segunda-feira, 11 de julho de 2011

PADRÕES QUE PREJUDICAM ATLETAS PARA POPULARIZAR O ESPORTE

Rosana do Brasil comemora gol contra a Austrália

Como você e boa parte do mundo não sabem, começou no final de junho e vai até 17 de julho o Mundial Feminino de Futebol, que se passa na Alemanha. É como uma Copa do Mundo de boleiras. O Brasil é uma das grandes seleções, sempre tem chance de medalha, e conta com a Marta, eleita a melhor jogadora do planeta pela quinta vez consecutiva, uma atleta de nível tão fantástico que poderia jogar tranquilamente na seleção masculina (embora essa seleção que paralisa o país a cada quatro anos não tenha a palavra masculina no nome, porque não precisa: masculino é o padrão desejável. Tipo assim: se, num supermercado, há uma placa para “desodorante” e outra para “desodorante pra mulheres”, a gente vai achar que a primeira placa se refere a desodorante pra quem? Isso funciona pra outras espécies do padrão dominante. Quando a gente fala de cor, só precisa citar se não estiver falando da cor branca. O neutro é branco, entende? O mesmo vale pra orientação sexual. A gente só precisa especificar se estiver se referindo ao que é fora do padrão. Você nunca teve de dizer “Eu vi um casal hétero na rua”, teve?).
Bom, quando o Mundial Feminino começou, admito que nem fiquei sabendo. Mas eu tava viajando! Qual é a sua desculpa? Ok, não é culpa individual de ninguém. O futebol feminino no Brasil é estigmatizado. Como é visto como um esporte masculino, as mulheres que o praticam só podem ser masculinas também, ou seja, na visão torpe do senso comum, lésbicas. Esse é um ponto. Mas é estigmatizado também porque futebol é esporte de pobre, e a classe média, que é quem determina o que é ou não de bom gosto, só gosta de pobre quando ela limpa a sua casa ou ele lava o seu carro. Futebol é um esporte barato. Tudo que se precisa é de uma bola. Então atrai aquela gente diferenciada, aquela pra qual a gente torce o nariz, balança a cabeça e diz: “Você pode tirar o pobre da favela, mas não pode tirar a favela do pobre”. A miséria fica impregnada na alma. E graças aos céus essa alma é visível, e a gente vê de longe, pela cor, pelo cabelo, que esse pessoal que corre atrás da bola não tem ascendência europeia. Ter ascendência africana? Coisa de pobre.
Na Copa do Mundo Padrão, ou seja, masculina, às vezes ocorrem listas de jogadores mais bonitos. Raramente são escolhidos atletas africanos ou asiáticos. Nossos jogadores, mestiços, são considerados feiosos. Sabe quem costuma ingressar nessas listas de beleza, né? O Kaká. Já reparou na cor dele?
Mas é diferente. Um jogador de futebol, ou de qualquer esporte, ser considerado atraente é um bônus. Talvez ele consiga mais contratos publicitários, mas sua carreira deslancha ou não pelo talento.
Já mulher tem de ser acima de tudo bonita, independente de sua profissão e da sua capacidade. E por “bonita” leia-se estar num certo padrão de idade, magreza e cor. Por um desses critérios, as jogadoras brasileiras são horrorosas. Lindas mesmo são as alemãs, que posaram nuas pra Playboy, ou um time de futebol feminino russo, o FC Rossiyanka, cujas atletas passaram a jogar não só de shortinho, mas de biquíni. Por quê? Ah, pra atrair público, óbvio. E os comentários no site onde saiu a matéria são deste nível: “Se fossem as brasileiras, nem peladas dava pra encarar. São verdadeiros canhões da 1° guerra”, ou “russas são lindas, brasileiras são barangas”. E isso vindo de homens brasileiros que negariam até a morte que são racistas. Eles só acham brancas divinas e negras e mestiças mocreias, ué. Gosto pessoal! Totalmente desvinculado do padrão imposto pela sociedade!
Mas olha só que fascinante: no mesmo futebol feminino em que alemãs, russas e nórdicas fazem sucesso e brasileiras desapontam (não pelo jogo, mas por sua aparência, que é, afinal, o que importa num desfile de futebol), as iranianas são proibidas de participar. É que a ditadura religiosa em que vivem exige que elas cubram cabelo, nuca, e outras partes do corpo. Para tanto, elas designaram um uniforme especial que cumprisse essa norma. Mas a FIFA considerou que aquilo equivalia a propagandear a fé, e as impediu de competir na maior vitrine do futebol feminino, as Olimpíadas do ano que vem, em Londres. Essa medida praticamente acabou com a categoria no Irã. Estranho, porque ano passado a FIFA deixou que a equipe juvenil iraniana participasse, desde que trocasse o hijab que cobre a cabeça por uma espécie de capuz mais firme.
Essa padronização por uma só forma de vestir (ocidental, que ignora prováveis imposições religiosas) pode levar a abusos, e não só no futebol. É público e notório que as roupas usadas por atletas mulheres e homens são bem diferentes ― as mulheres devem sempre mostrar mais pele ―, e nada tem a ver com o desempenho. Os dirigentes admitem: é pra fazer com que espectadores homens sejam atraídos para as competições. Pra isso vale tudo, desde impor que jogadoras de badminton substituam os shorts por saias (fica mais sexy), a forçar atletas do basquete a usar macaquinho justo (fica mais sexy ― opa, já falei?). E quem determina a roupa obviamente não são as envolvidas ― as que jogam ― mas os fabricantes das marcas e os cartolas (homens), que priorizam o interesse do público (masculino).
Essas imposições desgraçam a vida esportiva de atletas de várias religiões e modalidades. A israelense Naama Shafir, judia ortodoxa que faz parte da liga de basquete dos EUA, não pode disputar um campeonato europeu porque a federação não permite que ela use uma camiseta por baixo do uniforme sem mangas. Sua religião lhe obriga a cobrir os ombros, e sua federação lhe obriga a descobri-los.
Do jeito que a coisa anda, é capaz de não demorar muito para que todas as atletas de todos os esportes tenham de jogar de biquíni. Isso representaria o fim das modalidades esportivas em países com outras culturas, e uma condenação estética a atletas fora do padrão único de beleza branco, olhos claros e pernas longas. Mas ei, pense nas vantagens! Pelo menos mais gente vai saber que o Mundial Feminino de Futebol está sendo disputado!

161 comentários:

Daní Montper disse...

É um absurdo mesmo. Dia desses estava conversando com a Rose do Rio, a presidenta do Sind. do Fut. Feminino no Rio, e ela falou que aqui no Rio nem existe futebol feminino, e meu tio que é treinador de futebol, inclusive para mulheres, disse que as meninas desanimam porque não existem campeonatos ou clubes para futebol feminino aqui e que é um desperdício já que tem muita menina que joga melhor que menino e ambos se sentem impotentes porque não possuem condições de ajudar essas garotas.
Outra coisa que ela comentou foi que jogar de maio ou biquíni é horrível. Que as jogadoras não sabem se jogam ou tiram a calcinha que fica enfiada na bunda - claro que os marmanjos querem mais que fique enfiada na bunda, né? E que isso também fez muitas mulheres desistirem do esporte.

-b. disse...

Tive um discução assim no trabalho semana passada: justamente gente falando que as jogadoras não são femininas e eu falando que elas são atletas, que tem corpo de atleta!

E sim eu assisti a copa inteirinha! Inclusive tenho a acrescentar que o segundo gol do Brasil no jogo contra a guiné equatorial, da Erika, foi idêntico ao gol do Pelé contra a Suécia em 1958 (e não vi nenhum comentarista falar a respeito, estranho né?)

Abraços

Death disse...

De fato praticar QUALQUER esporte no Brasil é complicado quando se é mulher, ficam nesta exigência idiota de que além de ser atleta tem que ser feminina.Mas para início de conversa o que é essa tal "feminilidade", se não mandar sentar e calar a boca? Ou no máximo contentar-se a ser objeto de exibição.

Tenho a desconfiança que essa cobrança por beleza não seja só pela velha atribuição da necessidade de atrair à mulher, mas é que homem tem essa coisa mesmo de achar "ah elas estão querendo invadir nosso campo", campo sem trocadilho...rsrsrs.

Desviam o foco do assunto para não ter que dar razão a nós.

Só discordo de uma coisa, talvez caiam matando pra cima de mim:

A Marta não jogaria tão bem assim no futebol masculino não, na minha opnião, repararam na marcação das jogadoras? Era tudo a dois metros, muita zagueira dando as costas! Quando não davam o lado do pé de apoio para as jogadoras atacantes fazerem jogadas de ponta, como no futebol antigo. Isso em jogo de homem não acontece.

Fora no jogo do Brasil msm quando foi eliminado pelo EUA, a onde se viu centro avante fazer cruzamento? Volante correr em diagonal em jogada lateral...

Não estou duvidando da capacidade da Marta, ela sim é excelente e joga melhor que muito homem com certeza, mas a vida pra ela seria menos tranquila...

Death disse...

Aliás, uma ressalva o técnico da seleção Brasileira era homem né?

Ele deveria saber coisas básicas como em escanteio, colocar a lateral oposta no primeiro pau.

Lívia Pinheiro disse...

Assisti o último jogo e senti que o comentarista lá estava se segurando para não ficar comentando da beleza das jogadoras x e y. Mas não se segurou muito não e falou algumas vezes. Mas o pior foi quando "deu um toque" à Nike, que "poderia fazer as camisetas da seleção brasileira mais femininas, como as da seleção norte-americana"... Que vontade de dar com um gato morto na cabeça desse infeliz!

aiaiai disse...

Do jogo de ontem, o que mais se falou foi sobre a beleza da goleira dos EUA. PHODA!

Sara disse...

Concordo apenas com a FIFA que ditaduras religiosas não devem impor suas regras com respeito aos uniformes das suas participantes.
Eu considero proselitismo sim.

me poupe! disse...

Lola, publiquei um pequeno post no meu blog sobre o destaque q dão para a seleção masculina e a falta de destaque que tratam a seleção feminina, q está muito melhor q a dos homens, embora tenha sido desclassificada pelos EUA... As pessoas perdem muito tempo falando da "beleza" das meninas do que do futebol em si...muito triste. Digo isso pq sou menina e jogo futebol. Enfrento resistencia até msmo do meu namorado q acha q futebol é coisa de menino....

Flávio Brito™ disse...

Casal hétero?
Todo casal é hétero Lola.
Ou você já viu algum fazendeiro falar que tem um casal de éguas?
Um adestrador falar que tem um casal de cadelas?
Não né.
Quando um amigo lhe diz que tem um casal de filhos você pergunta se são dois menino? Se são duas meninas? Ou se sé um menino e uma menina?
Claro que não! Um casal se trata de dois indivíduos do sexo oposto.
Mas é claro que agora vão me chamar de homofóbico, machista, reaça...
Vão querer me processar e tal...
Mas como ainda não aprovaram o PLC 122 ainda não posso ser preso por dar minha opnião.

Erika Barros disse...

Puxa, tirou as palavras da minha boca! Refleti sobre tudo isso quando soube do campeonato em uma 'reportagem' de alguns segundos na tv. Cadê os machistas que dizem que somos tratadas igualmente??

Milena disse...

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/941639-goleira-dos-eua-vira-musa-ganha-beijo-e-alfineta-marta.shtml

Fora que a capa do caderno de esportes da Folha Impressa de hoje falava algo do tipo "As jogadoras do Brasil fazem futebol feio e ineficiente", nesse caso "feio" se referindo ao fato de não ser "futebol arte". Eu realmente não entendo de futebol, mas achei estranho porque ultimamente estava ouvindo muitos elogios quanto às meninas. Não posso opinar realmente, não tenho conhecimento técnico. Agora, o que eu acho triste é os brasileiros torcerem pelos EUA só porque as jogadores estadunidenses "são bonitas".

Mudando ligeiramente de assunto, olha esse "artigo" que eu encontrei hoje, também na Folha impressa: http://integras.blogspot.com/2009/06/artigos-de-luiz-felipe-ponde-para-folha.html

Estou pensando em escrever um e-mail pra esse suposto articulista ou mesmo pro editor do jornal, mesmo sabendo que muito provavelmente serei ignorada, tachada de feia e mal amada, como o autor já faz no artigo em si... Essa artimanha é velha, propagada em discursos masculinista por aí; se você discorda deles, ou você é feia, lésbica, gorda, mal comida, ou você é um homem frouxo e rejeitado, afeminado.

É, gente, eu sei, eu sei, ler jornal faz mal à saúde! Mas às vezes a curiosidade fala mais alto...

Nina disse...

É phoda, porque essa história de uniforme de uma forma ou de outra sempre vai prejudicar as mulheres. Seja pelo lado da "cobrança" do público, seja pelo lado das imposições de culturas/religiões. Afinal, nunca vi nenhuma religião ou cultura delimitar o vestuário masculino.

Lívia, eu não assisti o jogo mas minha vó estava vendo e eu ouvi o comentário infeliz sobre o uniforme. Deu mais preguiça ainda de ir ver. Muito triste isso.

Abraços para todos! =)

Milena disse...

Flávio Brito, a questão é saber se "casal" era originalmente ideia de par e depois passou a representar a ideia de um macho e uma fêmea ou se foi o contrário. De qualquer forma, hoje em dia o termo é usado com os dois sentidos, porque todos nós já devemos ter ouvido falar "casal gay", que significa, obviamente, duas pessoas tendo um relacionamento afetivo, mesmo sendo do mesmo gênero, como também ouvimos as pessoas dizerem que têm um casal de filhos e entendemos perfeitamente que é um menino e uma menina. Isso é porque a língua é viva, e defender que "casal = um homem e uma mulher" estritamente é do mesmo feitio que insistir, como fez um blogueiro famoso certa vez (citar nomes é desnecessário), que "seio é o espaço entre as duas mamas da mulher, portando, a mulher não tem seioS, tem um seio só", sendo que todo mundo fala "seios" se referindo às mamas. Ok, na verdade, o caso da palavra "casal" é mais leve, porque até mesmo nos dicionários tem a definição de seio como "mama", e casal, eu chequei, está mesmo só como "par composto de macho e fêmea ou homem e mulher". Estar no dicionário é a prova definitiva de que um termo é correto, mas não estar também não significa que não seja, porque essas coisas estão sempre se renovando, e um dicionário é reeditado em espaço considerável de tempo.

Bom, minha opinião. Não chamei ninguém de machista, homofóbico, ignorante, e fico chateada com esse esteriótipo. Mas acompanho os comentários nos posts aqui e confesso que as vezes eu acho que uns são munidos de excessiva agressividade mesmo. No entanto, é compreensível (ainda que não justificável), porque nós mulheres temos que ouvir, ler e ver muitas bobagens a nosso respeito. Quem não se irritaria? Devemos tentar ser menos passionais na hora de defender nossos pontos de vista (e quando eu digo isso, é pra todo mundo, mulher, homem, branco, negro, asiático, heterosexual, homossexual, etc etc), até porque, corremos o risco de desqualificar nossos argumentos.

Mari Lee disse...

Ótimo post, Lola!
Fiquei com pena das iranianas... não tem alguma campanha direcionada à FIFA pra deixá-las jogar com a roupa que quiserem? Bora começar uma?
Agora, eu estava sabendo da Copa, sim, e assisti todos os jogos do Brasil! E, em defesa de alguns compatriotas, assisti o jogo de ontem em um restaurante e estava cheio de gente, homens e mulheres, em pé na frente da tv torcendo pelas nossas jogadoras. :-D
Uma pena que elas perderam... mas não dá pra comparar com o time masculino! 0 x 0 com a Venezuela? 2 x 2 com o Paraguai?
Acho que o problema da seleção masculina é a arrogância. Por isso eu sempre torço pela Argentina na Copa do Mundo masculina. Podem me linchar, mas é verdade.

Death disse...

Parabéns Flávio Brito

Por demonstrar como pessoas retrogadas usam a língua para querer oprimir.

Milena disse...

Denise, mas será que se alguma jogadora quisesse competir usando um símbolo religioso cristão o mesmo aconteceria? Se elas não usam crucifíxos é porque é porque coloca em risco a integridade física dela e das outras jogadoras (aliás, estou falando no feminino, mas isso é pro masculino também).

Dizer que elas estão propagando ditaduras religiosas também é complicado. Em muitos países as mulheres usam o véu se quiserem (tá, eu sei que no Irã não é assim). Talvez elas até gostem de usar. Eu sei, eu seeeei, que elas são doutrinadas desde criancinhas pra acharem que é o certo pra elas, mas da mesma forma as mulheres da civilização ocidental são doutrinadas a serem bonitas, bem arrumadas, sexualmente passivas. E você vê a grande mídia recriminando isso? Pelo contrário, como mostrou o post! Eles fazem "uniformes femininos" que não visam o conforto da mulher, mas a objetificação dela.

Tendo isso tudo em vista, acho um absurdo quererem podar as iranianas por causa de um costume religioso delas. Concordo com a Mari Lee, a gente devia fazer uma mobilização a favor delas.

Flávio Brito™ disse...

m4v3r1ckk:

Oprimir?

