quarta-feira, 31 de agosto de 2022

AFINAL, QUEM QUEIMOU O METRÔ NO CHILE?

Bolso fechou o debate da Band no domingo com chave de ouro, fazendo o que faz o tempo todo: mentindo. Insinuou que o atual presidente do Chile, Gabriel Boric, era um terrorista queimador de metrô. Criou uma crise diplomática com uma nação hermana.

Pedi pra minha correspondente no Chile escrever sobre isso. Publico o texto da jornalista Isabela Vargas, mãe da Gabriela e feminista, que integra a coordenação do coletivo Mujeres por la Democracia Santiago de Chile, e que organizou os protestos do #EleNao no Chile. Fala, Bela!

O Chile foi o assunto mais comentado do Twitter e nos principais meios de comunicação no início dessa semana. O motivo não foi o plebiscito mais importante na história recente do país que votará no próximo domingo, 4 de setembro, o texto da nova constituição, elaborado numa assembleia constituinte escolhida pelo povo chileno. Nada disso... Quem colocou o Chile nos assuntos mais comentados foi o presidente do Brasil com mais uma de suas declarações desastrosas.

No debate realizado pela rede de TV Band, em suas considerações finais, Bolsonaro atacou o candidato que lidera as pesquisas de intenções de voto nessas eleições, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Bolsonaro criticou a afinidade de Lula com lideranças de esquerda no continente citando Maduro (Venezuela), Fernández (Argentina), Petros (Colombia) e Gabriel Boric, presidente do Chile, quem – segundo Bolsonaro – incendiou o metrô de Santiago. 

A acusação infundada não me surpreende. Com bastante frequência vejo tweets de bolsonaristas tentando assustar os eleitores brasileiros usando imagens antigas do estalido social que sacudiu o Chile em outubro de 2019 como se fossem atuais. Na época, as manifestações foram marcadas pelo confronto direto dos manifestantes com a polícia chilena, os Carabineros de Chile. 

Quem queimou o metrô?

Um dos eventos mais marcantes foi o incêndio do metrô de Santiago, que até hoje não teve um desfecho porque a investigação ainda está em curso. O ataque ao metrô sempre foi motivo de suspeitas porque os protestos começaram com os estudantes que reclamavam do aumento dos preços das passagens. A forma de luta era pular as catracas e entrar no metrô em grupos.

Rapidamente, os jovens ganharam a simpatia e a solidariedade dos demais usuários desse serviço de transporte. Na mesma medida em que eles ganhavam apoio e visibilidade, a equipe de segurança do metrô e os Carabineros intensificavam o uso de força física contra os manifestantes. 

No dia em que eclodiu o estalido, várias estações do metrô foram palco dos protestos. Por conta disso, o metrô fechou mais cedo e encerrou suas atividades muito antes das 23:00 horas naquele dia. Naquela mesma noite, do 18 de outubro de 2019, um incêndio em série destruiu várias estações do metrô.

A partir disso, o governo decretou Estado de Emergência e qualificou o incêndio como atentado terrorista. Quando Bolsonaro se refere a Boric como autor dos incêndios, não só está mais uma vez mentindo, como também comete um grave deslize diplomático. 

É mentira que o atual presidente do Chile tenha relação com os incêndios do metrô de Santiago. E aí reside a maior ironia desta mentira bolsonarista. Todas as evidências, até o momento, indicam que os responsáveis pela queima dos vagões foram justamente integrantes da polícia chilena.

Uma reportagem da emissora La Red, exibida em maio deste ano, incluiu imagens das câmeras de segurança que mostram claramente o ingresso dos policiais na estação de metrô. A equipe entra, revisa a estação, desce até onde estão os carros e, quando os policiais saem, as imagens captam fumaça, indicando que o fogo já tinha começado. Depois da reportagem, dois funcionários dos Carabineros foram identificados e indiciados pelo Ministério Publico, que investiga os eventos daquele 18 de outubro de 2019. 

Como o governo do Chile reagiu às declarações de Bolsonaro?

