sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

É TÃO FÁCIL APOSTAR NO BOLÃO DO OSCAR QUE VC FAZ ATÉ PILOTANDO

Hoje participei do programa Bom para Todos, da TVT, com apresentação do super simpático Gustavo Conde, e depois de mim ia falar um crítico de cinema famoso, o Luiz Zanin. Eu me lembrei que fomos colegas de júri num festival em Floripa, muuuuitos anos atrás, e mandei um abração pra ele. E ele se lembrava de mim! E aí ele o Conde ficaram falando um pouquinho do meu bolão. 

Então agora vocês têm que participar! É mais simples que o Tom Cruise ganhar mais algumas dezenas de milhões de dólares com o próximo filme (por sinal, eu gostei de Maverick, mas não veria de novo). Basta entrar no bolão grátis e apostar em quem você acha que vai ganhar (não necessariamente por quem você torce) em cada das 19 categorias principais. 

Pro bolão pago é a mesma coisa (entre aqui pra apostar), mas precisa pagar R$ 25 (é rápido fazer um pix pra minha conta. Minha chave é meu email:
lolaescreva@gmail.com) e enviar o comprovante pra mim e pro Júlio César (jcaoalves@gmail.com), um leitor antigo e querido que se encarrega de organizar essa bagaça pra mim faz um tempão. Quem acertar mais categorias no bolão pago leva o montante acumulado.

Mas gente, é só até as 23h59 do dia 10 de março. Falta pouco! A cerimônia do Oscar será dia 12, mas a gente precisa fechar tudo antes pra mandar as tabelas pra todos os participantes. Sabe como é, transparência. Aí outro dia um troll veio comentar que eu ganho R$ 40 mil por mês (ha ha, quem dera!) e fico mendigando na internet. Como se os R$ 25 do bolão fossem pra mim, e não pro... bolão. 

Mas quem liga pra mascutroll? Nem o Tom Cruise, de quem eles são muito fãs!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

UM CARNAVAL FELIZ DE NOVO

"Talvez a foto mais simbólica que já tirei", disse Juan Doblas. Depois de seis longos anos de golpes, fascismo, governo para os ricos e tentativas de golpe, o Brasil volta a sorrir.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

35o TRADICIONAL BOLÃO DO OSCAR DA LOLA, VAMOS NÓS!

Pessoas queridas, falta menos de um mês pro Oscar, que agora, pós-pandemia (podemos falar em pós?), volta ao seu calendário original. A cerimônia da 95a premiação acontecerá no dia 12 de março (aqui todos os indicados). 

E quem acompanha este humilde bloguinho, agora no seu 15o ano, já sabe: todo ano a gente organiza um bolão. Na realidade, comecei o bolão muito antes do blog, aliás, antes até da internet existir. Foi mais ou menos em 1989 ou 90, só entre a minha família. Mas aí o negócio pegou e passei a fazer o bolão todo ano. E, em 2009, o troço ficou muito mais profissional, com a entrada do Júlio César. Desde esse ano, é ele que organiza o bolão, direto de Maceió.

Qualquer um pode participar. Temos duas modalidades: bolão grátis e pago. Pro grátis, basta entrar aqui e fazer suas apostas (leva mais ou menos 7 minutos). A gente só aposta em 19 modalidades, que são as mais fáceis de encontrar (curta de animação e documentário, por exemplo, ficam de fora). 

Pra entrar no bolão pago, além de apostar aqui, precisa pagar R$ 25 (pode fazer um pix na minha conta; minha chave é meu email: lolaescreva@gmail.com) e mandar um comprovante pro meu email e pro email do Júlio César (jcaoalves@gmail.com). Pronto, só isso. Na véspera da cerimônia, o Júlio envia uma tabela com todos os participantes do bolão e todas as apostas (e eu publico no blog também). Quem acertar mais categorias, leva o dinheiro acumulado. 

