K. me enviou este email desesperador sobre como é se descobrir feminista e perceber que está num relacionamento abusivo. Fica aqui a grande torcida pra que ela consiga se libertar. Este ano. (O relato foi publicado em 12 de março. Leia o update no final).
Há tempo planejo escrever esse email, mais como uma forma de desabafo do que qualquer outra coisa, porém o medo nunca me permitiu. Medo porque sei que irei expor muitas feridas que tenho.
2012 foi um ano transformador para mim: me assumi feminista, vivenciei agressões do meu marido, me transformei e me reinventei todos os dias.
Eu tenho 20 e poucos anos, tenho uma filha de 3 anos de idade. Sou casada há 5 anos com o pai da minha filha.
Sempre fui uma pessoa cheia dos meus preconceitos e sim, sempre fui uma pessoa machista. Daquelas que dizia que mulher que dava muito era vadia, que se foi estuprada é porque estava mesmo de roupa curta e mereceu, e todas as coisas que hoje não suporto nem ouvir.
Não sei ao certo o que me levou à transformação, se foi um amadurecimento repentino, pessoas a minha volta, acontecimentos, ou influência externa de tudo isso junto. Não sei. Sei que hoje sei exatamente onde quero chegar e pelo que quero lutar.
Minha gravidez não foi planejada. Eu usava anticoncepcional, tomava todos os dias certinhos, e mesmo assim engravidei. Suspeito de um remédio que tomei junto, mas até hoje não sei realmente o que foi. Sei que aconteceu e quando dei a notícia para meu companheiro, que já morava comigo, e já tinha um filho de um casamento anterior, eu ouvi coisas como "vou me matar" e "isso vai acabar com a minha vida".
Não sei como aceitei, não sei dizer se foi pura ilusão, ingenuidade. Mas decidi que teria meu bebê nem que fosse sozinha. Com o tempo meu companheiro se acostumou com a ideia. Mas eu ainda não sabia que era casada com um machista. É que todo o comportamento machista dele para mim era normal. O fato dele não colocar o próprio prato de comida, de fazer cara feia se não tivesse um copo limpo para tomar água, ou o fato dele indiretamente dizer que bom, eu tinha de limpar a casa sozinha simplesmente por ser mulher e não trabalhar fora.
Ainda grávida tivemos uma discussão que hoje não me lembro o motivo, mas como sempre foi bem acalorada, cheia de ofensas gratuitas de ambas as partes. E lembro que em certo momento eu estava em frente à porta da cozinha, e ele para passar pegou bem forte no meu braço e me jogou contra a parede. Saiu pelo portão dizendo que ia embora e nunca mais ia voltar. Eu estava grávida, eu sou cardiopata, eu poderia ter tido um treco e perdido o bebê, mas bom, ele não pensou nisso. E eu fiquei sentada contra a parede chorando.
Mas dentro de mim aquilo não foi agressão. Naquele momento eu achei que eu realmente tivesse sido culpada, afinal, estava ali na frente dele. Me senti culpada por tê-lo deixado tão alterado. E mesmo com marcas roxas no meu braço eu deixei passar.
Essa foi a primeira agressão.
Quando minha filha nasceu decidi não voltar a trabalhar. Porque de acordo com o que eu acredito seria muito bom para ela eu ficar com ela nesses primeiros anos, e me propus a fazer isso até que ela completasse dois anos de idade. E não me arrependo, mesmo sendo humilhada pelo meu companheiro quando ele inferiorizava as minhas atitudes como mãe, ou o fato de eu "só" ficar em casa cuidando da nossa filha. Além de tudo isso, meu pai mora conosco, um senhor com Mal de Parkinson, de quem eu cuido sozinha desde criança, quando minha mãe faleceu.
Uma vez, nossa filha já com alguns meses, meu companheiro e eu começamos novamente uma discussão que já era rotineira, e ele foi para o escritório que temos aqui na minha casa. E eu fui tentar pedir desculpas, tentar conversar, tentar concertar as coisas. Ele estava sentado em uma cadeira dessas de computador, e quando eu me aproximei para abraçá-lo, ele me chutou com os dois pés na barriga e eu fui logo contra a parede.
Essa foi a segunda agressão.
E eu não achei que foi agressão, na época, achei que tinha sido culpa minha. Afinal, eu provoquei a briga, falei demais, e ainda tentei importuná-lo num momento de nervosismo.
E assim seguimos.
Ano passado conheci uma pessoa muito especial, anarquista, feminista, militante, e eu senti que conseguia ser quem eu era com ele. E contei tudo isso. Contei tudo vendo que me doía, e que eu precisava me libertar daquilo de alguma forma. E eu sabia que se contasse para meus amigos, eles iriam dizer que eu provoquei, por ser temperamental, por ser bocuda.
E então eu me livrei de todo aquele meu preconceito. Li muito, me informei muito, e entrei de cabeça no feminismo. Mas eu não conseguia me assumir feminista por medo, medo do meu companheiro, medo de tudo.
Comecei a entender que ele teve uma criação machista, e que aquilo era um reflexo, ele cresceu assim e esse era o certo para ele. Em primeiro momento o meu pensamento e atitude foi querer mudá-lo.
Ele tem 30 anos, e mudou muito desde que me tornei feminista, muito mesmo. Mas hoje vejo que para mim não é suficiente.
Comecei a me impor. Nas brigas eu já conseguia falar que não era para ele alterar o tom comigo, que ele não mandava em mim, que eu não era dele, que ele não deveria me desrespeitar. Mas eu continuava levando a questão das agressões, que eu já sabia que tinham sido agressões, como um assunto proibido, como se nunca tivesse acontecido. E talvez esse foi meu erro.
Então um dia, bem aqui na frente do meu computador, onde estou escrevendo esse email para você, começamos uma discussão. E eu não consigo me lembrar de tudo, talvez pelo choque, mas lembro que ele apontava o dedo na minha cara e então eu peguei e apontei meu dedo e disse "e você para de apontar o dedo para mim, você não vai me intimidar", e então ele me pegou no pescoço e me colocou contra a parede. Eu não conseguia tocar o chão porque ele me levantou. E eu achei que ia morrer.
Ele gritava comigo. E eu só tentava me soltar em vão. E eu vi meu pai no corredor gritando e pedindo para ele parar de fazer aquilo e eu só pensava que ele poderia partir para cima do meu pai. Então eu peguei uma faca dessas de serrinha que tinha em cima da mesa do meu computador, e pensei que o mataria. Eu o mataria em troca da minha vida. Mas antes mesmo de fazer algo ele me soltou. Parece surreal. E no que ele me soltou ele caiu no chão e começou a chorar e pedir desculpas. No primeiro momento eu não conseguia ter reação, eu jamais pensei que isso aconteceria comigo, jamais pensei que chegaria a esse ponto, jamais pensei que eu deixaria chegar a esse ponto. E então comecei a gritar para ele ir embora da minha casa. E ele foi pra cozinha e tentou se matar.
E eu numa cena patética fiquei implorando para ele não fazer aquilo.
Essa foi a terceira agressão.
Eu não sei porque permiti chegar a esse ponto. E não sei também porque não o denunciei. Eu dependo dele financeiramente, e sim, tenho medo pela minha filha, medo de passarmos fome, medo de ninguém entender, medo de ser julgada.
