Tive uma experiência surreal, acho. Começando pelo início: faz muito, muito tempo que não tenho plano de saúde. Quando minha família teve um pouco de dinheiro, contratou um (da Amil) por pouco tempo. Não funcionou direito, ou meu pai deixou de ter dinheiro, não lembro. Em Joinville sempre dependi do SUS. Bom, como eu era jovem e saudável, felizmente foram poucas as vezes que realmente precisei ir ao médico. Mais check-ups de rotina (alguma vez em quinze anos que não foi pra exame de rotina? Acho que não!). Mas o maridão teve um problema bastante sério, um tumor maligno nas costas – câncer de pele – e precisou tirar. E tudo foi feito pelo SUS, sem problema algum.
Só que pouco depois de chegar a Fortaleza, peguei uma gripe forte, fiquei surda de uma orelha por alguns dias e, preocupada, decidi procurar ajuda médica. Já contei minha via crucis aqui. Enfim, fiquei com uma má impressão da saúde pública de Fortaleza. E também, como praticamente todo mundo na minha classe social tem plano de saúde, decidi fazer um. A UFC não oferece um plano. O que acontece é o seguinte: a ADUFC, uma espécie de sindicato dos professores (que cobra mensalidade de 70 reais por mês! Acho caríssimo, mas já que 90% dos professores da UFC fazem parte da associação, e como me atenderam muito bem, decidi entrar), tem um convênio com a Unimed. Vem com algum desconto, e não há carência. Pra mim e pro maridão, custa R$ 344 por mês (pros dois). Não pode entrar ascendente, como minha mãe, só cônjuge e descendente (o que inclui sobrinho, neto etc. Muito estranho que sobrinho seja mais importante do que mãe!). Bom, fora o desconto, há um benefício na folha de pagamento: R$ 83 por mês pra mim, e a mesma quantia pro maridão, pra pagar o plano de saúde (pra ter direito, precisa primeiro fazer o tal plano. E também apresentar documentação comprovando o plano todo ano). Então, no fundo, pagamos apenas uns 180. Eu digo “apenas”, mas é muito mais que pagávamos em Joinville (que era zero). Na minha vida adulta é a primeira vez que tenho plano, e na do maridão, também. Portanto, pensávamos que agora teríamos acesso à saúde de certa qualidade.
Vaga ilusão. Precisei agora do plano. Faz uns quinze dias que estou com um tipo de alergia, umas bolinhas vermelhas na pele, na região dos braços, barriga e peito, que pioram e coçam bastante à noite. Não faço a menor ideia do que possa ser. Eu tava esperando que passasse, mas não passou. Logo, marquei consulta com um dermatologista. Pelo telefone, explicaram que o dermatologista mais próximo de casa era na Bezerra de Menezes (uma avenida largona de que gosto muito, porque tem tudo lá), e que o atendimento seria por ordem de chegada, das 12 às 14 horas. Bom, cheguei lá às 12:30, e estranhei de cara. Do alto da minha ingenuidade, eu imaginava que seria uma clínica, com poucas cadeiras e vários médicos. Afinal, eu passei o último semestre inteiro de 2009 indo a vários médicos de especialidades diferentes, sempre pagando consulta social, pra apresentar exame médico na admissão da faculdade. E todos os consultórios eram bem assim. Mas aqui não. Aqui é um núcleo da Unimed. Você entra e vê um monte de gente, mais gente que cadeiras, aliás. E três atendentes atrás de um balcão. Sem cadeira ou convite pra você sentar e falar com alguma delas. Você só chega, entrega seu cartãozinho Unimed, a sua carteira de identidade, e senta aonde der, porque é pra aguardar. Uns quarenta minutos depois, meu nome foi chamado. Um segurança me devolveu as duas carteiras e me deu um número – 24. Eu perguntei: “Eles [médico e enfermeira, perhaps?] chamam pelo número?”. Não. “Chamam pelo nome?”. Também não. “Tem alguem painel indicando o próximo número?” Claro que não! Não, o número é só pra eu saber que entrarei imediatamente após o 23. E quem é o 23? Só deus sabe.
Sentei e calmamente tratei de ler o livro de teoria da literatura do Terry Eagleton que tinha levado (nunca saio de casa sem um livro!). Mas, após uma meia hora e muitas dúvidas, decidi perguntar pro rapaz ao meu lado quem ele veio consultar. Dermatologista, foi a resposta. Ele era número 19. Imediatamente descobri que, no tal núcleo, havia apenas dermatologia, e apenas um dermatologista. Juntos, descobrimos que a fila estava no número 5 ainda. Era 13:45. O rapaz me contou que “é sempre essa bagunça mesmo”. Tentamos calcular quanto tempo em média levava uma consulta. O rapaz chutou 10, no máximo 15 minutos, pois “em geral o médico nem olha pra você”. Ele disse que era normal vir, pegar a tal senha, e voltar dentro de algumas horas. O problema é que o médico ia embora às 14. Eu não acreditei: como que ele iria atender mais trinta pessoas (chutando) em quinze minutos?
Fui falar com uma das três atendentes que, pelo descaso com que me olharam, obviamente não estão lá para atender. Uma estava testando carimbos. Peguei a única cadeira livre que vi e me sentei diante de uma atendente, olhando fixamente pra ela. Depois de alguns minutos, ela, sem desviar os olhos do computador, disse “Pode falar”. E me explicou que, pra agendar consulta (isso depois de marcar consulta pelo telefone), só mesmo das 12 às 14, ou das 16 às 18. Mas que o médico ficava lá até atender todo mundo. E que sim, só tinha aquele dermatologista. Eu quis saber como era aquele negócio de você escolher um médico, ver se ele é conveniado com o maior plano de saúde do Brasil (e que garante ser o melhor), e marcar diretamente com aquele consultório. Seria lenda urbana? Ela disse que isso existe sim, mas que, pra ter direito a isso, só pagando um plano com um valor “muito mais superior”.
Saí de lá às 14 pra voltar pra casa e almoçar. Pelos meus cálculos, só seria atendida às 17 horas. Pensa só: a 10 minutos por consulta, são 6 pacientes por hora. E tava no número 5. Fui pra casa, comi, li os comentários do blog, e voltei pro núcleo. Era 15:45. Agora estava no número 29. Meu número já havia passado!
