quinta-feira, 30 de setembro de 2021

FELIZ TABULEIRO, SILVINHO!

Hoje é aniversário do meu amor Silvinho!

Silvio com troféu de campeão cearense em 2014 (ele jogou e ganhou de novo em 2019)

Eu pensei que essa idade fosse importante pra ele por causa da graciosa e simpática música dos Beatles, mas não: é devido ao número de casas no tabuleiro de xadrez! E xadrez é a vida do maridão. Ano passado fez cinquenta anos que ele começou a jogar.

Com Risquinho durante aula de xadrez online ano passado

Ano que vem, se tudo der certo, ele se aposenta. Não do xadrez, nem de dar aulas! Mas esperamos que, por idade, ele comece a receber uma aposentadoria baixinha mas necessária (é verdade que tem gente que tem que esperar um ano pra começar a receber a pensão do INSS?!). 

Na boca de um tubarão pré-histórico no museu de Ciências Naturais em Buenos Aires, 2018 

Silvio está ótimo de saúde e gostaríamos que ele continuasse assim pelos próximos vinte anos, pelo menos. Depois a gente dobra a meta!

Silvinho em Búzios trinta anos atrás, em 1991

Feliz aniversário, Silvinho amado!

Semana retrasada na Praia do Forno, Búzios (sim, viajamos um pouquinho)


terça-feira, 28 de setembro de 2021

DIREITO AO ABORTO LEGAL: NOSSA RESISTÊNCIA PRECISA BRECAR OS ATAQUES ÀS MULHERES

Hoje, dia 28 de setembro, é uma data importante, de muita garra: é o dia de luta pela descriminalização do aborto na América e Caribe. Esta foi uma data criada há 31 anos para enfrentar o problema da clandestinidade do aborto, que mata milhões de mulheres todos os anos. 

Mas começando com uma boa notícia: no início de setembro, em decisão unânime, a Suprema Corte do México descriminalizou o aborto. Dez juízes, ao examinarem a constitucionalidade de leis específicas, decidiram que o aborto não pode mais ser considerado crime no país. Em outras palavras, não é mais possível processar uma mulher por abortar. As penas variavam de um a três anos de prisão.

Três dos 31 estados mexicanos já permitem o aborto (Oaxaca, Veracruz e Hidalgo), além da capital, a Cidade do México. Nos outros estados, as proibições são parecidas com as do Brasil: o aborto é direito em casos de gravidez resultante de estupro e risco de vida para a gestante. A descriminalização é um avanço fundamental.

Atualmente, apenas quatro países na América Latina autorizam o aborto em qualquer circunstância: Cuba, Argentina, Uruguai e Guiana. Ao contrário dos países ricos, que na sua maior parte permitem o direito das mulheres ao aborto há várias décadas, o nosso continente é um dos mais restritivos. Grupos ultraconservadores dos países ricos, que já perderam a batalha para controlar o corpo das mulheres por lá, investem pesado aqui para proibir o aborto em todos os casos. 

Um exemplo desse absurdo foi reportado na semana passada pela Agência Pública. Uma menina negra e pobre de 14 anos de Minas Gerais engravidou depois de um estupro do ex-namorado, de 21. Se a equipe médica tivesse seguido o protocolo para vítimas de estupro, teria dado a pílula do dia seguinte a ela, e ela não teria engravidado. Mas os médicos não acreditaram nela. 

Ainda assim, ela registrou um boletim de ocorrência. Dois meses depois, descobriu que estava grávida. Nem ela nem a mãe, que é empregada doméstica, sabiam que é um direito realizar um aborto legal, seguro e gratuito em caso de estupro. Apenas 42 hospitais num país de dimensões continentais como o Brasil fazem o aborto legal, que é de baixa complexidade. 

Através de uma advogada, a menina pediu para realizar o aborto. Como a cidade é pequena, de 30 mil habitantes, em pouco tempo todos sabiam da gravidez, e assistentes sociais foram pressioná-la na casa dela para não interromper a gestação. A sentença só veio com quase 12 semanas de gravidez: a juíza Indirana Cabral Alves negou o aborto. Ela fundamentou a sentença baseando-se no direito à vida do nascituro, citando o Pacto de San José da Costa Rica, sempre usado por juristas cristãos, embora em 2012 a Corte da Convenção Americana de Direitos Humanos -- que é o órgão oficial do tratado --, decidiu que o embrião não pode ser interpretado como uma pessoa. Usando o tal pacto como escudo, mesmo em casos de aborto legal (que os conservadores querem proibir de qualquer jeito), proíbe-se que crianças e adolescentes possam abortar. 

