Painel de uma das marchas pelo direito ao parto natural domiciliar
Foi só na semana passada que publiquei o guest post da Camila sobre o direito de ter parto natural em casa. Mas como o tema continua merecendo atenção, ainda mais depois que centenas de mulheres (e homens) marcharam por todo o Brasil para ter esse direito ao parto domiciliar, decidi publicar outro post. Este é da Carol Passuello. Conheci a Carol quando dei uma entrevista muito legal pro seu blog (pra mim, entrevista legal é a que tem perguntas interessantes).
Carol é mãe dos gêmeos Leonardo e Rafael, nascidos de uma cesariana eletiva que até pouco tempo era tratada como um escolha legítima e sem interferências externas. Neste guest post ela fala um pouco de como se deu conta que desde pequena foi levada a acreditar que não era capaz de parir seus próprios filhos, por conta de histórias de humilhação e dor que envolvem o parto normal, que apresentam mulheres como sobreviventes, e de um sistema que não respeita a mulher que pare e o filho que nasce. Ela acredita que partos hospitalares, em sua grande maioria, são violências contra a mulher. Mais do que defender um ou outro tipo de parto, ela defende o acesso à informação e o tratamento digno. Ela conta sua experiência neste vídeo.Até bem pouco tempo atrás julgava minhas escolhas como legítimas. Até bem pouco tempo atrás não via a cortina blackout que insistia em cobrir minha visão. Até bem pouco tempo atrás eu achava que minha opção pela cesariana tinha sido decidida apenas por mim. Tolinha.
Numa espécie de catarse, minha matrix se desvelou: inconsciente repleto de histórias horrendas de mulheres sobreviventes a partos degradantes, médicos todo-poderosos e detentores do saber absoluto inseridos em um sistema capitalista, mulheres desempoderadas, sem voz e sem propriedade sobre o próprio corpo. Qual a saída possível? Como lutar? Pra quê?
A começar pela indicação desnecessária de cesarianas, que fazem com o que o Brasil alcance alarmantes 80% de cirurgias, quando a OMS recomenda que as taxas estejam em, no máximo, 20%. Colaboram (e muito) para esses índices situações tidas como indicativas para cesáreas e que na verdade não são: falta de dilatação, bacia estreita, bolsa rota, trabalho de parto demorado, bebê que passou da hora, cordão enrolado, gestante que não entrou em trabalho de parto, gestante que não teve dilatação. Bolsa rota (ou estourada) e circular de cordão (quando o cordão umbilical está enrolado no pescoço do bebê) são fatos tomados como certos de indicação de cirurgia por médicos cesaristas, mas não o são na realidade! Mais informações sobre esses mitos aqui.
E por que médicos fazem isso? Porque não têm interesse em respeitar o corpo da mulher. Não têm interesse financeiro, correm mais riscos se mantiverem os partos em vias naturais. Riscos de processos, riscos de perder os fins de semana, riscos de perder pacientes. Médicos que não aprendem sobre fisiologia, aprendem burocracia. São incentivados pelas maternidades com carros, viagens e muita grana para baterem recordes de agendamentos. Maternidades à serviço do sistema, que compram equipamentos caríssimos para terem o título de "tecnologia de ponta para o tratamento em UTI neonatal" e para custear equipamentos mantém bebês internados sem necessidade, longe das mães. Maternidades longe da grana particular atendendo um sistema público, onde -- historicamente há séculos e séculos -- não há o menor interesse em manter a mulher sob o espectro do respeito. Um sistema onde violentar uma mulher é normal e fantasiado de ético.
Em partos ditos normais é comum enfermeiras subirem em cima da barriga da parturiente para empurrar o nenê, mães serem chamadas de mãezinhas e escutarem “não gritou para fazer agora fica quieta”, procedimentos como episiotomia, tricotomia, enema, fórceps de alívio e ocitocina sintética serem aplicados sem o consentimento das mulheres. No meio disso tudo, mulheres passivas e assustadas. Dominadas pela fantasia do médico todo poderoso. E diante de tanta humilhação, projetam na cesárea a dignidade, mesmo que essa cobre o alto preço de privar a mulher de parir seu filho. E de poder escolher de forma legítima.
Essa é minha história. Quer contar a sua? Participe de nosso manifesto enviando um vídeo até amanhã para contato@mamatraca.com.br contando sua história e seu ponto de vista e uma-se a nós pelo direito de escolha e pelo acesso à informação. Juntas podemos muito.
72 comentários:
Mulher bonita é a que luta, tá ai a prova disso, que linda é essa luta pelo direito de parir. Eu estou no mesmo barco, ne das mulheres que desde pequenas sempre ouviram "Pra que parto normal se você vai sentir dor?", Você é pequena demais para ter parto natural, e eu aceitava e não questionava. Mas a realidade mudou quando conheci o site de uma doula, por meio de uma pesquise para juntar material publicitário para o dia das mães. Foi ai que conheci o tal parto humanizado na água, e me apaixonei. Li, informei-me e quando tiver meus filhos, vou tentar o meu máximo para conseguir parir.
Eu sou privilegiada. Planejei ter filho, estudei sobre o assunto antes, tive atendimento ginecológico do Coletivo Feminista de Mulheres em SP desde os 25 anos. Quando fiquei grávida, aos 35 anos, eu sabia o que estava fazendo e o que eu queria.
Fiz minha escolha pela cesariana pois eu precisava de uma cirurgia para tirar miomas que já vinham me incomodando há muito tempo.
O médico me disse que dava para fazer o parto e depois fazer a cirurgia mas eu achei que era melhor fazer junto. Mas a gente só ia fazer isso quando houvesse sinais do nascimento. Ele, como eu e meu marido, também não gostava de marcar parto.
Meu filho decidiu nascer um pouco antes dos 9 meses. A bolsa rompeu e eu fui para o hospital junto com o meu marido e lá encontrei o meu médico e o médico q faria a cirurgia do mioma. Eram mais ou menos meia noite quando chegamos. E ele nasceu às 2h25. Eu fiquei acordada durante o parto, foi super legal ver ele e ficar um pouco com ele enquanto me preparavam para a cirurgia. Depois ele foi para o berçário, fizemos a cirurgia e eu dormi. Antes das 8 horas da manhã já estava no quarto com ele no meu colo. Naquele mesmo dia eu comi, tomei banho, amamentei e pude me divertir com a coisinha mais linda q eu já tinha visto.
Quatro dias depois já estava trabalhando. Parte do planejamento de ter filho foi montar meu escritório em casa. Então, não tive licença maternidade, mas também não tive que me ausentar nunca da convivência com ele.
Eu quero que todo mundo tenha esse privilégio de ter as informações, de escolher como quer fazer, de ter um atendimento carinhoso e profissional.
Me preocupa um pouco algumas pessoas do movimento pró-parto vaginal que acusam as mulheres que escolhem cesariana. Acho que isso enfraquece a causa. A gente tem que ser, como a autora do post, pro informação e pro escolha.
Acho que da forma que ocorre em grandes parte dos casos em que a mulher acaba contratando um profissional para fazer o parto, acaba incentivando o profissional a preferir e induzir a escolha pelo parto cirúrgico.