Obviamente, o governo do Chile respondeu imediatamente após as declarações de Bolsonaro, que repercutiram nas redes sociais. A ministra de relações exteriores, Antonia Urrejola, se manifestou no dia seguinte, durante uma atividade do governo, numa coletiva. Ela afirmou que as acusações são graves “não só porque acusam ao presidente e ao governo de atos gravíssimos e delitos, mas também a todos os chilenos e chilenas que têm como presidente a Gabriel Boric”.

Além da declaração, o ministério divulgou uma nota oficial e convocou o embaixador do Brasil no Chile, Paulo Roberto Soares Pacheco, para prestar esclarecimentos sobre o acontecimento. 

A porta-voz do governo, Camila Vallejo, também se referiu às declarações do presidente brasileiro. “Lamentamos que a relação bilateral com o Chile tenha sido usada politicamente na campanha presidencial brasileira. É injustificável que o presidente Bolsonaro tenha acusado nosso presidente, democraticamente eleito, ao dizer falsidades graves”, afirmou em declaração veiculada em redes sociais e nos canais oficiais do governo chileno.

A mentira como método

Nada disso parece abalar o mandatário brasileiro, que reafirmou suas declarações logo após a repercussão negativa. Totalmente indiferente às criticas, no dia seguinte, ele voltou a insistir na mentira. 

A reação do governo chileno foi firme e necessária, especialmente no contexto atual que o país vive, em que deve decidir se enterra da uma vez por todas a constituição do ditador Augusto Pinochet, ídolo de Bolsonaro, e abre caminho rumo a um novo Chile, onde a nova carta magna começa a reescrever a história do pais exatamente assim: “O Chile é um estado social e democrático de direito. É multinacional, intercultural, regional e ecológico”.  

Eu voto #Apruebo e, por isso, no próximo dia 4 de setembro votarei para aprovar o texto da nova constituição. Também votarei aqui no consulado chileno no próximo dia 2 de outubro para eleger Lula presidente e recuperar a dignidade do nosso povo brasileiro. Os chilenos já mostraram que isso é possível e eu acredito neles. 

terça-feira, 30 de agosto de 2022

COMPRAR IMÓVEL COM DINHEIRO VIVO É BEM COISA DA MÁFIA

Arte do lindo Cris Vector

Quanto tempo você e sua família levaram pra comprar 107 imóveis, hein?

O quê?! Você não têm 107 imóveis?! Então é porque você não trabalhou direito! 

Uma família que realmente me-re-ceu o patrimônio espantoso que possui é a familícia Bolso. Dos anos 1990 até hoje, o presidente, irmãos, ex-mulheres, filhos e até a falecida mãe acumularam 107 imóveis. Quer mais? Pelo menos 51 desses imóveis foram comprados com dinheiro vivo!

Sabe cash? Todo mundo se surpreendeu quando o miliciano Queiroz, amigão do familícia, pagou uma conta de R$ 133 mil no hospital em dinheiro vivo

133 mil deve ser troco para a família mais rachada do Brasil! Os 51 imóveis pagos com malas de dinheiro somaram R$ 13,5 milhões, ou R$ 25,6 milhões em valores atuais. Há 26 outros imóveis que a reportagem não conseguiu apurar se foram pagos em bufunfa. Uma lavanderia infindável de dinheiro!

Agora, compare: um presidente foi preso por visitar um triplex em Guarujá. Nunca conseguiram provar que o triplex era dele. Durante anos, imaginamos um super apartamento luxuoso. Quando o MTST invadiu o triplex e o filmou, vimos que era bem meia boca.

Aí tem um outro presidente que adquiriu, junto ao seu clã, 107 imóveis, pagando 51 deles em dinheiro vivo.

Só um deles foi preso.

Por enquanto. Por favor, me diga que é só por enquanto.


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

O PRIMEIRO DEBATE DEIXOU A DESEJAR E FOI MARCADO PELA MISOGINIA

Ontem aconteceu o primeiro debate (veja aqui a íntegra) dos presidenciáveis, na Band. Não foi exatamente bom, nem Lula foi muito bem. 

