segunda-feira, 5 de maio de 2008

MINHA LISTA DE MELHORES MUSICAIS, SEGUNDO MINHA LISTA DE DVDS – PARTE 2

Minha lista de musicais em DVD continua. Clique em cada coisinha em negrito/azul/vermelho (depende do computador) porque selecionei montes de clipes bacanas pra você ver. A primeira parte da lista tá aqui.

A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965), de Robert Wise – ok, certamente não é meu musical favorito. Mas tem muita coisa agradável. E a Julie Andrews cantando e dançando de braços abertos no topo da montanha é um momento icônico do cinema (não encontrei a cena no YouTube. Lá só tem paródias da cena). Sei que tem muita gente que não suporta Noviça. Minha ídola Pauline Kael perdeu o emprego de crítica ao pichar o filme na época de seu lançamento. Sei que é conservador e tal. Mas alguns números musicais funcionam. E eu adoro fazer “The Hills are Alive” com o maridão. Uh, não, não é nada erótico. Consiste na gente estar feliz no meio da natureza, abrir os braços e dar umas piruetas cantando a musiquinha. Na maior parte das vezes o maridão se recusa a participar. É pelo medo do ridículo, mas também de ficar tonto e cair. Não é absurdo como homem tem medo de parecer menos másculo por gostar de musicais? (É com isso que Tratamento de Choque brinca ao forçar o Adam Sandler a cantar “I Feel Pretty”). Acabei de rever Sweeney Todd. Nos extras, a Helena Bonham Carter revela que seu marido Tim Burton odeia musicais e tem medo que o filho vire gay porque Helena vive mostrando-os pra ele. É uma declaração que não faz o Tim sair bem na fita, mas é a realidade prum monte de homens. Ser másculo é preferir tiros e explosões a belos números de dança? Ou seja, ser homem é ter mau gosto? Desde quando?

Núpcias Reais (Royal Wedding, 1951), de Stanley Donen – a história não vale nada, e a qualidade do DVD é das piores. Mas são detalhes se a gente pensar que o filme contém dois dos mais brilhantes números de dança da história do cinema. Aliás, o número pra “How Can You Believe Me When I Said I Love You” com a divina Jane Powell tampouco é de se jogar fora (veja aqui). Mas os que entraram pro olimpo são o do Fred Astaire dançando com o cabide (aqui), e subindo pelas paredes e dançando no teto (veja aqui, e repare no sorrisinho de satisfação que ele dá no fim. Isso que faz o Fred lindo, embora fisicamente ele era bem feinho). Essa cena tá tão bem feita que uma vez gastei os quinze minutos de um intervalo da minha aula de inglês passando a cena pros alunos e tentando descobrir como o pessoal fez isso (porque não parece ter cortes!). Hoje, com o YouTube, ter este filme já não faz o menor sentido.

South Park: Bigger, Louder, and Uncut (1999), de Trey Parker – tem muita coisa datada já, como o Saddam Hussein sendo amante de Satanás, ou a pegação no pé da Winona Ryder. E o filme cai feio na segunda metade. Ainda assim é uma delícia, uma sátira inteligente e divertida. E “Blame Canada” tem a honra de ter sido a única canção repleta de palavrões a ser indicada prum Oscar de melhor música (você pode vê-la aqui).

Por que não tenho A Pequena Loja dos Horrores? Não a comédia dos anos 60 em que o Jack Nicholson faz uma pontinha. Quero o musical de 86 com uma planta carnívora que vem do espaço, o Rick Moranis, e o Steve Martin como dentista sádico. Deveria ser o filme de cabeceira de todo dentista (veja o número do Steve aqui). Sem falar que adoro o encontro não-musical entre o Bill Murray como paciente masoquista e o Steve (aqui).

Acho que eu deveria ter O Mágico de Oz (1939) também, porque a Judy Garland cantando “Over the Rainbow” é única. E admito que adoro Mary Poppins e A Hard Day's Night, ambos de 64.

