A Lila pôs no seu blog um vídeo absolutamente repugnante de uma entrevista da Rede TV com o sequestrador e assassino Lindemberg. Eu não tinha visto isso. Li várias entrevistas de jornalistas com o criminoso. Parece que tudo quanto é jornal e emissora de TV conseguiu ligar pra ele. E a polícia não fez nada pra impedir! Não dá pra acreditar em algo assim. O “quarto poder” pode então telefonar pra um criminoso que está apontando uma arma pra uma menina de 15 anos, em plena negociação com a polícia? Quer dizer, qualquer um que descolasse o número poderia ligar pra Lindemberg e passar trote, xingar, orar por eles, qualquer coisa? Virou um Disk-Sequestrador! As telecomunicações tiveram papel decisivo no desfecho do sequestro: a mídia agia como se o apartamento invadido fosse a casa da mãe joana; no último dia, a bateria do celular do negociador policial acabou (pasmem!). Mas essa da Rede TV, no programa da Sônia Abrão, eu não tinha visto. São longos minutos de um nojento com tique nervoso falando pra Lindemberg ter calma, enquanto tudo que o rapaz parece querer saber é: “Tá na televisão? É ao vivo?”. Isso é puro A Montanha dos Sete Abutres, grande filme de 1951 sobre uma tragédia que um jornalista perpetua para poder tirar proveito dela. É muito deprimente, muito mundo cão quando o repórter pede pra falar com Eloá, e ela, com voz trêmula, chorosa, tenta responder que “tá tudo bem”, mas que está fraca, com fome. E pede pra mandar um beijo pra mãe e pro pai. Sabe, como faz todo mundo que aparece na TV? Manda alôzinho e beijo pros pais? Eloá também fez isso, mas desmoronando, sem saber que iria ser assassinada dentro de algumas horas.
Em seguida, a apresentadora Sonia volta com seu programa de auditório, agora recebendo convidados, um advogado e um psicólogo (todos homens brancos, óbvio). E segue-se o seguinte diálogo surreal:
Sonia Abrão: “Boa tarde, Dr. Ademar, e com a sua experiência [sic] nos orientar assim sobre o que vai acontecer daqui pra frente, pra que a gente possa ter uma idéia, claro”.
Doutor Ademar Gomes: “Bom, eu sou muito otimista, né? Eu espero que isso termine assim em pizza, né, e num casamento futuro entre ele e a namorada, a apaixonada dele, né? Ele tá passando uma fase momentânea, né, e ele tem a motivação de viver, porque um rapaz jovem, quando se apaixona muitas vezes se desequilibra, no caso radicaliza, mesmo. Mas isso vai terminar realmente em final feliz, graças a Deus, eu tenho plena certeza e convicção disto”.
Palavras assim só podem vir de alguém que não tem a mínima empatia! Que não consegue se colocar no papel de uma menina, de uma mulher. Sério que, se tudo acabasse “bem”, “em pizza” (me expliquem como uma tragédia dessas poderia “acabar bem”, mesmo que ninguém morresse), Lindemberg e Eloá iriam se casar? Quer dizer, Doutor Ademar não pensou em perguntar pra Eloá se ela iria querer se casar com um cara que bateu nela, a ameaçou de morte, apontou uma arma pro seu rosto, atirou no seu computador e, finalmente, na sua cabeça e na sua virilha. Tadinho, Lindemberg estava só numa “fase momentânea”, e tantos jovens passam por isso e “radicalizam” nessas horas, não é mesmo? Nesse momento não foi apenas Lindemberg que viu Eloá como sua posse. A mídia e esse doutorzinho asqueroso fizeram a mesma coisa. Eloá nem existia. Ela era apenas “a apaixonada”, “a namorada” (nem falaram em ex-namorada) daquele bom rapaz, trabalhador, de boa índole, “meu querido”, como repetia o repórter. E notem o termo que o doutor usa, “terminar em pizza”. Isso é sinônimo de impunidade!
Se Eloá saísse viva de lá, Lindemberg iria ser aplaudido, e todos (os homens) comemorariam o final feliz, cheio de amor, de um batalhador que teve a coragem, o brio, a hombridade de reconquistar a amada. As emissoras já marcariam a data do casamento pra poder fazer uma grande cobertura (sem pedir o consentimento de Eloá). Seria um lindo happy end! Não pras mulheres que apanham dos companheiros, que são ameaçadas diariamente e assassinadas de vez em quando. Mas o que elas importam? Este não é um mundo pra amadoras.
Em seguida, a apresentadora Sonia volta com seu programa de auditório, agora recebendo convidados, um advogado e um psicólogo (todos homens brancos, óbvio). E segue-se o seguinte diálogo surreal:
Sonia Abrão: “Boa tarde, Dr. Ademar, e com a sua experiência [sic] nos orientar assim sobre o que vai acontecer daqui pra frente, pra que a gente possa ter uma idéia, claro”.
Doutor Ademar Gomes: “Bom, eu sou muito otimista, né? Eu espero que isso termine assim em pizza, né, e num casamento futuro entre ele e a namorada, a apaixonada dele, né? Ele tá passando uma fase momentânea, né, e ele tem a motivação de viver, porque um rapaz jovem, quando se apaixona muitas vezes se desequilibra, no caso radicaliza, mesmo. Mas isso vai terminar realmente em final feliz, graças a Deus, eu tenho plena certeza e convicção disto”.
Palavras assim só podem vir de alguém que não tem a mínima empatia! Que não consegue se colocar no papel de uma menina, de uma mulher. Sério que, se tudo acabasse “bem”, “em pizza” (me expliquem como uma tragédia dessas poderia “acabar bem”, mesmo que ninguém morresse), Lindemberg e Eloá iriam se casar? Quer dizer, Doutor Ademar não pensou em perguntar pra Eloá se ela iria querer se casar com um cara que bateu nela, a ameaçou de morte, apontou uma arma pro seu rosto, atirou no seu computador e, finalmente, na sua cabeça e na sua virilha. Tadinho, Lindemberg estava só numa “fase momentânea”, e tantos jovens passam por isso e “radicalizam” nessas horas, não é mesmo? Nesse momento não foi apenas Lindemberg que viu Eloá como sua posse. A mídia e esse doutorzinho asqueroso fizeram a mesma coisa. Eloá nem existia. Ela era apenas “a apaixonada”, “a namorada” (nem falaram em ex-namorada) daquele bom rapaz, trabalhador, de boa índole, “meu querido”, como repetia o repórter. E notem o termo que o doutor usa, “terminar em pizza”. Isso é sinônimo de impunidade!
Se Eloá saísse viva de lá, Lindemberg iria ser aplaudido, e todos (os homens) comemorariam o final feliz, cheio de amor, de um batalhador que teve a coragem, o brio, a hombridade de reconquistar a amada. As emissoras já marcariam a data do casamento pra poder fazer uma grande cobertura (sem pedir o consentimento de Eloá). Seria um lindo happy end! Não pras mulheres que apanham dos companheiros, que são ameaçadas diariamente e assassinadas de vez em quando. Mas o que elas importam? Este não é um mundo pra amadoras.
75 comentários:
Isso dai é a coisa mais medonha que eu já vi. não consigo pensar em algo juridicamente punivel que essas emissoras tenham feito, mas isso me parece tão errado, tão criminoso, que eu nem consigo acreditar que realmente entrevistaram ele ao vivo.