Puts...
Só disse que não concordo com o termo para essa situação.
Prefiro parceiros, companheiros...
Para de drama.
Se dar opnião é oprimir...
Então você também é opressor!
Afinal emitiu uma opnião.

Experiência Diluída disse...

Pois é Lola, em termos de esporte, principalmente futebol temos muito ainda que batalhar para conseguir sucesso sem relação alguma com beleza ou sexo.
Esse evento, a Globo deveria transmitir mas não fez, a decisão para a semifinal ficou a cargo dos canais fechados, mas nem todos tem acesso. Por que não é importante prra o Brasil? Por que é feito por mulheres que nem são 'bonitas'?
É um absurdo que pensem assim. E não só no esporte, em qualquer categoria a mulher tem que ser primeiro bonita para depois mostrar serviço, isto, se for reconhecida pelo trabalho que faz. E aidna tem gente que diz por aí que o feminismo não serve mais para nada hoje em dia,que a gente reclama de barriga cheia. Ser valorizada por padrões impostos é humilhante, é forma de opressão, só não vê que não quer.

Flávio Brito™ disse...

Milena...

Faz sentido sua colocação...
Mas dizer casal hétero é como dizer:
Subir lá em cima...
Ou descer lá em baixo...

Bruno S disse...

Acho que na questão do uniforme das jogadoras iranianas ou outras restrições ligadas a religião, a pergunta devia ser outra.
Devíamos questionar o porquê dos atletas homens não terem problemas em utilizar os uniformes tradicionais de seus esportes, enquanto as mulheres precisam tentar adaptá-los às restrições de sua religião.

Daní Montper disse...

Ainda bem que a linguística tem evoluído em muitos casos, por ex. casal que hoje é definida também como: duas pessoas que mantém relação afetiva - PESSOAS

'Bão', penso que as mulheres islâmicas/muçulmanas têm todo o direito de usar uma roupa que as cubra completamente, menos o rosto, desde que isso não seja uma vantagem ou desvantagem para o time em relação aos demais.

Não vejo com bons olhos pautar leis em geral pela religião, seja ela qual for, mas daí a proibir que usem uma burca especial para a prática se esse for o desejo de todas as mulheres envolvidas e não fizer com que elas tenham vantagem sobre as de outros times, acho arbitrário.
Fica parecendo que o futebol é um esporte apenas ocidental ou cristão etc e não mundial - para todos e todas, entendem?

Milena disse...

Flávio Brito, se você acha que o que eu disse faz sentido então não devia achar que "casal hetero" é pleonasmo. Não faz sentido você concordar com o que eu disse e ainda insistir nisso. Aliás, dizer "casal hetero" só soa estranho mesmo porque não estamos acostumados, como quando a Dilma assumiu a presidência e todo mundo começou a ouvir "presidenta" torcendo o nariz, mas a forma é aceitável na gramática sim. Se não fosse também, aí que eu ia achar mais legal a Dilma insistir nisso haha, é tão quebra de paradigmas! Os conservadores iam ficar fulos, vishe, posso imaginar os comentários.

Talvez você não se dê conta, mas a língua é usada sim pra oprimir. Vide, o post sobre o uso da palavra "homem" pra dizer "humano".

Death disse...

Flávio Brito

Não sei se você está reparando no mundo a sua volta, mas o seu umbigo não é o epicentro dele.

Não é o que você prefere, mas sim o que de fato existe.

Casal são duas pessoas que tem uma relação amorosa, não se faz ai estudo da orientação sexual das mesmas, pq isso na prática não deveria importar.

Mas importa só para incomodados como você, que vêem sua "preferência" ser questionada.

E nota:

é opressor@ não opressor...achou que eu fosse homem só por causa do meu nick? Você tira conclusões demais antecipadas, enquadrando tudo no padrão.

Uma dica, padrão só é padrão pq as pessoas insistem em torná-lo assim.Nada é intríseco, o seu discurso por exemplo tenta legitimar algo que vc acha "normal" mas não tem como provar que é.

Flávio Brito™ disse...

Não é o que eu prefiro.
Casal é um termo empregado independente de sexo e afeto sabia?

Um casal de filhos é um casal e eles não fazem sexo...

(Agora se pra você casal são duas pessoas que fazem sexo, ai as coisas mudam.)

Nem todo casal tem uma relação amorosa.
E não existe preferencia existe orientação.

E o que você quer dizer quer dizer com opressor@?

Isso de “@”... não entendo esses termos que crianças e adolecentes usam em bate-papos.

E não tem essa de eu acho normal, normal é aquilo que segue uma norma.
Independente da minha vontade.
Se você precisa definir algo, é porque foge de uma norma.

Quando um fazendeiro fala que tem um casal de cavalos. Não preciso perguntar se são dois machos ou duas fêmeas.

Quando um amigo diz que tem um casal de filhos sei que não são duas meninas...

Mas se na sua mente chegar a essa conclusão obvia é ser opressor então sim, eu sou um opressor malvado...

Sara disse...

Sou frontalmente contra simbolos religiosos em repartições públicas, ou em competições desportivas, jamais assinaria petições nesse sentido, não compactuo com nenhum tipo de religião, pra mim todas em maior ou menor grau consideram a mulher inferior e propagam isso em suas doutrinas, abomino a religião islâmica, sinto muito mas estou sendo franca.

Milena disse...

Denise, não é sobre o que você acha, é sobre a realidade. Eu também sou contra símbolos religiosos em repartições públicas, escolas, etc, o Estado é laico. Mas os símbolos cristãos estão aí. E já que abolí-los é tão complicado, o mínimo que se pode fazer é permitir as outras manifestações religiosas.

Por mais que eu ache um absurdo algumas igrejas protestantes imporem que as mulheres que seguem seus preceitos só possam vestir saia, por exemplo, eu não vou proibir essas mulheres de usar saias, isso fere a liberdade de escolha delas. O máximo que eu posso fazer é tentar convencê-las, usando de argumentação devidamente embasada, que essa situação a que elas estão sendo submetidas não é certa.

FM disse...

Conheci seu blog ontem e me apaixonei imediatamente. Você é demais, Lola! Continue escrevendo e lutando contra o machismo porque o mundo precisa de mulheres como você. Um grande abraço.

Rebecca disse...

Oi Lola!
Adorei o Post!

A questão do uniforme das iranianas me lembrou uma polêmica em que a França (se não me engano) proibiu as mulheres de usarem burca em espaços públicos. Não me recordo muito bem, mas acho que era isso sim.

Espero que as férias estejam boas ;)

Beijos!

Death disse...

kkkkk

Flávio, quer dizer então que o SEU conceito de casal não independe de sexo (gênero) ou do sexo (ato em si).Mas vc defende obrigatoriamente a distinção de fêmea e macho, menino e menina, homem e mulher, heteronormatividade.

Você só pode estar fazendo troça. Piada...

Sobre o @ aqui no caso não é apenas uma aplicação de simbolo "típica" de adolescente. O @ foi usado por mim para afirmar-me como mulher.

O @ tb é uma forma de lutar contra a normatização do padrão masculino, tratar de igualdade, mas essas coisas pra vc é tudo brincadeira ou passível de deploração pq não lhe convém acreditar ou concordar.Então vc deprecia.

Ju Garcês disse...

Flávio Brito,

'Casal' adquire também a sinonímia de 'par' sem a necessidade de diferenciação de gêneros por vezes, ou ainda "conjunto de duas pessoas que têm uma relação sentimental e/ou sexual". Não é algo que eu estou dizendo, ou que m4v3r1ckk está dizendo. É o conceito que a língua portuguesa tratou de ampliar na palavra em questão.
E "normal", acredite você ou não, também é outra palavra que admite outros conceitos: "natural", "habitual", etc.
Mais uma elucidação: o arroba é usado pra indicar um gênero neutro. Contribuição para o uso de uma linguagem não-sexista.


Já sabia que a linguagem podia ser sexista, mas a parte de ser heteronormativa eu só vi agora!

carlos massari disse...

esse texto é tão absurdo, mas tão absurdo, que dá pra fazer uma lista de "supervalorizações extremas" dele. coisas que só existem nos olhos de ultra-feministas que acham pêlo em ovo.

1. ninguém sabe da existência do mundial feminino? ontem não se falava em outra coisa no twitter na hora do jogo. meus pais, que nem acompanham tanto futebol assim, o assistiram. e torceram.
ele não tem o mesmo destaque da copa do mundo masculina? é claro que não. primeiro, porque o tamanho do evento é muito diferente. segundo, porque a qualidade do evento é diferente. não existe nem por onde começar a comparar a qualidade técnica, tática e física dos dois. e dizer que 'a marta jogaria entre os homens' é coisa de quem não tem a menor noção do que tá falando. não jogaria nem no xv de piracicaba.
a questão não é que ela não é boa - é claro que é - mas que a velocidade, intensidade, disputa física dos jogos atingem níveis completamente incomparáveis. já foi feito um experimento de se colocar a tenista número 1 do mundo pra enfrentar um semi-profissional e, obviamente, ela perdeu de muito.

2. "o futebol masculino é o padrão, então emprega-se só seleção brasileira, já o feminino precisa ser chamado de feminino". não tem nada de sexista nisso. é uma coisa que existe há mais de 100 anos e outra que acabou de surgir. nada mais natural que seja o padrão, muito mais conhecida. façam um experimento: vejam se no caso do vôlei, que é um esporte que ambos os sexos são tradicionais no brasil, alguém se refere a "seleção principal" ou coisa do tipo. sempre se vê "seleção masculina" ou "seleção feminina". é dada a mesma importância às duas, que é algo que ambas tem historicamente.

3. qual o problema com os homens acharem jogadoras bonitas? e tweetarem isso? mulheres não fazem o mesmo? não teve até campanha feminina pro kaká ser convocado pra copa de 2002? nenhuma mulher tava pensando se ele jogava bem ou não, mas ele tinha que ser convocado porque era bonito no padrão de beleza dominante que as mulheres vêem os homens. ontem, a goleira dos estados unidos, hope solo, foi extremamente elogiada porque jogou bem demais e por ser linda - aliás, nesse tipo de texto fica parecendo que ser bonito é crime.

4. não existem produtos para homens nos mercados? sério, vocês já foram em um super-mercado? se vocês forem na sessão de xampus, por exemplo, vocês vão ver EXATAMENTE O CONTRÁRIO do que o texto diz - a maioria dos xampus não diz nada sobre para qual sexo se destina, enquanto uma pequena minoria tem um "for men" no rótulo. homens não tem direito de lavar o cabelo?

tá, eu sei que vou ser chamado de machista opressor monstro de sete cabeças que estupra treze meninas por dia, como todo mundo que discorda da opinião predominante e ditatorial passada pela dona do blog aqui, mas pelo menos fica aí a crítica a essas bobagens inacreditáveis.

Rogério Santos disse...

Lola, juro que me lembrei de ti durante a participação do Brasil no Mundial de Futebol Feminino. Estava eu assistindo a Brasil X Noruega pela Band (a única emissora que transmitiu os jogos, é claro), e vi e ouvi que o comentarista Neto não parava de rasgar elogios à beleza das jogadoras norueguesas. Ele não cansava de dizer que elas eram lindas, maravilhosas, como tem mulher bonita na Noruega!!!

No segundo tempo, ele não aguentou. Tornou a rasgar mais e mais elogios à beleza das norueguesas e coroou os comentários dele com a seguinte pérola: "se beleza ganhasse jogo, já estaria oito a zero para a Noruega".

(Curioso que nenhuma jogadora brasileira é bonita aos olhos dele. Nem Érika, a única loira do time. Ou seja, não basta ser loira para ser bonita. É preciso ser europeia ou descendente de europeus.)

No jogo seguinte, contra a Guiné Equatorial, ele não fez um comentariozinho sequer sobre a beleza das jogadoras guineenses. Por que será? Deve ser porque mulheres negras não são bonitas, não é mesmo?

Aposto que se alguém disser a ele que o comentário feito acerca das norueguesas é racista, ele jurará que não e ainda dirá que está cansado dos patrulheiros do politicamente correto. Já estou até vendo - e ouvindo: "será possível que eu não posso falar mais nada?! Tudo é racismo, tudo é preconceito, QUE PORRA!!!"

Para completar, ele fez a mesma coisa na partida entre Brasil e
Estados Unidos. Em um determinado instante em que a goleira Hope Solo apareceu na imagem (ela foi a mais privilegiada pela geradora das imagens, é claro), o narrador Luciano do Valle falou que ela era uma goleira muito competente e habilidosa. Neto não perdeu a chance: "habilidosa E LINDA!"

Dei uma olhada nas reportagens sobre o jogo disponíveis na internet, e todas elas trouxeram na manchete "a musa Hope Solo eliminou o Brasil...", "a goleira vira musa...", "musa Hope Solo isso...", "musa Hope Solo aquilo..."

Ou seja, pouco importa se ela é competente, pouco importa se ela teve uma boa atuação na partida, pouco importa o fato de ela ter defendido duas cobranças de pênalti. Importa mesmo o fato de ela ser linda.

Quem quiser conferir o que eu acabei de dizer, basta fazer uma busca na internet com o nome "Hope Solo" e tirar as próprias conclusões.

Milena disse...

Eu acho que você apontou coisas consideráveis, Carlos Massari.

Os corpos das mulheres realmente são diferentes dos corpos dos homens e isso é tão evidente, porque bem, existe uma doença genética em que os homens apresentam trissomia nos cromossomos sexuais, ficando XYY, e esse cromossomo Y extra garante o dobro das doses de testosterona. Pessoas com esse genótipo tendem a ser agressivas (tendem, existem tratamentos pra isso, por favor não digam que eu saí falando que todo mundo com essa característica é um psicopata). Então os homens possuem força maior, dá pra ver isso em atletas de elite, porque tanto o homem quanto a mulher desenvolvem o físico ao máximo. Portanto, a ideia não é colocar as mulheres para competirem com homens. Pra mim, igualdade nesse quesito, no entanto, é os campeonatos femininos serem tão valorizados quanto os masculinos de suas modalidades. E porque a Globo não exibiu o Mundial Feminino (não que eu tenha visto, desculpe se estiver errada, não assisto muita televisão) se estava sendo tão comentado e tendo tão boa recepção?

Agora, o problema não é elogiarem as jogadoras bonitas. O problema é essa ideia de que PRECISAM ser bonitas, e de explorarem a imagem delas muito mais do que fazem com os homens. Você viu ilustrando o post a seleção alemã na capa da Playboy, não viu? Eu nunca vi seleção masculina ser abordada assim. Aliás, se algum jogador posa nu, é pro público gay. Pornografia pra mulher, se tem, é alternativa, e não é que mulher não goste de pornografia (enfim, isso já é outra história). Outro problema é depreciarem a seleção brasileira porque as jogadoras não são consideradas bonitas, em despeito à sua capacidade como atletas.

E bom, também nunca vi isso de "desodorante/desodorante feminino", sua observação está correta. Mas isso só mostra como a mulher tem essa obrigação de estar bonita e a indústria se aproveita disso. Homem não, qualquer coisa tá bom (bom observar que isso não é O MEU PENSAMENTO, mas o que eu identifico como corrente na sociedade), se inventaram shampoo, sabonete masculino, é só pra homem não ficar sentindo sua masculinidade ferida por ter que usar sabonete dove e shampoo com cheiro de jasmin.

E muito obrigada, mais uma vez, por generalizar todas as leitoras do blog como histéricas e psicóticas.

Fausto disse...

Cara, o texto é de uma imbecilidade tamanha que eu me recuso a escrever algo sobre ele. Uma rapaz tentou mostrar ali e já foi devastador.
Maldita internet que dá espaço para uma pessoa dessas falar.

Liana hc disse...

Fiquei passada com essa história das iranianas. Entendo as ressalvas que alguns tenham com relação a símbolos religiosos no futebol, eu também acho que isso deve ser evitado, mas sei lá, proibir totalmente não sei se seria a resposta.
Acho que existem casos especiais que devem ser levados em consideração. A participação dessas jogadoras poderia ser uma quebra importante de barreiras já que o esporte aglutina. Paralelo a uma conversa para que se elimine aos poucos essas exigências às jogadoras.
Imagine o exemplo que essas jogadoras passariam para meninas de seu país? E é bom que todos nós poderíamos ver um outro lado deles, já que na maioria das vezes só figuram nos jornais ocidentais de forma negativa, veríamos que a vida deles é mais que uma nota no jornal.
Traz esperança também.

Gre disse...

Infelizmente raras são as vezes em que descobrimos homens que apreciam a mulher pelo o que ela pode oferecer à ele como ser humano, pela troca, pelo companheirismo, por ser uma "cabeça pensante" a contribuir e não a disputar. Em parte, sem generalizar, há pessoas de ambos os gêneros que derrubam esses valores com atitudes no mínimo depreciativas. A conotação sexual está como marca registrada quando partem de uma maioria machista. O olhar com limitação, como se nossa função fosse apenas a de servir à eles é retrógrado e desrespeitoso... Adoro ler os comentários e o debate, apenas para me certificar de que não estou "fora da casinha" e que temos espaço para compartilhar um desapontamento em comum perante à sociedade.

Milena disse...