Fui falar com as atendentes, que não me atenderam, mas um segurança do lado disse que eu tinha que falar com o pessoal esperando, que se eles permitissem que eu fosse a próxima a entrar, tudo bem, mas dependia deles. Fui lá, expus a situação pra uma sala inteira, e ninguém se manifestou. Insisti, até que finalmente um ou outro fez algum gesto com a cabeça. E, óbvio, ficou todo mundo olhando pra mim nos minutos em que fiquei esperando. A essa altura eu já estava bufando. E, aproveitando que eu já era o centro das atenções mesmo (não havia TV ou revistas, e poucos levam livros pra ler), perguntei: “Como que isso aqui é diferente do SUS?”
Uma mulher respondeu: “Aqui os médicos são particulares”.
Eu: “Sim, mas é tudo médico, né? Então, não entendo a diferença. Aqui também temos que ficar horas numa fila, perder quase um dia inteiro de trabalho. Como é diferente?”
A mesma mulher: “No SUS temos que chegar na fila de madrugada”.
Finalmente a porta abriu, eu entrei, e o médico, de fato, mal olhou pra mim. Pediu meu nome, achou no computador, perguntou como poderia me ajudar, eu mostrei as manchinhas, ele quis saber se eu tinha alguma doença, eu disse que não, e os minutos seguintes foram gastos entre ele e o cut and paste do computador. Quando ele se dignou a voltar a falar comigo, foi pra perguntar se eu conhecia alguma farmácia de manipulação, e recomendou que eu contactasse aquela que ele indicaria, “você não precisa nem ir lá, é só ligar”, e pronto, me entregou a receita. Eu ainda disse que eu tinha vários sinais de pele, e um deles estava incomodando, e ele: “Você vem para uma outra consulta daqui a 40 dias, quando estiver curada. Daí a gente marca pra tirar os sinais”. Fini! Levou 7 minutos.
Quando narrei os breves diálogos entre médico e eu pro maridão, na hora de contar o “Você vem para uma outra consulta daqui a 40 dias”, o maridão interrompeu com um “Você não precisa nem vir, é só ligar!”. Outra pérola de sabedoria maridística foi atestar que, numa hora dessas, a gente nem liga mais pra um bom atendimento. Só quer ser atendida.
Ah, mandei fazer os remédios! Os comprimidos deu 20 reais; o sabonete, 11. Mas a loção custaria 75 reais, um roubo, então desisti. Aí tomo o primeiro comprimido... e fico completamente derrubada! É um narcoléptico, só pode. Dá um sono mortal, não tem como tomar aquilo, a menos que eu não queira fazer mais nada além de dormir durante um mês. O médico mandou que eu tomasse um comprimido pela manhã e um à noite. Vou tomar só o da noite, e ver no que que dá. E não é um sono tranquilo, não. É daqueles com montes de pesadelos. Acho que sonho até com o atendimento da Unimedo.
Mais aqui.
Vaga ilusão. Precisei agora do plano. Faz uns quinze dias que estou com um tipo de alergia, umas bolinhas vermelhas na pele, na região dos braços, barriga e peito, que pioram e coçam bastante à noite. Não faço a menor ideia do que possa ser. Eu tava esperando que passasse, mas não passou. Logo, marquei consulta com um dermatologista. Pelo telefone, explicaram que o dermatologista mais próximo de casa era na Bezerra de Menezes (uma avenida largona de que gosto muito, porque tem tudo lá), e que o atendimento seria por ordem de chegada, das 12 às 14 horas. Bom, cheguei lá às 12:30, e estranhei de cara. Do alto da minha ingenuidade, eu imaginava que seria uma clínica, com poucas cadeiras e vários médicos. Afinal, eu passei o último semestre inteiro de 2009 indo a vários médicos de especialidades diferentes, sempre pagando consulta social, pra apresentar exame médico na admissão da faculdade. E todos os consultórios eram bem assim. Mas aqui não. Aqui é um núcleo da Unimed. Você entra e vê um monte de gente, mais gente que cadeiras, aliás. E três atendentes atrás de um balcão. Sem cadeira ou convite pra você sentar e falar com alguma delas. Você só chega, entrega seu cartãozinho Unimed, a sua carteira de identidade, e senta aonde der, porque é pra aguardar. Uns quarenta minutos depois, meu nome foi chamado. Um segurança me devolveu as duas carteiras e me deu um número – 24. Eu perguntei: “Eles [médico e enfermeira, perhaps?] chamam pelo número?”. Não. “Chamam pelo nome?”. Também não. “Tem alguem painel indicando o próximo número?” Claro que não! Não, o número é só pra eu saber que entrarei imediatamente após o 23. E quem é o 23? Só deus sabe.
Sentei e calmamente tratei de ler o livro de teoria da literatura do Terry Eagleton que tinha levado (nunca saio de casa sem um livro!). Mas, após uma meia hora e muitas dúvidas, decidi perguntar pro rapaz ao meu lado quem ele veio consultar. Dermatologista, foi a resposta. Ele era número 19. Imediatamente descobri que, no tal núcleo, havia apenas dermatologia, e apenas um dermatologista. Juntos, descobrimos que a fila estava no número 5 ainda. Era 13:45. O rapaz me contou que “é sempre essa bagunça mesmo”. Tentamos calcular quanto tempo em média levava uma consulta. O rapaz chutou 10, no máximo 15 minutos, pois “em geral o médico nem olha pra você”. Ele disse que era normal vir, pegar a tal senha, e voltar dentro de algumas horas. O problema é que o médico ia embora às 14. Eu não acreditei: como que ele iria atender mais trinta pessoas (chutando) em quinze minutos?
Fui falar com uma das três atendentes que, pelo descaso com que me olharam, obviamente não estão lá para atender. Uma estava testando carimbos. Peguei a única cadeira livre que vi e me sentei diante de uma atendente, olhando fixamente pra ela. Depois de alguns minutos, ela, sem desviar os olhos do computador, disse “Pode falar”. E me explicou que, pra agendar consulta (isso depois de marcar consulta pelo telefone), só mesmo das 12 às 14, ou das 16 às 18. Mas que o médico ficava lá até atender todo mundo. E que sim, só tinha aquele dermatologista. Eu quis saber como era aquele negócio de você escolher um médico, ver se ele é conveniado com o maior plano de saúde do Brasil (e que garante ser o melhor), e marcar diretamente com aquele consultório. Seria lenda urbana? Ela disse que isso existe sim, mas que, pra ter direito a isso, só pagando um plano com um valor “muito mais superior”.