Mas o DVD que mais faz falta nessa minha lista é Hair (1979), do Milos Forman (e Amadeus, também dele, se a gente considerar Amadeus um musical). Hair tá cheio de imagens psicodélicas e coreografias inspiradas da Twyla Sharp, sem falar que é um filme político, pacifista, contra todas as guerras (esta cena sempre me faz chorar). E agora preciso incluir Sweeney Todd na lista. E talvez Across the Universe.

27 comentários:

Nita disse...

O mágico de oz eu também tenho. Conhcei graças ao vício da minha mãe por esse filme.
E reconheço que queria ter noviça, mas ainda não comprei.

Anônimo disse...

Ta aí South Park é um bom "musical". A serie em si é genuinamente foda. Comecei a "adquirir" desde a primeira temporada já que não há em dvd´s no Brasil, já to até com a nona aqui. E oww maravilha.

Renata disse...
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Renata disse...

Bom... South Park eu e meu irmão adoramos tanto que temos uma lista do wmp que fica tocando o tempo todo como pano de fundo aqui em casa. Junto com o Seinfeld é nossa série favorita e sabemos de cor a maior parte das falas...
Já Hair eu tenho o DVD... e a trilha sonora... e amo de paixão, também sei de cor quase todas as músicas...
Um beijão
Renata

lola aronovich disse...

Nita, O Mágico de Oz não é meu musical favorito, embora goste muito. Nem Noviça. Mas ambos têm uma aura...
Pedrinho, que bom que encontramos UM musical que vc goste. Eu gosto muito de South Park, mas quando tive TV a cabo aqui nos EUA (primeiros 6 ou 7 meses), não vi muito South Park, nem estando à minha disposição. Acho que pensei que gostava mais do que realmente gosto.
Rê, Hair é incrivelmente bom. Muitos críticos torceram o nariz na época, não entendo porquê.

Silvio Cunha Pereira disse...

Estou tentando lembrar algum super-musical que a lolinha esqueceu mas,... Esses aí são de tirar o chapéu.

Kaká disse...

Adoro a Noviça Rebelde, aqui em casa é um clássico. Lembro que quando fui a Salzburg e vi as montanhas dá logo vontade de cantar The hills are alive...
Eu adoro os musicais, todos que vc citou eu também gosto.
Senti falta do Moulin Rouge (eu achom a cena do tango com Roxanne do Police genial).
Vi Across The Universe um dia desses e é daqueles filmes que tive vontade de cantar o tempo todo. Aliás aqui no Brasil podia ter uma sessão sing-a-long.

lola aronovich disse...

O maridão gostou da minha seleção!
Kaká, cantar the hills are alive nos vales austríacos deve ser um luxo!
Até demorou pra alguém reclamar da ausência de Moulin Rouge! Pois é, não gosto do filme. Só o vi uma vez, de repente se eu visse outra gostaria um pouco mais? Minha crítica tá no blog. É só escrever moulin rouge no canto superior esquerdo da tela (onde tá escrito busca) que aparece. Ou Nicole Kidman.

Nita disse...

aaah claro, sweeney todd é um que eu quero comprar também. adorei o musical. tudo bem que fui ao cinema achando que era um filme de suspense, mas acho que acabei gostando mais do que se ele fosse o que a sinopse vendia.

lola aronovich disse...

Nita, sem duvida, o trailer de Sweeney Todd eh a maior propaganda enganosa. Ontem eu vi "Sweeney Todd in Concert" em DVD, que nao eh filme nem peca. Eh so muita gente boa cantando com uma grande orquestra. Gostei, mas o Tim Burton fez umas opcoes interessantes, que deixaram a historia mais sombria ainda. E agora que vi o musical com outros atores (otimos, treinados, musicos profissionais), posso dizer que o Johnny Depp e a Helena Bonham-Carter estao fantasticos! (e o Alan Rickman).

Anônimo disse...

Ah Lolinha, não é o unico...
Eu gostei de Across The Universe, mas também é os Beatles né... Como não gostar ? Mesmo mudando o estilo da musica continuo fodão.