Efeito devastador, Fausto? Sei... Não vou nem pedir pra você explicar, porque eu não sou digna de tomar seu tempo nem dotada da capacidade de raciocínio necessária pra alcançar seu pensamento. Não se preocupe, vou dar um jeito de me livrar do meu computador :)

Flávio Brito™ disse...

m4v3r1ckk
Não independenpe?
O que você quis dizer com isso?
Eu não preciso defender a hetenormatividade.
Ela é uma regra na natureza.
E nada vai mudar isso. Mais de 90 % dos pares são hétero, tanto entre os animais irracionais quanto entre os humanos. O que quer dizer macho e fêmea, menino e menina. Ou você conhece alguém que tenha um casal de meninAs gêmeas em?
Não estou dizendo que duas pessoas do mesmo sexo não convivam da mesma que um casal. E que não mereçam os mesmo direitos legais. Só estou afirmando que não concordo com o termo. Prefiro parceiros, companheiros...
O que estou dizendo é que casal se refere a dois indivíduos de sexos opostos.
Se você quer se afirmar como mulher use um nome de mulher, ou um nick feminino? já ouviu falar em artigo?
Depreciar significa desgastar...
Não escrevi nada que desgastasse algo ou coisa alguma.

Flávio Brito™ disse...

Ju garcês.

Independente do que o idioma adotou ou não.
Estou dizendo que não concordo com o termo.
Que é natural eu sei que é.
Mas não é normal, pois é justamente por fugir a norma que gera polémica.

Niemi Hyyrynen disse...

Vendo esses trolls como Flasht ou Fausto sei lá me dá até saudades do Oliveira!

Liana hc disse...

Eu concordei com algumas colocações do Carlos Massari e achei muita adequada a resposta da Milena.

Ser assídua de um blog não significa concordar com tudo que lemos, homens de meu Brasil :) Até porque normalmente quem não concorda com alguma coisa muitas vezes se abstém de expor esses pontos. O que eu considero uma pena já que adoro uma troca.

Agora... "ultra-feminista", "machista opressor monstro de sete cabeças que estupra treze meninas por dia", "tão absurdo, mas tão absurdo", ""supervalorizações extremas"", "bobagens inacreditáveis", "ditatorial", "imbecilidade tamanha", "devastador"

e minha preferida: "Maldita internet que dá espaço para uma pessoa dessas falar."

:)

Daní Montper disse...

Eu inocentemente tinha acreditado que os trolls não viriam porque a Lola está de férias...

Agora, coitadinhos dos homens, eles não possuem produtos de higiene e embelezamento específicos nos supermercados, né? Fiquei com dó.

Eu abro mão desses produtos padronizados para mulheres por salário maior, não objetificação de meu corpo, não ouvir cantada na rua, poder sair às ruas sem pensar na possibilidade nada remota de ser estuprada ou assediada, valorização das habilidades, não entrar para a estatística de 5 mulheres espancadas por seu parceiro a cada 2 segundos, e todos os outros privilégios masculinos... e vocês, meninas, também trocariam? É, pobres homens, não é mesmo?

Death disse...

Flávio Brito

Veja bem a palavra: Heteronormatividade.

Você sabe o que significa isso? (já que tu gosta de pagar de dicionário).

É o fato de alguem querer impor a heterosexualidade. Se é tão natural igual disse, pq precisam ainda impor?

Me diz também da onde tirou os 90% foi da sua brilhante e iluminada cabeça mascu? Só um ser superior como você pode estimar em mais de 6 bilhões de pessoas um número tão exato como esse. Ou foi de algum livro de psicologia evolutiva que você baixou o link pelo testosterona?

Já disse, e não tornarei a repetir:

Não é o que vc prefere, é o que está ai sendo usado PELA MAIORIA DAS PESSOAS. Como a Ju Garcês bem disse com palvras mais didáticas que a minha, casal virou sinonimo de par, não necessita de ser então uma relação entre opostos. Para se falar de opostos aliás precisa-se determinar as diferenças, então não se faça de idiota, mesmo pq vc já é.Sabe muito bem o que eu quis dizer com 'meninos', 'meninas', 'homens' 'mulheres'.

Sobre o casal de meninas gemeas. (que é que isso tem a haver?) Agora preciso de um par de semelhantes para formar um casal que não da união de opostos? Me parece que vc está tão perdido na sua lógica que está se dando o luxo de se contradizer sozinho.

Sobre o "m4v3r1ckk", agora além de vc querer determinar o significado das palavras conforme sua comodidade também quer escolher os apelidos das pessoas? Me faça o favor tá, eu uso o nome ou o apelido que EU QUISER, para denominar a mim mesma. Não preciso da sua concondância.

E já que tu gosta tanto de artigos e achou que "a" não combina com m4v3r1ckk então usa um artigo indefinido, faz o que vc quiser, desde que isso não interfira na minha vida PARTICULAR.

Vai lavar seu umbigo vai.

carlos massari disse...

"Pra mim, igualdade nesse quesito, no entanto, é os campeonatos femininos serem tão valorizados quanto os masculinos de suas modalidades. E porque a Globo não exibiu o Mundial Feminino (não que eu tenha visto, desculpe se estiver errada, não assisto muita televisão) se estava sendo tão comentado e tendo tão boa recepção?"

milena, o motivo pelo qual o mundial feminino não é tão valorizado quanto o masculino não tem nada de sexista ou misógino, é uma coisa de tradição. o mundial masculino existe desde 1930, o brasil tem cinco títulos, tem toda uma rivalidade brutal com a argentina, assim por diante. o mundial feminino existe desde 1991, o brasil nunca venceu, não tem toda essa história. entende?
agora, dá uma olhada na cobertura da mídia norte-americana (onde o futebol é visto como um esporte mais de mulheres que de homens). os jogos todos ganham a capa do site da espn, por exemplo. exatamente igual foi no mundial masculino. lá, onde já se criou uma tradição, essa igualdade foi atingida.

sério, as competições de vôlei masculino e feminino não tem tratamento igualitário?

e você acha que na argentina, onde as mulheres são campeãs mundiais e quase imbatíveis de hóquei sobre a grama, o masculino tem tanta visabilidade na mídia como o feminino? claro que não.

não tem nada a ver com sexismo. são milhões de outros fatores que pesam.

a questão da beleza também não faz nenhum sentido. ou a marta não é reconhecida pelo que faz? a cristiane, centro-avante da seleção? as duas são sim muito reconhecidas como jogadoras, mesmo longe de qualquer padrão de beleza. a única coisa é que nós não conhecemos muitas jogadoras de nome, pelos motivos ditos acima. mas mesmo no futebol masculino, é fácil distinguir quem faz sucesso exclusivamente por jogar bem e quem faz sucesso por ser um "muso".

vocês tem milhões de coisas pra lutar, coisas importantes necessárias na igualdade entre gêneros e tal, mas é triste demais ver um texto como esse. a causa feminista praticamente se perde a partir do momento que julga que qualquer coisa existente no mundo é sexista e precisa ser mudada. qualquer coisa.

e sim, eu generalizei as pessoas do blog porque quase sempre que o leio os homens são generalizados também como estupradores malvados agressores violentos sem coração. igualdade em tudo, não?

Admin disse...

Meus queridos:

O marketing coloca "for men" para mostrar para nós que o produto é voltado ao nosso gênero pq justamente não se tem essa cobrança "natural" de se cuidar e de se higienizar. O rótulo precisa chamar vc, dizer "hey, isso aqui que te limpa é pra vc viu?"

Já para as mulheres não precisa citar, desde pequenas elas são obrigadas a serem vaidosas pq justamente há uma cobrança pela vaidade, já que à elas ficou designada esse papel secundário de ser apenas bonita e basta.

Eu sinceramente não consigo entender esses caras, será que eles não percebem? Eu reconheço meu previlégio, fico muito feliz de ser reconhecido pelo que sou e pelo que sou capaz de fazer e não ser cobrado para ser bonito. Não preciso ser 'vaidoso' para ser alguem na vida.

Só de imaginar que eu poderia ser tratado como objeto, já me dá tristeza profunda.

Quando vejo esses caras comentando asneiras em blogs, falando bobagens dessas na rua...nos bares, me dá vergonha de ser homem, sinceramente.

Mario Jordão disse...

Interessante essa sua análise. Eu ainda não havia visto a questão dos uniformes por esse ponto de vista. Lembro que as jogadoras da seleção de vôlei reclamaram alguns anos atrás (sem trocadilho, por favor!) do macaquinho que usavam e o uniforme foi modificado. Contudo, nunca vi as meninas do vôlei de praia reclamarem do biquíni que usam. Agora, acho sim que o uniforme deve ser adaptado à anatomia feminina. É horroroso ver as meninas jogando futebol com roupas desenhadas para homens! Se há culturas que inviabilizam a prática de determinados esportes eu lamento, mas há limites óbvios. É possível jogar futebol de maneira saudável com uma roupa que atenda aos padrões dos aiatolás? Não creio. E o que atrapalha mais o futebol feminino no Brasil é a barreira cultural. Já vi pais proibirem a filha de jogar porque acharam que ela iria ficar masculinizada. Estamso perdendo muitas Martas por aí.

Ju Garcês disse...

parei no "opinião predominante e ditatorial passada pela dona do blog aqui" do carlos massari.
predominante pode até ser, mas ditatorial........ po, os comentários daqui são praticamente debates, todo mundo pode se pronunciar. a questão é que a parte predominante tem argumentos plausíveis.

Fofinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carina Prates disse...

Homem querendo pautar o feminismo: xingo bem alto ou ignoro? Desaforo, muito desaforo...


Obs: ótima análise.

Liana hc disse...

Niemi Hyyrynen
Alguns comentaristas são tão pitorescos que quando eu vejo o nick deles eu começo a sorrir porque sei que vem algo 'interessante'.

Anônimo disse...

Escreva, Lola, escreva por favor. Gratidão por dizer oq precisa ser dito.
Aos meninos: estão lendo o blog, isso já é alguma coisa, parabéns!

Lolaaaa, q bom q vc existe e escreve! Bjs

Flávio Brito™ disse...

m4v3r1ckk

Voce disse: “Heteronormatividade: É o fato de alguem querer impor a heterosexualidade. Se é tão natural igual disse, pq precisam ainda impor?”

Quem é que esta tentando impor algo aqui?

Estudos de ongs de direitos LGBT estimam que 10% da população apresente uma orientação homossexual. Faça as contas 100% - 10% é =? Vamos se esforce, você consegue.

Na natureza os pares são normalmente héteros. Heteromartividade é uma norma entre as espécies. Ou você já viu um leão querendo impor a heterossexualidade na savana?

Ninguém impõem nada as coisas simplesmente são assim. Maioria dos pares héteros e alguns homo.
Eu não prefiro nada. Isso não depende do meu querer.

E casal não é sinônimo de par.

Ou você já viu uma joalheria vender um CASAL de alianças?

Você já viu uma pessoa comprar um CASAL de sapatos...

E não existe a necessidade de haver relação entre duas pessoas para elas serem um casal. Tenho um casal de afilhados e não existe relação entre eles. (Só pra te ajudar quando digo que tenho um casal de afilhados estou dizendo que sou padrinho de um menino e de uma menina, e não de dois meninos ou de duas meninas entendeu?).

Eu disse que não existe um casal de meninas gemêas. Justamente por que são duas meninas.
Um casal de gêmeos é formado por um menino é uma menina. Quer que eu desenhe?

Se decida. Você uma hora fala que quer se afirmar como mulher outra hora fala o contrario. Está em dúvida?

Só uma dica, chingar e ofender só mostra descontrole e perda da razão...
Se controla!

Milena disse...

Ok, Carlos Massari, concordo com o que você diz sobre o por quê da falta de visibilidade do Mundial Feminino por aqui.

Mas ainda insisto quanto ao rebaixamento das jogadoras, sabe por que? Porque eu já ouvi sim muito homem falando "Nossa, essa fulana de tal do Brasil é muito feia, credo!" e se a pessoa se dispõe a fazer um comentário desses em vez de prestar atenção no jogo, é porque a valorização da beleza está se sobressaindo sim. Eu sei também que não são poucos os comentários maldosos à respeito da estética dos atletas homens, só que eles sempre acabam sendo lembrados primeiro pela habilidade. E o chato disso é que acontece em quase tudo na vida, não é só no esporte. Todos os professores de matemática, física, enfim, exatas, que eu já tive, ficavam falando "ai exatas só tem mulher feia, blablabla". Que elas estavam estudando em um curso que a cada 40 alunos que ingressam, só 5 se formam, isso ninguém comenta, foda-se que elas são inteligentes, porque elas são feias então nem gente elas são. Isso acontece muito em campos com preponderância masculina. E eu insisto: a gente não vê revista com homens nus de sei-lá-qual seleção de futebol masculino. Da mesma forma que outro dia, quando eu fui a uma padaria no bairro da Serra, em BH, bairro nobre, todos os caixas, todos os padeiros, enfim, funcionários, exceto gerentes, eram negros, e todos os consumidores brancos. Não é coincidência demais isso?

E eu acho que a gente não ataca violência com violência, desrespeito com desrespeito. Se você acha algum conteúdo em qualquer lugar que você considera que ofensivo, respira fundo e tenta contra-argumentar com nitidez. Ou deixa pra lá... Você generaliza daqui, a gente generaliza de cá, daqui a pouco se instala uma situação de ódio inrestaurável aqui, com um monte de ataques pessoais mútuos. É isso que eu acabo vendo quase sempre em debates virtuais, e é triste, muito triste.

abaco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Menos, Lola. Menos.

Se vc colocar "jogadores mais bonitos copa 2010" no Google, aparecem 763 mil resultados. O corpo masculino também é espetáculo.

A Marta joga muito, mas é claro que não poderia enfrentar fisicamente o jogo masculino. O futebol feminino só recentemente começou a ter uma técnica mais refinada, ficando melhor de ver. Resultado: a emissora que passou Brasil x USA foi líder de audiência. E os uniformes não são exatamente sensuais.

As mulheres NÃO são julgadas, nos esportes, pela beleza física. Também é bônus. Há um monte de atletas vitoriosas e admiradas, que não correspondem aos padrões de beleza estabelecidos.

Minha filha mais nova joga futebol. Ela pôde escolher entre duas escolinhas perto de casa. Qualquer clube, hoje, tem futebol feminino. Já no esporte de competição é diferente. Por enquanto. A massificação, que já existe, levará certamente ao esporte de elite.

Tem MUITO machismo no esporte. O esporte não é uma ilha separada da sociedade, certo? Não precisa exagerar na crítica. Aliás, o exagero desqualifica a crítica.

abaco disse...

Não entendo porque tanta discussão em cima do significado da palavra "casal".

Mas, para sanar possíveis dúvidas, procurei aqui no dicionário de etimologia e eis o que está escrito:

"do latim tardio casalis,e 'relativo, pertencente a uma casa', e latim medieval casale(s) 'conjunto de casas; limites de uma propriedade, granja, fazenda'; por extensão 'os donos de qualquer dessas propriedades'"

(interessante, não? a etimologia não vem de oposição macho e fêmea e nem de enunciação de forma dual)

Atentando que a palavra 'casal', no dicionário que pesquisei, tem 7 significados, entre eles 'par formado por macho e fêmea' e 'par formado por dois iguais'.


Só para fechar, não acho que dicionário seja lei, o que importa é o uso da palavra. Se usamos para definir uma relação afetiva entre duas pessoas e também para referirmos a um par de macho e fêmea, então a palavra tem dois significados diferentes, pronto! Acho que não é tão difícil lidar com isso, não?

abaco disse...

(É claro, não estou discutindo aqui se a pessoa acha mais bonito falar assim ou assado. Mas uma coisa é dizer "eu falo assim pq eu PREFIRO" e outra bem diferente é "eu não falo assado pq é ERRADO")

Patrick disse...

Lola, Lola! Eu estava esperando seu artigo sobre a Copa do Mundo. Eu fui até a Alemanha ver o jogo do Brasil contra a Noruega. Sensacional! E foi muito triste assistir sozinho aqui em Londres a derrota contra os Estados Unidos, na tela de um notebook num starbucks, ouvindo as bizarrices machistas de Luciano do Valle e Neto :(. Mas tô com ingresso pra final comprado e se vocês virem alguém lá na arquibancada com a amarelinha, sou eu :).

P.S.: curioso ver tanta gente condenando as iranianas. Nunca vi a FIFA ou a imprensa questionando @s atletas que fazem sinal da cruz em campo de 2 em 2 minutos.

Liana hc disse...

"As mulheres NÃO são julgadas, nos esportes, pela beleza física."
"Tem MUITO machismo no esporte. O esporte não é uma ilha separada da sociedade, certo?"

Se um dos pilares do machismo é reduzir a mulher ao físico (ser bonita ou ser feia), há uma contradição aí, né.

Ághata disse...

Tá vendo porque eu digo que não dá pra acreditar que homem pode ser feminista?

É muito difícil eles terem empatia com a questão da discriminação de gênero e costumam ser tremendamente arrogantes. Não se consideram feministas, acham que é uma luta menor, mas mesmo assim querem vir nos ensinar como agir e no que falar!

E são assustadoramente ignorantes das nossas circunstâncias! Mas mesmo assim escrevem comentários gigantescos!