O debate foi marcado pela misoginia. A jornalista Vera Magalhães perguntou a Ciro, com um comentário de Bolso, se o negacionismo durante a pandemia pode ter afetado as campanhas de outras vacinas (o que é óbvio que sim: o Brasil era craque em vacinação infantil, e depois do genocida, não é mais, o que abre as portas para a volta de várias doenças que haviam sido erradicadas). 

Quando chegou a vez de Bolso falar, ele simplesmente atacou, numa postura inconcebível para um presidente (mas normal para um presidente misógino e que odeia a liberdade de imprensa): "Vera, eu acho que eu não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro". 

O negócio foi tão violento e repulsivo que me rendeu um pesadelo de madrugada (falando sério!). Sonhei que estava num debate e Bolso falou pra mim que eu era obcecada por ele. Eu passei mal e vomitei na cara dele.

Voltando à realidade, a coordenação do debate errou ao não reprovar publicamente a atitude de Bolso. Não é possível uma jornalista ser xingada dessa forma. Lógico que não é a primeira vez nem será a última. Esta é a tônica do pior governo de todos os tempos. Muita gente não gosta da Vera, que sempre foi antipetista e lavajatista, mas não dá pra aceitar uma coisa dessas.

Dá pra ver no vídeo Ciro gargalhando (e depois balançando a cabeça) ao ver e ouvir o ataque de Bolso a Vera. Ciro teve vários piores momentos no debate, mas acredito que este foi o pior. Ele foi o primeiro que poderia ter condenado o ataque, mas não: em vez de se solidarizar com Vera e colocar Bolso em seu lugar, Ciro decidiu condenar o PT pela polarização e os ataques. 

Pra falar a verdade, Ciro tratou Bolso com muito mais carinho do que tratou Lula. Ele só se exaltou depois de Bolso citar Patrícia Pillar. Mas começou assim:

[Leão Serva]: O próximo a perguntar é o candidato Jair Bolsonaro. Candidato, pra quem pergunta?
[Jair Bolsonaro]: Quem tá sobrando aí?
[Leão Serva]: A senadora Simone Tebet e Soraya Thronicke. O Ciro Gomes também.
[Jair Bolsonaro]: Vou perguntar pro Ciro, ter um papo sobre mulher aqui, Ciro. 

Bolso não quis perguntar pra nenhuma das duas candidatas "sobrando", Simone Tebet (MDB) ou Soraya Thonicke (ex-PSL, eleita senadora no rastro bolsonarista, agora no União Brasil), e escolheu Ciro pra falar de mulher! Para tentar fingir que se importa com as mulheres (disse o abestado: “faço muita coisa pelas mulheres, hoje fizemos o dia do voluntariado”. Como lembrou uma leitora, a Alana, "Realmente se tem uma coisa que define a vida das mulheres nesse país é o trabalho não pago!"), Bolso mentiu sobre ser o criador da Casa da Mulher Brasileira, uma das marcas de Dilma. 

Ciro citou a famosa frase machista de Bolso sobre a "fraquejada", e Bolso citou a famosa frase machista de Ciro (sobre a importância de Patricia Pillar, então sua esposa, ser dormir com ele). Ciro então devolveu com alusões às rachadinhas: "Você corrompeu todas as suas esposas, todas elas estão envolvidas em escândalos, corrompeu seus filhos".

Mas parece que tudo acabou bem entre os dois. Tanto que Ciro foi a única pessoa que Bolso abraçou no final do debate. E hoje de manhã Ciro atacou a saúde de Lula num tuíte, e depois apagou. Pegou mal pacas. 

Pra variar, Bolso mentiu adoidado (aqui algumas mentiras do Mentiroso da República). Talvez sua maior mentira de ontem tenha sido: "Tenho certeza: uma grande parte das mulheres do Brasil me amam". Não só a maior parte das mulheres do Brasil odeiam Bolso, como ele sabe disso muitíssimo bem. E se tinha alguma mulher desavisada, após o debate de ontem, não deveria ter mais. 

Uma das mentiras vai colocar Bolso em maus lençóis. No final do debate, em que citou "Deus, Pátria, Família e Liberdade" (um lema fascista), ele inventou que Gabriel Boric, atual presidente do Chile, praticou "atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile". Boric e o país que ele governa ficaram revoltados, e com razão. O embaixador já foi chamado, e pelo jeito Bolso provavelmente terá que se retratar. 