Depois da declaração de que 'o que deu errado foi o tiro que ele deu na menina', como se caso ninguém saisse ferido tudo estaria bem e ele não teria feito nada que não fosse de direito, eu achei que nada mais me surpreenderia nesse caso todo.
tenho medo, muito medo.
De fato, é estarrecedor.
Não tenho mais tv em casa. Não tem feito a menor falta. Acompenhei o drama pela internet, desejando a todo momento que ele se desse conta que gostava da menina, não era certo fazê-la sofrer daquele jeito.
Mas pelo visto, todo o circo armado só fez a vaidade dele crescer reforçando o comportamento negativo, afinal era o drama que estava chamando a atenção, não é?
De repente ele era o todo-poderoso, o cara que tinha ido implorar por atenção de um minuto para o outro tava recebendo atenção do mundo todo.
Coisa mais mórbida.
Bom, tv e internet hoje são praticamente a mesma coisa, com a iferença que na internet não tem os comentaristas estúpidos. Só isso.
Concordou com o Louis. Medo, muito medo. A forma como tudo se desenrolou foi resultado do circo armado pela mídia e das falhas da polícia. Nessas horas seria importante ter um conselho de jornalismo nem que fosse para, sei lá, repreender publicamente os imbecis responsáveis por essas coberturas. E casamento? Esse cara tem o que na cabeça?
Essa situação deu completamente para o torto de todas as maneiras não é? Não acompanhei bem o caso, aliás, há quatro anos que não vejo mais Tv (não por opção, não tenho tempo mesmo). Fico sabendo das noticias rapidamente pela net ou jornais. Quando estive de férias em Janeiro no Brasil...porque vivo em portugal...notei que a tv brasileira "globo" não havia melhorado em nada! Era um tédio e pelo amor de Deus, se contentar com um faustão ou gugu...há! Eu tenho mais o que fazer com o meu tempo.
O Pior é que esse caso mostra como os jovens são tão machistas quanto a geração de seus pais. Como é bonito essa coisa de que homem tem que ser o conquistar e comer todas e quanto a mulher... se é vista com dois homens em um mês todo mundo já sabe qual é o termo. Que pode chamar de gostosa quanto passa, assoviar, ou o contrário, chamar de Dragão no caso da mulher ser gorda. Mulher foi feito para isso mesmo né? Porque elas iriam se importam com algo assim tão natural?
Eu não vejo isso acontecendo por aqui Lola, ofensa verbal é a mesma coisa que fisica. Já vi homens e mulheres em muitas ocasiões em que discutiam calorosamente e ninguém parte para ofensa. Dá policia! É sério.
Lola, eu raramente assisto tv. Foi conversando com a minha sogra que fiquei sabendo do papelão desse vídeo. Horrível, nojento, perfeita a sua análise.
Lola, usou as palavras perfeitas! "Doutorzinho asqueroso"!
Eu não sabia disso, não vi nada sobre os programas que falaram ao vivo com o assassino.
Que NOJO!!!
Se fosse ela que botasse a arma na cara do assassino, ia ter um monte de doutorzinho asqueroso mostrando o quanto uma mulher pode ser desequilibrada.
Aliás, esse imbecil é um psicólogo ou advogado? Sempre tem um cretino desse naipe para fazer besteiras assim e queimar o filme da classe inteira, dos profissionais sérios. É por causa desses abutres inconsequentes que que tem tanta gente que odeia advogado, psicólogos e a imprensa.
Se for advogado, vou me informar sobre o nome do infeliz para denunciá-lo à OAB por conduta anti-ética.
Se ela estivesse viva e casasse com o infeliz, seria um fim tão trágico quanto a morte que ocorreu. Na verdade, penso que seria apenas um adiamento dessa morte, pq uma hora o maldito ia matá-la mesmo.
Desculpe as palavras de revolta, Lola, mas é muito indigno tudo isso.
Até quando ???
Cegueira estreia aqui dia 13 de novembro, com a presença do Fernando e do Saramago. É muuuuuito longe ainda!
Lola o caso Eloá mostra bem o estágio de equívocos em que estamos
todos enrolados nas sociedades deste planeta.
Sinto-me irmanada e uma profunda tristeza pelas Eloás do mundo.
Gostei de saber que outras pessoas
do mesmo modo que eu, não tem o hábito de assistir TV. Pensei que estava sendo alienada mas foi acontecendo sem que eu notasse,fui abolindo e, acho que não sei mais como ligar um aparelho de TV.
Ocorre que passei os derradeiros quatro dias com minha mãe que assiste TV o dia todo
e fiquei a par destas notícias.
Li aqui e, no seu outro post, todas as opiniões dos leitores.
Não há outro jeito a não ser nos unirmos todos, homens e mulheres, pelo exercício efetivo da cidadania, pela não-violência.
Gostei de ver aqui no blog, que as questões apontadas por seus leitores, na sua variedade, mostram
as muitas faces deste episódio chocante.
Abraço da Fatima de Laguna
Eu tneho muito nojo (sim, é nojo!) quando acontece algum crime e a TV chama psicólogos para analisar a pessoa (no caso isabella, foi a mesma coisa).
Tem que anotar o nome de todos esses doutorzinhos, para nunca se consultar com eles.
Qualquer profissional ético, que se preze, diria: "não tenho o menor conhecimento do caso, não sei como foi o relacionamento deles, não sei qual o histórico familiar do cara, não conheço nada. Tudo o que sei é o pouco que me veio pela mídia. Logo, é impossível dar um parecer".
Mas a vontade de aparecer na TV é tamanha que o cara vai lá falar abobrinha. E o povo acreditar, afinal é médico, né, é otoridade, sabe o que tá falando.
Outra coisa que me deixou revoltada foi a repórter da Record (uma das emissoras que tb ligou para o cara), toda agressiva, botando o promotor na parede. Ela perguntou pra ele: "afinal, pq vcs nao cortaram o telefone para onde a imprensa ligou?". Claro: a responsabilidade é do cara que não cortou o telefone, não da imprensa que ficou ligando pro cara pra aumentar a audiência.
É nessas horas que eu sinto muita, muita vergonha de ser jornalista no Brasil.
Ai Lola, e a cobertura do Fantástico ontem? Nem vou entrar no mérito de se a cobertura em si foi boa. Mas logo depois do enorme bloco inicial quais são as matérias? Rapazes pedindo moças em casamento, cólicas tiram 70% da produtividade feminina. Aí parei.
Alôôô, será que não percebem que esse é o tipo de comportamento que culmina em merdas fenomenais como esse seqüestro? Pq são sempre rapazes pedindo a mão de moças e nunca o contrário. Rapazes que não são educados pra ouvir não - aliás, nem são educados pra ouvir. E meninas que são educadas pra esperar, passivas, que um rapaz venha e decida por elas. Aì dá merda.
E o papo das cólicas? Novamente - ALÔÔÔ, como é que os rapazes ficariam se passassem 2 ou 3 dias inteiros com dor de chute no saco? Será que a produtividade deles ia cair só 70%? E aí nem vou entrar no mérito da lógica maluca que dor de cólica "não tem jeito, tem que sofrer mesmo" (minha mãe pensava assim, não tomava uma aspirina sequer). Mas mostrou um cara de uma loja de biquinis que "premia" as funcionárias que "não têm cólica" no mês. Ou seja, está incentivando o fingimento, a resignação e a automedicação.