Assim ele evita o risco de não estar disponível quando a criança nascer, evita o risco de não ter leitos disponíveis na maternidade da moda, evita o risco de ficar horas para fazer um serviço que poderia ser feito em menos tempo. Evita ter que aturar a ansiedade e insegurança da família.
E a própria família envolvida acaba se "beneficiando" da situação. Programando um parto da para garantir a presença do médico de confiança, dá para garantir aquele quarto chique na maternidade bonita, dá até para o pai marcar férias no trabalho começando imediatamente após os dias de folga do nascimento da criança.
Fico com a impressão de que há um incentivo econômico grande da parte do profissional e de "comodidade" da família que fortalece muito a cultura dos partor cirúrgicos.
Na minha opinião, quanta frescura. Se você quer parto normal, tenha; se quer fazer cesárea, faça. O importante é que a criança venha com saúde e a mãe esteja bem. Eu não tenho filhos, mas minhas três irmãs tiveram. Pasmem, todas elas, optaram (sim, optaram) pela cesárea. E suspresa, os meus sobrinhos vão muito bem, obrigada. As minhas irmãs, também. Ah, sim, minha mãe teve seus oito filhos de parto normal, sendo que cinco nasceram em casa. Um morreu, quinze minutos depois de nascer, em casa. Mas não é para assustar ninguém, pois se tivesse nascido em hospital, talvez tivesse morrido também. Ele tinha um dedinho a mais e isso foi em 1963.Os outros 7 se criaram muito bem. A minha mãe, também, está bem.
A única coisa que eu queria era poder confiar inteiramente num médico que dissesse que eu preciso de cesarea, acreditar que é pro bem do meu filho e o meu. o problema é que c esse sistema a gente não sabe em quê ou em quem acreditar. Quero muito parir meu filho, e já estou com medo desde já da violência edas dúvidas a que estarei submetida pra isso, isso é triste demais.
A Amanda foi incrível em seu comentário. ^^
Desculpa Lolinha usar o espaço pra divulgar, mas né... to com blog novo e não vou perder a oportunidade de ter gente inteligente e crítica lendo minhas divagações.
Então segue:
pra quem quiser ler.
http://vitimasdabeleza.blogspot.com.br/2012/06/um-copo-de-cha-e-uma-dose-de-opressao.html
Esse final de semana aconteceu uma coisa que me deixou intrigada.
Uma parente está grávida, e vai marcar cesárea porque segundo ela, "Fulana fez parto normal e sofreu como um bicho! Eu não quero!" (demonização do parto normal, é você?)
Pois bem, eis que minha avó vira pra mim e diz: "Ela acha que fazer cesárea é fácil! Mas não é bem assim, não. O médico não libera pra qualquer uma".
Eu, que tinha lido o texto aqui no blog sobre parto domiciliar e talz, disse pra ela que hoje o número de cesáreas no Brasil é muito, muito alto. E minha avó ficou toda confusa, porque na época dela (lá por 69, quando ela teve minha mãe e meu tio) o médico esperava o parto normal e só se fazia cesariana se REALMENTE não fosse dar pra ser PN.
A vó por exemplo teve dois partos cesárea, mas me contou que ficou na espera um tempão, porque cesárea era a última, derradeira opção. Os médicos eram bem relutantes com a cirurgia.
Achei isso interessante, porque ilustra como as coisas mudaram de lá pra cá. Agora que o assunto voltou à baila, me lembrei disso.
Esse tem sido meu assunto favorito, já há algum tempo. Não sei porque (quer dizer, eu sei, meu útero sabe, rs) comcei a ler sobre maternidade há alguns meses e, de lá pra cá, não parei mais. Eu leio blogs, sites, pesquisas, converso com pessoas, me informo, estudo... justamente porque, até conhecer mais a fundo esse universo materno (do ponto de vista da mulher que vai ser mãe [um dia], não mais do ponto de vista da filha) eu fui percebendo como a realidade desse mundo de grávidas, partos, mães, filhos, era muito diferente, mas muito diferente mesmo de tudo que eu sabia do assunto. E eu percebi que o que eu sabia era muito pouco, e ainda assim, o pouco era altamente influenciado por essa cultura cesarista, pela sociedade patriarcal, que até o parto, um evento fisiológico do corpo feminino, fez questão de tirar da mulher.
Hoje mesmo eu comentei em alguns sites, eu quase nunca comento, por não ser mãe, nunca acho que tenho muito o que acrescentar. Mas hoje comentei inclusive no Mamatraca (o site do qual a Carol participa, e para o qual a Lola deu a entrevista - leio tudo desde o começo! rsrs) sobre o meu pavor em sofrer violência obstetrícia. Eu tenho verdadeiro pavor de ser desrespeitada e violentada no hospital, quando for a hora de parir. Tenho medo de que o nascimento de um filho se torne um evento traumático, porque eu não sou o tipo de pessoa que consegue abstrair violência e injustiça, nem mesmo com os outros, menos ainda se for comigo! Não sou o tipo de pessoa que acha que se o bebê nasceu saudável, todo o resto deve ser esquecido, e o médico deve ser abençoado por ter trazido o rebento com saúde ao mundo - até porque a responsável pela saúde do nascido é a mãe, o médico deveria apenas garantir que tudo ocorresse bem. Eu definitivamente não conseguiria ficar satisfeita, feliz, com um processo que me desrespeitasse enquanto indivíduo de direitos, que tem plenos poderes sobre o próprio corpo, que tem voz na decisão de como esse corpo será tratado por outrem. E eu sei que me sentiria violentada se qualquer coisa fosse feita a mim e ao meu corpo (e ao corpo de um filho nascido de mim) sem a minha ciência e sem o meu consentimento. Como algumas vezes eu já vi a comparação, e a ficha caiu quando li a primeira vez, violência no parto é análoga à violência sexual. E eu percebi que essa analogia estava acertadíssima quando entendi que minhas emoções, frente aos dois tipos de violência, eram mto parecidas.
Por isso acho que essa discuissão PRECISA acontecer, sempre, e cada vez mais! Acho que as mulheres do Mamatraca estão de parabéns por terem abordado o assunto Parto essa semana, as discussões no site estão ótimas, e quando lemos todos aqueles depoimentos é que temos mais certeza ainda que a luta pela humanização da saúde é uma necessidade! E é uma necessidade urgente! Parabéns, Carol, pela discussão lá e parabéns Lola, por ter trazido a Carol pra cá. Esse é um assunto nosso, precisa ser tratado aqui tb!
Nas condições atuais, se Belo Horizonte não contasse com dois hospitais (até onde sei) que realizam realmente partos humanizados sem as intervenções desnecessárias todas, numa futura gestação eu optaria sem dúvidas pelo parto domiciliar. Sem dúvidas! Além de todas as pesquisas indicarem que os riscos são os mesmos de um parto normal hospitalar, eu pelo menos asseguraria o tratamento humanizado.
Lola, sou sua fã, Carol eu te amo. Vou comentar aqui aquilo que já te disse: a violência obstétrica é violência sexual contra a mulher. Igualmente comparada a um estupro. Hoje eu elenquei 15 intercorrencias no meu pré natal e parto - diversas de cunho altamente violneto e na esfera sexual. Me responde, porque um médico precisa fazer exames de toques vaginais compulsórios em uma paciente do terceiro trimestre?
Vão responder, ah! Para checar dilatação!
