Meu querido e antigo leitor Vitor (eu posso dizer antigo sem ser indelicada, porque ele é novinho), que já está morando em San Francisco, Califórnia, escreveu nos comentários de Salve Geral que ele tem certeza que o filme não será indicado pro Oscar Estrangeiro (é, eu também tenho, lamentavelmente). E que ele espera que, ano que vem, o escolhido pelo comitê brasileiro (que muda a cada ano) seja Do Começo ao Fim(o Thiago já viu o filme em primeira mão e gostou, não amou). Eu continuo com muita vontade de vê-lo. E Besouro também, seus fãs de Besouro (apesar do título. Sei que é sobre capoeira, não sobre o nojento bicho cascudo que é parente próximo daquele inseto inominável. Mas ontem eu vi na TV que tem uma cidade no Paraná infestada por besouros! Eu já sabia, gente! Toda noite pelo menos um besouro entra aqui em casa e fica esbarrando nas coisas e fazendo barulhos assustadores. O maridão pega com um copinho e o põe pra fora enquanto eu me escondo. Ele, ingênuo, crê que é o mesmo besouro que vem aqui todo dia. Eu provei pra ele que não: a gente tem uma tela verde aqui no escri, pra não ter que fechar a janela, e todo dia surgem uns três besouros escalando a tela pra tentar invadir o recinto através da frestinha entre a janela e a tela. E só em um dos dias apareceu uma lagartixa e abocanhou um dos besouros... e engasgou! O besouro era grande demais pra sua estreita garganta lagartixiana. Mas cadê os sapos dessa terra, meu deus? Onde estão os predadores naturais dos besouros? Os passarinhos bem que podiam ser bichos mais noturnos, viu?). Opa, parece que divaguei um pouquinho. Mas então, o único besouro que tá passando aqui na minha cidade é esse da Tela Verde. O outro não vai estrear nunca, infelizmente. Oh deus, divaguei mesmo. Aham, voltando, o Vitor torce por Do Começo ao Fim pra festa do Oscar de 2011, mas eu disse pra ele que esse filme não tem perfil de Oscar. Incesto, homossexualidade... É muito tema polêmico pra uma só Academia conservadora (se bem que o grupo que escolhe os filmes estrangeiros é menos conservador). E tudo indica que ano que vem o escolhido pra representar o Brasil no Oscar será Lula, o Filho do Brasil. Lógico, se o filme for bom. E esse eu já acho que tem perfil de Oscar, porque fala, em parte, de uma infância difícil (Oscar estrangeiro adora criança), além de ser uma história verídica e contar com um personagem internacionalmente conhecido e popular, o nosso presidente. Que já não será mais presidente quando o filme concorrer ao Oscar, em fevereiro de 2011, se concorrer. Eu já vi o trailer uma pá de vezes no cinema, e sempre me emociono. Não é a primeira vez que eu choro em trailer. Chorei em Central do Brasil, mas isso foi vendo o trailer depois de ver o filme. O trailer de Filho do Brasil é bem montado, bonito, feito pra comover. Funciona dependendo do que cada espectador acha do presidente. Os 6% ou 16% de brasileiros que o odeiam e querem vê-lo pelas costas já apelidaram o filme de, óbvio, O Filho da Mãe do Brasil, pra não escrever coisa pior neste espaço familiar. Esse pessoal acha péssimo que não façam um filme sobre FHC, aquele sim um iluminado. Por coincidência, muita dessa gente é a mesma que detesta cinema brasileiro porque cinema não deveria receber financiamento público (aliás, nada deveria receber financiamento público num Estado mínimo, nem educação, nem saúde), e porque cinema brasileiro mostra pobreza, o que prejudica a imagem do país no exterior (mas dizer aos quatro ventos que no Brasil nada presta, como essa gente faz, não prejudica). E sem falar que, eca, fazer um filme sobre um analfabeto, né? Cruzes! (O diretor de teatro Zé Celso escreveu um belo artigo respondendo ao Caetano). E o trailer ainda mostra várias imagens sindicais! Se tem uma coisa que esse pessoal odeia mais que analfabeto, é sindicalista, porque como alguém pode ousar constestar decisões patronais, sempre tão justas? Pra direita, sindicalista é tudo grevista, tudo baderneiro (estou mentindo?). Logo, dois minutos de trailer já têm o poder de levar ao vômito aqueles que chamam petista de petralha, e pede-se, encarecidamente, que essas pessoas se abstenham de ver o longa, porque os ruídos que produziriam poderiam incomodar os demais espectadores. Já eu planejo inundar o cinema enquanto me derreto de orgulho pelo melhor presidente que o Brasil já teve. Nota 4 (em 5) pro trailer. O longa estreia 1o de janeiro, com a direita fazendo algazarra porque haverá exibições a preços populares. Inclusive, bem que podiam fazer um filme chamado Neurose, A Direita do Brasil.
