quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MULHERES, TENHAM VERGONHA NA CARA!

Uma Thurman cobre seu rosto.

Escrevi pedindo que os homens assinassem o documento pedindo o fim da violência contra a mulher. Este comentário do João, meu leitor assumidamente de direita, mereceu um post:

E se você também pedisse que as mulheres se portassem mais condignamente? Nada justifica a violência contra as mulheres, mas eu acho que grande parte das mulheres se ajudariam, não aumentando as chances dessa violência acontecer se não abusassem do seu enorme poder de sedução agindo como depravadas. Repito que nada justifica a violência, mas agir com dignidade diminui a chance de muita violência acontecer. Você acha que a postura da mulher na televisão, nas revistas masculinas, ou mesmo nas ruas, ajuda a aumentar o respeito pelas mulheres? Não são todas, mas as mulheres que se portam como devassas fazem com que todas paguem o pato. Você pode dizer “ah, as mulheres podem agir como quiserem e os homens que se controlem”, mas nós todos sabemos que isso na realidade não acontece, então seria melhor a mulher se dar ao respeito para ter respeito. No que tange aos homens que mesmo assim usarem de violência contra as mulheres, a solução é policia, cadeia, etc. Em suma: peça o fim da violência, mas peça, também, mais vergonha na cara!

João Neto, you're back! E já volta com um comentário totalmente lamentável! Por favor, leia os comentários no meu post da semana passada. Veja o post da Patricia contando suas história de horror. Veja esse caso da moça estuprada por nove homens num churrasco. E me diga francamente se elas se portaram sem dignidade ou “abusaram do seu poder de sedução”. Puxa, agora que você falou... É verdade, nós fomos logo nascer com vagina e seios! Desse jeito, não tem homem que resista!
O problema não está conosco, João. O problema é de quem ataca, não de quem é atacada. É tão difícil assim entender? Mais de 90% das mulheres já sofreram algum tipo de humilhação ou ataque sexual. Todo o sexo feminino, portanto, não tem vergonha na cara? E o sexo que “não consegue se controlar”, este sim é digno de respeito? E só porque “é assim que acontece” quer dizer que tenhamos que aceitar a violência contra nós até o final dos tempos?
Citando alguns exemplos das minhas leitores, todas, como eu, devassas e sem vergonha, e portanto plenamente merecedoras das agressões que sofremos, talvez exista sim algo que possa ser feito pra diminuir a violência contra a mulher (além de, claro, os homens se conscientizarem que não vivemos mais na pré-história, quando existiam caçadores e presas). Acho que é nós, mulheres, reagirmos. Não levar desaforo pra casa. Assim que qualquer tipo de abuso começar, botar a boca no trombone. Um homem senta-se do nosso lado pra se masturbar no cinema? Nada de esperar quietinha que o cara ejacule na sua perna, como mais de uma leitora já relatou. Nada de ficar encabulada e trocar de lugar. Chega de tornar a vida deles tão fácil. Vamos fazer como a amiga de uma leitora, que ficou de pé e gritou: “Vá bater punheta em outro lugar, tio!”. Humilhado, o tarado foi embora. Mas, se não for, chame o gerente. Faça um escândalo. A gente tem todo o direito de ir ao cinema sem que um idiota se masturbe do nosso lado.
Um cara passou a mão em você na rua? Xingue, xingue mesmo. Se tiver alguém por perto, denuncie o escrotossauro. Sei que é perigoso, porque esses homens sentem-se no direito de dizerem o que querem. Mas não podemos continuar com a nossa passividade exemplar.
Um homem te importuna no ônibus? Dê uma bela bronca. Passe sermão mesmo, e bem alto, pros outros ouvirem. E aí exija pra que ele troque de lugar. Isso se não quiser parar o ônibus, falar com o motorista, e pedir pra que o passageiro se retire. Ele é que tem de trocar de lugar, não você. Você não fez nada.
Um nojento passa em um carro em alta velocidade e joga uma camisinha usada em cima de você? Anote a placa do carro. E vá à polícia. A gente tem o direito de andar na rua sem ser vista como lata de lixo.
Você pega carona e o sujeito te ataca? Ainda que você consiga se desvencilhar, anote a placa e denuncie. Ele vai fazer isso com outras.
Alguém chega perto demais de você quando você ainda é criança? Vá embora imediatamente. E conte a seus pais na hora. Pais devem estar neste mundo pra isso, pra proteger as filhas(os).
Seu companheiro te bateu? Não espere a segunda vez. Não pense que isso não vai acontecer novamente, que ele estava num dia ruim... Separe-se já (e sei que falar é fácil, fazer é que é difícil).
Não se acanhe. Deixe de lado a fina educação repressora que recebeu em casa. Do jeito que a situação está, parece que fomos criadas apenas para não oferecer resistência. Pra tornar a vida dos predadores um passeio.
Não se cale. Denuncie sempre. E não conte apenas à polícia, mas a todos que estão próximos. Eles precisam saber que há um tarado à solta. E, claro, não se sinta culpada. Se todas essas agressões acontecessem apenas contigo, a gente até poderia levar pelo lado pessoal. Mas acontecem com tantas, que deixa de ser um problema individual, pessoal, seu ou meu. Torna-se um problema seríssimo de todas nós. Eu repito: este blog não é especializado em violência contra a mulher. Não é uma ONG nem nada. As leitoras aparecem de todos os cantos e pelos mais variados motivos. Mas bastou eu contar a minha história de horror pra tantas de vocês fazerem o mesmo. Sinal de que, de fato, quase toda mulher tem uma história de horror pra contar.
E tem mais: mulheres com filhas, façam que elas aprendam alguma defesa pessoal. Sério. Tô chegando à conclusão que saber se defender fisicamente é um pré-requisito da mulher nesta sociedade. Outra dica pra quem tem filhas: não apenas fale abertamente com ela sobre sexo, mas deixe que ela traga seus namorados pra transar em casa. A maior parte dos jovens começa a ter vida sexual na adolescência. Por que a sua filha seria diferente? Permitindo que ela use o quarto dela, os riscos diminuem consideravelmente.
Quanto aos outros argumentos absolutamente ridículos do João, confio em vocês, leitoras(es), pra rebatê-los. Tô com preguiça e preciso escrever um capítulo da tese. Jogo o João às leoas.

