quinta-feira, 17 de março de 2011

GUEST POST: TRAUMA POR TER SIDO ABUSADA

Num guest post terrível e recente, uma leitora deixou este comentário, que eu pedi licença para transformar em guest post. Não preciso explicar por que ele permanecerá anônimo, preciso? Peço a sensibilidade que faltou de alguns comentaristas (a maior parte trolls) para não duvidar do relato narrado. Lembre-se que o alvo das críticas deve ser o problema contado, não a vítima.

Lola, eu não quero me identificar, acompanho e comento no seu blog sempre e me sinto muito mal com algumas coisas que aconteceram comigo na minha infância e adolescencia.
Vou contar em ordem cronológica:
Quando eu era criança, um primo do meu pai vivia me dando presentes, me levando pra passear etc, mas sempre acompanhados. Um dia, fomos pra cidade onde ele morava, que não era a mesma que a nossa, e ele me levou pra tomar um sorvete. Eu tinha acabado de sair de um desfile da primavera e como toda criança eu queria ficar com a roupa do desfile, lembro até hoje como era a roupa, uma saia longa, envelope azul e um top azul curto. Voltando a pé da sorveteria, ele me abraçou, me apalpou e mordeu minha orelha! Achei aquilo nojento, horroroso e ele pediu pra não contar pros meus pais, pois eles não iriam entender. Não contei nada, mas NUNCA MAIS FIQUEI SOZINHA COM ELE e não tive dificuldades nisso.
Anos depois, no lugar onde eu trabalhava, com 16 anos, o chefe começou a me assediar, me tocar, e eu não conseguia falar nada pra ninguém. Um dia, ELE ME ESTUPROU. E eu fiquei quieta, não fiz nada, não me mexi, não contei pra ninguém... POR QUE EU FIZ ISSO? Não sei até hoje. Pedi a conta no dia seguinte. Disse pra minha familia que eu precisava me concentrar no vestibular (que eu não passei naquele ano).
No ano seguinte, voltei a trabalhar em outro lugar para poder pagar um cursinho e tentar o vestibular. Um colega de trabalho me ofereceu uma carona e tentou me agarrar. Desta vez eu tive coragem, chutei ele, saí do carro, falei pro meu chefe, o colega foi demitido e eu ainda trabalhei lá por muitos anos. Aproveitei e contei pra minha mãe a história do tal do primo. Ela ficou do meu lado, me apoiou e, na casa dela, ele não entra mais. Pedi a ela que não dissesse nada a meu pai, nem a minha avó. Eu tenho vergonha e acho que seria doloroso pra minha avó de quase 90 anos ouvir isso sobre o sobrinho. Mas minha mãe sonda minha avó e quando ele vai pra cidade, ela me avisa pra não aparecer na casa da vovó.
Eu só fico pensando: Por que isso se repetiu comigo tantas vezes? Por que eu deixei?
Sabe uma coisa que tanto o meu "primo" quanto os outros dois falavam? Que eu era uma bonequinha. O que me estuprou dizia que eu era delicadinha, tinha jeitinho de criança, tinha a pele branquinha, que qualquer apertão ficava roxinha, que ele adorava quando eu ia com trança trabalhar. Às vezes, ele me fazia prender o cabelo com dois lacinhos, sabe, um de cada lado, tipo maria-chiquinha. Me sinto horrível por isso.
Eu me sinto muito, muito culpada. Por eu deixei eles fazerem isso? O que eu fiz para que eles achassem que podiam fazer isso? Por que eu TENHO que ter feito alguma coisa pra chamar a atenção deles, pra provocar eles, eu só não sei o quê.
Depois do último incidente, engordei 30kg, parei de fazer as unhas, de tratar do cabelo, só uso roupas largas, tenho pavor de usar roupas justas ou que possam parecer sensuais... Tenho medo, pavor, de fazer algo de novo, que deixe alguém pensar que eu estou dando bola, que eu quero...

69 comentários:

Ághata disse...

Não foi sua culpa.
Você não tem responsabilidade nenhuma em nenhum dos acontecimentos.
Que tem, são esses estupradores nojentos e nossa sociedade doente.

Ághata disse...

errata:

4ª linha: leia-se 'quem' ao invés de 'que'.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tanize disse...

Não foi sua culpa!! Ninguém pode fazer o que fizeram a você. Não há nada que justifique os abusos que você sofreu. Saiba que eles são e serão sempre os culpados.

Você é, hoje, forte o suficiente para ter compartilhado isso com sua mãe e conosco. Não pense no que você fez ou deixou de fazer nos malditos crimes que cometerem contra você. Você foi a vítima!

Lord Anderson disse...

Mais um post que desperta ravia, frustração e revolta.

Minha solidariedade a anonima e meu desejo que ela consegui ser forte p/ enfrentar tudo isso.

E lembre sempre que os unicos culpados são os canalhas que cometeram esse abuso.

Paola disse...

Fico pensando que ainda temos muito que fortalecer as mulheres, criar redes, falar sobre, ensinar para as meninas que nenhum tipo de abuso pode ser tolerado, mostrar que botar a boca no trombone é a melhor solução!
Bj
PAola

Anônimo disse...

Entendo bem o que você passou, passei por coisas quase iguais e até mais nova.

Não adianta dizer "você não tem culpa". Sempre vem um fantasma dizendo que de algum modo nós provocamos isso.

E não, não provocamos. Eles são doentes que querem nos "contaminar" com esse vírus, com essa culpa.

Quanto a engordar, usar roupas largas, eu vivo exatamente o mesmo drama - o psiquiatra diz que é Síndrome de Dafne (aquela que preferiu virar um Loureiro a ser possuída por Apolo).

Amiga, infelizmente, para nós não há saída além de acompanhamento psiquiátrico, antidepressivos e terapia.