Pra que tudo dê certo e seja super transparente, a gente fecha a participação no bolão às 23h59 de sexta, dia 10 de março. 

Ainda dá tempo da gente ver a maior parte dos filmes (aqui, onde assistir os principais indicados legalmente). Não consegui acabar de assistir (mas pretendo) o mais indicado, que é Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, com inacreditáveis 11 indicações. E alguém me explica por que um filme banalzinho como Os Banshees de Inisherin foi lembrado para 9 categorias. Gostei muito mais de Os Fabelmans e Tár.

Mas, claro, tem muito menos a ver com o que a gente gosta e mais a ver com quem a gente acha que vai ganhar. Será que já há um favorito para melhor filme?

Vamos lá, gente! Está dada a largada pra mais um tradicional bolão do Oscar! Não deixem de entrar!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

GARIMPO, INDÚSTRIA GENOCIDA

Verdade: não é um ou outro garimpeiro, é uma indústria que vive de exploração, destruição ambiental e genocídio indígena.

E o que a gente tá achando dos OVNIs?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

THE WATCHER: A VIDA REAL JÁ É BEM ASSUSTADORA

Fui ver a série The Watcher, que anda fazendo o maior sucesso na Netflix, e me arrependi amargamente (veja o trailer).

São sete episódios (mas Ryan Murphy já está tramando uma segunda temporada). Eu até gostei bastante dos dois primeiros, e detestei os dois últimos. No começo, achei a série ousada por mencionar um tema que é tabu em tantas produções e livros: dinheiro. Certo, a gente não sabe qual é o salário de Dean (Bobby Cannavale) na empresa, nem quanto Nora (Naomi Watts) ganha com a venda de suas cerâmicas na exposição (muito menos quando ela tem tempo pra fazer essas peças). E o quanto eles pagam pela casa a gente só fica sabendo no sexto episódio (US$ 3.3 mi, 2 milhões a mais que na vida real). 

Em compensação, a série conta pra gente: 1) quanto custa instalar dez câmeras de segurança e um sistema de alarme na casa (US$ 7 mil dólares; isso é considerado uma pechincha e o instalador justifica dizendo que ele só tem 19 anos e está começando a empresa); 2) quanto esse mesmo instalador cobra pra passar a noite numa van vigiando a casa (US$ 20 a hora); e 3) quanto cobra a detetive particular (US$ 100 a hora, mas ela acaba fazendo pela metade). 

A série é baseada muito, muito vagamente num caso verdadeiro narrado por um artigo publicado na New York Magazine em 2018: uma família (na vida real o casal tinha três filhos na época, e o mais velho tinha 10 anos. Nada de menina de 16 anos) gasta todas as suas economias em 2014 pra pagar US$ 1.35 milhão por uma mansão de 6 quartos e 4 banheiros num subúrbio rico de New Jersey (a 45 minutos de Nova York). 

Três dias depois de comprar a casa, eles recebem uma carta anônima e bizarra praticamente ameaçando as crianças (celebrando a chegada de "sangue jovem"), assinada por "the watcher" (o vigia ou o observador). O casal compreensivelmente fica com medo, procura a polícia, que não faz nada, e nunca chega a se mudar pra sua casa dos sonhos. Tenta tudo que pode: contrata detetive particular e peritos do FBI, vai atrás de pistas (falsas) por conta própria, mas, até hoje, não se sabe quem é o "watcher" que escreveu as cartas (foram umas duas). 

A família tenta vender a casa, mas não consegue, nem baixando muito o preço, já que os potenciais compradores se assustam com a ideia de passar a ser os próximos alvos de algum maluco. Tenta também vender a casa para uma construtora, que a demoliria e faria duas residências no enorme terreno. Porém, mesmo que o terreno seja o maior da rua, há um limite mínimo de terra para cada casa, e o terreno não se encaixa nas exigências por alguns poucos metros. Uma reunião da comunidade proíbe.