Fomos ver Bastardos Inglórios pela terceira vez em menos de duas semanas. Mas, quando eu estava lá, na fila (minúscula) da bilheteria (felizmente, eu não pago cinema, já que, pelo menos aqui em Joinville, tenho uma carteirinha de crítica, com direito a acompanhante. Mas preciso pegar ingressos de qualquer jeito), lembrei que teria de ver os mesmos trailers pela terceira vez seguida. E um dos trailers eu não gostei nem um pouco, que é o de Avatar, o novo filme do James Cameron. Sei que a expectativa é grande—afinal, é sua volta à direção após doze anos, desde Titanic—, e que muita gente espera algo fabuloso relacionado à internet e novas tecnologias, e lógico que vou ver o filme, mas o trailer não me inspirou nenhuma vontade. E já vimos o mesmo trailer umas sete vezes, no mínimo, no cinema. Eu já não aguento mais (dou nota 2, em 5, pro trailer). Então falei pro maridão na fila: “Ih! Quando passarem o trailer de Avatar, você vai ter que me beijar. Eu não quero ver aquilo de novo! Prepare-se pra quase três minutos de beijos ininterruptos”. Acho que uma mocinha ouviu o que eu disse e pensou que os dois velhinhos devem ter um relacionamento muito intenso. Felizmente, ela não viu o maridão revirando os olhos e fazendo careta. Mas o cinema tinha mudado todos os trailers. E quando vi que não iam passar Avatar, falei pro maridão: “Se safou, hein? Eles não vão passar o trailer. Agora você não tem que me beijar. Faça o favor de dizer 'Droga! Droga! Droga!'”. Ele: “Droga! Droga! Droga! [Pausa] ...eu gostava do trailer de Avatar!”
Assista o trailer aqui, mas atenção! Há dois erros nas legendas: competitiva no lugar de repetitiva, e “Julia Child era Julia Child” ao invés do contrário que é dito, “Julia Child não foi sempre Julia Child”. E também, "I have thoughts" ficaria melhor traduzido como "eu tenho ideias", não "pensamentos".
Tá, e quem foi Julia Child, afinal? Se você não é americano, não tem como saber. Eu só ouvi falar nela agora, por ocasião do filme. Mas, em 1962, ela publicou um super livro de receitas, adaptando pratos franceses para os padrões americanos. E, durante mais de dez anos, teve um show muito popular na TV americana. Aí eu li uma matéria sobre ela na Vanity Fair, e vialguns vídeos no YouTube, e fiquei bem encantada (Julia me ganhou de vez neste vídeo com o David Letterman. Já velhinha, ela teve que improvisar, porque nada no estúdio funcionava. David pergunta, “Você já fez algum prato que não deu certo?”, e Julia responde: “Claro, montes de vezes”. David então quer saber o que ela faz quando isso acontece, e ela responde, singelamente, com a maior inocência, “Eu dou pro meu marido”. Ha ha, me identifiquei!). Primeiro que Julia era uma negação na cozinha, até frequentar uma escola de gastronomia em Paris (o que proporciona esperança a mim e outras que não levam jeito pra coisa – ah, detalhe, tem que ter recebido uma herança da mãe pra poder pagar a tal escola). Depois que ela viveu uma linda história de amor com o maridão. Eles se conheceram durante a Segunda Guerra, quando ambos trabalhavam para o sistema de inteligência americano, precursor da CIA. Mais tarde, se casaram e foram transferidos pra Paris, onde Julia se apaixonou pelo que comia nos restaurantes, e tratou de aprender a fazer igual. Ela conta que passava a manhã na escola, e ia pra casa no almoço pra fazer amor com o marido. Pois é, não tem como negar: comer, apetite, saciar-se, causar água na boca, se aplicam tanto a comida quanto à sexo. Duas das melhores coisas da vida, e que a sociedade, em tantos sentidos, regula para as mulheres. Mulher não pode transar à vontade com quantos parceiros quiser, ou o pessoal tem um arsenal de nomes para xingá-la. E mulher só pode comer saladinha, porque todo o resto engorda. Seria ótimo nos livrarmos dessas amarras, e ter a liberdade que os homens têm, na cama e na mesa. Julia viveu outra época, uma em que a sexualidade feminina era restrita mas, em compensação, não havia toda uma obsessão para ter a forma física de uma pré-adolescente. Já no final dos anos 60, com a Revolução Sexual e a emancipação feminina, é que o padrão de beleza tornou-se completamente irreal (Twiggy surgiunaquela época, pra quem acredita em coincidências). Mas é só folhear um livro culinário de 30 ou 40 anos atrás pra ver como vivíamos uma outra era: há receitas que pedem duas dúzias de ovos! Algo impensável hoje, quando medimos o valor calórico de cada colherzinha de manteiga. Naqueles tempos acho que as calorias (e a celulite) ainda nem haviam sido inventadas! Mas o filme é também sobre um outro livro, e esse tem muito a ver com quem tem blog. É sobre Julie, uma moça com um emprego ingrato que decidiu escrever um blog onde, durante um ano, testou todas as receitas da bíblia da Julia Child. Deu tão certo que o blog virou livro, e o livro virou filme de Hollywood. Deve ser o primeiro roteiro na história baseado num blog. Claro que vou ver Julie & Julia! Pra começar, vejo qualquer coisa da Meryl Streep. Pra quem, como ela, já fez tudo que é sotaque, imitar a Julia falando parece bico. Tá igualzinha. E Amy Adams (que já trabalhou muito bem com Meryl em Dúvida) tá uma gracinha. O filme soa como uma celebração dos prazeres da vida. Bom, ao menos dos prazeres gastronômicos. Pena que tiveram que incluir uma referência a protagonista jovenzinha reclamando de estar engordando. Dá pra cozinhar com liberdade se a gente se preocupa com a balança? Que eu lembre, ninguém em A Festa de Babette dizia “Estou engordando!” (se bem que eu não gosto de nada que Babette prepara). Compare com a Julia dos anos 50 falando pro marido que ela está crescendo a olhos vistos. Humor vs pavor, essa é a diferença. Julie & Julia estreia no Brasil em meados de outubro. Nota 4 (em 5) pro trailer.
