A atriz Geena Davis, que sempre esteve na minha mais alta conta (desde O Turista Acidental, e conquistando todo meu coração com Thelma & Louise; alguém se lembra dela em Tootsie, seu primeiro filme?), acabou de subir um pouco mais. Descobri que ela fundou um centro de estudos, o Instituto Geena Davis de Gênero na Mídia, para analisar a subrepresentação de mulheres no cinema para toda a família (eufemismo para cinema infantil). Nesses filmes, dos 5,554 personagens analisados, 71% são masculinos. Como Hollywood é um lugar totalmente dominado por homens (são homens 93% dos diretores, 87% dos roteiristas, 80% dos produtores), os gostos e valores desses caras brancos e héteros é que vão parar nas telas. Quando há uma roteirista mulher na jogada, as chances de uma personagem feminina de destaque ser incluída na trama aumentam bastante.
Numa entrevista que Geena deu ao New York Times em dezembro, ela afirma que se orgulha dos papéis que escolheu na sua carreira (“A única dona de casa que já interpretei foi em Os Fantasmas se Divertem”, diz ela, “e ela estava morta”), e que seu critério para essa escolha é “As mulheres se sentirão bem em relação a ser mulher quando saírem do cinema?”. Ao assistir filmes pra crianças com a filha pequena, Geena notou que a mesma falta de proporção que vemos no cinema adulto se mantém no infantil.
Os filmes pesquisados incluem desenhos animados, aqueles em que a gente só tem como saber que um bicho falante em duas patas é mulher pela voz e pelos longos cílios. Ou porque ela desperta alguma paixão no protagonista masculino.
Geena dá um exemplo de uma pequena vitória que alcançou. No primeiro Stuart Little, há uma cena (que eu não lembro de jeito nenhum) em que crianças usam um controle remoto para dirigir barquinhos num lago no Central Park. O diretor assistente era quem estava escolhendo os extras para compor a cena. Ele escolhia um menino, dava um controle-remoto pra ele, aí escolhia uma menina, e a colocava atrás do menino. Ou seja, aquele velho clichê de que meninos fazem coisas, enquanto meninas veem e torcem pro que os meninos fazem. Na ocasião, Geena foi até o assistente e sugeriu que ele desse metade dos controles remotos para as meninas. A resposta dele: “Puxa, que boa ideia! Por que não pensei nisso antes?” É, por quê, né? Até em cenas onde há multidões, o Instituto de Geena descobriu, apenas 17% dos extras são meninas. E em 25% das vezes essas meninas estão usando roupa curta, colante, ou reveladora demais.
Com alguns dados preliminares em mãos, Geena foi conversar com roteiristas, animadores e atores sobre esses resultados. Segundo ela, eles ficaram chocados. Eles (e todo mundo) desconfiavam que havia poucas protagonistas mulheres, mas não que havia tão poucas mulheres em geral nos filmes. Geena espera que, a partir de agora, o que esses caras costumam fazer (folhear um script se perguntando “tem algum personagem aqui que possa ser feito por um negro ou oriental?”) inclua também a questão “será que esse personagem pode ser mulher?”.
Pra quem está dentro do grupo privilegiado, não faz a menor diferença que 70% dos personagens em filmes infantis sejam homens. É até bom! Mas é relevante pensar em como essa subrepresentação afeta as meninas vendo tais filmes. O excelente documentário The Celluloid Closet, sobre o retrato que Hollywood pinta dos gays, entrevistou dezenas de pessoas homossexuais que trabalham no cinema. E todas elas diziam que era péssimo crescer sem se ver representada num meio de comunicação de massa como o cinema e a TV. Ou, quando havia um personagem gay, ele era sempre uma caricatura, um chiste, ou um vilão. Assim como as meninas negras aprendem já com dois, três anos de idade que seu cabelo é feio e ruim e precisa ser corrigido, as meninas em geral percebem que são secundárias. Elas entendem a parte que lhes cabe deste latifúndio.
Acho que nunca falei do Bechdel Test. Não é bem um teste, é só um motivo pra uma personagem de quadrinhos lésbica ir ao cinema. Pra que um filme mereça que ela o veja, ele precisa 1) ter pelo menos duas personagens femininas, 2) que falem uma com a outra, 3) sobre algo que não seja um homem. Por incrível que pareça, há inúmeros filmes importantes que não passam no teste (aqui um breve vídeo explicativo em inglês). E esses simples requisitos não significam que o filme seja bom ou feminista (pense em Sex and the City e praticamente todas as comédias românticas), apenas que ele tem pelo menos duas personagens com uma vida um tantinho mais completa.
Mas tem uma turminha que não liga pra nada disso. Eles repetem, como se fosse um mantra, “é só um filme”, “é só um livro”, “é só um comercial”, “é só uma palavra”. Pois é, é só a vida inteira.
Numa entrevista que Geena deu ao New York Times em dezembro, ela afirma que se orgulha dos papéis que escolheu na sua carreira (“A única dona de casa que já interpretei foi em Os Fantasmas se Divertem”, diz ela, “e ela estava morta”), e que seu critério para essa escolha é “As mulheres se sentirão bem em relação a ser mulher quando saírem do cinema?”. Ao assistir filmes pra crianças com a filha pequena, Geena notou que a mesma falta de proporção que vemos no cinema adulto se mantém no infantil.
Os filmes pesquisados incluem desenhos animados, aqueles em que a gente só tem como saber que um bicho falante em duas patas é mulher pela voz e pelos longos cílios. Ou porque ela desperta alguma paixão no protagonista masculino.