Desculpa o termo, porra nenhuma!
É para nos manter castradas e abusadas! Fiz um segundo pré natal inteiro sem nenhum toque sequer!!!
Hoje as mulheres são violentamente abusadas, sistematicamente violadas não só no parto, no pré natal e no pós parto também.
Tem um depoimento no site de uma leitora que levou 8 toques de 8 médicos diferentes em trabalho de parto. Isso é objeto de denúncia, não me conformo com essa realidade.
Não importa se estamos sendo atendidas no SUS ou no melhor hospital particular, toda mulher brasileira está altamente sujeita à violência obstétrica.
Tristeza!
bjos
Pode tietagem hoje, Lola???
Porque, assim, Anne Rammi, eu sou sua fã. Muito mesmo. Sem mais.
=***
PS: não me ache louca, sou só leitora compulsiva do Super Duper. :P
Tietagem aqui das minhas blogueiras favoritas!
Essas semanas de discussão sobre parto estão me fazendo pensar muito, e estou me assumindo como militante da causa. Meu parto foi monstruoso (meu vídeo sobre o relato do meu parto vai estar na sexta-feira no mamatraca), e comparo ele a um estupro. Já sofri abusos, um aos 10 anos de idade e outro aos 20, e a sensação de ter 8 pessoas diferentes enfiando a mão em mim é semelhante ao que eu senti quando fui abusada. Dizer que é frescura, é coisa de desinformados e ignorantes. Torço de verdade para que pessoas assim não passem pelo o que eu passei, estou gritando aos 7 ventos o meu relato de parto para tentar abrir os olhos de muita gente, para tentar convencê-los a se informar.
Bjus pra minhas blogueiras amadas, Anne, Carol e a Lola, que despertou em mim o feminismo! :*
Tassi Bach,
o seu depoimento no Mamatraca me fez chorar. Eu estou no trabalho e chorei copiosamente lendo. Sinto muito pelo que você passou, querida, espero que um dia essa ferida seja menos dolorida. Mas sei também que lutar para que outras mulheres tenham experiências diferentes ajuda, você tem ajudado muito com seus depoimentos, viu? A mim,a té, que nem mãe sou ainda...
Meu filho tem hoje 23 anos mas para conseguir o parto que eu queria mudei três vezes de médico ao longo da gestação - que foi complicada, com riscos de aborto espontâneo, com parto prematuro, com eu chegando na maternindade com bolsa rota e ficando 10 horas em trabalho de parto (9 delas um sossego, só no final ficou difícil). Felizmente o médico que acabou me acompanhando era um obstetra da velha guarda, conservador, porque já nos anos 80 as cesáreas estavam entrando na moda. Mas valeu muito a pena o esforço - e os mitos caem por terra quando a gente sabe o que quer e se informa.
Ah, eu vejo uma série norte-americana Private Practice, em que a personagem principal é uma obstetra. Toda semana tem parto, 99% das vezes é normal. E as mulheres dos mais diferentes tipos são acompanhadas com atenção, carinho, uma das frase que a médica mais fala pras mães em trabalho de parto é "você consegue". Parece pouco, mas é assim, de passinho em passinho que a gente começa a ver que há outras maneiras que não a cesárea. Que é possível a mãe ser a responsável pelo nascimento do seu filho e não um estranho que a corta e puxa o bebê lá de dentro.
natalia
Bora que eu vou te apresentar uma coisinha chamada EMPATIA.
Queridona, ninguém quer saber se as tuas irmãs tiveram cirurgias cesarianas e estão ótimas, a discussão aqui é a respeito do direito de escolha que toda mulher tem, não é FRESCURA.
Pra cada mulher que teve uma gestação tranquila e livre de violência obstétrica eu te apresento 10 que não tiveram a mesma sorte.
O assunto aqui é urgente, entendeu? Tão urgente que marchas a respeito foram e estão sendo organizadas. Tão urgente que estamos debatendo isso há semanas.
Haaa, May Pacheco, amei teu blog e espero que continues a escrever, já salvei o link dele nos favoritos pra dar uma olhadinha sempre que puder.
Abraço.
Achei a postagem legal... mas super preconceituosa com hippies, bruxas, naturebas, etc... Foi tipo assim: "sou uma mulher 'normal'"
Acredito que qualquer mulher tenha o direito à um parto digno, não importa qual o estilo de vida que escolheu.
Que mulheres lindas e simpáticas essas mamatracas...peguei pelo blog post de hoje.
http://www.youtube.com/watch?v=r02di5Z_iGA
Sobre o parto domiciliar, lembro-se de uma tia avó que foi parteira por décadas e tinha o nome bastante respeitado num bairro em São Paulo... acho que Bairro Belém ou Belenzinho ou os dois. Até mesmo um ótimo obstreta lá do bairro a indicava para as parturientes. Mas acho que hoje as companhias de seguro de saúde estão pegando pesado na campanha contra, pois o dinheiro anda falando mais alto até mesmo --e por que não dizer principalmente-- no ramo da saúde?
Essa discussão sempre gera o tipo de comentário que apareceu aí - "fiz cesárea e estou ótima, meu filho é maravilhoso e saudável, blablabla"
Eu tb fiz cesárea e estou ótima, minha filha tb é saudável e maravilhosa... mas eu me arrependo das minhas escolhas (escolhas?). Fui induzida a fazer uma cesárea antes das 40 semanas, e se pudesse voltar no tempo com certeza faria diferente. Mas vou poder fazer diferente agora, nessa gravidez. Tenho muito mais informação e mais argumentos pra discutir. O duro, como disse uma das pessoas aí nos comentários, é que não dá pra confiar 100% no médico se ele indicar a cesariana, vai ficar sempre aquela pulga atrás da orelha.
Estou amando essa discussão, que finalmente alcançou um nível nacional. Quero acreditar que é um primeiro passinho para o resgate do parto normal com dignidade, do direito à escolha da mãe, do fim da enganação...
Lorena
Eu estou bem, consegui lidar muito bem com isso (para a minha própria surpresa). Falar o que eu passei me ajuda, está sendo uma baita terapia! Acho que falar isso em um momento feliz da minha vida, também faz diminuir a dor que eu passei. Grande bju!
Minha mãe passou por dois partos naturais,mas bateu o pé, aprendeu com minha avó que era india que o processo é natural e salvo exceções não acontece nada demais se seguir o curso da natureza.
Mesmo assim minha mãe sofreu horrores com a familia ignorante do meu pai, sogra, cunhadas, todas horrorizadas de saber que minha mãe ia ter coragem de colocar em risco a vida dos bebes, apenas para seguir um ritual brutal.Ela teve sorte porque os dois partos foram rápidos e deu tudo certo,mas aguentou a gravidez inteira meus avós indignados com essa decisão dela de `querer parir igual a cachorro ´´.Em um gesto de loucura meus avós levaram ela a força a um médico da familia, para que a convencesse de parar com essa idéia cretina de não fazer cesarea.Enfim, deu tudo certo,mas lendo o texto imagino o quanto ela foi corajosa de bancar a idéia e ainda por cima estava longe da familia, que morava em outro país.É inacreditavel que uma mulher tenha que defender com unhas e dentes um processo natural .