Bem, quando acontece um caso público desses de agressão, pelo menos, eu sinto que não sou só "revoltadinha da estrela", me preocupando com quem vai lavar a louça ou quem pede quem em casamento. O buraco é muito mais embaixo e... ai, isso me revolta. Muito.
Louis, é medonho mesmo. Não sei se as emissoras (e jornais! Não foram só as emissoras. A Folha entrevistou o sequetrador também) podem responder judicialmente. Será que daria pros pais da Eloá processarem a mídia? Ela também foi responsável. O pior é saber que a gente não vai ouvir um só “Erramos” da mídia. Nada de reflexão. Ninguém vai pedir desculpas e assumir que se comportou irresponsavelmente. A mídia só vai ficar esperando até o próximo caso que choque o país...
Pois é, eu pensei exatamente a mesma coisa que vc quando li a declaração do “o que deu errado...”. É de dar medo mesmo!
Camomila, nos EUA eu assisti TV durante um semestre. Assinei TV a cabo e tudo. Aí vi que a programação deles é horrorosa também. Tem muito pouca coisa pra assistir. E é só comercial, comercial, comercial. Pra cada cinco minutos de programa tem uns 10 de comerciais. Mesmo nas Tvs a cabo! Então, no meu segundo semestre, eu cancelei a TV a cabo. E, pra ver a TV normal, a gente precisaria de uma antena. Acabamos nem comprando. Ficamos sem TV durante meio ano, e não fez a menor falta. De volta ao Brasil, eu só vi TV durante as olimpíadas. Não sinto falta. Acho que a TV (e muitos jornais que insistem em “pensar por nós”) só nos emburrece.
Vc tem toda a razão na sua análise: um cara que não conseguia um segundo de atenção da ex-namorada de repente vira o foco do Brasil. Claro que ele gostou! Só espero que isso não inspire mais homens “ciumentos e passionais” a repetir o feito. Porque eu insisto: se ele tivesse saído de lá sem atirar nas meninas, seria tratado como herói! É assustador.
Ah, na internet tem muito comentarista estúpido...
Paula, mas é só abrir a boca pra falar em conselho de jornalismo que a mídia começa a espernear: censura! Censura! Ah, vai pastar. A mídia não faz auto-análise, não reconhece erros, não pede desculpas, e insiste em fazer o que quiser, sem responsabilidade alguma? Eu quero um conselho de jornalismo sim!
Cavaca, quatro anos sem ver TV não mata ninguém, né? E é uma grande economia de tempo ficar sem as quatro horas diárias diante da TV.
É, eu pensava nisso ontem, sobre as novas gerações serem hiper machistas. Costumo ler gente otimista falando que, assim que o pessoal acima de 40 morrer, o mundo será melhor, porque os jovens não são preconceituosos. E eu não acredito que as pessoas pensem assim! Seria uma maravilha se os jovens fossem menos preconceituosos, mas não são! E um caso desses expõe bem isso.
Ah, não sei sobre Portugal, Cavaca. Mas já ouvi falar que os homens daí são muito machistas também. Eu tendo a achar que machismo só não existe na Escandinávia.
Cynthia, é tudo muito nojento mesmo. Como que pode um sujeito falar em casamento?!
Cris, é verdade, pode apostar que se fosse uma mulher apontando uma arma pro ex-namorado, ela seria tratada como histérica e desequilibrada, e nenhum dos comentaristas (homens) de plantão falaria em casamento e final feliz. Esse imbecil do doutorzinho é advogado criminalista, deixem-me esclarecer. O psicólogo era o outro, e não sei as besteiras que ele falou, mas imagino que deve ter tido besteira da parte dele tb.
Imagina ela se casar com um cara que a ameaça de morte! E detalhe: Eloá tinha 15 anos. Era isso que o doutorzinho queria? Que uma menina de 15 anos se casasse com seu algoz?
eu não vi isso e acabo de ficar chocado.
cavaca: pelo visto, cegueira já estreou aqui, e faz tempo.
O que da medo é que a tv se acha no direito de passar por cima da polícia, promotor, etc, como se pudesse resolver o caso. O post da Lila está muito bom mesmo.
Cavaca, que bom que Cegueira vai estrear logo aí. Não falta muito! E legal que o Fernando e o Saramago estarão presentes no lançamento do filme.
Fátima, concordo contigo: um caso horroroso desses nos faz ter solidariedade por todas as Eloás do mundo. Espero que, analisando o que aconteceu, a gente pare também de “blame the victim”, de achar que uma mulher que apanha do marido e é ameaçada de morte se o deixar não é uma Amélia que aceita qualquer coisa. É uma vítima que sem querer caiu numa teia dessas, e não tem como sair. É preciso muito apoio a essa vítima. Apoio solidário e institucional, pra que a mulher (geralmente com filhos) tenha como sair. E acho que pra isso não tem muito jeito: tem que se colocar o cara violento que ameaça na cadeia! Não cometeu um crime ainda? E aí, a gente vai esperar que ele cometa o crime pra “retirá-lo de circulação”? Ameaça violenta tem que dar cadeia, nem que seja por apenas alguns meses. Nesse meio tempo, a mulher tem condições mais seguras de reconstruir sua vida. Mas é complicadíssimo, porque muitas vezes ela e os filhos são financeiramente dependentes do cara.
Acho que, por um lado, está havendo uma união, uma conscientização de que esse tipo de comportamento “passional” é inaceitável. Pelo menos entre as mulheres parece haver um consenso. Já entre os homens... Realmente espero que um caso desses não inspire outros Lindembergs. Porque a mídia faz parecer que, se ele não matasse ninguém, haveria um “final feliz”. Feliz pra quem, né?
Marjorie, é muita hipocrisia isso da repórter perguntar pro promotor por que ele não cortou o telefone! A GENTE pode fazer essa pergunta, mas a imprensa não, ué! A imprensa não podia simplesmente não ligar pro apartamento? Não tinha poder de decisão? Responsabilidade? Alguém de bom senso na redação que dissesse “Mas ligar prum sequestrador nervoso pra entrevistá-lo pode fazer com que ele fique mais nervoso, ou que não se renda por estar gostando dos holofotes”? A Sonia Abrão já apareceu dizendo estar com a consciência tranquila. Ela apenas cumpriu seu papel. Mas é esse papel que a gente espera da mídia?
E sobre psicólogo aparecer na TV, lógico que nem deveria aparecer. Não conhecem nada do caso. Eu nunca na vida vi um comentário decente (que não fosse total besteira ou que não fosse genérico, do tipo que qualquer pessoa pode fazer) de um “expert” na TV. Nunca.
E pra falar a verdade, posso contar nos dedos as vezes que vi algum comentário inteligente de um expert num jornal ou revista...
Ale, felizmente, eu nem liguei a TV ontem. O que vi no sábado já foi demais pra mim. Mas isso que vc conta da pauta do Fantástico já é revoltante. Nem dá pra acreditar que as pessoas ainda falem de homem “pedir a mão” da mulher em casamento. Isso é tão possessivo, não? E isso de ficar com o nome do homem? Tudo isso, pra mim, passa uma grande idéia de posse. E, claro, de que o homem é ativo, ele que toma as decisões, e mulher fica esperando, à toa. É verdade: não é que homem não é educado pra ouvir um não. Não é educado pra ouvir, ponto. Prefere “agir”. Um “agir” que quase sempre inclui violência.