Mas funciona, digo porque estou bem melhor. Sem a terapia a idéia de suícidio era constante.

Beijos e força.

Ana Claudia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Eu sei que pra quem não vivenciou essa situação é muito fácil dizer "não deixe de se cuidar, você não teve culpa" mas, sinceramente, essa é a coisa mais sensata que eu consigo pensar. A nossa sociedade está cheia de feridas crônicas, abertas, mal cheirosas...

Menina disse...

Oie pessoal, eu sou a anônima do texto, como os comentários anônimos estão desabilitados, criei essa conta só para comentar aqui.
Obrigada pela força. A Lola trocou emails comigo e também me deu muita força, obrigada Lola.

Algumas coisas sempre ficam. Eu já fiz terapia e odiei. Fui em um psicanalista, que quis fazer regressão comigo, foi a pior coisa que eu poderia ter feito. Lembrei de tudo com detalhes e isso ajudou a meus pesadelos serem mais reais.

Sou desconfiada. Uma vez um colega pos a mão na minha perna e levou um tapão, coitado, depois percebi que exagerei.

Já se passaram mais de 7 anos e as vezes nem lembro disso e outra vezes parece que foi ontem que aconteceu.

Uma coisa que me machucou muito foi quando um amigo disse que a culpa era realmente minha, por ser bonita, andar com roupas curtas e ser muito dada com todo mundo.

Não desejo isso pra ninguém.

obrigada mais uma vez.

Sandro disse...

Pô Lola? De novo?
Tá faltando assunto?
Fala mal do Obama, do Bolsonaro ou fala bem do Lula, da Cut, do Che Guevara, da Marilena Chauí...
Mas vira o disco pô. Esse papinho aí já deu né?
Cê tá pior que a minha esposa que faz frango todo dia.

Leila Silva disse...

Menina,

Primeiro esse seu amigo não era amigo...

E essa culpa que a gente carrega por não ter 'feito nada' é mesmo uma desgraça, mas lute contra ela. Eu carrego (sem entrar em detalhes) essas culpas também, mas melhorei muito com o tempo e com um pouco de terapia.
Dá muita raiva essas essas coisas e quem não acredita nesses relatos deve viver num mundo cor de rosa ou preferir não ver. Infelizmente é muito mais comum do que parece e estraga a infância de muita menina (e alguns meninos, claro).
Acho positivo o fato de você ter contado para sua mãe e de saber que ela acredita em você. Quanto à avó eu também entendo a sua decisão de não contar, provavelmente eu faria o mesmo.
Você parece ser bem jovem ainda, desejo boa sorte na sua caminhada, não se abandone.
Abraço

Priscila disse...

Sandro,

larga de ser insensível. Tá de saco cheio, vai embora.

Menina disse...

Sandro, eu sei que você deve estar enjoado de ler sobre isso, mas isso acontece e muito e tem muita gente que acha que não, que isso é balela.

Leila, obrigada.
Hoje eu tenho 25 anos, mas me sinto mais velha que muita gente por ai, passei por tanta coisa que é como se tivesse mais que o dobro dessa idade.
Quando começo a pensar em todas essas coisas, tudo o que contei, as atitudes que tomei depois, o bulliyng que sofri por ter engordado e outras coisas, acho que minha vida não é real, é como se fosse um livro ou novela. Ou como se eu provocasse tudo isso.
Quando eu fui estuprada, eu tinha um namorado, eu não era mais virgem, mas depois eu não conseguia mais deixar que ele me tocasse, isso durou um tempo até largarmos. Depois minha cabeça mudou, fiz coisas que podem até não ser erradas, mas pelos motivos errados. Eu precisava me sentir no comando e comecei a sair com vários homens, cada semana um diferente(sempre usei camisinha), mas eu precisava achar, na minha cabeça que era EU que os estava chamando para o motel. Alguns eu atiçava e depois tirava o corpo fora(correndo risco de ser agredida), mas me deva uma senssação tão boa quando eu falava que não queria e ia embora. Eu me sentia com poder. Não acho errado ter saido com muitos homens, afinal eu poderia ter me divertido, mas eu único pensamento era que eu estava fazendo aquilo poe que EU queria. Besteira, eu sei.

No meio do caminho conheci pessoas especiais, que me entenderam e respeitaram. Homens que não aceitaram serem largados depois do fim de semana e homens que perceberam que eu só queria transar com eles por algum motivo estranho. Esses homens permanecem em minha vida, como amigos e um deles como meu marido. Esses homens me mostraram que nem todo homem é mal e que nem todo homem vai me forçar a fazer o que não quero.

beijos.

Lucas disse...

Menina,

Cada terapeuta é diferente, de repente não rolou uma química boa entre o que você encontrou.
Acho a terapia super importante, talvez uma terapeuta mulher possa ser melhor também.

Beijos!

Menina disse...

Priscila, o Sandro não entende nada disso por que nunca foi mulher e pelo jeito nunca foi agredido.

Lucas, minha terapeuta era mulher, depois disse não consegui mais ir ao psicologo.
Minha melhor terapia foi ser voluntária e ver que existem pessoas que estão em situação muito pior, que são agredidas por pais e mães e muitas coisas mais, ajudar essas pessoas me ajudou.

Me sinto culpada por não ter denunciado, na policia, o estupro, por que eu tinha provas, hoje penso que ele pode estar fazendo o mesmo com outras meninas.

beijos.

Fabiana Zardo disse...

Menina,

Tente uma nova abordagem terapêutica. A psicanálise é densa, cutuca coisas desagradáveis e de cara, não vejo porque fazer isso. Tenta terapia artística, comportamental, yoga, alguma coisa pra ajudar a concentrar, a se dedicar a você mesma.