Eu também fiz cesárea, minha filha está ótima, após duas gravidezes mal sucedidas. Mas ainda me reservo o direito de lutar para que minha filha possa ter um tratamento humano e respeitoso, se e quando ela resolver ser mãe.
Muito bacana o texto, estou aprendendo bastante sobre parto com esses posts. A autora foi muito feliz ao dizer que não se trata de fazer uma defesa ferrenha do parto domiciliar, mas permitir que as mulheres tenham todo o acesso à informação sobre o parto e as possibilidades dos procedimentos que podem ser adotados, e de posse dessa informação faça a escolha que achar mais pertinente. Eu já comentei bastante fazendo críticas ao parto domiciliar, mas agora estou revendo minhas posições graças à esses posts, e isso é muito legal! A Lola e suas convidadas não cansam de balançar nossas convicções, heim? rsrsrs
E mais, é fundamental que as mulheres tenham essas informações para saberem que os abusos perpetrados por alguns profissionais da saúde não são normais, não são legítimos e devem ser duramente combatidos.
Não pretendo engravidar, mas como feminista eu estou nessa luta! Vamos lá, mulherada!!!
Lola eu tive uma péssima experiência no meu primeiro parto, e no segundo não foi muito diferente, por ser muito nova não tinha muitas informações, acho até q, o q vc faz aqui no blog falando a esse respeito poderá ser muito útil para as mulheres que forem passar pelo parto.
Só que acho Tb que por mais informações q uma mulher tenha a esse respeito, é muito difícil, que ela possa fazer escolhas realmente conscientes, pois a não ser que ela tenha muitos recursos financeiros, fica difícil esperar que façam nossas vontades nos sistemas de saúde que temos.
Os hospitais públicos em grande maioria dos casos dão atendimento que poderiam ser chamados de criminosos.
Os convênios de saúde mais simples não ficam muito atrás Tb.
Quando passei por isso me senti totalmente desamparada, ainda mais por ser um momento na vida da mulher onde ela esta muito vulnerável, e fui aceitando tudo o que me fizeram sem questionar nada, só queria sair dali o mais rápido que pudesse.
Assim como eu acredito que muitas mulheres, senão a maioria passa por sentimentos muito parecidos com os que eu tive.
Sou favorável a luta dessas mulheres por poderem escolher a maneira como querem dar a luz.
Mas acho ainda mais importante que nosso sistema de saúde saia da precariedade em que esta, e que nesse momento tão importante na vida da mulher ela pudesse ter o mínimo de conforto.
IsmaEU, entendo o seu desconforto e o seu sentimento de ser deixado “de fora”, mas acostume-se: o corpo é da mulher. Por isso quando falamos de gravidez, aborto, parto etc, a escolha final deve caber à mulher. Não creio que mulheres que tenham companheiros queridos os excluam das decisões. Eu, pessoalmente, jamais excluiria a opinião do meu marido em quaquer caso desses (tanto que foi uma decisão conjunta, minha e dele, não termos filhos). Mas a gente vive numa sociedade patriarcal que SEMPRE insiste em comandar e monitorar o corpo da mulher. Por isso a nossa luta para que a escolha seja sempre da mulher. E é ótimo que homens e pais participem de marchas pelo direito ao parto natural domiciliar, ou de mamaços, ou de marchas em defesa da legalização do aborto. Mas quem organiza e protagoniza essas marchas são mulheres. Eu pelo menos não vi nenhum blog que não fosse de mãe ou de feministas apoiando a marcha pelo direito de parir onde e quando quiser. Por isso coloquei “homens” entre parênteses. Esta semana passei o ótimo documentário Criança, a Alma do Negócio para alun@s de um curso de extensão. E uma das dúvidas foi: por que só mães eram entrevistadas pra falar dos filhos? Não havia nenhum pai. Pois é, por quê? Por maldade do documentário que está excluindo os pais, ou porque esta sociedade machista dita que criar os filhos cabe somente às mães (mesmo quando as mães trabalham fora)?
Respeito e leio seu blog, mas acho que desta vez você está falando sobre um assunto que não domina. Gostaria também de saber de onde você tirou estas estatísticas de 80% de cesarianas e a demografia disso, pois não acredito que isso condiga com a realidade, pois a maioria das mulheres no Brasil continuam sub-informadas, engravidando indevidamente e parindo de maneira imprópria, inclusive mal acessoradas no pré-natal. Digo isso com um ponto de vista interno pois, como dentista, atendi durante anos pacientes especiais e a grande maioria destes com paralisia cerebral causada por falta de oxigenação, devido a sofrimento durante parto normal. Imagina o que é você passar 9 meses grávida de uma criança perfeitamente normal que, por uma má decisão ou atrazo ou falta de grana no momento do parto, fica sequelada para sempre, e voc6e vai ter de criar um doente pra vida toda, só que filho dura mais que a gente, e estas pessoas doentes vão ficar. Isso por si só já me foi suficiente para eleger, como mãe, uma cesárea. Sejamos mais realistas e vamos absorver os benefícios da realidade em que vivemos de maneira coerente.
Engraçado isso na saúde do Brasil, pois eu tentei durante 15 anos tirar meu útero por diversos problemas e médico nenhum quis! Diziam q juridicamente eles teriam problemas, q eu era jovem solteira, poderia casar, qdo. casei era essa a desculpa. Mesmo tendo hemorragias violentíssimas q poderiam me matr, ninguém fez nada. Só um médico com quase 75 anos, que entendeu meu sofrimento e me operou. Queriam que eu mantivesse meu útero pra ser maltratada, será?
Patty, é justamente por gravidez e parto não serem assuntos que domino que peço que pessoas que dominem esses assuntos escrevam guest posts, porque tudo que envolve o corpo da mulher é um assunto feminista. 90% dos partos pagos por plano de saúde (ou seja, classes média e alta) no Brasil são cesáreas. Isso é péssimo, porque cesárea é pra ser feita em casos especiais, e não pra ser adotada como padrão por causa da falta de tempo dos médicos e por mitos como os que vc expôs. Desculpe não levar muito em consideração sua experiência pessoal com pessoas que tiveram complicações no parto natural e por isso tiveram filhos com paralisia. Porque nos países ricos a enorme maioria dos partos É natural e nem por isso os bebês têm problemas. A Organização Mundial de Saúde condena uma cultura cesarista. Acho que ela não condenaria se parto natural fosse algo tão danoso pro mundo.
Lindo post, parabéns! Só não gostei da faixa não sou hippie, não sou índia... Mostrar normalidade desfazendo outras etnias ou estilo de vida não é muito legal.
Lola,
Já escrevi sobre isso em outro post sobre o assunto, mas vale a pena reforçar aqui,
Sou medica clinica, nao GO , portanto nao domino tanto a parte técnica das indicações de cesárea,
O que escuto que amigos GO ' s meus: a paciente nao aceita que seu GO NAO esteja disponível na hora do parto natural, mesmo que ele indique um colega de sua confiança para fazê- lo, nos casos que nao puder estar presente,
E aqui cabe um parênteses: perdão, mas medico GO nao e ser humano, nao pode tirar ferias, nao pode passar um fim de semana com a família, alias em alguns casos parece que e proibido ate ficar doente, as pacientes nao aceitam.