Nunca mais fui agredida, mas continuei com ele. Vi que não era o que eu queria, e que agora, graças a amigos, conhecidos e ao feminismo eu consigo apoio para terminar uma relação que já tem um histórico de agressão não somente física, mas psicológica também.
Vi que não sou a mesma pessoa, vi que não sei quem sou. E comecei a tentar me encontrar nesse meio tempo. Comecei a me redescobrir. E então me intimei: agora este ano eu me separo. Me dei esse prazo, para pensar, analisar, pesar. Para procurar advogado, conversar com meu pai, com meu irmão, porque sim, quero o apoio deles porque são minha família, mas independente dele, minha decisão está tomada.
Espero em breve escrever um email contando sobre a minha liberdade.
UPDATE PUBLICADO EM 23/7. Há um bom tempo lhe escrevi um email contando um pouco da minha história, como forma de desabafo, de encontrar em você uma inspiração para continuar. Na época contei sobre como era meu casamento, sobre tudo o que aconteceu, as agressões e algo absurdo, justamente para mim, que me descobri feminista e não acabava com essa situação. Havia escrito que acabaria meu casamento no início do ano.
Não, não terminei no início do ano. Terminei dois meses depois, uma semana antes de você publicar meu relato.
Coloquei um ponto final nisso tudo. Decidida.
Talvez por estar decidida e ter encontrado um grande apoio de amigxs feministas consegui dar um basta sem me humilhar, sem me deixar abater.
Ele chegou em casa e eu o comuniquei da minha decisão.
Ele não levou muito a sério mas começou a juntar suas coisas e perguntou se era verdade, e eu confirmei. Tentou conversar, me convencer de todas as formas falando que conseguiríamos superar. Mas eu não conseguiria. Porque me doem até hoje os chutes, os empurrões e a tentativa de me enforcar. Me dói pensar que eu permiti isso, e ainda me culpo. Coloquei um ponto final. Saí de cabeça erguida.
Não tem sido difícil, não senti falta. Muito pelo contrário. Me sinto aliviada e livre, e liberdade não tem preço.
Hoje descobri que disso tudo ficaram algumas sequelas psicológicas. Não consigo mais ter contato tão facilmente com outras pessoas, é como se eu estivesse arisca a tudo. Até mesmo um toque de carinho no meu rosto me assusta. É algo que tenho trabalhado com ajuda de pessoas próximas e doses homeopáticas de carinho, coisa que não existia há muitos anos.
O lado positivo, além da liberdade, é que tudo começou a fluir. Sentir-me mais segura tem sido um benefício enorme, e o clima da minha casa melhorou. Meu relacionamento com a minha filha de 3 anos melhorou. E tem saído tudo bem.
Hoje me lembro todos os dias que eu consegui. Porque para ser sincera nem eu acreditava que conseguiria.
O medo de ficar sozinha, de não conseguir me bancar, do sofrimento da minha filha, fez eu adiar tudo isso. E hoje não estou só nenhum dia, o dinheiro tem surgido, eu tenho dado conta. E minha filha tem tirado tudo de letra.
Enfim, escrevo para te agradecer porque de certa forma você e seu blog me ajudaram muito nesse processo. Agora estou tentando me conhecer, saber quem sou.
2012 foi um ano transformador para mim: me assumi feminista, vivenciei agressões do meu marido, me transformei e me reinventei todos os dias.
Eu tenho 20 e poucos anos, tenho uma filha de 3 anos de idade. Sou casada há 5 anos com o pai da minha filha.
Sempre fui uma pessoa cheia dos meus preconceitos e sim, sempre fui uma pessoa machista. Daquelas que dizia que mulher que dava muito era vadia, que se foi estuprada é porque estava mesmo de roupa curta e mereceu, e todas as coisas que hoje não suporto nem ouvir.
Não sei ao certo o que me levou à transformação, se foi um amadurecimento repentino, pessoas a minha volta, acontecimentos, ou influência externa de tudo isso junto. Não sei. Sei que hoje sei exatamente onde quero chegar e pelo que quero lutar.
Minha gravidez não foi planejada. Eu usava anticoncepcional, tomava todos os dias certinhos, e mesmo assim engravidei. Suspeito de um remédio que tomei junto, mas até hoje não sei realmente o que foi. Sei que aconteceu e quando dei a notícia para meu companheiro, que já morava comigo, e já tinha um filho de um casamento anterior, eu ouvi coisas como "vou me matar" e "isso vai acabar com a minha vida".
Não sei como aceitei, não sei dizer se foi pura ilusão, ingenuidade. Mas decidi que teria meu bebê nem que fosse sozinha. Com o tempo meu companheiro se acostumou com a ideia. Mas eu ainda não sabia que era casada com um machista. É que todo o comportamento machista dele para mim era normal. O fato dele não colocar o próprio prato de comida, de fazer cara feia se não tivesse um copo limpo para tomar água, ou o fato dele indiretamente dizer que bom, eu tinha de limpar a casa sozinha simplesmente por ser mulher e não trabalhar fora.
Ainda grávida tivemos uma discussão que hoje não me lembro o motivo, mas como sempre foi bem acalorada, cheia de ofensas gratuitas de ambas as partes. E lembro que em certo momento eu estava em frente à porta da cozinha, e ele para passar pegou bem forte no meu braço e me jogou contra a parede. Saiu pelo portão dizendo que ia embora e nunca mais ia voltar. Eu estava grávida, eu sou cardiopata, eu poderia ter tido um treco e perdido o bebê, mas bom, ele não pensou nisso. E eu fiquei sentada contra a parede chorando.
Mas dentro de mim aquilo não foi agressão. Naquele momento eu achei que eu realmente tivesse sido culpada, afinal, estava ali na frente dele. Me senti culpada por tê-lo deixado tão alterado. E mesmo com marcas roxas no meu braço eu deixei passar.
Essa foi a primeira agressão.
Quando minha filha nasceu decidi não voltar a trabalhar. Porque de acordo com o que eu acredito seria muito bom para ela eu ficar com ela nesses primeiros anos, e me propus a fazer isso até que ela completasse dois anos de idade. E não me arrependo, mesmo sendo humilhada pelo meu companheiro quando ele inferiorizava as minhas atitudes como mãe, ou o fato de eu "só" ficar em casa cuidando da nossa filha. Além de tudo isso, meu pai mora conosco, um senhor com Mal de Parkinson, de quem eu cuido sozinha desde criança, quando minha mãe faleceu.
Uma vez, nossa filha já com alguns meses, meu companheiro e eu começamos novamente uma discussão que já era rotineira, e ele foi para o escritório que temos aqui na minha casa. E eu fui tentar pedir desculpas, tentar conversar, tentar concertar as coisas. Ele estava sentado em uma cadeira dessas de computador, e quando eu me aproximei para abraçá-lo, ele me chutou com os dois pés na barriga e eu fui logo contra a parede.
Essa foi a segunda agressão.
E eu não achei que foi agressão, na época, achei que tinha sido culpa minha. Afinal, eu provoquei a briga, falei demais, e ainda tentei importuná-lo num momento de nervosismo.
E assim seguimos.
Ano passado conheci uma pessoa muito especial, anarquista, feminista, militante, e eu senti que conseguia ser quem eu era com ele. E contei tudo isso. Contei tudo vendo que me doía, e que eu precisava me libertar daquilo de alguma forma. E eu sabia que se contasse para meus amigos, eles iriam dizer que eu provoquei, por ser temperamental, por ser bocuda.
