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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

NOS TEMPOS DO JOHN TRAVOLTA

Revi Grease, Nos Tempos da Brilhantina. Tenho o musical em dvd. Aliás, se tem um gênero que vale a pena colecionar é musical, porque a gente (ok: eu) não se cansa de assistir. Tenho vários: Cabaret, Cantando na Chuva, A Noviça Rebelde, Amor Sublime Amor, Núpcias Reais (aquele em que o Fred Astaire dança no teto), Os Embalos de Sábado à Noite, South Park, Chicago, e o indiano Bride and Prejudice. Outro dia a gente gravou três que eu amo, Hair, A Pequena Loja dos Horrores, e Across the Universe. Mas não é a mesma coisa. Meu aparelho de dvd tá fazendo corpo mole pra ler downloads. E por que não tenho Sweeney Todd, que certamente é um dos musicais mais marcantes dos últimos anos?Mas falando em Grease, de 1978: é um clássico. Indiscutivelmente, o John Travolta é um ícone. Eu nunca o achei bonito, mas ele tinha (tem ainda) presença, carisma, e um jeitão de não se levar muito a sério, além de ser um dançarino excepcional. E dá pra notar que o Tarantino viu Grease várias vezes antes de compor o personagem do John em Pulp Fiction. Tem até uma parte em que as meninas passam pra Sandy (Olivia Newton-John) uma garrafa pra ela beber pelo gargalo e, diante da sua hesitação, dizem “Pode tomar. Não temos sapinho”. É a mesma fala que a Uma Thurman diz pro John em Pulp Fiction, quando ela passa seu milk-shake de 5 dólares pra ele tomá-lo com canudinho. Só que aí ele responde: “Talvez eu tenha [sapinho]”. Acho que fazendo um esforço, a gente pode interpretar todo aquele encontro do John com a Uma (num bar que imita os anos 50, ainda por cima) como uma releitura de Grease. Quem eu mais gosto de Grease depois do John é a Stockard Channing, que faz a líder das Pink Ladies. Adoro a cena em que ela canta “Look at me, I'm Sandra Dee”, parodiando a Sandy feita pela Olivia.Tadinha, nada contra a Olivia, mas seu personagem é um zero à esquerda, puro água com açúcar. Pelo menos ela se transforma sozinha no final (ao contrário da transformação forçada de Clube dos Cinco, em que a Molly Ringwald “ajeita” cabelo, rosto e vestuário da Ally Sheedy para que ela possa ser aceita pelo Emilio Estevez, o que nega todo o espírito do filme). E a transformação da Sandy é mais que física, é de atitude. Ela parte do princípio que é superficial e que deve ter mais substância que a sua aparência revela, e daí passa a usar couro justo e cabelo encaracolado. Mas talvez a partir daí ela pare de ficar toda feliz pelo John dar-lhe seu anel, pois isso representaria que ele “a respeita”. Ela se cansa de ser a Sandra Dee dos pobres.Pra ser franca, Grease é uma tragédia nos intervalos dos números musicais. Diálogos sofríveis, atuações exageradas, e toda uma galera que tem que ter 18 anos e não aparenta ter um dia menos do que 35. Mas “Summer Nights” (minha cena favorita de todo o filme é quando os garotos dançam passinho por passinho na arquibancada), “Grease Lightning” e o concurso de dança da escola valem qualquer sacrifício.Minha cena preferida de Grease. Qual é a sua?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CRÍTICA: THIS IS IT / Ensaio de orquestra

É só isso, mas é suficiente.

