segunda-feira, 7 de julho de 2008

CRÍTICA: HANCOCK / Hancock, o manifesto capitalista

- E meu símbolo é a águia. Isso lembra alguma coisa?

O mais recente filme de super-herói, Hancock, tem tudo pra agradar... a direita cristã. Só não sei se eles verão a aventura, já que não são muito chegados a negros, ou a Hollywood. Mas tô falando sério: Hancock segue à risca o manual do que as pessoas mais retrógradas dos EUA gostam. Senão, vejamos:

- os primeiros vilões que nosso super-herói desleixado (feito pelo Will Smith) tem que combater não são americanos. Não sei a que nacionalidade pertencem - provavelmente são imigrantes ilegais que vieram trazer o crime organizado à América (porque este seria um país sem marginalidade, se não fossem os imigrantes). Enquanto ameaçam Hancock com armas, falam numa língua estrangeira, mas quando o herói vira a mesa, eles imploram em inglês. Hancock desdenha de um marginal: “Ah, agora você fala inglês?!” Essa é uma queixa frequente da direita cristã contra os imigrantes, que eles nem aprendem inglês.

- o bully que atormenta o menininho americano tão querido é francês. E fala inglês com sotaque risível. Ou seja, é um outro imigrante nojento. Americano odeia francês com todas as forças desde que a França foi contra a invasão do Iraque. Naquela época, muitos ianques decidiram trocar o nome das batatas-fritas, French fries, para freedom fries (batatas da liberdade). Eu não tô inventando.

- a direita cristã tem certeza absoluta que os gays arderão no fogo do inferno, e Hancock, pra não decepcioná-la, tá cheio de homofobia. Não vou nem mencionar a gag asquerosa do herói enfiando a cabeça de um detento no bumbum de outro, que tá no trailer. Quando o Jason Bateman, relações públicas do herói, mostra pra ele capas de revistas de super-heróis, Hancock chama todos de “homos”. Jason concorda.

- Jason tá preso num engarrafamento, e vem vindo um trem em sua direção. Tá, é chato, o carro será destruído, mas é só um bem material. Não é tão importante quanto a própria vida. Jason deixa pra abandonar sua propriedade no último segundo. Quando finalmente tenta sair, fica preso no cinto de seguraça. Por que isso é de direita? Porque os conservadores odeiam que o governo meta o bedelho em suas vidas, e continuam reclamando da lei que obriga o cinto e prevê multas pra quem não usa. Eles dizem: “a vida é minha, se alguém bater em mim e eu morrer, o problema é meu” (sendo que acidentes de trânsito custam caro pra saúde pública, que mal existe nos EUA). Logo, pra justificar essa ojeriza ao cinto, que representa a falta de liberdade e a intromissão do Estado, inventam que cinto causa a morte. Hancock bate palmas pra essa concepção.

- frente ao estrago causado pelo herói, uma mulher diz que deveria processá-lo. O super responde: “Processe o McDonald's. Ele estragou você”. A direita detesta essas ações judiciais contra grandes corporações. Se você fuma e isso causa câncer de pulmão, problema seu. Se você come junk food e isso aumenta seu colesterol, idem. Não culpe as empresas, tadinhas, que só querem o seu bem (e uns trocadinhos).

- esse pessoal que ajuda baleia encalhada não tá com nada. Ecologistas, Greenpeace e afins só atrapalham os negócios e a humanidade, e a direita os chama de econazis. Hancock vê um bando de desocupados tentando salvar uma baleia e não hesita: joga a pobre lá longe no mar. Na vida real, a direita tem camisetas com trocadilhos do tipo “Pave the whales” (“Pavimente as baleias”, ao invés do conhecido “save”, “salve as baleias”). Nosso herói mostra que, entre salvar e pavimentar uma baleia, ele fica com a segunda alternativa.

- polícia não serve pra nada. A segurança de cada um deve ser responsabilidade do indivíduo. No caso do filme, tudo depende do super-herói. Na vida real, na falta de um super, a direita usa armas de fogo. Assim o indivíduo pode aproveitar e unir o útil ao agradável: se defender e ainda fazer justiça com as próprias mãos, condenando todos os delinquentes à pena de morte (como faz Hancock. É até estranho ver, na prisão, gente que ele colocou lá. Ahn, colocou como? Com a suavidade que lhe é peculiar? Ele destrói tudo que toca!).