Geena dá um exemplo de uma pequena vitória que alcançou. No primeiro Stuart Little, há uma cena (que eu não lembro de jeito nenhum) em que crianças usam um controle remoto para dirigir barquinhos num lago no Central Park. O diretor assistente era quem estava escolhendo os extras para compor a cena. Ele escolhia um menino, dava um controle-remoto pra ele, aí escolhia uma menina, e a colocava atrás do menino. Ou seja, aquele velho clichê de que meninos fazem coisas, enquanto meninas veem e torcem pro que os meninos fazem. Na ocasião, Geena foi até o assistente e sugeriu que ele desse metade dos controles remotos para as meninas. A resposta dele: “Puxa, que boa ideia! Por que não pensei nisso antes?” É, por quê, né? Até em cenas onde há multidões, o Instituto de Geena descobriu, apenas 17% dos extras são meninas. E em 25% das vezes essas meninas estão usando roupa curta, colante, ou reveladora demais.
Com alguns dados preliminares em mãos, Geena foi conversar com roteiristas, animadores e atores sobre esses resultados. Segundo ela, eles ficaram chocados. Eles (e todo mundo) desconfiavam que havia poucas protagonistas mulheres, mas não que havia tão poucas mulheres em geral nos filmes. Geena espera que, a partir de agora, o que esses caras costumam fazer (folhear um script se perguntando “tem algum personagem aqui que possa ser feito por um negro ou oriental?”) inclua também a questão “será que esse personagem pode ser mulher?”.
Pra quem está dentro do grupo privilegiado, não faz a menor diferença que 70% dos personagens em filmes infantis sejam homens. É até bom! Mas é relevante pensar em como essa subrepresentação afeta as meninas vendo tais filmes. O excelente documentário The Celluloid Closet, sobre o retrato que Hollywood pinta dos gays, entrevistou dezenas de pessoas homossexuais que trabalham no cinema. E todas elas diziam que era péssimo crescer sem se ver representada num meio de comunicação de massa como o cinema e a TV. Ou, quando havia um personagem gay, ele era sempre uma caricatura, um chiste, ou um vilão. Assim como as meninas negras aprendem já com dois, três anos de idade que seu cabelo é feio e ruim e precisa ser corrigido, as meninas em geral percebem que são secundárias. Elas entendem a parte que lhes cabe deste latifúndio.
Acho que nunca falei do Bechdel Test. Não é bem um teste, é só um motivo pra uma personagem de quadrinhos lésbica ir ao cinema. Pra que um filme mereça que ela o veja, ele precisa 1) ter pelo menos duas personagens femininas, 2) que falem uma com a outra, 3) sobre algo que não seja um homem. Por incrível que pareça, há inúmeros filmes importantes que não passam no teste (aqui um breve vídeo explicativo em inglês). E esses simples requisitos não significam que o filme seja bom ou feminista (pense em Sex and the City e praticamente todas as comédias românticas), apenas que ele tem pelo menos duas personagens com uma vida um tantinho mais completa.
Mas tem uma turminha que não liga pra nada disso. Eles repetem, como se fosse um mantra, “é só um filme”, “é só um livro”, “é só um comercial”, “é só uma palavra”. Pois é, é só a vida inteira.
55 comentários:
A gente está tão acostumada a não notar essas grandes disparidades e vê-las como um fato da vida que acaba sempre por isso mesmo. E ai daquela que ousa apontar essas disparidades! Vai ser vista como "se fazendo de vítima", como disse o @chavao em um outro post seu.
Texto interessante. Não tinha reparado que mulheres eram tão pouco representadas em filmes.
Esse teste Bechdel é interessante, o problema é que ele não é muito preciso. Ele coloca nomesmo patamar filmes que deviam ter mais alguma participação ativa feminina, como "Tomb Raider" e outros q simplesmente contam histórias de homens, como "Entrevista com o vampiro" ou "O show de Truman. Só agora é q eu percebi q, apesar de a protagonista de Tomb Raider ser mulher, ela é a única, cercada por uma turba de marmanjos. FAILíssimo.
Agora não se pode colocá-lo no mesmo patamar de "Entrevista". Este foi baseado num romance escrito por uma mulher e tem personagens bissexuais (o filme ñ mostra mt isso). Nem todos os filmes precisam contar histórias de mulheres, ou ter personagens femininas ativas na trama. Se a autora escolheu personagens homens, ela é machista por causa disso? Isso tb não quer dizer q esses filmes falem apenas sobre homens ou assuntos de homens.
O teste apenas abre o olho sobre a exclusão das mulheres na indústria do cinema, mas não é critério para dizer que o filme é machista.
A Geena Davies fundou um centro de estudos com a temática feminina?
Puxa!
Contudo,elevar a quantidade de representantes femininas nesses filmes deve ser equivalente à importância que lhes é atribuída,obviamente.
Pois seria irrelevante escalar mais mulheres,sendo que suas funções se limitassem a incorporar personagens secundárias e impregnadas de estereotipações:a frágil que é salva por um macho,a mãe dócil que é salva por outro macho,e,claro,a irmã do macho heróí que também é protegida por ele.
Além das vilãs,e as provocadoras,mentirosas,venenosas;em qualquer circuntância,desde uma comédia banal até um estrondoso épico.Por que"A mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no mundo"(Confúcio),né?
Lógico que eu não esqueci das descendentes de Eva,e daquelas reduzidas a um par de seios,nádegas e vagina.
Tarefa penosa.
ALINE
Muito bom o video do Feminist Frequency! Adoro os comentarios da Anita Sarkeesian, sao sempre interessantes, perspicazes e bem documentados.
Li ha um tempo atras um artigo no "Sociological Images" sobre o fato de que todas as animaçoes da Pixar sao protagonizadas por personagens masculinos. A figura feminina simplesmente inexiste ou é acessoria (interesse romântico do personagem principal). Podem contar: Toy Story, Vida de Inseto, Monstros, Procurando Nemo, Carros, Ratatouille, Wall-E, Up... A grande parte das demais animaçoes americanas seguem o mesmo esquema. À exceçao das princesas da Disney, nao existem personagens femininas. Podem verificar!
http://pt.wikipedia.org/wiki/DreamWorks_Animation
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pixar
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Disney_theatrical_animated_features
De fato, enquanto os meninos têm uma enorme variedade de modelos e de representaçoes no cinema, as meninas ficam restritas às princesas...