116 comentários:

Suzana Elvas disse...

Não vou nem comentar essa infelicidade.

Lola, divulgue aí:

A Angela Scott Bueno me deu um toque ótimo: a página para colher assinaturas contra a violência é de uma firma de webmail, ou seja, a página pode ser cata-mailing. Que troquei no Breviário para o endereço da página da campanha:

http://www.homenspelofimdaviolencia.com.br/

Aconselho a todo mundo fazer o mesmo.
Bjs

Anônimo disse...

Oi, Lola. Concordo com o post todinho, mas o João tem um tiquinho de razão quando diz que algumas mulheres poderiam se portar de forma diferente, para o benefício de todas. Às vezes eu desejo que mulheres como as assistentes de palco da TV aberta ou a mulher melancia, por exemplo, não existissem. É certo que elas se prestam a esse papel porque, desde cedo, vivem numa sociedade que as faz pensar que isso é o melhor que têm a oferecer. É certo também que elas são pagas pra fazer isso e que a maior culpa é das pessoas que produzem esse tipo de programa ou música. Mas, mesmo assim, conheço mulheres que jamais fariam da "dança da garrafa" seu emprego, nem se estivessem precisando MUITO do dinheiro. Acho que essas mulheres famosas "vulgares", às vezes sem perceber, prestam um desserviço a todas as outras, porque propagam a imagem da mulher burra, mero objeto sexual. Acho que a mudança tem de envolver as três coisas: tanto a educação (para que as pessoas não se sintam atraídas por uma mulher numa posição degradante), pela conscientização dos produtores e tb pelas próprias mulheres, o que na minha opinião é o mais importante. Temos de ter um senso de coletividade. Se não tiver nenhuma mulher que aceite ser humilhada de biquíni na TV, a figura da "assistente de palco" ou "mulger fruta" deixa de existir, certo?