Para o caso de ferias/ viagem do GO na época do parto, uma leitora já deu uma sugestão legal meses atras: o medico diz a paciente qual sera seu período de ferias, congressos, etc, e se coincidir com a época do parto, a paciente que opta por seguir ou nao o pra Natal com ele. Acho uma solução bacana, desde quero colega GO jogue limpo, como diz uma amiga minha também GO,
Mas isso resolve somente o problema das ferias do GO.afinal, eles tem consultório ou trabalham no sistema publico, na maioria dos casos com agenda lotada quase todo dia.
Se a paciente entrar em trabalho de perto durante o expediente do colega,o que ele faz?? Larga todas as outras mulheres que estão ali esperando por consulta pra ficar 8 horas tocando um parto normal? Veja, meu questionamento nao e pelo tempo perdido pelo GO, e sim pela incompatibilidade desse tempo com a agenda dele, e nao adianta programar, já que parto nao escolhe hora pra acontecer,
O que fazer nesses casos? Largar todo mundo( que marcou a consulta com meses de antecedência) pra tocar um parto natural, ou a paciente aceitaria ser atendida pro outro GO, caso seu medico esteja em horário de trabalho?( período de ferias já foi discutido aqui e apresenta uma boa solução).e o horário de trabalho do GO??se coincidir com o do parto? Se for em servido particular, e ate possivel(?) desmarcar, mas no Sus impossível fazer isso.
Bjs-:)
E se der complicação? Ter de levar a mulher ao hospital não iria aumentar a probabilidade de maiores complicações e até morte?
Queridas,
Quando vocês falam em buscar melhor atendimento a todas as mulheres, eu vejo que a luta pela humanização, informação, entrega do parto a quem ele realmente pertence - a mulher - engloba isso também.
Vocês sabiam que pro sistema como um todo sai mais barato manter parteiras qualificadas cuidando da gestante/parturiente de baixo risco (que é a maioria) do que médicos? E sendo assim, o acesso ao pré-natal de qualidade pode ser ofececido a mais mulheres.
Quanto ao parto, em São Paulo contamos com duas casas de parto, uma pública e uma privada. É um núnero, digamos, ridículo, né? Mas se mais mulheres reivindicarem seus direitos e fizerem uso dessas estruturas, a pressão para que o governo tome medidas pra ampliar esse atendimento gera resultados.
Pode não ser pra mim, pra você ou pra vizinha, hoje. Mas se a gente batalhar hoje, pode ser que amanhã seja melhor. Parir numa casa de parto é acessível, pacífico, humanizado...
Toda mulher deve ter direito ao seu corpo e a atendimento de qualidade. Não podemos deixar isso pra lá!
Dri:
É muito simples: Infelizmente existe uma indústria de litígios que movimenta milhões, e médicos são constantemente alvo de pessoas mal intencionadas querendo lucrar com essa indústria.
Vamos supor que seu problema não fosse tão grave, tu retirasses teu útero e anos depois tu quisesse engravidar, não pudesse, ficasse revoltada, um "adevogado" te sugerisse um "esqueminha" para se vingar do médico e ainda ganhar uma grana...?
Pois bem, o risco do médico segundo esse paradigma seria o de perder a licença, ser preso, pagar indenizações, em suma, destruir a vida dele. O problema no caso não é neeem o "maltrato", é o medo mesmo.
Raphael,
As equipes que atendem partos domiciliares estão plenamente preparadas para antever os problemas com tempo suficiente para transferir a mulher para o hospital e solucionar o que quer que seja. Geralmente esse é o tempo necessário pra se contactar um anestesista, se preparar um centro cirúrgico... Coisas que podem ser feitas via telefone em caso de transferência.
Camila,
Mas e se houver um imprevisto? Se a casa ficar longe do centro mais próximo? Se houver um acidente que dificulte o transporte ou mesmo o telefonema?
A probabilidade de qualquer coisa do tipo ocorrer é pequena, mas arriscar com a vida nunca é bom, não é mesmo?
E gostaria de entender o que seria a tal "violência obstétrica", ouvi dizer algo sobre negar anestésicos ou analgésicos, porem esse tipo de medicação não é nenhuma "poção mágica do alívio" e qualquer problema que der, a chance é que morram dois.
Bruna B. disse...
natalia
Bora que eu vou te apresentar uma coisinha chamada EMPATIA.
Queridona, ninguém quer saber se as tuas irmãs tiveram cirurgias cesarianas e estão ótimas, a discussão aqui é a respeito do direito de escolha que toda mulher tem, não é FRESCURA.
Pra cada mulher que teve uma gestação tranquila e livre de violência obstétrica eu te apresento 10 que não tiveram a mesma sorte.
Você tem uma estatística na mão feita por um instituto respeitavel ou esta inventando ou de achismo ?
Raphael, sobre violencia no parto ja houve um (ou mais) guest post tratando do assunto aqui mesmo no blog da Lola
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/03/guest-post-nao-da-mais-pra-ignorar.html
Raphael,
Nenhuma equipe arrisca o próprio nome pra correr riscos desnecessários. Parto em casa é fruto de um planejamento muito cuidadoso, contando com plano A, B e C, no mínimo.
Quanto à violência obstétrica, é algo que está ligado a não respeitar as escolhas da parturiente como posição, alimentação, entre outras coisas. É realizar toque vaginal fora de indicação. Episiotomia de rotina sem indicação. Fórceps em primíparas pra ensinar alunos e residentes. Tecer comentários pejorativos e diminuir a dor ou o momento vivido pela mulher. Me lembro dessas neste momento, mas tenho certeza de que mais mulheres podem narrar abusos pra você, infelizmente.
Ah, Raphael, me faltou um PS: correr riscos é inerente à vida. O parto hospitalar não garante mais segurança ao processo, isso já foi comprovado em artigo científico (inclusive citado no Fantástico do último domingo). Não existe situação em que o risco seja zero, pra este assunto.
valeu pelas infos. Confesso que esse assunto sempre foi algo que me deu medo. Sempre tive medo de namorar, noivar, casar e minha mulher morrer no parto. Outro dia até sonhei que ia ser papai, fui chamado para a sala de parto(que nem naqueles filmes americanos) e fiquei correndo de um lado para o outro desesperado.
Bem, quem quiser se aliviar da conversa, cá um vídeo de humor
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=-uUcdoi7ARE
vlw
Raphael, na caixa de comentários do guest post da Camila (linkado logo no começo deste post), muita gente respondeu a dúvidas parecidas com as suas. Acho que foi uma verdadeira aula, viu? Um ótimo debate. Dê uma olhada lá, por favor.
Tenho uma amiga que está gravida e ela contou que esta sendo dificil encontrar um médico em São Paulo que faço parto normal. Na primeira consulta eles já tentam marcar cesarea.
Tenho medo de passar por isso. Felizmente tenho condições de pagar pelo normal, mas não queria ter que desembolsar mais dinheiro por algo que tenho direito. E ainda tem a grosseria da equipe médica...
Eu já disse e repito.
O que se tem nas maternidades públicas E privadas é uma carnificina. Institucionalizada.
É doente, mesmo.
E sinceramente, não existe sensação parecida na vida de segurar o filho recém parido de um parto digno, sabe? Aquele que fomos respeitadas. A sensação é absurda, eu vivi pra isso.