Sobre as cólicas, eu não tenho. Felizmente, nunca tive. Mas claro que aflige muitas mulheres. Isso me lembrou o que ouvi de um psico-pedagogo num congresso de educação há alguns anos. Foi tão revoltante: ele disse que “la donna è mobile”. Ou seja, que mulher é um ser imprevisível mesmo, histérico, passional. Vou escrever um post sobre isso. E puxa, mesmo a gente sendo histérica, não é exatamente a gente que sai por aí matando, estuprando, lutando em guerras...
É Ale, se tem um lado bom nessa comoção toda é que outras “revoltadinhas” vem se juntar a nós.
André, é chocante mesmo! Parece que todo dia a gente aprende alguma atrocidade nova sobre esse caso...
Kaká, dá a impressão que a polícia mal existiu no episódio. Uma menina de 15 anos foi devolvida ao sequestrador pra poder negociar com ele. A imprensa ficou falando com o criminoso mais com a polícia. Teve uma hora que o criminoso atirou pra baixo, na direção dos curiosos. Quer dizer, àquela altura o lugar nem estava isolado! E se tivesse acertado alguém? Polícia serve pra quê exatamente? Fora invadir o apartamento na hora errada?
Mas a mídia tem muito que se explicar... E o pior é que não vai fazer nenhum mea culpa. Ela se acha acima da lei. Ah, a Lila é advogada, ela sabe bem do que está falando.
Olha, eu preciso ler de novo o código de ética, mas, pelo que aprendi no 1o ano da faculdade, é absolutamente anti-ético dar entrevistas sobre "casos" na tv, rádio, internet, etc. se o caso for seu, vc está quebrando sigilo; se não for, sua análise não vai ser muito mais profunda do que alguém com fundamental incompleto. só que não tem fiscalização NENHUMA por parte do conselho. aí, o resultado é um monte de "psicólogo" falando que o Lindembergue é desequilibrado, que não suporta frustrações, q tem traços psicóticos, etc. a mesma coisa que a tia do cachorro-quente falou.
olha...nem sei o que dizer...eu fiquei revoltada com tudo e olha que nem tv eu tenho.
Passei agora na padaria e tinha duas moçoilas na tv "analisando" o caso..tentando achar de quem era a culpa! omg..agora a culpa é a diferença de idade dos dois, culpa dos pais da moça de terem permitido o namoro!! é DISGUSTING ver gente burra discutindo essas coisas, aumentando o sofrimento da família...argh..
daqui um pouco vão dizer que a culpa é minha, sua, do Seu Zé que vende doce na porta da escola...
E nem vou falar do resto....
E vou continuar se tv!!!
lolinha, mandei vários e-mails pra sra. Sônia Urubu. Não, não foram lá muito educados. Quero ver se ela vai continuar dizendo que ele não é um deliqüente, que é um bom rapaz...
eu desejei que ela morresse porque uma menina de 15 anos ficar com seqüelas graves não seria nada legal.
ah, e eu denunciei o programa urubuzento ao ministério público.
mais uma coisa: eu penso que se tivessem atirado nele logo quando apareceu na janela, o que teria de gente metendo o pau na polícia....
Enquanto nós choramos mais uma tragédia resultante dessa sociedade retrógrada e machista, o mundo inteiro rí de nossa polícia incompetente e amadora. O modo como a negociação foi conduzida, a volta de uma refém ao cativeiro (simplesmente ridículo!), os furos de reportagem sendo mais valorizados que vidas de crianças e por último a ênfase na preservação da vida de um criminoso que aponta uma arma para a cabeça de uma inocente "por amor"... tudo isso me deixa revoltado, enojado, envergonhado.
meire, ainda falta falar (se é q não falaram) q a culpa é do Lula!!!!
é óbvio q é isso, como vcs não perceberam?
e ele ainda vai dizer q não sabia q o cara ia sequestrar a ex... cara de pau!
ju r., o problema é q se a gente for atirar em todo mundo que representa perigo, seria pena de morte! e aí, o buraco é mais embaixo...
L. Archilla, seria menos pior que o modo como terminou, eu acho.
Sobre o assunto que a Ale mencionou, eu moro na Inglaterra e descobri que por aqui, em pleno ano 2008, ser casada sem ter o nome do marido eh uma transgressao! Dah para acreditar? As mulheres aqui nao somente colocam o nome do marido. Elas TIRAM o proprio nome! E avisam as pessoas da nova identidade. As vezes rola uma identificacao assim: "Mariazinha da Silva (nee Pereira)". Eu tenho arrepios so de pensar, mas eles acham ultra normal. Eu que sou a estranha, todo mundo acha esquisitissimo termos nomes diferentes. As vezes insistem em se referir a mim como "namorada."
E enquanto no Brasil a maior parte dos casais ja aboliu o pedido formal de casamento, o que deixa as mulheres com muito mais poder para conversar sobre o assunto e permite que o casal tome a decisao junto, aqui o pedido formal eh super importante. E as mulheres ficam esperando mesmo. (e depois ainda tem o anel de brilhante, que toda peruinha tem um igual, cada um com uma pedra maior que o outro)
E estamos falando da Inglaterra, nao eh um pais latino, nem pais pobre, nada disso.
Ai, desculpe, escrevi um comentario enorme e totalmente off topic. Mas eh que eu sou totalmente revoltadinha da estrela e fiquei animada de ver outras pessoas que talvez compartilhem minha revolta :)
Lola,
Talvez não seja a melhor hora, já que os ânimos estão exaltados, mas eu gostaria de ver um post sobre a pena de morte (quem sabe até uma enquete). Já antecipo que sou a favor, embora saiba que o Brasil não esteja preparado para tal coisa. E como sei que você é totalmente contra, pode meter a ripa, eu aguento. O que sei é que gostaria de ouvir sua opinião a respeito.
Aronovich:
Eu ouvi uma pequena parte da conversa do "negociador" da policia e o monstro. Eu, como especialista em negociação que sou, te garanto uma coisa. Se aquele é o negociador da policia para um caso desta gravidade, estamos perdidos.
Em negociação não existe aquilo que ouvi, ainda mais se negociando com um sujeito insano destes, que tem frieza para reter uma quase criança, por dois dias, sem se arrepender. Agora, não sei tudo o que houve e ao que já havia ocorrido até aquela hora, porém, fiquei assustado.
Eu sabia que o policia não sabia lutar, não sabia atirar e não sabe mais um monte de coisas nos degraus mais baixos da especialização, entretanto, dos policiais de elite eu só espero que sejam os melhores, pro nosso bem. Tomara que tudo que estou pesando seja um engano de quem da opinião sem estar envolvido no acontecido.
Queria muito ter oportunidade de questionar esses indivíduos. Principalmente, aquela que transmitiu os maiores absurdos, a Sônia Abrão. Como uma MULHER permite isso? Homens não terem empatia pela Eloah, nem é novidade, mas uma MULHER? A 1ª pergunta que faria é: como vc conseguiu por a cabeça no travesseiro e dormir? Como??? Porque eu, após escrever meu post, não consegui dormir direito, fiquei acordada até 3h30 da manhã, pensando nas barbaridades e nos erros que foram cometidos, tanto da parte da polícia, qto da parte da mídia. Outra pergunta: não existiu uma disciplina chamada ÉTICA na faculdade em que vc se formou? Meu namorado, que é publicitário, disse que assistiu este filme que a Lola cita no 2º semestre da faculdade. Era de se esperar que os "jornalistas" se questionassem se seria Ético tal comportamento. Tenho que dizer que felizmente eu também quase não vejo televisão, a minha TV é praticamente objeto de decoração e tb não tenho tv a cabo. Só a uso para ver filmes e seriados. Qto ao jornalismo, prefiro me informar pela internet. Vi esse vídeo em um site, e fiquei chocada, tive que escrever. Qto à "pizza", espero sinceramente que se denuncie esse advogado de porta de cadeia para o Conselho da OAB, ele não pode defender a impunidade e querer que o algoz se case com a vítima e isso ficar impune. Sabe aquelas 3 peneiras que toda informação deveria passar: o que vc tem pra me dizer é bom? É útil? É verdadeiro? Tá faltando esse tipo de questionamento. E outra, cadê o governador de SP? É óbvio que a mídia serrista não vai questioná-lo por sua omissão e falta de comando sobre sua polícia. Tudo isso é muito nojento.