E, falando em histórias de horror, ontem infelizmente eu tive outra. Estava saindo da Reuters (que, infelizmente, fica em um lugar mais afastado da cidade, numa rua que fica quase sempre vazia. Mas eram 4 da tarde e nunca me aconteceu nada ali...) e um cara (devia ser um mendigo, pq tava descalço) simplesmente pára na minha frente e mostra o pinto. Fiquei assustadíssima, porque não tinha ninguém na rua, logo eu estava completamente desprotegida. Aí meu reflexo foi sair correndo pegar o 1o ônibus que vi pela frente (tinha um ponto a uns 500 metros dali e graças a deus passou um ônibus na hora). Depois, quando cheguei em casa e contei para minha mãe o que tinha acontecido, ela disse: "pq vc não ligou pra polícia? Pq não avisou ninguém da Reuters?". E eu pensei: "verdade, né? Que burra eu fui. Devia ter ligado!" Mas meu 1o instinto foi mesmo fugir. Nem pensei nisso na hora.

Renata disse...

A gente vai ficando sem paciência mesmo pra rebater esses comentários...
Outro dia eu ouvi um da minha chefe que não pude deixar passar. Ela estava comentando sobre a mulher que foi assassinada no shopping Iguatemi aqui em Florianópolis na semana passada. Falava que a mulher pediu por isso, porque quem mandou sair com o cara que já era condenado por agressão e estupro?
Eu respondi que essa premissa era a mesma das pessoas que falam que mulher merece ser estuprada, que estava provocando, porque pediu por isso. Quem manda beber em festas? Pegar carona com colegas de trabalho? Andar de saia? Respirar? Ter uma vagina? Pediu...
Não entendo isso de colocar a culpa sempre na vítima, e vindo de uma mulher! Me choca...
No fim ela não aceitou meu argumento e se recusou a continuar a conversa...
eu me sinto sempre impotente quando entro nessas discussões, como se as pessoas não estivessem dispostas a debater suas opiniões. Sequer questionar seus próprios argumentos. Elas só querem repetir seus lugares-comuns sem qualquer reflexão ou contestação.

Me parece que é o caso do tal João aí... ele só quer ficar repetindo e repetindo, não quer debater de verdade. Quando você usa uma dezena de argumentos e a pessoa se resume a apenas repetir os mesmos de novo e de novo, daí eu vejo que não tem muito o que fazer...

Um abraço,
Renata
www.oraculodelesbos.blogspot.com

Bel disse...

Perfeito. Estou cada vez mais agoniada com as histórias/comentários que leio. Ai, meoDeos, não dava pra todo mundo ser do bem, não? É complicado demais pedir isso, é? Afff...

Desculpa, não consigo comentar decentemente, a enxaqueca não deixa. Mas vim aqui por conta do link na Patrícia, e gostei...

Bjo!

Renata disse...

Marjorie,

ok, também não gosto da exploração das mulheres nesses programas, mas você também não acha que temos o direito de sermos vulgares se quisermos sem ter isso classificado como razão para estupro?

Mulheres não têm que ser santas para serem respeitadas, isso é direito de qualquer ser humano, seja uma freira ou uma stripper.

Suzana Elvas disse...

Renata;

Concordo com você. Porque eu nunca li nada sobre estupro dos caras que ficam sem camisa nas festas, ou malham na frente das vitrines das academias. Nem de ator nenhum que sempre tem cena que fica sem camisa. Alexandre Frota virou ator pornô - notícias do estupro dele?

Eu não tive nenhuma.

Dar-se ao respeito é outra coisa. Porque temos inúmeros exemplos de mulheres que ganharam a vida seminuas ou completamente off da sociedade - a saudosa Dercy Gonçalves não me deixa mentir - e eram respeitadas. Até a prostituta tem todo o direito de, nas horas livres, se sair com um cara e na hora resolver dizer "não" ter respeitada a sua vontade. É simples: livre-arbítrio. Cada um tem que ter o direito de escolher - seja freira ou prostituta.

João Neto disse...

Lola:

Você não quis entender o que escrevi, ou fingiu que não entendeu. A MARJORIE RODRIGUES entedeu perfeitamente. Todos que lerem com atenção também entenderão. É muita má vontade sua para comigo.

Anônimo disse...

Ola Lola,

Sou sua leitora lurker...e de direita!!! Mas hoje não posso me furtar a comentar... na verdade, nem tenho o que dizer, só dando mta risada mesmo....