O que eu acho mais complexo é que você não se sente bem na própria pele. A culpa, a raiva, o ódio, a sensação de passividade...tudo isso é demais!

Você tem a minha idade! Eu já passei algumas situações de abuso na vida, mas nada como você. Demora pra digerir e engolir. Até hoje, tem coisas que mexem muito comigo. Mas o processo é lento, complicado e exige afinco. Mas dá resultado!

Lembre-se que você é linda e deve se amar e ser amada. Procure, com todas as suas forças, quem você é, o que você quer. Isso é a coisa mais importante que você pode fazer.

Em um momento da minha vida, eu disse à minha psicóloga que eu via a minha vida como um espelho quebrado. Eu olhava os caquinhos no chão e não sabia como começar a remendar. Sabe o ela me disse? Remendar não dá certo, o melhor é fazer um espelho novo.

Ana. disse...

A culpa não é sua, vocÊ tem que se cuidar e se amar. Um dia você perde o medo e poderá amar e ser amada. O mundo está cheio de pessoas assim! Você não teve culpa pois nas 2 primeiras vezes você ainda era uma "criança", mas na terceira você´já era uma mulher, teve coragem, teve atitude, e no final deu tudo certo. No mundo só podemos contar com nós mesmo! Se ame e se respeite. E nunca mais deixe que ninguém chegue perto de você.

Admin disse...

Menina,

Em primeiro lugar meus parabens! Vc tem muita coragem, não é fácil compartilhar experiencias traumaticas, encarar os fatos e narrar o que acontece exige um senso critico e uma vontade de resolver conflitos muito grande.

Acho que procurar com quem conversar, compartilhar pensamentos e vivencias por mais tristes e horrendas que elas sejam ajudam de alguma forma para nossa melhoria, recolocar-mos os eixos no lugar.

É meio chover no molhado, mas vc não tem culpa de nada, absolutamente nada, mesmo que alguns animais achem que tenham direito sobre vc só por ti ser mulher, isso não é construção sua é dessa sociedade machista e opressora (ok, fui redundante rs).

Espero de coração que vc possa um dia olhar para o passado sem que isso traga um pingo de nova dor, afinal tu já sofreu bastante...

Sua experiencia aqui contada é importantissima para reforçar a mensagem: mulher merece respeito, ter o direito de decidir sobre seu corpo, que não é propriedade de macho algum.

Afinal contam tantas mentiras por ai que elas se tornam "verdade" né? Quem diz a verdade tb precisa repetir o discurso sempre, para não passar por mentira.

abçs fique bem e paz!

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Unknown disse...

"Depois do último incidente, engordei 30kg, parei de fazer as unhas, de tratar do cabelo, só uso roupas largas, tenho pavor de usar roupas justas ou que possam parecer sensuais..."

Depois do último incidente vc virou a Lola? huahuahua

Ângela disse...

O Sandro é imbecil ou psicopata?

A Menina ainda se deu ao trabalho de ser educada com ele.
Menina, sempre vão nos dizer que é feio uma mulher se defender. Mas mandar cretinos e fdps para onde eles merecem é indispensável para a nossa sobrevivência!!
E te desejo superação completa e muita felicidade. Você já chegou até aqui, com certeza tem ainda mais forças dentro de você. ;)

Lord Anderson disse...

Caramba

mesmo com a seriedade do assunto, mesmo com o pedido da Lola, tem gente que aparece sem um pingo de respeito e empatia.

Eu realmente não entendo como alguem pode ler algo assim e ser desrespeitoso dessa maneira.

Andréia Freire disse...

Lola, posso fazer uma sugestão? Será que é legal deixar esses comentários de gente insensível e desumana aí? Não seria melhor apagar?

Lera, como você tem coragem de debochar de um assuntos desses? Que tipo de "pessoa" faz isso? Se não tem nada a falar pra ajudar ou que acrescente alguma coisa fiquem calados, então!

Mariane disse...

Menina, é possível superar tudo isso.Tive experiências semelhantes às suas.Fui molestada aos 5 anos de idade por um tio-avô ( várias vezes) , na mesma época por uma empregada da minha avó e aos 13 anos estuprada por 2 rapazes e engravidada.Fui acusada de ter facilitado.Foi muito difícil deixar de sofrer com tudo isso.Mas hoje isso ficou para trás.Me sinto forte o bastante para falar abertamente.Tenho certeza de que não tive nenhuma culpa.Fui vítima , mas não sou nenhuma coitada."O que não nos mata , nos fortalece".Não sinta culpa por não ter reagido. Um forte abraço!

Rê_Ayla disse...

Um pouco fora do assunto do post, porém dentro de todos os assuntos de posts deste blog...

Excelente artigo sobre "A Renovação do Feminismo no Sul" (leia-se África, Ásia e mundo muçulmano):
http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=856

Pra quem não tem muito contato com a realidade de mulheres, sua opressão e sua luta por direitos nestes países, é uma boa mostra de que o mundo ainda tem muito o que evoluir e de que feminismo não é coisa de país ocidental.

Cíntia Costa disse...

Sandro, esse assunto cansa, né? To cansada de ler notícias sobre estupros, de ouvir relatos de amigas e de anônimas.

Mas lembre-se, querido. O que cansa são os abusos, que não param!, e não os posts da Lola reportando.

Que tal contribuir para o fim do cansaço de tanto abuso, que todas nós sentimos, em vez de reclamar?

Fica a dica.

Letícia disse...

Choro de raiva quando leio esses posts. Nunca sofri nada assim, só aquelas bobagens de cantadas grosseiras na rua e afins. Mas uma amiga minha já sofreu um estupro, desenvolveu problemas psicológicos sérios por conta disso e, assim como vc, autora do post, não chegou a fazer nada contra o agressor.