E então eu me livrei de todo aquele meu preconceito. Li muito, me informei muito, e entrei de cabeça no feminismo. Mas eu não conseguia me assumir feminista por medo, medo do meu companheiro, medo de tudo.
Comecei a entender que ele teve uma criação machista, e que aquilo era um reflexo, ele cresceu assim e esse era o certo para ele. Em primeiro momento o meu pensamento e atitude foi querer mudá-lo.
Ele tem 30 anos, e mudou muito desde que me tornei feminista, muito mesmo. Mas hoje vejo que para mim não é suficiente.
Comecei a me impor. Nas brigas eu já conseguia falar que não era para ele alterar o tom comigo, que ele não mandava em mim, que eu não era dele, que ele não deveria me desrespeitar. Mas eu continuava levando a questão das agressões, que eu já sabia que tinham sido agressões, como um assunto proibido, como se nunca tivesse acontecido. E talvez esse foi meu erro.
Então um dia, bem aqui na frente do meu computador, onde estou escrevendo esse email para você, começamos uma discussão. E eu não consigo me lembrar de tudo, talvez pelo choque, mas lembro que ele apontava o dedo na minha cara e então eu peguei e apontei meu dedo e disse "e você para de apontar o dedo para mim, você não vai me intimidar", e então ele me pegou no pescoço e me colocou contra a parede. Eu não conseguia tocar o chão porque ele me levantou. E eu achei que ia morrer.
Ele gritava comigo. E eu só tentava me soltar em vão. E eu vi meu pai no corredor gritando e pedindo para ele parar de fazer aquilo e eu só pensava que ele poderia partir para cima do meu pai. Então eu peguei uma faca dessas de serrinha que tinha em cima da mesa do meu computador, e pensei que o mataria. Eu o mataria em troca da minha vida. Mas antes mesmo de fazer algo ele me soltou. Parece surreal. E no que ele me soltou ele caiu no chão e começou a chorar e pedir desculpas. No primeiro momento eu não conseguia ter reação, eu jamais pensei que isso aconteceria comigo, jamais pensei que chegaria a esse ponto, jamais pensei que eu deixaria chegar a esse ponto. E então comecei a gritar para ele ir embora da minha casa. E ele foi pra cozinha e tentou se matar.
E eu numa cena patética fiquei implorando para ele não fazer aquilo.
Essa foi a terceira agressão.
Eu não sei porque permiti chegar a esse ponto. E não sei também porque não o denunciei. Eu dependo dele financeiramente, e sim, tenho medo pela minha filha, medo de passarmos fome, medo de ninguém entender, medo de ser julgada.
Nunca mais fui agredida, mas continuei com ele. Vi que não era o que eu queria, e que agora, graças a amigos, conhecidos e ao feminismo eu consigo apoio para terminar uma relação que já tem um histórico de agressão não somente física, mas psicológica também.
Vi que não sou a mesma pessoa, vi que não sei quem sou. E comecei a tentar me encontrar nesse meio tempo. Comecei a me redescobrir. E então me intimei: agora este ano eu me separo. Me dei esse prazo, para pensar, analisar, pesar. Para procurar advogado, conversar com meu pai, com meu irmão, porque sim, quero o apoio deles porque são minha família, mas independente dele, minha decisão está tomada.
Espero em breve escrever um email contando sobre a minha liberdade.
UPDATE PUBLICADO EM 23/7. Há um bom tempo lhe escrevi um email contando um pouco da minha história, como forma de desabafo, de encontrar em você uma inspiração para continuar. Na época contei sobre como era meu casamento, sobre tudo o que aconteceu, as agressões e algo absurdo, justamente para mim, que me descobri feminista e não acabava com essa situação. Havia escrito que acabaria meu casamento no início do ano.
Não, não terminei no início do ano. Terminei dois meses depois, uma semana antes de você publicar meu relato.
Coloquei um ponto final nisso tudo. Decidida.
Talvez por estar decidida e ter encontrado um grande apoio de amigxs feministas consegui dar um basta sem me humilhar, sem me deixar abater.
Ele chegou em casa e eu o comuniquei da minha decisão.
Ele não levou muito a sério mas começou a juntar suas coisas e perguntou se era verdade, e eu confirmei. Tentou conversar, me convencer de todas as formas falando que conseguiríamos superar. Mas eu não conseguiria. Porque me doem até hoje os chutes, os empurrões e a tentativa de me enforcar. Me dói pensar que eu permiti isso, e ainda me culpo. Coloquei um ponto final. Saí de cabeça erguida.
Não tem sido difícil, não senti falta. Muito pelo contrário. Me sinto aliviada e livre, e liberdade não tem preço.
Hoje descobri que disso tudo ficaram algumas sequelas psicológicas. Não consigo mais ter contato tão facilmente com outras pessoas, é como se eu estivesse arisca a tudo. Até mesmo um toque de carinho no meu rosto me assusta. É algo que tenho trabalhado com ajuda de pessoas próximas e doses homeopáticas de carinho, coisa que não existia há muitos anos.
O lado positivo, além da liberdade, é que tudo começou a fluir. Sentir-me mais segura tem sido um benefício enorme, e o clima da minha casa melhorou. Meu relacionamento com a minha filha de 3 anos melhorou. E tem saído tudo bem.
Hoje me lembro todos os dias que eu consegui. Porque para ser sincera nem eu acreditava que conseguiria.
O medo de ficar sozinha, de não conseguir me bancar, do sofrimento da minha filha, fez eu adiar tudo isso. E hoje não estou só nenhum dia, o dinheiro tem surgido, eu tenho dado conta. E minha filha tem tirado tudo de letra.
Enfim, escrevo para te agradecer porque de certa forma você e seu blog me ajudaram muito nesse processo. Agora estou tentando me conhecer, saber quem sou.
69 comentários:
Parabéns pela coragem. Um dos primeiros passos mais importantes é se abrir, se expor. Admiro muitíssimo e a sua coragem e torço sinceramente que você consiga se libertar verdadeiramente.
Além do apoio dos amigos e parentes, há programas de proteção à vítima de agressão, você não ficará desamparada, tenha certeza.
Coragem e força, mulher!
Estaremos torcendo muito por você, sua filha e seu pai.
Vou torcer muito para que ela consiga se separar mesmo dele! Que ela encontre a própria força para fazer isso! Mas tenho medo que não consiga, assim como não conseguiu diante daquelas agressões...
também ela vai se casar com um cara muito mais velho, e que já tem a bagagem de um filho, se fosse um bom marido não teria sido chutado por outra.
Espero que consiga se libertar deste machistoide.
impressionante como as feministas comemoram qualquer divorcio como uma vitória da causa.
Se o cara era violento e você não gostava nem deveria ter casado em primeiro lugar.
Força, muita força pra você! Vá em busca da sua felicidade (aliás, já estás indo, né?) e liberte-se do que te prende. Que você, sua filha e seu pai possam se libertar desse pesadelo.
Abraços com muito carinho...
como assim "também ela vai se casar com um cara muito mais velho, e que já tem a bagagem de um filho, se fosse um bom marido não teria sido chutado por outra."??? primeiro ele nao e muito mais velho que ela, mas e se fosse? segundo, ter um filho nao tem nenhuma relação com o comportamento agressivo dele. terceiro: as pessoas se separam por diversos motivos e nao são necessariamente "chutadas" nem má pessoas. casamento nao é atestado de qualidade e separação não é defeito!