Como sou fã número 1 do Tarantino, aguardo ansiosamente tudo que vem dele. Bem, não tudo. Não fiquei morrendo de vontade de ver sua participação no CSI (era um episódio em que ele enterrava o cara chato, né?), nem as parcerias que ele faz com o Robert Rodriguez (odeio Um Drink no Inferno e Grande Hotel – embora a parte do Taranta seja a melhorzinha -, não acho que ele acrescenta grande coisa a Sin City, e À Prova de Morte é legal, apesar de ser um trabalho muuuito menor). Mas em geral, pra mim e pra muitos cinéfilos, o cara é um gênio. Por isso, assim que vi o trailer de Bastardos Inglórios, que estreia no Brasil em outubro, me deu um ataque de ansiedade. O trailer centra-se todinho na figura do Brad Pitt, que é sempre ótimo em incorporar papéis que fogem totalmente da sua persona (como em Queime Depois de Ler, por exemplo, e Os Doze Macacos, e até Thelma & Louise, se a gente for pensar bem). Na minha opinião, perdoem a heresia, mas no quesito “homem bonito”, o Tom Cruise é um ator melhor que o Brad. Não que eu considere o Brad ruim, nada disso. É só que o Tom, mesmo que se saia brilhantemente bem em papéis que não têm nada a ver com ele (Magnólia, A Cor do Dinheiro, a porcaria que é Trovão Tropical, que só se salva por ele e pelo Robert Downey Jr), também é um excelente ator fazendo personagens parecidos. E certas atuações do Brad, como em Benjamin Button, não me convencem. Sorry, gente, não compartilho do ódio ao Tom só por ele ser devoto de uma religião estranha como a Cientologia (todas as religiões são estranhas) ou por ele ter criticado mulheres com depressão pós-parto. O único ator que eu considero realmente inteligente é... a Jodie Foster, ok? Mas voltando ao Brad. Adoro o sotaque dele no trailer de Bastardos, principalmente quando ele diz, com pausinhas no meio, “cada soldado me deve 100 escalpos nazistas”.
Porém, pelo pouco que li sobre o filme, parece que o trailer é propaganda enganosa. Sabe essa edição frenética que vemos? Em Bastardos há longas sequências, algumas com vinte minutos sem cortes, algo pouco comum prum Taranta. Quem acompanhou Cannes sabe que o filme foi muito mal recebido por lá. Tanto que Taranta correu pra mesa de edição pra fazer algumas modificações. Acontece que agora, quando o troço refeito foi exibido pra imprensa estrangeira em Los Angeles, a recepção também foi péssima. Ish... Será que o Taranta fez uma bomba?
Duvido muito. Na minha lista de prioridades, ver mais um filme sobre a Segunda Guerra Mundial tá pau a pau com minha vontade em ver Transformers 3. Mas essa história de um grupinho de soldados judeus recrutados pra torturar e matar nazistas na França ocupada soa bastante inovadora. Continuo acreditando no Taranta. Sound good? (parece bom?). Sim, parece. Nota 4 pro trailer (de 1 a 5).