Um carinha aí da vida veio dizer que uma tenista perdeu prum cara que nem era atleta como se isso fosse argumento de que uma mulher não poderia nunca disputar com um homem.

Tipo, há uns sete anos atrás, quando eu ainda me dava ao trabalho de estudar sobre esporte e olimpíadas, lembro de ter lido num livro sobre uma tenista que desafiou outro tenista - ambos profissionais, claro - bem quando as mulheres começaram a entrar nos esportes. Se a memória não me falha, ele teria desvalorizado o esporte feminino.
Os dois jogaram um contra o outro e ele perdeu. E se justificou "Ela é rápida demais".

Gente, não é por nada, não, mas se a diferença entre machos e fêmeas fosse tão absurda quanto alguns de vocês fazem parecer, a raça humana já teria sido extinta lá na época das cavernas.

Lembre-se que capacidade física varia bastante de pessoas pra pessoas (inclusive dentro de pessoas do mesmo sexo).
E há fatores culturais que tornam a mulher ainda mais frágil ( a cobrança da feminilidade, praticam menos esporte e atividades físicas e quando praticam é pra ficarem mais magras e modelarem o corpo).

Ághata disse...

Patrick, concordo com você.
Nunca vi a FIFA reclamar dos carinhas fazendo sinal da cruz, mas é engraçado como acabaram por impedir indiretamente as iranianas de jogar por causa da religião delas.

Que fique bem claro: não foi a 'terrível' religião Islâmica que proibiu as mulheres de irem jogar.

Fomos nós, os esclarecidos ocidentais, devido a nossa intolerância.

FM disse...

Eu acho engraçado que tem um monte de gente que acha que o blog é cheio de imbelicidades de ultra-feministas e no entanto essas mesmas pessoas vem ler todo os dias e ainda se dão o trabalho de comentar e monitorar os comentários.

Priscila Boltão disse...

Tô boba com a discussão q rola nos comentários.
Olha, eu ia só dizer "não alimentem os trolls", mas os trolls só são trolls quando ignoram pontos de vista e esses pelo menos estão tentando debater, então vou chama-los de... sei lá. Oposição.
Pessoal da oposição:
Sim, isso é um blog feminista, ele vai falar do ponto de vista feminino. Ah, então os homens tb são avaliados pela aparência? Muito menos doq as mulheres, admitam pelo amor de deus (ou qualquer coisa do genero). Vcs, pra ir trabalhar, precisam de higiene básica, mulher que não passa 5 quilos de maquiagem na cara é imediatamente rotulada "baranga".
Eu vou assumir aqui q vcs SABEM q as mulheres são oprimidas, certo?
Partindo desse pressuposto, continuemos.
O problema das mulheres no esporte é que a falta de cobertura da mídia é sim feita de forma estranha. E mesmo nos esportes que tem cobertura, estranhamente, as mulheres estão SEMPRE com menos roupas. Vide o caso da jogadora que não podia cobrir os ombros. Vamos fingir q ela e as iranianas não estavam sendo oprimidas pelas próprias religiões. E se elas só quisessem se cobrir?
Isso acontece em TODOS os esportes que envolvem mulheres, a mulher é sempre julgada pela aparência. Alguém lembra da campanha da Dilma? Alguém lembra do número de comparações entre ela e a mulher do Temer? Pq raios a Dilma tinha q ser bonita? E por que as jogadoras tem que se mostrar?
Porque, como disse sabiamente a lola, somos nacos de carne no açougue.
Então, quando se diz, por exemplo "ah, mas a mulherada tb se interessa pelos jogadores bonitos", vcs estão ignorando a) que já dissemos que a beleza é no máximo um bônus pros atletas homens e b) que nenhuma regra no futebol masculino - ou em qualquer esporte masculino - obriga os homens a usarem roupas pra exibição pras mulheres.
E como já disse a milena (me desculpe se estiver errada, não lembro se foi ela), quando atletas homens se exibem não é pras mulheres. É pros gays. Pq mulher não gosta de sexo, né, mulher gosta de dinheiro.
E isso tudo alimenta os preconceitos.

Outra coisa: Carlos, é muita maldade vc dizer q generalizou as leitoras pq "quase sempre que o lê [o blog] os homens são generalizados também como estupradores malvados agressores violentos sem coração", isso é mentira, ou melhor, é uma má interpretação: leia os posts da Lola sobre a parte dos homens no estupro. Vivemos numa cultura de tolerância ao estupro e repressão da mulher, então em vez de ficar nesse discurso do "eu não sou assim", ou "meus amigos/parentes/conhecidos não são assim", reflita sobre o modo como a sociedade trata a mulher vitima de abuso e violência. E como já disse também a lola, "só lembramos que eram homens". Sabemos, racionalmente, que não são todos. Mas espero que vc entenda que vivemos com medo e que aprendemos a não confiar, então quando cruzamos a rua pra não passar por um homem, à noite, não culpe "as feministas chatas feias e bobas e histéricas", mas lembre que nós temos medo. E precisamos de ajuda dos homens pra mudar o modo como os vemos, pq é a realidade: nós nunca sabemos em quem confiar. Só quem já passou, pessoalmente ou através de um ente querido, por uma situação dessas, vai entender.

Enfim, isso tudo é meu ponto de vista, mas é claro q vcs são sempre bem vindos a aceitar ou não. As feministas bobas e histéricas aqui só estão dando opiniões, como todo mundo tem - graças! - o direito de fazer.

(Sei q saí um pouco do tema, mas muito doq eu penso sobre o esporte já foi dito por outr@s comentaristas, rs.)

Liana hc disse...

Ághata, eu em acredito oportunidades e circunstâncias. É mesmo difícil para alguém ir contra um preconceito predominante e que o beneficia diretamente.

Os homens seguros de si o suficiente para não precisarem rebaixar mulheres para sentirem que têm valor estão por aí, ainda que não sejam maioria.

Eu penso que a chave está aí mesmo, segurança e auto-estima. O feminismo é uma bandeira para as mulheres, já para os homens é mais como um 'livro' a ser lido de mente aberta. Não espero que a maioria dos homens se declare feminista, só que reconheçam as injustiças causadas às mulheres, e só por serem mulheres, e que se comprometam em não serem agentes nem coniventes com isso.

Acho que esperar mais que isso é simplesmente demais. No final estamos todAs e todOs no mesmo barco e temos que conviver.

Isabel SFF disse...

Entendo o argumento de quem defende o ponto de vista da Lola, mas não consigo concordar! Da mesma forma que considero absurda quando começam uma roda de oração em campo (afinal, é proselitismo, coisa que o Kaká vive fazendo em jogos oficiais da seleção masculina), acho absurdas essas restrições às vestimentas das atletas. Sei que a Fifa não está nem aí pra isso quando as proíbe, mas acabo concordando com essa atitude.

Não que os países ocidentais sejam menos opressores por conta disso...

Ághata disse...

Liana, até conheci alguns rapazes - dá pra contar nos dedos - que realmente militavam ou estudavam as questão de gênero a fundo. Mas eles mesmo não se denominavam feministas porque acreditavam que o Feminismo devia ser protagonizado por mulheres. No máximo, se afirmavam como pró-feministas e acreditavam que a militância deles deveria ser diferenciada.

Isabel,
você achou melhor elas não jogarem futebol?
Independente das questões que as fazem vestir esta roupa mais coberta, não podemos obrigar que elas se dispam, que elas usem menos roupa pra jogar futebol - isso também é uma forma de constrangimento.

Ághata disse...

E, claro, muita cara de pau da FIFA fazer isso. Não é como se tivesse preocupado com as jogadoras, claro - tanto que quer deixar todo mundo correndo e jogando semi nua por aí pro deleite dos machos descerebrados.

É pura aversão à religião Islâmica simplesmente. Intolerância religiosa.

E Não dá pra tolerar que venham usar a causa das mulheres como desculpa para discriminar os outros e não serem punidos.

Death disse...

Flávio Brito

Você só consegue absorver o que é conveniente pra vc não é mesmo?Se isso não é babaquice não sei o que é.

Me mostra ai onde estão essas tais "Ongs de direitos LGBT" que lhe dão esse número de 10%. Depois que vc me mostrar as tais Ongs me prove que estes números não foram distorcidos, vc sabe o que significa "sair do armário" né? Acha mesmo que todo homosexual se declara homo, faça me rir.

Pq todo mascuzinho como vc cita leão?Que tara é essa por leão?

Leão não precisa impor nada pq para os animais não humanos o processo de reprodução não passa por toda essa nossa complexidade, nós somos seres muitomais complexos, nossa sexualidade é mais ampla não dá para querer a mesma "naturalidade" de um leão na savana.

Aliás se vc tem algum problema com homosexuais pq não se muda pra savana e vai morar com seus leões viris?

Quem ta precisando de um desenho aqui é vc, que usa de todo argumento estaparfúdio para justificar essa sua preferência e teimosia por par ser sinonimo de macho e fêmea.

Vamos usar de sofisma?

Vou usar sua tatica sujinha de ignorar parte do conceito e dar um exemplo tosco.

Vc por acaso ja comprou um par de alianças macho e femêa?

Ou algum par de sapato macho e fêmea? Qual é o pé macho e qual é o fêmea?

Quando vc resolver isso dai eu concordo com a sua ladainha citada.

Casal, relação, par, conjunto.

Tá dificil pra vc Einsein?

Vou ignorar a parte que vc tenta jogar cortina de fumaça na conversa e insinua que eu não sei bem definir o que sou.

Não preciso e nem quero muito menos devo ter paciência como uma pessoa como vc, que acha que o mundo deve ser como vc pensa, que as pessoas devem ate atribuir significados conforme o seu santo umbigo determina.

Não quero ter paciencia com pessoas ignorantes que acham que podem ignorar o sofrimento alheio, justamente consequente de ações discriminatorias de pessoas como vc, que imaginam que qualquer que é diferente, ou pensa de modo contrário é alguem que deve viver a margem da sua sociedade "de pessoas de bem".

Não tenho que ter paciencia como um palhaço que vem aqui perder o seu "divino" tempo para esclarecer mentes "inferiores" que elas estão reclamando uma questão que sua "majestade" considera bobagem, tempestade em copo d'agua.

Que não diz, pq além de tudo é covarde, mas acha que sabe classificar essas pessoas "menores" e com isso já tem dominio completo da realidade.

Não me peça para ficar calma quando me encontro com um palhaço feito vc que tem prazer em ter pensamentos tão rasteiros.

Death disse...
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Death disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

As mulheres NÃO são julgadas pela beleza física no esportes. E tem, SIM, muito machismo nos esportes.

Não tem contradição nenhuma. Julgar pela beleza física não é a única manifestação do machismo, Liana.
Os gays que praticam esportes de alto nível, em especial esportes coletivos, são praticamente obrigados a ficar "no armário". Muitas mulheres esportistas são chamadas de "masculinizadas", o que leva as lésbicas a tomar a mesma atitude. Os meios de comunicação valorizam mais os esportes praticados por homens. Muitos comentaristas - alguém aqui já falou - são um horror com as atletas. As mulheres esportistas profissionais ganham menos. Etc, etc, etc.

Mas o julgamento das atletas NÃO é feito, correntemente, pela beleza física. Aliás, sempre tem uma machistazinho pra comentar: "Fulana é linda, mas não joga nada."

Eu poderia citar dezenas de mulheres esportistas valorizadíssimas e que não correspondem ao padrão de beleza estabelecido. Mas pode dar ainda mais polêmica, o que quero evitar.

Gosto muito deste blog, leio sempre, comento com frequência. Mas muitas vezes deixo de manifestar uma eventual discordância, porque vem logo alguma patrulha...

Martha disse...

Aqui em Recife são tres jornais locais de repercussão. No dia 4 de julho, na primeira página, pude ver que um jornal ainda colocou uma foto da Marta pequena em relação à decepção do futebol da seleção (não tinha masculina). O outro colocou uma notinha pequena sem foto, enquanto trazia meia página com foto para a seleção masculina (também não havia essa distinção). Mas o terceiro jornal deu destaque maior à vitória da seleção feminina (pelo menos na primeira página. :) É assim que se faz! http://www.diariodepernambuco.com.br/capa_diario.asp?editoria=Diario&dia=04&mes=07&ano=2011

Ághata disse...

Cara m4v3r1ckk, não li todos os comentários, então, a historinha do leãozinho me passou batida (tô com preguicinha de ler o que escreveram, mas como já ouvi a balela toda antes, vou comentar msm assim).

Engraçado como até quando as pessoas vão documentar a vida animal, acabam atribuindo valores sociais e culturais humanos a eles.

Primeiro, não sei porque chamamos de leões. É simplesmente uma comunidade de fêmeas, elas se organizam entre si, se protegem, se cuidam, tem seus 'rituais' para aceitarem novAs integrantes, cuidam dos filhotes e caçam.

Tem apenas um integrante masculino (e rotativo, né? Se chegar outro leão melhor pro cargo, já era) no grupo e só serve pra garantir a reprodução e evitar que outro macho mate os filhotes.

Flávio Brito™ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
elen mars disse...

acho q falar q jogadores de futebol são feios,pelo menos pra mim n tem racismo,pq eles são feios mesmo e esse kaka tb.
assim como a maioria dos politicos são feios.

é engraçado a mulher brasileira ser exigida pra ter beleza,quando os homens passam longe dela.

daqui a pouco vão exigir q as mulheres joguem peladas.

eu nunca sei nada de jogos,pq eu detesto esportes.

elen mars disse...

o joel bueno disse q as mulheres n são julgadas pela beleza no esporte.
então pq só elas,q tem posar sensuais,quase peladas nas revistas?

já viu algum atleta posando com um sunga enfiada na bun.da?

Milena disse...

Joel Bueno, eu não acho que você deveria se abster de comentar só porque discorda de algum tópico publicado no blog ou nos comentários. Até porque, você é muito educado quando se posiciona, pelo menos pelos comentários seus que eu li. Acho que o que irrita as pessoas (pelo menos me irrita muito) é quando as pessoas vêm com um comentário todo pretensioso e/ou agressivo, cheio de adjetivos do tipo "absurdo", "ridículo", "ultra-feminista". Pior que quem faz isso, no geral, nem acompanha o blog, e julga todo o seu conteúdo por um único texto.

E é bom discordarem da gente. Abre espaço pra refletir, a gente tem que saber transitar entre diferentes linhas de raciocínio. E as vezes mudar de ideia, né?

Flávio Brito™ disse...

m4v3r1ckk:

Apesar de você querer que eu vá pro inferno eu vou te ajudar!

1- Não sei o que mascuzinho...

2- Só usei o exemplo do Leão para demonstrar que o homossexualismo é algo natural;

3- Não tenho problemas com homossexuais muito pelo contrario meus amigos hetéros dão muito mais dor de cabeça;

4- Nunca disse que par era sinônimo de macho é fêmea. Disse exatamente o contrario que par não precisa de definição de sexo. Por isso que aliança se diz par e sapato também se diz par e não casal;

5- Não classifiquei ninguém como pessoas menores;

6- Nunca te impedi de nada! Para de drama...

7- Se alguém te agredir na rua de queixa e chame a policia. E esse agressor vai ser preso e processado. Ninguém pode agredir ninguém!

8- Eu posso sim ser ligado a pedofilia, mas todos são inocentes até que se prove e contrario.

9- Reparou que você diz que pessoas como eu ofendem, agridem perseguem e tal...
Mas eu quem fui ofendido chingado e humilhado aqui por você que afirma que sou eu quem faz isso INTERESSANTE não?

10 – Quero que você pro céu e não pro inferno.

E para de drama!

Liana hc disse...

Machismo mas sem julgamento pela aparência física das atletas..

Fico aqui me perguntando quantas mulheres concordariam que isso é possível.

Eu não disse que não existem outras formas de machismo a serem praticadas contra as atletas. Acredite, você não precisa me dizer isso. Eu cresci numa família machista, estudei numa escola machista, trabalhei em empresa machista, vivo em uma sociedade machista, já aturei um bocado de machistas pra dizer o mínimo, sou graduada com louvor em machismo.

E é baseada nisso que não vejo a menor possibilidade de haver machismo e não haver julgamento pela aparência física. A carreira delas é maior do que isso? Sim. Apenas disse que este julgamento é fato presente na vida delas, além de outros tantos, positivos e negativos. Porque é fato presente na vida de qualquer mulher diante do machismo e antes de serem atletas elas são mulheres, uniforme nenhum apaga isso, sexy ou não.

Você mesmo usou a expressão 'BELEZA física" (e a usou diversas vezes), ao passo que eu disse 'APARÊNCIA física'.
"Aliás, sempre tem uma machistazinho pra comentar: "Fulana é linda, mas não joga nada." Como você mesmo disse, SEMPRE tem. TODOS fazem? Não. A MAIORIA faz. Portanto, há sim este julgamento.

Ter opinião formada e emiti-la não é patrulha, é liberdade de expressão, tal qual você exerce aqui. Este blog é, dentre outras coisas, feminista portanto qualquer idéia que não lhe tenha respaldo é passível de ser criticada. Espero que as eventuais discordâncias não o afaste afinal, grupo maior é o da concórdia.

