Mas tudo bem. Pouco a pouco as memórias voltam. “Onze Homões” é uma refilmagem de uma produção de 1960 que nunca vi. O original não é um clássico por ser velhinho. Embora medíocre, reunia Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr e mais uma turma aí da qual você provavelmente nunca viu mais gorda se tiver menos de trinta anos. Esta galera animada que adorava transar, beber, jogar (e cantar nas horas vagas), foi apelidada de “Rat Pack”. Eles tinham pressa pra encerrar o trabalho e se dedicar à diversão, e isso se nota nas atuações. Ah, o importante é que os astros se divirtam. Ganhar bem não é suficiente. Tem que se gostar do que faz. Aí você lê as entrevistas pra imprensa do George e percebe que o bonitão não quis apenas refilmar uma obra, mas um estilo de vida. Fico até comovida.
Se o “Onze Homens” de 60 trazia o Rat Pack, o de hoje juntou um Cat Pack (pacote de gatões). O problema é que os personagens são ralinhos e ninguém tem muito que fazer. O George sai da prisão disposto a cometer um roubo gigante pra tirar uns trocados e, unindo o útil ao agradável, vingar-se do milionário que lhe furtou a esposa. Este milionário é o dono do cassino, ou dos cassinos, sei lá, dizem que são três, pra mim todo cassino é idêntico, e filmes assim só consolidam minha posição contra a regulamentação do jogo no Brasil. Fugi do assunto! Então, o dono é o Andy Garcia, bem no estilo “Chefão 3”, e ele é o único com a mínima profundidade. Rouba o filme. A mulher dele é a Julia, que, como não sorri, nem bonita está. E não espere faíscas saindo das cenas entre ela e o George. Tá mais pra cubos de gelo.
Tem também o Brad Pitt, que ao menos recebeu a parte mais engraçada do negócio, logo no começo, durante um jogo de pôquer. Pena que seja tão pouquinho. Pois é, “Onze” não tem graça. Mas o Brad... Ele está cada vez mais a cara do Robert Redford. O George tem razão em reclamar nas entrevistas: apesar d’ele ser só uns dois anos mais velho que o Brad, ele parece ter 45 anos, e o Brad, 25. Claro que eu jamais discriminaria alguém pela idade. Ficaria com ambos, sabe, pra não ferir os sentimentos de ninguém. Bem, o título verdadeiro é “Ocean’s Eleven”, já que o protagonista é o George, que recebe o sobrenome Oceano. São os onze do Oceano. É um nome conveniente, se bem que “Terremoto” é mais realista quando penso no que o George faz com as minhas estruturas.
“Os Doze Condenados” não explica como a gangue chega a um golpe tão elaborado. Parece tudo um passeio. “Cartada Final” é mais didático. Tem uma hora que eles jogam um baratinho do lado dos guardas, fecham a porta, e segundos depois, os guardas estão desmaiados. Custava explicar como isso funciona?! Onde posso conseguir um? Gostaria de usá-lo no meu banheiro, pra acabar com as baratas.
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