Isso aí! Em nome de um discurso panfletário, vamos em direção à barbárie, ignorando eventuais RISCOS DE MORTE para gestantes e bebês. Minha bisavó teve seus filhos em casa (adoraria ter tido um hospital à disposição, mas vivia em uma fazenda). Foram 9 crianças ao todo, mas 2(!) não "vingaram" e por quê? Por falta de condições e aparato médico que SALVASSE VIDAS! Mas concordo que o "parto em casa" deva ser uma opção e que no momento do aperto os parentes saiam correndo para chamar uma parteira mais experiente ou mesmo um curandeiro para ajudar. Ah, e não nos esqueçamos do padre para a extrema-unção!
Francamente... militância ideológica tem limite!
Vc acha mesmo q é discurso panfletário querer melhores condições inclusive nos hospitais públicos para o atendimento das gestantes sr Cris???
Se houvesse uma boa estrutura tb seria favoravel ao parto realizado em domicilio, mas acho q estamos tão longe disso ainda aqui no Brasil, que pelo menos um atendimento mais digno nos hospitais é uma medida a ser perseguida por TODOS nós.
Mas não deixa de ser muita falta de empatia sua vir aqui desmerecer a luta das mulheres por melhores condições ainda mais em um momento tão delicado como o parto.
Eu nao quero ter filhos e até pouco tempo eu nao me importava com esse assunto. Mas como já disse a Lola, quando se trata de empoderar as mulheres a luta deveria ser de todas nós! A violacao do corpo da gestante é uma violacao contra todas as mulheres.
Eu também gostaria de falar sobre os partos nos países de primeiro mundo. Eu moro na Europa, e aqui TAMBÉM existe violência obstétrica - pode nao ser tao corriqueiro ou tao escancarado mas tem! Já li e ouvi histórias tao escabrosas quanto às que acontecem no Brasil. Eles podem ter melhor estrutura física para atender as parturientes mas muitas mulheres sao sim submetidas a partos dolorosos e humilhantes! Às cesáreas sao feitas apenas se a mulher/bebê estao quase mortos - O QUE TAMBÉM É CRUELDADE - e das grandes!
Na minha singela opiniao, esse tipo de tratamento horrendo advém da idéia (machista) de que mae de verdade TEM que suportar tudo sem reclamar - caso cntrário nao é mae! Ou ainda aquela máxima - abriu as pernas, agora aguenta!
E essa nocao deturpada de maternidade e a "necessidade" da punicao moral da mulher que faz sexo é que leva a esse tipo de comportamento violento por parte dos "profissionais" de saúde no mundo todo!
Eu defendo acima de qualquer coisa o direito de escolha. Quero que tenhamos uma boa estrutura pública para parir ou para fazer cesária e que quem escolha isso seja o casal, e não a sociedade. Cris, não é uma luta por mortes desnecessárias, é uma luta por direito a informação e a escolha. Se eu quiser parir, o direito de ter esta escolha é meu. O que quero dizer é que preciso ser informada sobre as vantagens e desvantagens de x parto e y parto e então fazer a minha escolha sem intervenção da sociedade. SOU EU, MEU MARIDO E MEU FILHO, orientados e com o apoio obstétrico necessário. é por isso que lutamos. que quem escolher parir seja respeitada por essa escolha
Teste de violência obstétrica, promovido por 74 blogs e divulgado em 8 de março de 2012.
Fonte: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/
Resultado:
Durante a internação algum profissional de saúde:
Ameaçou você - 5% (98 mulheres)
Gritou com você - 5% (99 mulheres)
Mandou você parar de gritar - 9% (176 mulheres)
Fez piada sobre seu comportamento - 12% (236 mulheres)
Criticou você por seus lamentos, dor, emoção ou alegria - 19% (366 mulheres)
Fez comentários irônicos, em tom depreciativo - 21% (413 mulheres)
Chamou você por algum apelido, ou usou palavras no diminutivo, como 'gordinha', 'mãezinha', 'minha filhinha' - 32% (626 mulheres)
Alguns depoimentos:
"O médico disse: até o ano que vem."
"Contaram piadas na sala de ultrassom e não diagnosticaram o problema. Meu bebê morreu."
"Fizeram piada com meu filho no instante que ele nasceu."
"Fiquei por mais de 3 horas em um quarto sozinha com a porta trancada."
"Uma profissional reclamou que ia auxiliar no parto no momento do jogo de futebol do seu time."
"O médido fez a episiotomia preventiva, eu senti o corte e perguntei se ele estava me cortando, ele negou."
Durante sua internação, você:
Sentiu medo pela sua saúde e do seu bebe - 37% (720 mulheres)
Deixou de perguntar alguma dúvida ou deixou de falar de seus medos e preocupações, porque não te repondiam ou respondiam mal - 26% (517 mulheres)
Se sentiu ameaçada pela atitude ou fala de algum profissional - 18% (356 mulheres)
Alguns depoimentos:
"Meu filho pegou infecção hospitalar, os médicos me culparam pela doença dele me dizendo que eu havia passado aquela infecção pra ele."
"Sentia-me triste porque o bebe nasceu morto e ninguém me tratou dignamente."
"A enfermeira me deu um tapa na mão."
"Só vi minha filha após 24 horas do parto."
"Fiquei com receio poia a anestesista subiu na minha barriga, colocando todo o seu peso sobre ela, e o parto nem estava difícil, estava tudo correndo bem. O próprio obstetra chamou a atenção dela e pediu para parar... Depois eu tive uma hemorragia..."
Foram realizados os seguintes procedimentos médicossem que tenham pedido seu consentimento ou explicado porque eram necessários?
Episiotomia - 24% (466 mulheres)
Uso de ocitocina - 23% (454 mulheres)
Indicação para que ficasse o tempo todo deitada - 21% (420 mulheres)
Apertaram ou subiram na sua barriga no momento do bebe nascer - 19% (382 mulheres)
Repetidos exames de toque vaginal realizados por pessoas diferentes - 18% (361 mulheres)
Rompimento artificial da bolsa - 17% (356 mulheres)
Enema - 8% (153 mulheres)
Curetagem sem anestesia - 1% (19 mulheres)
E tem gente que ainda têm coragem de dizer que o assunto é frescura, que o que acontece é minoria, que é exagero, que lutar por um parto mais saudável, mais digno é besteira...
Devem ser filhos de chocadeira elétrica.
E ao contrário do que parece não, não sou uma hippie, bruxa ou bicho-grilo e também não sou defensora ferrenha do parto domiciliar. Sou defensora do direito à informação e do empoderamento feminino e contra os maus tratos obstétricos, que são muitos.
Eu acho um HORROR ter que afirmar e reafirmar esse óbvio que tanta gente desdenha, mulheres inclusive, mas como é justamente um "problema de mulher" ninguém além de nós realmente se importa com ele.
Engraçado isso na saúde do Brasil, pois eu tentei durante 15 anos tirar meu útero por diversos problemas e médico nenhum quis! Diziam q juridicamente eles teriam problemas, q eu era jovem solteira, poderia casar, qdo. casei era essa a desculpa. Mesmo tendo hemorragias violentíssimas q poderiam me matr, ninguém fez nada. Só um médico com quase 75 anos, que entendeu meu sofrimento e me operou. Queriam que eu mantivesse meu útero pra ser maltratada, será?
Sem dúvida.