Eu me pergunto se seria assim se a sociedade não fosse tão machista, se a gente não tivesse ainda, no íntimo, receios de que a denúncia de uma violência sexual cause reações negativas nas pessoas, que nos condenem em vez de condenar o criminoso, pq isso acontece - e muito. Tem gente que não fala pq tem medo que a história se espalhe e seja rejeitada então no emprego, na faculdade, no meio familiar... existe prova mais evidente sobre a periculosidade do machismo do que essa? A vítima de qualquer crime é sempre vítima, mas a vítima de estupro é frequentemente culpada pelo que sofreu.

Caroline J. disse...

Menina,

Eu imagino q na sua mente vc saiba, racionalmente, q nao foi culpa sua... mas as emoções dizem outra coisa, né. E é um longo caminho pra entender, e mudar, oq as emoções nos dizem...

Saiba q vc nao está sozinha. Vc nao teve culpa de nada. Nunca aconteceu nada assim tão horrível comigo mas eu entendo o sentimento de culpa, pelo q já me aconteceu. A gente é educada pra isso.
Vc é inocente: não importa oq vc vista, e muito menos quão linda vc seja!!!, NADA daria a ninguem direito nem justificativa pra encostar 1 dedo em vc. Essa é a mentira que contam pra nós e a gente acredita sem nem perceber direito.

Vc nao tá sozinha. Nós te compreendemos e estamos junto com vc. Eu não sei se terapia iria te ajudar, eu nao costumo confiar em psicologos nem nada... mas existem muitas outras formas de se curar, Menina. Procure oq vc ama, faça coisas q ama, e procure aprender mto. E procure encontrar outras mulheres que realmente entendam como vc se sente, pra q vc saiba q não está errada, não tem culpa de nada, e q o problema não é e nunca foi vc.

Sinto mto q tudo isso tenha acontecido com vc, e espero q vc consiga encontrar o amor. Por vc, por alguem, por alguma coisa, pela vida. É isso que salva a gente.

E os engraçadinhos q comentaram aí... eles não valem o ar que respiram. Cuspa neles, dê as costas e siga em frente.

Um beijo de uma amiga.

Letícia disse...

Eu fico pensando: nunca vi ninguém falar pra uma vítima de assalto ou de sequestro que a culpa foi del@ (a vítima) por ter um carro novo, ou por ter algum bem de valor interessante. Mas a nossa saia curta sempre é culpada por despertar os "instintos selvagens" masculinos... pq o homem não pode se controlar e se comportar como gente, né, nós é que precisamos usar burka.

Rogério Santos disse...

Sandro e Lera,

Vocês acham que esse assunto "já deu" porque isso certamente nunca aconteceu com uma mulher das vossas famílias. Espero que elas nunca passem por isso, pois eu garanto que você também ficará puto e sentirá vontade de matar o desgraçado que fizer isso com as vossas mães, tias, irmãs ou namoradas.

E vocês também ficarão revoltados se estiverem falando sobre violência sexual e um outro imbecil igual a vocês aparecer para fazer piadinhas de péssimo gosto a respeito do assunto.

Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

miatrix disse...

lola, please, apague esses comentários. eles não acrescentam absolutamente nada.

entendo voce querer dar espaço pra opiniões contrárias, e ISSO todo mundo aprecia. mas esse tipo de coisa agressiva e vazia só desanima seus leitores de acompanharem a discussão.

Alessandro disse...

Tem todo o meu apoio. Esse sentimento não é exclusivo do fato de você ser mulher - dada às devidas proporções, quem sobre bullying ou discriminação também sente vergonha, culpa e medo.

É mais fácil falar, mas o que deve ser feito é aceitar o que aconteceu, colocar uma pedra em cima, tentar seguir com a vida e caso aconteça novamente: denuncie!

É parecido com o que acontece aqui nos comentários: sempre tem um ou outro que vai criticar, que quer aparecer, trollar, etc. A Internet é assim. Aceita-se. É melhor aprender a conviver com esses comentaristas do que excluir a torto e a direito, e imaginar que estamos em um mundo perfeito - o que infelizmente não é verdade.

E novamente, conte com meu apoio para superar esse trauma.

Anônimo disse...

Sabe o que é mais triste nisso tudo? Eu sempre escuto (principalmente de mulheres): Ahn, essas meninas de hoje vivem provocando os homens com roupas curtas, PEDEM para ser estupradas.

Fico abismada como as próprias mulheres julgam as outras, e com isso, impedem que os verdadeiros culpados sejam acusados.

Menina disse...

Fabiana, obrigada, eu já fiz yoga, mas como exercício de alongamento e não como terapia. Hoje eu dou aulas, que é uma baita terapia e faço trabalho voluntário e procuro ajudar as pessoas a minha volta.
Eu, mesmo tendo passado por tudo isso, consegui superar muito disso e estou aqui, discutindo sobre isso... Estou fabricando meu novo espelho.
Aninha, eu era adolescente e no fundo eu sabia que eu deveria reagir e mesmo assim eu NÃO CONSEGUI, fiquei paralisada, como se todas as forças do meu corpo tivessem sido roubadas.
Rubens, obrigada pela força, e saiba que eu adorei o seu gest post(vc é o mesmo Rubens né?)...
Lera, quem me dera ser a Lola, ter a força dela e o dom que ela tem pra escrever e mostrar as coisas como são... Obrigada pelo elogio ao me comparar com ela...
Ângela, lord Anderson(seu nick tem haver com RPG?), Andréia, Rogério, miatrix, obrigada pela defesa, eu vejo pessoas como o Sandro e o/a Lera, como pessoas que tem dificuldade em se colocar no lugar dos outros, e sei que isso é um dificuldade mesmo, tem pessoa que não consegue, não os culpo por isso.
Mariane, Sinto muito...Eu queria que ninguém mais passasse por isso e me sinto impotente...
Cintia, é isso mesmo, o assunto é repetitivo por que os acontecimentos são repetitivos...
Laetitia, antes eu achava que as mulheres tinham que denunciar, a todo custo, hoje eu entendo as mulheres que não denunciam e por que elas não denunciam...
Carol, sim eu sei, mas as vezes bate uma depressão e fico me perguntando se eu não poderia ter evitado. conscientimente eu sei.
Alessandro, o processo de deixar pra trás eu já comecei, mas não posso simplismente deixar pra trás, sabendo como é eu preciso fazer alguma coisa para que menos mulheres sofram o que eu sofri, para que menos crianças fiquem traumantizadas e para que mais passoas possam denunciar, tendo delegacias da mulher por ai...
Belzita: Pois é... isso é fogo...