Bolso também repetiu o que as fake news do Gabinete do Ódio espalham há anos: que o governo de Lula roubou 990 bilhões da Petrobras. Qualquer ser pensante vê que é mentira, já que a estatal vale 452 bilhões (a PF calcula R$ 42,8 bilhões em esquemas investigados pela Lava Jato). Mas Lula não respondeu, ou pelo menos não respondeu como devia. Na sua primeira participação no debate, ele pareceu ter se confundido com o tempo.

Lula não foi bem. Seu melhor momento foi ao responder as críticas de Soraya: "Você não viu mudança [no meu governo], mas o seu motorista viu, o seu jardineiro viu, a sua empregada doméstica viu. No meu governo, o pobre vai voltar a ser tratado com respeito, a ter emprego de verdade, a ser tratado com dignidade".

Eu achei que ele errou feio ao não se comprometer em garantir metade das mulheres no seu futuro ministério, como pediu uma jornalista da Folha. Dizem que ele não entendeu a pergunta (pensou que ela estivesse falando de paridade de gênero no STF), mas, de todo modo, sua resposta foi bem ruim ("você vai indicar as pessoas que têm capacidade pra assumir determinados cargos"). Não foi a primeira vez que ele foi cobrado. Por que não se comprometer, oras? Boric fez isso no Chile. Candidatos petistas, como Haddad em SP e Elmano no Ceará, já se comprometeram. Pô, qual a dificuldade de cada um dos dez partidos que apoiam Lula recomendar uma ou duas mulheres para o ministério, em vez do festival de homens brancos de sempre?

Foi uma bola fora de Lula, ainda mais num debate em que a misoginia de Bolso deu o tom. E claro que Simone Tebet se comprometeu com a paridade! É fácil pra uma candidata que tem menos de 4% dos votos e nenhuma chance de ser eleita se comprometer. Mas ainda dá tempo, Lula!

Ah, outro bom momento de Lula foi quando ele disse a Bolso: “Eu fui preso para que você fosse eleito presidente mas depois fui inocentado. Mas vou vencer agora para em uma só canetada ver o que você tanto quer esconder!” No começo Bolso chamou Lula de presidente. Deve ter sido advertido pela equipe, e depois passou a chamá-lo de ex-presidiário. Se eu fosse o Lula, responderia chamando o genocida de futuro presidiário.

Segundo pesquisa Datafolha realizada durante o evento (com apenas 60 pessoas), Tebet ganhou o debate. Ela teve 43% dos votos, Ciro 23%, e Bolso e Lula, 10% cada. Para 51% dos entrevistados, Bolso foi o pior. 21% consideraram Lula o pior, e Soraya, 14%. Já um levantamento da Quaest nas redes sociais apontou que Bolso, Felipe D'Ávila e Soraya lideraram menções negativas. Sobre D'Ávila, concordo com a opinião da atriz Maria Bopp: "Impressiona como o Partido Novo conseguiu arranjar um candidato ainda mais tosco do que o Amoedo". 

Muita gente reparou que não houve um só negro ou negra (como candidato ou jornalista), e nenhuma pergunta sobre igualdade racial ou racismo, o que sem dúvida é uma ausência gravíssima.

Hoje vi bolsonarentos (robôs em sua maioria) cantando vitória e afirmando que "Lula apanhou mais que mulher de malandro" -- quer dizer, eles sabem que são misóginos e se orgulham disso. Ainda bem que nós mulheres vamos chutar seu candidato misógino pra bem longe. Agora, se Bolso foi tão maravilhosamente bem no debate de ontem como (só) seus seguidores pregam, por que sua equipe disse que ele não deve participar dos próximos debates?

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

LULA, SENSACIONAL NO JORNAL NACIONAL

A expectativa era imensa, e Lula não decepcionou: deu uma entrevista formidável ontem ao Jornal Nacional, depois de dezesseis anos de muita espera (aqui, na íntegra).