- mulheres são maltratadas no filme. Hancock agarra uma mulher que passa na rua. No início, várias são chamadas de “bitch” pelo herói. O público jovem e masculino na sessão que eu fui delirou (depois, quando a aventura fica séria, deu pra notar que o nível de energia cai). Mas a mensagem maior é clara: não importa quão talentosa e poderosa uma mulher pode ser, ela deve abdicar da carreira pra cuidar da casa. Exatamente o que a direita cristã prega. Ah sim, se você for dona de casa, peça ajuda a seu marido pra abrir uma lata, mesmo que você possa abri-la sozinha. Pra ele se sentir machão.

- o romance interracial não acontece exatamente, pra não ofender a direita racista. Will Smith e Charlize Theron se beijam? Porque eu não vi. E sabe porque isso não é mostrado? Porque a Charlize é branca, e o Will, negro, e esse é um grande tabu nos States. Se a personagem da Charlize fosse negra, a gente veria o beijo. Mas aí o marido dela, o personagem do Jason Bateman, também teria que ser negro. E com mais todos os presidiários e bandidos negros que há no filme, pô, seria demais. Aí que a direita cristã não compareceria aos cinemas mesmo.

- Hancock fecha com chave de ouro sua cota de bajulação à direita. No final, o herói deixa uma marca vermelha na lua. Sério, pense em metade da lua coberta com o logo da Nike, por exemplo. Neste caso é a marca que o Jason tá promovendo. Suponho que o diálogo entre os roteiristas do filme deve ter sido assim:

Roteirista 1: “Mas não fica meio chato a gente colocar o logotipo de uma empresa privada na lua?”

Roteirista 2: “Não, imagina! A Amazônia ainda não é nossa, porque tá dentro de um outro país. Mas a lua, come on, não resta dúvida. Tem até a nossa bandeirinha lá. Chegamos primeiro!”

Roteirista 1: “Verdade, mas a gente não tá colocando nossa bandeira lá. Tá colocando uma marca.”

Roteirista 2: “É pro bem da humanidade, tipo quando pousamos lá! Relaxa, ninguém vai achar ruim. O público até hoje pensa que À Procura da Felicidade é sobre a elevação do espírito humano, e não uma defesa deslavada do capitalismo selvagem!”

Mais crítica de Hancock aqui.

26 comentários:

Anônimo disse...

Holly!...cada vez a direita cristã me deixa mais chocado. O curioso que Will é negro, ou seja, também faz parte de uma minoria. E concorda com um ataque as outras minorias. Isso tudo é obscurantismo pra mim.

Suzana Elvas disse...

É engraçado, mesmo; ele é eleitor (e contribuinte) de Barack Obama, como você pode ver aqui.

E as pessoas acham que "As feiticeiras de Salem", de Arthur Miller, retrata uma realidade que não pode mais acontecer... Está ali do lado, companheiro, pra quem quiser abrir os olhos e ver.

Lolla disse...

Eu também não culpo as empresas. Fumar é uma opção, né não? :) E, pelo menos aqui na Inglaterra, mesmo com governo pseudo socialista querendo encobrir, a maioria dos jovens que matam e que morrem nessa onda de knife crime são descendentes de imigrantes. Não são violentos por serem imigrantes, lógico. Mas não rola mais a integração natural que acontecia antes. Parece que hoje em dia o governo estimula guetos linguísticos e culturais, fazendo essa rapaziada não se sentir inglesa, se sentir rejeitada, à margem, etc.

E franceses, bom, não são apenas os americanos. Os franceses são o pet peeve mundial. E com razão. Individualmente podem ser maravilhosos (alguns, claro...), mas enquanto coletividade/nação deixam muito a desejar.

E eu confesso. Peço ajuda pra abrir certos vidros de maionese. Sou fracota.

Mas sei lá. Não tenho muita vontade de assistir a esse filme, não.

p.s.: Você já assistiu Innocence? E Tideland? O que achou?

