Uma coisa que eu não vi na transmissão do Oscar foi que havia um bando de malucos “recepcionando” os astros no tapete vermelho com placas de “God Hates Fags” (“Deus Odeia Bichas”) e “Heath in Hell” (“Heath no Inferno”). Eram de uma igreja que já havia visitado o funeral do Heath Ledger com as mesmas palavras intolerantes. Essa seita, que busca os holofotes acima de tudo, acha que a América está acabada por ser muito permissiva nas morais e nos bons costumes, e que todos os gays serão castigados com o fogo eterno. Eu sou atéia, mas fico só pensando: qual Deus eu gostaria de ter? Um que ama os gays, ou um que ama pessoas que odeiam gays? No contest. Eu seria incapaz de crer num deus raivoso e homofóbico como o dessa igreja.
Mas o que mais me chama a atenção nessa história toda é que o Heath não era gay. Ele apenas interpretou um gay (muitíssimo bem) em Brokeback Mountain. Pouco depois ele fez um psicopata que gostava de destruir prédios e matar pessoas, o que lhe deu um merecido Oscar póstumo, mas imagino que a essa altura sua alma já estava condenada mesmo. Senão, pega mal um grupo religioso protestar contra um ator que faz um gay, mas não um serial killer. É mais ou menos como o dublador oficial do Sean Penn no Brasil (também pastor evangélico) se recusar a dar voz ao Harvey Milk, porque Milk era gay, e o pastor é espada. Tá, não é a mesma coisa. Suponho que o dublador não esteja fazendo uma cruzada anti-homossexualismo. Ele só recusou um papel, e tem o direito. Aliás, nunca entendi esse negócio de “dublador oficial”. Eu sei que aquela voz em português não é do Sean Penn, então não me importo muito se o dublador varia. Mas enfim, o pastor que é também dublador é também um homofóbico. Não há dúvida. E é um burraldo, assim como as pessoas da sua seita que creem que gays arderão no inferno. Mas não sei até que ponto são pessoas públicas, que merecem atenção.
Ao mesmo tempo, li em alguns lugares que os gays, embora tenham gostado muito de Milk, andam perguntando por que um ator heterossexual tem que interpretar um personagem gay. Quando chegaria a vez de um ator assumidamente gay interpretar um personagem gay? Conversei sobre isso com uma amiga, e fiquei pasma com seu raciocínio. Ela acha que sim, atores gays deveriam interpretar gays. E que tudo bem um hétero interpretar um gay, mas pra um gay interpretar um personagem hétero, fica difícil. “Hã? Como assim?”, eu quis saber. “Ah, porque um ator gay não conseguiria esconder seu jeitinho”, respondeu ela.
Essa minha amiga não é uma pessoa homofóbica. É instruída e inteligente. E ainda assim mereceu um sermão meu. Hello? O que é isso de “jeitinho”? Nem todos os gays são afeminados ou têm “trejeitos” femininos (sem falar que há bastante homem hétero que é afeminado e não é gay). E a gente tá falando de atores. Ator faz isso de interpretar um papel. Muitas vezes o papel não é uma cópia exata de como o ator é na vida real. Por exemplo, o Anthony Hopkins já interpretou um canibal em Silêncio dos Inocentes, Hannibal, Dragão Vermelho e, em menor escala, Titus (algum dia eu falo desse filme que gosto pacas), mas desconfio que ele não seja um canibal de verdade, ou a Rainha não teria lhe dado o título de Sir. E o Javier Bardem, então? Quando ele fala inglês na vida real, ele tem um sotaque até forte. Mas, em Onde os Fracos Não Têm Vez, ele declamou suas falas sem sotaque algum. Logo, se um bom ator consegue até mudar a voz e esconder o sotaque, será capaz de disfarçar seus trejeitos, se ele for gay. E se tiver trejeitos, pra começar.
