segunda-feira, 17 de julho de 2023

NA ITÁLIA, PASSAR A MÃO POR MENOS DE DEZ SEGUNDOS PODE

Revolta na Itália, com toda razão. Eis o caso:

Em abril do ano passado, uma adolescente de 17 anos estava subindo as escadas ao lado de uma amiga na escola onde estudava, em Roma. O zelador de 66 anos foi por trás, abaixou as calças dela, e pôs a mão na sua bunda e na sua calcinha. Em seguida, disse para a menina: "Amor, você sabe que eu estava brincando".

Ela denunciou o assédio (ou importunação sexual). Um promotor pediu três anos e meio de prisão para o zelador. Mas um tribunal na semana retrasada o absolveu. Os juízes decidiram que não houve intenção de violência sexual (oi?!), e, pior ainda, que não foi crime porque o negócio levou menos de dez segundos. 

Na sentença, os juízes escreveram que o que fez o zelador “não permite a configuração do dolo libidinoso ou libidinoso geralmente exigido pela lei penal". Lembra alguma coisa? Pra mim, lembrou a sentença que absolveu o estuprador de Mari Ferrer, aquela decisão ultrajante do "estupro doloso", ou seja, estupro sem intenção! 

Desde o julgamento na semana retrasada, termos como palpata breve e a tag #10secondi viralizaram nas redes sociais italianas. Um ator, Paolo Camilli (de White Lotus), fez o primeiro vídeo apalpando seu próprio peito e cronometrando 10 segundos. Muitas outras pessoas fizeram o mesmo para protestar e mostrar como 10 segundos é tempo demais para traumatizar alguém pra vida toda. 

A aluna que foi vítima se manifestou, dizendo que "Não pareceu uma brincadeira pra mim", e que sente-se duplamente traída -- pela escola e pelo sistema judicial. 

A decisão dos juízes pode fazer com que meninas e mulheres não denunciem assédio. As estatísticas já são horríveis: cerca de 70% das mulheres que foram assediadas entre 2016 e 2021 não denunciaram, segundo um estudo. 

Obviamente, não é a primeira vez que a "justiça" italiana faz uma barbaridade dessas. Em 2017, na cidade de Ancona, juízas (mulheres!) absolveram dois homens da acusação de estupro porque, segundo elas, que acreditaram na versão dos estupradores, a vítima era muito "masculina" e pouco atraente. A mulher, de origem peruana, voltou para o Peru depois de ser maltratada na cidade por haver denunciado os criminosos. 

Esses casos me fazem recordar o belo hino feminista criado pelas chilenas em 2019, que inclui na sua letra "O patriarcado é um juiz que nos castiga por nascer. E nosso castigo é a violência que você não vê". Não há dúvida: quando a Justiça, que deveria punir estupradores e assediadores, não cumpre seu papel, ela é cúmplice. Como diz o coro da música, "O Estado opressor é um macho estuprador".

14 comentários:

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) Lola eu fiquei revoltada com.este caso mas estou ainda mais chocada com o caso do ex BBB Felipe Prior condenado a 6 anos de cadeia por estupro e ainda em liberdade e pior com.6 milhões de seguidores

c) Não podemos esquecer que ano que vem tem eleições municipais vamos eleger vereadoras progressistas que combatam a violência contra a mulher os coletivos feministas são excelentes alternativas

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://g1.globo.com/google/amp/sp/sao-paulo/noticia/2023/07/16/exclusivo-mulher-que-denunciou-felipe-prior-por-estupro-da-detalhes-da-noite-do-crime-nove-anos-depois.ghtml&ved=2ahUKEwiz87vfnZaAAxVpt5UCHUVDCSEQFnoECEYQAQ&usg=AOvVaw3pWLHYCXFCY3CuVkeQodvP

Relato assustador é um absurdo ele esta solto e pior com 6 milhões de seguidores

Espero que as emissoras tenham vergonha e não o convidem para participar de realitys shows

avasconsil disse...

Em 2013 fui vítima de importunação sexual no trabalho. Um promotor de justiça, na época o braço direito da procuradora-geral, me convidou pra participar de uma comissão. Eu seria o secretário dessa comissão. Quando minha chefe foi embora, ele foi ao gabinete pra a redação da portaria de instauração da comissão. Enquanto ele me ditava o conteúdo do documento, pra eu digitar, pegou nas minhas coxas em direção ao meu pau. Ele estava sentado do meu lado. Foi uma coisa tão repentina que eu fiquei sem reação. Ele só não chegou ao meu genital porque o motorista que trazia e levava minha chefe pra casa voltou ao gabinete pra buscar os óculos dela, que ela havia esquecido. A ação durou poucos segundos, mas foi uma das experiências mais desconfortáveis que já vivenciei. Depois disso, através da minha chefe, fiquei sabendo que o homem era um assediador contumaz. Guardas, motoristas, servidores, ele tinha o hábito de apalpar subordinados... Apenas subordinados, porque sabia que assim sempre se safaria. Um servidor também importunado abriu uma reclamação contra ele na Corregedoria. Não deu em nada. A "punição" dele foi perder o cargo de braço direito da procuradora-geral, e voltar pra a promotoria de onde ele havia saído. Recentemente, faz cerca de um ano, ele foi promovido a procurador de justiça... Vez ou outra fico sabendo de mais alguém que ele assediou. Esse zelador escroto provavelmente é um assediador contumaz também. E teria feito coisa pior com a garota se ela não estivesse acompanhada de uma amiga e num ambiente aberto ao público. Não importa quantos segundos dure a coisa. Se não houver consentimento é importunação sexual. A justiça italiana, em vez de punir, fez foi incentivar o crime. Quando a filha de um desses julgadores for a próxima vítima, aí sim o sistema de justiça vai sentir necessidade de cumprir o seu dever. Bem que quando Elena Ferrante descreve Nápoles, é a cara do Brasil. Vai ver a Itália toda é assim.