Juro que gostaria de escrever o maior post balizado e cheio de informações pra vocês sobre o This is it, documentário que mostra os ensaios pra última turnê do Michael Jackson. Mas pra isso eu teria que ser fã do astro pop morto em junho. E lamento dizer que eu não conhecia nenhuma das músicas. Só as dos anos 80 que todo mundo que não tenha sido um eremita conhece: Thriller, Billie Jean, e mais alguma aí que esqueci o nome (Human Nature?).
Quero dizer, eu sou fã do homi em termos. Acho que ele realmente foi um astro de primeira grandeza, super profissional e competente no que fez, tanto como cantor quanto como dançarino e compositor. Mas como pessoa ele era esquisitão. E o Michael é um caso típico em que sua persona não conseguia se desvencilhar do artista. Vinha o pacote completo. Fã de verdade do MJ ama o cara inteirinho, do nariz deformado pelas cirurgias ao seu hábito de soletrar a palavra l.o.v.e (tá no trailer, e é patético, cafona pacas). No cinema pra estreia internacional do This is it tava cheio de fãs fieis. Não que a sala estivesse cheia, bem entendido. Não estava, tava até meio vazia na sessão que eu fui, na quarta. Mas quem tava lá, tirando eu e o maridão, era fãzona do cara. E sabe quando você percebe que não é gente que tem o costume de ir ao cinema? Meio como quem foi ver Dois Filhos de Francisco. Tem um pouco de elitismo estúpido na minha colocação, eu sei (e lamento). Até parece que só gente que não está aconstumada a ir ao cinema fala durante a sessão inteira! Não sei, e perdoem a heresia, mas quando as luzes se acenderam e eu vi um monte de gente chorando, eu me senti no final da sessão de A Paixão de Cristo. Fãs devotos mesmo.
No entanto, eu gostei de This is it. Lógico que o troço não teria sido lançado se o Michael não tivesse morrido (e ainda mais jovem, aos 50 anos). Mas é um documentário honesto, cheio de louvação ao ídolo, feito descaradamente para os fãs. Não é pretensioso, não tem narração, não se beneficia de uma estrutura criativa, nada. São só algumas câmeras que registraram ensaios, e o filme tem a finesse de transmitir suas intenções de cara, ainda nos créditos.
O chato é que o Michael dá muito pouco de si. Propositalmente, claro: ele diz que quer guardar a voz, e por isso prefere não cantar pra valer nos ensaios. E nem dançar tudo que sabe. Logo, o que vemos é bem meia boca, e é triste saber que ele estava se poupando para um momento que não veio (segundo fãs revoltados, ele estava doente demais para se movimentar no palco). Mas o filme compensa esse “desleixo” do Michael com cenas bacanas de dançarinos, guitarristas e músicos que têm que dar seu 100% o tempo todo. E não há dúvida que todos os envolvidos numa turnê dessa magnitude são os melhores em seu ramo. Principalmente os dançarinos. Ah, por mim o filme podia se centrar só neles, mostrando mais de que países vieram, como foram os testes, o que a aprovação significa para suas carreiras. Sabe, uma espécie de Chorus Line? Não o filme com o Michael Douglas, que deixa a desejar (embora eu goste), mas o musical que fez tanto sucesso em todo o mundo na década de 80. Eu vi a Claudia Raia em SP na época. As canções e os números de dança de Chorus Line são espetaculares. Ok, os fãs do Michael iriam chiar em ter que ver um bando de bailarino desconhecido. Mas é tocante como esses dançarinos louvam o astro pop. Sério, é bonito ver a felicidade de um grupo de excelentes profissionais que cresceram vendo e ouvindo seu ídolo podendo finalmente trabalhar ao lado dele. Dizem que a verdadeira consagração surge quando a pessoa é respeitada pelos seus iguais, e isso é o que mais se vê no documentário. Se bem que eu fiquei pensando: putz, todos esses caras dançam muito e eu idolatraria qualquer um deles (foi meio humilhante quando tentei estalar os dedos ao som de uma canção). Qual a diferença entre eles e o Michael, ou entre o Gene Kelly e o Donald O'Connor (que tem aquele número mágico em Cantando na Chuva, “Make Them Laugh”)? É porque um só dança, e o outro, além de dançar um bolão, também faz as coreografias? Nunca entendo isso.
Mas enfim, não vá esperando um biopic contando a trajetória do ídolo. O filme não dedica um segundo sequer à vida pessoal ou à morte do Michael. Tudo é ensaio. É realmente como ver um pedacinho do show que ele iria apresentar em Londres.
Por coincidência, eu tava lendo na edição da Vanity Fair de setembro umas transcrições de entrevistas que uma jornalista fez com o Michael durante quase vinte anos, de 1972 a 89. E o que ela conta é que, quando entrevistou o menininho de dez anos pela primeira vez, já avisou um amigo: “Esse menino será o maior cantor de todos os tempos, que nem o Frank Sinatra”. This is it confirma que foi justamente isso que ele foi.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

