Esta é a segunda parte do delicioso guest post (que o crash do Blogger eliminou. Eu coloquei de novo, e recomendo que você o leia pra refrescar a memória, mas infelizmente todos os 33 comentários sumiram. Fora os que foram impedidos de comentar na semana passada) da Ana, gaúcha de 17 anos. Essa é das minhas! Mas pô, por que uma menina dessas não tem um blog?
Ser feminista não tem sido fácil por aqui. E é aí que o seu blog entra, Lola: é bom saber que eu não estou sozinha. Tem gente que concorda comigo! Que acha que mulher serve pra mais do que decoração! Uma luz no fim do túnel!
Os sutiãs foram a gota d’água porque esse é um tema comum aqui em casa -– minha mãe anda atrás de mim reclamando “Vai pôr um sutiã! Seus peitos vão cair!”, como se eu estivesse tentando enfiar os dedos na tomada. Quer dizer, peitos caídos? É o armagedom da existência feminina!
Mas toda família tem uma ovelha negra, e adivinha, a feminista do clã sou eu.
Quando eu comecei a comentar sobre feminismo com a minha mãe, eu achei que ela fosse agir como sempre, debatendo o assunto comigo. Mas ela fez cara de nojo, não quis nem saber do assunto. E disse, “se não fossem as feministas, hoje eu tinha um homem me sustentando!”. Vergonha alheia 300%. Vindo de alguém que sempre se sustentou sozinha, e que criou uma filha sozinha, é no mínimo decepcionante. Minha mãe é uma mulher tão esclarecida -- nunca imaginei que ela fosse se comportar como alguém do século retrasado.
Descobri também que ela, que sempre condenou qualquer demonstração homofóbica, odeia lésbicas. Gays, dois homens, tudo bem. Gays, duas mulheres, um horror! Engraçado, será porque eu sou mulher? Quer dizer, tudo bem ser homossexual, contanto que não seja a minha filha. Pra sorte dela, sou hétero. Mas e se não fosse? E pensar que ela é conhecida na família, cheia de preconceitos, pela luta dela a favor de direitos iguais... “Somos todos iguais, mas não somos”. Era pra fazer sentido?
Minha mãe é gorda. Eu também sou. Nunca dei bola pra isso, minha saúde sempre foi de ferro, e sinceramente, quem precisa de cintura escultural? Eu fui ensinada a valorizar o que se tem por dentro. Porque esse é o certo, e porque é isso que importa, se a história dos meus pais me ensinou algo sobre caráter. Eu acreditava nisso, piamente. Entre as minhas amigas, sempre fui a do discurso anti-ditadura-da-magreza, a que mandava cuidar da saúde e fugir das dietas malucas. Minha mãe sempre me alertava sobre as propagandas enganosas na TV e os distúrbios alimentares, e como não valia a pena se arriscar.
Aí um dia ela chega em casa: “quase te trouxe aquele remedinho pra emagrecer que a gente viu na tv...”.
Não era piada.
Ah, é. Esqueci de dizer: ela é médica.
Uma profissional da saúde sugerindo remédio fajuto pra própria filha.
Para o mundo que eu quero descer!
Eu tenho um sério problema em me enfiar em suplex e sair pra fazer exercícios que eu odeio porque outra pessoa acha que eu devo. Vai contra a minha natureza.
O sutiã? Eu odeio aquele troço! Sempre odiei! Parei de usar em casa depois de ler um artigo sobre saúde, mas minha mãe não se conforma. Como eu sou gorda, meus seios são enormes. Não tem musculatura que os segure. Mas sendo eles caídos ou não, eu não podia me importar menos. Os sutiãs que tem por aí simplesmente não foram feitos pra mim. Hoje em dia você é sortuda se eles vêm sem enchimento (não só as mulheres têm que usar, como têm que usar só os feitos para o padrão de beleza). Eles me machucam, deixam marcas, são extremamente irritantes. Mas eu por acaso tenho opção de usar ou não? Até agora eu achava que eu era a única a me incomodar com isso, mas pelo jeito não sou.
Tenho inveja dos homens. Poder andar por aí sem ficar se importando com a harmonia entre o tom da meia-calça e o tom da echarpe. Poder andar sem camisa. Poder se vestir sem ter medo de ser obsceno -– aliás, me explica uma coisa, Lola: ter peito e bunda é bom ou ruim? Porque se você não tem, você é uma tábua, não é atraente. Precisa dos tais enchimentos. Mas eu tenho, e passo metade do meu tempo tentando escondê-los. Porque não tem nada pior que uma calça marcando a sua calcinha ou os peitos pulando enquanto você anda. É como pedir pra ser insultada. Então afinal, eu rio ou choro?
Toda vez que eu vou sair de casa, preciso ficar de olho em um possível estuprador. Parei de ir à praia aos 13 anos, porque sempre pareci mais velha e era impossível andar sem ser alvo de olhares e cantadas (eu queria usar uma camiseta por cima do biquíni, que pra começo de conversa era pequeno demais pro meu gosto, mas a mulherada da família entrava em pânico se eu não me bronzeasse direito). E ao contrário do que pensam os mascus, cantada me enoja e me dá medo.