Isso tudo aconteceu em setembro do ano passado, só três semanas depois que fanáticos se reuniram em frente a um hospital em Recife para tentar impedir que uma menina de 10 anos do Espírito Santo abortasse (e até hoje ninguém foi punido por divulgar o nome e endereço de uma menina de 10 anos ou onde ela estava internada).  

Felizmente, neste caso de Minas, um promotor público falou com uma colega de Belo Horizonte, que disse que a adolescente poderia ir lá e que seria atendida. Ela e a mãe tiveram que viajar escondidas. Depois de muito medo de serem descobertas, a menina conseguiu realizar o aborto, sem complicações. 

Mas claro que não acabou. Indirana, a juíza terrivelmente católica que havia negado à adolescente o direito ao aborto legal, compartilhou a sentença num grupo de WhatsApp que reúne outros juízes mineiros. À imprensa, a juíza diz que pode responder perguntas, já que o Código de Ética da Magistratura não a deixa comentar processos em que atuou. Mas a um grupo de Whatsapp, a sentença está à disposição.

A situação, que já está difícil há anos, tende a piorar. Há vários projetos legislativos no Congresso tentando barrar cada vez mais o aborto legal. Nos municípios, vereadores e prefeitos retrógrados conseguem passar aberrações como "Semana de Defesa da Vida", para fazer campanha não só contra o aborto, mas também contra direitos reprodutivos em geral. É o que foi aprovado em Fortaleza recentemente pelo prefeito Sarto Nogueira (PDT), um ginecologista evangélico. 

A lavagem cerebral feita contra a legalização do aborto desde no mínimo 2010 (o segundo turno das eleições entre Serra e Dilma foi todo dedicado ao tema) tem dado certo. Porém, como mostrou uma matéria da semana passada da BBC News Brasil, numa pesquisa realizada em 27 países, esse apoio à restrição ao aborto tem diminuído. Somando a porcentagem dos brasileiros que responderam "o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar" e "o aborto deve ser permitido em determinadas circunstâncias, por exemplo, no caso de uma mulher ter sido estuprada), os números chegaram a 64%. Em 2014, a porcentagem dera de 53%. Ou seja, sempre que você ouvir que "a população brasileira é contra o aborto", pergunte: em quais casos?

É muito provável que, com a frustração do golpe que não houve no dia 7 de setembro (um recuo com carta escrita pelo ex-presidente golpista Temer, o que desagradou muitos apoiadores do genocida), o pior governo de todos os tempos tente manter sua base mobilizada através da pauta de costumes. 

Desta forma, eles tentarão o máximo que podem avançar na proibição do aborto. Cada vez mais, o Brasil anda na contramão do mundo. 

Mais um motivo para continuarmos resistindo. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

MIL DIAS DO PIOR GOVERNO DE TODOS OS TEMPOS

Hoje completam-se mil dias desde que Bolsonaro assumiu a presidência. Mil dias desastrosos para o Brasil. 


Nem precisa de estatísticas. As pessoas -- grande parte sem emprego, sem direitos trabalhistas, ou com salários congelados -- sentem na pele e no bolso o buraco em que o país se meteu. A checagem de notícias Aos Fatos calcula em quase 3.989 as mentiras (que a checagem delicadamente chama de "declarações falsas ou distorcidas") que o Capetão deu em mil dias (sem contar o período eleitoral!). 

Já a Anistia Internacional juntou 32 casos de violações de direitos humanos realizadas por Bolso desde 1o de janeiro de 2019 (sua posse). É o que a gente vive se perguntando: quantas outras vítimas o genocida precisa fazer para sofrer impeachment? Quase 600 mil não são suficientes?

O mais chocante deste governo é que ainda não tenha acabado. 