O cara parece ser bem desequilibrado, o que fazer para evitar que ele tente matá-la para não perdê-la? Quais os indícios de perigo?
é por essas e outras que eu sou contra a mulher virar dona-de-casa.
Não acho vira-casaca nem imoral, mas a pessoa está colocando a própria vida nas mãos de um estranho.
Digamos que o cara nem fosse um agressor, vai que ele sofresse um acidente e morresse... sem deixar pensão... como fica a mulher + filha + pai doente (ele recebe aponsentadoria?)
O trabalho tb serve para isso, para trazer dinheiro para horas de necessidade, não é só satisfação pessoal.
Agora, e espero sim que a moça dê um jeito de sair desse casamento horroroso.
E se houver um próxima agressão, pelo amor de santo Cristo, denuncia!! (e não vale retirar a queixa depois)
Ainda bem que ela percebeu que o seu relacionamento estava muito abusivo e colocará um ponto final nele. Tá mais do que certa!
K.
Espero que vc consiga se libertar logo. Claro que é uma situação muito difícil, mas vai valer a pena. Vai poder sua filha em um ambiente mais saudável e terá o respeito que merece.
Me revolta a mentalidade de que a gravidez é responsabilidade só da mulher... Já começa por ae...
Lola, esses guest posts de auto descoberta estão fazendo a minha semana!
Vou torcer por você moça! Pra que você consiga se libertar e criar sua filha livre e longe desse ambiente agressivo.
Torço de verdade para que você consiga se libertar logo. E gostaria de sugerir uma mudança no seu vocabulário: você acha realmente que ele é seu companheiro? Geralmente usamos o termo para pessoas com quem temos uma relação de confiança e bem, esse não é o seu caso. Talvez seja um passo em direção à sua liberdade parar de chamá-lo de "companheiro" e tratá-lo como cônjuge, apenas. Não há companheirismo nessa relação.
Façam uma cartilha para vcs mulheres,sobre como indentificar um babaca,já que esta dificil para vcs perceberem que se um homem te xinga e te trata mal ,ele N GOSTA DE VC!
Pq vcs mulheres sempre acham que tem que mudar um homem?
Pq todo caso que eu vejo,a mulher sempre diz que estava esperando ele mudar ou tentando mudar o cara.
E como isso raramente acontece,vcs vão aguentando até a coisa ficar pior para poder tomar um atitude.
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/03/suspeito-de-matar-professora-e-preso-e-delegado-investiga-crime-passional.html
aconteceu ontem perto de onde eu moro. estamos em choque!
É mesmo, Douglas? Porque quando a gente publica textos como este (praticamente um manual de como se detectar um psicopata) ou este que contem até questionário pra detectar abuso, vem um monte de trolls dizendo que estamos condenando todos os homens.
Acho que vcs nem leem os posts, né? Uma das características mais comuns em quase todos esses casos é como o companheiro é um cara legal e atencioso no começo do relacionamento. DEPOIS é que ele muda. Primeiro ele seduz a mulher e faz de tudo para isolá-la, para que quando o abuso comece, ela não tenha pra onde correr.
Eu li o post,quis dizer fazer uma cartilha e distribuir por ai,n é todo mundo que conhece seu blog.
Eu sei que o cara muda depois,o que n altera o que eu disse,se ele começa a te tratar mal,algo está errado né?
mas vcs deixam passar batido pra ver se com o tempo melhora.
E n é todo cara que é um monstro,isola a mulher para que ela n tenha como pedir ajuda.
Minha mãe mesmo,ficou aturando meu pai por muitos anos,com a desculpa esfarrapada de q uma hora ele ia mudar.
e ele n agredia ela,n isolava minha mãe dos parentes e nem de ninguém.
ele simplesmente,traia ela e n se importava de esconder.
uma vez veio uma vagabunda amante dele ,para infernizar minha mãe na nossa casa.
debochando da cara dela,minha mãe saiu no tapa com ela.
quer dizer,se alguém devia levar na cara,era o meu pai.
Quando fui falar com ele para ter o minimo de respeito e n deixar as vagabas que ele pegava ir na nossa atormentar minha mãe.
ele me xingou de tudo e se eu n tivesse me mandado,ele teria me dado uma surra,pelo jeito que ele ficou nervoso por eu ter falado a merda q ele era e que estava fazendo.
cansei de falar para ela dar um pé na bun.da dele mas ela n fazia nada e tb n foi por dificuldade economica,pq ela ganhava mais que ele.
n preciso dizer que eu mal falo com meu paí,o que ele fez foi muita sacanagem.
K. espero q vc tenha sorte para levar seus planos adiante, espero tb q seu marido tenha conciência e aceite essa separação civilizadamente, e se isso acontecer, saiba q vc terá muita sorte,(muitas não podem dar esse passo).
O fato do seu pai estar morando com vc, muito provavelmente deve ter sido o q impediu que a sua situação estivesse pior ainda.
Esse formato de relações q ainda cultivamos, é o q gera tanto sofrimento, frustrações e dor.
E não é nada facil sair dessa roda viva depois q se entra nela.
Do fundo do coração te desejo muita sorte e determinação, pq sua luta vai ser grande.
Anons das 11;19 e 11:34
não tinham coisa melhor pra falar não??
1º facin culpar a vitima neh?..seu comentario não fala sobre ela..fala sobre VC..sobre sua falta de informação e má vontade e incapacidade de sentir empatia..
e
2º não comemoramos nenhum divorcio pelo divorcio..afinal somos mulheres que namoram..se casam..tem filhos..
e nem comemoramos o fim de um relacionamento abusivo...afinal esse abuso eh sempre horrivel. não pra comemorar literalmente..fazer festa..¬¬.mas queremos sim que mulheres que sofrem abuso se libertem de seus casamentos abusivos..e caso um homem sofra abuso fico feliz de ele se libertar tbm..
aff.burrice tem limite neh meu povo?
Douglas...vc nao parece estar de má vontade..
então..assim..
se sua mãe tivesse se separado o que ela ia fazer da vida?? viver sozinha?..separada...sem casa filhos..
vou generalizar..
vc deve ter no minimo uns 25 anos..e sua mãe no minimo uns 45 anos..ela foi jovem as uns 35 anos atras...que seria na decada de 80 com pais que foram jovens na decada de 50...60...ela provavelmente tem uma criação conservadora...machista...ela tinha mil motivos pra ficar com seu pai que são só dela...vários medos...
as mulheres que ficam em relacionamentos assim precisam de tratamento e não do nosso dedo apontado na cara delas..não de nosso julgamento..elas são vitimas..ponto. eh caso pra terapia e não pro nosso julgamento..
eh aquele lance..falar de fora eh facil...
e só tem 1 ano que ela finalmente e livrou dele,aceitou que meu paí é um merda fdp e que nunca gostou dela e muito menos respeitou.
eu realmente n sei pq vcs aguentam isso,acho q minha mãe ja tinha se dado conta,só n queria aceitar a realidade.
ela vivia nervosa e chorando,agora está mais calma e parece mais feliz.
eu acho que o Douglas fez o certo...
uma coisa é a gente falar de um caso distante da gente, como o caso da autora do texto, que ninguem aqui conhece e o que nos resta a fazer é dar força, sem julgamentos, e esperar que tudo dê certo....
mas no caso de um parente próximo, que a gente ama, tem que SIM se fazer um intervenção..
minha mãe sempre diz que quem quer a gente bem fala a verdade, não o que a gente quer ouvir (tirando os casos de gordofobia).
ele tinha sim que falar com a mãe dele, tentar abrir-lhe os olhos, mostrar que o cara não presta, mandar tomar coragem de dar um pé na b*nda do encosto e deixar claro que vai estar lá para dar o apoio necessário... é assim que família age...
não é ficar só com pena, tentando entender os motivos e rezando pelo melhor... isso se faz depois...