Ah, os mascus. Sem palavras pra descrever como eu fiquei pasma quando descobri que eles existem. “Nós homens somos criados com contos de fadas que nos ensinam a ser gentis”. Oi? Quem cresce assistindo as princesas da Disney somos nós, mané. Vocês assistem Transformers. Que aliás é muito mais legal. E violência doméstica, cantadas, estupros, que bela maneira de ser gentil. Gosto desse argumento dos fairy tales porque me lembro das minhas amigas que eram populares com os garotos. Eu gostava de observar a diferença de comportamento dos rapazes: quando elas estavam presentes, era "eu te amo"; quando ausentes, "me deixou passar a mão! sério! mó vadia!". Me parece que a parte ingênua eram elas, não eles. Porque nós acreditamos em contos de fadas, e ninguém nos previne sobre o risco de o príncipe ser um tremendo mentiroso. Somos criadas para crer no romantismo, nas juras de amor, e eles sabem disso muito bem. (Quanto a mim, não arranjei um príncipe; mas soube por outras garotas que os rapazes costumavam me citar como exemplo de menina que eles respeitavam. É idiota dizer que eu prefiro isso aos "eu te amo" fake? Porque eu prefiro. Gosto de respeito... Mesmo que isso não me faça popular.)
Outro exemplo muito bom dos mascus é “A mulher não tem sua sexualidade reprimida”. Ah, não. Não mesmo. A gente fala de sexo o tempo todo, sem se preocupar em ser tachada de puta, de safada, de pervertida. A gente assiste pornografia, tem revistas voltadas pra nós, somos incentivadas por nossas mães a passar o rodo. Masturbação não é sinal de lesbianismo, é só uma coisa corriqueira. E eles aprendem a cozinhar e fazer tricô.
Ai, Lola. Não disse que eu ia escrever pra caramba? Acho que vou parar por aqui.
Mas taí, uma amostra da realidade de uma das tuas leitoras. Vou continuar acompanhando o blog. Escreva, Lola, escreva! Não me deixe sozinha à mercê da lavagem cerebral. Eu também quero queimar os sutiãs.
60 comentários:
Ah! meu 17 anos! rs... eu nao tinha lido o guest post da ana antes de ser destruido pelo blogger, li agora e adorei!
se ela tem 17 anos e ja sabe assim o que quer da vida ela vai longe! vai longe Ana!!!
Belo post! Eu não sabia desse argumento dos mascus de que eles são criados com contos de fadas, achei tão engraçado! Justamente porque é o meu maior argumento quando discuto com meus amigos sobre o porquê de alguns homens agirem como agem. O fato de que passamos a nossa infância/adolescência assistindo filmes da Disney e sonhando com algo assim para nosso futuro, enquanto eles passam a deles se masturbando vendo Playboy e é aí que começa o abismo entre as expectativas de homens e mulheres para os relacionamentos. Frequentemente com homens se importando muito mais com a aparência da mulher (e depois nós que somos fúteis) e as mulheres na expectativa de um príncipe que seja gentil e carinhoso.
Ah, mais uma coisa, esse negócio de mãe odiar lésbicas (e não odiar gays) é comum. A minha mãe também é assim. E tenho mais uma amiga que relata o mesmo comportamente da progenitora. Acho péssimo e inexplicável, porque tenho irmão homem e a impressão é que se ele fossse gay estaria tudo bem. Acho que essa postura é consequência da sociedade falocêntrica de achar que é uma afronta uma mulher não querer um pinto se sentir "completa".
Lola,
Nada a ver com o post...
Você poderia comentar sobre a polêmica com os livros aprovados pelo MEC?
Especialistas em linguística defendendo e as pessoas que nada sabem sobre o assunto, claro, metendo o pau no que não devem.
Beijinho.
Kinna, creio que de um modo geral as mulheres toleram os gays e condenam as lésbicas e os homens toleram as lésbicas mas condenam os gays. Talvez tenha a ver com o fetiche discutido no post anterior.
Meu deus, viver sem sutiã, comofas? O peso me incomoda demais para sequer cogitar.
MAS, enfim, meus parabéns - espero que se eu tiver uma filha, ela tenha a mesma cabeça na sua idade. E meu filho, bem, também.
(off topic) Natty, quero falar sobre essa polêmica dos livros. É aquilo que o Alexandre Gracinha criticou na TV, né? De como assim, uma frase não poder mais ser considerada errada, apenas inadequada? Onde esse mundo vai parar, meu deus?! Tô sabendo porque ontem mesmo já tinha aluna minha repetindo isso, sem saber absolutamente nada do assunto (fiquei chocada que meus alunos de Letras sequer tinham ouvido falar de Marcos Bagno, muito menos lido Preconceito Linguístico!). Tenho minha opinião, mas não me considero capacitada pra falar sobre isso com o mínimo de propriedade. Então pedi pro Diego, um fofo que é linguista e professor, pra escrever um guest post. Ele ficou de mandar logo, aí eu publico. Ele disse que na Unicamp não se fala em outra coisa.
Nossa, sua mãe é médica e te deu remedinho pra emagrcer? PUUUUTZ...
Hoje em dia ter IMC abaixo dos 20 é ser saudável. Muito homem e principalmente mulher tem saúde de ferro, mas como gordinho é preguiçoso e só é gordo pq quer, é visto como doente, e pior, doente que não quer "sarar"...
O pior são aqueles caras gordos e peludos que quer botar a maior banca e sair julgando a mulher que acha "comível". Ninguém deveria julgar os outros, mas quando eu vejo Ed Motta falando de beleza europeia e que mulher feia não tem valor, dá vontade de espancar com pedaço de pau.