Se algum dia o sr. Joao for assaltado, Deus proíba que isso ocorra, claro, falo hipoteticamente, a culpa também será dele... não estou tirando a culpa do ladrão, de modo algum... polícia nele... Mas porque o sr. João ousou ter algo que o ladrão queria... deixou o ladrão ver que ele tinha aquilo??? Eu acho essa a teoria mais perfeita... foi assaltado? Quem mandou provocar a ambição do ladrão? Foi estuprado? Quem mandou nascer gostoso???? Foi morto por bala perdida? Quem mandou você passar por ali naquela hora? Tava achando que era alvo??? O padeiro te roubou no troco? Porque diabos você não deu as moedinhas trocadas???
Não esperemos um comportamento decente do outro, isso é balela... o homem é um animal selvagem!!!
Isso me faz voltar a uma conclusão antiga, coitado do homem... ele é realmente mto inferior a mulher...tadinho, essa incapacidade de ver um rabo de saia de modo comportado, essa inabilidade em ser racional e controlar suas proprias necesssidades... que dó!!!

Suzana Elvas disse...

E, aproveitando:

"Temos de ter um senso de coletividade." A coletividade é a raça humana. Todos nós fazemos parte dela - homens e mulheres. A mulher tem que ter respeitado o direito de ganhar a vida como quiser - é por isso que vender o corpo não é crime, mas cafetinagem é. De vestir-se como bem lhe aprouver. Vestir muito ou pouco. Se quiser escolher viver à sombra do homem, que bom pra ela - mas ELE não tem o direito de achar que TODAS as mulheres têm que viver à sombra dos homens.

Se eu quero vestir roupas três números abaixo do meu e ganhar a vida rebolando num palco como dançarina de axé o problema é MEU. Isso não dá direito a homem nenhum se sentir à vontade para passar a mão em mim ou me violentar quando eu saio da boate em que trabalho - seminua ou não. Você não tem notícia de mulher tocaiando e violentando stripper masculino, tem? Até porque se ela fizer isso é bem capaz de apanhar - mas, se A stripper se defender do cara e bater nele, é capaz de ter que contratar advogado para se defender da queixa que ele vai fazer na delegacia - e ouvir do juiz que sua conduta imoral e depravada (Oi? Defina "depravada") provocou o ataque.

Anônimo disse...

Concordo com a Renata e com a Anonima. A gente tem o direito de ser o que quiser, desde que nao interfira na liberdade do outro.
Por exemplo, a mulher melancia quer mostrar a bunda gigante para todos? Ok, a sociedade machista gaz com que esse tipo de papel feminino, com carne pendurada no a'cougue, seja normal. Mulheres com a mulher melancia podem at'e serem consideradas um retrocesso a luta feminista, mas a atitude delas nao abre um precedente para que sofram violencia. Eh a liberdade dela, ela escolheu esse caminho.

Por acaso, como disse a Anonima, ja ouviu falar de algum cara bonitao ser violentado?

lola aronovich disse...

Su, ok, troquei! Obrigada por avisar. Fico impressionada que o pessoal se aproveita de tudo pra pegar email, até de uma campanha importante...


Marjorie, acho que vc não está vendo o contexto. Quando comecei a responder o João, falei de prostituição, de pornografia, de clubes de strip, etc etc, e isso vai virar um outro post. Mas as mulheres que participam desse jogo são peões, são fichinhas. Infelizmente, elas não têm a menor importância. Não são nem mulheres, são objetos. Se a Mulher Melancia se recusar a seguir seu script, há outras pra pegar o lugar dela. Não falta mulher pra isso. O que a gente tem que criticar não são essas mulheres, mas o sistema. Que é um sistema patriarcal e capitalista, que trata a mulher como mercadoria. Sinto muito, eu me solidarizo com a prostituta, com a atriz pornô, com a samambaia do Pânico. São todas mulheres. E são todas vítimas. Certamente todas têm suas histórias de horror pra contar. Talvez histórias ainda piores que as nossas. O que devemos questionar é por que uma mulher consegue lugar pra ficar rebolando como uma das tantas dançarinas do Faustão, mas não consegue pegar o lugar do Faustão. Sei que é mais fácil culpar a boazuda que vemos na nossa frente. Ela tem rosto e nome, embora na maior parte das vezes não saibamos qual é. O sistema é algo tão abstrato, né?
Que droga isso que aconteceu contigo ontem. Mesmo assim, nunca é tarde. Fale com o pessoal da sua empresa hoje. Avise mesmo. Sei que o nosso primeiro impulso é fugir. Mas o segundo deve ser denunciar.

lola aronovich disse...