O cinema de outros paises felizmente oferece alguns exemplos na direçao contraria. Penso especialmente na obra do diretor japonês Miyazaki, que conta com uma maioria de pers. femininas protagonistas em suas animaçoes: Nausicca, Kiki la petite sorcière, Mon voisin Totoro, O castelo andante, Princesa Mononoke e, claro, A Viagem de Chihiro.
Ops,escrevi errado:é Davis,tô meio sonolenta hoje...
ALINE
Por que será que a série que a Geena Davis protagonizava como presidente dos EUA só durou 1 ano?
Na minha infância eu nunca percebia a falta de mulheres, eu me identificava com os personagens masculinos sem distinção, ou então quando eu um jogo só havia um personagem, e não falavam explicitamente o sexo dele, eu achava ingenuamente que era uma mulher de cabelo curto.
No fim da infância eu comecei a perceber a falta de mulheres, e que as poucas mulheres que tinham eram frágeis, inúteis para a trama ou apenas um interesse romântico, então eu comecei a me irritar, e a dar muito valor aos poucos filmes, desenhos ou animes que valorizassem as mulheres.
Eu gostaria de citar dois animes, inclusive:
Avatar, um anime americano, o protagonista e o principal vilão são homens, mas fora isso, o anime é bastante feminista: Logo nos primeiros episodios aborda o machismo de um dos personagens, o critica e o desfaz, mostrando como é algo tolo. O protagonista tem 3 mestres ao longo da história, duas mulheres, que inclusive fazem parte do grupo, e são muito fortes, importantes e possuem personalidades bem diferentes do esteriótipo. Um das principais vilãs é uma mulher, com mais duas amigas que também são fortes vilãs na história, mas elas são fortes e espertas, e não "venenosas e cruéis". Eu acho interessante que até mesmo quando se mostra um "amontado" de gente em um exército, o anime faz questão de mostrar um número similar de homens e mulheres. Há 4 nações no anime, sendo que o grau de machismo varia entre elas, há uma em que não se nota machismo (A filha é preferida para herdar o trono ao invés do filho, por ser considerada um gênio, por exemplo). Enquanto em outra nação os homens são os guerreiros e as mulheres as curandeiras, mas nessa nação o anime fez questão de mostrar uma das personagens rompendo essas barreiras e se tornando uma poderosa guerreira, mostrando o quanto aquilo era injusto.
Esse anime realmente me tocou muito, inclusive eles vão lançar uma continuação, em que a protagonista será uma mulher!
Foi um dos animes mais vistos nos EUA, acho um exemplo importante para as crianças e adolescentes que assistiram, especialmente para as garotas.
O outro anime eu vou citar brevemente, já que já escrevi muito:
Fullmetal Alchemist Brotherhood, foi escrito por mulher, talvez por isso hajam tantas mulheres importantes: uma mecânica genial, uma general de guerra, uma atiradora de elite, outras mulheres corajosas, inteligentes e competentes. Embora novamente o protagonista e vilão principais sejam homens.
Ambos os animes que citei ganharam diversos prêmios... Eu realmente gostaria de ver mais filmes, desenhos, seriados, jogos e animes com personagens femininas importantes.
Embora sobre FMA, certa vez eu li uma mulher russa, que eu admirava, reclamando das mulheres do anime serem "mulheres com pênis" (minha tradução), que ela não gostava desse tipo de mulher... Esse comentário foi uma surpresa para mim, vindo de uma mulher...
Os animes são exemplares sobre mulheres em papéis importantes. Meu filhoestá crescendo vendo as animações do Studio Ghibli, dodiretor Hayao Myiasaki. As produções do Studio Ghibli tem muitas,muitas mulheres- a maioria dos desenhos tem mulheres no papel principal. Inclusive emMeu vizinho Totoro, que tem algo de auto-biográfico em relação ao Myiazaki, ele usou como "alter ego" dele uma menina.
Mas querem ter uma noção do quanto o cinema em Hollywood é machista?
QUando Nausicaa from the valey of wind foi lançado nos EUA, eles cortaram 1/4 do filme, rebatizaram como Warriors of wind e transformaram o "sidekick" da Nausicaa em personagem principal, pq não pegava bem uma menina tão forte no papel principal! Transformaram ela em princesa indefesa!
_Eu recomendo asproduções do Studio Ghibli para quem procura desenhos, que não são infantis, são mesmo para toda a família, com personagens principais que são mulheres e meninas, de todos os tipos.
Acho que é por essas e outras que agradeço ao fato de ter visto certos animes quando era criança e ver até hoje aliás...
Não que a representação das mulheres na animação japonesa seja beeeem melhor que a americana, mas as chances das meninas serem mais do que princesas a serem resgatadas ou parceiras amorosas é bem maior nos animes, mas sempre há exceções, como avatar, que a Jéssica disse.
Na minha infância e pré-adolescência eu gostava bastante das animações no estilo guerreiras mágicas como Sailormoon, Sakura Card Captor ou Guerreiras Mágicas de Rayearth... Lógico que sempre tinha uma que estava mais preocupada em arrumar um namorado do que salvar o mundo, mas só a ideia de 'Elas estão lutando, não tem ninguém fazendo isso por elas!' me deixava feliz :3 Além de quando aparecia o parceiro amoroso... não tinha nada de "amor a primeira vista", os personagens tinham que construir um relacionamento, nada de menino salva garota > garota se apaixona > garoto pede pra namorar a garota > eles vivem felizes pra sempre. Aliás, poucas eram as vezes que o menino salvava a guerreira, na maior parte das vezes era um trabalho conjunto :D Ou é pelo menos é isso que eu lembro @_@
Lógico que eu tinha uns 8,9 anos nesse tempo e não pensava papeis de gênero, mas detestava quando a menina ficava só assistindo ou tinha que ser salva.