Quando eu vi o trailer de Jean Charles nos cinemas, algumas semanas atrás, automaticamente pensei: “Ih, é daquele nojento! Será que vou querer ver isso?”. Aquele nojento, pra quem não se lembra, é o diretor Henrique Goldman. Como diretor não posso julgá-lo, porque nunca vi nada dele. Mas ele é também colunista da Trip, e escreveu aquele texto revoltante sobre a empregada que ele e um amigo estupraram, quer dizer, “convenceram” (apesar do “você não queria, Luisa”), quando eram jovens (e ainda tinha aquele adendo da Trip dizendo como hoje Henrique “é mais jeitosinho com as mulheres”. A cereja no bolo). A repercussão foi grande, revista e colunista vieram com uma desculpa esfarrapada que aquilo era ficção, não realidade, e imagino que todas as mulheres (em sua maioria) que reclamaram foram taxadas de histéricas com tempo demais de sobra. Uma das coisas que me mais me indignaram no texto, além do autor fazer pouco do estupro de Luisa, foi um ódio contra o Brasil. A culpa por dois adolescentes estuprarem a empregada foi deste país desigual! Olha, eu posso dizer isso, Luisa pode dizer isso, considerando como esse tipo de comportamento “casa grande e senzala” é comum no Brasil, mas é revoltante um carinha que cometeu tal ato culpar o sistema, pra não ter que culpar a si mesmo. O filhinho de papai, nascido em berço de ouro, reclamando do que ele fez a Luisa, é muita hipocrisia pro meu gosto. Então a gente fica pensando como um privilegiado desses pode entender o que se passou na cabeça de um imigrante ilegal, pobre (caso de Jean Charles), assassinado pela polícia. Mas se a gente for ver só por esse ângulo, nenhum cineasta brasileiro (aliás, de lugar algum) pode filmar histórias de gente miserável. Porque quem faz cinema (que é a arte mais cara que existe, disparado) é classe média pra cima. É o poder dominante, o que também explica como a vasta maioria dos diretores no Brasil e no mundo é composta por homens brancos. Se fosse por aí, Walter Salles (herdeiro do Unibanco) não poderia ter feito Central do Brasil, e Fernando Meirelles (publicitário bem-sucedido), não teria realizado Cidade de Deus, entre tantos outros. Mas não dá pra negar que há um abismo entre Henrique e Jean. Existe uma tentativa no trailer de unir os dois mundos, de dizer que brasileiro no exterior é tudo igual. E essa tentativa de aproximação é importante porque, assim como quem faz cinema é classe média pra cima, quem vai ao cinema também é. Não é todo mundo que pode desembolsar entre 10 e 25 reais por duas horinhas. Eu fiquei um pouco desconfortável com o trailer porque esse público, do qual faço parte, tem uma tendência a considerar brega o que os pobres fazem. Tipo gostar do Sidney Magal, sabe? Não sei se o longa levará esse passatempo de “rir dos pobres” adiante, mas eu vi brotar uma sementinha dessa possibilidade no trailer. Uma pessoa de classe média vai achar graça de um pobre encher a boca pra falar de um utensílio doméstico. Aí tem a questão do boicote. Já na época do texto na Trip, em outubro, muita gente prometeu que não iria ver o filme em represália. Vamos boicotar Jean Charles (que estreia esta sexta)porque o diretor é um cretino? Sinceramente, eu não sei. Faz três meses, escrevi sobre condenação das celebridades. O tema rendeu, eu prometi redigir uma continuação sobre o assunto, mas, por falta de tempo, ainda não consegui. Era aquilo: o que uma celebridade precisa fazer de ruim pra eu boicotar sua obra? O Sean Penn foi um notório espancador de mulheres, e hoje eu e um monte de gente gostamos dele pela sua postura pró-minorias (ele até foi a Nova Orleans socorrer as vítimas do Katrina). O Polanski, se não estuprou uma menina de 13 anos, deu álcool a ela e se aproveitou da fama pra transar com, pô, uma menina de 13 anos. Mas eu ainda assim considero o Polanski um dos grandes diretores da história do cinema. E o Michael Jackson? Tremendo de um esquisitão, provável molestador de meninos... Mas o cara dança e canta bem pacas. Quanto tempo demora pra gente perdoar uma celebridade que fez algo muito errado? No caso do Henrique, que nem é exatamente uma celebridade, mas escreve pra uma revista e é cineasta, o problema não foi tanto ter estuprado a empregada quando ele tinha 14 anos. Foi fazer pouco do episódio três décadas depois, provando que ele era e continua sendo um boçal. Trinta anos de vida não foram suficientes para que ela amadurecesse. Mas boicotar um filme porque eu não gosto do diretor? Tudo bem, eu não chego perto de um livro se não gosto do escritor. Mas cinema é um meio muito mais coletivo. Eu estaria “punindo” também o Selton Mello e o resto do elenco, o editor, o diretor de fotografia, e uma trama (sobre o imigrante morto pela polícia no metrô de Londres) que me interessa. Não, acho que não vou fazer isso. Nota 3 pro trailer (de 1 a 5).