Renata, tá na hora da gente aprender a parar de “blame the victim”. Eu também fico muito chateada quando ouço essas coisas vindo de mulheres. Mas sabe, é um longo aprendizado. Temos que ter paciência. Às vezes a gente acha que essas discussões não rendem nada, que a pessoa continua com a mesma cabeça, repetindo os mesmos preconceitos sem pensar, mas não é assim. Compare: é melhor pro João ou pra sua chefa passar a vida toda sem conhecer alguém que pensa diferente deles ou conhecendo e tendo a oportunidade de debater? Acho que a gente sempre acaba aprendendo. Até eu, que sou feminista desde criancinha, lembro de entoar o coro do “Mike Tyson não teve culpa!”, quando ele foi condenado por estupro. Eu achava que a Miss Black America, que subiu ao quarto dele no hotel de noite, foi sabendo exatamente o que iria acontecer. Precisei ver um documentário e ouvir a voz da vítima pra me convencer que eu estava sendo uma grande estúpida.


Bel, bem-vinda! Pois é, eu queo PAZ tb. Parece tão fácil ser do bem. Eu e minhas leitoras não conseguiríamos ser “do mal” nem que quiséssemos. Abração!

lola aronovich disse...

Rê, exatamente. Mas tem muita gente que ainda divide as mulheres entre p*tas e santas. E só as santas, as “mulheres direitas”, as que “se dão o respeito”, é que merecem respeito. As prostitutas e strippers estão aí pra serem espancadas e estupradas mesmo. A grande surpresa desse tipo de argumento é que “as mulheres direitas” também são espancadas e estupradas. E outra surpresa: essas mulheres direitas não são estupradas pelas prostitutas e strippers! Os algozes das mulheres nessa sociedade são bem outros...


Su, imagina, homem pode tudo. Certamente o Alexandre Frota nunca foi estuprado porque ele sim “se dá o respeito”. Grande exemplo de pessoa com vergonha na cara!
Bom, o resto eu respondi no comentário pra Renata.

lola aronovich disse...

João, eu não finjo! Sério? A Marjorie “entendeu perfeitamente”o que vc quis dizer só porque ela concordou em parte com o que vc disse? Pô, João, sua vida parece ser tão simples!


Excelente exemplo, minha leitora anônima lurker de direita! É isso aí. Se vamos culpar as mulheres pelo estupro e demais violências, vamos culpar as vítimas de assalto e bala perdida pelos assaltos e mortes que sofrem. É igual.
Mas sabe, estranho que vc se considere de direita. Porque isso de esperar um comportamente decente do outro certamente não é uma característica da direita. Pelo contrário. A direita acredita que o mundo é uma selva, que todo mundo é ruim, e no salve-se quem puder. De preferência, tendo uma arma a tiracolo.
Mas apareça mais, querida leitora. E pode falar seu nome que eu não mordo!

Giovanni Gouveia disse...

Engraçado, que eu moro no bairro mais famoso de Recife (Boa Viagem), na Avenida em que se concentram boa parte das prostitutas daqui, e mesmo elas desfilando pela madrugada de calcinha pela avenida niguém que não seja cliente para para atacá-las sexualmente, e olhe que estamos falando de profissionais do sexo...
TAlvez a contra argumentação seja de que a aparência das prostitutas seja repulsiva, e não a aparência das "menininhas de família", mas não é não, são mulheres bem afeiçoadas, que vez por outra saem pelas noites com a alta sociedade sem se fazer perceber sua profissão.
Sabe quais os motivos de elas não serem atacadas? São organizadas! Já vi filhinho de papai apanhando feio das meninas simplesmente porque "não queria pagar", aí meia hora depois foi encontrado por uma das meninas que o arrastou e veio mulher de tudo quanto é canto pra ir à forra com o cara que se a polícia não tivesse chegado possivelmente teria morrido (e isso aconteceu uns 200 metros do meu apartamento).
Também é inconcebível justificar (ou explicar) que "as coisas são assim", como se estivéssemos na era da barbárie, e qualquer mulher é presa fácil, portanto os homens, por instinto, que nem os cães seguem, tem a obrigação de comportar-se assim.
Há algum tempo as coisas eram assim:
- havia escravos que se não obedecessem os patrões iriam ser açoitados, talvez até a morte;
- Havia uma casta soberana, que ditava as regras, e ninguém poderia confrontá-las;
- Houve um tempo em que a palavra do Papa era final, para qualquer assunto;
- Houve tempo em que havia faraós e césares, que eram considerados deuses na terra, e sua palavra valia como dogma;
- Nâo há muito tempo, ai de quem dissesse qualquer coisa contra os governantes, que iria ser preso torturado, ou, quando não fossem encontrados, seus filhos poderiam ser seqüestrados como reféns para que os pais se entregassem (tenho um primo e um amigo que ficaram de reféns das forças de repressão da diatdura militar)...
SE está assim, está errado, as mulheres, como já dito por alguém aqui, deveriam ter o direito de sair nuas, ou vestidas da forma que quisessem, de casa, passar o dia todo vagando pelas ruas e voltar "a salvo" pra casa. O que tem que mudar não são as mulheres, quem tem que mudar é essa mentalidade doentia de vários homens, que tem medo de sua sexualidade e acham que se macho é atacar, estuprar, violentar...
Mas a campanha é contra TODAS AS FORMAS de violência contra as mulheres, e não apenas a clássica violência sexual