CRÍTICA: MAMMA MIA / Eu queria um musical arrebatador

- Mãe, por que estamos tão rosas? O iluminador faltou?

Hoje chega ao Brasil Mamma Mia!, que fez tanto sucesso nos EUA (nada como Batman, lógico, mas entre os filmes “pra mulheres”, só perde pra Sex and the City) que algumas salas seguem reservadas para um sing along (sessão em que as espectadoras são encorajadas a cantar no cinema). Eu tinha tudo pra amar Mamma: sou mais ou menos da faixa etária do público-alvo (talvez alguns anos mais nova), adoro a Meryl Streep, sou apaixonada por musicais, e passei minha pré-adolescência ouvindo ABBA. Então por que não gostei tanto?

Sinceramente? Porque tá mal-feito. Um crítico americano disse que Mamma pode entrar pra história como o musical com a pior coreografia em cem anos de Hollywood, como se o pessoal tivesse começado a filmar já no primeiro dia de ensaio. E é verdade. Desperdiça-se bastante ao fazer um musical só com canto, sem dança. Existe apenas um belo número, “Dancing Queen”. Meryl e suas duas amigas saem cantando por uma Grécia encantadora, e, no caminho, todas as mulheres largam seus afarezes e as seguem, cantando também. Essa cena é tão liberadora que chega a ser tocante. Duas lagriminhas rolaram pela minha face, e notei que a madame sentada ao meu lado chorou também. Mas é pouco. Um número marcante num musical cheio de canções viciantes?! E ainda por cima baseado num show da Broadway que já vendeu mais de 30 milhões de ingressos?

Meryl está ótima, como sempre, e canta muitíssimo bem. É ela a alma do filme. Mas a fotografia trata pessimamente mal mãe e filha. Meryl aparece sempre com os olhos vermelhos e o rosto muito rosa. E a filha, feita por Amanda Seyfried (da série de TV Big Love; a garota mais burrinha de Meninas Malvadas), tem olhos enormes saltando das órbitas, o que deveria vir com manual de instruções do tipo “proibido closes”. O efeito é assustador. Às vezes ela lembra um batráquio; noutras, faz muitas caretas (inclusive, todas as jovens do filme têm olhos claros e a mesma expressão: olhos arregalados e boca aberta), e seu canto é nulo. Acho que ela é até docinha, mas a impressão é a de uma atriz fraca.

Nada se comparada à impressão deixada pelo Pierce Brosnan (007). Quando o Pierce cantou os primeiros acordes de “S.O.S.”, o pessoal no cinema engasgou, e em seguida caiu na gargalhada. É ruim assim. Indescritivelmente ruim. Você vai ter que pagar ingresso pra ver. Eu só pensei: “Iiic! O que é isso saindo da boca dele? Uma voz?!”. Nessas horas Mamma vira filme de terror. O grande suspense é imaginar quando que ele vai cantar de novo. E ele canta mais uma vez, tão terrivelmente mal como da primeira. Olha, não tenho nada contra o Pierce. Enquanto ele tá só decorativo no filme, não há problema. Mas não deixem o carinha se aventurar no canto, por favor! O Colin Firth se sai um pouquinho melhor, e o Stellan não tem que cantar mais que duas linhas. Acho que ele só tá no filme por ser sueco, como o grupo pop.