Cuidado: Você pode encontrar algum Vigia da Beleza...
Gostei Lola!
Também não uso sutiã! Raramente depilo as axilas, as pernas fazem uns cinco anos "em paz também" :)
Boa sorte pra Ana :D
Fazendo um pouco de advogado do diabo, eu vejo a atitude paradoxal da mãe como efeito de um dos grandes medos em nossa sociedade, que é o medo da exclusão.
Fico com a impressão de que há a preocupação da mãe com a possibilidade da filha ter que encarar maiores dificuldades por não se encaixar no padrão pré determinado, apesar de achar que a filha tá certa em suas opiniões.
Ah Bruno, também tem isso mesmo. Muitos pais são até liberais, tem amigos e amigas homossexuais, mas não conseguem nem imaginar que @ filh@ possa ser gay/lésbica. E isso acontece muito com a estética, mães que ensinam as filhas desde criança a se maquiar, emagrecer, pais que ensinam os meninos a serem machões comedores, ou proferem maldições de desemprego para o filho que deixa o cabelo crescer.
Viver em sociedade é bem foda...
Que bom que a Lola já publicou a segunda parte!
Ei, Ana, você não está sozinha, existem milhares como nós. Não tenho medo/vergonha de ser quem é.
Sobre sutiã, eu também não gosto, mas uso porque meus mamilos são 'indecentes' - sou branca, mas eles são grandes, marrom escuro e pontudos, aí já viu, né? Piadas de farol ligado ou olhares despudorados que me irritam profundamente. Mas sempre que dá para evitar sutiã, evito.
Minha mãe tem muitos preconceitos e a gente discute bastante sobre eles, mas desde que comecei a levar textos sobre os assuntos e ela começou a participar de vários movimentos através de seus trabalhos culturais, passou a enxergar as coisas com outros olhos, mas ainda tem problemas com algumas coisas.
Como mãe, devo dizer que sua mãe deve estar sofrendo por achar que você vai ficar "inadequada" para a sociedade...se ela tem um histórico de liberdade e tá tentando passar "prisões" para você, pode muito bem ser culpa.
E, confesso, eu me pego de vez em quando cobrando algo do meu filho apenas por medo e culpa. É muito complicado ser mãe.
Então, novamente te parabenizando por você ser tão inteligente e confiante, peço q tente entender sua mãe. Acho q não é o caso de uma pessoa retrograda, apenas de uma mãe apavorada de ter feito algo errado na educação da filha.
sabe aquela música q diz:
"Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais."
Depois q virei mãe, passei a entender muito essa frase.
E, por fim, não usar sutiã não faz peito cair...é a gravidade e a biologia q faz isso kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Minha mãe também era super esclarecida. Sempre namorou muito, até com caras mais jovens que ela, fez duas faculdades (públicas) e sempre teve amigos gays, o que fez com que eu e meus irmãos passássemos a vê-los como realmente são: pessoas como quaisquer outras. Mais de uns anos pra cá resolveu retroagir. Agora é católica devota, participa de grupos de oração, gays e lésbicas são a prova de que o demônio existe, fica assistindo programas religiosos na TV que dão nojo só de passar na frente. Afinal de contas, quem aguenta o padre Marcelo Rossi falando "Jesus" MAIS DE CEM VEZES??? Parece lavagem cerebral! Minha mãe fala três línguas, temos livros magníficos em casa, mas hoje só lê a Bíblia e não assiste filmes "que tenham temática espírita". Sempre foi meio hippie, os quais hoje, para ela, "não passam de um bando de vagabundos e drogados". E não é só ela. Até amigos gays, da mesma idade dela (ela tem 53 anos), estão se tornando religiosos. E difundem preconceitos milenares da Igreja Católica como se nunca tivessem sofrido com eles. O que está acontecendo? Será uma "crise de meia idade" que está levando pessoas descoladas para o lado negro da força? Pessoas de esquerda (até quando?), que sempre se engajaram em causas sociais e que lutaram, de fato, para melhorar o nosso país, hoje falando que Silas Malafaia "parece ser uma boa pessoa"??? Por favor, alguém me explique, porque eu realmente não consigo entender.
Ana, eu acho a tua atitude em defender aquilo em que acreditas, muito certo e louvável. No entanto, acho que deves ter algum cuidado para não começares a julgar que é a única atitude certa. Li os teus dois posts, e posso dizer, a atitude dos outros em questão da moda não é futilidade, e pelo que sei de feminismo, isso não se limita a usar ou não soutien, depilar, ou fazer dieta, por outras palavras, não é não esse assuntos que faz o feminismo (pelo menos é o que julgo), pois nesse sentido, boa parte das mulheres da minha terra seriam feministas.
Enfim, para sublinhar, defende a tua postura, mas saiba que há alternativas, e quem usar essas alternativas, ou ir pela maioria, não é necessariamente fútil; a futilidade seria o extremismo, de qualquer tipo de posição: seja encher-se de silicone, até term mais de 50% disso no corpo do que a própria carne, seja não depilando, rivalizando-se com macacos, porque se despreza aqueles que o fazem.
Ana, já parou pra pensar que você pode admirar sua mãe pela força, por ter se sustentado sozinha e te criado sozinha e etc, mas pode nunca ter prestado atenção no quanto foi dificil pra ela... ou quanto ela sofreu? Pode ser que ela só esteja querendo te proteger disso - do jeito errado.