Luise Mior disse...

Caso bárbaro, de fato o patriarcado nos viola todo dia, inclusive no Judiciário. Obrigada pelo post Lola.

avasconsil disse...

Na verdade em dezembro faz 03 anos que o escroto tomou posse como procurador de justiça. No começo ele me olhava com um ódio... Eu fui a vítima da importunação. Quem tem o direito de ter ódio sou eu. Mas só tenho antipatia e asco. Mas em 2013, involuntariamente, contribuí pra ele perder o cargo de braço direito da procuradora-geral de justiça. Fui um dos alguns importunados descontentes.... Ela não queria ver o nome dela associado ao de um apalpador contumaz, né? Um homem casado, pai de 02 filhas adolescentes na época. Agora já adultas. Ele fez a merda, mas ficou com raiva de mim por ter desabafando a respeito com minha chefe na época, que colocou a boca no trombone e o prejudicou.

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://oglobo.globo.com/google/amp/brasil/noticia/2023/07/18/mpt-recorre-de-decisao-de-juiz-que-negou-indenizacao-a-domestica-por-entender-que-ela-seria-da-familia.ghtml&ved=2ahUKEwiCreWt_ZqAAxUkpZUCHXR3CcoQFnoECAwQAQ&usg=AOvVaw38OirA2zTmbtrWY_Ncj6Mq

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) Olhe este caso absurdo um juiz negou a indenização a uma mulher que foi escrava doméstica desde dos 7 anos temos muito que lutar no Brasil. O MP recoreu

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://www.otempo.com.br/mobile/sports/futebol/caze-tv-desativa-chat-da-transmissao-da-copa-apos-comentarios-preconceituosos-1.3064338&ved=2ahUKEwiBooqH5Z2AAxWBgpUCHesCAeoQFnoECBQQAQ&usg=AOvVaw1SEtmGFz7QRKytR5SCy0eu

Olha este caso Lola temos muito que evoluir como sociedade

Anônimo disse...

Anônimo das 14:08

Lamentavelmente a chance de vereadores e prefeitos conscientes, reflexivos e preocupados com o bem estar social, sem religiosismos e o toma lá dá cá é muito pequena, principalmente em cidades do interior onde em cada esquina tem uma igreja neopentecostal caça níqueis com seus pastores usurários, porém algumas não tem bibliotecas, é triste, mas a esquerda institucional fez mais isenções para igrejas e deu privilégios ao agrocâncer, isso não vai mudar a mentalidade tacanha, mesquinha, gananciosa, cruel de pecuaristas, latifundiários, religiosistas, muito pelo contrário, haverá mais munição contra quem pensar, agir ou contestar. Fundamentalismo religioso cresce assustadoramente no Brasil e as elites agradecem, pois isso mantém o povo no cabresto da alienação, manipulação e docilidade.

Anônimo disse...

Avasconsil

Eu como você sofre importação, assédio, quando trabalhei em um pronto socorro público na grande São Paulo, era um médico que além de ter privilégios, bons conhecimentos, era conhecido por sua inconveniência, abuso, principalmente com mulheres jovens, uma enfermeira tinha pedido exoneração por causa dele, pois entrou com sindicância, fez denúncias, mas o colega que fazia plantão com ele acobertou e ainda afirmou que ela se insinuava, lamentavelmente a enfermeira era um tipo que deixava muitas mulheres com inveja de sua beleza, porte, altura, então quando ela saiu, algumas pessoas comemoraram. Eu não pensei que eu fizesse o tipo daquele médico asqueroso, nunca imaginei que ele fosse me importunar, mas certa vez estava sentada a fazer o inventário quando ele surgiu por trás, começou a massagear meus ombros e sugeriu que fossemos para o motel, eu como você fiquei congelada, sem ação por alguns minutos, quando correi, fui para a copa e comecei a chorar e tremer. Eu passei a evitar ficar perto dele sem outras pessoas por perto, mudava o caminho quando o via, até que ele pediu licença médica devido um infarto, ele pensava ter dezoito anos, embora passava dos 60, foi a um puteiro, pediu para ele duas prostitutas uma de 18 e outra de 19, abusou do viagra e quase morreu, como coisa ruim não morre, tinha outro médico no recinto e o socorreu a tempo.

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/italia-comeca-a-remover-nomes-de-maes-lesbicas-de-certidoes-de-nascimento/amp/&ved=2ahUKEwiH0OTV4qKAAxWPqpUCHZEjDq4QFnoECBUQAQ&usg=AOvVaw0-Lrb-9kCL_e-8LqTB5Tjq

A Itália vive um retrocesso

Alan Alriga disse...

Eu esperava muito mais de um país de "primeiro" mundo. E será que seria possível de caçar esse juíz por causa disso?

Anônimo disse...

"cerca de 70% das mulheres que foram assediadas entre 2016 e 2021 não denunciaram, segundo um estudo."

- Qual estudo? Se não denunciaram, em que este "estudo" se baseia para afirmar que 70% não denunciaram?

Anônimo disse...

Você é burro? O estudo é sigiloso e serve justamente pra fazer um levantamento de vítimas que não denunciaram judicialmente seus agressores, mas através de pesquisas resolveram se abrir deixar que não denunciaram

Monalisa disse...

Anônimo das 21:20

Acredito que seres como o anônimo das 23:35 do dia 26/07 não é burro e sim perverso mesmo, tem semelhança a Wolfgang Přiklopil um tipo desse.