Mas os três são lindos, e é legal ver homens de verdade de vez em quando. Tudo bem que a gente sabe que todos os astros e estrelas fazem plástica, usam Botox, estão ultra-maquiados e tal, mas há limites. Uma perna magrinha (que é o que acontece com quase todas as pernas masculinas depois de uma certa idade) é difícil de disfarçar. O Colin tem papada, e quer saber? A gente não liga. Ele é sexy de qualquer jeito. Claro que, se ele fosse mulher, não teria mais trabalho em Hollywood há no mínimo cinco anos... Ou você acha que toda atriz consegue ter uma carreira como a da Meryl? A única restrição que faço a ela é que todas as canções da ABBA começam com um solo, e logo um coro se junta. Aqui no filme o coro também se junta, mas na maior parte não o vemos. O que vemos é a Meryl cantar como se fosse umas cinco.

Outro problema é que a filha tem 20 anos. Ou seja, tudo isso aconteceu duas décadas atrás. Eu posso acreditar numa boa que esse pessoal (Meryl, Pierce, Stellan & cia.) tenha 50 anos, mas pedir pra que eu creia que eles têm 40 é um pouco demais. Na vida real, a Meryl tem quase 60. Ela passa por 50, sem dúvida, mas 40?! Ninguém diz especificamente que eles têm 40, só que tá implícito. Os rapazes se vestiriam de hippies e metaleiros aos 30? Mais difícil de acreditar. E a Meryl conta que, quando engravidou, sua mãe a pôs pra fora de casa. Eu só pude pensar: você não deveria estar morando com a mãe aos 30, querida.

Como Mamma Mia! é dirigido por uma mulher, Phyllida Lloyd (conhecida por seu trabalho na ópera), escrito por uma mulher, produzido pelo casal Rita Wilson e Tom Hanks, estrelado por mulheres (o que não é nada comum), e feito pra seduzir mulheres mais velhas, eu tenho que elogiá-lo um pouco. Por exemplo, adorei as duas melhores amigas da Meryl. Uma é a Julie Walters (de A Educação de Rita e Billy Elliot. Tá, tá: ela faz a Molly na franquia Harry Potter), que canta “Take a Chance on Me”. A outra é Christine Baranski (de Grinch e Chicago, quer dizer, não sei quem é, mas o rosto parece familiar), que conquista a platéia cantando “Does Your Mother Know”, em que breca as intenções de um rapaz que pode ser seu filho.

Eu já disse na minha cri-crítica do trailer que pedir pra Meryl optar por um dos três lindões é pior que a decisão que tem que tomar em A Escolha de Sofia. Mas na realidade não há muito o que escolher. O sortudo já tá selecionado desde o comecinho. No entanto, Mamma tem recadinhos feministas, como falar que casar-se jovem não tá com nada, que o mais importante é ter um sonho. E, principalmente, que a vida não acaba aos 40. Hollywood nos ensina exatamente o contrário em todo santo filme. A Meg Ryan que o diga.Stellan, Pierce e Colin: Mery Streep revive sua escolha de Sofia. Vou realizar uma enquete pra você também ter que optar por um dos três.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

ESQUILOS NÃO SE COMPARAM A GATOS, E MINHAS IDÉIAS SENSACIONAIS

Com todo respeito aos esquilinhos, de quem sinto muitas saudades, nada pode bater um gatinho como esse meu Calvin. Esquilos são estupidamente fofos e tal, mas não dá pra tocar neles - quer dizer, alguns são bem abusados, então acho que até dá. Só que com a paranóia dos americanos, teria que levar uma injeção anti-rábica no ato! E vale a pena aguentar uma vacina que dói pra caramba em troca de alguns segundos de pêlo macio? Além do mais, eles são bastante interesseiros. Se você não estiver abastado de amendoins, capaz dos esquiludos nem aparecerem. De toda forma, muitos beijos pros meus esquilinhos de Detroit! Espero que vocês estejam bem, armazenando muitas nozes pro inverno que já já chega aí (e chega pra ficar).