Eu só torço pra que você se livre desse pensamento de que você depende dele pra não passar fome com sua filha, eu sei que no começo vai ser difícil, mas ele tem obrigações para com vocês duas e a justiça vai obrigar ele a cumprir as obrigações financeiras e se não, bom, acredito que seu pai seja aposentado e seu irmão talvez te ajude. Existe ajuda do governo também em último caso, mas o principal, é melhor passar por algumas dificuldades agora e ter paz do que ficar adiando e a coisa piorar (e a gente sabe que sempre piora) e sua filha acabar sendo a próxima vítima. Tente se livrar dele enquanto você pode poupar sua filha de um convívio tão problemático. E sobre a ameaça dele de suicídio... a grande maioria usa isso como chantagem emocional simplesmente pra te manipular e te reduzir ao que eles querem, não se deixe intimidar, nada que ele fizer com ele ou com você é culpa sua, ele já tem idade suficiente pra saber o que faz.
marcelly
ela tem um emprego publico e ganha muito bem,n teria dificuldade nenhuma de arrumar outra casa.
mas meu pai teve o minimo de decência e saiu de casa,então n foi preciso procurar outra.
e ela n ficaria sem mim,pq eu nunca abandonaria ela por causa daquele fdp.
eu tenho 23 anos e vc acertou a idade da minha mãe.
e é verdade, só ela sabe pq aturou meu pai.
mesmo n entendendo,eu n conseguia n sentir certa raiva da minha por n fazer nada.
era horrível pq eu não sabia o que fazer para ela entender que deveria se separar dele o mais rápido possível.
e eu n falei da cartilha de sacanagem,vcs podiam distribuir,vender,qualquer coisa,pq a quantidade de mulheres sofrendo com esses lixos é muito grande.
Paula
eu n sabia o que fazer mas eu falava todo dia como ela estava sendo feita de idiota,q meu pai n gostava dela porra nenhuma.
que ela merecia coisa melhor.
demorou mais ela finalmente deu um pé na bunda dele.
e quanto a autora do texto,está mais do que certa,manda ele para pqp o mais rápido possivel.
vc n tem aguentar esse lixo,todo mundo merece ser tratado bem.
[Off-Topic]
Maluco invade escola e mata professora, por sentir muita raiva de não ser correspondido por ela.
http://www.saocarlosagora.com.br/policia/noticia/2013/03/12/39577/pm-prende-homem-que-matou-professora-em-itirapina/
Eu não li todos os comentários, li a sua resposta, Lola, para o Douglas e fui lá ler a mensagem dele. Ele não consegue se expressar bem, mas sabe que eu o entendo um pouco? Tem muito de emocional na questão familiar dele (emocional e familiar já vai quase junto). Na minha própria família temos um caso, menos grave que todos esses que vejo aqui, é minha irmã que vive numa relação que nós consideramos abusiva e, como a mãe do Douglas, ela é arrimo de família, ele é que depende dela e entretanto isso não a impede de aguentar um monte de desaforos. A gente se desgasta muito com isso e no final das contas não consegue ajudar a pessoa a sair desse buraco, dá muita raiva.
Eu entendo isso, Anônimo. É só que o comentário do Douglas veio logo a seguir de um comentário de um tal de Charles, que falava mal da autora do guest post, do blog, das mulheres que são vítimas de violência doméstica etc. Não publiquei esse comentário hostil.
Mas concordo, talvez o Douglas não seja um troll. Só que é preciso empatizar com vítimas de violência doméstica.
Espero mesmo ler o relato do fim desse relacionamento aqui no blog, que por sinal é minha leitura diária... mesmo que eu nunca comente, pois fico receosa, sempre acho que não tenho nada a acrescentar... mas quero contribuir com comentários nesse blog do meu coração, obrigada pelas histórias compartilhadas, aprendo muito (muito mesmo).
Pessoas queridas, vou viajar daqui a pouquíssimo, e devo ficar incomunicável até quinta de manhã. Não vou levar o laptop nem nada pra Sobral porque da última vez (que foi também a primeira vez, e adorei a cidade) que fui lá a internet no hotel que fiquei era tão lenta que nem dava pra usar.
Como minha querida mãe está muito saideira, indo pra praia todo dia (bom pra ela! Apoio totalmente!), ela tem estado sem tempo pra moderar os comentários do blog durante minha ausência. Então vou tentar uma experiência: vou desatourizar os comentários anônimos - que são SEMPRE os mais problemáticos no que se referem a trolls - e deixar os coment sem moderação até minha volta. Isso não vai eliminiar os trolls. Peço que os ignorem, que quando eu voltar eu os deleto. Quem quiser comnetar é só assinar o comentário de alguma forma, nem que seja com um avatar. Ok? Mas acho que todxs nós precisamos comentar sem medo de represálias. Vamos por a cara à tapa mesmo! Quem precisa se esconder são trolls covardes e gente preconceituosa que sabe que será automaticamente desqualificada no momento em que expõe seu preconceito.
Bom, pessoas, até a volta! (depois de amanhã).
Quando lemos esses relatos, sempre é difícil para nós homens entendermos todas as amarras que prendem muitas mulheres a relacionamentos abusivos (com ou sem agressões físicas).
Acho que tem muito a ver com alguns conceitos que nossa sociedade cria e que o peso cai no colo da mulher.
Por exemplo:
- se o casamento terminar, fica para a mulher (mais que para o homem) como um fracasso pessoal.Que não foi forte o suficiente para "preservar a família".
- a persperctiva da separação depois de certa idade trás junto o medo da solidão para a mulher.
- a proecupação com a criação dos filhos, pois ainda persiste a ideia de que só é possível criar bem numa família tradicional.
Acho que essas questões acabam se somando à dependência financeira, a pressão das pessoas próximas (que muitas vezes não tem acesso ao lado sombrio do agressor) e ao medo e ameaças.
FIz um monte de pitacos, mas a mensagem que queria é que de fora sempre parece mais fácil sair fora do que realmente é.
Você é forte, você tem coragem, você vai conseguir sair dessa da melhor forma. Saiba que tem apoio de todas as feministas e de todos os irmãos de causa. Boa sorte e continue assim, corajosa!
Ainda acho que as maiores dificuldades para muitas mulheres sairem de um relacionamento abusivo são basicamente esses:
1º - Grande parte dessas mulheres já sofreram desde a infância de pessoas que dizem amá-la (como pais, irmãos, avós) um relacionamento abusivo, de posse e forte repreensão de sua liberdade "para o seu próprio bem";
2º - Ainda é gigante a ideal romântico e machista de que a mulher "torna-se" do homem. Várias expressões corroboram: "Eu me entreguei pra ele", "eu a possui"; "ela é minha (mulher)", "serei eternamente sua", etc e tal. Parece inofensivo e ingênuo, mas, ainda é forte o número de pessoas que acreditam que a "mulher é do fulano" depois que ela assume um compromisso com ele, inclusive ela própria.