Ramon Duarte disse...

Informação é a melhor forma de combater a ignorância.

"Nunca vi a FIFA reclamar dos carinhas fazendo sinal da cruz, mas é engraçado como acabaram por impedir indiretamente as iranianas de jogar por causa da religião delas."

A FIFA está combatendo manifestações religiosas há anos, sendo que a "toda-poderosa" seleção masculina brasileira de futebol já foi advertida: http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2009/07/11/fifa-proibe-propaganda-religiosa-e-adverte-o-brasil/


Ao menos uma das leitoras deu-se conta disso:

"Da mesma forma que considero absurda quando começam uma roda de oração em campo (afinal, é proselitismo, coisa que o Kaká vive fazendo em jogos oficiais da seleção masculina), acho absurdas essas restrições às vestimentas das atletas."

A FIFA concorda com você, Isabel.


Saindo da água para o vinho, leio um comentário que me chama a atenção:

"Me mostra ai onde estão essas tais "Ongs de direitos LGBT" que lhe dão esse número de 10%."

Não sou o Flávio, mas mostro sim:

http://www.ggb.org.br/eleicoes_municipais_2008_prefeiturav.html

As poucas pesquisas realizadas em áreas metropolitanas apontam para um número semelhante:

http://www.alem.org.br/modules/news/article.php?storyid=88

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/11561_A+ELITE+GAY

Ramon Duarte disse...

(cont.)

Liana disse:

"Eu penso que a chave está aí mesmo, segurança e auto-estima. O feminismo é uma bandeira para as mulheres, já para os homens é mais como um 'livro' a ser lido de mente aberta. Não espero que a maioria dos homens se declare feminista, só que reconheçam as injustiças causadas às mulheres, e só por serem mulheres, e que se comprometam em não serem agentes nem coniventes com isso.

Acho que esperar mais que isso é simplesmente demais. No final estamos todAs e todOs no mesmo barco e temos que conviver."

Bastante sensato da sua parte. Como homossexual, não espero que heterossexuais me defendam. Como ateu, não espero que religiosos adotem a bandeira do Estado laico. Imaginei que a todas as minorias (mesmo quando não são exatamente minorias) não conta com nada mais do que a boa vontade por parte da maioria. Mas aí eu leio isso:

"(...) até conheci alguns rapazes - dá pra contar nos dedos - que realmente militavam ou estudavam as questão de gênero a fundo. Mas eles mesmo não se denominavam feministas porque acreditavam que o Feminismo devia ser protagonizado por mulheres. No máximo, se afirmavam como pró-feministas e acreditavam que a militância deles deveria ser diferenciada." (Ágatha)

Ou seja, homens não apenas devem ser favoráveis à igualdade entre os gêneros, mas também devem "militar e estudar a questão de gênero a fundo". Seria uma opinião válida, se a mesma pessoa não se contradissesse:

"Tá vendo porque eu digo que não dá pra acreditar que homem pode ser feminista?

É muito difícil eles terem empatia com a questão da discriminação de gênero e costumam ser tremendamente arrogantes. Não se consideram feministas, acham que é uma luta menor, mas mesmo assim querem vir nos ensinar como agir e no que falar!"

Mas quem é que disse que é "uma luta menor"? Quem é que está ensinando "como agir e no que falar"? Será que agora sugerir é a mesma coisa que "ser tremendamente arrogante"?

Como é que alguém com essa mentalidade pode esperar que um determinado grupo se junte à causa dela, se o mesmo sequer tem o direito de opinar num espaço público?

O pior é que ela completa:

"E são assustadoramente ignorantes das nossas circunstâncias! Mas mesmo assim escrevem comentários gigantescos!"

Mas quando os mesmos buscam o conhecimento e o encontram, são recebidos de forma deselegante e descortês, mesmo que tenham sido educados e mantido um diálogo de alto nível, sem ofensas, sem generalizações e com respeito aos demais interlocutores e interlocutoras.

Vi uma discussão que, até então, estava baseada em defesa de argumentos (muito interessante, aliás), ser terminada com uma das partes mandando a outra "para o inferno"! E aí, eu me pergunto, será que se uma menina/mulher/senhora estivesse "do outro lado" da discussão, teria sido destratada da mesma forma?

E não, não tem ninguém requerendo tratamento "diferenciado". Basta aplicar o princípio da reciprocidade e responder com a mesma educação. Ofensas não apenas tornam o ambiente ruim, como também prejudicam a argumentação. É bem mais difícil convencer alguém depois de tratá-l@ por "BABACA", por exemplo.

É lógico que não vou generalizar, colocando todas que leem e comentam no mesmo conjunto. Prefiro pensar que algumas estavam num dia ruim (ou são naturalmente mal-educadas) e são exceções, pois o fato de serem feministas nada tem a ver com isso (caso contrário, não haveria apresentadoras e comediantes feministas).

Fica aqui minha sugestão, pois mudar depende apenas de si mesm@.

A paz aos leitores e leitoras.

Blanca disse...

Olha, só consigo dizer uma coisa: *orra...

Não, mais uma: Que absurdo, pqp.

Liana hc disse...

Vou fazer parte do coro e pedir moderação, a conversa é bem vinda, umas alfinetadas de vez em quando quem sabe, um tantinho de deboche acolá é possível :P mas.. chega a hora que descamba para a ofensa generalizada e perde-se o foco, que é a troca.

Vambora ser feliz minha gente.. ou dormir, sei lá

abaco disse...

Concordo com a Milena: o problema não é, de maneira nenhuma, discordar, mas sim quando se discorda utilizando termos taxativos e, acrescento, embasando-se no senso comum (também conhecido como tradição e moral vigente da sociedade ocidental, que é machista, racista, eurocentrica, etc.).

Quando vejo que a pessoa está nesse barco, não me dá nem vontade de responder, sei que só vou me irritar e acabar tendo desejos violentos.

Anônimo disse...

Elen Mars,

Sugiro que você pesquise "Cristiano Ronaldo" nas imagens do Google. Eu fiz isso. Tem várias imagens "sensuais".

O Cristiano Ronaldo não faz ensaio "com sunga enfiada na bunda" por um motivo muito simples: ele ganha mais jogando bola. E ganharia pouco com um ensaio desses.

Isso porque, no futebol-mercadoria-do-espetáculo, o jogo dos homens tem mais valor ($) que o das mulheres. O contrário ocorre com o corpo-mercadoria-do-espetáculo.

A esportista não "tem que" fazer ensaio assim ou assado. Muitas não fazem. As que fazem devem ter motivos opostos aos do C. Ronaldo.

Falsas polêmicas são cansativas, Milena, por isso evito comentário críticos aqui. Nem todo mundo é como você, que aprecia o contraditório, o que agradeço. Falei que as esportistas não são julgadas, enquanto esportistas, pela beleza física. Não falei que as esportistas que se enquadram no padrão de beleza estabelecido não são valorizadas, fora do jogo, por causa isso.

Vou dar um exemplo, pedindo por favor que ninguém polemize com o exemplo. A Marta não é uma mulher "bonita", ou seja, não se encaixa no padrão, etc. Ela já foi eleita 5 vezes a melhor do mundo. As jogadoras "belas" (que se encaixam no padrão, etc) fazem ou não ensaios fotográficos para faturar mais um pouco. Mas não chegam nem perto da Marta, na hora da eleição da Fifa.

Patrick disse...

Ramón, a seleção brasileira foi cortada da Copa do Mundo? Ao menos ameaçada? Não, né? Você quer comparar uma advertência verbal com um banimento. Esse é o problema dos machistas que vem pra caixa de comentários do blogue da Lola. Não tem senso de proporção.

Que nem o cidadão aí que quer comparar os comentários sobre Kaká com os comentários durante os jogos da Noruega e Estados Unidos. DUVIDO que Neto e Luciano do Valle, durante um jogo da seleção brasileira, elogiem a beleza de Kaká do mesmo jeito que fazem com as jogadoras da Noruega e dos Estados Unidos (porque o complexo de vira-latas, pra não dizer racismo, os impede elogiar as brasileiras - até dentro do seu mundinho machista eles derrapam no preconceito).

Ághata disse...

Concordo, Patrick. O senso de proporção passou longe...

Ramon,

1. não entendi do que exatamente você tava reclamando e quem estava defendendo, enfim, se tivesse lido comentários anteriores, saberia o que quero dizer com querer pautar feminismo;

2.Hã? Desculpa, mas quem exatamente estava se manifestando como alguém que "busca conhecimento" de forma 'educada' e 'mantendo um diálogo de alto nível' e 'com respeito' aos demais comentaristas?
Ou Maverick estava discutindo com outro cara e eu não vi?

Ághata disse...

Agora, que eu vi que você é o Ramon do outro post (ou tô me confundindo de Ramons?).

Noh Gomes disse...

Respeitar a opinião alheia nem sempre é tarefa facil e não cair na revolta das mesmas é mais dificil ainda.

Infelizmente hoje vivemos em uma sociedade que se você não esta no padrão, esta fora. Mas ate onde isso me afeta? Ate onde isso mede o que eu realmente sou?

Esse padrão chegou em todas as areas e no esporte não é diferente, mas eu acredito que há muito mais atras disso do que do que realmente esta exposto nesse ótimo texto da Lola.

O texto pode ser considerado "imbecil" por muitos que aqui comentaram, mas não deixa de retratar uma realidade feminina, uma realidade escancarada de direitos e deveres desiguais.

Noh

Aoi Ito disse...

Viu? Viu? Eu DISSE que tinha muita mansplaining aqui!

"Ah, esse texto é absurdo, está errado em retratar machismo, aqui não acontece machismo. Eu sou homem e meu sofrimento com machismo passa longe de ser comparável com o que a mulher sofre, mas mesmo assim vou bater o pé e falar para mulheres que aqui não tem machismo contra elas, porque se não tem contra mim, não tem contra ninguém, já que eu entendo das coisas e elas, que vivem isso diariamente, não."

Por favor, rapazes, que tal parar pra ouvir um pouco as mulheres? Eu sei que é assustador, mas elas sabem do que falam (!!!). É como você ser hetero e falar que não tem tanta homofobia assim, ou ser branco e falar pra um negro o que é ou não racismo.

Liana hc disse...

Pois é.. o chato é isso. Quando alguém tenta me explicar algo que me afeta diretamente, e não a quem está falando.

Quem sou eu para achar que sei mais sobre a vida de um cadeirante do que o próprio cadeirante. Não faz sentido né..

Opinião todos têm, e se não tivessem nenhuma eu ficaria preocupada. Agora, quando começa o mansplaining..

Anônimo disse...

Simone de Beauvoir tinha a maior bronca quando ela falava alguma coisa e alguém retrucava: "você acha isso porque é mulher".

Simone sempre respondia "não, não acho isso por ser mulher, mas porque é a verdade." E fazia blague: "no entanto, eu não poderia retrucar - você é que acha assim porque é homem."

Digo que ela fazia blague porque sabia muito bem que isto é um argumento "ad hominem" (chama assim, a culpa não é minha). Ou seja, uma tremenda falácia.

Isabel SFF disse...

Eu não consigo concordar com a posição do Irã e menos ainda com a da Fifa, já que nenhuma das duas levou em consideração a vontade das mulheres em questão. Os aiatolás querem obrigá-las a se cobrirem inteiras, enquanto os dirigentes querem obrigá-las a usar uniformes ocidentais. Mas ninguém quer saber o que pensam as jogadoras, pelo visto. São dois lados da mesma moeda, do mesmo machismo, nada além disso. Não é porque discordo de um que concordo com outro.

Como eu disse, essa probição não faz os países ocidentais menos opressores.

Isabel SFF disse...

Só que não dá pra negar como o futebol é um reflexo do machismo na sociedade. A começar pelo fato de que, desde pequenos, somos ensinad@s que isso é coisa de menino. Eu adoro assistir futebol, o que automaticamente me traz a pecha de lésbica. Imaginem se eu jogasse...

Quanto à beleza das atletas, eu também acho que ela acaba sendo mais valorizada pela mídia do que o talento delas em si. E eu acho que não tem nada de errado quando alguém assiste a um jogo e repara como uma atleta é bonita. As mulheres fazem isso também, oras. A questão é quando fazem isso transmitindo uma partida. Na minha opinião, fica aquele ar patronal, tipo: "oohn, que gracinha ela brincando de jogar bola" e todo mundo acaba esquecendo de que aquela mulher é uma profissional. Todo mundo acharia absurdo caso uma médica estivesse atendendo e ouvisse uma cantada de um supervisor, não é? É mais ou menos assim que eu vejo.

Sem contar a falta de profissionalismo desses locutores, que se comportam como um bando de ogros numa mesa de bar.

E, bem, de onde eu venho isso é machismo sim.

Ághata disse...

Joel Bueno,
este trecho que você menciona consta bem no início do livro "O segundo sexo" vol. 1 da Beauvoir.

Ela diz que os homens diminuíam as opiniões dela por ela ser mulher, daí dizerem "você pensa assim porque é mulher".

Mas quando ela afirma que não poderia retrucar "e você pensa assim porque é homem" não é porque necessariamente se trataria de uma falácia, mas porque - como ela explica no livro em seguida - a visão masculina é a suposta visão neutra, é a visão 'correta' socialmente - ou seja, o homem está correto em sua visão, ué.

E ela que é mulher, que é a outra, que tem toda uma condição mui peculiar (como Beauvoir diz, o homem projeta na mulher todas as fêmeas animais ao mesmo tempo) qual seja a de irracional, emotiva, escrava de sua natureza e hormônios defeituosos, nunca poderia ter um raciocínio claro e isento.

Não estou com o livro aqui em casa, mas é bem isso se minha memória não me falha.

Sobre esta questão da visão da mulher sobre sua própria situação, eu indico Glória Steinem e sua obra "Memórias da Transgressão".

Há um capítulo em que ela fala exatamente da facilidade com que ela debatia sobre a condição feminina e sobre feminismo com mulheres de várias idades e ideologias diferentes.
Elas a compreendiam com certa facilidade e começavam a relatar casos em que tinham sofrido discriminação.

Enquanto que quando ela tinha que debater com homens, havia uma enorme dificuldade até para eles admitirem o óbvio.

Ághata disse...

Pra quem consegue ler em inglês, tá aqui a história do mansplainer:

http://scienceblogs.com/thusspakezuska/2010/01/you_may_be_a_mansplainer_if.php

Pra quem quiser baixar livros feministas (tem aqui o de Glória Steinem):

http://livrosfeministas.wordpress.com/

Ah, sim, e o bingo feminista:

http://twitpic.com/g2sst/full

Que, acredito, precisa ser atualizado. Tem umas frases aí que não ouço a anos... [Cavalheiro à moda antiga e a balela de que os homens fizeram tudo na história]

Niemi Hyyrynen disse...

Ághata! Agradecida pelos links viu?

:)

Liana hc disse...

Joel Bueno, o que eu entendi do que você disse foi isso: Quando falamos em 'mansplaining' você comparou isso com a argumentação 'ad hominem', ou seja, que falamos que homem não poderia falar do machismo em certo nível apenas por ser homem. O que seria hipócrita, por reclamarmos de sofrer com o inverso.
Foi isso?

Daní Montper disse...

Valeu, Ághata.

A Lola não deixou nada programado para hoje? =/

Liana hc disse...

Se não foi isso ignora a partir daqui.

Se foi... mansplaining não é apenas a visão masculina de certo assunto (o que seria preconceito da parte das mulheres dizer isso), é isso junto com a ARROGÂNCIA de entrar num assunto, no qual ele pode OPINAR, mas não pode dizer que sua visão de homem é a única possível ou a mais relevante em detrimento das mulheres, sempre.

A opinião masculina é sempre bem vinda, só não aceito que seja a padrão; é apenas um lado da história, nem mais nem menos, assim como a nossa.

Liana hc disse...

:#

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Eu li O Segundo Sexo há uns 30 anos ou mais. Obrigado por complementar meu comentário.

De fato, Simone de Beauvoir - a partir do título do seu livro magistral - nota que o "primeiro" sexo é neutro, é norma, e o "segundo" se liga à ideia de "feminilidade" e tudo que isso acarreta.

Mas a Simone também sabia muito bem o que era um argumento "ad hominem".

Liana,

Meu comentário não era dirigido a você, nem a ninguém em especial. Foi coincidência sair um logo depois do outro. Eu apenas queria apontar a facilidade com que se desqualifica o discurso do outro "porque é mulher", "porque não é mulher", "porque é preto", "porque não é afrodescendente". Etc, etc, etc.

Se fosse assim, Engels, um tremendo burguês, não teria permissão para escrever sobre a classe operária...

E fico por aqui. Para ser mal entendido, já tenho o meu próprio blogzinho... :)

Anônimo disse...

Errata:

A primeira parte do comentário anterior se dirige à Ágatha. Desculpem. Não quero apagar de novo, para corrigir.

Ághata disse...

Disponham.

Pois é, acho que Lola não agendou nenhum post pra hoje... Ou o blogger deu problema, né? Não tem post desde sexta feira.

Joel, não sabia que tinha blog. Depois, eu vou lá dar uma olhada!

Letícia Rodrigues disse...