Lola, será que esse doutorzinho não falou todas aquelas asneiras exatamente pq sabia que o sequestrador estava assistindo? Para iludi-lo? Talvez ele tenha pensado que se Lindemberg, desequilibrado e ignorante como é, ouvisse a opinião do "doutor" e essa opinião fosse extamente a que o assanino queria ouvir (que não ia dar em nada, que a menina ainda ia acabar casando com ele, etc), talvez isso fosse influencia-lo para, quem sabe, solta-la.
Não que isso justifique o ato de emissora. Eles erram completamente em se envolverem ao ponto de ligar para o sequestrador, mas ainda acho que os absurdos que esse Dr Ademar falou foram uma tentativa de iludibriar o sequestrador.
Só pode ter sido isso! Não é possivel que esse Dr Ademar tenha falado todas aquelas coisas seriamente! Pq se falou, sério...para o mundo q eu quero descer =/
Lola, há alguns anos uma jornalista da Globo (boa anos isso; uns 20 anos) escreveu em seu livro (não me pergunte o nome - nem da repórter nem do livro; não me lembro de nenhum dos dois) sobre uma matéria que ela foi fazer sobre uma manifestação numa favela. Quando chegaram lá era um piquete, gente com cartaz etc e tal. Quando viram o carro da Globo, começaram a se agitar e, de repente, já tinha gente empilhando pneus pra queimar. E o cinegrafista filmando. Aí um garoto achou legal começar a jogar pedras nos carros que passavam - e a repórter viu então o cinegrafista em cima dos rapazes, pegando cada momento, e mandou o cara parar de filmar e entrar no carro. "Mas por quê?" "Porque eles estão fazendo isso porque você está filmando! Pára de filmar e entra no carro porque senão vai acontecer uma tragédia!"
Quando trabalhei em jornal descobri que existe uma regra não escrita nas grandes redações (pelo menos nas do Rio) de não noticiar suicídio. Eu era foca quando recebi um telefonema de um cara da Ponte Rio-Niterói que havia um maluco em pé no vão central, pronto pra se jogar. "A gente não faz isso; se o cara subiu pra chamar a atenção, não vamos lá como incentivo pro cara se jogar. Quem realmente está decidido a se matar se mata em silêncio, sem platéia nem alarde."
Por outro lado, divulga-se amplamente casos de seqüestro, ao contrário de São Paulo, onde a imprensa não diz nada. Por isso é que não há um só caso não resolvido de seqüestro aqui no Rio, enquanto em São Paulo são inúmeros os casos de seqüestrados que sumiram na poeira (o caso mais notório é o do Ivandel Coutinho, um dos sócios da InPress, empresa de comunicação, cuja ossada só apareceu em 2006, três anos depois do seqüestro).
A mídia (principalmente de São Paulo) permanece inacreditavelmente imatura e irresponsável diante de crimes bárbaros. Chegam ao ponto de divulgar horários em que vítimas e testemunhas de crimes hediondos vão depor ou onde elas estariam hospedadas - com o nome completo do parente que se ofereceu para recebê-las.
A advogada do cara pediu que ele, como réu primário, responda o processo em liberdade. Quero ver se o juiz vai pensar na Nayara, que sobreviveu e vai ter que conviver com a idéia que o cara que acertou-lhe um tiro na boca está andando por aí, saudável e cheio de si (porque alguém duvida que ele vai dar mais entrevistas se for solto?), enquanto ela cura as feridas do rosto quase desfigurado trancada em casa, com medo.
Lila, a gente tem uma cadeira chamada Ética na faculdade, sim. Aquele curso que o professor finge que ensina e a gente finge que aprende. Só pra você ver sequer me lembro quem era o professor. Era uma matéria de oitavo período (o último) e ninguém assistia aula, porque estava todo mundo fazendo sua monografia - eram duas matérias: Ética e Orientação à Monografia. Sentiu, né?
Eu já vi muitos repórteres revoltados em ter que fazer essa ou aquela matéria. Quando houve a chacina de Vigário Geral, dois dias depois (a polícia já tinha saído de lá) o chefe de reportagem chamou uma repórter veterana e mandou a dita ir lá "ver como estavam as coisas". Resposta dela (porque tinha 25 anos de casa). "Vai você, companheiro. Eu não estou disposta a levar um tiro por 20 centímetros de matéria".
Tem muita gente podre em jornalismo, sim. Daqueles que gostam de exibir o crachá de um grande jornal/TV no peito e dizer "Eu posso porque meu jornal banca." Mas também tem muito jornalista de estômago embrulhado, e que na maioria das vezes não pede demissão porque sabe que, nessa panela que é o jornalismo, outra vaga não vai aparecer - não com a fama de "amante da ética" a preceder-lhe. E aí você entende por que, depois de uma certa idade, mesmo ganhando bem tem tanta gente se demitindo e virando assessor de imprensa, relações públicas ou editor - eu incluso.
Sim, eu sei que tem Ética na faculdade de jornalismo, acho até todas as graduações tem. Era uma pergunta retórica. E ela vale p/ o advogado do vídeo tb, afinal também estudamos ética na faculdade de Direito. Também não quero generalizar, tem maus profissionais em todas as profissões. Só que o que parte da imprensa tem que entender é que, por deterem os meios de comunicação, influenciam diretamente o comportamento e até na vida das pessoas. E nós, que temos consciência disso, temos que protestar e pressionar para evitar virarmos "massa de manobra" na mão de "jornalistas" mal intencionados.
acho que "ética" tem em todos os cursos. teve no meu tb - e era uma matéria boa, ao menos pra mim.
Lauren, tem razão: ou ele vai fazer generalizações que qualquer um pode fazer, ou vai falar besteira. Mas gostei de um psicólogo que o Jornal Hoje entrevistou hoje. Quer dizer, perguntei pro maridão: por que todo especialista que aparece na mídia é homem branco? E ele respondeu: “Ué, porque senão não seria especialista!”. Mas este psicólogo tentava jogar todas as perguntas de volta à sociedade, e isso eu gostei: “precisamos discutir isso”. E a apresentadora, toda sem graça: “É isso que estamos tentando fazer aqui”. SEI. E ninguém na mídia vai discutir o papelão da mídia?
Meire, muita gente tá falando da diferença de idade entre os dois, e culpando os pais. A culpa é do Lindemberg, não resta dúvida. Mas as pessoas querem saber como se podem evitar tragédias futuras. E aí entra a questão da idade. Aliás, ontem aconteceu outro caso parecido: um homem de 22 anos matou a ex-namorada de 16, com quem tinha um filho. Foi em Sorocaba. Casos assim acontecem TODO DIA. Esse não chamou a atenção porque não teve drama pra TV filmar.