Saí de lá às 14 pra voltar pra casa e almoçar. Pelos meus cálculos, só seria atendida às 17 horas. Pensa só: a 10 minutos por consulta, são 6 pacientes por hora. E tava no número 5. Fui pra casa, comi, li os comentários do blog, e voltei pro núcleo. Era 15:45. Agora estava no número 29. Meu número já havia passado!
Fui falar com as atendentes, que não me atenderam, mas um segurança do lado disse que eu tinha que falar com o pessoal esperando, que se eles permitissem que eu fosse a próxima a entrar, tudo bem, mas dependia deles. Fui lá, expus a situação pra uma sala inteira, e ninguém se manifestou. Insisti, até que finalmente um ou outro fez algum gesto com a cabeça. E, óbvio, ficou todo mundo olhando pra mim nos minutos em que fiquei esperando. A essa altura eu já estava bufando. E, aproveitando que eu já era o centro das atenções mesmo (não havia TV ou revistas, e poucos levam livros pra ler), perguntei: “Como que isso aqui é diferente do SUS?”
Uma mulher respondeu: “Aqui os médicos são particulares”.
Eu: “Sim, mas é tudo médico, né? Então, não entendo a diferença. Aqui também temos que ficar horas numa fila, perder quase um dia inteiro de trabalho. Como é diferente?”
A mesma mulher: “No SUS temos que chegar na fila de madrugada”.
Finalmente a porta abriu, eu entrei, e o médico, de fato, mal olhou pra mim. Pediu meu nome, achou no computador, perguntou como poderia me ajudar, eu mostrei as manchinhas, ele quis saber se eu tinha alguma doença, eu disse que não, e os minutos seguintes foram gastos entre ele e o cut and paste do computador. Quando ele se dignou a voltar a falar comigo, foi pra perguntar se eu conhecia alguma farmácia de manipulação, e recomendou que eu contactasse aquela que ele indicaria, “você não precisa nem ir lá, é só ligar”, e pronto, me entregou a receita. Eu ainda disse que eu tinha vários sinais de pele, e um deles estava incomodando, e ele: “Você vem para uma outra consulta daqui a 40 dias, quando estiver curada. Daí a gente marca pra tirar os sinais”. Fini! Levou 7 minutos.
Quando narrei os breves diálogos entre médico e eu pro maridão, na hora de contar o “Você vem para uma outra consulta daqui a 40 dias”, o maridão interrompeu com um “Você não precisa nem vir, é só ligar!”. Outra pérola de sabedoria maridística foi atestar que, numa hora dessas, a gente nem liga mais pra um bom atendimento. Só quer ser atendida.
Ah, mandei fazer os remédios! Os comprimidos deu 20 reais; o sabonete, 11. Mas a loção custaria 75 reais, um roubo, então desisti. Aí tomo o primeiro comprimido... e fico completamente derrubada! É um narcoléptico, só pode. Dá um sono mortal, não tem como tomar aquilo, a menos que eu não queira fazer mais nada além de dormir durante um mês. O médico mandou que eu tomasse um comprimido pela manhã e um à noite. Vou tomar só o da noite, e ver no que que dá. E não é um sono tranquilo, não. É daqueles com montes de pesadelos. Acho que sonho até com o atendimento da Unimedo.
Mais aqui.
53 comentários:
OLÁ,Lolíssima.
Estou chocada, tenho a unimed básico aqui me Recife, e escolho qualquer médico, além de ter as clínicas de emergências que atendem normalmente. Minha querida procure a auditoria, aqui funciona, sofri um acidente de carro e achei que num tinha sido bem atendida, procurei a auditória e de imediato tive a resposta esperada. Aos menos o trabalho é bem sério.
É isso...bjs.
ERRATA
...aqui EM Recife..
Aqui na minha cidade(no interior de SP)o sistema de saude até funciona bem p/ coisas mais simples, agora em situações realmente serias (que envolvem cirurgias ou tratamentos mais elaborados)a coisa é feia.
Minha mãe teve que esperar 2 meses por tratamento na coluna, e conheço pessoas que tiveram que aguardar por mais tempo ainda.
Tem sido uma das principais criticas a administração atual.
Quanto ao plano de saude, eu tenho o ofericido pelo trabalho, oq tem ajudado.
Aliais p/ mim, o fato de vc ter que pagar duas vezes (atraves dos impostos e tb particularmente) por serviços essenciais como saude e educação é uma das coisas que indica se os impostos de um pais estão caros ou sendo bem aplicados.
Pena que muita gente que pode se contente apenas em pagar um plano ao inves de lutar p/ que a suade publica e gratuita melhore.
Acho que esse é um problema que acontece com as clínicas desses planos de saúde. Aqui tenho o plano da empresa onde eu trabalho. Eu não pago nada e é um plano bem básico. Por enquanto está me servindo bem, mas já tive vários momentos de stress com eles.
Primeiro que marquei ginecologista e o médico nem olhou pra minha cara. Eu estava lá falando e aparentemente ele nem stava ouvindo. Passou uns exames e pronto. Mas pelo menos não tive que esperar horas pra ser atendida por ele, já que é com hora marcada.
Aí fui marcar um dos exames e só tinha vaga pra setembro. A moça falou pra eu tentar encaixe e me disse os dias que eu podia ir. Minha mãe foi lá de manhã cedo pra deixar meu nome na lista. De tarde saí mais cedo do trabalho pra fazer o exame e a médica não tinha ido. Fiquei revoltada. Mas pelo menos já deixei meu nome na lista e fui atendida no dia seguinte sem maiores problemas.
Enquanto isso eu tentava fazer outro exame que o médico passou. Marquei por telefone e fui lá no dia. Quando chego, descubro que falta 2 dias pra carência pra esse exame acabar e eu não poderia fazer. Por que eu pude marcar, então? Marquei para outro dia. Quando cheguei lá a clínica estava lotada de gente. Meu exame estava marcado para às 8h30 e a moça me deu a senha 8. Já fiquei com raiva, porque no dia em que eu não pude fazer o exame, não tinha ninguém e eu seria atendida na hora. E se vai distribuir senha, porque diz que é hora marcada? Se eu soubesse tinha chegado mais cedo. Fui ser atendida só depois de 2h.
Agora estou tentando marcar uma consulta com outro médico para mostrar os exames, mas só tem vaga pro final de agosto. Só tem vaga antes com o médico que eu detestei, mas não quero ir nele de novo.