Nunca entendi muito bem o tabu do incesto. Certo, incesto quase sempre envolve abuso sexual contra crianças, pai estuprando filha, irmão estuprando irmã, tio estuprando sobrinho, essas coisas. E isso é indefensável sob qualquer aspecto. Mas mesmo sem a violência, a ideia de transar com os pais soa asquerosa. A gente não quer nem saber que nossos pais têm vida sexual, quanto mais que eles tenham vida sexual com a gente! Mas quando são dois irmãos mais ou menos da mesma idade, descobrindo a sexualidade juntos, não me parece algo assim tão chocante (quer dizer, isso em termos abstratos e teóricos. Na prática, a simples noção de eu desejar sexualmente os meus irmãos é bem argh, yuck, blergh). E quando a sociedade impõe que é incesto que dois primos de primeiro grau se juntem, aí é que não entendo nada mesmo. Tudo bem, convém que não se reproduzam. Mas dá pra ter um relacionamento sem se reproduzir, não dá? (eu e o maridão não devemos ser as únicas anomalias no planeta). Sei lá, quando penso em incesto nas artes as primeiras coisas que me vêm à mente são O Som e a Fúria, do Faulkner (em que Quentin se mata por não poder ter a irmã), e La Luna, do Bertolucci, que expõe um caso entre mãe e filho.
Quase sempre são tragédias, né? Em Do Começo ao Fim, a julgar pelo trailer, não parece ser assim. Primeiro que não há abuso nem relação de poder entre os irmãos. Pronto, elimina-se a parte mais condenável do incesto, que é a presença do estupro, e talvez tenhamos uma história de amor. O filme fala de dois irmãos de pais diferentes, e da suspeita de que o relacionamento entre os meninos possa ser demasiadamente próxima e íntima. O trailer avança no tempo até quando os irmãos são adultos, lindos de morrer, e agora parecem se amar sem fronteiras (e olha a vantagem: sem risco de engravidar). Li que sugeriram pro diretor Aluizio Abranches (de Um Copo de Cólera, que não vi. Vi o trailer e não me deu vontade de assistir o filme. Lembro das formigas), na fase de roteiro, que os dois irmãos fossem transformados em duas irmãs. Sabe, porque faz parte da pornografia mainstream mostrar mulher transando, então seria mais palatável pro grande público ver duas mocinhas bonitas nuas. Felizmente, Aluizio não aceitou (isso me lembrou que um editor de Lolita recomendou pro Nabokov que ele transformasse a obsessão de Humbert Humbert num garoto. Acredite se quiser). Não há dúvida que Do Começo vai gerar polêmica. Aliás, já está gerando. No entanto, pelo que li, a recepção é extremamente positiva, todo mundo elogiando a ousadia, a fotografia, os atores, a música... Óbvio, tem os homofóbicos de plantão jurando que incesto é fichinha, se comparado à "perversão" da homossexualidade. E tem gente dizendo que as igrejas de várias religiões vão pedir o boicote do filme. Se elas forem espertas, não farão nada, porque um pedido de censura só aumenta a repercussão. Também espero que os distribuidores percebam o potencial de Do Começo e o lancem em várias salas, inclusive fora do eixo Rio-SP. Pelo menos desse filme ninguém vai poder fazer a maior crítica que fazem às produções brasileiras: que é igualzinho à TV. Não lembro de nenhuma novela global tratar de incesto. Claro, tem aquelas tramas mirabolantes em que o casal (hétero) se apaixona sem saber que são irmãos, e quando descobrem, ohhh, é o amor impossível. Do Começo parece ser totalmente diferente. Inovador, inclusive. Faz tempo que não cri-critico trailers, mas minha nota é 5. É a mais alta Apesar do trailer contar um pouquinho demais da história, fiquei ansiosa pra ver o drama. Chega logo, 28 de agosto. E chegue a SC, por favor.
Eu acho que tô excessivamente feminista esses dias. Claro, faz parte do meu ser, mas não quero que todos os meus posts sejam sobre isso. A frase que não sai da minha cabeça agora é "Meu feminismo está aparecendo". E tem vezes em que não quero que apareça tanto assim. Então procurei um trailer pra cri-criticar já com as diretrizes: "Quero alguma coisa acéfala, que não faça o meu feminismo se pronunciar em nenhum momento". Aí escolhi Sim Senhor (Yes Man), uma comédia com o Jim Carrey que estréia nos EUA no Natal, e aqui em janeiro, aparentemente. Mas não deu muito certo. Num dos momentos do trailer ele diz "No means no" ("não quer dizer não"), que é um dos slogans anti-estupro nos EUA (na realidade, é mais contra date rape, que continua sendo muito comum por lá. A moça sai com o frat boy - universitário que adora fraternidades - e volta pra casa estuprada). Tentei relevar a comédia fazer piadinha com um slogan importante. Aí o Jim beija uma mulher que só veio pedir informação, ou algo assim. E minha temperatura feminística subindo... Mas não é por isso que detestei o trailer. Antes de mais nada, preciso dizer que sou muito fã do Jim Carrey. Acho o cara um gênio do humor (principalmente humor