Quando Knut nasceu, no zoológico de Berlim, sua mãe (uma ex-ursa de circo) o rejeitou, como havia feito com seu irmão gêmeo, que morreu. Em condições naturais, Knut, sozinho, indefeso e dependente, teria morrido ali mesmo. Mas é um zoo, então os tratadores o pegaram e, depois de 44 dias de incubadora, cuidaram dele, deram-lhe mamadeira, tocaram música pra ele, e todos aqueles mimos que os bons humanos fazem (felizmente, existem bons humanos).No entanto, alguns ativistas em defesa dos animais pediram que o ursinho fosse sacrificado. A alegação foi que aquilo não era natural, que Knut cresceria, ficaria perigoso, e continuaria dependente dos seus tratadores humanos. O próprio diretor do zoo era a favor do sacrifício.
Obviamente, ninguém mais fora eles desejavam a morte de um ursinho saudável e super fofo (e, por maior que seja a admiração que tenho por todos os ativistas em defesa dos animais, exigir o sacrifício de uma bolinha de pelos é a prova viva de que às vezes eles fazem grandes besteiras).
Knut rapidamente virou um superstar, o maior ídolo da Alemanha. Fez dobrar as visitas do zoológico, músicas foram compostas sobre ele, dezenas de brinquedinhos com o seu nome fabricados, e os direitos autorais sobre sua vida vendidos para uma produtora americana. Deve virar filme logo, que eu não verei nem que seja o último filme na Terra (por recomendações médicas. Se eu já choro apenas lendo sobre um ursinho órfão, imagine o dilúvio que eu causaria vendo um filme sobre o tema). Hoje Knut completou quatro anos de idade e ganhou um bolo especial (ele foi o primeiro urso em três décadas a nascer e sobreviver no zoo de Berlim). Nunca será um urso normal, por seu contato excessivo com humanos, mas pô, desde quando urso vivendo em zoológico é um urso normal?
Entre setembro de 2009 e agosto deste ano, Knut teve companhia: uma ursa de sua idade, Giovanna, que se alojou em Berlim enquanto seu lugar no zoo de Munique estava sendo reformado. Knut e Giovanna ficaram amigos (ambos jovens demais para fazerem sexo). Um representante da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) na Alemanha descobriu que os dois ursos adolescentes tinham um avô em comum, e pediu a castração de Knut. A administração do zoo alegou que o "namoro" dos dois era apenas temporário e, portanto, não havia motivo para castração.
Knut rapidamente virou um superstar, o maior ídolo da Alemanha. Fez dobrar as visitas do zoológico, músicas foram compostas sobre ele, dezenas de brinquedinhos com o seu nome fabricados, e os direitos autorais sobre sua vida vendidos para uma produtora americana. Deve virar filme logo, que eu não verei nem que seja o último filme na Terra (por recomendações médicas. Se eu já choro apenas lendo sobre um ursinho órfão, imagine o dilúvio que eu causaria vendo um filme sobre o tema). Hoje Knut completou quatro anos de idade e ganhou um bolo especial (ele foi o primeiro urso em três décadas a nascer e sobreviver no zoo de Berlim). Nunca será um urso normal, por seu contato excessivo com humanos, mas pô, desde quando urso vivendo em zoológico é um urso normal?
Entre setembro de 2009 e agosto deste ano, Knut teve companhia: uma ursa de sua idade, Giovanna, que se alojou em Berlim enquanto seu lugar no zoo de Munique estava sendo reformado. Knut e Giovanna ficaram amigos (ambos jovens demais para fazerem sexo). Um representante da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) na Alemanha descobriu que os dois ursos adolescentes tinham um avô em comum, e pediu a castração de Knut. A administração do zoo alegou que o "namoro" dos dois era apenas temporário e, portanto, não havia motivo para castração.