Por outro lado, não sei se concordo com os gays sobre querer que um ator gay interprete um personagem gay. Quando Transamérica foi lançado, os travestis falaram a mesma coisa: por que colocar uma mulher (a Felicity Huffman) pra fazer um travesti? Por que não usar um ator que seja travesti na vida real? Bom, talvez porque se pouquíssima gente viu Transamérica (que merece ser visto), apesar de ser com a estrela de Desperate Housewives, se fosse com um ator desconhecido, pode apostar que ninguém ficaria sabendo da existência do filme. E se Milk não fosse com o Sean Penn, teria levado dois Oscars? Teria sequer sido indicado? Teria sido visto? Convenhamos: quantos atores assumidamente gays existem? Quando eu morava nos EUA, recebia (de graça!) a bíblia da comunidade gay, The Advocate (da qual Milk fala mal). E sempre havia um artigo exigindo pra que alguma celebridade saísse do armário. A Jodie Foster e o Ian McKellen são abertamente homossexuais, mas levaram quantas décadas pra se assumirem? E quem pode culpá-los? Se eu fosse atriz, e se eu fosse lésbica, não sei se eu falaria pra todo mundo. Primeiro porque é o pesadelo de todo ator ser typecast (relegado a um só papel pro resto da vida). Segundo porque minha orientação sexual pode ser algo pessoal meu. Tipo, eu sou hétero, mas essa é apenas uma entre dezenas de características minhas (também sou mulher, sou casada, sou de esquerda, sou feminista, sou cinéfila, sou gorda, etc etc). Mas, numa sociedade homofóbica como a nossa, se alguém diz que é gay, essa passa a ser sua única característica. Ao mesmo tempo, eu concordo com o Harvey Milk (e muitos outros ativistas gays): se os gays não saírem do armário, as pessoas ora continuarão pensando que eles não existem, ou achando que os poucos assumidos são todos uns pervertidos. Se os pais souberem que seu filho é gay, irão aceitá-lo - se forem bons pais. Se um homofóbico tiver um amigo gay, deixará de ser homofóbico, imagino, porque verá que não há nada de aberrante num gay. O preconceito caminha junto com a ignorância, eu acho. Ou não. Não sempre. Há pessoas que sabem que gays são gente como a gente, e optam por discriminá-los mesmo assim. Bom, pra essa gente existe a igreja com plaquinhas de “Heath in Hell”. Pras outras existe um mundo bonito e colorido de amor ao próximo. Eu fico com a segunda opção.
P.S.: Nas fotos da igreja homofóbica, as placas dizem que Obama é o anticristo, que os gays amaldiçoam as nações, que quando os aviões se acidentam, Deus ri, que Deus odeia o mundo, e que a gente vai toda pro inferno. Ah, ótimo! Espero encontrar o Heath e outros gays por lá, ao invés de me deparar com esses homofóbicos no paraíso. Se metade das pessoas "de bem" forem pro céu, aquilo deve ser um tédio só!
Ao mesmo tempo, li em alguns lugares que os gays, embora tenham gostado muito de Milk, andam perguntando por que um ator heterossexual tem que interpretar um personagem gay. Quando chegaria a vez de um ator assumidamente gay interpretar um personagem gay? Conversei sobre isso com uma amiga, e fiquei pasma com seu raciocínio. Ela acha que sim, atores gays deveriam interpretar gays. E que tudo bem um hétero interpretar um gay, mas pra um gay interpretar um personagem hétero, fica difícil. “Hã? Como assim?”, eu quis saber. “Ah, porque um ator gay não conseguiria esconder seu jeitinho”, respondeu ela.
Essa minha amiga não é uma pessoa homofóbica. É instruída e inteligente. E ainda assim mereceu um sermão meu. Hello? O que é isso de “jeitinho”? Nem todos os gays são afeminados ou têm “trejeitos” femininos (sem falar que há bastante homem hétero que é afeminado e não é gay). E a gente tá falando de atores. Ator faz isso de interpretar um papel. Muitas vezes o papel não é uma cópia exata de como o ator é na vida real. Por exemplo, o Anthony Hopkins já interpretou um canibal em Silêncio dos Inocentes, Hannibal, Dragão Vermelho e, em menor escala, Titus (algum dia eu falo desse filme que gosto pacas), mas desconfio que ele não seja um canibal de verdade, ou a Rainha não teria lhe dado o título de Sir. E o Javier Bardem, então? Quando ele fala inglês na vida real, ele tem um sotaque até forte. Mas, em Onde os Fracos Não Têm Vez, ele declamou suas falas sem sotaque algum. Logo, se um bom ator consegue até mudar a voz e esconder o sotaque, será capaz de disfarçar seus trejeitos, se ele for gay. E se tiver trejeitos, pra começar.