Anônimo disse...

Ai, Lola, não me leve a mal, mas nem vou me dar ao trabalho de gastar meus toques no teclado com esta criatura. Numróla.

:s

Caráleo... Anônimo (a), AMEI, AMEEEEI sua réplica. AMEI!

Marjorie, entendi o que você quis dizer, mas quem disse que nós não podemos ser o que quisermos? Temos o direito de representar todo e qualquer papel que queiramos, sem dar margem para estupros... Não, é não. ;)

Beijos

Serge Renine disse...

Cara Suzana Elvas:

Você tem razão, a mulher pode fazer tudo o que você disse, porém, ela tem que poder se defender dos seus algozes, e isso ela não pode efetivamente. Diante disso, o João Neto está errado; mas também está certo.

lola aronovich disse...

Su, explicou muito bem. No meu post sobre prostituição, eu cito a feminista Andrea Dworkin. Ela, que morreu em 2005, dizia que, até pouco, alguns homens adotavam um procedimento simples pra se safarem. Após violentarem, espancarem, e geralmente até matarem a vítima da vez, eles jogavam algumas notas de dinheiro em cima do cadáver. Dessa forma, havia a sugestão que a mulher era prostituta. E, com prostituta, dá pra fazer o que quiser, né? Se o homem pagou, levou! Se mesmo sem pagar o homem já leva... Eu fico horrorizada.


Samantha, legal, querida, vc respondeu mais ou menos como eu, até citando a Mulher Melancia (é que vou respondendo todos os comentários e só depois os publico). A gente se esquece que Mulher Melancia sempre existiu, não só no Brasil como em todo o mundo. Sempre existiram símbolos sexuais, só vai mudando o tipo, pra seguir o gosto vigente, e também pra atender diferentes nichos de mercado. Porque é só isso: uma grande feira. Não dá pra culpar o abacaxi, dá?

João Neto disse...

Não dona Lola: o que a Marjorie Rodrigues entendeu, foi justamente o que eu quis dizer e não foi porque ela concordou comigo. Leia de novo, quem sabe você também entenda. Se não entender, ou é porque escrevo muito mal ou...

Tina Lopes disse...

Essa lógica de que alguém "merece" violência ou "fez por merecer" a violência, ou que "abusou" da liberdade etc etc. é tão nojenta. Acho que tudo de importante sobre isso já foi dito aqui. Só queria saber o que seria um homem que não se dá ao respeito. Porque o tempo todo eles são respeitáveis, só as mulheres têm momentos e atitudes desprezíveis.

Anônimo disse...

Essas discussões me deixam muito alterado. Não sei como existem pessoas ainda que tem esse tipo de pensamento e, pior, pessoas que concordam com ele. O grande problema da humanidade é que o umbigo de todo mundo é sempre maior do que a capacidade de olhar por cima do ombro. Se a questão não me atinge ou foge, um milimetro que seja, do meu padrão do comportamneto, O RESTO do mundo está errado e não tem o que discutir. Gente.. que tal parar e pensar no proximo? Ter um pouco de COMPAIXÃO e conseguir perceber que todo mundo tem sentimento, vontade, desejo, necessidade... e, muitas vezes diferentes do que o que a voces tem. Alias é quase sempre assim, né?

Anônimo disse...