Dá última vez que precisei do SUS aqui (quando ainda não tinha plano) foi bem tranquilo. Estava morrendo de dor de cabeça e não estava passando nem com remédio. Fui num hospital aqui (que é mais um posto de saúde grande) e fui atendida rapidinho. E bem atendida, o que é melhor ainda.
Lola, eu já vi palestras e apresentações do meu sindicato e da associação, já conversei com os diretores (da associação) que lidam com essa área de planos de saúde e o diagnóstico não é nada agradável. Em função de como os custos da medicina tem evoluído (não o dos profissionais, o das máquinas), em 10 ou 15 anos não haverá mais planos de saúde com preços acessíveis à classe média. As opções serão planos caríssimos ou atendimento particular.
A alternativa é o SUS. R$ 160 bilhões (CPMF) deixaram de ser aplicados nos últimos quatro anos na saúde pública pela birra da oposição (com o alegre aplauso da imprensa). Se não nos organizarmos para financiar adequadamente o SUS, em breve a barbárie atingirá também a classe média. O seu caso, aqui narrado, é apenas um exemplo.
Em Joinville não era assim? caramba, Lola, tô mudando pra lá amanhã! ahahah
aqui em SP eu sempre dependi de convênio e sempre foi assim... do SUS eu nunca precisei, mas de vez em quando passo perto do hospital público e as filas dobram quarteirões...
uma vez estava com suspeita de tendinite, trabalhava o dia inteiro digitando números, tudo com a mão direita e naquele tecladinho lateral, por horas e horas e horas - além de ser num ambiente super estressante. marquei consulta pelo convênio (mesmo assim tive que pagar 60 reais), e caí com um ortopedista que era cirurgião renomado (só soube disso depois). ele perguntou o que eu tinha. falei que meu punho direito doía muito e comecei a explicar que eu usava o dia inteiro em movimentos repetitivos, e blá blá blá. Ele nem me deixou terminar de falar: pediu pra eu ficar em pé e começou a mexer meu braço em movimentos doloridíssimos. eu gritava de dor, e ele fazia cara de paisagem.
terminando o exame de 5 segundos, sentou-se na mesa novamente e começou a rabiscar um receituário. sem erguer a cabeça, falou: "é um iníico de tendinite. você vai tomar isso aqui e ir à farmácia tomar essa injeção. além disso, vai fazer alongamento todo dia antes de trabalhar" - "doutor, eu faço ginástica laboral duas vezes por semana desde que entrei lá" - "então vai fazer mais". !!!!!!!!!!!!!
"e eu devo imobilizar a região? pedir pra mudar de função? tirar uns dias pra descansar o braço?" - "não, usar tala só vai piorar. e não precisa descansar o braço, amanhã já pode voltar a trabalhar".
e praticamente me pôs pra fora da sala. não perguntou sobre minha rotina, se eu tomo algum remédio (interação medicamentosa pode ser fatal), se eu tenho alergia a alguma substância (o que pode ser igualmente fatal). olhei pra receita e vi dois rabiscos. sério. se o cara da farmácia entendesse "cianureto" e me vendesse veneno eu não ia estranhar. levei a receita pra minha mãe, que é farmacêutica, ela disse que a injeção provavelmente era de cortizona, cujo único efeito é tirar a dor.
ok, não sou ninguém pra contrariar um megacirurgião, mas, porra, se eu JÁ fazia alongamento e o braço foi lesionado, faz sentido receitar um remédio pra tirar a dor e me mandar de volta pra antiga rotina??? porra!! PORRA!!!
saí de lá, comprei uma tala, parei de alongar, não tomei os remédios e faltei uns dias (perdi, claro, porque não tinha atestado). aí a dor parou.
tempos depois, soube que o médico morreu. devo confessar que fiquei levemente feliz.
Ótimo lembrete do Patrick.
E tb odeio clínicas (geralmente de convênio) q marcam 20 pacientes no mesmo horário e atendem por ordem de chegada. A gente tá marcado 13h, chega 12h45 e é atendido 14h15. Porra!! PORRA!!!!!!!!!!!!
(deu pra ver que esse assunto mexe com meus ânimos, né?)
Lola, mais uma pérola de sabedoria do Serra. Segundo ele, não tem mulheres na politica porque "mulher não tem disponibilidade de tempo, tem a maternidade, vários fatores que complicam" e ainda: "diferente dos homens, em geral, elas têm três empregos: trabalham fora, cuidam das crianças e às vezes têm que cuidar do marido”.
http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/07/21/mulher-nao-tem-disponibilidade-de-tempo-diz-serra.jhtm
Já ouvi de muita gente isso de que tem cidade, principalmente se for pequena, em que os serviços públicos de saúde são bem melhores que os particulares. Sorte dessas...
Meu convênio funciona muito bem bem para os exames (e de fato, para quem precisa fazer algum tipo de controle frequente, como quem tem problema de tireóide, por exemplo, sai muuuuito mais em conta que pagar particular, e o atendimento nos laboratórios credenciados é muito bom), para as consultas nem tanto. Mesmo esquema de médico tentar atender em 10, 15 minutos. Chego ao ponto de pagar consulta particular, dependendo do problema (o que pesa muito no orçamento para mim, porque eu tenho um monte de probleminhas não tão graves mas que exigem controle frequente).
Faz muitos anos que não recorro aos serviços públicos. Tentei uma vez só, para falar a verdade, mas praticamente não iam me atender no mesmo ano.
Mas dá muita raiva: a gente paga o imposto, paga o convênio, e paga alguma coisa particular. 3 vezes pela mesma coisa!
Não tive estômago pra continuar seu texto: parei na parte onde tinha mais pessoas do que cadeiras. Meu sistema de saúde é o SUS e não tenho plano. Unimed é uma vergonha, aqui também no sul! Ouvi num evento em Berlin sobre os países do BRIC, os gigantes em potencial, que o SUS era uma conquista e tanto: quero acreditar nisso. Vc viu o Scico (?) do Michael Moore!? O nordeste é täo diferente mesmo! Tö indo pra Joäo Pessoa sábado, depois Recife. Estou em plena campanha eleitoral: os taxistas näo me escapam, mesmo na terra do Serra. Eu quero acreditar no SUS...
Embora eu tenha plano de saúde desde sempre (meu pai já tinha, quando fiz 21 anos resolvi aderir e tenho um plano muito bom), mas sou a favor de que a gente lute pela saúde pública. O SUS é um bom sistema, só falta investimento. A Dilma já colocou como prioridade dar condições de investimento na saúde...ai a imprensa diz: dilma vai voltar com a CPMF...e a classe média fica apavorada...uiuiui, vou ter que pagar 0,02% para esse governo dar dinheiro para os pobres!!!!