físico), no mesmo nível de um Jerry Lewis. Ainda que seus últimos filmes (não vi Horton e o Mundo dos Quem, e Número 23 é francamente ruim) estejam além do seu talento, ele é ótimo. Amo Truman Show de paixão, e não tenho nada contra suas comédias bobonas, como O Mentiroso e Todo Poderoso (que só despencam ladeira abaixo quando, no final, abandonam o humor e tentam passar lição de moral. Ha! Acabei de descobrir que O Pentelho se chamou O Melga em Portugal!). Imaginei que Sim Senhor seria nessa mesma linha. Mas se o filme seguir a total falta de graça do trailer, ele tá em maus lençóis. O começo, com as crianças dizendo "Não" e o narrador avisando que essa é a primeira palavra que a gente aprende (pensei que fosse "mãe", depois de "gu"), é engraçadinho. Lembra vídeo caseiro, mas tudo bem. Só que daí pra frente o troço não provoca nem um sorrinhinho. Se falta ritmo e timing cômico num trailer, imagina num longa. Veja como não funciona aquele momento em que um sujeito pede algo pro Jim, e o Jim diz "eu disse sim pro seu não". É preocupante. E o Jim muda de personalidade e passa a responder "sim" depois que o Terence Stamp bate em sua cabecinha (não falei que o Terence tava se tornando o Wilson Grey deles?)? Outro problema é que as "descobertas" do personagem do Jim são tão juvenis... Ele decide dizer sim pra tudo, e o "tudo" que aparece é andar de moto, ir pra bares e tomar Red Bull? Puxa, parece excitante fazer um filme sobre isso. E eles não conseguiram pensar em nada mais hilário que "eu quero aprender coreano"? Aliás, juro que teve uma hora em que fiquei em dúvida se isso era um trailer ou um comercial da Red Bull. O que parece é que o Jim passa a aproveitar a vida, tipo o que o Jack Nicholson e Morgan Freeman fazem após descobrirem que têm câncer terminal. Sim Senhor é um Antes de Partir sem o câncer? Que criativo! A pobre coreana coreana rindo constrangida no final do trailer ilustra bem o que nos aguarda. Agora eu fiquei lembrando de uma das músicas de protesto que o meu Chico fez durante a ditadura: "Vence na Vida Quem Diz Sim" (ele tava sendo irônico). Vendo esse trailer medíocre, só pude pensar: nem sempre vence na vida quem diz sim, Jim. Nota 1 (em 5).
Pra começar, odeio o título original, Lakeview Terrace, que não só não vou acertar em mil anos, como também já confundi com "Plainview Palace" e todas as variações possíveis. "O Vizinho" é realmente uma versão bem mais simples, mas é tão sem graça... O trailer faz crer que o problema do policial interpretado pelo Samuel L. Jackson é que seus novos vizinhos sejam um casal interracial. Ele aparentemente não gosta disso. Só não sei se isso está claro, se foi o que presumi, ou se li a respeito em algum lugar. Parece ser um bairro chique de Los Angeles, já que há uma bela piscina (sempre um bom indicador: aqui no meu bairro ninguém tem uma piscina dessas, no máximo aquelas de plástico de mil litros). E essa já á a primeira inversão: muitos negros vivem em bairros chiques? Difícil, já que o salário dos negros, nos EUA e no Brasil, é muito menor que o dos brancos (das negras, então, nem se fala. Um dia, quando reclamava disso numa aula de inglês, meus aluninhos adolescentes - brancos, of course - disseram: "Claro! Mas também, teacher, são todas empregadas domésticas!". Eles nem conseguiam se perguntar por que tantas negras acabam trabalhando como domésticas. Só pode ser porque gostam!). A segunda inversão é que brancos costumam se incomodar muito mais com casamentos interraciais que negros. Ou pelo menos têm mais poder pra fazer algo contra. A terceira? Vejamos... há mais brancos racistas ou negros racistas? (Na casa onde vivo, antes de mim morava uma família negra - que nunca conheci, já que adquiri a residência numa imobiliária. Praticamente todos meus vizinhos - brancos - já apontaram esse fato importantíssimo pra mim. Quase sempre é assim: "Sabia que a sua casa era pintada de amarelo? Coisa de preto!". Em contrapartida, pintei as paredes externas de laranja. E o pior é que fica lindo). Quarta inversão: quem costuma atazanar a vida de vizinhos de outra cor, brancos ou negros? Não faz muito tempo que um negro nem poderia se mudar pra uma vizinhança branca. É coisa recente, de quarenta anos pra cá. Ah, sim, e tem a quinta: é corriqueiro policiais brancos destratarem pessoas negras, não o contrário. Aliás, "destratar" é um termo educado pra descrever como a polícia lida com a população negra, tanto nos EUA quanto aqui. Tudo isso me faz supor que o filme seja racista, mas não posso decidir por conta de dois minutinhos de trailer. O roteiro parece ter consciência de que está mexendo num vespeiro, como mostram algumas auto-referências, como o Patrick Wilson (excelente ator de Menina Má.com e Pecados Íntimos) dizendo pro Samuel que quase morreu de susto, e o Samuel replicando "Imagine