Por outro lado, não sei se concordo com os gays sobre querer que um ator gay interprete um personagem gay. Quando Transamérica foi lançado, os travestis falaram a mesma coisa: por que colocar uma mulher (a Felicity Huffman) pra fazer um travesti? Por que não usar um ator que seja travesti na vida real? Bom, talvez porque se pouquíssima gente viu Transamérica (que merece ser visto), apesar de ser com a estrela de Desperate Housewives, se fosse com um ator desconhecido, pode apostar que ninguém ficaria sabendo da existência do filme. E se Milk não fosse com o Sean Penn, teria levado dois Oscars? Teria sequer sido indicado? Teria sido visto? Convenhamos: quantos atores assumidamente gays existem? Quando eu morava nos EUA, recebia (de graça!) a bíblia da comunidade gay, The Advocate (da qual Milk fala mal). E sempre havia um artigo exigindo pra que alguma celebridade saísse do armário. A Jodie Foster e o Ian McKellen são abertamente homossexuais, mas levaram quantas décadas pra se assumirem? E quem pode culpá-los? Se eu fosse atriz, e se eu fosse lésbica, não sei se eu falaria pra todo mundo. Primeiro porque é o pesadelo de todo ator ser typecast (relegado a um só papel pro resto da vida). Segundo porque minha orientação sexual pode ser algo pessoal meu. Tipo, eu sou hétero, mas essa é apenas uma entre dezenas de características minhas (também sou mulher, sou casada, sou de esquerda, sou feminista, sou cinéfila, sou gorda, etc etc). Mas, numa sociedade homofóbica como a nossa, se alguém diz que é gay, essa passa a ser sua única característica. Ao mesmo tempo, eu concordo com o Harvey Milk (e muitos outros ativistas gays): se os gays não saírem do armário, as pessoas ora continuarão pensando que eles não existem, ou achando que os poucos assumidos são todos uns pervertidos. Se os pais souberem que seu filho é gay, irão aceitá-lo - se forem bons pais. Se um homofóbico tiver um amigo gay, deixará de ser homofóbico, imagino, porque verá que não há nada de aberrante num gay. O preconceito caminha junto com a ignorância, eu acho. Ou não. Não sempre. Há pessoas que sabem que gays são gente como a gente, e optam por discriminá-los mesmo assim. Bom, pra essa gente existe a igreja com plaquinhas de “Heath in Hell”. Pras outras existe um mundo bonito e colorido de amor ao próximo. Eu fico com a segunda opção.
P.S.: Nas fotos da igreja homofóbica, as placas dizem que Obama é o anticristo, que os gays amaldiçoam as nações, que quando os aviões se acidentam, Deus ri, que Deus odeia o mundo, e que a gente vai toda pro inferno. Ah, ótimo! Espero encontrar o Heath e outros gays por lá, ao invés de me deparar com esses homofóbicos no paraíso. Se metade das pessoas "de bem" forem pro céu, aquilo deve ser um tédio só!
43 comentários:
hahahahah
"Se metade das pessoas "de bem" forem pro céu, aquilo deve ser um tédio só!"
Essa foi a melhor!!!!
Aronovich:
Deve ser coisa do talento extraordinário.
O Hannibal é homossexual e o Antony Hopkins nunca recebeu a pecha de gay por isso.
Amei esse texto.. um dos melhores que vc ja escreveu. Se o Heath for por inferno eu tb kero ir junto!!!
hummmmm cara delicioso!!!
yhahyuahuua
Desde quando Hannibal é homossexual, hein Serge ????????
É sim Asnalfa. Pode conferir.
Conferir onde meu deus do ceu??????
Eu já disse que não tenho paciência para ir para o Céu ouvir anjinhos tocando harpa, não disse???
:s
Beijos
clap clap clap
tou contigo e não abro!
ai! eu adoro o hopkins! 'titus' eu não conhecia... vou acrescentar na minha lista de 'filmes pra ver' agora ;)
Asnalfa:
Assista o Hannibal 2.
Ola Lola, tenho aparecido pouco para comentar mas não tenho deixado de vir aqui...
Acho que um dia o fato de a pessoa ser gay será irrelevante, mas ainda há muita luta para os gays até isso acontecer. Acho que amor não dá pra ser limitado, não é uma religião inventada por homens que pode dizer o que é certo e errado, a quem as pessoas podem amar e não. E o pior, transformar a vida dessas pessoas, especialmente os gays adolescentes, num inferno. Eu tive um amigo gay não assumido com o qual convivi durante alguns anos no trabalho. Um dia eu perguntei o que ele mudaria na vida dele se pudesse,e ele disse, Ser homem...claro que no sentido de ser hetéro, porque mesmo que ele fosse o melhor e mais empenhado de todos nós, apenas a sombra da suspeita de sua homossexualidade o desmoralizava. Estando com ele durante esse periodo vi como as pessoas tem comportamentos bizarros diante de coisas que não entendem, e se esquecem que se trata de uma pessoa.