Sobre a questão do uniforme das iranianas, é importante lembrar que elas já não estavam mais usando o véu islâmico em campo. Estavam usando uma outra peça que cobria suas cabeças e pescoço, feita especialmente para jogarem futebol, que não pode ser considerada um objeto religioso. Não pode ser comparado com crucifixos, por exemplo. O Ronaldinho Gaúcho também cobre a cabeça com suas bandanas estilosas, e a FIFA não se importa.
OK, o Ronaldinho Gaúcho usa bandanas pq quer, enquanto as iranianas são obrigadas a usar essa peça, mas outras federações também obrigam suas atletas a usar camisas "femininas", e a FIFA não se importa.

A blusa que a jogadora de basquete judia quer usar embaixo do uniforme também não é um objeto religioso. E ela não está sendo obrigada por nenhuma ditadura religiosa a seguir o judaísmo ortodoxo.

Sim, é machista que homens muçulmanos possam mostrar os cabelos e as mulheres não. Assim como é machista que homens ocidentais possam mostrar o peito e as mulheres não. Vamos obrigar mulheres ocidentais a fazer top less por causa disso?

Acho que para algumas muçulmanas mostrar os cabelos é a mesma coisa que mostrar os seios, para judias ortodoxas mostrar os ombros é a mesma coisa que mostrar a bunda. Se alguma equipe de natação quisesse obrigar as atletas a nadar nuas da cintura pra cima, como os homens já fazem, nós, cristãos ocidentais, não acharíamos isso uma violência contra elas?

Acho uma contradição que campeonatos esportivos internacionais, cujo maior objetivo supostamente é promover a confraternização entre os povos, queiram impor um padrão de comportamento ocidental para todas as equipes, ignorando toda a diversidade envolvida na reunião de tantos povos diferentes.

Babi disse...

Como moro aqui na Alemanha, fiquei sabendo da copa, já que fizeram muuuita propaganda. Propaganda pra quem??? Pros homens, claro, pra tentar fazer com que eles se interessassem pelo futebol das meninas. Pelo menos nao apelaram pra aparência, mas tentaram destacar a qualidade do futebol, o que eu achei muito legal.
Mas mesmo assim sempre tem alguem que vem falar que as jogadoras sao feias. Meu marido, por exemplo. Nós estavamos conversando sobre assuntos aleatorios e ele veio falando que as jogadoras brasileiras sao muito feias, que nao tem nem uma que salva. Chamei a atencao dele para o fato de que elas estao la pra jogar futebol, e nao pra concorrer a vaga de top model, e outra, já reparou no futebol masculino? tem alguém bonito lá? O Cacá só é considerado bonito porque os outros que o rodeiam sao horríveis, e quem se importa com isso? Ninguém, nem eu, nem você, nem eles, já que o que eles querem fazer é jogar bola, e fazem toda a nacao feliz com isso.
Tá passando da hora de encarar o esporte como esporte mesmo, sem ficar procurando outros motivos pra conquistar espectadores...

Gre disse...

(...)somos nós que temos de ir atrás 90% das relações são iniciadas pelos homens e 80% terminadas pelas mulheres que justiça legal né? (...)

Desculpem, o assunto é sério e merece respeito, mas essa constatação do caro ai me fez rir.

Agora todos os homens sabem conquistar, mas não sabem sair de um relacionamento? kkkk

Isso foi o que ele disse.

Talvez, pensando assim, pode ser que hummm....

Preferem transferir a responsabilidade, não assumir o fracasso diante de uma relação. São orgulhosos e se acham machos demais para abandonar, mas mais virís para manter mais de uma mulher ao mesmo tempo. Não costumam dar a cara a tapa. Querem sempre sair da situação como bonzinhos.

E quanto a questão financeira que se refere, em que mundo você vive?

Podemos ter rendimento menor, mas mesmo assim somos auto-suficientes e independentes também nesse quesito. Não vou entrar a fundo aqui, porque exemplos não devem faltar bem perto de ti. Basta boa vontade para enxergá-los.

Essa é a minha opinião, e não adianta vir contestar caro autor desse disparate, porque de todos os argumentos usados aqui, os seus prevaleceram em falta de noção.

Liana hc disse...

Pois é, Letícia concordo com você. O problema nunca foi a religião, é pura misoginia já que homens não sofrem este tipo de sanção.

Não gosto de ver jogador fazendo sinal da cruz em campo mas nunca me passaria pela cabeça que por ser um gesto religioso eles deveriam ser proibidos de fazê-lo e muito menos que fossem banidos por causa disso. Mas com mulheres a história é outra né..

Defesa316 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Milena disse...

Ô fulaninho (Defesa316 lol): usam porque gostam nada, o uniforme é padronizado. Talvez algumas gostem, outras certamente não, mas a elas não é dada a opção por outro uniforme.

E eu que tinha prezado pelo diálogo até o presente momento, me reservo no direito agora de te mandar se fuder de com força. Porque cheguei ao meu limite de caracteres gastos com gente ignorante.

Liana hc disse...

rsrs

ô mãeee, essas feministas lésbicas malvadas não se vestem do jeito que eu gosto snif snif Como ousam.. Tô tão triste..

Debora Regina M. Diniz disse...

Oi Lola,
Olha só as coincidências da vida, eu, sua leitora fiel de blog, fiquei uns dias fora do Brasil para, justamente, cobrir um campeonato mundial de futsal feminino que aconteceu em Portugal, hoje, a primeira coisa que fiz foi abrir seu blog e ler este post incrível. Pude trocar ideias com várias atletas portuguesas, holandesas, angolanas, espanholas etc. Falamos exatamente dessa questão de gênero e da necessidade de voz das mulheres. Em Portugal um grupo de atletas mulheres lançaram o projeto "Jogo das Raparigas" (http://www.mulheresdesporto.org.pt) em que apoiam-se, divulgam seus torneios e, principalmente, fazem reuniões periódicas para falarem de feminismo com as jogadoras mais jovens. As entrevistas ficaram tão boas, que animei-me a montar um blog só para tratar deste assunto.

elen mars disse...

joel ,é verdade esqueci dele,tem o david beckham tb,mas isso n anula o q eu disse,mulheres são sim julgadas pelas aparência,seja nos esporte ou em qualquer lugar.
homens q são explorados e julgados pelo mesmo é muito pouco.

como a lola ja disse uma vez,muitas atletas só conseguem espaço e reconhecimento,se aceitarem posar em fotos sensuais,mostrando o corpo e o talento no esporte,fica em segundo plano.

Sara disse...

Eu penso que o que deveria ser levado em conta na escolha do uniforme usado pelas atletas é o obvio, que deveriam ser confortáveis e otimizassem o desempenho no esporte em questão, e a beleza do traje também é bem-vinda, afinal todo ser humano quer parecer bem.
Agora fazer uniformes sensuais com objetivo de chamar público, é uma idéia no mínimo estapafúrdia, assim como também é querer incluir todo tipo de cultura e religião em mundiais disputados.
Citaram que não devemos ser euro centristas e que outras culturas enxergam cabelos como peitos, ombros como bundas, o caso é que tem algumas seitas da religião islâmica que acham que o corpo inteiro da mulher é uma enorme vagina, e, portanto deve ser totalmente escondido em burkas escuras, onde a mulher enxerga o mundo a sua volta através de uma pequena rede de poucos centímetros.
Fico imaginando uma infeliz mulher tendo que enxergar a quadra e suas adversárias através de uma redinha dessa nos olhos e com seus movimentos tolhidos sobre essas pesadas burkas, que maravilha de espetáculo seria. Se cada ditadura religiosa, for impor seus padrões para disputar esses jogos, em vez de um espetáculo esportivo, teremos um circo de horrores deprimente.
Em vez de aceitar essa injustiça escabrosa contra as mulheres nos jogos, os países que tratam suas mulheres dessa forma deveriam é receber sanções de vários tipos e de todos os outros países, até que esses costumes sumam da face da terra.

Patrick disse...

Eu fui pro jogo Brasil x Noruega e tirei fotos de todas as jogadoras brasileiras. Estão na minha página no flickr, sob a licença CC-BY-SA 2.5 (livres para serem reutilizadas, desde que seja dado crédito à fonte e mantida a licença CC). O endereço é flickr.com/photos/allanpatrick/ Estarei na final e também vou tentar colocar fotos das seleções que vão disputar o título.

Letícia Rodrigues disse...

Denise,

Não dá pra comparar os panos que as atletas iranianas estavam usando na cabeça durante os jogos com burkas. Os panos não atrapalhavam o desempenho delas em campo, nem punha em risco sua segurança, como uma burka faria.

E o banimento da seleção iraniana de campeonatos mundiais não vai ajudar as mulheres de países fundamentalistas em nada. Vai apenas tirar das iranianas uma opção de profissão.

Devemos combater a imposição do uso de burkas, e a mutilação dos genitais femininos, que são deturpações do islamismo e formas de violência contra a mulher. Mas a mulher ter que cobrir os ombros ou os cabelos - que é o que o al corão pede - por motivos religiosos, não chega a ser uma violência, desde que ela tenha escolhido a religião. Nesse caso, violência seria querer proibi-la de seguir a religião que ela escolheu.

Sei que o Irã é uma ditadura religiosa, que lá ninguém escolhe religião, e acho que só o fato de ser uma ditadura já é um bom motivo para que o país sofra sansões. Mas a FIFA não proíbe seleções de países que vivem sob ditaduras de participar de campeonatos - tanto que a seleção masculina do Irã não foi banida.

O problema com a seleção feminina é o fato do seu uniforme incluir um pano na cabeça. A FIFA permite que cada seleção defina seu próprio uniforme - tanto que algumas seleções fazem camisas "femininas". O pano não é um objeto religioso, e não põe em risco desempenho e segurança. Não acho que a proibição se justifique.

Daní Montper disse...

"Devemos combater a imposição do uso de burkas, e a mutilação dos genitais femininos, que são deturpações do islamismo e formas de violência contra a mulher. Mas a mulher ter que cobrir os ombros ou os cabelos - que é o que o al corão pede - por motivos religiosos, não chega a ser uma violência, desde que ela tenha escolhido a religião. Nesse caso, violência seria querer proibi-la de seguir a religião que ela escolheu. "

Concordo com cada vírgula, Letícia.

Achei a proibição da FIFA arbitrária.

Munique disse...

Lola, por favor! Você já foi começando o texto dizendo que EU (e qualquer leitor) não sabia que estavam acontecendo os jogos de futebol feminino. Sim, eu sabia. Estão sendo transmitidos pela BAND. E aqui em casa assistimos e meus vizinhos também. Acho que bastante gente sabia.

Uma coisa que me intriga em vários textos seus é sua relação com o que é "belo". Fiquei curiosa com uma coisa: na sua concepção, não existe gente feia? Se existe, o que é feio e o que é bonito (fisicamente) pra você? Já li comentários seus de posts de cinema onde você elogiava a beleza de certas atrizes (a bela fulana de tal). Posso estar enganada, mas acho que li isso.

Também fiquei meio embasbacada outro dia com uma contradição.. você vive falando mal de se usar carro para fazer as coisas, que as pessoas deveriam usar transporte público, etc e tal. Mas, se não me engano, você foi para a marcha das vadias de carro, né?

Enfim...

Munique disse...

Lola, por favor! Você já foi começando o texto dizendo que EU (e qualquer leitor) não sabia que estavam acontecendo os jogos de futebol feminino. Sim, eu sabia. Estão sendo transmitidos pela BAND. E aqui em casa assistimos e meus vizinhos também. Acho que bastante gente sabia.

Uma coisa que me intriga em vários textos seus é sua relação com o que é "belo". Fiquei curiosa com uma coisa: na sua concepção, não existe gente feia? Se existe, o que é feio e o que é bonito (fisicamente) pra você? Já li comentários seus de posts de cinema onde você elogiava a beleza de certas atrizes (a bela fulana de tal). Posso estar enganada, mas acho que li isso.

Também fiquei meio embasbacada outro dia com uma contradição.. você vive falando mal de se usar carro para fazer as coisas, que as pessoas deveriam usar transporte público, etc e tal. Mas, se não me engano, você foi para a marcha das vadias de carro, né?

Enfim...

Munique disse...

Outra coisa... já colocaram a Marta para jogar com homens e foi um fiasco. Ela é EXCELENTE jogadora, mas não pode jogar tranquilamente com jogadores homens profissionais. Homens e mulheres têm estruturas físicas diferentes. Negar isso é uma bobagem sem tamanho. Homens e mulheres terem direitos iguais é algo importantíssimo e urgente, mas dizer que mulheres podem fazer esforços físicos iguais aos que os homens fazem e com a mesma eficiência é bobagem.

MARIA, L.P. disse...

Oi Lola,
muito bom o texto!!
Sempre detestei a prática de esportes justamente por isso. Nos ocorre sempre uma exposição rídicula, onde tudo para o homem é comum, a mulher se expõe. E quando não se expoe é taxada de várias coisas...
Acho a prática de esportes bacana, mas os aspectos por ti levantados, são muito importantes. Parabéns!

Ju Garcês disse...

pra quem ainda tinha dúvida sobre o descaso com a Seleção de Futebol Feminino... http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-feminino/noticia/2011/07/cansada-de-promessas-selecao-cobra-apoio-ao-futebol-feminino.html

Pra chegar em uma situação em que as próprias atletas reclamam, é porque tá ruim MESMO!

Milena disse...

http://feministing.com/2011/07/13/rogers-cup-come-for-the-ladies-stay-for-the-legends/

Milena disse...

"A Dona do Blog", eu só queria observar que mesmo quando a gente percebe um paradigma, uma discriminação, às vezes ainda é difícil nos livrarmos disso. Tá, a gente sabe que o mundo é eurocentrista, que não faz sentido nenhum esse negócio de padrão de beleza, é totalmente arbitrário, mas ainda assim eu não posso evitar achar bonita uma pessoa que se encaixa nos padrões de beleza vigentes quando vejo uma. Simplesmente porque eu cresci bombardeada por isso, todo mundo me lembrando disso a todo instante.

Essa questão de padrões é tão complicada que acho que é por isso também que algumas pessoas se declaram feministas mas quando chega a determinados aspectos não conseguem enxergar o machismo implícito. Eu já tive uma questão em uma prova de sociologia que perguntava se a sentença "Bom dia para todos!" tinha algum tipo de discriminação. Não só todos os meus colegas responderam que não tinha, como por mais que eu explicasse como tinha um machismo implícito ali eles ainda me olhassem com uma cara de descrença, talvez até achando que era paranóia minha.
E hoje mesmo eu estava tendo uma aula de História sobre doutrinas do século XIX e quando chega no Comunismo e Socialismo chove de dúvidas bem típicas de quem vive em um sistema capitalista. Por exemplo, tem gente que não consegue entender porque os teóricos do Socialismo queriam criar um sistema político que tornasse a sociedade igualitária se eles mesmos tinham condições financeiras boas. Um garoto até perguntou "Eles não iam ficar no prejuízo?" (sendo que prejuízo é uma ideia totalmente vinculada ao Capitalismo).

Letícia Rodrigues disse...

A dona do blog,

Quando a Lola disse que a Marta poderia jogar tranquilamente na seleção masculina ela quis dizer que, em habilidade, a Marta não fica atrás de nenhum medalhão do futebol masculino. Pelo menos foi o que eu entendi... acho que não era para levar no sentido literal.

Eduardo Marques disse...

TROLLS -- TROLLS EVERYWHERE aqui nos comentários. Não os alimentem.

Só passei para dizer que sou totalmente a favor de as meninas jogarem o que quiserem sem ter a pressão de "serem femininas". Isso é uma filha-da-putice enorme.

Liana hc disse...

Milena, dei uma olhada na matéria e nas respostas uma pessoa diz que neste campeonato é rotativo: um ano são as mulheres com as lendas(masc) no outro é o contrário. Aí tem quem defenda a frase do anúncio justamente porque é alternado. Mas eles fazem estas chamadas quando é com homem mais as lendas(fem)? Eu francamente não sei, seria interessante ver se tem.

Meu inglês é so so, mas não tem um trocadilho com a palavra cum/come? "come for the ladies"
Se não me engano tem um post da Lola com uns trocadilhos religiosos infames nos EUA. Será que foi provocativo? Pode ser que não.

Acho que depende do contexto em que as coisas foram feitas lá. O meu primeiro pensamento foi de que jogadoras ali estavam sendo anunciadas como se fossem dançarinas de show room, um petisco, mas.. temos que ver o contexto

Liana hc disse...

E indo um pouquinho adiante, isto é publicidade, eu fico me perguntando se as pessoas que criaram aquele cartaz não se deram conta de que ele poderia ser interpretado de outras maneiras. Ingenuidade talvez? Eles não ganham para pensar pequeno..

Milena disse...

Não tem trocadilho não, Liana, porque o evento é sério e tal.
Mas é que dá uma ideia de "Venham checar as mulheres (a beleza delas)! Mas fiquem por causa das lendas (do tênis masculino), eles é que são bons". Mas pode ter sido só uma frase ambígua mesmo, mals construída, como muita gente apontou nos comentários.

mousounikki disse...

