O que esta refilmagem tem de bom é detalhar mais a infância difícil do Michael Myers. O pobre menino tem motivos de sobra pra se tornar um serial killer. Minha opinião é que qualquer um que use máscara de palhaço deformado tem problemas e deve ser internado imediatamente. Fora isso, a mãe do guri trabalha como stripper e é abusada verbal e fisicamente por homens (o que mora com ela no momento ainda tem olhos pra filha adolescente), e garotos da escola esfregam fotos da mãe nua na cara do Michael. Quando o Malcolm McDowell como psiquiatra aparece pra dizer que o garoto é um psicopta em potencial, a gente pensa que o cinema em coro vai gritar “Bidu!”. No ínicio o Michael se diverte torturando e matando bichinhos, gatos e ratos. Depois decide que já está pronto pra experimentar com bichos maiores, como um valentão do colégio. Daí é um pulo pra ele chegar às suas vítimas favorita – babás. De preferência babás atrevidas que levam seus namorados pra transar em casa. Aqui o sexo é punido com morte mesmo. O Bush e o Papa ficariam orgulhosos.
Michael vai montar e desenhar mais máscaras ainda, tudo pra esconder como ele é feio (e ele nem feio é!). Mais adiante ele fica tão cabeludo que nem dá pra ver seu rosto, e ele pára de falar. Não é uma boa companhia. Só não entendi em que momento ele se torna sobrenatural. Será que uma aranha radioativa o mordeu, pra ele virar indestrutível, e a câmera esqueceu de mostrar? A mensagem do filme é conservadora até a medula, não só por exibir meninas que fazem sexo e por isso merecem morrer, mas também por defender a pena de morte pro Michael. “Halloween” insiste que não tem por que alguém tão cheio de maldade continuar vivendo. Esse tipo de mentalidade parece estar na moda nos EUA, com o lançamento de três filmes prestigiando os justiceiros que pregam a pena capital com suas próprias mãos (“Valente”, com a Jodie Foster, “Death Sentence, com o Kevin Bacon, e “Illegal Tender”, com ninguém minimamente conhecido).
Além do Michael passar a ter poderes especiais pra aturar tantas facadas e tiros, ele também cresce pra caramba. O maridão pergunta se todos os atores do filme tinham que ter menos de um metro e meio de altura pro vilão parecer enorme. Não sei, só sei que não existe a menor chance de um grandalhão de mais de dois metros portando uma máscara medonha rondar um subúrbio americano e ninguém perceber. Num segundo algum vizinho apavorado chamaria a polícia. É sério. Quer um exemplo da vida real? Em Chicago, uma massagista branca foi atender a uma cliente num subúrbio. O marido, negro, e o filhinho, ficaram brincando na rua, esperando a mulher terminar. Em cinco minutos onze vizinhos ligaram pra polícia, que foi lá e prendeu o cara. Pelo jeito o direito de ir e vir não existe por aqui.
Ainda sobre o tamanho descomunal do Michael, alguém me explica como uma moça com um namorado anão vê um sujeito de dois metros fantasiado de fantasminha e acha que é o chamego dela. E tem uma hora em que o Michael poupa uma babá por notar que ela é sua irmã, que ele não via desde que a menina era bebê. Ahn, eu não sabia nem que o bebê era menina, e o Michael olha pra uma mulher feita e pensa “Minha irmã!”? Uau, ele é sobrenatural mesmo! Pra fugir dessas baboseiras, minha dica é: deixe a sessão assim que o Michael deixa de ser garoto. Afinal, o Michael gigante a gente já conhece de mil e uma péssimas sequências. Fique só com a origem do mal.
2 comentários:
Looooola, vou comentar aqui um post de 10 mil anos atrás mas tudo bem. Amei a sua crítica, mas sobre algumas coisas que penso... Sinceramente não acho que o filme passe valores conservadores, o que vocÊ citou é na verdade mais um dos clichês dos filmes de terror: Faça sexo e morra! Eu também achei a segunda metade do filme chata, que ao contrário do de 78, mesmo quando começa a perseguição o filme tem uma atmosfera "legal", assustadora. O que realmente não gostei em Halloween ( que na verdade foi depois divulgado como "Halloween: O início) foi que o terror não foi explorado na segunda metade do filme. Tudo o que vocÊ falou é verdade mesmo, sobre o fato inacreditáel de ninguém da vizinhança ver o cara (que pra mim fica mais inacreditável ainda no de 78, parecia até que as únicas casas habitadas da rua eram aquelas da Lee Curtis e da amiga), em nenhum dos filmes foi deixado claro que Michal havia adquirido poderes sobrenaturaus ou o dom da imortalidade mas ele sobreviveu à oito filmes na base de tiros e facadas. Mas às vezes penso na idéia de que se tem um psicopata assassino, sempre vai ter um doido pra querer imitar o que ele fez, ou talvez eu veja Myers como um E.T (hehe). Mas certos clichÊs do terror nem valem a pena ser discutidos, as histórias são doidas, você põe um carro possuído que sai matando o povo sem explicação (que explicação né?), e faz sucesso, como podemos ver no clássico "Christine o carro assasino". Parabéns pelo trabalho que vem fazendo no seu blog Lola, principalmente sobre feminismo.
Então apesar dele ser grande , ele sabe se esconder muito bem e rápido ,assim as vítimas são pegas quase sempre de surpresa
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