E ainda assim parece menos pior ter um urso polar preso num zoo do que não tê-los, que é o que vem acontecendo, por causa do aquecimento global (os pobres ursos polares têm cada vez menos calotas de gelo no oceano Ártico para caçar e se reproduzirem, e também para descansarem. Alguns morrem afogados, exaustos de tanto nadar sem encontrar lugar para poder descansar, chuif). Um urso selvagem vive entre 15 e 18 anos. Mas, num ambiente protegido como um zoo, Knut deve viver mais que o dobro. Ainda ouviremos falar muito nele. Trágico: o tratador de Knut morreu faz dois anos, aos 44, vítima de um ataque cardíaco.
14 comentários:
Belo post para um domingo. Não consigo entender porque algo que não é natural é logo passível de morte. São os momentos em que a razão pura não é legal. O urso em questão é um ser vivo, e merece viver, ainda que num zôo.
Imagina se vc vai poder assistir filme;eu quase morro afogada só lendo esse post.
Que bom saber que existem outras pessoas que choram vendo bichos. Lola, vc ja viu 'Camelos também choram'? E' um puta documentario que vi no cinema e, acredite, no fim do filme TODO mundo no cinema tava chorando, homem, mulher, adolescente... Nunca tinha visto isso ao fim de um filme sobre CAMELOS.
os animais querem ser deixados em paz em seu habitat, eles não querem que músicas sejam feitas pra eles e nem querem sair em capas de revistas ou terem uma linha de brinquedos. isso não tem nada de fofo, pelo contrário, acho triste, muito triste. sou a favor da menor interferência na natureza possível, por isso sou vegana.
ohhh hahahaha... muito foda Lolinha...
Aquela foto dele fazendo pose deitado com o treinador dele hahaha, deixa até na vontade de arranjar um Knut tb!
Bjoo
O problema é q foi um grupo de ativistas sem noção que pediu o sacrifício dele. não podes dizer "os ativistas" mas sim "aquele grupo de ativistas".
E só para entender hahaha, como assim né Lolinha ? Knut crescendo fora do padrão e tal, "vai se tornar perigoso e ..." aí a solução é sacrificar ele ? Haha Vamos sacrificar então as crianças que moram em favela pq é uma moradia fora do padrão e eles vão crescer e se tornar perigosos ?
Quem entende o mundo! haha
Lola,
esse bicho é realmente a coisa mais linda. eu não resisti e fui no google images e vi mil fotos e videos dele.
mas tb li varias materias dizendo que ele está se tornando psicopata, viciado na adulação, q chora qd ninguem olha para ele, q o treinador, pouco antes de morrer, tinha sido proibido de brincar com ele, pois ele estava mt grande e imprevisivel, q os outros treinadores estao proibidos de brincar com ele ou perdem o emprego, e q ele meio q virou um elefante branco (er, urso branco) e ninguem sabe o que fazer com ele...
http://www.shinyshiny.tv/2008/03/science_monday_28.html
e fico pensando assim. pra gente, amador, de longe, q só vê foto na internet, é mt fácil achar esse ursinho a coisa mais fofa do mundo.. mas... tenho uma regra, sabe?
quando todos os amadores bem intencionados estão dizendo uma coisa, e os profissionais, q estudaram o assunto, que tem a responsabilidade, q vivem aquela realidade todo dia, dizem outra.... bem, é sensato a gente ter a sabedoria e a humildade de baixar as orelhas e ouvir os especialistas.
o proprio treinador, qd falavam da relaçao dele com knut, sempre dizia: eu nao tenho amor ou afeto por ele, ele é antes de tudo um animal!
"Knut is not like my child and he does not arouse the kind of emotions I feel towards my children. For me, Knut is always an animal."
http://www.independent.co.uk/news/world/europe/love-story-knut-mourns-his-keeper-940129.html
ou seja, ele era mt fofo qd tinha o tamaninho de um gato, mas os profissionais aparentemente sabiam q ele iria se transformar em um psicopata de meia tonelada. e, ah, vamos lembrar. o urso polar é uma das especies mais agressivas do mundo, daquele tipo que mata sem nem estar com fome.
enfim, essas coisas sao dificieis mas, sim, ele era a coisa mais fofa desse mundo.
mas eu digo isso. de um cara q sempre teve cachorro, a vida inteira, e que está no quarto cachorro da sua vida, e que espera ainda ter muitos outros: uma das melhores coisas de amar um animal é justamente pq são animais e não precisam ser tratados como gente. eu posso, amanhã, com amor e por amor, fazer no meu cachorro a eutanasia generosa que eu, por exemplo, não tenho o direito de receber.