Anônimo disse...

Sem palavras!

O.o'

Alexxs disse...

Duas perguntas (a primeira tem resposta, a sua crítica).
01 - Por que eu não vejo mais filmes com o Will Smith?
02 - Por que eu fiquei tanto tempo sem ler essas crônicaas?

lola aronovich disse...

Cavaca, Su, eu também fico chocada que negros tenham preconceitos contra outras minorias... mas têm. Já escrevi sobre essa minha descoberta, que chamei de "Duro Aprendizado", aqui. A homofobia, por exemplo, é fortíssima em igrejas negras (igrejas, como tudo o mais aqui, são totalmente segregadas). Não deveria existir, óbvio, mas assim como existe negro homofóbico, também existe gay racista. E todas as outras combinações possíveis...
Mas pode ser que o Will Smith nem tenha se dado conta de tudo isso. Como a maior parte das pessoas, ele pode achar também que seu filme é "puro entretenimento" (se bem que o Will deu várias declarações homofóbicas quando lançou Six Degrees of Separation).
E Su, apesar d'eu achar que As Feiticeiras de Salem tá datadérrimo, concordo contigo.

lola aronovich disse...

Ai, Lolla, how do I break this to you? / como que eu te digo isso sem te ofender? Pelas coisas que vc escreve, pelo pouco que te conheço, acho que vc É uma pessoa de direita. Quer dizer, isso não deveria ser ofensa. Só porque eu sou de esquerda não quer dizer que eu não me dou bem, individualmente, com gente de direita. Tenho muitos amigos (e leitores) de direita e tal. Mas o pensamento de gente de direita é parecido (e não precisa fazer parte da direita cristã, ou da direita americana pra isso), assim como o pensamento de gente de esquerda, o meu incluso, geralmente é um clichê. Portanto, é normal vc achar o que acha. A maior parte das pessoas de direita pensa assim.
Mas enfim, sobre os franceses, sei que eles não são bem-vistos no mundo todo, mas só aqui nos EUA é que o ódio é político, por eles terem sido contra a Guerra do Iraque... A gente não vê outras nacionalidades boicotando produtos franceses, vê? O "ódio aos franceses" aqui nos EUA tem toda uma conotação diferente depois do 11 de setembro.
E o negócio do vidro de maionese? Eu também peço ajuda pro maridão (o meu)! Ele é o abridor oficial de todos os frascos aqui em casa (e matador oficial de baratas, essas coisas que homens nasceram pra fazer). Mas não é esse o ponto (é que vc não viu o filme). Bom, sem entregar nada, imagine que vc fosse muito mais forte fisicamente que o seu marido... ainda pediria pra que ele abrisse o vidro de maionese, só pra ele se sentir machão? Não, né?
Não vi esses dois filmes que vc falou. São bons?
No hard feelings, tá?

lola aronovich disse...

Oi, Bobby! Tchau, Bobby!


Alexx, sumidão, eu respondo a sua pergunta sobre vc não ler essas minhas crônicas faz tempo: vc não tem coração! Me abandonou aqui totalmente! Por onde vc anda, menino? Sabe que anteontem mesmo eu pensei em vc? Espero que esteja tudo bem contigo.

lola aronovich disse...

Gente, o Julio Cesar passou um teste que foi publicado na Veja pra ver em qual lado do espectro político cada pessoa se encaixa. Se quiserem fazer, tá aqui. Pra mim bateu totalmente, se bem que eu sou meio previsível...

Lolla disse...

Haha, nem precisa me avisar do óbvio - segundo os "de esquerda", eu sou de "direita" sim (ou, como "nós" right wings chamamos, "realistas"), embora eu não ache que polarizar o mundo seja a solução. E também não acho isso ofensa. Também tenho amigos "de esquerda", pena que alguns acabam perdendo a paciência comigo e me xingando de nomes feios. :) Eu só acho que o ser humano é mais forte do que acha. E que não dá pra culpar mídia e corporações por tudo de ruim que acontece no mundo, como se fôssemos pobres marionetes inocentes à mercê do Mal Maior.