Renata:

eu não relacionei isso a estupro, como o João relacionou. Talvez eu não tenha me explicado direito. Vamos lá:

Eu NÃO concordo com o João.

Eu acho que toda mulher tem o direito de sair na rua usando a roupa que quiser, na hora que quiser, sem correr o risco de ser violentada. Afinal, ela é um ser humano como qualquer outro e ninguém, não importa o que faça, merece ser agredido e estuprado. E, como o homem tb é um ser humano, não me venha com essa de que "ele não soube se controlar porque fulana provocou". Isso é ridículo e é também degradante para os próprios homens, porque parte-se da premissa de que eles são uns monstros cujo instinto é agredir os outros.

O que eu quis dizer é que muitas muoheres poderiam agir diferente para mudar a CULTURA MISÓGINA. Quando aquela mulher (pois é, nem sei o nome dela) aceita ser chamada de "mulher melancia" e vira a bunda para os fotógrafos toda vez que chegam perto dela, como se só a bunda dela importasse, ela está contribuindo para a propagação da cultura misógina. Não importa quanto dinheiro ela ganhe por isso, ela devia ter consciência de que o lucro pessoal dela prejudica a todas nós. No entanto, eu tb tenho consciência de que, se ela aceita e concorda que não passa de um objeto sexual, se ela fica feliz em ser considerada assim, é porque desde pequena cresceu ouvindo isso.

Ou seja: talvez sem se dar conta disso, ela perpetua a cultura que a prejudica.

Espero ter me explicado :)

Anônimo disse...

Ou seja: o sistema faz a mulher melancia se prestar a este papel e o papel que ela faz perpetua o sistema. É um ciclo vicioso.

E, realmente, Lola, se ela se reucsasse, outras fariam o que ela faz. Parti de um desejo meio utópico: que TODAS se recusassem a fazer isso, não importa quanto dinheiro ofereçam. Por um senso de coletividade mesmo. Tipo: "Eu não vou aceitar isso porque nenhuma mulher devia aceitar isso. Só aceito o emprego se for pra ser no lugsr do Faustão". Seria UMA DAS maneiras de romper este ciclo. Como os indianos que seguira mo ghandi e ficavam sentados na rua.

Anônimo disse...

Mais uma coisa.... como ainda pode existir, no mundo, alguém que tenha orgulho de "ser de direita"?????

João Neto disse...

Todos têm orgulho de ser de direita Pablito. No seu mundinho de esquerda, quem manda, quem faz, inclusive quem te emprega é de direita. Não seja ingênuo. Esquerda é o refúgio do injustiçado, desde a revolução francesa, mas isso não faz de todos de esquerda bons. Assim como todas de direita também não são bons, nem todos maus. Maniqueísmo, ou é ingenuidade, ou má intenção.

João Neto disse...

Esqueci. O seu presidente da república, não se engane, é de direita. Está camuflado de esquerda, mas age na direita.

L. Archilla disse...

fiz um post ontem sobre o caso da Susana Vieira e aquele canalha (porque traição tb é violência). meu irmão, q mora no rio, disse nos comentários q os colegas de trabalho dele conhecem o cara e q ele sempre foi o maior cheirador... mas acham q a verdadeira culpada foi a Susana, q ousou de relacionar com um cara bem mais novo... onde já se viu, que sem-vergonhice!

Renata disse...

ouch... essa foi difícil de ler. Por sinal o meu chefe é de direita sim, e em uma discussão que tivemos sobre se os funcionários tinham direito mesmo à uma folga "vendida" (ficamos quase três semanas sem folga a pedido da empresa) ele teve a cara de pau de me perguntar se eu era petista.
Respondi que sim e perguntei se ele tinha alguma coisa contra mim agora que sabia da minha posição política. Ele falou que não, e justificou a pergunta dele pelo meu entusiasmo em discutir com ele a questão.
Não aconteceu mais nada depois disso, mas pra mim é uma ótima anedota de ideologias políticas dentro de uma empresa.
Lá estava eu defendendo os direitos dos meus colegas e ele defendendo os interesses da empresa por causa de uns trocados. C'est la vie.

Mas te garanto que o meu orgulho político é diferente do dele. O meu orgulho vem do fato de eu defender interesses de outros, enquanto o dele vem de defender os interesses próprios. E precisa ver como isso fica evidente nos nossos olhos.

Anônimo disse...