E talvez só acabe mesmo no dia 1o de janeiro de 2023 (espero de todo o coração estar errada, que o impeachment entre em pauta e seja aprovado ou, ainda melhor, que o TSE finalmente casse a chapa Bolso-Mourão). É inacreditável que o miliciano possa terminar sua administração. Ele comete crime de responsabilidade todos os dias. O de hoje é que alunos do Nordeste, através do Conecta Brasil (que dá acesso à internet pública), sejam forçados a assistir propaganda do governo sempre que entram no sistema. Isso é crime!

Os índices de reprovação a Bolso estão nas nuvens, apesar do núcleo fascista que ainda o apoia. Mas há mais chances de Lula ser eleito no primeiro turno em 2022 (algo que ele nunca conseguiu, sempre houve dois turnos, tanto pra ele quanto pra Dilma) do que Bolso ser reeleito. 

Fala-se bastante que ele está tramando um plano: renunciar e não concorrer e em troca não ser preso e brecar as investigações contra seus filhos, igualmente criminosos. Sou contra! Quero muito que eles sejam presos. Mas acho que vai demorar.

Cada dia a mais que Bolso permanece no poder é um dia a mais de destruição do Brasil e da desmoralização do nosso sistema político. Ninguém aguenta mais! 
Não sou eu que estou dizendo, é um veículo governista!

domingo, 26 de setembro de 2021

LIVE COM ZÉ DE ABREU SOBRE SEU MACHISMO

Gente, no Fala Lola Fala eu conversei com o famoso ator e personalidade de esquerda Zé de Abreu. Ele pediu desculpas por ter dado RT num tuíte de um cara que ameaçou a deputada federal Tabata Amaral. Assistam lá

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O AFEGANISTÃO TAMBÉM PODE SER AQUI

Reproduzo o texto da Cepia (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação) e do Católicas pelo Direito de Decidir sobre a situação das mulheres quando a política é dominada pela religião:

Confinadas ao espaço doméstico, proibidas de sair às ruas, estudar, trabalhar, participar da vida política, de frequentar serviços de saúde, submissas e submetidas à violência doméstica, ao casamento precoce, ao estupro, à mortalidade materna. É assim que o regime Taliban tratou mulheres e meninas quando detinha o poder no Afeganistão, poder que recuperou agora com a falência da ocupação americana no país.  

Invisíveis dentro de burcas, as mulheres e meninas têm morte civil no regime Taliban.  Elas serão regidas por uma interpretação radical e fundamentalista pela sharia, conjunto de leis derivadas do Corão.  

Mesmo se esta situação é um exemplo extremo da submissão das mulheres, alertamos para o fato de que não se trata de um ponto fora da curva pois, em diversos países, inclusive no Brasil, mulheres e meninas são constantemente ameaçadas de perder direitos em nome de uma cultura patriarcal amparada na interpretação de textos sagrados como a Bíblia, ou os Evangelhos. 

Mulheres e meninas são sempre as principais vítimas quando religião e política se misturam em regimes conservadores que advogam o cerceamento de seus direitos, e questionam sua plena igualdade no casamento, seu direito a uma educação norteada pela igualdade de gênero, e não respeitam a sua autonomia sexual e reprodutiva. Isto está acontecendo hoje no Brasil, onde avança a combinação tóxica de religião e política. 

O Afeganistão também pode ser aqui. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A FÁBRICA DE FRAUDAR CERTIDÃO DE ÓBITO PARA OCULTAR A COVID E O VÉIO QUE MENTE SOBRE A PRÓPRIA MÃE

Uma excelente reportagem de Ana Clara Costa para a revista Piauí mostra que o médico Anthony Wong, 73 anos, morreu de covid em janeiro. 

O pediatra e toxicologista formava o trio negacionista mais popular entre os bolsominions, junto com Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto. Além de desdenhar da pandemia, Wong era também contra a vacina, e deve ter infectado um bocado de gente antes de morrer. 

A Piauí descobriu, através de um prontuário médico de mais de duas mil páginas, que Wong tentou de tudo. Ficou internado durante dias no hospital Sancta Maggiore, em SP, que pertence à rede Prevent Senior, acusada de uma série de irregularidades (para usar um termo leve). Com a ajuda de Yamaguchi, aquela que por pouco não virou ministra da Saúde, Wong se submeteu a montes de tratamentos sem eficácia comprovada -- tratamentos provavelmente bem dolorosos, incluindo vinte sessões de ozonioterapia retal (desaconselhado até pelo Ministério da Saúde). 