Bom, Ju R, não é só a Sonia Urubu. Foi todo mundo! A Folha, aquele jornal sério, entrevistou o sequestrador também. E vamos tomar cuidado pra não partir pra misoginia mais uma vez. Vi uma entrevista em que a Sonia diz que só fez o seu papel como profissional de TV, e os comentários já estão no nível de “Vaca!”. Se fosse homem os insultos seriam assim? Não dá pra culpar uma só pessoa na mídia. A mídia INTEIRA tem que discutir seu papel.
E sobre atirar no Lindemberg assim que ele apareceu na janela, tem muita gente que diz que a janela era pequena, não dava visibilidade. E também não acho que ele deveria ter sido instantaneamente morto (ainda mais apontando a arma pra Eloá; o risco é grande). Era preciso uma negociação. Claro que não uma de 5 dias... Mas concordo que, se a polícia tivesse atirado nele, estaríamos criticando a polícia. Mas será que tanto quanto estamos criticando agora? Por favor, quero que me apontem UMA SÓ ação positiva da polícia nesse episódio todo.
É verdade, Mario Sergio. Mas o negócio da polícia devolver refém é piada. Já já a gente vai estar rindo disso também, porque como disse o Mark Twain, humor é tragédia mais tempo (humor = tragedy + time). Se essa não for a polícia mais incompetente do mundo, gostaria de saber qual é.
Lauren, é, ainda não ouvi ninguém culpar o Lula. Já o Serra... A polícia paulista é incrivelmente incompetente. E os tucanos estão no governo de SP faz quanto tempo mesmo? Vinte anos?
Ju R, não estou justificando a atuação da polícia, mas ela tinha que avaliar a situação, sim, antes de atirar. Ninguém sabia como iria terminar. E claro que a polícia não precisava de CINCO DIAS pra fazer uma avaliação... e logo uma totalmente furada.
Baxt, não achei seu comentário nada off topic. Acho super pertinente, aliás. Nos EUA é bem parecido. É comum a mulher tirar o nome e ficar com o do marido. Anelzinho, pedido de casamento pro pai, todas essas heranças patriarcais, continuam na moda, em pleno século 21. Cadê os avanços? Acho que no Brasil somos mais avançados que eles em vários sentidos. Mas aqui é recente um homem poder pegar o nome da mulher. Eu me casei ano passado e, óbvio, não peguei o nome do meu marido, nem ele quis pegar o meu, simplesmente porque dá um trabalhão mudar todos os documentos. Mas se alguém tivesse que pegar o nome de alguém seria ele (meu nome, Aronovich, é muito mais bonito que os dele, Cunha Pereira, e pra um jogador de xadrez é chiquérrimo). Um amigo nosso, de quem fomos padrinhos de casamento, pegou o sobrenome da mulher. Todo mundo achou estranhérrimo. Se isso não é machismo... Fique tranquila que eu compartiho da sua revolta!
Mario Sergio, querido, realmente não é a melhor hora pra se fazer uma enquete sobre pena de morte. Fico feliz que o Brasil não organize um plebiscito sobre o assunto, porque ela passaria. E seria péssimo pra todo mundo. Algum dia exponho meus argumentos.
Serge, vc é especialista em negociação?! Que legal! Pô, bem que podia rolar um guest post sobre o assunto, não? Não conheço nenhum especialista em negociação... Pois é, do pouco que eu ouvi entre o negociador e o sequestrador, tampouco achei que a negociação estava sendo bem conduzida. Mas o mais chocante foi a bateria do celular do negociador acabar! Como que pode uma coisa dessas? Concordo contigo que é de assustar termos uma polícia tão mal preparada. E isso que essa polícia é a elite da polícia, não?
Lila, acho que a Sonia dormiu bem porque seu programa deu picos de 5 pontos no Ibope. É aquilo que disse a Suzana: ética não é importante. A ganância fala mais alto. Fico feliz que advogadas estejam entrando com pedido de representação contra esse doutorzinho que sugeriu casamento.
Sobre o Serra, tem muita gente lembrando que, quando ocorreu o sequestro da filha do Silvio Santos, rica, o então governador Alckmin foi liderar pessoalmente as negociações. Já o Serra apareceu no hospital, depois que seu governo anunciou a morte de Eloá (dois dias antes d'ela morrer). Se ela fosse rica seria diferente, pode apostar.
Roberta, eu gostaria de acreditar nisso, que o doutorzinho falou aquilo pra convencer o Lindemberg a se entregar. Mas não, o doutor tava bem sincero, realmente acreditando em suas palavras. Além do mais, aquilo não era ao vivo. Mas sei lá se o Lindemberg viu aquelas barbaridades ou não. O fato é que ele não deveria estar vendo TV! Como que ele tá com duas reféns, ameaçando matá-las, batendo na Eloá, apontando arma pra elas, e pode acompanhar tranquilamente toda a cobertura sobre o seu caso pela TV? A energia elétrica deveria estar desligada! Isso é tão banal... Até eu que só entendo de negociações pelos filmes hollywoodianos que assisto sei disso. Mas vc viu o vídeo? Parece que o Dr. Ademar tem inteligência suficiente pra estar fingindo? Eu fico mais com a parte do pára o mundo que eu quero descer.
Su, ótimo o seu exemplo. Esse circo da mídia certamente fez com que o Lindemberg arrastasse as negociações. Ele ficou deslumbrado com a atenção que recebeu, isso é óbvio. E aí a culpa é da imprensa (e da polícia, que permitiu que todo jornalista falasse com ele, e que ele pudesse acompanhar a cobertura pela TV).
Claro que tem muita gente que quer chamar a atenção. E a minha preocupação, juro, é que este caso encoraje outros. Acho que cada veículo da mídia tem seu próprio código de ética. E que é complicado decidir se se noticia isso ou aquilo. Mas eu quero ouvir análises e pedidos de desculpas das emissoras e jornais. Como entrevistar o sequestrador poderia ajudar a vida de Eloá e Nayara? O público precisa mesmo saber como Lindemberg está se sentindo? Tipo, não é óbvio?
Ah não, responder o processo em liberdade não, de maneira alguma. Esse cara tem que ficar 35 anos preso, começando na sexta. Sem nem um dia poder sair da cadeia!
Acho que há várias profissões em que, se existe o curso de Ética na faculdade, ele é tratado com supérfluo. Mas também não sei o quanto algo como ética se aprende na escola.
Lila, sem dúvida, há bons e maus profissionais em todo lugar. Mas a gente sabe muito bem onde não vai haver investigação nenhuma, auto-análise nenhuma: na imprensa. Todo mundo vai ser culpado, menos a mídia. Palavras de quem? Da mídia.
Ju R, que curso mesmo vc fez?
lola, no orkut tem uma comunidade chamada: Eloá virou presunto - já vai tarde.
porque ela era uma putinha.
Fiquei sabendo dessa entrevista ao vivo por um blog... Essa Sônia Abrão devia ir pra cadeia! E o pior foi ela responder pro Datena que "só estava fazendo o seu trabalho". afff!! Me poupe! E desde quando o trabalho da mídia é negociar com bandido? Quero ver o que vão falar agora, que não acabou em pizza. A menina morta e o desequilibrado na cadeia.
É bem como a Suzana citou. Na faculdade eu também tive um semestre de ética que era dividido com direito trabalhista. Adivinha qual matéria era deixada de lado?