É dificil entender e conviver com mães... ainda mais quado a gente vira adolescente e as idéias não batem... mas as coisas se resolvem quando a gente vai morar sozinha :)
Diante de todas as indagações feitas pela Ana sobre estética, padrões e etc, sou obrigada a levantar um ponto não abordado por ela,por questões óbvias.Tenho 18 anos gosto de literatura, musica, cinema...enfim faço questão de me manter culta a qualquer preço, e apesar disso disso gosto de moda e maquiagem.Porém em uma sociedade como a nossa administrar as duas coisas não é nada fácil...não ligo de ser taxada de nerd, esquisita, ou sei la mas oque, mas me sinto profundamente ofendida quando sou taxada de fútil e superficial, só porque me importo, um pouco, com minha aparência.
Como a mãe da Ana a criou sozinha e o relacinamento dos pais dela não deu certo, quem sabe ela tenha medo que a filha "não arranje namorado" ou que não "segure o casamento", essas coisas? Pode ser isso também, uma espécie de projeção e culpa. Claro, se for pra namorar uma pessoa que só se importa com aparência é melhor ficar sozinha, mas ela como mãe pode se sentir culpada, etc.
Já sobre homens serem mais homofóbico com gays e mulheres serems mais homofóbicas com lésbicas, pode ser um lance de pertencimento, não, de ser do mesmo grupo? Tipo, fulano e eu somos homens, ele sendo gay "envergonha" a minha classe. Quem eu vejo mais dizendo isso são mulheres. "Fulana desonra a classe", "fico com vergonha de ser mulher quando vejo fulana fazendo isso e aquilo"... acho uó isso.
Ana,
Tenha cuidado, não gostar de usar sutiã ou não ver necessidade de se depilar não significa que isso seja uma espécie de feminismo.
Há mulheres que não "cuidam" da sua aparência mas que proferem preconceitos de milenios. (sendo um pouco generalista e maldosa agora )
Vejo muita evangélica de pelo no suvaco e bigode na cara que diz que mulher é coisa do demonio, e que Eva levou a humanidade a cair no buraco, elas depoem contra si mesmas!
Se vc faz algo pq é bom para ti e busca nas suas experiencias o aprendizado pleno, otimo, é esse o caminho, mas se acha que sua opniao está mais correta... tome cuidado para não cometer o mesmo erro de quem vc critica ou questiona.
Sobre sua mãe, ela pode estar apenas se culpando por ter te criado sozinha, quem nunca passou uma dificuldade e não procurou algo para botar a culpa? As vezes arrumamos explicações tolas, tenha paciencia, ela é sua mãe e aposto que ela não diz o que diz por maldade. Você é uma menina bastante esclarecida em muitas coisas, use sua maturidade para mostrar o outro lado da moeda.
:) abs e escreva mais ana! ;D
Muito bom o post!
É a primeira vez que eu comento, então queria parabenizar pelo blog todo!
Aliás, Lola te mandei um e-mail ontem, nesse endereço que vc dá no blog. Sou aluna de jornalismo e precisava muito de uma ajuda para uma pauta sobre o assédio que as mulheres sofrem na rua.
O assunto do e-mail é Pauta sobre o assédio que as mulheres sofrem da rua - Aluna de Jornalismo da USP
Você vê seus e-mails?
Obrigada e parabéns para vc e para a Ana! =)
É ,tem vezes que o machismo me da um desanimo imenso.Detesto essa sociedade nojenta(não consigo achar outra palavra)cuidando das nossas vidas,principalmente da nossa sexualidade.
Pq todo mundo gosta de se meter na vida de mulheres?
Parece que os "outros"sentem um tesão enorme em nos prender e nos incomodar.
Eu mesma já o estou sentido mais na pele ultimamente,Lola.
Quero ir pra um facul em BH,a PUC Minas.
Ótimo,fiz um trato com minha familia,se eu pegar bolsa integral eu vou.
But,tenho notado algo estranho.
Parece que esse contrato esta invalido,eles estão preocupados que eu passe mesmo!Olha isso,ao inves de torcer pra eu passar estão me agourando.E sinto tbm que é pq eu sou mulher.
Sacomé,filha não pode ir longe,é perigoso,e se ela for será assaltada/violentada/acabar numa banheira de gelo sem os rins/ela é tão ingenua tadinha,alguem vai fazer mal para ela/ela não vai conseguir se manter e bla bla bla.
Já meu irmão,pode ir e voltar de são paulo de carro sozinho,quando quiser,sem ninguem regular seu transito ou insistir para que chegue no horario marcado.
Já minha irmã (e eu)do alto de seus 28 anos não pode ir na esquina comprar pão que já tem que ter horario pra voltar e tbm é aterrorisada o tempo todo,tipo,"Não coloque a cabeça pra fora da janela pq ira cair um avião na sua cabeça" .
Ahhh,desabafei!
PS:Quanto falar sobre feminismo com minha mãe,uma palavra:impensavel.
PS de novo:Lola já pensou em ser psicologa? XD
Acho muito importante o post da Ana, Lola. É bom ver que uma menina da mesma idade que eu tenha já essa visão de mundo. Eu tenho problemas com peso, também, mas são o contrário do seu: Meu IMC agora é 16,9. Tenho meus motivos para querer ficar abaixo do peso, motivos que não seriam entendidos por mamãe e papai, mas acho que também tem muito da questão de "oh noes, engordei". :/ Aí eu como pouco. Já não tenho tempo pra comer, assim então como menos ainda.