Quanto ao plano atender a filhos/sobrinhos mas não à pai e mãe, muito simples: pai e mãe vai dar muito mais despesa a eles do que os jovens descendentes! Plano de saúde é uma coisa (em geral) do demo.
Se eu fosse você, mandava esse post para a imprensa local. A unimed morre de medo de aparecer mal na imprensa.
É aquela historinha que os médicos de convênio gostam de contar: paciente entra no consultório e o doutor está escrevendo uma receita. O paciente se espanta: `Mas o senhor já vai me dando uma receita sem nem me examinar?' Responde o médico: 'Esta receita não é sua não, é do próximo paciente. A sua já está aqui, ó, prontinha.'
abraço
Mônica
Pelo amor de deus, ne Lola? Vc nao se diz comunista? Pra que deixar seu dinheiro guardado? Por herdeiros (sobrinhos) gastarem em calças da Ellus? Sua saude é importante e vc deve sim mandar fazer essa loção, pois é ela que vai te curar! Vai logo se acostumando, remedios demartologicos custam o olho da cara.
Amanda.
O diagnostico do dignissimo presidenciavel até que está correto. Vcs mulherem tem tido uma rotina p/ lá de estafante.
Pena que ele parou só na constatação. Não fez nenhuma reflexão sobre o pq é assim. Pq a maternidade e o cuidado com o marido entram na categoria de "obrigação" das mulheres?
Se os partidos tem dificuldade em preencher as cotas, pq não promovem seminarios, debates, etc, p/ ouvir as mulheres sobre as dificuldades que elas enfrentam e sobre possiveis maneiras de resolver isso?
Dizer que existe um problema é bom, mas analisa-lo, entende-lo e propor maneiras de enfrenta-lo é oq esperamos de alguem que quer ser lider.
Lola,
Sempre tive esse plano da Unimed "muito mais superior" e as coisas não são muito diferentes do que vc relatou. Dizem que o convênio paga aos médicos cerca de R$40,00 por consulta, por isso eles agendam muitos pacientes para um mesmo dia com 20 minutos para cada consulta, mas mesmo que o médico nem olhe para a sua cara, a consulta vai levar mais do que os 20 minutos reservados, os horários acumularão e você passará o dia inteiro esperando. Percebo também que apesar do grande número de especialistas no livrinho do plano, apenas alguns são excelentes profissionais. E normalmente esses profissionais de qualidade são muito procurados tanto por quem tem o plano de saúde como por quem paga pela consulta, nesse caso quem paga tem a vantagem de marcar uma consulta repidamente enquanto quem tem o plano espera uns 3 meses. Então, em relação ao agendamento de consultas e à qualidade dos profissionais, o plano de saúde está próximo do SUS.
No entanto, acho o plano importante para imprevistos, cirurgias e internações. Muitas vezes, os médicos que me atendem realizam um procedimento e só depois pedem a autorização da unimed, isso dificilmente acontece em outros convênios. Meu avô era cliente da unimed, ele ficou muito doente durante um ano mais ou menos, foi internado várias vezes em um dos melhores hospitais daqui de BH, passou por vários procedimentos e nunca teve nenhum problema com o convênio. Após a sua morte, minha avó mudou de plano e a burocracia é enorme, recentemente ela teve um aneurisma da artéria abdominal, passou por uma cirurgia, ficou dias internada no mesmo hospital que o meu avô ficava e o convênio não cobriu todas as despesas, agora além do estresse sofrido pela doença, ainda resta dívidas com o hospital e processo contra o convênio.
lola, nem li os comentários todos ainda,mas ja vou concordando com a alba. Já tive unimed básico Baixada ( pra região metropolitana do RJ) e podia escolher os médicos e ainda tinha emergência. nem de longe, lembrava esse absurdo que vc relatou.
Não tenho mais porque saía bem caro e não posso pagar mais atualmente- e tb quase não usava.
Ué Lola, mas porque você não está se tratando no SUS, já que vc tanto defende o governo Lula? Esse Governo não é excelente? Tanto que, se não me engano, o Lula chegou a falar que o País tinha uma dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, tanto que disse que ia recomendar ao Obama adotá-lo...
Lola, esse post e os comentários deveriam virar um documento sobre a saúde no Brasil...
Bom, eu tenho plano de saúde. Pago 140 reais por mes e tenho 21 anos (quando completar 24, vai ficar mais caro). Mas é dos planos 'bons' da unimed. Quarto individual, consultas em uma infinidade de bons médicos em clinicas normais (e não em centros como esse que você foi, cobertura em exames (pago por volta de 4 reais em um exame de sangue, apenas. o resto o plano cobre). Enfim. Eu posso até fazer pilates, e outras 'frescurinhas' aí pelo plano. O único problema é que todos os médicos tem uma fila de atendimento pra marcar consulta para os particulares (que vão pagar 200 reais numa consulta), outra para os que tem convênio (e eles vão receber só 40 reais pela mesma consulta. mas o atendimento é o mesmo, pelo menos. lembro da época em que não tinha plano e posso comparar). Mas é caro.
Por outro lado, eu faço questão de usar cada centavo que pago. Vou no médico todo mês, faço todo o tipo de exame, check up, tudo. Não vou pagar pra não usar, e também prefiro pagar desde agora -porque posso precisar, afinal, e andei tendo uns probleminhas aí - e também porque descobri que - quando eu ficar velha, o meu plano vai ficar mais caro de tempos em tempos. mas se eu nunca tivesse tido um plano, e resolvesse fazer na idade em que mais se precisa, ele ia ser mais caro ainda. Minha avó paga 900 reais de unimed por mês. É uma grana preta.
Aqui, e aí em fortaleza, pelo que você diz, ao contrário do que ocorrem em Santa Catarina, não dá pra contar com o SUS.
Eu me lembro uma vez, quando tinha uns 8 anos e não tinha plano, e que fiquei doente, minha mae me levou no postinho de saúde. O médico nem olhou pra minha cara. Só soltou um 'é virose' e passou um remédio qualquer lá. Minha mãe ficou puta e fez um escandalo. Rasgou a receita e jogou na cara do médico, questionou a ética dele e falou que nunca mais iria voltar lá, mas que infelizmente muita gente ainda dependia de profissionais com ele. Eu adorei. =)
Eu sou abençoado por Deus neste sentido. Meu plano é a Cassi e sempre fui bem atendido. Eventualmente passamos por fases onde alguns bons médicos não atendem pelo convênio porque dizem que o plano paga mal, mas no geral é muito bom.