Isso é uma coisa das mais irritantes, em minha opinião, sobre essas igrejas: a "necessidade" que têm de "manifestar" sua opinião a quem não a pediu. E se eu for fazer piquete na porta da Renascer com placas dizendo "Seu pastor é um estelionatário", "Parabéns por financiar a casa de praia na sua bispa, em Miami: isso lhes garantirá um lugar no céu"? Pô, guardem a "conversão" pra quem a quer; se eu não estou preocupada se vou para o inferno ou não, por que eles se preocupam tanto por mim?
Eu também não sabia que Hannibal era gay, vou assistir ao filme de novo. Mas ainda assim, não me lembro de ter me preocupado com a orientação sexual do personagem porque tava preocupada com quem seria a próxima vítima, acho.
Quando li o final do texto, lembrei da minha professora de História do colegial: eu tumultuava a aula dela (no bom sentido), e ela dizia que não me mandava pro inferno porque eu adoraria ficar por lá. Que o céu, com seus anjos de camisolão e suas harpinhas, seria o lugar certo pra eu purgar meus pecados.
eu tenho medo dessas igrejas, dessas pessoas que acreditam em um Deus cruel, preconceituoso e castigador. Muito medo.
Concordo com o cavaca que o melhor mesmo era o fato de alguém ser gay ser irrelevante. Mas lembro de ter me solidarizado com o Rupert Everett quando ele falou que haviam aumentado os papéis gays, mas os héteros continuavam os mais cotados. É verdade. Se analisarmos friamente, fica difícil não cogitar uma muito sutil homofobia da indústria. Também é comum a gente ouvir em "defesa" dos atores que interpretam personagens gays coisas do tipo: "mas ele não é gay na vida real" e isso me incomoda um pouco. Embora eu aplauda o Heath e o Sean, acho que eles são atores excepcionais e ponto. Quanto a sair do armário, também já ouvi que "se a comunidade artística em peso saísse do armário teríamos uma revolução simbólica". Tá, no plano das idéias seria o luxo. Mas não é por aí, né. Pessoas famosas ou comuns lidam com suas realidades cotidianas de forma muito subjetiva. Acho que assumir-se não pode acontecer por imposição. Mas vir de um misto de convicção e oportunidade. Enfim, bom demais esse seu blog. Sempre botando a gente pra pensar. Beijos!
difícil entender o raciocínio de sua amiga... eu só fico pensando no exemplo de Rock Hudson que durante toda sua vida só fez papéis de galãs heteros (e os fazia muito bem) e acabou assumindo a homossexualidade por conta da aids. inclusive, há uma cena de um filme seu (não vou lembrar o título agora) que visto agora chega a ser bizarro, quando seu personagem (que está a fim da Doris Day) acaba fingindo que é gay. Isto é, um ator homossexul fazendo um personagem hetero que finge ser homossexual...
Por isso sou a favor da morte dos heteros e religioso... mas ninguem me dá credito.
Oi Lola, teve um artigo super interessante na Piauí de fevereiro. Alguns ativistas gays comparam atores heterossexuais interpretando homossexuais com o teatro black face americano, quando brancos com as faces pintadas interpretavam negros. Bem interessante, acho que eles tem disponível no site...
Parabéns por outra ótima crítica.
Sinto falta do seu google seach... Você desistiu ou pararam de aparecer aqui de paraquedas?rsrsrs
Era só cada um cuidar da sua vida, só isso.. pelo menos haveria um pouco mais de paz. Mas através de bom senso, tá bem difícil. O que fazer com fanáticos? Cegos para o fato de que suas atitudes religiosas é que tornam o mundo um lugar pior, e não a sexualidade de alguém. (fiquei curioso sobre o filme Titus, vou procurar).