Acho que, como falaram, você tem que prestar atenção que nem sempre não "se cuidar" implica feminismo, como "se cuidar" não implica ser escrava do sistema. Eu não uso sutiã - Uso top, que é meio parecido. Faço isso para atingir uma imagem corporal desejada por mim, que com certeza não é nem um pouco perto do que a sociedade espera. Acho super importante sempre questionar as coisas para você não acabar como umas meninas cult que se dizem feministas mas no final só terminam seguindo acefalamente a idéia de querer ser "diferente", "chocar", ser "alternativa", e no final final das contas só mantêm o status quo. :)
Boa sorte, Ana. Continue assim. Você me parece uma pessoa interessantíssima, rola um comment, um link, um blog, para mantermos contato? :)
Aoi Ito claramente sofre de incapacidade de resumir o que pensa em duas ou três linhas e acaba usando um ou dois PARÁGRAFOS. :p
Lola,
quanto ao LIVRO MALDITO, dois ótimos posta, são ...
http://oleododiabo.blogspot.com/2011/05/o-livro-maldito.html
e
http://cloacanews.blogspot.com/2011/05/nos-roubemo-as-palavra-de-outro-blog.html
O capitulo que criou tanta
celeuma pode ser acessado, aki...
http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/V6Cap1.pdf
Não passa de lobby das editoras Aril e Globo.
Parabens pelo blog.
O que eu comentei no passado, comento nesse. Diga a Ana que ela pode, ela pode ser quem ela quiser, quando ela quiser e como ela quiser. Diga a ela que os "tempos mudaram", e que agora as mulheres, e os homens, podem e devem ser o que sao, e nao o que os outros querem que sejam. Nao vou fingir saber como e ser mulher, e sinceramente, nunca quis ser mulher (nao pelos problemas e nem pelas solucoes). Mas sei o que e ser uma minoria em um lugar em que as minorias sao rejeitadas. E nesse sentido, brother, sister, estamos quase todos no mesmo barco (pelo seu sobrenome, e por ser argentina, acredito que voce tambem tenha passado por isso). Isso nao muda o fato consumado de que sim, hoje, podemos, especialmente de tao novinha, ela pode, e deve.
Bjx
Roy
Não me canso de ler o seu blog!
como comentei no outro post, e agora lendo os comentários anteriores, reafirmo: a idéia é ótima, mostrar que existem mais pessoas que fazer o que realmente querem. Porém, como já foi comentado aqui, não vejo o motivo de tanta exaltação. 2011 gente, se você quer sair de casa vestido de desenho animado tudo bem. os olhares estranhos pelas ruas, as críticas vindo de todos os lados sempre vão acontecer e isso não impede que cada um faça o que quer.
E mais, essa história de que feminista queima sutiã, é gorda e não cuida da aparência só reforça preconceito. Concordo que ninguém deve sair por aí usando maquiagem e salto alto se isso não lhe agrada. Mas também não acredito que cuidar do próprio visual seja fútil e visto tão mal pelo resto da sociedade. Parece que toda mulher que gosta de moda é um poço de futilidade e só faz isso pra ser aceita pelos outros, e não porque gosta disso.
Enfim, cada um com suas convicções e o mais importe, fazendo o que lhe faz bem.
Uma reportagem interessante sobre aborto na Época.
http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2011/05/19/britanica-conta-como-abortou-filho-com-deficiencia/
Pra quem está falando nos comentários que a Ana não deve reclamar, que estamos no século XXI, que as coisas mudaram... pessoal, a coisa não é bem assim, não. Dependendo do contexto em que a Ana vive (família, classe social, cidade de origem, idade), é muito difícil ser diferente do que é esperado SIM. Uma menina de 17 anos, de família rica e moderna, morando em um bairro de classe média alta em São Paulo vive uma realidade COMPLETAMENTE DIFERENTE de uma mesma menina de 17 anos, criada por família tradicional, no interior do Brasil! Não dá pra dizer que as pressões sobre as duas são as mesmas e nem que a resposta a elas podem e devem ser as mesmas! Só quem é capaz de julgar a situação é a própria Ana, afinal, é ela quem está vivendo todas as pressões.
E sem contar que ela tem 17 anos, não 25, 30. Ela ainda é menor de idade, vive com a família, está na adolescência, idade em que conflitos (internos e externos) são mais que naturais. Mudar, nessa idade, não é fácil. Nadar contra a corrente, ser diferente do que é esperado da gente, é complicadíssimo. O é pra quem já é adulto, imagina para uma menina de 17 anos... Acho que a gente deve respeitar as dificuldades que a Ana enfrenta para ser ela mesma e não desmerecer a sua situação. Claro que, com o tempo, ela vai conseguir se libertar da pressão da família e da sociedade em que ela está inserida, e vai conseguir ser como quer ser, sem muito peso na consciência e sem precisar ouvir muito por isso. Mas essa pode não ser a sua realidade agora, e a gente deve respeitar isso.