Beijos.

Adwilhans disse...

Fugindo um pouco do tema do post mas seguindo alguns dos comentários: dia desses, assistindo a um episódio do "Law and Order", ouvi um "Protesto!" interessante do Promotor de Justiça: a forma como a vítima de estupro está vestida é IRRELEVANTE segundo a lei (ou jurisprudência, sei lá) aplicável em Nova Iorque, e por isso não pode sequer ser invocada como atenuante. Não sei se isso corresponde à realidade (a obra é ficcional) mas, se for, é uma grande contribuição legislativa à sociedade e mereceria adoção por outros países, incluído o Brasil.

Jéssica disse...

Pelo menos a mãe da menina ficou do lado dela quando soube da situação. Aos 11 anos, quando contei aos meus pais que havia sido molestada, eles disseram que eu estava mentindo. Minha tia ainda teve a coragem de dizer que eu estava fazendo aquilo porque eu era uma sulista que tinha raiva de nordestinos. Foda, viu! Você sofre um trauma, mas não pode contar a ninguém porque pode ser chamada de regionalista.

Pequenas histórias cotidianas disse...

Como psicóloga e que trabalha justamente nessa área, eu digo, embora possa ser chover no molhado): não foi culpa tua! Eu vou fazer uma comparação. Esses indivíduos que cometem agressões sexuais tem um feeling pra saber que pessoas eles podem "manipular". E não, eu não tou dizendo que vc é fraca. Vamos fazer uma comparação: um homem adulto que bate em outro homem adulto mais ou menos do mesmo porte e um homem que bate, ou agredi uma senhroa na cadeira de rodas. Quem é o mais covarde? No caso é a segunda opção. Todos esses caras foram extremante covardes contigo, ao notar a tua doçura de pessoa.. que isso o que eles mostram com os comentários bizarros que fazem. E outra, mulheres bonitas (como vc deve ser pelas descrições) tb podem chamar mais atenção desse agressores!


A psicanálise pode não ser a melhor abordagem nesse caso. Procure outra linda que pode valer mt a pena! Se puder ajudar, estou a disposição.

Pequenas histórias cotidianas disse...

Ah, e outra: eu fico é com medo de pessoas que tem opniões sem o mínimo de empatia como tem umas aqui. Um dos pricnipais problemas de agressores é justamente a falta de empatia!

Menina disse...

Pequenas histórias, que linha vc recomenda de terapia? Eu trabalhei em um lugar onde a esposa do dona era psicanalista e ela que em atendeu e me recomendou a regressão, que eu achei horrível, tenho pesadelos terríveis depois disso. Pesadelos vivos, reais... lembranças perfeitas sabe...

Pequenas histórias cotidianas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pequenas histórias cotidianas disse...

Ah, mas as vezes o que conta mesmo é o feeling com o terapeuta, viu? Procura antes de tudo alguém que vc se sinta confortável e que tenha segurança! Que se sinta aoclhida e apoiada!

Pequenas histórias cotidianas disse...

Procure alguém da Terapia cogntivo- comportamental.. ou TCC. Sei de caso em que ajuda mt! No início, pode parecer um tanto doloroso, ter que falar sobre.. mas, procewsso terapueticos são dolorosos, as vezes! Se tiver um bom suporte do terapeuta, tenho certeza será proveitoso! Mas, lembre que o vinculo com o terapeuta é super importante.. isso pode ajudar mt mais que a linha de escolha! :)

Menina disse...

Eu queria não precisar de terapia, queria que isso nunca tivesse acontecido...

Rogério Santos disse...

Adwilhans,


Até onde eu sei, a lei brasileira também não faz nenhuma menção a isso. O fato de a mulher estar vestida com um shortinho, com uma minissaia ou uma blusa decotada não é atenuante para o estuprador. A mulher tem o direito de sair às ruas usando a roupa que bem entender, e isso não é motivo para ela ser estuprada.

Entretanto, a sociedade machista de um modo geral pensa justamente o contrário. Se uma mulher disser que foi violentada, a primeira coisa que todos quererão saber (isso não é exclusivo dos policiais) é com que roupa ela estava vestida e onde estava passando. Pois, a depender desses fatores, o estupro estará socialmente justificado.

E, por mais incrível (e absurdo) que possa parecer, isso não é defeito somente dos homens. Há mulheres que também pensam da mesma maneira. "Fulana foi estuprada porra nenhuma!! Ela sempre passa de shortinho atochado provocando todo mundo e depois vem com essa historinha de que 'eu fui violentada'. Cadê que homem nenhum veio pra cima de mim?"

Isso só mostra o quão poderoso é o machismo, pois, tal como o racismo, faz com que as vítimas pensem e ajam de acordo com o que preconizam os seus beneficiários. Não estou fazendo nenhum juízo de valor, apenas dizendo de onde vêm tais pensamentos.

Pili disse...