Pra se ter uma idéia nós tivemos 2 meninos e não gastamos 1 centavo com os partos, com atendimento de primeira qualidade. Sem contar que o meu caçula, entre os 10 e 16 anos, tinha cadeira cativa no hospital... todo mês quebrava um osso do corpo! :)
Agora, há que se dar um desconto: minha cidade é pequena (+ ou - 60 mil habitantes) o melhor hospital da cidade está a 50 metros de onde moro e eu conheço praticamente todo mundo... aliás, a pouco mais de 30 anos este hospital era um ambulatório, que foi crescendo, crescendo...
Problemas existem, porque todas as cidades das redondezas baixam aqui, mas no geral, e considerando o que vemos por aí, posso dizer que estou no paraíso!
Acho que cabe ouvidoria e procon no seu caso. Não é o tamanho da fila ou o ar condicionado que avalisam esse tipo de coisa. Tenho plano de saúde, pago pelo meu pai. É caro, mas como tenho alergias e alguns outros probleminhas, sempre recorro a ele. É um desses que cobre internação em quarto indv., emergências e afins.
Aqui em Salvador pública a saúde funciona em casos de tratamentos como hepatite C, aids, asma severa, tuberculose e outros. Há também alguns centros de tratamento do cancer que são referência. Mas o atendimento de emergência é péssimo. Faltam leitos, vagas em uti, médicos preparados...
Tenho medo de precisar de serviços de urgência. meus pais já não são jovens e sofrem de pressão alta. É absurdo o serviço de emergência dizer a você que não pode te atender pois está ocupado ou ainda que não tem o que fazer, como uma tia minha ouviu semana passada e teve que ficar com a mãe agonizando até a morte em cas.
Bem-vinda, Lola, ao time dos usuários dos planos de saúde que só querem saber do teu pagamento e atendimento de qualidade... hum... que qualidade?
A coisa fica mais legal ainda se vc tiver que fazer cirurgia! Vão te deixar 3 meses esperando, mesmo que vc esteja morrendo!
Beijos
Lembro de uma "consulta" relatada pela minha esposa numa clínica de plano de saúde:
(Médica, sem nem olhar pra minha esposa):
-Qual o problema?
-Tenho muitas espinhas...
- Use isso aqui...
-É que eu estou grávida...
(rasgando a receita anterior) então use iso aqui... Próximo...
Cris olhou pra médica amassou a receita e jogou na mesa dela...
Lola, abra reclamaçoes formais na ANS e no Procon.
Tive serios problemas pra marcar, com o meu plano de saúde, uma cirurgia de retirada de pedras nos rins, e depois que abri as reclamações a coisa saiu com bastante facilidade.
Que estranho mesmo. Meu plano é daqueles que procuramos o médico e pagamos pela Unimed.
Adoro e acho o melhor.
Q estranho mesmo. Via crucis horrosa! E olha que o teu plano é caro demais para passar tanta humilhação.
Financiamento adequado do SUS, eis a solução.
SUS não é pra pobre: é pra todo mundo, é constitucional. Um sistema bem financiado e estruturado rezudiria bastante muito a dependência dos planos de saúde. O problema é que a classe média ainda se jacta de poder pagar pela assistência à saúde...
A CPMF devia servir bem pra isso, mas muita gente sequer entende o que é o SUS.
(um pouco de vergonha na cara dos médicos também ajudaria, não?)
* o comentário do Giovanni é assustador, irresponsabilidade, tremenda do profissional.
Vanessa,
não só os médicos recebem em torno de 40 reais por consulta, mas o pagamento costuma ser feito 2 ou 3 meses depois. A informatização vem diminuindo um pouco esse atraso, mas ainda agora o médico que te atende hoje só vai ver a cor do dindin lá pra setembro ou outubro...
Mônica
Isso quando chega a ganhar R$40,00. Fora que normalmente é o que ele vai ganhar pela consulta inicial + retorno, e sem contar as perdas que ele terá porque vão alegar problema com alguma guia e não vão pagar (e, como para conseguir receber, ele gastaria mais do que o que perdeu, não compensa)...
Lola, nao vou nem ler os comentários antes de fazer o meu: como é que isso acontece no país comandado pelo Lula/PT? Ele diz que nunca na história deste país as coisas foram boas como estão agora! Difícil acreditar! Tá, você vai dizer que a Unimed é particular e o governo não tem nada a ver com isso. Não tem mesmo? Existem órgãos do governo que controlam os planos de saúde...
Você tá brincando com a gente, não tá? Nosso país tem bilhões e bilhões até para ajudar outros países! Isso significa que nossa saúde (segurança, educação...) está tinindo de boa. Não é assim? Que capítulo eu perdi? Cláudia
Patrick, em que a saúde pública no Brasil era melhor na primeira gestão do Lula??????????????? A ausência da CPMF não mudou nada! Além disso, a Lola tá falando de plano de saúde, não do SUS. Cláudia
Lola o SUS tem um problema, (ou vários)) más um dos é o número de atendimentos. É muito grande. Aqui em Fortaleza tem alguns serviços, hospitais que fazem atendimento de grande eficiência, pelo SUS.
Sempre leio seu blog e pouco comento.
Mas a questão da saúde me deixa mais indignada do que as questões referentes à mulher. Essas, penso que sei lidar, me defender. Em relação à saúde o saber médico me deixa neófita, as vezes.
Mas tenho uma experiência muito boa para falar. Ano passado minha mãe, hipertensa passou muito mal e a levei para o hospital do coração em Messejana. O atendimento demorou. Havia poucos médicos no plantão. Deixei uma reclamação por escrito na ouvidoria do hospital. Na segunda feira me responderam prontamente. No final do dia minha mãe foi atendida. Fez todos os exames e constatou-se que havia sofrido um princípio de infarto. Ficou enternada em uma emergência que mais parecia uma hospital de guerra. Muito lotada. Porém muito bem atendida. Muito rápido foi realizado um cateterismo e constatou-se a necessidade de uma angioplastia. Também foi feito.Em quinze dias foi resolvido o problema.Minha mãe está ótima. Sai daquele hospital me sentindo uma cidadã, com dignidade, bem cuidada pelo serviço público, com meus impostos bem empregados. Mas lá atende-se de fato a TODOS com a mesma PRESTEZA.