Agora, vamos comparar esquilos com um gato, tipo o Cal. Tá, pode ser a minha outra gata também, a Blanche. Mas ela é perigosa, tem garras, e às vezes parece muito mais concentrada em destruir uma caixa de papelão que em mim. Portanto, o Cal. Ele não vem pra cá pra comer (tem comida às pampas na casa da minha mãe), se bem que não dispensa uns quitutinhos que eu trouxe dos EUA (tudo marca que tem aqui, as mesmas). Vem pra cá pra dormir, pra ser admirado e acariciado, não sei em que ordem. É só olhar prum gato zen que eu sossego também. Poucas coisas são tão relaxantes na vida como um gato dormindo. Economizo horrores em spas e ioga.

Já falei pra vocês da Rum Rum Terapia? É mais uma idéia genial minha, mas algum empreendedor(a) pode adotar. É o seguinte: você vai a um lugar bem relax, com luz difusa, e deita numa caminha confortável. Um gato vai pra cima de você, e você fica acariciando-o, até ele fazer rum-rum. Juro que não existe nada mais zen. Uma vez, na sétima série, alguém foi fazer uma demonstração de uma aula de meditação na escola, e foi uma delícia. Eu peguei no sono na hora e sonhei com uma única imagem: um sorvete da cor do céu. Foi a imagem mais relaxante que eu já tive. Mas perde fácil pra imagens de gatinhos dormindo, e do barulhinho de rum-rum que eles fazem.

Outra grande idéia minha não tem tanto a ver com gatinhos. É pra academias de ginástica. Ao invés de aeróbica, lambaerótica e sei lá o quê, que tal exercícios de imitação a musicais? Você põe uns números de Grease e Cantando na Chuva num telão, e todo mundo tenta imitar o John Travolta e o Gene Kelly nos números acrobáticos. Eu já fiz isso aqui em casa com um menininho de nove anos e foi super divertido (sem falar que tanta ginástica quase me rendeu um ataque cardíaco). Dá pra fazer com gatos também. O gatinho que eu tinha antes, Freud (Fru pros íntimos), adorava acompanhar meus números de dança. Duvido que esquilinhos se sujeitem a isso. Ó, se alguém disser que alguma das minhas idéias hiper engenhosas já existe, fico de mal.

Mas olha só que esquisito: este post foi escrito há umas duas semanas, embora minhas idéias fantásticas tenham anos. Nos EUA, acabaram de inventar uma espécie de dança-ginástica. Mulheres se reúnem num salão e dançam, juntas, de qualquer jeito que quiserem, durante uma hora e meia. As regras são: homem não entra (pra que não fiquem julgando as participantes, e também pra não ficarem encostando), bebida é proibida, não se pode julgar e nem falar. É só pra dançar mesmo, e custa cinco dólares. Eu acho legal (se bem que permitiria a entrada de homens, pelo menos dos homens educados e inofensivos, tipo o maridão), mas eu fazia isso aqui em casa, de graça, com a companhia do meu gatinho Fru, há mais de dez anos.

Metade da minha gatinha Blanche no seu paraíso particular (destruindo caixa de papelão).

segunda-feira, 5 de maio de 2008

MINHA LISTA DE MELHORES MUSICAIS, SEGUNDO MINHA LISTA DE DVDS – PARTE 2

Minha lista de musicais em DVD continua. Clique em cada coisinha em negrito/azul/vermelho (depende do computador) porque selecionei montes de clipes bacanas pra você ver. A primeira parte da lista tá aqui.