that" (algo como "difícil de imaginar", já que está sendo sarcástico, certo?). Ou seja, ambos sabem que um branco terá medo de um negro se aproximando do seu carro. Ou o advogado falando do "color issue", da "questão da cor" - que, nesse caso, segundo ele, é azul (por Samuel ser um policial). O problema é que, independente da profissão do Samuel, a questão da cor, nos EUA, sempre virá em primeiro lugar. E o trailer, bem no meio, finge que a profissão é o conflito determinante. Isso de "quem você vai chamar se precisar de proteção contra um policial?" não cola, porque o Patrick tem problemas com o Samuel desde o início. E mesmo que o trailer dê a entender que o Patrick se descontrola, quem começa tudo (quem é o vilão da história) é o Samuel. E não por ser policial, mas por ser racista. Portanto, essa mudança de rumo na metade não pega bem. Tirando o teor racial, o filme me lembra um outro com título estranho, Pacific Heights, que aqui chamou-se Morando com o Perigo. Era um em que o inquilino Michael Keaton jogava baratas no apartamento da Melanie Griffith, não sei se você lembra. Não dá pra negar: essas tramas são interessantes porque estão próximas a nossa realidade (tirando a piscina espetacular com palmeiras). Mas um filme como O Vizinho perigosamente flerta com o racismo. Espero que o Samuel, que é um ator inteligente, não tenha se metido numa sinuca dessas sem querer. Pra piorar a situação, há todo um contexto: estamos no meio de uma eleição americana histórica, em que a "questão racial" não foi esquecida um minuto sequer. É forte a paranóia de brancos racistas ao redor do cenário "como os negros reagirão a uma derrota do Obama?". Há bastante gente temendo tumultos. Afinal, os EUA têm muitos loucos pensando que haverá uma revolução em que "blackie will kill whitie". Palavras do Charles Manson.Bom, pelo menos o trailer me deixou com vontade de ver o filme (que estréia no Brasil dia 21 de novembro, e que liderou a bilheteria nos EUA na semana passada). Nota 4.
Eu vi o clássico de 1951 há pouco tempo, pela primeira vez na vida (falo sobre ele aqui), e tenho certeza que, se o título da refilmagem não fosse igual, eu nem reconheceria que se trata da mesma história. Não tem absolutamente nada a ver. A julgar pelo original, o personagem (no remake feito pelo Keanu Reeves) é um extraterrestre que vem à Terra pra basicamente dizer: “Podem parar essa bagunça aí! Já! Senão vamos explodir esse planetinha arruaceiro”. Ele até fala de uma forma educada, mas a mensagem é exatamente essa. Neste trailer, que deve ser mais um teaser, o Keanu parece um cara estranho com poucos músculos no pescoço, e mais ênfase é dado a Jennifer Connelly (Mente Brilhante), que faz uma cientista ou uma jornalista, não saquei bem. No fundo, o trailer se baseia mais num interrogatório à la Blade Runner, e o sujeito que faz as perguntas consegue ser ainda mais esquisito que o Keanu. E dá a entender que a Kathy Bates é presidente dos EUA?! Como diria a patricinha, “as if!”. Tá, só na ficção os EUA elegeriam uma mulher gorda e de meia idade (Sarah Palin não é nem uma coisa nem outra, e só será presidente se o McCain for eleito e bater os coturnos, o que são duas probabilidades fortes).
Interessante como o interrogador pergunta: “Você está ciente de um ataque iminente?...” Isso é interrompido por uma grande pausa, em que a imagem corta pra um prédio no mesmo ângulo que vimos um dos aviões entrar nas Torres Gêmeas em 11 de Setembro. Aí a fala continua: “...ao planeta Terra?”. O planeta se resume às Torres Gêmeas e, óbvio, aos States. E no final vemos mais uma imagem do que parece ser o skyline de Nova York. A fala final do Keanu pro interrogador, “Você deve me deixar ir”, também é instigante. Ele diz isso porque pretende salvar o mundo, ou porque veio aqui pra destrui-lo? Conhecendo o Keanu, deve ser a primeira opção.
Aí, bem no finalzinho mesmo, ele diz pra Jennifer e pra um menininho (o filho do Will Smith, o garoto de À Procura da Felicidade), estrategicamente colocado lá pra cumprir a cota racial do filme: “Se a Terra morrer, você(s) morre(m)”. Quando eu vi o trailer no cinema, ainda em Detroit, pensei: “Bidu! É um gênio, esse Keanu!”. Óbvio, não? Só os americanos acham que não precisamos desta carcaça velha que é a Terra, e que dá pra viver no espaço, como em Wall-E. Pro resto do planeta, a gente sabe, sim, que depende daqui. Mas aí o Keanu completa: “Se você morrer, a Terra sobrevive”. E eu pensei, automaticamente:no contest! Por mais que eu tenha adorado a Jennifer em Réquiem para um Sonho, filha, se eu tiver que optar entre você e o planeta, hmm, deixa eu ver... Vamos decidir no unidunitê? Não, né? Tchau, linda. Você já era. Aliás, se eu tivesse que optar entre a pessoa que mais amo no mundo, que é o maridão, e a Terra, onde que eu assino pra despachar o corpo?