E não só mas já para discordar, Moulin Rouge eu aprecio, na minha opinião é um dos filmes que a Nicole está mais gatosa, ruiva e branquinha, ohh jesus hahaha. Mas aquela parte de Like a virgin foi ridiculo, arruinou um pouco o filme.

Lolla disse...

eu confesso que me falta paciência pra musicais. essa história de geral começar a cantar do nada, não me convence. você deve ter lido o que eu disse de noviça rebelde. junta várias coisas que eu não gosto num filme só. crianças, nazistas, a áustria e a julie andrews.

se bem que os nazistas, pelo menos, usavam uns uniformes bem sexy, não se pode negar.

Anônimo disse...

Ahh eu tenho esse mesmo problema da Lolla aí de cima hahaha, esse negocio de cantar do nada não só não me convence como me irrita, eu quase sai do cinema em XiiCagô, aquela cena das gotas caindo e de repente todo mundo dancando, foi o cumulo. E a historia nao é das piores apenas deveria ter menos musica :/.

Julio Cesar disse...

Mas musical é pra começar a cantar do nada mesmo. É um gênero.

Tem o Dançando no Escuro que eu adoro mas não chega a ser um clássico.

lola aronovich disse...

Pedrinho, muitos Beatlemaníacos mais puristas odiaram Across the Universe! Eu até entendo, porque sou muito purista tb (principalmente com o Chico), mas achei que tudo funciona em Across. Moulin eu me lembro muito pouco do filme. Só que parecia um videoclip prolongado. Lembro do que escrevi na minha crítica, e mantenho: se o Baz Luhrman dirigisse um Fred Astaire ou Gene Kelly no passado, a gente nunca veria o dançarino inteiro. Seria close de pé, close de mão, close de nariz, cenário deslumbrante e colorido. Pra mim uma edição tão picotada mata o número musical. Os musicais antigos tinham pouquíssimos cortes. Mas até quero ver Moulin de novo pra ver se mudo de idéia.

lola aronovich disse...

Lolla, li o que vc falou sobre Noviça. Muita gente acha Noviça o cúmulo do kitsch. E pra piorar, o filme foi lançado no começo de toda uma onda de contracultura. Imagina, 1965! Todas aquelas revoluções pipocando no mundo e o pessoal cantando "The hills are alive"! Mas eu gosto de muita coisa no filme. E adoro a Julie Andrews. Opa! Acabei de lembrar de Vitor ou Vitória! Não sei se é musical ou comédia, mas adoro o filme.
Tirando a Julie, o resto preciso concordar com vc. Tampouco sou muito fã de crianças cantando, nazistas e Áustria - pelo menos nos filmes (isso vale pela Áustria. Nazistas não gosto em nenhum lugar). E sobre os uniformes... Bom, não é à toa que existam filmes chamados "I Love Men in Uniform". É um fetiche (do qual compartilho totalmente).

lola aronovich disse...

Ah, o Pedrinho quer musical sem música! Achar que Chicago valeria alguma coisa pela história, sem os números musicais, é demais. Tô com o Julio: começar a cantar do nada faz parte do gênero. Não é todo mundo que gosta, assim como não é todo mundo que gosta de terror, por exemplo. Terror também segue montes de fórmulas próprias. Pessoas irem sozinhas a lugares desertos e perigosos é uma dessas fórmulas que até os próprios fãs do gênero odeiam. Pensando bem, terror e musicais devem ser os dois gêneros com mais fãs fiéis e mais detratores, não?
É verdade, Julio, tem o Dançando no Escuro. Eu não gostei taaaaanto assim do filme, mas gostei, e chorei um monte (como todo mundo).

Luciano disse...

Nossa, essa do Tim Burton eu não sabia. Pegou mal pra ele! Eu adoro musicais e não tenho problema nenhum em falar.
Lola, e Hairspray e RENT?
O primeiro eu sei que você gostou, e o segundo?

Anônimo disse...