Para a Ana: se você está certa do que você quer, siga em frente com seus pensamentos, suas opiniões, seus pontos de vista. Pode ser que você mude, no futuro, que reconsidere alguns pontos. Isso é normal. O importante é nunca deixar de ser quem você é porque outra pessoa te disse que você não deve ser assim. Eu costumo dizer que vida, a gente só tem um (pelo menos, eu acredito nisso). E se não vivermos da melhor maneira, da maneira que nós acreditamos ser a certa, vamos ter disperdiçado essa chance única de ser feliz. Porque NINGUÉM vai viver nossa vida por nós.
Então, siga em frente, tenha paciência com a sua mãe (todo mundo disse isso, mas é verdade... pais nem sempre nos compreendem, mas quase sempre nos amam mesmo assim) e pense que, um dia, você não vai mais precisar ouvir o que fazer, como fazer, quando, porque... Essa fase passa. ;)
Nossa, a adolescência é um saco nessas horas, eu falo isso porque tenho 16 anos.
O bon que as coisas que ouço não saem dos meus pais. Poxa, se todo mundo fosse legal que nem os meus pais o planeta seria ótimo.
Eu sinceramente não sou feminista, mas também não aceito comentários machistas.
Eu não me visto de forma vulgar, porque não gosto de ser o centro das atenções, mas as vezes me sinto um pedaço de carne quando os caras me olham e mexem comigo na rua. Na escola os meninos acham que eu sou lésbica, porque eu deixo bem claro que não dependo deles.Besteira deles, conheço tanta lésbica dependente. Sou independente, e isso quem me ensinou foi a minha mãe.
Sei lá Deus o por quê, mas eu sempre sou alvo de comentários machistas. Parece que quando alguém quer ser ele mesmo merece receber pedradas.
Eu não quero ser mais uma carinha bonitinha, um fantoche criado pela sociedade. Não posso, não quero.
O sutiã me incomoda, mas mesmo assim eu uso. As minhas gordurinhas eu tento perder por questão de saúde, mas nada que me faça eu perder a fome. Sou hétero e sem preconceitos.
E é isso...
Sou mais uma no meio de um milhão.
"2011 gente, se você quer sair de casa vestido de desenho animado tudo bem."
tá me zoando? quando eu saía de saia (escocesa, aliás)- e também umas roupas góticas, eu gostava de sobretudo preto na época - enfim, quando eu ia de saia e roupas goth pra faculdade (de ciências sociais!!) teve gente de meu curso que disse que queria ME MATAR. (sou homem). eu ficava perplexo: como alguém que passa seus dias estudando a variedade de nossas culturas, democracia, etc, consegue ser tão intolerante?
aqui no bairro eu nunca saí com minha saia, porque tem uma galera muito reaça e temo que possam me agredir numa hora que eu teja desprevinido.
a moça da uniban saiu com um vestido rosa 'sexy' e a faculdade inteira se uniu num coro contra ela.
acho que o mundo num tá nesse nível que vc imagina, não!
@ana: se precisar de um fósforo ou isqueiro pra queimar os sutiãs, conta comigo. (:
Ana, muito amor. ♥ Concordo com tudo que vc disse, então nem vou estragar com meus comentários malfeitos... rs
Lola, sobre a polêmica do livro do MEC, de fato, não se fala em outro assunto na Unicamp! Ansiosa pelo post sobre o assunto. (será feito pelo Diego? eu conheço ele. hehe)
Também gostaria de ver um post sobre os livros do MEC e o bafafá que deu. Gosto de sociolinguística. :]
Nussss, me identifiquei demais com essa garota! E ela escreve bem demais. Parabéns, Ana, queria poder enviar esse post para todas as minhas amigas, sua linda. :*
Também não gosto de sutiã com enchimento, mas eles estão longe de ser a única opção no mercado. Sutiã da Lupo taí, sem costura, dura anos e é muito confortável. Meu peito é pequeno, e mesmo assim às vezes sinto desconforto de ficar com o peito balançando demais, numa roupa muito solta.
Esse post da Ana me motivou a escrever sobre a maneira como os garotos crescem e como eles também sofrem bastante preconceitos e pressões, tanto de homens como de mulheres.
Mas vou deixar isso pra outro dia. Depois da morte do colega da USP, sei lá... Desanimador...
Acho que foi lá pelos 12 anos de idade que virei feminista.Minha mãe dizia: é rebeldia de adolescente, vai passar.Não passou!Depois dizia: quando casar ela muda esse jeito.Não mudei! Aliás piorei, pois mais madura,mais consciente e independente pude me impor como a pessoa que quero ser! Parabéns Ana!
"a moça da uniban saiu com um vestido rosa 'sexy' e a faculdade inteira se uniu num coro contra ela.
acho que o mundo num tá nesse nível que vc imagina, não!
@ana: se precisar de um fósforo ou isqueiro pra queimar os sutiãs, conta comigo. (:" +1
Verdade, Barbara. Tem os sutiã da Lupo, tenho vários. Mas cheguei no posto em que não me sinto exatamente confortável com eles. Sou bem magra e não tenho peito. Mas vou tirar isso de mim, porque bojo incomoda demais. :P
Fernando, escreva. Todo mundo vai gostar de um post assim. Manda como "guest post" pra Lola. :D
Desculpa, mas quem da USP que morreu? ;_;
Caro Harlequinade
Da mesma forma que um casal homoafetivo que mostra isso em público é vítima de críticas, xingamentos e ameaças, que não raramente passam de ameaças. A questão é que sempre teremos que enfrentar oposição, seja por causa da sua identidade sexual, ou simplesmente a cor do seu cabelo.