No mínimo a gente esperaria respeito e bom censo. Perdeu-se tudo.
Nossa Lola, falou tudo. Essa atitude da Sônia Abrão de colocar o cara no ar foi grotesca. Zapeando a tv, só vejo a chamada da 'matéria': Lindemberg mostra seu drama. A menina tá com uma arma na cabeça e ele é a vítima?! A Record também não ficou atrás, mas pelo menos não transformou o sequestro num BBB do mal. A Globo não está impune. 6h30 da manhã do segundo dia de sequestro e a apresentadora do Bom Dia São Paulo, que acaba de me fugir o nome, diz: policiais se posicionam na parte de trás do prédio de forma estratégica. Caramba!!!! Escrevesse num outdoor na frente da janela pra ter certeza que o meliante ficou sabendo disso.
Se culpam a polícia, deviam cassar a concessão de transmissão das emissoras e mandar prender os representantes. Acho que nem os gladiadores romanos proporcionavam um episódio tão animalesco como esse.
Pronto. Desabafei.
Apesar de eu ter tentado ser jornalista, essa classe está me enojando.
Lola,
A polícia mineira tem fama de ser truculenta, violenta, etc., mas é a melhor do Brasil neste tipo de ação. Por aqui é raro acontecer estes casos, porque sempre são resolvidos rapidamente. E na maioria das vezes quem morre são os bandidos e não os reféns.
Isso que a gente só vê em filmes, cortar luz, água e isolar o local, tudo isso é básico. V~e se pode, religaram a luz porque o bandido ameaçou atirar na moça! Mas não é isso que ele estava ameaçando desde o início? Imagina o que vão pedir da próxima vez? Uma pizza grande, entregue pela Juliana Paes de biquini...
Que amadorismo, meu Deus!
Lola, fiz Desenho Industrial.
Claro que seria precipitado atirar numa pessoa de ficha limpa, até então. Mas já que a negociação se arrastou por quase 1 semana...
Acho que justamente por conta disso, o cara perdeu o controle.
Eu penso que a família da menina foi muito sensata ao doar boa parte dos órgãos dela. Sorte de quem recebeu.
Ah, hj vi com a minha mãe um filme chamado "Sem medo de morrer". Já viu? Tem algo a ver com o que se passou semana passada. Senti meu peito apertado, sabe?
...e todos (os homens) comemorariam - vírgula - todos os homens idiotas.
Eu não sabia que era a Rede Tv que fez a entrevista, mas devia ter adivinhado. Parece que todos os anti-éticos do planeta resolveram trabalhar nessa emissora. Deplorável.
Pra mim a besteira que coroou esse sequestro foi terem devolvido a refem, achei que tinha lido errado quando vi a noticia (e ainda botaram a culpa na menina depois)... talvez essa so' empate com a declaracao de que o sequestrador era so' um jovem apaixonado, meu cerebro nao quis processar essa noticia tambem nao. Todo o resto ja' era esperado, a policia meter os pes pelas maos, a imprensa avancar na carnica... tudo indesculpavel e previsivel. Da' raiva mesmo, so' de pensar na historia.
Quanto ao comentario da Baxt, aqui no Canada e' a mesma historia. Eu acho estranhissimo, pra mim perder os sobrenomes da minha familia nao e' uma opcao. Depois o que acontece e' que duzentas mil pessoas acabam tendo nomes identicos (Johns Smiths da vida), mesmo com o artificio de dar dois nomes pra cada filho (e' bem comum por aqui). Se e' pra dar dois nomes pra crianca, por que nao manter o sobrenome materno? Evitaria essa confusao toda e manteria a heranca dos dois pais... Alem de ser uma tradicao machista nao e' minimamente pratica, uma burrice exponencial.
Ultimo comentario: a cadeira de etica de jornalismo e' a mesma coisa que nada, nao consigo lembrar de nada da minha aula (como foi declarado por outra pessoa acima). So' lembro que o professor nao se deu ao trabalho de tocar no assunto de publicidade (a materia era dividida entre publicidade e jornalismo, eu me formei em publicidade), ja' que ninguem espera etica vinda de um publicitario... infelizmente.
Lola eu sempre leio o seu blog porém nunca comento, mas, dessa vez é diferente porque esses tipo de casos mexem comigo. Sabe, eu tenho 19 anos só 4 anos a mais do que a Eloá, ai dá aquele medo sabe a vida começou agora ai vai um maluco e interrompe um caminho que mal começou a ser percorrido, cadê a segurança, proteção? O direito de ir e vir que todo mundo tem? a gente acaba vivendo com medo de pisar no calo de algum maluco.
Pois é Aronovich; sou negociador e tenho três filhas, duas delas com 17 e 16 anos respectivamente. Com a barbárie instalada,a policia acabada, só nos resta a sorte. Como disse o Col. Walter E. Kurtz do Apocalipse Now:
"O Horror... O Horror!"
Obrigada, Lu. Horrível. Já escrevi um post sobre isso.
Pois é, André. Mas parece bastante hipocrisia da parte do Datena criticar alguém, né? Ah, agora a mídia continua armando o circo, como se não tivesse nada a ver com a tragédia.
Débora, não acredito! Ética e direito trabalhista juntos? Pelo jeito as faculdades tendem a tratar matérias como Ética com o mesmo desdém que Educação Moral e Cívica recebia na época da minha adolescência...
A cobertura toda da mídia parece que foi bem nesse sentido mesmo, Li: enfatizar o drama do Lindemberg como um apaixonado, e nada das reféns. Depois a gente se revolta com a fala do comandante, explicando porque não atiraram no jovem apaixonado sem antecedentes criminais. A mídia inteira construiu a matéria nesse sentido! É verdade, Li, é puro pão e circo. Os romanos não fariam melhor. Desistiu de ser jornalista?
Mario Sergio, não posso falar nada da polícia mineira. Nem tô lembrando de algum caso famoso agora. Isso de dar conforto ao criminoso foi movido por essa lógica torpe de que ele não era um criminoso comum. Era só um rapaz apaixonado, coitado! Então vamos fazer tudo que ele pede durante cinco dias e quem sabe ele se entrega. Ninguém pensou nas meninas!
Ju R, eu concordo que, se houvesse condições, não daria pra atirar no Lindemberg no primeiro dia. Antes teriam que tentar negociar. Mas quando o negócio foi se arrastando, e ele rompia todas as promessas... A polícia errou feio ao por a vida do Lindemberg no mesmo nível da das reféns. Aliás, acho até que priorizou a vida do Lindemberg! Pô, ele é um criminoso, batendo e ameaçando uma menor de idade! Primeiro tenta-se negociar com um sequestrador, mas se isso não funciona, tem que tentar salvar os reféns a qualquer custo. Isso é básico!
Sobre doar os órgãos, gostei muito dessa atitude. Todo mundo deveria doar os órgãos, sempre.
“Sem Medo de Morrer”? Que filme é esse? Tenho dificuldade em decifrar títulos genéricos.
Pontinho, tá, é lógico que não são todos os homens. Ah, não foi só a Rede TV que agiu mal. Foi geral...
Cereja, é, essa de devolverem a refém entrou pra história. Depois culparam a menina, a mãe da menina... A imprensa não é a única que não está assumindo os erros. A polícia até agora insiste no lenga-lenga de que “quem errou foi Lindemberg”. Ué, isso é óbvio! Ele é um criminoso, fez muito mais que “errar”, e espera-se que pague por isso. Mas a polícia não fez nada pra impedi-lo. E a imprensa deu corda e comemorou que o sequestro se arrastasse por cinco dias.