Boicote de produto estrangeiro é uma coisa que tem a cara dos EUA, pra mim. Afinal, até música com sotaque eles boicotam... Mas ainda assim ouço coisas do pessoal inglês como "eu prefiro dar o meu dinheiro pra um restaurante italiano do que dá-lo para um francês", ou coisa do tipo. Certa vez, eu estava "meio" que defendendo um certo ponto de vista frog pro marido, e ele me respondeu assim: "afinal, você quer um passaporte britânico ou não??". Rárá.

Os filmes: ambos lidam com simbolismos de infância, ritos de passagem, etc. Innocence é um filme francês de 2001, se não me engano. Eu, que em geral não tenho saco pra cinema francês contemporâneo, achei o filme lindo e, ao contrário do pessoal do fórum que frequento, aceitei que nem tudo ali devia ter uma explicação direta. Tideland é do Terry Jones, que eu adoro. E a meu ver também simbólico, embora mais palatável (mesmo com os americanos considerando tudo "pedofilia"). :)

Lolla disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lolla disse...

Lola, fiz o teste: O resultado foi que sou "direita liberal" (não vê com bons olhos a interferência do estado na economia e recusa qualquer restrição à liberdade individual). Fiquei curiosa pra saber seu resultado e as suas respostas; rola um post?

Leo disse...

O meu resultado deu Direita Liberal também. O que me pareceu correto. Não gosto muito de labels, mas se tivesse que me rotular, imagino que seria assim.
Mas nem por isso detestei menos Hancock.
Fiquei um tanto surpreso com as reações da platéia em vários momentos. Quando um bandido tem a mão cortada, ou alguém era esfaqueado, as pessoas riam...
Tem algo errado, não é possível que não tenha!

Anônimo disse...

Alguém disse: Nunca mencionei que os conservadores religiosos são estupidos, mas que a maioria dos estupidos são conservadores religiosos.

lola aronovich disse...

Então, Lolla "realista", que bom que vc não se ofendeu por eu te dizer (e o teste confirmar) que vc é de direita. Agora pára de colocar isso entre aspas e assuma! Não acho que isso seja polarizar o mundo. Eu não paro de conversar com uma pessoa porque ela é de esquerda. Mas, em geral, quase tudo que essa pessoa acredita mostra que ela está num espectro político bem diferente do meu. É só um rótulo mesmo, mas não tenho nada contra rótulos.
Ah, não dá pra levar em conta o que os ingleses acham dos "frogs"! A rivalidade entre ingleses e franceses é enorme. Mas será que em outros países também existe tanta hostilidade contra os franceses? Ok, todo mundo que vai pra França diz que eles são grossos e mal-educados. Mas quem nunca esteve lá? Tipo americano...
Esses dois filmes que vc fala parecem interessantes. Agora falta bem pouquinho pra eu voltar pro Brasil, então tenho pouco tempo pra ver de filme. Mas vou ver se a Netflix tem esses dois...

lola aronovich disse...

Lolla, vai rolar um post sobre o teste, sim. Vc pede, eu faço!


Leo, se eu tivesse que te rotular, também diria que vc é direita liberal. Vc odiou Hancock por causa da sua porção "Liberal". E cortar a mão do bandidão? Eu nem me lembrava da cena... Mas na minha sessão o pessoal riu de cada coisa...


Cavaca, não gosto de chamar ninguém de estúpido (tirando o maridão, mas carinhosamente). Os conservadores religiosos (que, pelo teste da Veja, a gente podia traduzir como "direita anti-liberal) têm todo o direito de ser contra a legalização do aborto e o casamento gay. Só não têm o direito de exigir que as leis sigam suas convicções religiosas. Quer dizer, exigir até pode, mas colocar bomba em clínica de aborto e pregar o ódio contra os gays já vai muito longe do "amor cristão"...

Lolla disse...

Mas me diz, EXISTE gente de direita que se ofende ao ser chamado de direita?? Meio que rola uma falha de lógica aí, não? Se a pessoa tem vergonha das suas próprias convicções, quer dizer que não estão assim tão convictos?