(tantos posts aqui nos ultimos anos q eu quis comentar, e venho comentar logo o do bichinho fofinho)
Essa situação lembra muito aquele capítulo da série "Miracleman", quando começam a modificar o mundo, dos ativistas que são contra porque pra eles é fácil, estão em uma situação confortável:
http://img593.imageshack.us/img593/8765/miracle1609.jpg
Ah, eu choro lendo sobre o Knut e nem sei porquê mas eu sempre relaciono a história com a do leão Christian, que a maioria aqui deve conhecer mas mesmo assim eu queria deixar o link, porque é bem emocionante mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=pNv2A4Kfx4k&feature=related
Estou adorando seu blog.
Acompanhei o nascimento do Knut qdo morava na Alemanha!
Bjaooo
Então, Alex, eu tb vi algumas dessas matérias sobre Knut estar viciado em atenção e tal. E todo mundo sabia que ele iria crescer e se tornar um bicho de centenas de quilos que poderia, até sem querer, machucar ou matar um ser humano. Mas a opção de sacrificar um belo filhotinho de urso não era uma opção, né? E tb, não foram todos os especialistas que falaram em sacrifício. Começou com um ativista que foi citado por um jornal alemão (e, depois, obviamente se arrependeu e disse que foi mal interpretado). Depois, aqui no Brasil, inclusive entrevistaram um zoológo da USP e ele disse que estavam falando meias verdades. Ursos polares são animais solitários, ué. Os poucos momentos que eles andam com outros ursos é quando a mãe tá com os fihotes, ou quando um urso se aproxima de uma ursa pra se acasalarem. Então a alegação que, sei lá, ele se tornaria um bicho anti-sociável, que não reconheceria outros ursos, não me parece muito relevante. Além do mais, ativistas em defesas dos animais (e eu sou totalmente a favor deles; defendo até a PETA, sempre polêmica e, muitas vezes, imbecil) dependem da aprovação e da conscientização da população. Não dá pra ser ativista só pra outros ativistas. E aí um ativista chegar e falar pra sacrificar (ou castrar) um ursinho, bem, é um tremendo tiro no pé. Eles sabem que ninguém vai ficar ao lado dele. Então o que me parece que ter que ser feito é ter muito cuidado pra que Knut não tenha contato físico com humanos (que ele já não tem desde que atingiu 90 quilos) pra não ter a chance de ferir ninguém. E sobre as palavras do treinador, isso que vc citou (“Não tenho amor ou afeto por ele, ele é antes de tudo um animal”), acho uma enorme besteira. Primeiro que animais somos todos nós. Segundo que eu tenho gatos, e quero voltar a ter cachorro também, e eu sinto muito, muito amor e afeto por eles. Paixão mesmo. Não os vejo como pessoas, mas tampouco acho que nós humanos sejamos o suprassumo do planeta.
Cacá,
chamou-me a atenção disseres que és vegana. Eu não sabia o que significa vegana, na verdade ano ouvi o termo pela primeira vez este ano, no filme SCOTT PILGRIM, mas como o filme não tinha tradução e pelo seu género, e como o meu inglês é bastante básico, só percebi que veganismo tinha a ver com vegetarianismo, mas associei-o com habitantes do sistema Vega ou então com uma seita maluca qualquer.
Porém, hoje fui pesquisar sobre o termo e vi que tinha implicações ético-filosóficas muito mais apuradas que a ética aristotélica, pelo que expresso a minha admiração pelos veganos, embora eu seja egoísta demais para largar o comodismo da minha alimentação, o meu leite, chocolates, carne e etc, com a desculpa de que existe a cadeia alimentar na natureza.
E acho que aqui és a única que pode verdadeiramente deitar lágrimas pelos animais.
este tratador era muito dedicado. o knut deve ter aquele bafo...!
Postar um comentário