é, rogério, mas infelizmente machismo também se expressa na lei.
Há vários exemplos de leis que davam suporte à ideologia machista, algumas com o pretexto de proteger as mulheres. Como por exemplo a necessidade de autorizaçao do marido pra que a esposa pudesse dispor do seu patrimonio, ou a impossibilidade de se tipificar estupro dentro de um casamento.
São muitas as eteceteras.
Algumas a gente vem modificando.
Outras levam mais tempo.
Mesmo que isso queira dizer mais sangue.

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, BEM COMO AO COMPORTAMENTO DA VÍTIMA, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

saturnreturn disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
saturnreturn disse...

Concordo com comentários anteriores, essas manifestações de criaturas como esse tal sandro e lera (no diminutivo mesmo), só nos deixam a ponto de chorar de raiva. Também gostaria de não ter que me deparar com esses idiotas.

Pili disse...

..... concluindo.....

então Rogério, quando vc diz que

"Isso só mostra o quão poderoso é o machismo, pois, tal como o racismo, faz com que as vítimas pensem e ajam de acordo com o que preconizam os seus beneficiários. Não estou fazendo nenhum juízo de valor, apenas dizendo de onde vêm tais pensamentos."

Esse pensamento dá ao machismo muito mais poder do que ele realmente tem.
Machismo não é um comportamento assim tão natural, automatico, que não se pode evitar.
Isso não vem do interior de cada uma das pessoas, não vem de deus, não é a ordem natural das coisas.
Pelo contrário, é um padrão que nos é ensinado e DIARIAMENTE REFORÇADO.
E conta com muitos, muitos mecanismos oficiais, religiosos, culturais, pra se manter vigente.

PS pra evitar discussão:
Não to dizendo que vc acredite que machismo seja o natural, nem te conheço.
To dizendo que uma frase que vc falou está ligada a esse processo de legitimação da ideologia machista.
Tá? Não fica bolado.

Pat Ferret disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pat Ferret disse...

No meu entendimento, os mecanismos cerebrais que levam alguém a fazer comentários sarcásticos, em um post como esse, são exatamente os mesmos que permitem a um homem "despersonalizar" uma mulher a ponto de ser capaz de estuprá-la. A incapacidade de expressar empatia é igual, ainda que em menor escala.

Se esse tipo de gente agisse de acordo com a lógica e aprendesse com os próprios erros, essa seria uma boa hora de colocar o rabinho entre as pernas e fazer uma BOA auto reflexão. Mas, duvido...

AFF

Barbara O. disse...

Lola, eu tambem concordo com o pessoal que pediu para tirar os comentarios escrotesimos. A Menina nao merece este tipo de desrespeito e na verdade nenhum de nos que leva o assunto a serio merece.

Rogério Santos disse...

Pili,


Não há motivos para eu ficar bolado contigo. Estamos discutindo ideias respeitosamente, sem ofensas pessoais ou agressões. As discordâncias, essas sim, são naturais e devem existir mesmo. Sou um neófito em discussões mais aprofundadas sobre o machismo (conheci o blog da Lola há pouquíssimo tempo), e portanto estou passível de cometer imprecisões.

Ainda bem que você disse que não acredita que eu acredito que o machismo é normal, pois eu não acredito mesmo. Nunca disse (ou sequer dei a entender) que o machismo é algo que faz parte da ordem natural das coisas, pois eu sei que não faz. Participar das discussões neste blog é também uma forma de lutar contra isso, uma vez que eu também fui criado para agir e pensar dessa mesmíssima forma.

Hoje, eu consigo entender que um homem, para ser homem, não precisa ser violento, bruto, insensível, cruel e tratar as mulheres como lixo. Contudo, quando eu era criança, eu sofria reprimendas severas se não agisse, me vestisse ou falasse da forma com que os meus tios determinavam. O machismo é de fato um comportamento reforçado durante a vida inteira.

Eu também não disse que não há mecanismos oficiais que reforçam o machismo. Até bem pouco tempo, havia uma lei que dava ao marido o direito de matar a mulher se ele descobrisse que foi traído (a tal legítima defesa da honra), mas, hoje, depois de muito sangue derramado, algumas leis com essa característica já foram mudadas e muitas outras ainda precisam sofrer mudanças. Ainda há muito por fazer.

Só que mudar a lei não basta. É preciso também mudar as mentalidades, ou do contrário continuará acontecendo a mesma coisa que sempre aconteceu. A lei Maria da Penha está aí, já foram criadas delegacias de atendimento à mulher, mas apesar disso é enorme o número de mulheres que são maltratadas quando vão pedir providências contra os seus maridos e namorados violentos ou, quando vão dar uma queixa de estupro, ainda têm de dizer com que roupa estavam vestidas e por onde estavam andando quando foram atacadas.

Eu só quis destacar que, da mesma forma que o racismo faz com que as pessoas negras acreditem que são inferiores às brancas, o machismo faz as mulheres acreditarem que são inferiores aos homens. Eu já conversei com uma mulher, há cerca de 14 anos, que tentou me convencer a todo custo de que a mulher TEM de ser submissa ao homem. E por mais que eu tentasse dizer que ninguém tem de ser submisso a ninguém e que cada pessoa tem o direito de ser dona da própria vida, ela desfraldava versos e mais versos da Bíblia para justificar a suposta submissão natural da mulher ao homem. Foi isso que eu tentei destacar.

Só reafirmando (e concluindo), eu não vou ficar bolado contigo. Muito pelo contrário. Eu agradeço e agradecerei toda vez que você ou qualquer outra pessoa apontar uma falha em um argumento meu, pois já declarei que sou novato nessa área e estou passível de erros.

Adwilhans disse...