O que estou dizendo é que por maior que ainda seja o preconceito cada vez mais a liberdade é de expressão se mostra real. Enfrentar esse tipo de repressão é que faz a sociedade evoluir.
Olha que venho de uma cidade muito pequena, onde qualquer coisa (qualquer coisa mesmo!) é motivo para comentários maldosos, vindo principalmente de pessoas simples, sem muita, ou nenhuma, instrução. E mesmo lá, a cada dia podemos ver a aceitação das ditas minorias.
Blanca
O aluno Felipe Ramos de Paiva.
Foi assassinado poucos minutos após a aula.
Escrevi sobre isso no meu blog "Reflexão Geral".
muito bom,eu n era tão esclarecida com 17 anos,ana escreve muito bem.
quanto aos garotos q te respeitam mas xingam as q ficam com eles,eu n gostaria de elogio,nem de nada q viesse desse bando de hipocritas.
quem diz q hj todos podemos ser do jeito q quisermos é mentira.
se eu quiser raspar minha cabeça(o q eu tenho vontade de fazer),eu posso sim,mas alguém vai me respeitar?
n vou ser xingada ao por a cara na rua?
é ruim hein!se puderem vão até tacar pedras,isso se n vierem vandalos pra tentarem me matar.
é isso, vc tem a falsa liberdade,pq a maioria n tolera se vc for diferente.
a lavagem cerebral q a gente sofre é pesada,n quero usar brincos nem maquiagem,mas as vezes me da vontade de usar.
antigamente eu adorava e do nada parei de usar tudo.
n sei qual é o meu eu verdadeiro.
sinto vontade de usar isso,pq gosto ou pq a sociedade enfiou isso na minha cabeça?
quanto aos mascus,eles são ridiculos,vi em site ,um ser dizendo q o mundo é feminista e n machista.
reclamando da vida sofrida do otario.
"pq homens vão a guerra e mulher n?"
era só o q faltava a gente morrer pela estupidez deles.
"mulheres são mais bem tratadas,homens tem se responsabilizar por tudo,tem q dar em cima da mulher,tem q ser bonito, da mulher só exigido q fique bonita."
quero saber quando foi q fizemos tudo isso,quando determinamos como o homem deveria ser,se o machismo é de seculos ,onde a nosso direito era calar a boca e ser escrava do lar.
Então...
Eu sempre venho aqui mas nunca comento. (Sempre tenho a sensação de que eu não tenho nada novo pra falar que outra pessoa já não tenha dito)
Mas o post da Ana me fez pensar tanta coisa, que eu tinha que comentar.
Ana, algumas pessoas dizem que você vai longe, se já está pensando assim aos 17. Acho que mais do que ir longe num futuro talvez distante, voê já foi muito longe ao ver com tanta clareza as contradições que você, eu, todas nós vivemos cotidianamente.
Adorei cada linha do seu texto.
Obrigada às duas, Lola e Ana (e às outras tantas que comentam aqui) por escreverem com tanta clareza o protesto contra tantas coisas que me indignam todos os dias.
BEijos a todos, e obrigada.
Não vou comentar propriamente o texto, que está ótimo, mas só uma bobagem que me lembrei...
alguem notou diferenças atuais no tamanho dos sutiãs??
desde a adolescência uso sutiã 42, e sempre tive o mesmo peso que tenho hoje. Então, eles dava perfeitamente no busto, e na largura eu os usava no mais apertado (em geral tem três opções). De repente compro um da mesma marca que outro mais velho que tenho em casa, do mesmo modelo, do mesmo número... e tenho de usá-lo na opção mais folgada. E surpresa: ainda assim ele aperta e muiito na largura.
Acho que os fabricantes estão considerando que as mulheres estão magrelinhas e aumentaram os peitos com silicone rss
Porque naturalmente acho mesmo dificil encontrar alguma mulher tão mais magra que eu (que peso só 48 kg) e com o mesmo tamanho de peito para caiber naquele sutiã.
Ana, meus parabéns! Os dois posts são excelentes.
Conheço o blog há pouco tempo, mas estou já apaixonada. Leio um post atrás do outro. É a primeira vez que comento.
Me identifiquei muito com essa situação da Ana. Depois que comecei a ler mais sobre o feminismo, percebi quão absurda é essa cobrança para que nós, mulheres, sigamos um padrão rígido apenas para "agradar a vista" dos outros. E, infelizmente, isso é considerado normal. Ai da mulher não seguir as regras, tadinha, nunca vai arrumar um homem, nunca vai ser feliz! :D
Ironias à parte, ao ler o depoimento da Ana, lembrei de algo que aconteceu comigo há pouco tempo: fui contratada para um estágio numa determinada empresa, e, dias antes de começar a trabalhar, minha futura chefe me chamou para conversar com ela. Para falar sobra as minhas roupas. Disse que não meu estilo (jeans/ All Star/ camiseta) e até meu cabelo (tranças de raiz) não eram "adequados" para o local de trabalho. Pediu, educadamente, que eu fosse trabalhar mais arrumada , e que seria "melhor parar mim". Eu, claro, me senti o último dos seres, como não? Mas segui as regras. E o mais revoltante é ver que grande parte dos funcionários usa tênis e camiseta, sem problemas.É frustrante ser julgada pela sua aparência, ao invés de sua capacidade.
Esqueci de comentar direito aqui ontem.