Pois é Lola, e pensar que aqui em Joinville, onde o principal hospital, os pronto atendimentos e postos de saúde são municipais, reclamamos um monte não é?
Comparar com outras realidades pode fazer a gente voltar pro chão muitas vezes.
Eu tenho UNIMED, a empresa que paga. Aqui temos um "caderninho" com a relação dos médicos conveniados e você liga a marca horário. Mas também tem esse esquema de várias pessoas numa mesma hora, marca as 14 e é atendido as 14h40. Exames cobertos pelo plano, eu não pago nada, não tem custo nenhum. Mas ainda assim, longe do tormento descrito pela Lola.
Eu não tenho plano de saúde, como vou pouco ao médico, é melhor pagar a consulta particular cada vez que vou e sempre deixo uma reserva para algum problema maior. Já fui atendida no IJF (o hospital grande aqui de Fortaleza) quando quebrei a bacia num acidente de carro e o médico foi ótimo, fez até visita em casa depois. Aliás, para traumatologia é lá que tem que ir, os hospitais particulares não dão conta.
Os médicos particulares, que também atendem planos, tem essa mania ridícula de marcar por ordem de chegada entre 14 e 18, ou outro horário. E ainda chegam atrasados.
Me preocupa que o sistema de saúde do Brasil está ficando igual ao dos EUA, ao invés dos países europeus como a Inglaterra.
Nem sonhando que tenho tempo pra responder os comentários... Mas agradeço muito todos os relatos. Essa troca de experiências é sensacional! Comecei a esboçar uma resposta, mas ficou tão grande que vai virar post, ok?
Impressionante.
Eu uso Unimed aqui em Campinas e sempre fui bem atendida. Quando o médico é escroto, não volto.
Mas estive sem plano de saúde e tive uma infecção na perna, foi uma lástima.
Essa coisa de médico não olhar pra cara do paciente me enoja.
Acho que vc deveria perguntar para os outros professores, ver como eles fazem, achar uma alternativa.
Espero que vc melhore logo.
beijos.
Eu não tenho convênio e uso a assistência médica dos Servidores Públicos de São Paulo (o IAMPSE). Eu um convênio para minha filha, mas cheguei à conclusão de que o Hospital do Servidor é melhor, muito melhor, do que a média dos convênios. Infelizmente, tenho que adminitir que, ao menos nisso, a administração do Serra conseguiu melhorar. Antes dele, era impossível marcar uma consulta no Hopital do Servidor - que só antendia na cidade de São Paulo. Agora o sistema foi ampliado com a contratação de clínicas e hospitais por todo o Estado, mas é como se fosse uma assistência médica particular, já que nos é descontada uma fortuna no pagamento.
Então, meu marido tem um convênio da "firma", mas é tão ruim, que quando ele precisou de um atendimento de emergência, por causa de um acidente de trabalho, teve que ir para um Hospital Público - desses de referência - por que o convênio dele não tinha ortopedista especialista em mão. Foi muito bem tratado e tudo correu muito bem.
Um professor da escola contou que a esposa estava com um tumor no seio e o convênio não queria operar imediatamente, precisava de milhões de guias e autorizações, eles pagavam um convênio e na hora em que mais precisaram tiveram que usar a assistência média dos servidores. No hospital do servidor ela foi atendendida na mesma hora, logo enternada - o tumor era maligno.
Ao menos aqui na minha cidade, Mauá, as consultas clínicas pelo SUS não demoram muito mais do que as particulares, espera-se muito por exames, aí a estrutura do Sus é ruim à bessa. Ah, e não tem especialista por aqui, nem pagando. Não tem neurologista, psiquiatra, cardiologista acho que tem dois, por aí vai... Numa cidade de 400 mil ha, isso é tenebroso.
Eu tenho a plena convicção de que o Sus e as assistências médicas particulares são iguais
Unimed aqui em Fortaleza é bem ruim mesmo.
Acho que o Hapvida é melhor. E se não me engano o plano básico da Hapvida é mais barato que esse da Unimed mesmo o benefício.
Tenho Unimed e moro em MG, não pago tão caro assim e nunca entrei numa fila... Escolho o médico, marco a hora e vou ao consultório.
Que triste pensar que até pagando por serviços, quem mora no nordeste sempre acaba na pior. :/
Lola, vc viu isso? E agora, será que é verdade?
http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?origem=home&codigo=11360&titulo=Candidatos+%E0+Presid%EAncia+da+Rep%FAblica+fazem+acordo+com+fundamentalistas+religiosos
Assim, acho que você deu azar. Estou com problemas na Unimed, acho que os médicos estão fazendo greve ou sei lá. Mas comprar plano de saúde com SUS...sei não. Moro em Brasília e pelo que sei, para alguém conseguir consulta com dermatologista é bem difícil pelo SUS! Mas claro, conheço pessoas com leucemia que tem tratamento completo e perfeito pelo Hospital de Base, que é público e de referência. Se for o caso, melhor cancelar o plano então. Eu não pago esse preço, literalmente.
Fiquei chocada com o atendimento que vc recebeu, Lola. Quando morava em Goiânia, eu não tinha esse tipo de problema com meu plano de saúde, mas tinha um outro que me causava igual irritação: eu tinha virado refém de exames. Pra absolutamente tudo, os médicos me passavam um milhão de exames. Não importava se eu estava só com uma crise de faringite e não lembrava o nome do remédio que eu sempre tomava nesse caso. Eu tinha que fazer exame. E mais exame. E eu fico triste de saber que meus pais ainda são reféns desse sistema, e o que é pior, acham correto. Todo santo mês eles fazem uma bateria de exames, alguns com contraste e tudo mais. Eu sei que no caso deles fala um pouco a hipocondria, mas que eu acho um absurdo o tanto de exames que pedem em Goiânia, ah, isso eu acho. E os médicos são categóricos em dizer que NÃO VÃO LER exames feitos em clínicas diferentes das que eles indicam. É um círculo vicioso. O que o médico te disse a respeito da farmácia é repetido como um mantra pelos médicos em Goiânia. Além do mais, eles praticamente EXIGEM que vc faça os exames nas clínicas que eles indicam, pq senão 'não vão se responsabilizar'. E lá vai a gente a tais clínicas, geralmente abarrotadas de gente, ter que perder a manhã e às vezes até o dia todo esperando para fazer exame. Revoltante. E o duro é saber que eu não posso nem culpar os médicos 100% por isso, pois se eles não pedem exames e dão logo o diagnóstico, os pacientes duvidam e ameaçam até processá-los. Mas pôxa, eu não sou assim, eu não tenho essa neura toda.