Vou dar nota 3 (em 5) pro trailer. Não por ele ser muito bom – porque não é, parece bem banal até -, mas porque adoro histórias apocalípticas.
Leia a crítica completa do filme aqui. O que mais gostei do trailer deste 22o James Bond é o joguinho com os números 007 no final virando 07 de novembro. Mas isso não pode mais ser usado, visto que a data de estréia mudou para 14 de novembro no Brasil e no mundo (antes na Inglaterra). O adiamento foi causado pelo vazio deixado por Harry Potter, que só chega ano que vem mesmo (eu não fiquei chateada).
Como fui a única pessoa na face da Terra a desgostar de Cassino Royale, não posso dizer que tenho grandes expectativas com o novo Bond. O personagem tá meio parecido com o Jason Bourne, não tá? Sei que na realidade o Bourne é cópia do Bond, mas isso de ter que desaparecer e todos os agentes do mundo te procurarem anda batido. O que eu mais lembro do último 007 (pra não dizer que é a única cena que lembro) é aquela em que o Daniel Craig sai da água. Rivaliza com a Ursula Andress de bíquini em câmera lenta. Não que eu tenha achado o Daniel um supra-sumo, mas lembro da reação da platéia. Foi um “Ooooh” geral, e desconfio que mais vindo dos rapazes, que queriam ter uma barriga-tanquinho dessas, que das moças. Mas enfim, foi naquele momento que Daniel deixou sua condição de patinho feio e virou cisne. Ele era considerado feio demais pra ser um 007 (e convenhamos, se a outra alternativa era o Clive Owen...). No trailer de Quantum vemos o Daniel sem camisa. Imagino que no longa vai ter muito mais. Não me pergunte o que é “quantum of solace”, porque não sei. Este deve ser um dos piores títulos da história do cinema. O que aconteceu com nomes insinuantes como Somente para seus Olhos e O Espião que me Amava? Trocaram por um Pum de Alface. E a distribuidora brasileira resolveu nem traduzir o troço. Acho que pensou: “Se nos países de língua inglesa ninguém vai saber o que ele significa mesmo, pra que dar essa colher de chá pros brasileiros?”. O trailer mostra que o agente está revoltadinho com a morte da última Bond girl. A Judi Dench, que faz a M, fala: “Quando você não consegue distinguir seus amigos dos inimigos, é hora de partir”. Partir, pro Bond, James Bond, não é bater as botinhas, claro. Ele vai é rodar o mundo e, por incrível que pareça, desta vez não acaba visitando os usual suspects do terroturismo americano (Irã, Iraque, Coréia do Sul, Cuba, Venezuela). Tá mais pra México, Chile, Itália... E parece que agora sobrou pra Bolívia. Nem mencionam o Evo Morales, mas tem algo a ver com o controle de água no país. Isso é interessante, porque é um daqueles casos escabrosos do capitalismo. Aconteceu na vida real: uma empresa internacional comprou, a preço de banana, a única concessionária de água em Cochabamba. De repente, a população local, miserável, teve que pagar preços inimagináveis pela sua água de todo dia. A empresa ainda deu um jeito de proibir que os bolivianos armazenassem água de chuva, pra que não houvesse concorrência desleal, sabe? Em Cochabamba, após inúmeros protestos, a licença foi revogada, mas a “guerra d'água” continua hoje em La Paz. Lógico que 007 não vai se envolver numa picuinha como essa questão política. Aliás, pelo que li, o maior vilão do filme é um ecologista que se chama Greene. Tipo assim, Greene, de Greenpeace? Bond ouve sua chefa e lhe diz, “Você não tem que se preocupar comigo”. É um clichê eficiente a edição mostrar o agente pulando de moto, correndo em telhados, saltando entre prédios, cavalgando cavalos, pilotando aviões, andando de lancha, correndo em cima de um trem... É, acho que incluíram cenas de ação na terra, no ar e na água. Eu só fico pensando como é a reunião dos roteiristas. Eles vão colocando xis em cada pré-requisito? Entre as cenas de ação do trailer há uma brevíssima cena de sexo. Sim, porque isso do Bond ficar jururu com a morte da namorada do último filme não pode interferir nas suas novas conquistas. Desta vez a Bond girl é Olga Kurylenko, que eu ia dizer que nunca vi mais magra, mas ela esteve em Hitman – Assassino 47. Tem outra também, uma tal de Gemma Aterton. Espero que o nome não vire moda no Brasil, porque de ovo basta a Clara. Nota 3.
Sou professora da UFC, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e, na definição de um troll, ingrata com o patriarcado. Neste bloguinho não acadêmico falo de feminismo, cinema, literatura, política, mídia, bichinhos de estimação, maridão, combate a preconceitos, chocolate, e o que mais me der na telha. Apareça sempre e sinta-se em casa. Meu email: lolaescreva@gmail.com.