No Japão existe todo um segmento de mangá (quadrinhos japoneses) dedicados as meninas e mulheres, o mais popular é o shoujo mangá que geralmente tem protragonistas mulheres e tem um segmento em especial que é o de mahou shojo (garota mágica) que trás sempre uma garota que recebe poderes mágicos para enfrentar o mal, tipo Sailor Moon, Rayearht, Sakura Card Captor etc. Sem contar nas obras do Hayao Miyazaki (Meu vizinho Totoro, Nausicaa do Vale dos ventos, e Kiki's delivery service). Tem também os supersentai -que eram exibidos aqui no Brasil pela Manchete- onde um gupo de jovens luta contra o mal sempre tendo 1 ou 2 garotas que lutam de igual pra igual com os meninos. Se quiser souber mais sobre shoujo mangá, elia esse blog http://shoujo-cafe.blogspot.com/
É difícil encontrarmos guerreiras que são, de fato, guerreiras. Claro, isso na vida real é bastante comum. A mulher tem se tornado cada vez mais independente e alguns estúdios estão de olho nisso. Acompanho filmes, animes, mangás, doramas, dentre outras coisas e, realmente, o homem quase sempre se sobressai perante a mulher [na visão do autor (a)]. Mas, especialmente nas animações japonesas, afirmo com convicção que muitas mulheres são retratadas como tomadoras de decisão, corajosas e inteligentes. É muito bom saber que existem mentes conscientes de que a mulher é tão boa como o homem, e que pode oferecer o que ele oferece e, quase sempre, com mais sensiblidade.
Ótimo post.
Beijos =)
Adorei a notícia, mas gostaria que ela fizesse isso não somente com filmes infantis, mas em geral.
Acho que acabei de descobrir porque sempre que vejo um filme com protagonista feminina, que não seja comédia romântica, eu tenho a impressão que estou vendo algo novo, diferente... É porque é mesmo raro. Foi a impressão que tive ao ver Cisne Negro.
Ah, e fiz o teste e acabei descobrindo que todos os filmes que vi no cinema até hoje correspondem aos critérios do teste. Só que não é pra comemorar, porque apesar de adorar filmes, foram poucos até hoje que vi no cinema. Acabo vendo mais em casa mesmo.
Muito bom o artigo.
Tenho 23 anos e Também cresci vendo desnehos japoneses e lendo mangás.
na Disney,a única heroína não-princesa que eu lembro é a Lilo do Lilo & Stitch. Ela é uma garotinha havaiana criada pela irmã mais velha, que é super batalhadora.
Nos desenhos que passam de manhã, tem a Juniper Lee, que herda poderes sobrenaturais de sua avó. Ela é bem forte, corajosa, só usa calças e não liga tanto assim pra aparência. =D
Tem também a sidekick do Ben 10, que parece ser bem importante. Meninas Super Poderosas e Três Espiãs Demais, mas não gosto desses.
Ah, tem um episódio de Hey, Arnold que a Helga sonha que vira presidenta dos Estados Unidos, é bem legal... as muheres desse desenho também costumam ter maior importância, principalmente a avó do menino.
Sobre shoujos, tem alguns que eu adoro, como Nana, um mangá bastante realista, com personagens mulheres interessantes, boa história, etc...
Mas ao menos dos que eu vi, muitos se prendem na idéia de uma garota colegial que tem dois caras que gostam dela, sendo que a garota geralmente é "pura" (nem pensa em transar com um deles), e a garota não costuma ser forte, determinada ou inteligente. (Isso na linha das colegiais, também tem a das guerreiras, que já comentaram e costuma ser mais interessante)
Sobre o "que bom que eu cresci vendo animes", que eu li em algum comentário, isso me lembra um capítulo que eu li sobre bullying em um livro de psicologia que falava sobre filhos.
Os dados que eu citar vão estar levemente distorcidos, minha memória não é muito boa.
Constatação do capítulo: Os casos de bullying em colégios triplicaram nos últimos anos.
Decidiram pesquisar as causas nos desenhos animados.
Influência dos desenhos violentos na atitude violenta das crianças: cerca de 5~10%
Influência de desenhos que contenham atitudes socialmente violentas (como insultar, humilhar, etc...) nas atitudes de bullying das crianças: 70~80%!
A explicação: Nos desenhos com temática escolar, entre outros, normalmente acontece alguma confusão ou intriga entre os personagens, que perduram por todo o episódio e só são resolvidas no final. Mas as crianças não assimilam o "no final, tudo acaba bem", elas assimilam o exemplo mostrado durante a maior parte do episódio. E repetem isso com os colegas na escola.
Não acredito que essa seja a única causa, mas as conclusões dessa pesquisa me parecem bastante relevantes.
E, nesse ponto, fico feliz de ter crescido vendo animes, não desenhos animados comuns, já que os animes focam muito mais em aventuras, amizade e afins, não em intriguinhas entre amigos.
A Jéssica citou Avatar, um dos animês mais feministas que eu já vi. O respeito e igualdade com que as mulheres são tratadas nesse desenho é um exemplo a ser seguido. E anti machista também, porque o personagem principal, Aang, é um garoto doce e pacifista, características que não são consideradas masculinas, mesmo assim, ele é o mais poderoso.
Assisto animes tbm,são bons,mas tbm nao é um mar de rosas para as mulheres.A maioria dos animes de hoje em dia estão repletos de personagens femininas que são somente um par de seios mesmo.A número de animes desse tipo é gigantesco,feito somente para agradar meninos adolescentes e nem são classificados como hentai.Quem assistiu o primeiro episodio de gantz sabe.Uma moça apareceu nua no meio de uma sala cheia de homens(estava desmaiada),logo em seguida foi puxada por um deles que a levou ao corredor com intenção de estupra-la.Tem outro anime cujo foco da historia é um menino que precisa abusar de mulheres para ganhar poderes magicos.Esqueci o nome desse.Enfim,não sei os animes antigos,mas os novos estão cada vez mais estupidos nesse sentido.Os hentai então,sem comentarios.Quanto as animações da disney,acho que foca muito em heroinas vazias,que só tem beleza e são salvas pelo principe,mas tbm tem as otimas heroinas como a Esmeralda(do Corcunda de notre-dame,quase ninguem lembra dela,e olha que é uma personagem totalmente independente,forte e não é branca)Mulan e Pocahontas,são as minhas preferidas :D
ai... posso defender Gantz?