Sabe, eu reclamo muito da Índia (lugar em que moro atualmente). Mas no campo da saúde, eu tenho que tirar o chapéu. Todas as vezes em que precisei ir ao médico aqui (e foram várias, tive até que fazer uma cirurgia de laparostomia), eu fui MUITO bem atendida. Os médicos não são arrogantes e se demonstram muito interessados em meus problemas. E NÃO ficam pedindo milhões de exames inúteis. E as clínicas não são abarrotadas (bom, estou falando de atendimento particular, pois tenho medo só de pensar nos hospitais públicos daqui).
Aqui também rola muito charlatanismo também, eu até traduzi uma reportagem da Marie Claire falando sobre o problema do comércio de óvulos que é alarmante por aqui, um câncer cultural mesmo. Mas nos hospitais sérios e de renome eu sinto que posso confiar. E o atendimento é bom, barato (uma consulta particular sai por menos de quinze reais), rápido (nunca fiquei em filas) e sem firulas.
Lola,
Aqui no Japão é bem diferente.
Eu uso o sistema nacional de saúde japa, que é obrigatório e cobrado de acordo com o salário. Isto é, quanto maior o salário... mais caro fica o valor.
Com o tal plano, temos direito aos melhores médicos, clínicas e hospitais. Geralmente, o atendimento é por ordem de chegada. Só que ninguém fica mais de 20 minutos da fila. Ah... Com a prescrição do médico, os remédios saem bem em conta.
É uma pena que não possamos ter esse tipo de tratamento respeitoso no Brasil, né?
Espero que você melhore logo!
Karina K
Olha, quanto eu estava com 25 anos fazendo um mestrado em Barcelona eu tive um ataque de tendinite feio. Usei o sistema publico deles sem gastar 1 euro (mesmo! porque eu trabalhava atraves de um convenio com a universidade e nao pagava impostos). Fiz até ressonancia magnetica entre outros exames. Mas o medico que eu visitei 5 vezes, nem me olhou na cara, nao falou comigo e nem me explicou oque eu tinha. Ele nao ficava na sala onde eu estava nem 3 min (atendia 3 SALAS CONTEMPORANEAMENTE). Sò descobri o dignostico que ele me escreveu varios meses depois quando uma amiga torçei o pé e me falou teve um "esguince" e me deu uma luz que oque tava escrito de maneira ilegibile era isso. TORçAO!!! Nem diagnosticou TENDINITE. Mas como tenho mae medica (por acaso uma excelente dermatologista mas atende em Curitiba), um medico amigo dela me ligou e ficou meia-hora comigo em ligaçao internacional me explicando o problema.
Agora uso o sistema publico italiano pelo qual pago MUITO IMPOSTO e ainda tenho q pagar por cada visita e cada exame um pouco (tipo 25 euros a consulta com ginecologista). Gostei mas claro q sinto uma mega falta da relaçao medico paciente que existe ai quando vc tem o teu medico particular.
bjs, Talita
Lolinha, minha experiência com o pronto atendimento do SUS, em termos de agilidade, é até que boa. Eles atendem rápido. Os médicos, em geral, não fazem consultuas detalhadas, mas as enfermeiras costumam ser muito atentas e encaminhar os pacientes de forma adequada, naquelas triagens deles, que respeitam a gravidade do caso, a idade - o que deveria contar mais do que dinheiro, sempre, mas...
O caso é que se vc precisar de cirurgia ou internação, pelo menos por aqui, a coisa muda de figura, nem sempre há leitos ou médicos especializados naquele hospital (ou em outros), a pessoa vira um número ambulante, pronto para ser transferido, a espera de ser agregado ao percentual disponível de algum hospital da rede ou no convênio do SUS com hospitais particulares.
Quando eu tinha plano (há uns dez anos)- era Amil também - já enfrentei problemas com filas de espera, listas longas de espera (meses!) para consultas e exames, mas quando precisei de internação, não tive do que me queixar, tudo foi muito rápido e eficiente (não sei se 'bom' é a palavra, só que deu certo, me curei, tive leito, medicamento, acompanhamento).
Quanto aos medicamentos: já passei por situações semelhantes a sua e a da Lauren, sempre no atendimento privado, acho que o que acontece é que no momento da receita podem pesar outros interesses, os convênios com distribuidores e fabricantes de medicamentos, fortíssimos na rede privada, a gente acaba tento que estudar um pouco de química para poder driblar.
Enfim, onde quer que a gente esteja, o problema de saúde no Brasil é seríssimo. Aguardo o próximo post e também acho que vc deve se queixar.
Patrick, não havia lido seu comentário. Concordo com cada letrinha. Abraço!
Caramba... Se é pra pagar todo mês e ter um atendimento desses, melhor guardar o dinheirinho na poupança mesmo e quando precisar pagar uma consulta particular...
Abçs Lola
Eu tbm tenho um plano Unimed aki em Fortaleza... Conselho: tem um livrinho da Unimed com todos os médicos "available", categorizados por área. Você olha o nome do médico, pega telefone e endereço de onde ele trabalha, liga, marca consulta e vai. Normalmente é mais rápido ir para uma clínica do que ir para uma das centrais da Unimed.
Ultimamente tbm passei um sufoco. Realmente, às vezes, a Unimed se equipara ao SUS quanto à qualidade e agilidade no atendimento.
Unimed FAIL!!!
ahahahahahah Lolaaaaa este post está ótemoooooooooooooo!
É uma das melhores crônicas que li nos últimos tempos.
Dá um filme! Valeu a visita por aqui hoje.
Bjão. Fatima/Laguna/SC
Olá, passei por algo semelhante, pesquisei e verifiquei que não há como reclamar, pois a legislação é omissa nesses casos deixando a critério do médico (profissional liberal) sua agenda de atendimento, na minha opinião só vai mudar quando exigirmos acesso facilitado a cursos de medicina, formar um montão de médicos assim trabalha quem oferecer condições no mínimo humanas de atendimento. E já que no SUS não é diferente vamos todos para o SUS, quem sabe tudo não se resolva mais rapidamente.
Meu plano de saúde também é oferecido por meu trabalho e acho que é muito bom.
A qualidade do sevicio de dermatologia em curitiba é ótima.
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