3º - A desvalorização da mulher como indivíduo. Parece que a mulher só ganha valor, só ganha direito de ser respeitada, de ser alguém... se tiver um homem do lado. Porque homens são seres humanos autônomos... Senhores de si mesmos. Mulher é sempre senhorita ou senhora que ganha status se ganha o sobrenome de alguém, se assume uma maternidade numa família tradicional,se cumpre sua função na "natureza das coisas". O que o machismo estipulou como natural, é claro.
A maioria esmagadora de mulheres que sofrem abusos no relacionamento muitas vezes colaboram com isso. É uma realidade triste. Porque foram, assim como os homens, ensinadas que as coisas são assim. Se culpam, têm pensamentos machistas, banalizam o problema ou procuram disfarçar até tornar-se de uma gravidade indesculpável. Por isso a divulgação do pensamento feminista ainda ser tão tão importante.
=> meu nome é Marina e admito toda a minha incompetencia em logar na conta google e na tentativa de comentar como anonima, então este aí é meu namorado que cedeu (coercitivamente) seu nomezinho pro meu comentário :)
Eu não costumo comentar muito por aqui e nem sei se vc terá tempo de ler o meu entre tantos comentários, mas eu sou advogada e trabalho constantemente em contato com a Lei Maria da Penha, você ainda pode denunciá-lo e tentar uma medida protetiva para que ele se afaste do lar. Ele terá que pagar pensão a vc e sua filha, não sei qual seria a possibilidade de ajuda financeira por parte de seu pai, mas ajudaria bastante.
O maior problema que eu vejo é sempre ligado a dependencia economica e eu sempre digo as minhas clientes para não terem medo de denunciar o parceiro e pedir seu afastamento do lar, pois isso já diminuem muito as brigas, e evita que vc se arrependa pq ele tente se matar ou algo parecido, e se vc levar comprovante de renda dele x próprix delegadx quando for levar a denúncia ao judiciário já poderá juntar este comprovante e pedir uma pensão condizente com os ganhos dele, muitas vezes x juizx determina em cima de 30% do salário mínimo por não saber a real condição financeira do pai, mas se vc já levar o comprovante para pedir os alimentos logo na Lei Maria da Penha x próprix juizx criminal já determina o pagamento e baseado não no salário mínimo, mas no salário real que seu marido ganha.
Tenho um caso que a esposa tinha medo de deixar a filha na creche, do emprego que ela arrumasse ser insuficiente, realmente existem muitas mudanças e elas assustam a todas, mas tente acompanhamento psicológico, tente aos poucos ir aceitando as mudanças, a diferença do status de vida que está acostumada, a trabalhar e confiar na creche, mudanças são msm muito complicadas e vc não precisa atropelar nenhuma etapa da sua vida e de suas novas metas.
Eu, particularmente, não gosto de impor as minhas clientes nada que eu ache que tem que ser feito, cada uma sabe de seu próprio tempo, costumo aconselhar muito no sentido da denuncia pois não é a vítima quem tem que colocar o agressor fora do lar e esta é uma atitude que muitas tem dificuldade em conseguir, não por ela não querer, mas por imposições e mais agressões por parte do marido. Outro ponto que saliento é tentar procurar ajuda de psicologo, vc não precisa aguentar tudo sem ajuda nenhuma, procure sim sempre apoio, procure umx advogadx que acredite na Lei Maria da Penha, que te acompanhe em delegacias, que esteja com vc em todos os passos que sejam necessários transpor, muitas vezes pareço mais amiga que advogada, pois nessas horas a cliente sempre precisa de alguém que a apoie e acredite nela, que esteja disponível qntas vezes por dia for necessária para conversar sobre o caso, as vezes uma advogada jovem ligada ao movimento feminista a ajudaria muito, converse com outras mulheres sobre possíveis advogadxs, tente ligar na oab da sua cidade e saber se alguém de lá é advogado especialista em Maria da Penha, a oab costuma manter cadastros de seus membros, algumas cidades tem comissões especializadas em direito da mulher e os membros advogam normalmente com escritórios próprios. Boa sorte em qlqr que seja sua decisão :)
Mulher,
que bom que percebe hoje o que não percebia anteriormente.
Que bom que a sociedade vai, aos poucos, revendo conceitos prejudiciais.
Lola, obrigada por tudo!
Anônimo ignorante e analfabeto funcional das 11:34
Não, boçal, não comemoramos "qualquer divórcio". Comemoramos quando alguém consegue se livrar de um relacionamento agressivo e abusivo. Se você acha que agredir é normal, aqui vai um grande FODA-SE, pois não tenho qualquer respeito por quem vem trollar uma história dessas.
E outra coisa, se você soubesse ler, teria visto que ela não sabia na época que ele era assim, e quando acontecia um episódio de agressão, ela achava que a culpa era dele e não dele. E isso, amigolino, ocorre graças a educação machista que temos. Uma mulher é ensinada desde pequena que só tem valor quando casar, e também a se culpar por qualquer coisa que dê errado no casamento, podendo inclusive relevar agressões.
Enfim, vá pastar.
Lola do céu, você já leu isto?
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,governo-recua-da-ideia-de-sancao-de-projeto-que-iguala-salarios-de-homens-e-mulheres-,105434,0.htm
eu to com mais nojo dessa porcaria de país a cada minuto. não dá pra suportar tanta gente idiota.
'mas no caso de um parente próximo, que a gente ama, tem que SIM se fazer um intervenção..'
Não tem que fazer não. Em casos quando a mulher não é alienada e é independente financeiramente, tem 99% de chances de ela colocar o filho pra fora de casa ou dar as costas pra familia pra ficar do lado do psicopata.
Conheço alguns exemplares dessas e tem mais é que se foder. São tão lixos quanto eles.
Por isto que digo:mulher tem que ter a própria renda!!!!
Penso também que feminismo deveria ser dado nas escolas....As mulheres ainda acham que se um homem faz com uma , não vai fazer com ela porque a outra era vadia e ela não.
A agredida não é tão lixo quanto o agressor. A agredida é vítima. O lixo é quem agride.
Concordo com a ideia de Cris Jolie de se ensinar feminismo nas escolas, de forma específica e também transdisciplinar em outras matérias pra fixar bem algun conceitos... E não só pras mulheres aprenderem sobre tipos de homens, mas pra ver se se criam menos homens machistas. Menos pessoas machistas.
Como o cara da história do guest post: olha as maneiras que a criatura escolhe para expressar o sentimento de raiva! Eu sou mulher, mas quando mais jovem (criança e adolescente) tomei atitudes agressivas como a desse... Adulto?
Eu acredito que esse comportamento muito comum em homens vem justamente da cultura machista, que ensina que homem não chora, não gosta de discutir relações e que homem é agressivo. E então é com base nesses ensinamentos que eles acabam expressando boa parte do sentimento deles, dessa forma imbecil que parte pra agressões e abusos contra mulheres.
E de novo como Cris Jolie falou... O machista não vai parar de abusar porque uma mulher percebeu o que ele era e (ainda bem) se afastou. Ele vai encontrar outra(s) mulher(es).