O que ocorre nessa situação é que os os yakuza arrastam a menina, e as pessoas da sala (que estão confusas, acabaram de morrer e foram parar lá) não fazem nada, até que um garoto toma a iniciativa e acaba conseguindo impedir. De certa forma é uma crítica a essa mania das pessoas de não tomarem nenhuma atitude nesses casos.
Gantz é bem erotizado mesmo, e super violento. Mas eu li o mangá e vi algumas coisas que se salvam. O herói, um garoto virgem que é tarado por meninas super peitudas, mais pra frente começa a namorar uma menina completamente diferente do "ideal" e se apaixona. Ele costumava ver as meninas como objetos, e mais pra frente vai mudando e ficando cada vez mais parecido com o amigo dele, que ele achava "bobão" só porque era mais educado, bonzinho e preocupado com as pessoas à sua volta. pElo menos é isso o que eu me lembro, parei de ler a uns anos.
Eu já tinha reparado nessa exclusão faz tempo. Me irritava ver aqueles filmes dos anos 80 no qual as mulheres eram lindas inúteis à espera de salvamento. Pior só meu pai destilando seu machismo: "Mulher só atrapalha! Só grita! Vai fazer merda, como sempre!" Lamentável.
Admiro a iniciativa da Davis e espero que surta efeito. Um dos poucos diretores homens que ainda se preocupam com bons papéis para mulheres em Hollywood (porque fora de lá temos um certo Almodovar que ama mulheres e as honra com ótimos papéis nos seus filmes) é o James Cameron, que sempre coloca heroínas fortes em suas produções. Foi no seu Alien 2 que Ripley chamou a responsabilidade pra si e mandou ver, mas tem outros como "Segredo do Abismo", "True Lies", "Avatar"... mesmo quando o protagonista é homem, as mulheres tem personalidades e anseios. Uma vez ele declarou que jamais faria um filme do 007, porque sempre tinha apenas 2 mulheres e uma delas morria por causa do Bond. Me digam um único filme dessa franquia que não é assim.
Mas sempre tem um filme que marca a gente como um exemplo de terror. Eu já vi vários filmes com mulheres em papéis lamentáveis, mas quando o filme é sobre uma das mulheres mais míticas e famosas da história, mas ela é retratada como uma inútil e louca de pedra, alguma coisa está muito errada. Essa foi a minha impressão de Joana D'Arc do Luc Besson! Ela não era nem guerreira, nem santa, nem porcaria nenhuma! Ela era maluca e ficava sendo protegida pelos soldados homens! Fala sério! Detestei esse filme quando vi!
Eu sempre recomendo os filmes do Miyazaki (inclusive pra Lola!), que além de fabulosos, tem muitas heroínas como protagonistas. Salve Miyazaki-sensei!! E salve as autoras de shoujo mangás, que criaram para nós mulheres histórias inesquecíveis.
Manu,sério que Gantz evolui mais pra frente?Pensei que esse anime não tinha salvação!:D
Pra falar a verdade parei de ver logo no primeiro episodio,achei que era mais um daqueles animes eroticos/machistas que só são um pretesto para ver meninas bonitas fazendo nada alem de serem bonitas.
Devo dizer que me irritei logo nesse primeiro epi pq logo no inicio o personagem principal ficava despindo as mulheres ao seu redor e todos o secundarios eram tão maus e futeis quanto ele.Achei que o amigo dele era só um meio de tirar sarro dos bonzinhos XD
E na cena da sala fiquei com mais raiva ainda.Devo ter julgado mal então,vou dar mais uma olhada,Valeu pela dica.
Uma coisa que eu já tinha reparado é nesse lance de figuração. Como mesmo quando uma cena exigia personagens genéricos em volta, o grosso era homem. Mulheres só eram usadas quando por algum motivo a cena exigisse que fossem mulheres em volta, ou quando uma delas tivesse q fazer algo - uma coisa "de mulher", óbvio.
Um sinal bem óbvio, pra mim, de q faltavam personagens femininos no mundo do entretenimento foram as calouradas do meu curso. Explicando: o pessoal q faz a festa costuma dar um tema e quem quiser vai fantasiado de acordo, só que eu e uns amigos sempre nos vestimos do que a gente está a fim. E sempre me faltou personagem feminino interessante.
Numa delas a gente foi de Piratas do Caribe, minha solução foi arrumar uma roupa de "pirata genérica" (pra quem falar "e a Elizabeth?", a roupa marcante dela é aquele vestidão, e nem tinha como eu usar uma igual). Noutra a gente foi de personagem de videogame e eu me vesti de Solid Snake (mesmo motivo, falta de uma personagem feminina legal). Na última eu ia de centurião romano, mas passei mal na véspera e não rolou.
Só completando o post das fantasias: outro problema das personagens femininas q existem é que ou elas são pamonhas, ou extremamente sexualizadas. E eu não queria me associar a uma coisa e nem outra, sorry.
Pro pessoal que tá falando sobre Gantz, fujam do Anime, ele é terrivel e possui um final completamente imbecil.
O quadrinho é fenomenal e sim, mostra grande evolução e amadurecimento do protagonista, bem como foi dito, de um imbecil egoísta que vê a mulher como objeto, a um sujeito que passa a proteger os demais durante a situação de perigo e namora uma menina que não seria considerada atraente pelos padrões da sociedade.
Sim, existe também uma quantidade absurda de Animes hoje em dia que tratam a mulher como um pedaço de bife, mas sabendo separar, existem quilos que as colocam em uma posição de respeito e igualdade com os homens, não apenas no gênero Shoujo, mas em séries destinadas a homens também.