Enquanto isso, a família se endivida cada vez mais -- além de ter que pagar a hipoteca (mortgage), as taxas de imposto com a casa são de 100 mil dólares, e uma reforma interna também custa mais ou menos isso. Finalmente, consegue alugar a casa, mas o valor não cobre nem a hipoteca. A família vai morar na casa dos pais, e mais tarde amigos emprestam uma casa na praia. Só mais recentemente é que foram capazes de vender a casa, por um valor muito menor do que eles tinham pagado (só US$ 959 mil). Não sabemos quanto receberam pelos direitos de terem sua história contada na série, mas não foi o suficiente para recuperar o prejuízo.

Mas o pior ficou pros novos donos da casa e pra vizinhança: com o sucesso da série, toda hora aparece gente pra tirar fotos posando em frente à casa, fazer lives, ver até onde podem entrar. Um inferno. E nem é a mesma casa! A da série é maior e está localizada em Rye, Nova York. 

Um dos meus principais incômodos com a série é como ela tenta fazer tudo mais sobrenatural e assustador do que realmente é, sem chegar a ser exatamente uma série de terror ou sobre uma casa mal assombrada. Na vida real não houve qualquer elemento paranormal. Certo, havia vizinhos estranhos (quem não tem?), mas nenhum bicho (ou pessoa) foi morto naquela casa. A casa é antiga (mais de cem anos), mas não tem fantasmas, nem existe um túnel subterrâneo unindo outras casas.  

Na série tem também o mistério de um cara que aparece na casa pra conversar com Dean e depois ele acha que era um sujeito que matou a família inteira em New Jersey e desapareceu. Um cara realmente matou a família inteira em New Jersey (em montes de outras cidades do mundo há casos assim), mas não foi naquela casa. E sim, na vida real ele fugiu e desapareceu durante 18 anos, mas depois foi capturado e hoje está preso. Nada fantasmagórico.

A subtrama que mais me aborreceu foi a do vídeo gravado (vários spoilers aqui do episódio 4). Descobrimos que o rapaz que instala as câmeras de segurança e alarmes na casa coloca também uma câmera no quarto do casal, para espioná-los (imagino que este seria o fim de qualquer empresa de segurança). E aí ele grava Dean na cama, sozinho, e uma jovem entra no quarto e se deita junto. Depois Dean percebe que a jovem usa a mesma camisola da adolescente que aquele cara que matou toda a família usava. Ou seja, ela está morta, é um fantasminha (ideia reforçada pelo cara das câmeras, que diz que checou todas as gravações e não registrou ninguém entrando ou saindo da casa), ou alguém a contratou para incriminar Dean (e aí ela entrou pelo túnel, suponho). Esse mistério nunca é explicado.

Pô, uma coisa é escrever uma carta ameaçadora. Outra coisa, bem diferente, é (atenção: spoilers do último episódio) entrar na casa sem arrombar nada, sem que os alarmes disparem, sem ser captado pelas câmeras de segurança, e aí matar o animal de estimação, encher a banheira, e acionar o dumb waiter (elevador para pequenas coisas -- nunca uma boa ideia num cenário de terror). E lembrando: absolutamente nada disso aconteceu na vida real.

Tudo bem tomar liberdades e adaptar a história como quiser, mas é repetitivo. Fica tentando enganar o espectador com um monte de enredo furado. Vários personagens aparecem e desaparecem sem nenhuma consistência (aquela outra subtrama absurda da filha fazendo um vídeo chamando o pai de racista é deixada pra trás rapidinho). 

O elenco todo está bom, mas o roteiro é péssimo. Eu preferiria ter visto algo mais pé no chão, mais próximo da realidade. Afinal, usar todo o dinheiro que tem para comprar uma casa e nunca habitá-la já parece bem aterrorizante pra mim. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

QUINZE ANÕES DE BLOGUINHO!

Olá, pessoas queridas! Semana passada este bloguinho que vos fala chegou aos inacreditáveis quinze anos de idade!

