A trama se passa num reino distante comandado por um tirano, o John Malkovich. Ele começa reclamando que sente falta de sua pedra, roubada por alguma princesa rebelde aliada aos lutadores da liberdade ou algo assim. Será que as pet rocks já existiam na Idade Média? (lembra, né, das pedrinhas de estimação? Ou você não viveu os anos 80?). Mas aquela jujuba azul gigante não é uma pedra preciosa, é um ovo. E de dentro nascerá um pequeno réptil, que é até fofinho ao sair da casca, mas à medida que cresce, “fofo” não é um adjetivo que se aplicará a ele. Parece mais saído de “Parque dos Dinossauros”. A gente aprende que um dragão só nasce pro seu futuro cavaleiro. Se o cavaleiro morre, o dragão caput, morre também. Ou seja, um dragão é muito fiel e só permite ser montado pelo seu mestre. A frase está repleta de duplo sentido, mas a culpa não é minha. É do dragão! O pobre réptil tinha várias almas pra escolher como cavaleiro, e escolhe logo o novato e inexpressivo ator loiro Edward Speleers. Como o rapaz é imprudente e doido de vontade de salvar o mundo, imagino que o dragão tenha pensado mais de uma vez, “Onde é que fui amarrar meu burro?”.
Crente que o maridão saberia alguma coisa sobre dragões, só porque ele viu “História sem Fim”, perguntei pra ele se todo santo dragão voa. Ele respondeu: “Não, claro que não. E nem todo dragão tem asa. Mas eu já vi dragão sem asa voando”. Apesar do meu intelecto privilegiado, é difícil acompanhar esse raciocínio torpe, então tive que interromper: “Amor, deixa eu recapitular minha pergunta: se até dragão sem asa voa, todo dragão voa?”. Mas ele se embananou mais uma vez e achei que a conversa estava se parecendo muito com minhas dúvidas sobre baratas (“toda barata voa?”), e frente à indecisão dele, decidi encerrar o assunto.
Logo chega o Jeremy Irons pra ajudar. E aqui surgiram meus desapontamentos iniciais com o dragão. Pra começar ele tem a voz da Rachel Weisz (“Jardineiro Fiel”). Mas é daquelas vozes recheadas de razão e sabedoria, um porre de ouvir. E depois que ele não topa carregar muito peso. Com todo aquele tamanhão e aquelas asas, ele não consegue levar o rapaz, o Jeremy e uma moça que não deve pesar nem quarenta quilos? Tinha esperanças que ele resolvesse o problema do transporte coletivo que certamente já existia na Idade Média. Opa, eu disse Idade Média? Olha, parece com a Idade Média, todo mundo se veste como na Idade Média, tem reis e camponeses como na Idade Média, mas não é a Idade Média. É um mundo de fantasia, como o dos “Anéis”. Inclusive todo mundo tem nome estranho como Brom, Zurda e Galbatorix. O dragão em si se chama Safira. Qual o feminino de dragão? É draga? Até perguntaria pro maridão expert em dragões se todos os dragões são fêmeas, mas depois da divagação sobre capacidade de vôo, desisti.
4 comentários:
Os críticos americanos odiaram porque o filme é uma porcaria em comparação com o livro do mesmo... '-'
E não haverá continuação, pois muitos dos personagens do livro extremamente importantes nem sequer mencionados no filme são, enquanto outros que morreram no filme deviam aparecer no filme 2.
Ah, você disse que no filme elfos apenas são mencionados, errado, a garota que Eragon salva da prisão, Arya, é uma elfa... '-'
E ai biel, prazer em conhecer, concordo plenamente com você, eu achava o filme muito legal, mas ai um amigo meu me mostrou o livro, e eu achei muito superior, e sem duvidas muito legal...'-'
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