Quanto a desenhos influenciarem crianças ao Bullying,me parece só mais uma forma de desviar a atenção de um problema real. Lembro de uma amiga de minha mãe que queria abrir um processo contra a Rede Globo, por esta exibir Dragon Ball Z.
Pra quem não sabe, DBZ é um Anime onde um bando de cabeludos extraterrestres espancam outros extraterrestres, andrõides e monstros variados porque... bem, por que não?
De acordo com a amiga da minha mãe, o desenho estava tornando o filho dela violento, o levando a brigar com colegas na escola e a bater na irmã.
Claro, ela não contou na equação as surras que dava no menino pelos motivos mais bestas (derrubar suco no chaõ, por exemplo) e as brigas violentíssimas que ela tinha com o pai do menino na frente dele.
Acredito que o ambiente em que a criança cresce é muito mais responsável por levá-la ao bullying do que qualquer desenho animado ou videogame.
Quanto ao cinema Americano, ele está muito preso a um padrão e os membros da indústria parecem acreditar que seu público só gosta de filmes "de um determinado sabor", qualquer coisa fora da regra corre risco de ser um fracasso.
Como exemplo, cito o primeiro Hellboy. Apesar do título do filme ser do protagonista, que é um demônio de bom coração que adora gatos, há um humano bonitinho no filme, que tenta conquistar a garota por quem hellboy é apaixonado.
Claramente, algum engravatado de Hollywood acreditou que "o público se sentiria desconfortável em ver a moça humana bonita namorando o monstro" e enfiaram este personagem totalmente desnecessário na trama.
Interessante ver que os executivos de Hollywood se esquecem que O PÚBLICO ADORA O QUE É DIFERENTE, e se não fosse assim, E.T não teria feito tanto sucesso.
Diga-se de passagem, o humano "bonitinho" foi limado em Hellboy II, onde o foco ficou nos monstros.
O mesmo pode ser dito do papel das mulheres no cinema. Aparentemente, Hollywood acredita que ninguem, exceto outras mulheres, verão um filme protagonizado por garotas.
Claro, não ajuda que muitos filmes estrelados por mulheres tragam uma imagem ultra estereotipada das mesmas. Isso é outra coisa que deveria ser reavaliada.
Um adendo;não é somente o cinema que exclui mulheres.Novelas também.
As moças sempre recebem retulações carregadas de dicotomia.
As boazinhas são tolas,passivas,generosas em excesso,muito sentimentais,dóceis,meigas,desprotegidas e...virginais.
Por isso,sempre me simpatizo com as vilãs;correspondem a uma imagem da mulher que tem poder e cérebro.São ativas,desenvoltas,confiantes,sagazes,cerebrais,corajosas,possuem personalidade.Personagens de presença!
Mas o público as obeserva como frias,calculistas,imorais,vis.
Situação complicada.
Assistiu a alguma parte de "Insensato Coração",da "plim-plim"?Minha Deusa(!),dá a entendar que todas são interesseiras!E ainda tem uma tapada convicta!
Isso sempre me irritou profundamente.
ALINE
BOm Aline, é de se esperar que isso aconteça com novelas. O público que as consome, em grande parte, espera uma fórmula específica das mesmas. Quando a mudam, a audiência cai.
Lembra de "Torre de Babel", a novela em que explodiam um shopping center? Pois então, o vilão da história ia ser o Tony Ramos, que por sinal, tinha uma irmã homossexual na história.
Público não gostou de tais personagens, que aconteceu? O personagem de Tony Ramos mudou de lado e o vilão passou a ser outro, enquanto a irmã homossexual dele, morreu na explosão do shopping.
Eu acho que Hollywood viaja ao temer sair dos estereotipos, mas novela é uma coisa que VIVE de estereotipos na maioria das vezes. É meio difícil mudar algo que já está tão encrustado na consciência coletiva.
Realmente Lola!As mulheres são pouco representadas e nas representações que aparecem são muitas vezes como a pobre mocinha! Não são todos os filmes, claro, mas a grande maioria coloca as mulheres em papeis de Amélias, que precisam do papel masculino entrando em defesa ou papeis que nos coloque a sombra masculina!! Ótimo o artigo!
"Cinema exclui mulheres" poderia muito bem ser substituído por "Cinema americano exclui mulheres", ou o Instituto Geena Davis fala por todos os cinemas? Não ficou claro em seu post, pois você usualmente fala de cinema americano como o próprio cinema em si.
Antes de tudo, sei que há uma grande probabilidade de a mulher ser subrepresentada no cinema latino, europeu ou asiático, assim como no americano. Minha critica é apenas a sua forma pouco democrática de utilizar o termo "cinema" ao falar de "cinema americano", como se este fosse o representante "mor" de todos os países no que diz respeito.
Poizé, mulheres fortes, ativas ou negras no cinema são um acontecimento. Ainda lembro do tanto que falaram da 1ª princesa da Disney. Já não era sem tempo. Taí, por vezes digo que é só um filme, e eu mesmo esqueço que o cinema tem um poder transformador e que, como a literatura, é uma forma de representação social.
Achei uma coisa curiosa: tantos falando de quadrinhos, mangás e tal e ninguém lembrou de Turma da Mônica. Eu cresci vendo os filmes e lendo os quadrinhos e, apesar de ter umas bobagens sim, no geral é muito legal. Dos personagens principais, duas são mulheres e dois são homens. Eu via muito "A Estrelinha Mágica", "As Aventuras da Turma da Mônica" e o que eu mais amava: "A Princesa e o Robô". Ah, gente. Fofo demais, né? E os temas eram sempre bem infantis, bem inocentes. Ah... Eu gostava demais.
EXTRA EXTRA!!!!
Berlusconi vai passar ao processo ràpido porque a promotora
conclui que as provas de prostituiçao infantil è evidente.
EVVAI!!!!!!!!!!!!!!