Oi Lola, eu trabalho com teatro e já ouvi esse papo de que existem atores gays que não convencem em papéis de hetero. De fato, já vi gente arruinando um papel por não saber controlar seus jeitos, trejeitos e tiques pessoais. Mas isso não se deve ao fato da pessoa ser gay, se deve ao fato da pessoa ser um mau intérprete. Simples assim: existem bons e maus atores.
cada um tem o deus que merece, Lola!
preferencia sexual deveria ser vista como preferencia por comida,,, cada um come aquilo que gosta.
este bla bla bla de homo e hetero eh mais coisa de ego, de quem gosta d eaparecer...entre os muçulmanos eh proibido a prostituoiç;ao feminina e eh nos imberbes mancebos que os homens começam sua vida sexual ativa.
quem quiser conferir eh so procurar a literatura do Orham Pamuk,,,,
COmo as pessoas são capazes de complicar as coisas, não?
Eu também sou atéia ou seja sou perseguida por gente que quer salvar a minha alma para que eu posso entrar no paraíso.
Primeiro não acredito nessa visão de céu e inferno. E também acho que viver para sempre no paraíso governado por Deus será um eterno tédio, bem pior que ir para o inferno, para o limbo ou sei lá onde.
Eu nunca fui homofóbica. Desde pequena sempre aceitei os gays com naturalidade e me espantava que as pessoas fossem tão intolerantes. Para mim são apenas pessoas que amam outras pessoas. A genitália não importa até porque não existe mais essa divisão da humanidade entre dois sexos.
Mas infelizmente existem pessoas como o meu tio que tem um filho gay mas que para ele está morto. E pior, proibiu os familiares de falar com o filho.
Sobre o fato de gays interpretarem gays concordo com você. Se formos fazer isso, então esquizofrênicos tem que ser interpretados por esquizofrênicos, a novela da globo deveria ser interpretado por indianos legitimados no cartório...
Não faz sentido. Um ator é capaz de interpretar qualquer personagem.
E adorei o filme Transamérica, pena que poucos tenham visto. E também não entendo porque existe poucos filmes assim.
Oi. Lola, passando para dizer que o texto ta delicioso!
Essa igreja sem noção é uma tosquera. Eles simplesmente vão ao funeral de soldados que foram mortos no Iraque com cartazes dizendo que os estadunidenses morrem no Iraque pois tá cheio de gays no exercitos. Esse povo é cansativo, sem noção, cretinos, preconceituosos até a medula e ainda invadem funerais para "aparecer"!
Aquele ator que fez o Fantasma é gay assumido. Ele anda meio sumido das telas. Não sei até que ponto sair do armário beneficiou ou não a carreira dele. Certeza que beneficiou sim a saúde mental dele pois, sair do armario mesmo neste mundinho infestado de gente com o povo da tal igreja, deve ser uma liberdade!
bjim
essa igreja dos protestos é inacreditável, não?
quanto ao pastor/dublador, sabe que eu tenho sentimentos conflitantes?
acho absurdo uma igreja condenar o homossexualismo, mas, ao mesmo tempo, acho legal o cara seguir seus princípios (mesmo eu não concordando com eles). eu sofro muito por não conseguir seguir meus princípios e acho mesmo que trabalhando com publicidade é difícil seguir qualquer princípio.
Lola.... vc nao vai acreditar no que achei na net. Um professor ingles pediu para seus alunos interpretarem a peça gay de romeu e julieta. O nome é "Romeu e Juliano".. amei!! será q tem beijo na boca?
olha o link:
http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=7437
Loleeeets!
Saudades de vc e dos seus textos! Tenho estado aisente por causa de uma loucura aqui no trabalho mas nao te abandonei não. Sempre passo pra ver mesmo rapidamente as novidades aqui do blog. So nao particpei mais por pura falta de tempo.
Não podia ficar por fora desse post! Voce foi perfeita em todos os seus ocmentários aqui e eu, realmente, adoraria que existissem milhares de Lolas por ai. O mundo seria bem mais justo, interesente e divertido!
Você ssabe que essa questão aqui me atinge diretamente. É o assunto que mais me provoca. Vivo diariamente minha homossexualidade com muito orgulho e dignidade. Não escondo de ninguém e sinto orgulho por viver tão abertamente a minha essencia. Mas não é fácil não. Mais do que as grandes lutas (união civil, direitos igualitarios, tec, etc..) o que mais me instiga é a luta pra acabar com os pequenos preconceitos do dia a dia.. sabe aquela coisa, do "aquele viado do meu chefe" ou "ele é tão bonito, so pode ser gay". TO louco pra ver Milk e sei que vou ficar muito mexido com tudo. Tanto com o que acontecer na tela ou fora dela. O conportamento da audiência é sempre revoltante nesses filmes... eca.