Eu nunca sei a data exata em que comecei o Escreva Lola Escreva, só que foi no final de janeiro de 2008, quando eu estava no meio do meu doutorado-sanduíche em Detroit. Já fazia tempo que eu queria ter meu próprio espaço com total liberdade editorial, mas não sou programadora, entendo muito pouco de internet, e não tinha ideia como fazer um blog. Então pedi pro Silvinho, que estava comigo em Detroit (ao lado, foto da época, no apê que alugávamos), aprender tudo que fosse urgente, e lançamos o blog. Depois disso foi tudo com a ajuda de vocês! 

Comemorei uma década de bloguinho em 2018

Eu me lembro até hoje quando o maridão, a meu pedido, tirou uma foto da tela do computador, porque eu queria compartilhar alguma estatística do blog com vocês. Aí um leitor querido e sarcástico escreveu nos comentários: "Lolinha, por favor, me diga que você não tirou uma foto da tela!" E foi aí que ficamos sabendo da gloriosa existência do print screen

Selo de 11 anos, em 2019, feito pela designer gráfica Veronica Sauthier

Bom, quando comecei, se alguém tivesse me dito que o blog ainda estaria vivo em 2023, eu não acreditaria. Até porque o auge do blog, em termos de visitas e popularidade, foi em 2013. Dez anos atrás! E acho que não estou falando apenas daqui quando eu digo isso. O tempo dos blogs passou. Ficamos obsoletos. Plataformas mais visuais, como o Instagram, YouTube, TikTok, tomaram conta. O Facebook acabou com a caixa de comentários dos blogs. 

Selo de 12 anos do blog, já com o traço inconfundível do Cris Vector

Então nem sei por que insisto. Não é mais pelas estatísticas, até porque o único contador de visitas que já usei teve um treco (em 2014 ou 2015), e nunca instalei outro. É porque aqui é um registro. Ainda que o sistema de buscas do Google (que também é o sistema interno de buscas do blog) esteja cada vez pior, tem muitas vezes que procuro algo que escrevi e ainda consigo encontrar. E isso ajuda bastante, é como um diário. Mas admito que os últimos quatro anos do governo fascista me deixaram exausta. Eu e muitas outras ativistas fizemos parte da linha de frente da resistência a Bolso. Não foi nada divertido. Mas sobrevivemos. E agora estamos cheias de esperança de que o Brasil possa ser reconstruído e que a extrema-direita seja varrida do mapa (bom, não será. O Congresso que toma posse hoje tá cheio dessas figuras grotescas).

Estou recarregando as energias. Ainda estou um pouco de férias. Mas não creio que voltarei a postagens diárias. Uma coisa que estou devendo desde 2019 é escrever um livro. Tem que ser prioridade! E claro que tem meu trabalho na faculdade, que não para (meu currículo Lattes não me deixa mentir). Mas estou otimista. 2023 será um ano bom. 

Agradeço muito a todas e todos e todes vocês que me acompanham. E ao lindo Cris Vector, que fez os selos comemorativos do blog (e também a ilustração do meu canal no YouTube, o Fala Lola Fala, que preciso retomar) nos últimos quatro anos. Ele hoje é um dos ilustradores mais celebrados e importantes do Brasil, reconhecido internacionalmente, e faz selo aqui pro meu humilde bloguinho. É ou não é uma honra imensa? 

Sinceramente, não sei até quando manterei o blog. Ando sonhando com a aposentadoria, mas falta ainda. Como sou sempre transparente com vocês, não se preocupem, que antes de tomar qualquer medida drástica, eu aviso, explico, me despeço. Não vou simplesmente sumir. Só não falo tudo por questões de segurança, porque, infelizmente, as ameaças e ataques, que começaram em 2010 ou 2011, continuam. Mas vou levando, sem medo.

Vai dar tudo certo! Antes este era apenas um lema sem muita convicção de uma eterna otimista. Mas agora, com o Brasil novamente no rumo, é uma certeza.