os pais não estiveram realmente presentes na vida dessa moça.