Só pra dar minha opinião: sou totalmente contra colocar atores gays pra fazer papeis gays no cinema. Inclusive eu acho um luxo ver o Sean Penn entendendo a importancia dessa personalidade e da historia toda e passando por cima da tao falada homofobia dele (duvido, ele foi casado com a Madonna)pra viver essa personagem.
É com atitudes desse tipo que continuo sem acreditar em Deus. Fazedo esse tipo de protesto, essas igrejas só me fazem perceber o quanto as figuras de Deus e o Diabo são semelhantes....
Maravilhoso texto novamente minha querida!
o texto está ótimo Lola!
só um detalhe, o mundo das artes cênicas está rodeado de gays e lésbicas, como sua amiga pode sequer alegar que os gays são sempre interpretados por héteros? além disso, é como você disse, se o ator for bom, tem que ser capaz de interpretar qualquer papel.
justamente hoje, estava conversando sobre homofobia com uns amigos e eles estavam me contando umas histórias absurdas que passaram recentemente! é tudo muito indignante! o mundo ainda é muito homofóbico, mas percebe-se que está mudando, como o próprio fato da existência do filme milk, brokeback, e muitos papeis gays em séries famosas como Grey's anatomy, Brothers and Sisters, House, e por ai vai(isso sem contar The L World). não sei se o mundo realmente está menos homofóbico ou se descobriram que o mercado gay também dá bastante dinheiro, mas de qualquer forma não deixa de ser um reconhecimento e um avanço.
Deus me livre desse deus, heim? ;)
A definição mais simples e (na minha opinião) a mais completa de Deus é a que diz: "Deus é amor".
Todas as grandes religiões dizem que o caminho para se encontrar deus passa pelo amor. Todas.
Até mesmo aquelas que (na prática) fazem exatamente o contrário.
Daí você vê uma 'igreja' com cartazes escritos "Deus odeia..." e blá, blá, blá e a única vontade que eu sinto nessas horas é rir. Sério.
Rir para não chorar, porque, afinal de contas, um deus que odeia, não pode ser deus. Ou pode? Será que esses idiotas não perceberam isso? Que uma coisa anula a outra?
O mundo cheio de terrenos baldios para carpir, praias e mares abarrotados de poluição e esse bando de desocupado agitando placas? Puta desperdício de tempo e energia mal aproveitadas.
Lola,
há tempos venho falando que a intolerância é o pior dos sentimentos humanos. E como é que podem falar em nome do "Deus do Amor", com tanto ódio no coração?! É, para dizer o mínimo, um contrasenso absurdo. Onde estão a compaixão, respeito, perdão, amor, solidariedade, etc, etc, etc, sentimentos tão propagados nos calorosos sermões?!
E quanto à questão das interpretações por gays ou hetéros, acho que se o artista é um bom intérprete, ele segura qualquer onda.
Abração.
Lola, desculpe usar o tópico para falar de algo nada a ver, mas...assisti Persépolis esse final de semana e tinha que dizer ^_^.
Se assisti o filme foi pq eu li aqui a sua crítica (pois, confesso, nunca tinha ouvido falar no bendito antes). Adorei! Muito bom mesmo. (e os véus na cabeça das mulheres quando estavam muito para trás, ficavam parecendo aqueles lenços de cabeça..estranho a beça).
Passei aqui para convidar a uma visita ao meu novo site.
http://www.eucritico.com.br/
Espero que goste!
Abraços,
Eurico
Lola ontem a Marília Gabriela entrevistou o Luiz Mott.Eu estava analisando e considerando que não foi uma entrevista brilhante, de ambas as partes, por sinal.Depois eu pensei... oras porque o cara só por ser gay teria a obrigação de ser BRILHANTE? Acho que eu estava esperando algo assim espetacular daquela entrevista. Algo assim tipo um cara super carismático. Ora todos nós temos o direito de ser comuns. Acho um grande equívoco da humanidade este desprezo pela pessoa ser homossexual. E o pior, ainda há gays que se suicidam, o que é algo muito entristecedor. Creio que todos nós sofreremos ainda as consequências desta estúpida intolerância. E quanto a esse deus que castiga... é dose heim? Abraço da Fatima.
P.S.: só acho babaquice essa coisa de casamento - afinal os casamentos hétero são uma coisa tão desmoralizada hoje em dia...