Talita
lucas,
vc diz: "Minha critica é apenas a sua forma pouco democrática de utilizar o termo "cinema" ao falar de "cinema americano", como se este fosse o representante "mor" de todos os países no que diz respeito."
Tá, então diz ai pra gente que país é o representante mor do cinema no mundo? Eu achava que era os EUA...
É,Lucas,me explica que eu também quero saber qual é a maior indústria cinematográfica do mundo?
ALINE
Não existe país representante do cinema do mundo, pois cada país tem uma cultura diferente.
Aline, eu não sei qual é a maior indústria cinematográfica. Talvez seja Hollywood em termos econômicos, mas em volume de filmes pode ser que seja Bollywood ou Nollywood, mas isso não importa. De qualquer forma, ser a maior ou a que produz mais não é representar ninguém.
Se assisto 5000 filmes americanos não posso simplesmente sair dizendo que "o cinema" é isso ou aquilo. Isso não é óbvio para vocês?
lucas, não é questão de ser maior, mas de ser o mais representativo. Qd se fala em cinema, vc tem que falar do cinema americano. Infelizmente, ou felizmente, sei lá, são eles que dão as diretrizes e são os filmes deles que são assistidos por milhões de pessoas. O oscar, um premio que eles mesmos dão para eles, é o mais famoso, acompanhado e falado prêmio de cinema do mundo. Ou você conhece algum outro prêmio que a todo ano tenha milhões de espectadores ao vivo?
sacou?
'aiaiai', eu concordo que numericamente Hollywood é mais representativo. Mas estou falando de representação cultural, não numérica.
EXEMPLO: Talvez os filmes franceses, por refletirem a cultura francesa, representem a mulher de um modo diferente do cinema americano.
Cito a França com um exemplo, mas poderia me referir a qualquer lugar.
Eu não queria que toda mulher nos filmes fossem fortes maravilhosas certas de si etc etc. Porque isso nem todas são.
Queria que houvesse várias mulheres, várias personalidades.
ok lucas, mas a questão não é essa. A questão é representatividade. O cinema francês ou o cinema iraniano, ou o argentino não são representativos da indústria e de como essa indústria cultural influencia o mundo todo. A gente poderia fazer uma análise de como os filmes de cada país representam a mulher, isso seria uma outra análise. A analise feita pela Genna e comentada pela Lola refere-se ao cinema como um todo, que é 90% feito ou influenciado por hollywood.
Lucas,pare de tentar relativizar o que não pode ser relativizado.Retorcer dados da realidade a fim de chegar na conclusão desejada é ridículo.O cinema Hollywodiano não difere do cinema europeu ou do asiático neste aspecto.Vai dizer que as mulheres são heroínas nos filmes franceses?Vai carpir moleque!Não fica escrevendo besteira pq é um machinho mordido e acha que "essas feminazis acham problema em tudo".
Ok, então vamos imaginar como seria a conclusão do estudo da Geena Davis sendo que ela baseou seu estudo em Hollywood. Seria algo mais ou menos assim:
"Conforme os dados analisados, este estudo concluiu que, dos 'X' filmes Hollywoodianos, 'Y' filmes subrepresentaram a mulher, o que é um número expressivo. Portanto, o cinema de Hollywood, que é a maior e mais cultuada indústria de cinema do mundo, subrepresenta a mulher."
Esse é o máximo que ela poderia concluir com a metodologia que supostamente adotou e que eu vagamente pude depreender do texto da Lola. Nada de "o cinema subrepresenta a mulher", pois o estudo foi realizado em Hollywood, e não importa se influencia o resto do mundo. Esse é meu ponto e a análise foi essa mesma, pelo que está no texto.
Mas enfim, já deu.
Anônimo, nunca me referi às feministas, respeito-as e tenho consideração. Estou falando de cinema e metodologia científica.
Aliás, eu mesmo mencionei lá encima o seguinte: "sei que há uma grande probabilidade de a mulher ser subrepresentada no cinema latino, europeu ou asiático, assim como no americano. Minha critica é apenas a sua forma pouco democrática de utilizar o termo "cinema" ao falar de "cinema americano", como se este fosse o representante "mor" de todos os países no que diz respeito."
Estou falando respeitosamente. Você não precisa falar dessa maneiro comigo.
Necessário, mais que necessário alertar. É por conta da propagação dessa cultura machista que criamos homens consciente e inconscientemente machistas. Não os culpo por completo, aos contemporâneos. Muitos valores são tão arraigados que passam batido por por eles e muitas vezes, por nós. Tão incurtidos culturalmente que levam à necessidade de criar-se TODA uma instituição para comprovar estatisticamente (velhos dogmas cartesianos) que não estamos lá, em uma porção de sentidos. Que aprendemos ali, inconscientes, o que fazer, o que esperar. O que vestir, o que não querer. Como portar-se. Como sorrir sempre menos que um Sorriso de Monalisa.
Já escrevi algumas fanfics e não vou mentir: tenho um pouco de dificuldade em elaborar personagens femininos.
Não sei se conseguiria elaborar de forma minimamente convicente, por isso que quando uso personagens femininos, uso bem pouco.
A gente vê tanta mulher escritora, fanfic Writer. Seria bom ter mais mulheres como roteiristas em Holywood.
Conto nos dedos as vezes que eu vi um personagem masculino mal elaborado por uma escritora. Mas personagens femininos mal elaborados por escritores homens, é muito comum.
"folhear um script se perguntando 'tem algum personagem aqui que possa ser feito por um negro ou oriental?'"
Talvez a pergunta devesse ser inversa: tem algum personagem aqui que não possa ser feita por uma mulher, um negro, um oriental?
Caso não haja restrições, distribuir os papéis igualmente, ao invés de só cumprir cota.
E, olha, nunca tive a Geena Davis assim tão em conta, mas agora ela com certeza conquistou um espaço no meu coração.
Muito interessante também a abordagem da Adriana (12:26)! Somos bombardeados por essa visão desde crianças também na hora do entretenimento.