Não adiantou. Wong morreu, sua família removeu seus vídeos negacionistas no YouTube e deu uma versão mentirosa da causa de sua morte. A Prevent alterou a certidão de óbito para que não houvesse qualquer menção à covid. O presidente da empresa, o médico Pedro Batista Jr, que defende a imunidade de rebanho, lamentou que os vídeos do Dr. Anthony Wong foram deletados pela família ("nosso país infelizmente faz isso com pessoas sérias: faz questão de apagar o que construíram", disse ele à imprensa).

123 profissionais do hospital atenderam Wong de alguma forma durante sua internação, e todos eles se calaram sobre o kit covid que ele tomou, os tratamentos experimentais e a causa de sua morte. Guarde esse dado para a próxima vez que você ouvir que a hipótese da fakeada é uma besteira porque havia inúmeros médicos no meio, e todos eles teriam que mentir.

Mas não foi só isso que descobrimos hoje. A mãe do empresário Luciano Hang morreu em fevereiro, também de covid. Assim como Wong, Regina Hang também foi tratada em hospital da Prevent Senior. Também foi submetida ao "tratamento precoce". E, ao morrer de covid, também teve a certidão de óbito fraudada para ocultar a covid.

Quantos outros bolsonaristas negacionistas não terão morrido de covid? Quantos não bolsonaristas atendidos por médicos negacionistas não tiveram a causa de suas mortes alterada?

O relator da CPI da Pandemia Renan Calheiros alega que foi o próprio Luciano Hang quem pediu a adulteração do prontuário para não desacreditar o "tratamento precoce" com cloroquina. "Como outros tantos casos de óbitos na rede Prevent Senior decorrentes da covid-19 que não foram devidamente informadas às autoridades, a declaração de óbito da sra. Regina Hang foi fraudada ao omitir o real motivo do falecimento", diz o documento à CPI.

O véio da Havan, favorito à vaga no Senado por Santa Catarina, fez um vídeo na época em que mentia descaradamente, escondendo que sua mãe estava usando o kit covid: "Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo, eu não teria salvado a minha mãe?" Ele utilizou a própria mãe para politizar a pandemia!

Não foi a primeira vez que Hang fraudou uma certidão de óbito. Em 2010, o pai dele se suicidou. O empresário tentou comprar o legista e o delegado para atestarem que foi morte natural, mas eles tiveram mais escrúpulos que a Prevent Senior e não aceitaram. Hang não se fez de rogado: cremou o pai rapidinho e espalhou a causa falsa da morte. A "mentira oficial" até hoje é infarto, não enforcamento. 

Essas notícias são instigantes porque desmontam todas as defesas bolsonaristas. 
Tipo: as quase 600 mil mortes por covid são mentirosas, até pessoa atropelada recebe diagnóstico de covid, tem caixão sendo enterrado vazio. Lembram dessas fake news? Na realidade, a subnotificação é uma constante. Muito mais gente morreu de covid do que foi registrado. E agora sabemos que havia pelo menos uma fábrica de fraudar certidão de óbito, a Prevent Senior. 

Outra: o maior argumento contra a teoria conspiratória de que não houve de fato uma facada a Bolso, e sim uma mera encenação, é que houve muitos médicos envolvidos, começando pelos profissionais de hospitais em Juiz de Fora, e seria impossível que tantos mentissem ou se calassem sobre os fatos. Hmm, seriam mais ou menos médicos que os 123 profissionais do hospital da Prevent Senior que aceitaram manter sigilo sobre a morte do Dr. Wong?

Bolsominions sempre acusam a oposição e os governadores que insistiram no distanciamento social e na promoção de vacinas de "politizar a pandemia". Mas qualquer um sabe que não há ninguém que politizou mais a pandemia que o próprio Bolso. Agora vemos que tem gente capaz de vender a própria mãe para não manchar o nome da santa cloroquina. 

Aliás, até aquele argumento de que bolsonaristas ligam muito pra família -- a deles, óbvio -- vai pras cucuias. O véio da Havan usou a sua como cobaia.

E o Conselho de Medicina, hein? Por onde andará?