Pior: ele vai até se relacionar com a filha que ele tem com a autora do guest post dessa forma machista! Talvez sugerir uma terapia pra ele? Sessões de controle de raiva? Leitura de livros feministas? Visitas apenas supervisionadas?
E com relação à própria renda... Acho que a dinâmica familiar é uma questão bem pessoal. O casal pode decidir juntos se, para eles, é melhor que um ou outro fique responsável pelos trabalhos domésticos, que são muitos. O que não dá é pro juiz depois ignorar o acordo que eles tinham e negar pensão pro cônjuge que ficou com o encargo dos trabalhos não remunerados! Acordo é acordo, pode pagar chuchu.
Parabéns. Você é linda, mesmo. Acredito nisso. Você é um ser humano maravilhoso.
Não se sinta culpada, ainda há tempo de viver e ser feliz <3
Desejo toda a sorte do mundo nessa sua jornada de um ano :)
No mais, lembre-se: Você pode pedir pensão. Ao contrário do que as pessoas pensam, pensão não é uma forma de castigo, de sacanear ex. É necessária, e sua filha precisa.
Depois você se reestabelece financeiramente aos pouquinhos, vai dar tudo certo!
Não tenho nada contra os casais que decidem fazer acordos pelo bem estar dos filhos.Se ambos concordaram que o melhor seria a autora ficar em casa cuidando da filha enquanto o marido trabalhava FORA, então tudo bem.Não acho cuidar da casa e filhos um trabalho indigno de forma alguma.Acho muito mais errado terceirizar a educação dos filhos.É muito triste ver filhos órfãos de pais vivos com quem dividem a mesma casa.Pode não ter dado certo para a autora, mas já vi dá certo para muita gente.E não são só mulheres que deixam de trabalhar fora para criarem os filhos não, o contrário também existe.
Luca.
Tudo de bom pra você e pra sua filha nesse recomeço, K.
Um dos grandes problemas dos machistas, além de tudo, é que ao mesmo tempo que defendem a ideia da mulher como dona de casa, não dão o menor valor para o trabalho que dá cuidar de uma casa e de crianças.
Se a mulher trabalha fora, é estressada, metida, egoísta, boba, se não trabalha fora é interesseira, acomodada, faz um trabalho menor.
Muito melhor é ficar o mais longe possível deles.
"Tudo de bom pra você e pra sua filha nesse recomeço, K.
Um dos grandes problemas dos machistas, além de tudo, é que ao mesmo tempo que defendem a ideia da mulher como dona de casa, não dão o menor valor para o trabalho que dá cuidar de uma casa e de crianças.
Se a mulher trabalha fora, é estressada, metida, egoísta, boba, se não trabalha fora é interesseira, acomodada, faz um trabalho menor.
Muito melhor é ficar o mais longe possível deles"
Concordo!
Em meio a tudo isso tem uma criança crescendo......
Parabens pela coragem. É bom ouvir esse tipo de depoimento pois informa e alerta como um homem pode se tornar violento. A primeira reação diante da violência doméstica é a negação, a culpa e é aí que reside o perigo, como voce escreveu no texto.
Força pra você, espero que tudo ocorra bem, vai ser dificil mas tenho certeza que voce conseguirá
LOLA, vc viu isso?
http://noticias.terra.com.br/brasil/,4160217acb56d310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html?fb_action_ids=247930222011184%2C437116809703161%2C444342325642010%2C393026944127884%2C393015744129004&fb_action_types=news.reads&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%22247930222011184%22%3A423022997792566%2C%22437116809703161%22%3A423022997792566%2C%22444342325642010%22%3A478056912232183%2C%22393026944127884%22%3A555893891112124%2C%22393015744129004%22%3A102564473269245%2C%22501614246542533%22%3A458758634195342%7D
Que bom que ela está disposta a dar essa virada, retomar a própria vida e não tolerar mais as agressões desse cara. Coragem e força, querida!
Outra coisa: alguém levantou aí a questão do quanto uma mulher que é "só" dona de casa é vulnerável à relações abusivas. Concordo plenamente. Eu, particularmente, não consigo cogitar viver sem uma atividade financeiramente rentável, em qualquer situação. Não sou casada, mas acho que mesmo que se casem com um cara super legal, companheiro, parceiro pro que der e vier e que tenha condições de sustentar a casa sozinho com os redimentos dele e proponha isso, ainda assim, devem procurar qualquer fonte de renda própria. Porque por mais que o cara não seja machista, depender totalmente do sustento de outra pessoa é sim uma forma de submissão, e digo isso mesmo se a situação fosse o contrário: a mulher provendo financeiramente e o homem dono de casa! Vivemos num mundo onde quem paga, manda, mesmo que não tenha pendores pra mandar. isso está implícito. A última palavra será sempre a de quem paga, e o outro lado, por não ter opção, tem que aceitar.
Não existe igualdade e independência entre quem provém o sustento e quem é sustentado. Por isso, mesmo que seja pra ganhar pouquinho, qualquer dinheiro que uma mulher ganhe com o próprio trabalho é uma garantia de liberdade.
Ele terá que pagar pensão a vc e sua filha, não sei qual seria a possibilidade de ajuda financeira por parte de seu pai, mas ajudaria bastante.
Doutora Marina, eu só gostaria de confirmar essa informação com a senhora pra ver se entendi bem. Dá pra fazer tudo ao mesmo tempo? Pedir afastamento do lar, pensão para os filhos e também para a esposa, tudo ao mesmo tempo? Os juízes ainda concedem pensão para as pessoas que ficaram "do lar" ou não têm condições de arcarem com tudo em um primeiro momento, porque dependiam economicamente do marido? Agradeço sua resposta.
Eu cansei, cansei de mostrar pra minha mãe o quanto meu pai não prestava. Sai de casa, pedi pra ela ir comigo, que ia ficar tudo bem. Mas ela escolheu o que? Escolheu ficar com aquele ogro. Pior que ela nao ganha nada mal, é independente financeiramente (como eu sou) mas ela decidiu ficar.
E concordo com a Monalisa. tem-mais-é-que-se-foder mesmo.
Eu recomendo a todo mundo que gosta da expressão "boçal" que busque o significado dela no Google. SPOILER: é bem racista.
Estamos torcendo muito por você, seu pai e sua filha!!
Obrigada por contar sua história e esperamos que você volte em breve para contar o resto com alegria e servir de exemplo para outras mulheres que continuam com medo.
Parabéns pela coragem! E força nessa caminhada mulher! Algo lindo te espera....
Acho curioso que algumas pessoas achem que podem opinar ma vida alheia, dizendo que ser "dona-de-casa" é um caminho ruim por onde uma mulher se envereda, se enrosca e se fode. A questão é que a maternidade, para algumas mulheres, é MUITO IMPORTANTE MESMO. Importante estar lá, de peito cheio, de colo pronto, acompanhando uma fase linda que não vai voltar nunca mais. Acompanhando o primeiro sorriso, as primeiras erguidinhas da cabeça, as primeiras viradas pra lá e pra cá na cama, as engatinhadas, as tentativas de escaladas, os primeiros passos, sílabas, palavras, frases inteiras, as primeiras percepções de que "eu sou eu" e a mamãe não é uma continuação do corpo do bebê. Pode parecer bobo pra algumas mães, mas muitas SOFREM DEMAIS só em pensar em deixar suas crias para trabalhar. A questão é: sim, homens, muitos, são babacas. Mas tem homens incríveis e não dá pra generalizar. Quando a gente tem um filho, se somos dessas mães mais "apegadas" às crias, a gente prefere passar por cima de tudo pra fazer valer nosso desejo de estar ali. Veja bem, isso não é fazer valer um desejo? Isso não é fazer valer nossa autonomia? A gente nunca espera que o cara vai virar um psycho como a K. contou aqui. A gente às vezes nem pensa nisso... só quer ficar perto da cria. E em muitas casas isso dá certo.