Lola, como você disse que não sabia muito sobre o futebol feminino, então está perdoada, mas só duas coisas:

- A seleção alemã que posou para a playboy não era a seleção que está competindo no mundial. Foram as meninas da Sub-20. A seleção do mundial fez um ensaio muito legal, para outra revista, como forma de "responder" a esse ensaio da sub-20 para a Playboy, uma vez que, como atletas sérias, não precisam desse tipo de publicidade para promover seu futebol.

-Sobre o infeliz caso da seleção iraniana, a FIFA já havia dado a permissão para usarem o hijab em campo, foi o juiz da partida que se recusou a permitir que elas jogassem assim. Mas continua sendo um descaso mesmo assim, não acho que esteja fora de mão organizar uma nova partida para que as meninas do Irã não sejam prejudicadas.

E bem, como mulher e apreciadora do esporte futebol como um todo, deixo aqui um comentário.
Eu amo futebol, mas não gosto tanto do futebol feminino quanto gosto do masculino. Ainda tem muito a se desenvolver no futebol feminino. Mas temos de dar o apoio que podemos (no caso, assistindo) para que no futuro as coisas possam ser diferentes, o futebol feminino possa se desenvolver da e ganhar o destaque merecido.

Achei o seu post um pouco exagerado e generalizador em alguns aspectos, mas entendo a mensagem.

Denise disse...

Eu pessoamente sou absolutamente contra os tais paninhos na cabeça, sejam eles hijab, chador, burka, veu ou o tal “paninho”... Eles são um símbolo de opressão e a gente aceitá-los é compactuar e validar esse absurdo. Se a coisa fosse de livre escolha mesmo e isenta desse simbolismo, aí seria outra coisa. Só que não é. O tal “paninho” está dizendo que nós mulheres somos culpadas pelos pensamentos impuros dos homens e assim temos que nos cobrir. Pode? Para mim é uma contradição defender o direito da mulher ser repeitada por escolher suas vestimentas e ao mesmo tempo validar um símbolo tão óbvio de desrespeito e opressão. É uma contradição achar que o uso do termo geral masculino para todas nós é ruim (o que eu também acho), mas não achar que o “paninho” seja um símbolo de opressão e aceitá-lo é validar a situação.
Quanto às iranianas (e quaisquer outras que se submetem ao "paninho") assim como eu me recuso a falar com elas, eu também acho que não devem participar de eventos mundiais. Querem paraticar areligião? Então pratiquem em casa, afinal é muito mais coerente com a idéia de que não podem ser vistas né? E também são contra qualquer manifestação religiosa de qualquer grupo em eventos mundiais. A religião é importante? Beleza, fique em casa. Sempre achei que religião é igual a ir ao banheiro, deveria ser uma coisa privada (o trocadilho não foi intenção).
Sei que vão dizer que "coitadinhas delas, afinal já são oprimidas…"... Mas sabe de uma coisa? Se elas quiserem mesmo se libertar desse símbolo, elas conseguem. E meu apoio vai para as que querem se libertar e não para as que baixam a cabeça e decidem ser vítimas. Eu sei que sou dura, mas me dói ver como essas mulheres submetem até suas filhinhas de 3 anos a usarem esse "paninho" ridículo', mesmo fora do país delas! É ofensivo e cruel.

Literatura Agridoce disse...

E no dia que as meninas perderam pros E.U.A,ao invés dos brasileiros darem força pra elas,colocaram nos TT'S mundias do TWITTER,a goleira americana HOPE SOLO,pela sua beleza.Ou seja,futebol feminino é analisado pela aparência das jogadoras,não pelo talento.E o brasileiro fala da estrangeira bonita,etc.Mas não fala da nossa seleção talentosa.

Sara disse...

onde eu assino DENISE cada palavrinha que vc falou, disse tudo e mais um pouco , ofende ver esse simbolo , eu me sinto profundamente agredida, me remete a mulheres apredejadas por serem adulteras, e homens que por lei podem ter varias esposas, mutilação genital, total falta de liberdade e um número enorme de injustiças, é disso que me lembro quando vejo uma mulher com o véu.

Letícia Rodrigues disse...

Denise e denise,

Vocês também se ofendem ao ver mulheres usando a parte de cima do biquíni na praia? Se recusam a falar com elas? Pq essa peça de roupa é um simbolo de opressão, que somos obrigadas a usar, pq na maioria das praias do Brasil não usar pode dar prisão por atentado ao pudor.

Vcs também acham que mulheres evangélicas, que usam saias longas e blusas de manga comprida em pleno verão por causa da religião, só deviam usa-las em casa?

Acho que é forçar muito a barra considerar o fato do uniforme das iranianas incluir um pano na cabeça uma manifestação religiosa coletiva, comparável a roda de orações que os homens cristãos da seleção brasileira fizeram ao final de uma partida oficial da FIFA tempos atrás. (Se eu não me engano, manifestações religiosas individuais, como fazer o sinal da cruz depois de um gol, não são proibidas).

Assim como também acho que é forçar a barra associar o uso do véu ao uso de burkas - que arriscam a segurança de quem usa - , mutilações e apedrejamentos. É a mesma coisa que associar o sinal da cruz a guerra entre católicos e protestantes na Irlanda, ou seja, é ignorar que existe todo um contexto politico-histórico-social por trás da violência. Assim como não é em todo lugar em que a população se divide entre católicos e protestantes que existem guerras, também não é em qualquer lugar em que mulheres muçulmanas usam o véu que existem mutilações e apedrejamentos.

Letícia Rodrigues disse...

Yukimero,

Muito interessante o seu comentário, obrigada pelas informações.

Eu não entendo nada de futebol, não posso discutir uma partida do ponto de vista técnico, mas isso de que o futebol masculino ainda é tecnicamente superior ao feminino me deixa com o pé atrás... Vc viu Brasil x Equador ontem? O que foram aqueles dois frangos que nós tomamos? Parecia que o Julio César e todos da defesa estavam bêbados!

Anônimo disse...

Complicado essa de regrarem roupa... Eu lembro uma vez de discutir o assunto de roupa na faculdade... O pessoal dizia que era absurdo ser obrigado a sentar do lado de uma menina que usava burca! Tipo, problema dela... Quer dizer, é a fé dela, que a gente tem a ver com isso? Mas enfim...

Só é de lamentar mesmo essas coisas no esporte. A seleção feminina vale muito mais do que esses caras que nem se levam a sério o suficiente pra treinar... Porque fala sério, já viu a condição física dos jogadores de futebol brasileiros? É uma piada. Os caras nem correm direito e isso porque são hipervalorizados.

Sara disse...

Leticia
Não me leve a mal, mas não é qualquer peça de roupa que me causa mal estar, não há comparação entre uma mulher de burka e uma crente, é certo que eu não apoio nenhuma religião e já disse outras vezes todas elas inferiorizam a mulher, criam uma serie de regras que são muito mais rígidas pra nós, vc esta enganada quando diz que qualquer roupa feminina deve provocar revolta, acho lindo danças folclóricas com trajes típicos de todas as regiões desse planeta, até alguns dos trajes usados pelas muçulmanas são bonitos de se ver, mas infelizmente são um símbolo do que esse grupo faz com suas mulheres, talvez até exista, mas eu desconheço um povo, tribo, religião ou nação que trate pior suas mulheres do que essa religião tenho até pesadelos com isso, talvez porque eu tenha conhecido mais de perto alguém dessa religião, alguém de quem eu gostava muitíssimo, que hoje voltou para sua terra porque seus pais lhe arrumaram um casamento com um homem muito mais velho do que ela e eu não posso fazer nada para ajudá-la.
A DENISE esta certa em tudo que disse, o mundo deveria se unir pra acabar com as injustiças que se cometem contra as mulheres ali, e tudo o que eu puder fazer nesse sentido vou fazer, porque sei que as que estão La e se conformam é porque desde que nascem são ensinadas a ser assim, mas as que conseguem sair de La e se instruem, dificilmente aceitam a opressão, mas muito poucas têm como sair desse sistema.

Liana hc disse...

"Sei que vão dizer que "coitadinhas delas, afinal já são oprimidas…"... Mas sabe de uma coisa? Se elas quiserem mesmo se libertar desse símbolo, elas conseguem. E meu apoio vai para as que querem se libertar e não para as que baixam a cabeça e decidem ser vítimas."

Chegou a me embrulhar o estômago ler isso. Ainda bem que as primeiras feministas não pensaram assim.

Muitas das pessoas oprimidas de algum modo saem da situação ruim em que estão porque alguém, em algum momento lhes chamou e estendeu a mão. Sem julgamentos.

Muitas são as situações que levam uma mulher a se calar quando vive num ambiente de violência extrema. É cruel e simplista dizer 'Elas que se danem, essa gentinha não é digna da minha preciosa ajuda'.

Acho que uma das piores coisas que podemos fazer é nos isolarmos uns dos outros. É isso que dá margem a estas situações. Em algum momento da vida delas, alguém decidiu que elas não eram dignas de receberem ajuda, e continuaram decidindo..

Parece coisa de quem se assusta diante do tamanho da luta e simplesmente decidi ignorar parte do problema e, é sempre mais fácil começar com aquelas vítimas que sequer conseguem pedir ajuda, tamanho é o trauma. Simples, muito simples.

Eu reclamo tanto do machismo, mas nunca recusei a convivência. Posso me estressar às vezes mas não isolo ninguém. E imagina, se eu não digo "Que se dane" nem para quem pratica o machismo, quem dirá para suas vítimas, silenciosas ou não.

Imyra Santana disse...

Pude ler esse post apenas hoje, para ler com calma inclusive os comentários. Gostaria de comentar muita coisa, mas depois de tantos comentários vai ser impossível. Mas algumas coisas me chamaram muito a atenção, e mesmo tendo ficado lá pra trás nos gostaria de dar minha opinião. Inclusive porque a "maldita internet", como disse o Fausto, é um espaço (em tese) democrático, portanto a internet tem espaço para todos falarem. Inclusive ele!!! Quem decide quando uma "pessoa dessas" pode falar ou se calar? (Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim, certo?)Sinceramente isso me revolta. Não gostou do post, não leia. Posso discordar de muitas opiniões daqui, nem por isso posso mandar todo mundo que não concorda comigo calar a boca!

Letícia Rodrigues disse...

denise,

Eu não disse que qualquer peça de roupa deve provocar revolta nem defendi a burka (burka e véu são coisas bem diferentes). Mas não vejo diferença entre obrigar mulheres a cobrir os cabelos e os homens não, e obrigar mulheres a cobrir o peito e os homens não. Por isso comparei o véu a parte de cima do biquíni.

A Denise disse que a mulher que quiser usar um pano na cabeça por motivos religiosos não devia sair de casa. Pra mim, é a mesma coisa que dizer que a evangélica que se cobre do pescoço aos pés por motivos religiosos não deve sair de casa.

Não estou defendendo nenhuma forma de opressão a mulher, estou questionando a idéia de que a causa da opressão é a religião. Pegue o exemplo do Afeganistão - antes dos fundamentalistas talibãs chegarem ao poder, os afegãos seguiam o islamismo, mas as mulheres não usavam burka, e podiam estudar, e trabalhar fora. E esses grupos fundamentalistas conseguem chegar ao poder por conta de problemas políticos e econômicos que nada tem a ver com a religião.

Imyra Santana disse...

(cont.)
é muito fácil usar de generalizações quando o intuito é desqualificar uma opinião, pessoa, grupo, etc.
Alguém escreveu que a tenista número 1 do mundo (mas não diz quem, nem quando) jogou com um tenista amador e perdeu feio. Quem foi? São vários fatores que levam uma pessoa a perder ou ganhar, mas vamos a um fato concreto: Gabriela Sabatini, que não gostava muito de treinar, estava levando uma bronca de seu técnico (o brasileiro C. A. Kyrmayr) que se não treinasse ela não iria perder, etc. Ela propôs jogar sério, para ganhar. Eles fizeram uma aposta. Bem, ela ganhou.
Insistir que mulheres não podem vencer de homens porque são mais frágeis, etc... me parece questão menor. Biologicamente somos diferentes. Só não se deve partir do princípio que a diferença traz desvantagem, qualquer que seja. Está implícito que o "padrão", que é masculino, é melhor...
Martina Navrátilová nunca quis saber dessa coisa de "guerra dos sexos", tinha mais o que fazer. Até hoje é recordista absoluta de títulos entre homens e mulheres.

O Flasht citou um trecho do livro de Martin Van Creveld “Sexo Privilegiado” onde ele diz:

"ninguém foi capaz de explicar como o matriarcado, na suposição de que ele tenha existido, foi deposto e como o patriarcado se estabeleceu"

Acho que ele nunca ouviu falar (ou será que não se esforçou em descobrir?) na etnia Mosuo, na China, ou os Minangkabau na Indonésia. Sobre este último não conheço muito, mas nas pequenas comunidades Mosuo espalhadas pela China (eles são originários do Tibet), o matriarcado não é o "pesadelo" dos homens, uma versão feminina de opressão. Apesar de as mulheres serem responsáveis pela política, o que existe é um equilíbrio (tanto que não há movimento de "emancipação masculina") O único lugar onde isso acontece, ao menos que eu conheça, é no estado de Mengalaya (Índia), e é extremamente sustentado pela igreja católica.
As mulheres Mosuo são livres para escolherem os parceiros e para administrar a casa. Não há laços que as prendam aos homens.
Outra tese defendida por Van Creveld (aliás, para ele quase tudo é culpa das mulheres), se não me engano tem a ver com a inquisição. Que também seria um evento provocado pelas mulheres, porque homens também morreram na fogueira. Lendo o "Malleus Maleficarum", um verdadeiro manual de caça Às bruxAs escrito por volta de 1480 (por um homem), não acredito que elas tenham sido coniventes. Ou isso é que eu chamo de auto-sabotagem!!! Além do mais a proporção de mulheres/homens na fogueira era aproximadamente de 600/100. Acho melhor pegar livro de historiadores sérios e não de um ex-militar(e não ex-militante - ele escreveu basicamente livros de guerra)

É fácil interpretar só o que nos interessa, e generalisações são perfeitas para isso.

Larissa Munck disse...

Lola,
parabéns pelo blog! Leio sempre mas nunca comento. Dessa vez, resolvi fazer uma pequena digressão dentro do tema padrões, que me lembrou muito uma situação recente.

Estava dando uma festa na minha casa e parei pra conversar com uma amiga na frente do banheiro. Um sujeito (que eu não conhecia) chega e pergunta, apontando pra porta fechada do banheiro: "Tem gente? Ou tem mulher?". Eu, com meu coração feminista, jogo meu olhar fulminante pra cima dele e não respondo. E ele, insistindo na besteira que disse, sem ao menos se desculpar pelo ato falho: "Não, porque mulher é muito melhor do que gente! Gente é homem!"
Já um pouco bêbada, falo pra minha amiga ignorá-lo e continuo o papo. Pronto, foi suficiente pra ganhar a antipatia do cara, que depois descubro ser o ficante da amiga que mora comigo E o DJ da festa!
Mas o pior não foi enfrentar a arrogância dele depois disso, e sim contar pras meninas e ninguém achar que ele foi babaca em insistir que mulher não é gente.

Me parece um machismo muito naturalizado nas mulheres (principalmente nas que comentam no terrível blog Testosterona achando tudo muito engraçado...) que fica difícil de combater quando nós mesmas não o percebemos! Acho que precisa de muito mais que uma Marcha das Vadias pra começar a mudar isso...

Denise disse...

Letícia,

Eu realmente sou contra manifestação religiosa em público, a não ser que seja para me divertir (como esses que batem em nossas portas... como me divirto com eles). Mas a minha colocação foi em relação a eventos mundiais, no caso o futebol ou qualquer outro esporte, onde se reunem pessoas de todos os tipos, credos e inclinações. Acho que rodinha de oração é ridículo assim como o “paninho” também é.
E como você perguntou, eu também não faço amizade ou me dirijo às evangélicas que se cobrem. Eu não tenho nem o que falar com essa gente. E nem com as judias ortodoxas com a touca delas.
Quanto a questão do biquini, é verdade que eu também acho um absurdo o homem poder fazer topless e a mulher não. Mas no caso particular do Brasil, não lutar por isso foi escolha das mulheres pois lembro bem que no fim da década 70 e também na 80, várias mulheres tentaram o topless e foram criticadas pelas próprias mulheres. O Brasil é cheio de contradições, afinal no Carnaval ninguém se importa com a nudez… Em relação ao topless a diferença é que se eu, por exemplo, for a Europa ou qualquer lugar onde o topless é normal, tiver vontade eu faço topless ou nudismo. Nenhuma religiãozinha vai me ditar o que usar, especialmente as que promovem opressão. Só que elas vem para os países ondem podem larger o paninho e não largam e ainda obrigam as suas filhinhas a usarem. Aí você vai dizer: “se elas largarem vão apanhar em casa”. Provavelmente. Mas ao mesmo tempo, se elas andarem livremente e aceitas pelo mundo com os paninhos, a mensagem vai ser: “vamos continuar sendo oprimidas mesmo, afinal o mundo nos aceita assim, eles devem estar certos”. E a mensagem para os homens de lá vai ser: “não precisamos mudar, muito pelo contrário, pois estamos certos; vejam todos aceitas as mulheres como elas devem ser”. Aceitar e dar apoio a essas mulheres é validar a opressão. Minha opinião. Sou muito mais as Sauditas que estão se opondo à ridícula lei de não poder dirigir e estão indo presas por isso. A essas sim, devemos dar apoio! Um passo pequeno mas na direção certa.
Concordo com você quando diz que a causa da opressão não é necessariamente a religião. Mas você há de concordar que a religião é uma das ferramentas (e muito poderosa) de opressão das mulheres. Sinceramente eu não consigo e nunca consegui entender como uma mulher consegue continuar religiosa e demonstrar sua fé (que para mim é até pior) quando se depara com a misogenia e violência contra mulheres propagada pelas religiões, em especial as abrahamicas.
Os fundamentalistas chegaram ao poder, mas houve uma conpactuação e um acovardamento nisso. Eu sei que é difícil ir contra quem quer te matar por mostrar um dedo do pé. Mas tudo são escolhas na vida, não? E com suas escolhas, vem as consequências.
Continua achando que eventos mundias, sejam qual sejam, não é lugar para religiosidade. Fiquem em casa se não conseguirem se controlar. Assim como os homens que não conseguem se controlar se verem um fio de cabelo feminino dever ser enjaulados.
Ah, acho também errada a imposição de seus costumes fora de sua cultura. Quando se visita outro país e outra cultura, a gente deve respeitar a cultura local. Assim como nós vamos ter que nos cobrir nesses países (eu não ponho meus pés desnudos lá nem a pau), elas e eles deveriam nos respeitar e deixar de exibir sua opressão aqui.
E existe opressão aqui também, mas você há de concordar que nós estamos bem à frente, não acha?