Eu coloquei entre aspas não porque o rótulo me incomode; é que de coração não acredito nele, nem acho que faça muito sentido no mundo moderno. Mas OK, concordo que polarizar nossas opiniões torna tudo mais didático e fácil de situar. Se bem que tenho muitas idéias que deixariam meus amigos left wings orgulhosos, e conheço muito socialista com certas idéias "direita cristã americana". Taí o cerumano: um amálgama de contradições ambulantes!

Acho que o resto do mundo adquiriu por osmose a pentelhação dos ingleses em relação aos franceses. Lembro de como eles eram arrogantes e pouco receptivos quando eu trabalhava para uma empresa de turismo. But anyway, há exceções. Uma das minhas melhores "online pals" é francesa. Típica. Mas adorável. ;)

lola aronovich disse...

Puxa, Lolla, acabei só respondendo o seu último comentário mentalmente. Espero que vc ainda venha aqui. Claro que tem gente de direita que se envergonha de ser chamada assim (e existe gente de esquerda que, dependendo do meio ambiente, não quer ser identificada como tal). Tem muita gente que morre de vergonha das suas convicções. Pra mim também é estranho, mas existe. Não tem um monte de gente que fica com vergonha do seu voto? Assim, na hora mesmo, não depois que o político fez uma presepada. Acho que ser de esquerda ainda carrega um romantismo maior que ser de direita. Porque muita gente de direita acha que pobre "merece" ser pobre, que o governo não deve ajudar em nada, que tudo bem ser rico - a pessoa mereceu, etc. E assim acabam sendo mais individualistas e mais competitivos. Convenhamos, não é o melhor modo de fazer amigos e conhecer pessoas.
Sobre os franceses, nunca tive problemas com eles. Se bem que só estive em Paris por algumas horas, e não saí do aeroporto. Mas sempre tive amigos franceses na escola, e era gente muito boa. Talvez um tiquinho "stuck up"...
Tadinha, na escola eu tinha uma colega que tinha dupla cidadania, inglesa e francesa. Ela era as duas coisas mesmo. E era bem insuportável. Não por causa das nacionalidades, lógico, só por ser chatinha mesmo. E hoje ela mora em Londres e parece ter virado uma pessoa super legal.

Lolla disse...

Eu também acho que não se deve ter vergonha de convicções. De todas as coisas right wing que você mencionou, eu acho que a maioria tem mais a ver com aquele povo louco da extrema direita, TFP, direita cristã, uns partidos nacionalistas meio bisonhos na Europa... Não tive e não tenho vergonha do meu voto. Votei no Lula e acho que, apesar dos pesares, o governo dele é bom. O país vai bem das pernas economicamente e tá sendo levado mais a sério por investidores. Não sei se era bem isso o que a Esquerda pretendia, mas eu estou satisfeita.

Não acho que pobre "mereça" ser pobre. Ninguém merece. Mas há os que se esforçam mais para melhorar, e os que se esforçam menos. Acho que rico parasita e inútil não merece ser rico. Mas acho que ter um milhão no banco é válido, se a fortuna veio do seu trabalho, de uma idéia, etc. E tem muita gente que doa para caridade, abre escolas, hospitais.

O governo deve ajudar sim, mas não carregar nas costas. Vale lembrar que quem paga benefícios é a classe que trabalha e ganha dinheiro, através de impostos - e não o "governo", que só repassa a quem acha merecer (talvez depois de afanar um pouquinho). Não sei se você sabe, mas há MILHÕES de britânicos adultos e saudáveis que preferem ganhar benefícios a trabalhar. E depois ainda reclamam porque os poloneses vêm em massa fazer o serviço. Se o governo ajudasse menos, ficar em casa tomando cerveja, comprar roupa de marca e TV flat screen de 300 mil polegadas seria impensável. Eles chegam a dar entrevista para o jornal afirmando que trabalhar não vale a pena e estão bem melhor assim.

"E assim acabam sendo mais individualistas e mais competitivos. Convenhamos, não é o melhor modo de fazer amigos e conhecer pessoas."