Então não, uma mulher que resolve ser dona-de-casa não é submissa, apesar de estar em uma situação vulnerável. É uma mulher fazendo valer sua autonomia de mãe. Fazendo uma escolha. Que pode trazer prejuízos, mas olhando pro mercado, fazendo uma comparação entre mercado de trabalho (relações de trabalho) e parceiros, vocês conseguem respondem qual deles é mais machista?
Digo isso porque também tenho uma história de agressão, também sou mãe (grávida de 8 meses) e sei muito bem o que é jogar tudo pro alto pra acompanhar o desenvolvimento de um filho. E assim como a K., eu botei um fim na história e de início, contarei apenas com a pensão mensal. Eu não sei como é que eu vou fazer, só sei que eu viro sacoleira, mas não sacrifico a infância do meu filho para fazer parte da turminha dos empregados. Ser asslariada e cumprir horários, pra mim, seria o contrário da liberdade que o feminismo defende que eu mereço ter.
Mas Natacha, você mais do que ninguém sabe o quão vulnerável é não dispor de autonomia financeira, né?
Concordo com tudo o que você disse, mas não há como negar esta fragilidade em que as mulheres se encontram quando vão ser mães.
E aí? Como uma mulher faz para se virar em um mundo machista? Minha precisou abrir mão de ser mãe em tempo integral para dar de comer às filhas. Isso foi um ato de amor e sem isso eu não teria sobrevivido.
E minha mãe não foi exceção, foi regra.A maioria dos homens e mulheres ainda acha que sustentar uma casa não envolve criar os filhos e cuidar da economia doméstica. Para a maioria das pessoas, sustentar o lar consiste apenas em vender sua força de trabalho por dinheiro e não por amor.
Desta forma, o dinheiro e não o amor que é colocado como o mais importante. E a maneira como as mulheres lidam com este mundo doente ainda é buscando independência financeira.
Discordo dessa hipótese "a persperctiva da separação depois de certa idade trás junto o medo da solidão para a mulher." pelo fato de que homens também morrem de medo da solidão.
Ate parece que os machistas se mostram como sao num primeiro momento. Infelizmente usam mascaras. Cai fora!!! Rua!! A casa caiu meu filho
Muito feliz por você!!!!
Que lindo N.
Estou muito feliz por vc, sempre que vejo mulheres superarem abusos me sinto fortalecida, sinto que nossa luta diária não é em vão. Espero que daqui pra frente vc seja mais, e mais, e mais feliz, todos os dias da sua vida.
Beijos!!!
Nossa K, sua linda. Parabéns demais por ter a coragem que você teve. E parabéns pela inteligencia (?) de ter visto que você vivia num relacionamento machista, e que você também era machista. Muitas vezes é tão dificil que tem gente que morre sem ver.
E também acho que ser dona de casa é uma opção da mulher, mas coloca numa posição de vulnerabilidade tão grande que assuta. E se o cara no fim é um louco? E se ele morre? E se...? Um risco grande demais depender de outra pessoa para comer.
Lola,
que coisa maravilhosa!!! Que ela seja muito feliz,e vai dá tudo certo, já está dando na verdade... E que sirva de inspiração para outras mulheres em situação semelhante!bjo
Poxa, K., estou muito feliz com o desfecho da sua história. Um beijão, continue firme e forte.
Não tem nada mais bonito do que a liberdade. Parabéns por quebrar suas correntes!
uau,bingo!carissima,fico feliz com historias assim,sorte pra voces!
uau,bingo,que lindo parabens fico mui feliz com desfechos assim,sorte e felicidades a voces!
Parabéns! tem que ter muita força e coragem para abandonar esses relacionamentos. Ainda mais, dependendo financeiramente de um homem violento e com uma filha pequena. Guerreira.
Sobre o comentário de Monalisa:
Realmente, não adianta se meter, a pessoa tem que cair na real sozinha. Mas chamar de lixo é pegar muito pesado.
Dá muita raiva da pessoa por deixar o outro abusar tanto. No caso da minha mãe, foi uma tremenda falta de amor próprio, um medo louco de ficar sozinha. Faz quatro anos que ela está só, nunca a vi tão feliz. Passou dezoito anos de terror com meu pai. Depois, conheceu um namorado aproveitador, que a deixou quando ela mais precisava dele, durante o tratamento contra o câncer de mama. Tudo que ela passou fez dela uma outra pessoa.
Como me orgulho desta mulher hoje!
Ela superou tanta coisa e se transformou nessa pessoa maravilhosa e muito forte.
Hoje ela é meu exemplo, olho para ela e penso que não importa se não tenho alguém ao meu lado.
Ficar sozinha não é o fim do mundo. Tem tanta coisa para se aproveitar ao invés de chorar as pitangas por não ter um namorado ou marido. Faz mais de dois anos que estou só. Posso dizer que é a melhor fase da minha vida, pois se foi toda aquela neura com a aparência, o medo de ser trocada e não me odeio mais por ser feia ou velha .
Sou muito mais feliz.
Não se culpe por sua filha, flor.
Meus pais se divorciaram eu tinha meses, cresci, na prática, como filha de mãe solteira.
E foi a melhor mãe do mundo! Estamos sem ela na terra há 10 meses, mas durante os 24 anos que tive de sua convivência foi não só mãe, mas amiga, companheira pra tudo, acho que meu sonho de ser mãe de menina é por causa da relação que tive com minha mãe.
E todo mundo sempre teve pena de mim, a coitadinha filha de pais separados. Acabei de me formar como médica em uma universidade federal, sou durona, sempre lutei pelos meus sonhos; e meu exemplo, desde pequena, sempre foi uma mulher independente, tudo que sempre quis copiar. Assim eu fui crescendo, lutando e correndo atrás de tudo o que eu queria, e tive muitas vitórias, mesmo sem um pai presente, e agora sem minha mami por perto.
Engraçado que eu descobria que minha mãe era a mais liberal que as das amigas, algumas coisas tão naturais aqui em casa era motivo de espanto. Quando eu terminei com meu primeiro namorado, um suposto "bom partido" - pq ele já cursava medicina quando eu ainda não - minha mãe me deu apoio pq me viu sofrendo com ele. E todo mundo recriminou, pq "era sério, bom partido, pra casar". Minha mãe coruja me mimava: "O melhor partido é você!Se dispensou ele, tem coisa melhor por aí."
Resumindo, ah, como é bom ser filha de uma mulher livre e independente! Como é bom crescer se mirando nesse exemplo... Sua filha também terá essa sorte, e terá muito orgulho de você, tenha certeza!
Eu chorei ao ler o seu relato, estou muito feliz por você, de verdade. Parabéns pela decisão difícil, pela coragem, e continue na luta!
é tão lindo ver a maneira com que o feminismo liberta as mulheres, meu primeiro contato com o feminismo foi pelo blog da Lola também <3
Postar um comentário