"sempre me simpatizo com as vilãs;correspondem a uma imagem da mulher que tem poder e cérebro.São ativas,desenvoltas,confiantes,sagazes,cerebrais,corajosas,possuem personalidade.Personagens de presença!"
Aline,
Eu realmente não consigo simpatizar com as vilãs, especialmente se elas são a única personagem feminina, ou a única com essas características.
Passa a idéia de que mulher inteligente = vilã.
Mulher corajosa? Vilã.
Mulher determinada? Vilã claro!
Mulher com personalidade? Má, muito má mesmo...
Tipo "Entendeu, galera? Mulheres inteligentes, etc não são 'boas'. Portanto, desconfiem delas, afastem-se delas!"
Blanca,
"Eu não queria que toda mulher nos filmes fossem fortes maravilhosas certas de si etc etc. Porque isso nem todas são.
Queria que houvesse várias mulheres, várias personalidades."
Eu não poderia me expressar melhor. Cadê nós, as comuns?
E lembrei de uma animação e um filme dos quais gostei muito e em que os papéis principais eram de mulheres, não apenas a protagonista mas também a(s) coadjuvante(s): "Coraline e o mundo secreto", e "Lado a Lado", com Susan Sarandon e Julia Roberts. É verdade que um tinha mulheres como produtoras, e o outro como roteiristas.
O machismo está presente em toda a sociedade.
Hoje estava vendo o programa da Ana Maria Braga na globo. E vi uma matéria.
Sobre ataque de abelhas. Sabia que apenas menos de 37 por cento dos ataques de abelhas são voltados para a mulher? mais 63 por cento dos ataques são em homens.
Já não é o bastante sermos minoria na politica, nas chefias de empresas, ainda tem mais essa.
Bacana a atitude da Geena Davis.
Só espero que aumentem a participação feminina com papeis mais significativos e menos estereotipados.
Li que comentaram sobre mangas japoneses, os que vi que são para meninos são machistas e objetificam as meninas, e os para meninas só servem para aumentar aestereotipação de que meninas são mais românticas e as heroinas principais são sempre bobinhas, quase burras, mais emoção do que razão, ou seja, não servem como bons exemplos infantis.
Olá Lola! Sou fotógrafa e cineasta em S.J do Rio Preto, SP.
Eu tenho acompanhado seu blog e gosto muito dos seus textos...e esse sobre o cinema eu tenho que comentar.
Aqui em Rio Preto temos uma grupo bem animado (leia: trabalha de graça, só pela paixão) em cinema, já fizemos alguns curtas-metragem e o nosso projeto atual se chama "Colheres". É um filme que fala da solidão da mulher. Mas se fosse só isso, era pouco. A diretora decidiu montar a equipe principal somente por mulheres, e quando me dei conta (quando estava escrevendo isto no meu blog) do quão "diferente" isso soa fiquei chocada. Porque isso AINDA é algo estranho (mas como assim, só mulheres).
Porque um filme somente feito e estrelado por homens é totalmente aceitável e normal né....
Enfim, ainda estamos em fase de pré-produção, mas seria maravilhoso que você conhecesse o projeto.
No meu blog( http://agrandegaia.wordpress.com) eu coloquei um teco sobre a pré-produção...Mas também faremos um blog e tudo mais, para colocar as novidades.
Grandes abraços e parabéns, seus textos são inspiradores!
Assim o cinema exclui as mulheres por que infelizmente não faz igual a muitos desenhos Sailor moon , Sakura Card Captors , Guerreiras Mágicas de Rearth entre muitos outros , ...
Infelizmente, esse post é mais antigo e eu só vi agora. Vou deixar meu comentário, mesmo assim, mas as chances de alguém ler são pequenas. É verdade que nem todo anime retrata bem as mulheres. Tem muito ecchi e fanservice por aí. Mas animes são bem variados, e alguns que eu gostaria de destacar (além de Sailor Moon e Sakura, que são os mais conhecidos) são
- Fairy Tail, um anime bem longo, eu não terminei de ver. É bem conhecido, mas não necessariamente por ser feminista. Mas é. O anime tem muitos personagens interessantes, e as personagens femininas são tão presentes, fortes e interessantes quanto os masculinos.
- Claymore, um anime shounen protagonizado por mulheres. Não apenas a principal, mas todas as guerreiras Claymore são mulheres, e cada uma tem personalidade e estilo de luta próprios. Teresa e Irene são minhas favoritas.
- Fullmetal Alchemist Brotherhood, já foi mencionado em comentários anteriores, então não vou falar muito, mas só quero registrar que apoio as pessoas que o recomendaram
- Madoka Magica, pelos traços do desenho, parece ser um anime fofinho, mas não se enganem. O que eu quero falar é que, além de serem heroínas mulheres lutando o anime todo, o feminismo começa na própria família da protagonista Madoka.
- Mirai Nikki (Diário do Futuro), um jogo de sobrevivência. Yuno foi apresentada como alguém que deveria ser o par romântico do protagonista, mas roubou totalmente a cena. Entre os que a amam, os que a odeiam e os que não tem muita certeza do que sentem por ela, o fato é que ela é muito mais lembrada que o protagonista (inútil) Yuki. E há outros personagens femininos muito interessantes, como Minene, que é a minha favorita.
- Angel Beats. Dos três personagens principais, dois são garotas (e muito mais interessantes que o garoto, Otonashi. Não que eu não goste do Otonashi, eu gosto). É um anime bonito. Tem cenas engraçadas, e outras muito tristes. E eu recomendo não só pelo feminismo, mas pelo anime como um todo.
- Slayers, é um anime mais antigo, protagonizado pela feiticeira Lina Inverse.
- Rosa de Versalhes, mais antigo ainda, é um anime que mistura a história com ficção. Os protagonistas são Maria Antonieta e a personagem inventada Oscar, que foi criada como um garoto por capricho de seu pai, que não conseguia ter filhos homens. O anime mostra a época em que ocorreu a Revolução Francesa.
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