O diretor Stephen Sommers, o mesmo de “A Múmia”, dedica essa atrocidade a seu pai, a quem ele obviamente nunca foi muito chegado. Você pode até achar massa os cenários e efeitos especiais de “Van Anta”, mas lembre-se: a superprodução custou 200 milhões de dólares. Hum, com essa grana dava pra botar mais 5 reais no salário mínimo brasileiro sem aumentar o rombo da previdência. Mas não podemos misturar arte e política. Afinal, os americanos gastam os tubos pra fabricar cinema de entretenimento de altíssima qualidade. Burp. Desculpe, acho que arrotei.
E por falar em qualidade. Os diálogos aqui são o fim. Por exemplo, o destemido Van Bam-Bam dá um treco pra Kate e a instrui a cortar o dedo de um carinha se ele não cooperar (esses são os mocinhos da história. Como sabemos pela Guerra do Iraque, até os heróis têm que usar métodos de tortura). A Kate replica: “Vou cortar outra coisa”. Um grupo de guris perto de mim riu e gritou “Caraca!”. É, acho que era a isso que ela se referia. Daí o assistente do Van Helsing, terrível contra os insetos, só contra os insetos, que funciona como alívio cômico sem graça, desenvolve uma arma que imita a luz do sol, mas ele não sabe pra que serve. Vejamos: vampiros... Trevas... Morcegudos morrem quando expostos ao sol... Mas nossos brilhantes heróis só vão descobrir a utilidade de tal invenção no final, sabe? E lógico que existem várias horas do chá na película. Eu explico. O vilão vai morder a mocinha. Basta mordê-la e ela morre, ou algo terrível desse tipo. Mas antes o vilão passa uma eternidade ameaçando a beldade, e ela se salva na hora h. Troca o disco, gente! Quer mais? Olha, tem uma cena muito esquisita: um lobisomem tá meio agachado, de costas, e o assistente aciona um símbolo fálico automático e parte pra cima dele a mil. É só minha imaginação fértil ou nada é por acaso? Ah, e tem também a indefectível cena de veículos explodindo. O chato é que, como a ação se passa no século 19, não há carros. O jeito é carruagem ir pelos ares. Agora, o que possivelmente pode fazer uma carruagem explodir? A flatulência dos cavalos?
Outro ponto legal é o da censura. “Van Bobo” é PG-13 nos EUA, ou seja, os menores de 13 devem ir acompanhados de seus infelizes pobres pais. Mas como uma aventura tão violenta, com mortes e monstros o tempo inteiro, pode ser classificada assim? Fácil. É só tirar qualquer conteúdo sexual e tudo passa. Os lobisomens são 100% peludos mas, quando eles voltam à posição Homem, eles já surgem com uma tanga à la Tarzan. Se pelo menos o filme mostrasse os balangandãs dos sujeitos, talvez eu não tivesse dormido tanto durante a sessão. E note que as noivas do Drácula viram monstras voadoras nuas, mas – detalhe – sem os mamilos dos seios. Este detalhe é fundamental. Mamilo de seio é quatro anos a mais de censura na certa! Viva o liberalismo americano!
A menos que “Van’ Bora” vá (Deus proíba) indiscutivelmente mal na bilheteria, pode ir se preparando pra parte 2. Eu adoraria prestigiar a continuação, mas estarei ocupada na ocasião afiando meus crucifixos. Ou são estacas que matam esse lixo puro?
2 comentários:
Este tipo de filmes que eu amo, terror e horror são para o meu gosto , como uma nova série de Terror Eu tenho Biendo , me fascina.
Lola,assino em baixo de tudo aue vc edcreveu.Sua crítica é fantástica. O filme é uma droga,uma palhaçada. Nunca vi um Dracula tão canastrão!Roteiro péssimo. Só prestaram as vampiras nas cenas iniciais.
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