Os posts da Ana são ótimos,parabéns para ela.Tbm tenho 17 anos,porem sem tanta eloquencia.Moça,quando vc fizer um blog seu irei acompanha-lo filmente.
Eu não acho que ofende a pessoa como mulher se a empresa sinalizar que o estilo não está adequado. Eles fazem isso com homem também. Toda empresa tem seu dress code, a gente tem que ver as pessoas do local como se vestem, e tentar não fazer nada muito diferente. Se depois você percebe que a empresa é mas informal, você não tem que atender o público, aí dá pra usar o que quiser (mais ou menos né, óbvio que não biquíni). Eu hoje só não vou trabalhar de shorts e havaiana, na minha empresa cabe.
Incrível!
Esses dias no trabalho estava fazendo um comentário sobre sexo com duas colegas de trabalho, uma conversa normal, onde todas riram...até as duas perceberem que havia um homem ouvindo! Ohh céus o medo nos olhos delas de que agora eu pudesse ser taxada de prostituta, que fosse estuprada ou coisa do tipo era bizarro!Afinal, mulheres não podem gostar de sexo, falar sobre ou sentir prazer.
Me faz não perder a esperança quando vejo outras garotas sendo elas mesmas, escrevendo o que pensam e mostrando que nenhum (a) de nós está sozinhx. Obrigada pelo texto, me faz bem ver que o mundo não está tão perdido quanto parece e que ainda existem muitas pessoas sendo do jeito que são. e que querem ser.
Aqui vai mais um comentário entre dezenas. Também tenho 17, também tenho a mesma vivência que a moça, e sempre fui chamada de "machinho" por ser diferente. Sempre tive mais amigos homens, tenho cabelo curto, e adivinhe? Todos dizem que sou lésbica! Nada contra o homossexualismo, mas como você pode dizer isso de alguém que tem cabelo curto? Hoje um garoto no meu msn disse que mulher não é empreiteira de obra porque não tem força e habilidade. Me diz, como faz? Sempre odiei sutiã, minha amiga vive reclamando que eu falo mau dos meus seios quando ela queria ter igual. Minha mãe surta porque eu não passo perfume e não depilo as pernas, e meu pai ficou extremamente envergonhado ao me ouvir dizer que não lavava o cabelo há três dias. Quando vou à praia minha vontade é me esconder embaixo da toalha, ir de short e blusa, mas LÍGIA, PASSA UM BRONZEADOR, TÁ NA HORA DE TIRAR O GESSO! Qual o problema de ser gordinha, branquela e ter cabelo curto? Isso faz de mim menos mulher? Existe um conceito de mulher, uma tênue linha, que se você ultrapassa não pintando as unhas, beijando outra garota ou usando allstar ao invés de salto, você deixa de ser uma? Acho que sou então um "sexo não identificado". E o que me deixa mais triste é saber que além de homens há MULHERES que seguem esse raciocínio. Ao menos leio os comentários de outros caras e penso: esse mundo ainda tem salvação! Ps: Queria muito dar um tapa em quem confunde feminismo com femismo. Muito mesmo. :)
Lígia.
Tou erguendo minhas mãos para o céu e agradecendo!!! Minha mãe "O cara", nunca me precionou no sentindo de entrar no padrão... é uma das pessoas que mais respeita meu jeito pouco vaidoso de ser e mesmo quando eu entro em crise ela me ajuda a lembrar que é preciso ser o que se é!!! Mas nem morta queimo meus sutians, meu peito pesa, uso o popular sutian de sustentação a vida toda, não são bonitos, mas são confortaveis... Mas, minha irmã é como sua leitora, se ela tivesse sutian (pq nem tem) queimaria rsrs
Gostei de mais do texto!
Mas eu fico com medo de uma coisa: se cuidar, de uma maneira geral, inclusive: passar creme, cuidar das unhas, cuidar do cabelo, e nao ser obesa (nao estou falando ser esquelética, estou falando nao ser obesa) é uma questao de saúde! A obesidade, por exemplo, torna a pessoa mais predisposta a ter problemas cardio-vasculares, dentre outros! Tenho medo de que a "negacao" do padrao nos leve a nao cuidar da nossa saúde! (desculpem-me, mas meu teclado está desconfigurado e eu nao acho alguns acentos!)
Sinceramente...
Não gosto desse desleixo todo. Sou mulher e gosto de me cuidar pra eu me sentir bem. Alguns sutiãs incomodam? Com certeza! Mas já estamos bem evoluídos, não precisa procurar muito pra achar um sutiã sem costura, sem arame, sem aperto.
Não sou gorda e nunca vou me deixar ser. Porque? Porque, querendo ou não, obesidade NÃO É sinônimo de saúde, assim como magreza excessiva. Não é saudável, não é agradável, não é bonito.
Acho que, as vezes, as pessoas são muito generalistas.
Querer ficar bonita, se arrumar, se sentir bem consigo mesma NÃO É errado!
As mulheres não devem querer "ser iguais" aos homens simplesmente para serem iguais. É preciso analisar se é o modo como eles foram e são criados/educados é realmente o certo. Por exemplo, eu não concordo de jeito nenhum com a exposição precoce do menino à pornografia. Acho isso um absurdo e jamais vou permitir isso na minha casa, pra nenhum dos meus filhos (assim como também não vou encorajar NINGUÉM a passar o rodo.) Pornografia e libertinagem NÃO são sinônimos de sexualidade saudável.
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