A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965), de Robert Wise – ok, certamente não é meu musical favorito. Mas tem muita coisa agradável. E a Julie Andrews cantando e dançando de braços abertos no topo da montanha é um momento icônico do cinema (não encontrei a cena no YouTube. Lá só tem paródias da cena). Sei que tem muita gente que não suporta Noviça. Minha ídola Pauline Kael perdeu o emprego de crítica ao pichar o filme na época de seu lançamento. Sei que é conservador e tal. Mas alguns números musicais funcionam. E eu adoro fazer “The Hills are Alive” com o maridão. Uh, não, não é nada erótico. Consiste na gente estar feliz no meio da natureza, abrir os braços e dar umas piruetas cantando a musiquinha. Na maior parte das vezes o maridão se recusa a participar. É pelo medo do ridículo, mas também de ficar tonto e cair. Não é absurdo como homem tem medo de parecer menos másculo por gostar de musicais? (É com isso que Tratamento de Choque brinca ao forçar o Adam Sandler a cantar “I Feel Pretty”). Acabei de rever Sweeney Todd. Nos extras, a Helena Bonham Carter revela que seu marido Tim Burton odeia musicais e tem medo que o filho vire gay porque Helena vive mostrando-os pra ele. É uma declaração que não faz o Tim sair bem na fita, mas é a realidade prum monte de homens. Ser másculo é preferir tiros e explosões a belos números de dança? Ou seja, ser homem é ter mau gosto? Desde quando?

Núpcias Reais (Royal Wedding, 1951), de Stanley Donen – a história não vale nada, e a qualidade do DVD é das piores. Mas são detalhes se a gente pensar que o filme contém dois dos mais brilhantes números de dança da história do cinema. Aliás, o número pra “How Can You Believe Me When I Said I Love You” com a divina Jane Powell tampouco é de se jogar fora (veja aqui). Mas os que entraram pro olimpo são o do Fred Astaire dançando com o cabide (aqui), e subindo pelas paredes e dançando no teto (veja aqui, e repare no sorrisinho de satisfação que ele dá no fim. Isso que faz o Fred lindo, embora fisicamente ele era bem feinho). Essa cena tá tão bem feita que uma vez gastei os quinze minutos de um intervalo da minha aula de inglês passando a cena pros alunos e tentando descobrir como o pessoal fez isso (porque não parece ter cortes!). Hoje, com o YouTube, ter este filme já não faz o menor sentido.

South Park: Bigger, Louder, and Uncut (1999), de Trey Parker – tem muita coisa datada já, como o Saddam Hussein sendo amante de Satanás, ou a pegação no pé da Winona Ryder. E o filme cai feio na segunda metade. Ainda assim é uma delícia, uma sátira inteligente e divertida. E “Blame Canada” tem a honra de ter sido a única canção repleta de palavrões a ser indicada prum Oscar de melhor música (você pode vê-la aqui).

Por que não tenho A Pequena Loja dos Horrores? Não a comédia dos anos 60 em que o Jack Nicholson faz uma pontinha. Quero o musical de 86 com uma planta carnívora que vem do espaço, o Rick Moranis, e o Steve Martin como dentista sádico. Deveria ser o filme de cabeceira de todo dentista (veja o número do Steve aqui). Sem falar que adoro o encontro não-musical entre o Bill Murray como paciente masoquista e o Steve (aqui).

Acho que eu deveria ter O Mágico de Oz (1939) também, porque a Judy Garland cantando “Over the Rainbow” é única. E admito que adoro Mary Poppins e A Hard Day's Night, ambos de 64.