Rogério Santos,
Creio que a discussão já esvaziou, mas de qualquer forma vou tentar melhorar meu comentário anterior:
O problema está justamente em a lei brasileira não fazer menção nenhuma ao fato, deixando na mão do juiz avaliar a relevância que a forma como a vítima estava vestida pode ter para a reprovabilidade do estupro.
O ideal seria que não houvesse espaço para esse tipo de interpretação: o estupro é inadmissível ainda que a mulher esteja passando nua na rua. Qualquer relativização é inaceitável, a meu ver, e por isso aplaudo a norma que foi invocada no seriado a que me referi antes...

Winry-Senpai-Sensei-Sama disse...

Faço de muitos desses comentários os meus, exceto as terríveis demonstrações de falta de empatia do sandro e lera.

Desculpe desviar um pouco do tema, é um tema forte e que muito me perturba pelo tétrico desreipeito aos direitos humanos, pela compaixão que tenho por mulheres assim e pelo respeito e orgulho de conhecer pessoas fortes como elas, mas gostaria que o pessoal e a Lola dessem uma olhada no post do blog bule voador, e nos meus comentários (eu sou a marcela e o meu avatar é uma engrenagem rosa com óculos): http://bulevoador.haaan.com/2011/03/17/seita-evangelica-promove-virgindade-como-compromisso-de-honra-entre-pais-e-filhas/#more-21336 Ali eu levantei uma hipótese duma possível raiz para o machismo. Mas não quis dar a entender que seja natural, e muito menos no sentido de "certo"! Agradeceria muito as impressões dos comentaristas e da Lola, até mesmo para ver se eu não exagerei ou fui alienada na minha hipótese, e gostaria que aqueles da mesma índole do sandro ou lera, por favor, guardessem qualquer idéia machista ou desconstrutiva para si. Quanto a qualquer outra crítica construtiva vinda do pessoal como os outros que fizeram os comentários aqui, muito bem-vindos e agradeço desde já!!

Winry-Senpai-Sensei-Sama disse...

Puxa vida..sionto muito sair dinovo do assunto do post, realmente, lendo esse post da Lola http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2010/02/psicologia-evolucionista-so-rindo.html e pensando sobre o que escrevi no link que dei no meu comentário anterior a este, puxa a hipótese que dei foi que o estupro teria sido algo natural...bem teria existido? acho que sim? Mas será que não fui muito fatalista *inclusive usei essa palavra* ao dizer que essa seria uma maneira de pensar do homem primitivo? Será que o homens primitivos realmente desconsideravam a mulher como uma igual na relação sexual? Nas relações homem/mulher como um todo? Talvez eu esteja engana, e no fim das conts, eu não possuo mesmo nenhuma prova de como seria as comunidades mais antigas, e as relações homem mulher primordiais!! Peço urgentemente com todo o obséquio possível, critiquem o que eu escrevi no link dado no comentário acima! Por favor! Preciso de outras idéias! Posso estar fazendo papel de advogada do diabo das mulheres e do feminismo e não sei =/ sem falar´que seria realmente ofensivo pra homens também retratar os seus mais longíquos antepassados como homens prepotentes e brutais...

Juliana Kalinger disse...

Eu Vivi algo parecido só que não fui estuprada e sim molestada sexualmente por um primo, quando tinha 5 anos de idade. hoje falo abertamente e quando criança falei com minha mãe ao completar 12 anos de idade, não sei o que faltou eu dizer a mamãe que é educadora e conservadora mas ela não deu muito crédito. Só hoje com 26 anos e mãe de um menino de 2 anos e que vejo o quão esse crime cometido na infãncia influenciou minha vida

Juliana Kalinger disse...
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Juliana Kalinger disse...
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Menina disse...

Juliana, sinto muito.
Eu me sinto impotente, não só por mim, mas por conseguir fazer tão pouco por outras mulheres.

Bia disse...

Nossa Menina q terrível oq vc passou, já passei por abusos tbm, mas não por estupro, por pouco q não passei por isso. Eu até hj não superei o trauma de ter sido abusada, imagino como deve ser para quem passou por estupro então. Eu tbm não consegui denunciar o agressor, até hj me culpo por isso. Olha para mim terapia não resolve nada, em alguns casos pioram pq os psicólogos mais julgam do q compreendem. Sinceramente, cansei de esperar por justiça, a vontade q eu tenho é de sair matando estupradores por aí para defender as mulheres q passarão por isso se eles continuarem vivos, e cadeia no Brasil, é por pouco tempo, depois eles são soltos e voltam a fazer as mesmas coisas, por isso mesmo q acho q já está na hora de nós mulheres nos unirmos e fazer justiça com as próprias mãos.

Juliana Kalinger disse...
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Juliana Kalinger disse...

O que aconteceu influenciou vários momentos posso dizer que sou e em alguns casos tive: indefinição de sexualidade,sociopatia,iniciação precoce da sexualidade,diculdade de relacionar-se .
acho que se fizermos uma pesquisa acharemos mais casos de conflitos sofridos por traumas na infância.

Nina disse...

Olá a todos, Lola e Anômima que fez o depoimento.

Confesso que esse post mexeu muito comigo. Entre lembranças de tantas coisas que aconteceram e ainda acontecem comigo, fica minha revolta por ver o quanto nós mulheres o tempo todo somos julgadas. Quando ela diz que deixou de lado a vaidade por medo de parecer que ela quer alguma coisa, isso é muito triste.

Se gostamos de nos arrumar, se somos "bonitas" perante a sociedade, temos que nos cuidar, porque isso pode ser um "convite" à violência, ao abuso, ao estupro. Se não damos bola pra nada disso somos constantemente cobradas por não sermos "femininas". Pô! Deixem-nos em paz! Deixem-nos escolher o que fazemos do nosso corpo e da nossa vida! Isso não diz respeito a ninguém senão a própria mulher!

Quando comecei a entrar na puberdade ainda tinha cabeça de criança, brincava de bonecas, etc. Só que comecei a ter corpo de mulher, sofri muito porque não tinha nem cabeça pra entender porque era obrigada a ouvir grosserias e ser assediada na rua.