Denise disse...

Liana,

Sugiro um remédio para o estômago. E um pouquinho menos drama...

Eu não falei que “se danem, essa gentinha...etc”. Menos. O que eu falei foi que eu tenho muita confiaça nas mulheres e acho sim que elas conseguem se libertar da opressão se elas quiserem. Especialmente no Irã. O mundo inteiro está esperando algum tipo de revolta lá para estender a mão. Como você se referiu as primeiras feministas, elas nem tinham ninguém para ajudá-las. E foram adiante... E quem disse que essas mulheres que querem usar paninhos são feministas? Mas isso é imaterial na minha posição.
E veja bem que estou tratando você com o respeito que você me negou simplesmente por ter um approach diferente do seu.
De qualquer maneira, eu entendo o seu ponto de vista que devemos ajudar sem julgamentos não importa os efeitos. Meu marido pensa assim. Ela acha qeu deixando elas jogarem isso vai abrir mais oportunidades delas. Eu não penso assim. Acho que se aceitarmos estamos validando a opressão e que o "paninho" vai ter ainda mais força. E sendo ele um símbolo da opressão, esta terá ainda mais força.
Como disse para a Letícia, dou todo meu apoio às Sauditas que estão sendo presas por dirigirem carros. Para as Iranianas e qualquer outra pessoa, mulher ou homem que queira impor sua religião, só digo: fique em casa. Esporte e eventos mundiais não são lugares de demonstração religiosa.

Sara disse...

Certissima Denise, vc pensa exatamente igual a mim nesse aspecto, soube expor até muito melhor do que eu a realidade da injustiça que existe nesses lugares e que o mundo aceita como se fosse perfeitamente normal, e não é.

Liana hc disse...

Denise, o respeito se manteve, sua opinião foi "dura", a minha também foi. Mais nada. Meu estômago já se refez do baque sem a necessidade de remédio. Como sempre.

Critiquei especificamente a parte do "baixar a cabeça e se fazer de vítima", não todo o seu argumento já que concordei com você em parte.
Nem sempre baixar a cabeça é se fazer de vítima, assim como nem sempre levantá-la é sinal de fortaleza moral, pode ser só recalque. E no caso das iranianas, tanto não se faziam de vítimas que ocuparam um papel que ninguém ali esperava que pudessem, assumiram sua força.

Eu também posso dizer 'menos, muito menos' pois conheço mulheres que são, ou foram, vítimas de violência e ao menos duas não estão mais aqui para contar. Acho que por ter visto bem de perto até onde essas agressões chegam e o que provocam em quem as recebe, acho péssimo este tipo de comentário e que são ditos a todo instante. Enfim.. é tudo uma questão de ponto de vista né

Liana hc disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrick disse...

Veja só, na Arábia Saudita as mulheres sequer podem jogar futebol! Nem com pano na cabeça ou no corpo inteiro. A FIFA se preocupa com isso? Não tá nem aí. Se estivesse realmente preocupada com a situação das mulheres no futebol, ameaçaria banir a seleção masculina ou proibir os clubes daquela federação de participarem em competições internacionais.

As feministas iranianas (sim, porque mulher que joga futebol no Irã pra mim é feminista, independente de ter uma carteirinha ou assumir publicamente essa condição) conseguiram a duras penas (porque vocês não acham, sinceramente, que os aiatolás as estão apoiando, né? Muito pelo contrário, devem estar esfregando as mãos e aproveitando a oportunidade para detonar de vez o futebol feminino no Irã) montar uma seleção e se classificar para uma competição internacional. O que é que o civilizado Ocidente faz em reconhecimento pelo seu esforço e sua luta contra o establishment do próprio país? As bane das competições internacionais!

P.S.: sobre as iranianas e a paixão pelo futebol, há o filme Offside de 2006.

Daní Montper disse...

É muito fácil nós criticarmos mulheres vítimas que não buscam sair do ambiente em que é agredida, afinal, não estamos no lugar delas e, portanto, não podemos afirmar que se fosse conosco com certeza faríamos algo contra as proibições, principalmente quando a nossa simples manifestação contra todo um sistema pudesse nos levar à morte, como ocorre em muitos países muçulmanos.
Para mim, só pelo fato de essas mulheres estarem jogando futebol, mesmo tendo que estar cobertas devido a cultura religião, já é uma vitória e demonstra uma enorme coragem, e por isso tem o meu apoio.

Letícia Rodrigues disse...

Denise,

Vc achar que um determinado comportamento é ridículo é uma coisa, querer que seja proibido é outra. Não querer falar com um certo tipo de pessoa é uma coisa, achar que elas devem ser impedidas de exercer uma profissão é outra.
Acho que a partir do momento em que cobrir os cabelos não atrapalha ninguém a jogar futebol - tanto que o Ronaldinho Gaúcho o faz só por estilo - as iranianas deviam poder fazê-lo. Até pq, simplesmente cobrir os cabelos não é uma manifestação explicitamente religiosa, como rezar em campo, por exemplo.

É verdade que se vc for a Europa vc pode fazer top less se quiser. Mas se vc quiser usar a parte de cima do biquíni, ou até um maiô, em uma praia europeia em que a maioria das mulheres esteja fazendo top less, ninguém vai te proibir de fazê-lo, ou te recriminar por isso.

Da mesma maneira, acho que uma muçulmana que viva no ocidente e queira cobrir os cabelos em público não deve sofrer nenhum tipo de recriminação por isso. Vc tem o direito de não falar com elas, mas não pode querer impedi-las de circular livremente vestindo o que escolheram vestir. E é forçar muito a barra dizer que ao cobrir os próprios cabelos ela está querendo impor sua religião para os outros.

Parece que vc acha que é papel do ocidente dificultar ao máximo a vida dessas mulheres até que elas se sintam obrigadas a deixar de seguir o islamismo e usar o véu, mesmo quando seguir essa religião é uma escolha. Pra mim isso é intolerância religiosa. Não gosta de muçulmanos? Não fale com eles. Mas permita que eles vivam da forma com escolheram.

Devemos nos preocupar em combater a opressão naqueles países onde as pessoas não tem liberdade de escolha. Mas não acho que sanções que prejudicam mais o povo do que a elite que está no poder - o que seria o caso de um banimento das iranianas das competições - sejam a melhor maneira de fazê-lo.

Não acho que as religiões precisam sumir da face da Terra para que não sirvam mais como instrumento de opressão ás mulheres. Países cristãos já queimaram mulheres consideradas bruxas por transgredir regras de conduta. Não foi preciso que o cristianismo acabasse para isso mudar.

Já citei o caso do Afeganistão, onde o islamismo não impedia que mulheres estudassem e trabalhassem fora, até que os fundamentalistas chegaram ao poder. A maioria dos países muçulmanos onde se apedrejam mulheres hoje em dia já tinha evoluído bem mais em relação aos direitos das mulheres. Com o fundamentalismo houve uma retrocesso.

Esses grupos fundamentalistas costumam chegar ao poder em meio a crises político-econômicas graves, nas quais o ocidente costuma ter culpa. Atirar na religião para combater todos os problemas gerados por ditaduras fundamentalistas é atirar no alvo errado. E dizer que ditadores só chegam ao poder pq o povo se acovarda é simplificar demais as coisas.

Será que a America Latina está tão a frente de outros países do mundo em relação aos direitos humanos? NO Brasil ainda exite até trabalho escravo!

Se EUA e Europa estão a frente do resto do mundo no que diz respeito a direitos humanos, é pq exploraram outros países economicamente. Está tudo relacionado. O mundo é um só.

Liana hc disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Liana hc disse...

ops, fui corrigir o texto e apaguei demais

Sobre a hijab que citaram, elas trocaram por uma espécie de touca e mesmo assim a FIFA manteve a proibição. Se outros jogadores podem usar no frio acho que podiam bem muito deixar passar essa.

Sara disse...

Liana, Leticia , Patrick, e Dani
De tudo o que vc opinaram sobre o assunto das muçulmanas participarem dos jogos, usando um uniforme especial, a única coisa valida e que me causa preocupação é que realmente possa ter sido bem difícil para as jogadoras desses países chegarem a um mundial, por tudo o que sei sobre a descriminação das mulheres nessas sociedades, não deve ter sido nada fácil que elas tenham conseguido chegar até uma seleção em países assim.
E realmente deve ser muito frustrante chegar até ali e não participar, mas tem que haver meios de pressionar esses países para que essa descriminação da mulher acabe por isso achei certa a posição da FIFA.
Não sei qual mal é maior sinceramente, porque tolerar as exigências desses grupos islâmicos e religiosos, não me parece correto, a religião em geral causa muita desunião no mundo inteiro, e tem que ser contida, não é mais possível ficar agüentando manifestações de homofobia, intolerâncias, a crassa injustiça com as mulheres, o mal trato de animais em sacrifícios sangrentos, e um monte de barbaridades que as religiões praticam ainda por cima de baixo de uma capa de moralidade.
Por isso entendo o que a Denise expos, sobre não ter paciência com quem é religioso, e não aceitar demonstrações de religiosidade em competições.
Vc diz que se deve respeitar quem pratica essa religião islâmica, pois pode ser de livre e espontânea vontade da mulher que a pratica, me desculpe, mas eu não consigo entender como uma mulher com acesso a informação pode optar sem nenhuma pressão por viver sobre essas regras.
Não faço negócios com essas pessoas, podem me chamar de preconceituosa quanto quiserem, mas não realizo negócios com eles, já cheguei a sair de um comercio, e expliquei o porquê o fazia para o próprio comerciante, não quero que o dinheiro que eu gaste num comercio assim vá parar nas mãos de, Al Qaeda, Hamas, Jihad, hisbollad, e coisas do gênero.
Como já falei sou radicalmente contra essa religião, e de mim eles nunca terão o menor respeito. Mas sei que estou num pais democrático e sou obrigada a conviver com essas pessoas.
Agora qualquer movimento de que eu seja informada, para conseguir estabelecer os direitos humanos nesses países eu participo, assino petições quando estão para apedrejar alguma coitada que tenha sido vitima da INJUSTIÇA, desses países, enfim qualquer coisa que estiver no meu alcance para que um dia a discriminação da mulher acabe de vez nesses lugares.

Letícia Rodrigues disse...

denise,

Sim, devemos buscar todos os meios de acabar com a discriminação das mulheres em países como o Irã. Por isso, acho a decisão da FIFA de impedir a seleção feminina do Irã de jogar errada, já que a unica coisa que se consegue com isso é tirar mais espaço das mulheres iranianas. Os verdadeiros responsáveis pelos crimes contra as mulheres no Iran muito provavelmente adoraram a medida. Depois, se o objetivo fosse combater a ditadura iraniana, a FIFA deveria impedir a seleção masculina do Iran de jogar também, né?

Vc tem todo o direito de não fazer negócios com muçulmanos. Mas ver todo muçulmano como um possível contribuinte de grupos terroristas é tão preconceituoso quanto ver todo favelado como possível traficante.

Combater machismo com discriminação religiosa é um paradoxo.

Luiz Prata disse...
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Denise disse...

Eu acho que se os Romanos tivessem side menos tolerantes com os ignóbeis cristãos nos primeiros séculos do cristianismo (não concordo com a matança nas arenas, antes que me acusem disso), nós enquanto ocidente poderíamos ter escapado dos 800 anos de idade das trevas.
O islamismo do jeito de hoje me lembra justamente o início do cristianismo. Uma seita totalitária que quer impor seus costumes e crenças bárbaros. Aí, como os Romanos, em nome da liberdade religiosa (pois eles eram assim, conquistadores mas não impunham a religião romana em povos conquistados), aceitaram a corja que eram os cristão daquela época.
E agente, hoje, não aprende nada com a história.
Então combater o machismo é um dos aspectos do combater a uma religião opressora.
Paradoxo para mim é querer mudar a língua de trocentos anos para deixar de incluir a mulher no gênero masculino, mas aceitar e validar a símbolos de opressão só por que é religião.

Letícia Rodrigues disse...

Denise,

A seleção de futebol feminino do Irã, com a cabeça coberta ou não, não é um símbolo de opressão, e sim um símbolo de resistência e luta contra a opressão. Sua eliminação das olimpíadas foi uma derrota para as mulheres iranianas, e uma vitória dos fundamentalistas.

Você está lutando contra as religiões, não contra o machismo e a tirania contra a mulher.

Acabar com o islamismo não vai acabar com os problemas econômicos, sociais e humanitários do oriente médio. Consequentemente, não vai acabar com a barbárie.

A ditadura chinesa não está atrelada a nenhuma religião e é tão tirana e desumana quanto as ditaduras fundamentalistas.

A barbárie no oriente médio vai acabar quando esses países tiverem um estado laico e democrático, e estabilidade econômica e social.
Nessas circunstancias, o fato da maior parte da população de um país ser muçulmana nunca será um problema.

E os romanos perseguiram - e muito - os primeiros cristão, inclusive jogando-os aos leões nas arenas. Esse martírio público de cristão só atraiu mais gente para o cristianismo.

Daní Montper disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daní Montper disse...

Crença é algo muito íntimo para a gente recriminar, e se formos parar para analisar todas as religiões, não tem nenhuma que não seja opressora em algum nível, e claro que umas serão mais que outras.

Existem mulheres ocidentais que conhecem essas religiões opressoras e são de países em que possuem vários direitos que não teriam se fossem de determinados países, mas se convertem para essas religiões que as oprimem, normalmente por 'amor' ao marido se convertem. São loucas? Bom, elas têm o direito de serem e fazerem isso, por mais que não gostemos, como elas têm o direito de se arrependerem disso tanto quanto de serem felizes com essa escolha que não foi imposta.
Homens também são oprimidos em muitas religiões, alguns tiveram a escolha de seguir essa crença e outros não. Além disso, nem todo país opressor é religioso.

Enfim, como agnóstica ateísta, nenhuma religião ou credo faz sentido para mim, mas eu defendo o direito de as pessoas que veem sentido e seguem tenham o direito de fazê-lo sem serem discriminadas por isso, e não será eu discriminando e rechaçando essas mulheres e homens que eu serei melhor do que a crença opressora deles.

Claro que devemos lutar por mulheres que sofrem qualquer tipo de violência psicológica e física, mas não são todas que professam alguma fé que sofrem violência, existem atéias que sofrem violência doméstica também, como existem mulheres que são religiosas que têm um ambiente familiar saudável, e por isso não podemos generalizar, pois é perigoso, senão, daqui a pouco vão querer exterminar todos que professam islamismo (ou outra religião que acharem maligna) e estaremos próximos de um novo holocausto.

Dito isso, não vejo como a gente vai recriminar o Irã pelo modo como tratam suas mulheres proibindo que elas joguem futebol apenas por estarem cobertas, não há lógica nisso do ponto de vista do feminismo libertário. Não dá para mudarmos tudo de uma hora para outra, radicarlizarmos, ninguém vai do 0 ao 100 como passe de mágica (de totalmente oprimido para totalmente livre), as coisas devem ser conquistadas conforme tivermos brechas se quisermos que as mulheres entendam que seu valor é muito maior do que a vida que lhes forçaram a ter lhes dão.

Agindo assim, daqui a pouco estaremos que nem os EUA que dizem abrir guerra e massacrar uma monte de gente de x país para libertar o povo... alguém sabe se algum país em que os EUA fizeram isso é livre, democrático, igualitário?

Mirella disse...

Lola,


Aproveitando o gancho deste post, a Fifa aprovou que as mulheres usem burca no futebol feminino:
http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=317233
Será que agora vai?