Anonimo:
Se você existe é porque seu pai, um hétero, casou com sua mãe, num casamento que você chama de desmoralizado. Pare de defender o indefensável.
Deixe de ser um idiota maria vai com as outras e pense com sua cabeça, se tiver uma.
Esse papo da Lola, (que se não fosse um casamento hétero, não exitiria) é "conversa mole pra boi dormir".
Se essa gente for pro céu, o céu será um inferno. Hahahahahahha.
O ator Leonardo Vieira que trabalha na Record atualmente é gay assumido e só interpreta personagens héteros. Aliás, ele estreou na Globo fazendo papel de galã e conquistou milhares de fãs mulheres. Detalhe, já era gay e se fez de hétero perfeitamente, até beijou a mocinha.
Mas é impressionante o comportamento de algumas pessoas em pleno terceiro milênio.
Santiago
1)as pessoas foram, são e serão homossexuais, queiramos ou não.
2)o casamento está desmoralizado sim, bem como todas as instituições, e não é porque eu, ou qualquer pessoa, queiramos.Faz parte do ir e vir do processo histórico da humanidade:uma hora estamos em baixa, outra ora estamos em crise. Há uma violência generalizada no planeta. Há casamentos excelentes. O meu inclusive.
3) Sim vc está certo eu nasci de um pai hétero, mas poderia ter nascido de um pai gay.Há tantas pessoas que nascem de pessoas homossexuais.Não estou defendendo o indefensável estou dizendo apenas que é um equívoco atacar a homossexualidade, uma ocorrência nos seres humanos. Inclusive é só observarmos bem e veremos que na família de todo mundo existem pessoas homossexuais.
Faz mais de dois meses que não venho aqui por falta de tempo então, por hoje, estamos conversadsos
4) Eu penso por mim, com certeza, mas não posso deixar de aplaudir uma Lola que tem a competência e a coragem de dizer o que precisa ser dito.
5)Caros: o dia internacional da mulher vem aí, vamos nos unir, mulheres e homens inteligentes! Vamos nos respeitar, vamos proteger nossas crianças da violência de toda ordem. Vamos conduzir os adolescentes para a ciência, a arte, o esporte.
Fatima.
Pois é, Fátima, fazia um tempão que vc não vinha aqui. Estava sentindo sua falta. Aí vc chega e já é atacada pelo trololó. Que azer, hein? Mas faça como quase todo mundo aqui e ignore o ignorante. Aliás, foi isso que o Sean Penn disse pros jornalistas na noite do Oscar sobre os protestos homofóbicos: que a gente devia ignorar os ignorantes.
Mas sua resposta pro ignorante-mor foi muito boa. E ainda faltou vc dizer que, cada vez mais, os filhos nascem FORA do casamento. Apareça, Fá!
Oi Lola.
Os EUA como responsaveis do imperialismo, guerras e preoconceitos é um ponto exato em bater. Porém, os exemplos na história dos EUA de lutas, busca de mudanças e esperanças são deixado de lado. Além da própria história do Milk, tbm podemos considerar Howard Zinn, Emma Goldman, Allen Ginsberg, John Reed, os escritos de Steinbeck, os Wooblies (hoje minusculos, mas ainda vivos),The NAtion, Z mag, Michael Albert o ABC no Rio, o Positive Force de DC, Indymedia e assim vai... os exemplos são variados, quem sabe falar mais sobre tais exemplos no brasil seja uma maneira de evidenciar as possibilidades de mudanças sociais.
Enquanto, isso vamos derrubando esses religiosos babões que estão ao nosso lado.
inté
maikon k
Ir pro céu? Deus me livre! :-))
Sobre "não conseguiria esconder seu jeitinho", Rocky Hudson, além de Lauro Corona, fez(fizeram) o que, a vida toda?
essa de gay nao interpretar gay é prq o liberalismo de hollywood não é tao liberal assim. alem disso, talento nao vê opção sexual. e rock hudson, que era homo, ficou famoso pelos machoes q fez, em filmes de faroeste. saiu um texto muito bom do joao m salles sobre isso na piauí desse mês.
"Ah, porque um ator gay não conseguiria esconder seu jeitinho”,"
HAHAHAHAHAHAHAH num guentei, sorry.
Posições ideológicas à parte, achei isso hilário.
Se são essas as pessoas que forem pro inferno, ele pra mim passará a ser o céu!
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