Lola! Pecadora!
Por acaso nao lhe veio a memoria um filme que retrata um pai de familia judeu tendo que quebrar tradição atrás de tradição por causa de suas filhas? Enquanto tem de se refugiar do Czar na América?

LOLA! Um violinista no telhado, filme lindo, com todas as musicas lindas e contando uma historia linda (a qual por sinal, tem um pouco a ver com a historia de meu bisavô).

Mas como um perfeito cavalheiro e democrata, vou ouvir o seu lado da história, antes de condená-la a ficar do lado de Prometeu e seu Gavião lá no inferno de dante.

abraços e beijinhos e carinhos sem fim
Leonardo

lola aronovich disse...

Luciano, pois é, pega mal pro Tim Burton. O pior é que quem conta isso nos extras do Sweeney é a mulher dele! Sabe, eu não vi Rent. Sei que é a peça é muito famosa, mas que filme é esse? Nem conheço!
Leonardo, o meu lado da história é simples: nunca vi O Violinista no Telhado! Mas, como vc acha o filme tão encantador assim, vou vê-lo, prometo. Abração pra vc, e espero que me poupe do gavião no inferno...

OREM 2009 disse...

aqui entao lolinha, uma das musicas do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=RBHZFYpQ6nc

caso nao consiga entrar, procure no youtube por 'fiddler on the roof - if i were a rich man'
beijos
Léo

lola aronovich disse...

Bonitinho, Leo (desculpe, não tinha visto sua mensagem antes). O mais interessante na música é quando ele fala de como seria a esposa se ele fosse um homem rico - ela teria um "queixo duplo"?! Incrível como muda o padrão de beleza... Obrigada, Leo, e vc ganhou, vou pegar Violinista na locadora. Abração!

Luciano disse...

Então, Lola, RENT é um filme bem recente (2005 ou 2006) dirigido pelo Chris Columbos (não sei se ta certo, é aquele dos Esqueceram de Mim) e não tem quase nenhum famoso. Todos os atores são os mesmos do musical da broadway (com exceção de duas). Sei que o Martin Scorcese e o Spike Lee (desculpe-me se estiver errado) estiveram muito tempo envolvidos no filme, mas desistiram, ai sobrou pro Columbos. O filme foi um grande fracasso nos EUA e passou rapidinho só nas capitais no Brasil. Ele nem se pagou. Eu adorei! Muito mesmo, achei ótimo. Assista, aproveite que você esta ai com sua "locadora moderna" (Nekflix??????????).

Fer Guimaraes Rosa disse...

eu sou obcecada pelos musicais da decada de 30, mas um moderno que eu AMOOOOO e ja revi 6646900 vezes e adoro cantar junto com o filme, ou sozinha e esganiçada no chuveiro, eh The Rocky Horror Picture Show! ;-))

bjo,

Anônimo disse...

Lola, nada av com o post, mas vota em pensamento aí. Amanha eu respondo a enquete pra vc saber se estou feliz com os resultados das eleições aqui dos EUA ou não :P

Se o McCain ganhar, to arrumando as malas e voltando pro Brasil!!!

Bjo

Marina disse...

Há muitos anos eu cheguei até o seu blog pois gostei muito do titulo e das criticas de cinema, anos depois cheguei aqui de novo através do twitter, por conta dos textos com temática feminista, e desde ontem (quando resolvi aparecer de novo) leio sem parar (aproveitando que estou gripada e de cama) seus posts desde 1998. E musicais são minha paixão, por isso não resisti e resolvi escrever algo pela primeira vez aqui! Seu blog tem me feito refletir sobre muitas coisas, que é até difícil colocar em palavras. Mas logo que as coisas ficarem mais claras, eu escreverei! Agradeço muito pela sua iniciativa de compartilhar seus textos, criticas, ideias, é bom poder encontrar coisas assim numa internet tomada por coisas superficiais!

Anônimo disse...

Fiquei com uma dúvida. É o Tim Burton que disse que ser másculo é preferir tiros e explosões ou isso é invenção da sua cabeça?