Hoje estou fora dos padrões de beleza e constantemente sou cobrada por não me esforçar para emagrecer, por não me importar em usar roupas bonitas e usar maquiagem. E isso vem, na maioria das vezes de outras mulheres.

Muito triste, muito revoltante. Somos reféns dos homens, da mídia, da sociedade.

Anônima, você não tem culpa nenhuma por tudo que passou. Lhe desejo força e coragem para superar os desafios diários e ser feliz!

=)

Anônimo disse...

oi lola, acompanho seu blogger, e me identifico muito com oque muitas leitoras postam aqui,e gostaria de compartilhar um pouco da minha historia , desculpe pelo anonimato. bom fui violentada quando tinha 8 anos de idade pelo meu tio , ele comecou me tocando, e pediu pra não falar nada , logo depois mandava beija-lo e fazer oral nele e não tinha coragem de falar pra ninguem , um dia ele me penetrou e logo em seguida matou meu gato dizendo que se contasse aconteceria o mesmo comigo , ele me manteve assim ate os doze anos de idade , so que um dia ele me machucou tirou sangue de mim , doeu muito fiquei com febre tomei coragem e contei pra meu pai , so que não queria denunciar , me sentia suja ,culpada , cúmplice dele , então ele foi embora e nunca mais soube dele , hoje tenho 19 anos e não consegui superar ainda , fico pensando , porque eu deixei ? sera que tava gostando daquilo ? porq me permitir passar por tudo aquilo? é inevitável nao me sentir culpada porque permitir , porq passei quatro anos sendo abusada por ele sem fazer nada , apenas aceitava calada, não sei oque sentir, não sei como me sentir , apesar do tempo não superei ainda ,penso sempre nisso , e não me sinto vitima é como se achasse que tivesse despertando nele alguma coisa , hoj evito usar muitas roupas , com medo que possam achar que to tentando despertar desejo.

Anônimo disse...

Vou dizer uma coisa. isso é pura destruição.

Eu sou companheiro há anos de minha mulher, e já sofri muito com isso.

Ela me contou que houve abuso na infância, mas nunca entrou em detalhes mais profundos.

A questão é como sou muito observador, rapidamente percebi que ela tinha um desvio de carater.

Mas já era tarde demais, eu já estava apaixonado por ela.

A partir daí pensei que pudia ser alguém especial a ponto de muda-la.

MAs só me "fudi".

Minha auto-estima foi lá pra baixo.
Pois eu não entendia que isso foi causado pelos anos de abuso "consentido" inclusive por familiares na sua infancia.
Então toda vez que ela flertava com algum homem, altomaticamente eu me comparava a ele me sentia um merda.
Era sempre homens de fato muito bonitos, engomadinhos e sei lá mais o que.

Não existem amigos homens que eu lide no dia a dia, pois ela mantem sempre contatos ocultos.

Resumo, por mais que ela tenha sido abusada diretamente, este sofrimento esta estendido a nós que a amamos.

Todo tipo de dificuldades de relacionamento eu tive.

E confesso, eu achei que podia ajuda-la, infelizmente , ninguém pode.

Ou seja eu era um homem alegre e feliz, tantas foram as brigas, por ciumes que ela tinha de mim e ao mesmo tempo flertava com quantos homens ela quisesse e negava sempre que estava fazendo aquilo, que eu morri.

Hoje fiquei doente e tenho vontade constante de matar ou simplesmente encerrar por aqui a vida.

A unica saída que vejo é: deixo o amor da minha vida ou sofro pelo resto da vida ao seu lado.

Que triste.

Anelize disse...

Verdade.A pessoa quê sofre abuso precisa de ajuda.Fui abusada na infância

Anônimo disse...

Deixe-me contar minha história. Aos meus 9 anos, fui abusada por meu padrasto. Sentir um nojo de mim mesma por ter permitido isso, não falei nada para ninguém, quase todas as madrugadas sentia ele tocar minhas partes intimas e meus seios. Para poder me livrar fazia sempre a mesma coisa. Juntava-o e me mexia e era assim que ele se retirava, isso se repetiu por muito tempo e com meus 14 anos ele parou. Não mexia mais comigo. Porém duas vezes ele me mostrou um filme pornográfico, a primeira vez contei para minha mãe, eles brigaram e depois estavam de forma habitual. Sentir medo e me silenciei durante anos. Hoje aos meus 17 anos resolvir falar e a duvida esta explicita em minha familia. Minha própria mãe duvida de minha palavra e não sei o que fazer. Apenas decidir ir fundo neste assunto, não irei me esconder como fiz, não irei me calar. Acusarei mesmo que ele negue por toda a vida. Decidir sair de casa para ir morar com minha avó até terminar meus estudos. Preciso viver mesmo sabendo que nada irá mudar. A culpa? Sim, a culpa. Sinto culpa por não ter falado, porém ninguém me entende e dizem que minhas atitudes deixa a dúvida se estou falando a verdade ou não! Me arrependo de ter admitido que fui abusada sexualmente, mas me sinto melhor por deixar claro o que aconteceu mesmo sabendo que todos duvidam de mim!

Amanda disse...

Quando eu era uma criança, de uns 5 ou 6 anos, alguns parentes meus ficaram tocando em mim, é me fazendo caricias maldosas. Com 12 anos meu avo começou a me tocar contra minha vontade, e me trazia coisas como se estivesse me comprando.
Aos 15 meu primo tentou me violentar.
Tenho traumas , medo, tenho pesadelos e por mais que eu diga pra mim mesma que não foi minha culpa isso tudo, eu acho que sim foi.

E eu não sei o que fazer, tenho 18 anos e não consigo ficar sozinha sem meu namorado que me da medo, pavor, não chego perto de ninguém....