Uma conhecida minha precisou fazer uma histerectomia por conta de câncer, e escutou da equipe médica: tadinha, vai ter que tirar o útero, "A PARTE MAIS IMPORTANTE DO CORPO DE UMA MULHER" (sic).
É ou não é de chorar?
Eu realmente volto a falar só de MIM. Escolhi cesárea mesmo durante a gravidez tendo acesso a toda essa informação que a blogosfera materna nos fornece.
Definitivamente, eu não tenho nenhuma porção Juma Marruá no meu ser e até pra extrair um dente se eu pudesse, tomaria anestesia geral.
Minha médica é, além de muito competente, uma pessoa sensacional, em quem confio integralmente. Só que ela, como todo médico, é extremamente ocupada...então, nem por hipótese eu arriscaria esperar o trabalho de parto para um dia em que ela não estivesse com disponibilidade para me atender. E é isso que ocorre no mais das vezes. Faz-se o pré-natal com um e o parto normal com o médico que estiver de plantão.
Na sala do parto, enquanto esperávamos a anestesista que se atrasou por conta da chuva torrencial q caia naquela tarde, a minha GO, que tb trabalha na rede pública, me disse que na maternidade estadual eles, os médicos, faziam o possível para que o parto fosse vaginal (nem entro no mérito das intervenções aqui), pq eram quase na totalidade mulheres de baixa renda, com muitos outros filhos, que teriam que elas próprias realizar os serviços domésticos na volta pra casa e que a recuperação da cesariana para elas era complicado.
Bruxinha,
E bem por aí.
Se o medico que faz o pre Natal estiver ocupado atendendo outras pacientes, ninguem aceita fazer parto normal com outro medico que nao conhece,
E, o GO simplesmente nao pode largar o consultório com um monte de gente esperando pra ficar tocando parto normal, ou pode??? Como resolver essa questão???
Puxa, já é difícil encontrar um GO bacana, Maria Valéria... ainda mais arriscar um parto com um que vc nunca viu!! Como lidar?
Vou te dizer, eu detestava o dia de consulta do pré. Chegava no consultório 13h e saía 19h. Lotaaado de gente. Mas como eu te disse, a minha médica foi sensacional e no fim, a espera valia a pena, pq era uma consulta realizada por uma pessoa que me via e ouvia.
Tenho uma amiga que quis ter parto normal, fez questão. Então realizou as consultas com um e na hora de ter o bebê, foi assistida por outro profissional. E tudo correu bem.
Respeito. Só não quis pra mim a situação.
Maria Valéria,
acredito que podeira ser feito como na Alemanha (que é o exemplo que eu conheço, mas acredito que é assim em outros países também), onde partos de baixo risco são acompanhados por enfermeiras e parteiras formadas, que dão toda a assistência para a parturiente, com o médico presente no momento do expulsivo e interferindo apenas se houver alguma necessidade real. Acho que essa seria a solução mais acertada.
Isso, obviamente, se o hospital e a equipe forem REALMENTE humanizados e preparados para essa situação. Por isso a mudança deveria ser do sistema de saúde como um todo.
Boa idéia, Lorena.
Eu já ia dizer que em posts sobre parto os trolls ficam mais quietinhos, mas acho que me enganei...rsrs
Ainda não tive filhos e nem sei se vou tê-los, mas tenho o relato da minha mãe, avós, cunhada e amiga.
Por conta disso, da experiência delas, eu acredito no parto humanizado, na presença de parteiras, além do médico e estrutura hospitalar. Não critico quem queira “parir” em casa. Riscos há em todo lugar e são os pais quem deve pesar isso.
Minha cunhada é da área hospitalar, ela confirma os 80% de cesarianas.
Acho que o que Maria Valéria escreveu sobre ginecologistas/obstetras é um ponto fundamental a ser discutido.
Por isso acredito na presença de parteiras. Creio que o discurso cientificista/patriarcalista foram os responsáveis pelo “sumiço” dessa personagem.
Há uns anos atrás, vi uma reportagem feita pela Regina Case sobre as parteiras na Amazônia, uma área carente de médicos, e como elas suprem muito bem essa carência!
Assim, o médico ficaria reservado para os casos de complicação, não “bagunçando” tanto assim a agenda dele.
Dentro dessa última ideia, de parteiras atendendo o trabalho de parto e médico no expulsivo, vejo o trabalho das doulas. Tive uma doula que ficou comigo todo o TP e parto, me acompanhando, fazendo contato com a obstetra, monitorando, incentivando, apoiando. Fomos para o hospital, após contato com a G.O, nos encontramos lá, eu estava com 6-7cm de dilatação. A G.O apenas monitorava, fazia uma ausculta, verificava pressão, fez 1 toque e aparou o bebê no expulsivo. E a doula comigo o tempo todo, sendo que já tinha um acompanhamento anterior com ela, quase um pré-natal para o "entre as orelhas", que é super importante também.
Claro, que infelizmente, essa não é a realidade para todas, e nem sempre os médicos permitem o acompanhamento das doulas no hospital, e nem o hospital deixa entrar. Embora, em alguns hospitais públicos humanizados, contem com doulas voluntárias.
Nuni e Brisa, vocês estão corretíssimas, me desculpem!
Maria Valéria, óbvio que médico é gente! Não é menos nem mais (tipo um Deus). Acho que em termos de obstetrícia, alguns novos arranjos devem ser feitos para que se respeite o tempo de descanso do profissional (por exemplo, trabalho em equipe, não centrado em um único profissional). O que eu acho um verdadeiro absurdo é que se marque cesáreas sem necessidade para que o profissional possa aproveitar o feriado sem interrupções. Ou se use a desculpa das baixas remunerações dos convênios para se marcar uma cirurgia emendada na outra, privando a mulher da escolha e induzindo-a a aceitar esse procedimento com mentiras (seu bebê é pequeno, seu bebê é grande, você é pequena, você é grande, etc).
Raphael, legal seus questionamentos e mais legal ainda você expor suas dúvidas. Vem discutir com a gente no mamatraca.com.br
Quel, por mais absurdo que possa parecer, muitos médicos só fazem cesáreas, não fazem mais normal! É um completo absurdo, pois nem todo mundo tem necessidade de fazer uma cirurgia! Dá pra perceber como fica em evidência o que é bom para o médico e não para a mulher? Que nosso direito de escolha não pode ser exercido?
Pessoal, a ideia não é defender um ou outro tipo de parto, o embate cesaristas X partohumanistas não leva a nada! Só nos enfraquece! Nossa briga é pelo DIREITO À INFORMAÇÃO E DECISÃO LEGÍTIMA!
Nos ajudem a levar essa discussão adiante! Mandem vídeos com seus relatos de parto até hoje para contato@mamatraca.com.br Vamos fazer a diferença!
Eu ainda estou grávida, mas tenho a mesma preocupação relatada aqui, a de ser enganada pelo médico. Não quero fazer cesariana sem necessidade. Pra minha sorte, sempre que passava uma novela onde tinha um parto com uma mulher sofrendo (porque todo parto em novela a mulher sofre horrores), minha mãe virava pra mim e falava "não é assim não, viu?".
Entrei naquele site partodoprincipio, tem uma lista de médicos recomendados. Eu pensei, tô no Rio de Janeiro, deve ter pelo menos uns cem lá, né? Não. Tem uns 15, e as 3 primeiras que tentei não fazem mais parto. Acabei escolhendo uma indicada, mas não estou 100% segura.