Mas o DVD que mais faz falta nessa minha lista é Hair (1979), do Milos Forman (e Amadeus, também dele, se a gente considerar Amadeus um musical). Hair tá cheio de imagens psicodélicas e coreografias inspiradas da Twyla Sharp, sem falar que é um filme político, pacifista, contra todas as guerras (esta cena sempre me faz chorar). E agora preciso incluir Sweeney Todd na lista. E talvez Across the Universe.

domingo, 4 de maio de 2008

MINHA LISTA DE MELHORES MUSICAIS, SEGUNDO MINHA LISTA DE DVDS – PARTE 1

Esses são os DVDs que tenho de musicais. E se eu tenho o filme é porque gosto muito dele. Pode ser, portanto, que esta seja minha lista dos melhores musicais da história, pra mim, na minha opinião pessoal. Musical é complicado de escolher, já que existem números de dança e canções maravilhosas espalhadas por inúmeros filmes. Mas pra isso a gente tem That's Entertainment (que faz uma bela compilação) e YouTube. Eu tô analisando mais o conjunto da obra mesmo, não números individuais. A lista tá em ordem alfabética. E eu dividi o post em duas partes porque ficou longo demais. Clique em cada link - selecionei um monte de coisa legal pra você ver.

Amor Sublime Amor (West Side Story, 1961) – o número “America” já vale o filme porque, além de uma coreografia incrível, trata-se de uma canção subversiva. O casal de protagonistas não convence (embora eu goste da Natalie Wood cantando “I Feel Pretty”, que foi parodiada de um modo fofinho na única cena que se salva em Tratamento de Choque), mas os coadjuvantes carregam a história. E coreografar um estupro não é pra qualquer um.

Cabaret (1972), de Bob Fosse – você deve ter notado como eu não consigo tratar de nenhum musical sem mencionar Cabaret. É o parâmetro de qualidade. Mesmo que todos os números musicais no filme não fossem absolutamente perfeitos, ainda teríamos um excelente documentário sobre a ascensão do nazismo na Alemanha (veja esta cena de dois minutos e me diga se ela não é mais eloquente que muitos tratados sobre o tema), e quiçá a primeira produção mainstream a ter um personagem gay (ou bi) que não seja ridicularizado.

Cantando na Chuva (Singing in the Rain, 1952), de Stanley Donen e Gene Kelly – outro parâmetro. Não preciso mais falar como amo esse filme.

Chigago (2002) – pode não estar no mesmo patamar dos outros filmes aqui, mas ainda assim é respeitável, principalmente pela presença da Catherine Zeta Jones e da Queen Latifah. Não me canso de ver algumas partes.

Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, 1977), de John Badham – na real, é mais drama que musical. Mas como tem vários números de dança e o filme é lembrado mesmo pela trilha sonora dos Bees Gees e pelo John Travolta andando pelas ruas de Nova York (todo mundo devia andar com aquela auto-confiança!), pus aqui. Bom, pra mim foi um filme marcante. Eu tinha dez anos quando foi lançado, nova demais pra frequentar as discotecas que invadiram o Brasil por causa da novela Dancing Days. Aí eu ia nas matinês. Minha preferida se chamava Banana Power. E eu fazia sessões de dança lá em casa pros meus amiguinhos. Ia todo mundo lá e a gente ficava imitando os movimentos do Travolta em Embalos e Grease. Eu também lembro que uma vez preparei um clima de terror pruma amiga. A trilha sonora era “Night on Disco Mountain”, de Embalos.

Grease (1978), de Randal Kleiser – não importa que os adolescentes do filme pareçam ter mais de 30 anos, ou que a trama seja bobinha que só ela. Tá cheio de música boa. É o filme que fez a Stockard Channing ter um lugar reservado no meu coração. As coreografias são menos felizes, mas, ainda assim, dá vontade de imitá-las. Aliás, tenho uma idéia fantástica pra uma nova modalidade de ginástica: imitação de coreografias consagradas. A gente fica vendo o filme em pé e tentando dançar como o Gene Kelly ou o Travolta. Eu fiz isso com meu amiguinho de 9 anos e saiu uma caca, mas pelo menos a gente morreu de rir e deve ter perdido muitas calorias. O que mais uma academia de ginástica pode querer? Pode copiar que eu não cobro royalties.

A segunda parte da minha lista tá aqui.