O âncora Bonner, que passou anos condenando o ex-presidente por crimes dos quais foi absolvido, abriu a entrevista afirmando que Lula não deve nada à Justiça. Quase deu pra ouvir o soco no estômago dos bolsonarentos e de um certo ex-juiz! 

Foi também uma deixa de que o clima seria pacífico e sem hostilidades (bem diferente do clima com Bolso na segunda). É incomparável o preparo, a experiência e a habilidade de Lula com o Coisa Ruim. A cada sabatina, a cada debate, mais o povo vê o abismo entre Lula e o Bobo da Corte (os advogados de Bolso já estavam prontos para entrar com processo se o petista o chamasse de genocida, então Lula jogou um "bobo da corte", indicando que Bolso não manda nada, quem manda no país é Artur Lira). 

Falando em Congresso, e lembrando que o mensalão foi brincadeira de criança se comparado ao orçamento secreto, Lula ainda jogou uma lição útil para os brasileiros: "O Congresso Nacional é o resultado da sua consciência política no dia das eleições". É preciso eleger deputados e senadores de esquerda, que governem com o povo, não com lobistas bilionários. 

Renata Vasconcellos gastou tempo demais com uma pergunta sobre a lista tríplice para escolher o procurador-geral, e Lula não quis se comprometer. Ela ainda insistiu que era um tema importante, pro desdém de milhões que assistiam à entrevista e esperavam perguntas como, por exemplo, o combate à fome e à miséria, assuntos em que Lula é craque.

À Renata também coube a ingrata tarefa de defender correndo o agronegócio, que tanto anuncia na Globo pra gente acreditar que o agro é pop (em vez da gente associar o agronegócio automaticamente com desmatamento, queimadas e agrotóxicos). Imagino que na entrevista de hoje com Simone Tebet haverá várias perguntas e respostas de louvor ao agronegócio. 

E a Globo continuou tentando criminalizar o MST, como toda a grande mídia faz há décadas. Lula convidou Renata a visitar uma cooperativa e constatar como o MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil (e esse tema foi um dos campeões de buscas. Compare com o assunto mais procurado sobre a entrevista de Bolso: falta de ar). 

Ainda assim, uma das coisas que saltou aos olhos foi o carinho e respeito que Lula dedicou à Renata, sempre falando com ela, olhando nos olhos. Uma diferença gritante com o jeito que Bolso (e Ciro também, em menor escala) trata as mulheres, principalmente as jornalistas. As espectadoras notam isso, e muitas se recusam a reeleger um misógino de carteirinha como o pior presidente de todos os tempos.

A jornalista Leilane Neubarth escreveu no seu Twitter: “Poderia citar muitas diferenças, mas me chama atenção o respeito de Lula pela Renata. Ele o tempo todo coloca ela presente e participando da entrevista. Homem que respeita mulher é outra coisa”. Já a Janja, que chegou poderosa à emissora junto com Lula, fez uma graça na sua conta após a entrevista: "Desconfio que meu marido não vai querer jantar hoje. Já está satisfeito".

Lula repetiu que quer ser melhor que ele já foi, e olha que ele saiu com 87% de aprovação. Mas ele é realmente um exemplo: teria motivos de sobra pra guardar rancor e buscar vingança, depois de ter sido caluniado e passado 580 dias na prisão. E, no entanto, ele está mais Lulinha paz e amor do que nunca. Também teria motivos para, aos 76 anos, se aposentar e curtir a vida. Escolheu ser presidente pela terceira vez.

Sinceramente, se eu fosse a Simone Tebet, eu aproveitava o JN de hoje pra pedir desculpas pelo que ela e seu partido (MDB) fizeram com a Dilma, assumir que o fundamental agora é derrotar o fascismo, sair da disputa e apoiar o Lula já no primeiro turno. Claro, não vai acontecer. 

Mas a entrevista com o Lula foi tão incrível que parece que até o coração do Dom Pedro voltou a bater.

E pra gente, que ama e quer reconstruir o Brasil, se essa sabatina já no encheu de esperança e aqueceu nossos corações, imagina como a gente vai estar em outubro com Lula eleito! Imagina no dia 1o de janeiro, na posse! Seremos um novo Brasil! Vamos voltar a sorrir.