quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

UM ENORME RETROCESSO PARA AS MULHERES PODE SER APROVADO HOJE

Hoje é o último dia para a Câmara dos Deputados despachar suas matérias na 56a legislatura. E, mais uma vez, como na semana passada, uma ameaça volta a transitar.

O Estatuto do Nascituro já tramita na Câmara de Deputados há quinze anos. É o primeiro passo para proibir o aborto em todos os casos. Além disso, se passar, vai afetar demais pesquisas de células tronco e fertilização in vitro. O projeto diz que "jamais será admitido causar diretamente a morte do nascituro". Em outras palavras, aborto em caso de gravidez decorrente de estupro -- algo aceito no Brasil desde 1940 -- teria que se adequar à nova lei. Seria proibido. 

No mínimo, o Estatuto, se aprovado, criaria confusão jurídica e um ambiente de medo e insegurança tanto para mulheres estupradas quanto para profissionais de saúde. Qualquer mulher que sofrer um aborto espontâneo (o que é extremamente comum nas primeiras semanas da gestação) será vista como suspeita. Ela poderá ter que provar que não realizou o aborto! 

Outra aberração é que o Estatuto permite que o estuprador seja reconhecido como o pai da criança, o que cria um vínculo nada bem-vindo entre o estuprador e sua vítima. E, de lambuja, ainda pode criminalizar quem luta pela legalização do aborto. É tudo que o patriarcado quer (leia aqui o que está em jogo).

Semana passada, graças à movimentação de deputadas de esquerda e feministas, a sessão foi adiada. Uma ativista foi agredida por um bolsonarista que achou por bem largar o acampamento golpista para hostilizar manifestantes no Congresso. 

Apesar da campanha Não ao Estatuto do Nascituro já ter 70 mil assinaturas, é bem provável que o Estatuto seja aprovado, o que resultará em mais um enorme retrocesso para as mulheres e meninas. 

A advogada feminista Kelly Cristina apresenta treze motivos para ser contra o Estatuto do Nascituro. Aqui vão elas:











5 comentários:

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) Estou enojada com.todo o retrocesso que os bolsonaristas promovem. Sinceramente eu não me arrependo das amizades que rompi em razão de política.nao desejo conviver com esta corja

c) Ao ver a batalha das maravilhosas deputadas Samia Bomfim e Taliria Petrone no congresso contra este absurdo Eu sinto me mais forte e decidida a continuar em campanha para elegermos vereadoras progressistas em 2024

Anônimo disse...

https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://g1.globo.com/google/amp/ma/maranhao/noticia/2022/12/10/laudo-comprova-que-menina-morta-apos-tomar-cha-abortivo-sequer-estava-gravida-diz-policia.ghtml&ved=2ahUKEwjD6Pr25_n7AhWsrJUCHTb1AGUQFnoECAcQAQ&usg=AOvVaw0WmRhVlRve4Exf1EZsrk9u

Ana94 disse...

Nunca me considerei radfem.

Mas quando chegam ao ponto de tornar um feto mais cidadão do que você, começa a complicar.

A vontade é de nunca mais chegar perto de homem nenhum, porque né, além de você ser culpada caso ele resolva te violentar, ainda vão pensar mais no feto que pode vir disso, e você que se foda.

Daqui a pouco vai ser o quê? Estuprador com direitos paternos? Melhor não dar ideia...

Anônimo disse...

Também penso o mesmo, quando vi essa notícia minha reação foi chorar de ódio, é bizarro o quanto nós mulheres somos diminuídas. Quanto mais eu vivo, mais nojo eu sinto de homens, é muito compreensível entender porque aileen matava depois de anos de abusos

Anônimo disse...

Você não precisa ser radfem para se sentir desse jeito. Aliás, é mais do que válido se sentir dessa forma, principalmente se você é uma mulher cis.
Eu também estou cansada dos homens. Cansada de sentir tanto medo, insegurança e intimidação por nada.
A masculinidade de muitos é realmente muito agressiva e tóxica.
Eu fiz um voto pra mim mesma e esse voto é cuidar da minha vida em todos os níveis, estudar, trabalhar, viajar, investir, e, com muita sorte, dedicação, estudo e suor no rosto, ir embora do Brasil, independente desse projeto ser promulgado ou não.
Eu sempre achei o Brasil um país muito estranho e nunca me senti verdadeiramente em casa nele, principalmente como mulher e negra.
Enfim, só desejo pra nós mesmas nesse 2023 mais segurança, proteção, justiça e cura de traumas que nunca contamos a ninguém.
Feliz ano novo!