Mas o mundo hoje em dia É individualista e competitivo. :) Ser assim acaba te integrando à selva de pedra, ao invés de te isolar. O que geralmente não nos torna populares é tentar disseminar idéias e conceitos como se fossem melhores do que o das outras pessoas, ou passar aquela noção de "sou mais evoluído mentalmente que você", como tanta gente de esquerda tende a fazer. A menos, claro, que eles só queiram fazer amizade entre pessoas que pensem igual - o que é totalmente válido e mais confortável, apesar de meio limitante.

:-P disse...

Olá!

Ainda não vi o filme, mas me pareceu mais uma crítica, como por exemplo, Os Simpsons - que eu detesto.

Por outro lado, seria um modelo de crítica que teria que ser percebido como tal, e como já não foi, deixou de ser e passou ao ridículo. Os Simpsons, pra mim, é um exemplo disso, daí eu os odiar. Meus alunos assistem e compreendem aquilo não como sátira,mas como algo a ser imitado...eu mereço.

Enfim, depois que eu assistir pretendo voltar aqui e te contar.

Abraços!

Carlos disse...

Olá, adorei seu blog, encontrei ele acidentalmente numa pesquisa do Google para colocar uma imagens num post que estou fazendo, gostei muito do seu texto, ainda não tive oportunidade de assitir este filme mas pela sinopse achei super coerente essa sua abordagem.

http://sinapsemoderna.blogspot.com/

Anônimo disse...

que blog ridiculo
pqp
so comentario de 1ª serie

Blanca disse...

Ok, sauqei tudo, mas...

Que os cristãos tem com isso? Só por causa da homofobia?
Conheço tanta gente sem religião e homofóbica...

Blanca disse...

Ei, Lola, vou te recomendar um documentário e também um movimento, chama Zeitgeist Movement. Já ouviu falar? Aqui o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=U1ni_ucTvHc

Seria legal se você baixasse. É Zeitgeist - Moving Forward. E não tem nada com lucros, então, nem crime é; :D

Beijos!

Unknown disse...

Boom! Hancock estreou nas telas, resultando em um enorme sucesso de público, provando o "Star Power" por Will Smith. E apesar de muitos diretores, Peter Berg, finalmente, conseguiu fazer a proposta, apresentando um filme com uma ideia pouco e subutilizado torna-se visto, mas ao longo branda. Não há cenas absurdas (exceto alguns detalhes da conversa chave entre Smith e Theron), a ilegalidade ou mesmo divertido cenas de ação. OK, mas com uma assustadora falta de alma.

Anônimo disse...

Eu assisti esse filme, e as vezes fico pensando, sobre a parte que a Charlize Theron liga a televisão, em um canal que está passando notícias, e uma âncora no jornal diz que "o Hancock não compareceu as intimações da justiça e diz que há prejuízo ao país na casa dos milhões de reais" (sei que prejuixo não é bom, mas ele está salvando as vidas das pessoas, que não tem preço é um.bem maior, e mantém segurança, do jeito dele)...o jornal diz que ele vai pagar porque nada é mais forte que a instituição dos Estados Unidos da América!!! Eu achei esquisito, esta parte do filme, achei incoerente comparar uma lei de uma instituição que (se aplica há humanos que tem limitações físicas, mentais, forças brutas, contas, trabalhos, salários, que tem profissões, idades que é um fator para aposentadorias, e leis da gravidade que se aplicam a todos e etc...), querendo aplicá-las ao HANCOCK,que é (super-humano, e já viu gerações e mais gerações passarem, (só de casamento com Charlize Theron foi mais de 3000 anos ou seja, viu inúmeras invenções, e revoluções e etc,), um ser em que a lei da gravidade não se aplica e idade não é um fator, um ser considerado "indestrutível quando longe de Charlize Theron" e etc...
Pois, se um super herói, que é IMORTAL e tem poderes para sair do planeta, já viveu muita coisa, com tanta experiência, (poderia ser o rei de um país se quisesse, pois o cara tem poderes é praticamente um semideus), e é óbvio que não é necessário ele se render a instituição de um país, seja ele qual for, sendo que ele pode sair voando para qualquer lugar do mundo, ou destruir o mundo!!!
O filme quis dizer que a instituição dos EUA é mais forte que um "HANCOCK(?), (e ele aceita ser preso para confirmar isto)(????).
Hã??????).
Talvez eu não tenha entendido!