Fiquei pensando em como poderíamos ter mais visibilidade da conduta dos médicos.
Será que não poderíamos pressionar por um site com uma contagem de quantos partos de cada tipo por médico? Algo obrigatório e automático, tipo o hospital ser obrigado a informar a Secretaria de Saúde.
É um assunto realmente fascinante. Acompanhei a primeira postagem, li todos os comentários, como sempre faço e só tenho aprendido.
É realmente intrigante essa lavagem cerebral que fizeram nos últimos anos: transformar algo natural, fisiológico, que é o parto, num procedimento primordialmente cirúrgico, em vez de ser algo excepcional, do tipo: apenas quando der problema ou se a mulher optar por isso - porque uma cirurgia desnecessária, deve ser uma opção a ser decidida pelo dono do corpo, tal como o são as cirurgias plásticas.
As minhas duas avós tiveram 9 e 7 filhos cada uma. Apenas um filho, de minha avó paterna precisou recorrer a cesariana. E foram partos realizados em casa, com parteira. Sem cortes! E devo confessar que a lavagem cerebral obstétrica tem sido muito bem sucedida, porque me lembro bem de como eu ficava horrorizada em ouvir tais histórias! Imaginava as minhas avós sofrendo horrores e levantavas as mãos para o céu por ter nascido numa época em que eu não teria de sofrer isso, que simplesmente iria ao médico, ao hospital e ponto final.
A verdade é que tenho queloide e cortes e cicatrizes são coisas que realmente me assustam. Mas, eu pensava: entre cortar em cima e cortar embaixo, o que seria menos pior?
Ainda não sei se quero ser mãe, não. Se não bastassem as outras preocupações... Ainda tenho de pensar em algo que deveria ser... natural.
Li muitas coisas durante minha gestação e compartilho da opinião de que a frma mais natural possível para nascer é a que mais beneficia mãe e bebê. Sempre quis parto normal, embora muita gente falasse "vc é louca! Dói demais!" mas eu queria sentir essa dor, queria sentir de verdade minha filha nascendo... Porem, meu marido estava desempregado a meses e meu plano de saúde não contava com muitos, nem bons obstetras. Não podendo pagar uma consulta particular, fiz meu pré natal ( e tive meu parto) com um médico que não me inspirava a menor confiança. Acho que o parto humanizado vem sendo muito discutido, mas na época, e até hoje, não consegui saber de que forma poderia fazer isso sem dispor de recursos economicos. Afinal,encontrar um obstetra que seja favorável ao parto normal é como encontrar uma agulha no palheiro e, a não ser que o seu convênio seja o top, ele não vai atendê-la sem cobrar consulta. E a doula? Faz trabalho voluntário? Acho importante tocar neste ponto, pois há muitas mulheres na mesma situação que eu me encontrava: grávida e pobre, mas morta de medo do SUS. Há uma opção?
Olá!
Alguém pode me passar o link do relato da Tassi Bach? Não tô conseguindo achar... :(
Cris.
Cris, A Tassi comentou (diversas vezes) em todos os posts do Mamatraca essa semana, o site é mamatraca.com.br e te indico começar pelo meu relato, sobre escolhas e ir na ordem em que os outros foram aparecendo (intervenções, violência e arrependimentos).
Bjs
Obrigada, Carol!
Bjuu
Se a gestante quiser fazer um parto normal e não ser "enganada" pelo obstetra, basta ir à maternidade no momento do parto e aceitar ser atendida pelo plantonista. Ele estará de plantão mesmo, não terá pressa para ir embora e fazer o parto rápido. Se demorar muito, ele vai embora e o médico do próximo plantão assume.
Mas o que estão discutindo aqui não é somente querer ter um paro normal. A maioria quer um parto normal com um obstetra específico, que é o mesmo que fez o pré-natal. E isso é realmente MUITO complicado pelos motivos que a colega Maria Valéria bem citou.
E vi que aceitam ter o parto com parteiras e o médico presente só no período expulsivo, como falaram aí pra cima, mas por que não aceitam fazer o parto com o obstetra plantonista?
Eu como militante sim pela humanização do parto acredito que toda mulher merece ser tratada com dignidade e parto humanizado não deveria ser algo considerado como um "luxo" ou coisa que se deva pagar a mais.
A violência obstétrica ocorre também durante cesarianas.
Sim, o melhor seria que as parteiras atendessem o parto (enfermeiras obstétricas formadas ou obstetrizes) porém é da nossa cultura querer a presença de um médico como se ele fosse garantir que tudo vai correr bem.
E garantia não há. Ontem mesmo vi uma notícia sobre uma moça que morreu por causa de uma hemorragia pós-parto que acabou por ajudar a contrair uma infecção hospitalar (risco que só corremos no hospital).
Não existe essa de "não pode correr NENHUM risco".
Também sei de bebês que tiveram problemas e até vieram a falecer justamente por terem nascido de cesarianas mal indicadas ou eletivas sem necessidade. Prematuros que não tem capacidade para respirar.
E de boa, por mais que seja um termo correto ODEIO quando falam de "sequelados". Nenhuma mãe gosta de ler isso... e isso sim é terrorismo desnecessário!
Então minha gente, vamos escolher com consciência e tentar escapar de qualquer tipo de violência através da INFORMAÇÃO.
Essa cultura cesarista sempre me chocou. Minha mãe teve a mim e às minhas irmãs de parto natural, então crescemos com a 'ladainha' do normal na cabeça...
Mas eis que minha irmã foi quase que obrigada a fazer uma cesárea pq minha sobrinha tinha enrolado o cordão umbilical no pescoço. Sempre achei tão desnecessário, mas ainda não tinha toda essa informação há uns 3 anos atrás (que foi qdo a Sophia nasceu).
Hoje, na blogosfera, tenho outras informações... E me choca ainda mais essa cultura cesarista. Como se o corpo não conseguisse mais parir o filho.. Como é isso?
Maria Valéria, sobre seu comentário lá em cima, discordo em partes.
Pelo que eu já li dos seus comentários aqui na Lola, vc é uma raridade.
Porque na prática os médicos marcam cesáreas SIM por seu próprio benefício.
Esse médico da minha irmã mesmo desaconselha parto normal já nas primeiras consultas. E no SUS, vejam só!
Aqui em Goiânia venho observando essa tendência.. A paciente faz o acompanhamento pelo SUS e paga a cesárea particular nas clínicas onde o médico atende. Ele 'consegue' um desconto, parcela e as famílias se juntam para pagar os partos.
O obstetra é aquele médico que vc confia, te acompanha a anos.. Se ele te diz que vc PRECISA de uma cesárea, vc dificilmente o questiona.
Pressão alta, pressão baixa, cordão umbilical enrolada, mulher nova, mulher de 30 e poucos anos.. Todas devem fazer cesárea.
Um absurdo, simplesmente!
Meu primeiro comentário no blog! Êêêhhhh!
\o/
Ter um parto normal é muito difícil no Brasil, tem que batalhar muito, este é. O problema:mulheres querem o parto normal,mas não. Conseguem porque os médicos simplesmente não querem,ou seja, a mulher na maioria não. Tem escolha, e faz a Cesária.Entendeu???
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