Puxa, no Canadá essa história de pegar o sobrenome do marido também é assim? Não consigo entender. Isso é tão antigo e não muda. As mulheres ainda são ligadas demais a esses rituais. E ainda por cima essa prática não funciona, por gerar montes de nomes iguais!
É, que eu me lembre eu larguei a faculdade de propaganda na metade, e acho que não temos Ética nos primeiros dois anos. Não tenho certeza se a matéria era dada no final, mas imagino a ênfase dada pra ela... Realmente, ensinar ética pra publicitário soa bastante inútil...
Erickalima, obrigada por comentar. Eu entendo o seu medo. Não tenho estatísticas, mas acho que, nesses casos de violência, as mulheres são parecidas com os homens. O risco maior é mesmo na juventude, até os 25, 30 anos. É a faixa etária em que mais morrem homens por morte violenta (assassinato, acidentes de trânsito). E imagino que deve ser a fase mais arriscada de uma mulher, tanto pra mortes violentas como pra estupros. Não sei o que dá pra fazer. Tomar o máximo de precauções, se proteger, escolher muito bem com quem anda. Mas sempre há o risco de nos envolvermos com alguém aparentemente normal que pouco a pouco vai se transformando num cara possessivo e ciumento. Acho que o melhor que a gente pode fazer é tentar ser sempre independente. Não que isso seja uma garantia, mas ajuda não ter que depender do nosso algoz. Espero que vc volte pra comentar sempre.
Serge, mas vcs, como negociadores, não têm um monte de treinamento? Não entendo como uma polícia especial, de elite, pode falhar tanto!
Eu não sou negociador da policia, mas pelo que ouvi daquele negociador da policia que te falei, ele não conhece nem os princípios da negociação. A bateria do celular descarregar pode ser creditada a lei de Murphy, que como você sabe, diz: se uma coisa pode dar errada, certamente dará”, apesar de não ser desculpa, na pressão e sem treinamento adequado pode se cometer esse tipo de falha, agora a conversa dele (do negociador da policia) com o monstro, naquela altura do negociação é coisa de gente despreparada ao extremo.
eu vejo o lindemberg como um menino mimado, sobretudo se ele for o único homem da família. não foi criado pra ter frustrações, só pode.
quantos "nãos" ele ainda iria ouvir depois disso!? a vida é assim! quantos "nãos" nós recebemos, e nem por isso matamos ou seqüestramos?!
lola, "sem medo de morrer" acho que só teve em dvd mesmo. mas é um filme até bom....
Esse ano eu vou prestar editoração. Mais por covardia de prestar jornalismo do que qualquer outra coisa. Mas não me arrependo.
MEDONHO.
Mesmo que o tal doutor tenha falado aquela barbaridade pra iludir, sabendo que o bandidinho estava assistindo, a menina também estava assistindo, @*&#@$! Ela merecia ouvir essa? Outros milhares de meninas e meninos e homens e mulheres também assistiram. Mas parece que o programa voltou-se todo pro bandidinho mesmo, pro "meu querido", pras vontades dele. Ele era o astro.
A Eloá falando ao telefone com o irresponsável do repórter me deu vontade de chorar. "Tudo bem, Eloá?" !!! "Estou fraca..."
Esse vídeo foi uma das piores coisas que eu já vi.
Acho que o MP deveria agir imediatamente sobre essas emissoras que estão brincando com a miséria humana e buscando audiência a todo custo e nível.
Mina tv qualqur dia não liga mais, pois não assisto mais nada por ela, somente pelo computador é que leio notícias e vejo o que quero ou direciono imediatamente, mas sinto muita pena do povo brasileiro que ainda estão com seus "olhares bovinos" diante da telinha como que hipnotizado.
MP na Sonia Abraão, Brito Junior e outras baixarias como Luciana do Superpop e outras coisas horroras que infestam e envergonham a nós brasileiros. Até mesmo para as novelas globais que, não satisfeitos com a violência real e diária, levam para suas novelas na hora em que o trabalhador quer relaxar e sonhar um pouco.
Tudo isso é uma vergonha!
abs
Lola, trabalho na chamada grande imprensa e também sou professor de comunicação. Tenho discutido bastante este assunto nos últimos dias. Concordo com suas palavras. Acrescento que sempre que a motivação é a busca pela audiência, existe o risco de romper com o direito à vida, privacidade etc. Por isso, defendo que, em casos como esse do sequestro, o caminho é sempre dar a notícia após o desfecho. Pode parecer exagerado, mas, como disse, o direito à vida está acima do direito à informação.
Serge, é, o negociador da polícia também não me pareceu bem-preparado. Mas não dá pra terminar a bateria do celular no meio de uma negociação! Aliás, no meio não! Eles já estavam negociando há CINCO DIAS. Não tinha um telefone reserva ou algo assim? Não tem Lei de Murphy que justifique tamanha incompetência!
Ju R, bom, imagino que todo ciumento/a tenha um componente de criança mimada, de não saber repartir. Mas junte de não conseguir ouvir um não com o incentivo à violência contra a mulher (normal pra tanta gente), e mais um sentimento de posse... E temos aí um crime “passional”.
Li, editoração?! Que legal! Pensei que isso fosse apenas uma matéria de jornalismo, não um curso inteiro! Eu tô boiando com esses novos cursos. Tenho uma outra leitora cursando “Mídia”. Acho que era esse o nome do curso.
Chris, pois é.
Hardy, tem toda a razão: a Eloá não merecia ouvir uma besteira dessas. Imagina a menina sendo agredida e ameaçada pelo ex, só querendo sair de lá, e tendo que ouvir “Tomara que termine tudo em casamento”?.. Essa é mais uma violência! Mas, claro, ninguém pensou na menina. Só no bandidinho romântico!
O “estou fraca” é terrível. Se Lindemberg realmente sentisse qualquer tipo de amor por ela, a libertaria na hora depois daquilo. (quer dizer, nem a sequestraria antes, mas depois daquilo, então.. Quem ama se preocupa com os sentimentos da pessoa amada!).
Beth/Lilás, eu concordo, não dá pra deixar impunes todas essas emissoras que fizeram um carnaval em cima da tragédia, pensando só no ibope. Agora, novela é ficção. É diferente.
Ronaldo, obrigada pelo comentário. Acho que concordo contigo nisso de só dar a notícia do sequestro depois que este tiver terminado. Até porque nesse caso nem sequestro foi, foi cárcere privado. Num caso de sequestro, talvez a divulgação faça com que vizinhos notifiquem a polícia de alguma movimentação estranha. Mas acho que não vale a pena correr o risco. Vc que trabalha na grande imprensa e é professor, como é essa determinação? Varia de veículo pra veículo? Existe alguma lei?
Meu Deus... Não tinha idéia de tudo isso. Dessa entrevista (?) bizarra, dessa comunidade cruel do orkut, dessa tristeza, dessa misoginia tão descarada! Que medo, Lola. :(
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Nossa, é de virar o estômago... O sujeito torturando a menina, e a galera achando lindo ele ter feito isso.
Acredito que nesse caso o erro da polícia foi não ter colocado um sniper de prontidão pra atirar na cabeça do seqüestrador assim que ele aparecesse na janela. Pelo que lembro, ele fez isso algumas vezes e a polícia teve a chance de terminar o caso com todas as reféns vivas.
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