João
Quem disse que eu sou de esquerda? Eu nenhum momento eu disse isso... mas tambem nao sou de direita e nem tucano babaca. Só sou uma pessoa livre que não fica amarrada a conceitos antigos e egoistas. Eu penso no proximo e não na MINHA propriedade, nos MEUS conceitos e MINHAS ideias tacanhas. Gosto de aprender e estou aberto ao novo... SEMPRE.

João Neto disse...

Ok Pablito.

Anônimo disse...

lola, desculpa entrar aqui para falar pouco sobre o post. Tá na hora da mulherada partir para porrada mesmo, até porque é a ÚNICA linguagem que certas pessoas entendem. Enfim, estou dentro de um furacão agora (espero que ele me leve para OZ) por isso verei se consigo te mandar o link sobre o Livro amanhã, pois tenho que procurá-lo ainda. E desculpa, mas você é a Lola Mor, só que as fotos daquelas casas maravilhosas e aqueles post divertidos da lola princess me cativaram. Beijos.

Ju Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suzana Elvas disse...

Serge, complementando o que a Lola postou aqui há um tempo.
A gente ainda acredita na humanidade dos homens. A menina que foi "servida" pelo namorado aos amigos jamais imaginaria que isso aconteceria. Eu fiz krav magá por cinco anos. Já furei o olho de um ladrão com a chave de casa. Já quebrei o nariz de outro usando o cabo do guarda-chuva. E mesmo assim fui agredida (física e psicologicamente) por quase três anos pelo meu marido.

Desaprendi? Perdi a mão? Não. Eu penso antes. Uma grande amiga estava sendo pela enésima vez agredida pelo marido. Ela então pegou uma vassoura e foi bater nele. Mas na hora agá não conseguiu feri-lo. Então ele tirou a vassoura da mão dela, quebrou o cabo na cabeça dela e, quando ela desmaiou, ele chutou-a umas três vezes. Como eu sei? A filha mais nova (9 anos), trancada no armário pelo pai, assistiu tudinho pelas frestas da veneziana da porta.

Por que ela não bateu com força? Por que ela não quebrou a cabeça do infeliz? Como citou a Lola, nos faltam facas de açougueiro na cozinha? Não. A gente, lá no fundo, sempre acha que AQUELE cara não vai fazer. Não vai até o fim. Afinal, é tão torpe que não dá pra acreditar que ele vai até o fim.

O que nós discutimos aqui é a mania de culpar o comportamento da mulher pela violência que ela sofre. Mas você não culpa o comportamento do homem pela violência que ele sofre. Se ela apanha na saída da festa foi porque prometeu e não cumpriu. Se ele apanha foi culpa da playboyzada mal educada - que usa a desculpa que o que apanhou "deu bola pra minha namorada". Se deu, e daí? E se ela der bola de volta, arrebentar a cara do outro resolve? Ela é por acaso uma novinha pra ser tocada à força pra dentro do cercado?

O que as mulheres estão FARTAS é essa história de achar que como a Mulher Filé mostra a bunda na televisão TODAS tem que fazer o mesmo. TODAS são fáceis. E, se ela mostra a bunda QUANDO E COMO QUISER, ela tem que mostrar a bunda sempre - querendo ou não. Então, se o marido da Suzana Vieira é um cafajeste todo ex-policial que casa com mulher mais velha também é? Se a mulher gosta de usar minissaia TODAS são fáceis? Minissaia e decote são sinônimos de "franqueada ao público"?

Não, o João NÃO está certo. Se vamos passar a régua e nivelar todo mundo... Bom, tive péssimas experiências com um José. Então todos eles são safados e cafajestes. Todos os portugueses são burros. Todos os franceses são porcos. Todos os brasileiros são
"ixpertos". Todos os homens que usam brincos ou perfume demais são gays (pervertidos e depravados, btw) e todas as mulheres que gostam de rir alto, acreditam em sexo sem compromisso e se vestem com pouca roupa TÊM que se submeter a qualquer avanço de qualquer. Se não, tabefe nela. Ela mereceu.

Anônimo disse...

Parafraseando um amigo meu, sabiamente (nao sei se ele estava citando algum autor): Hoje, passamos da fase da discussao "esquerda/direita". Os problemas que temos que resolver (violencia, desrespeito aos direitos humanos, racismo, desrespeito a mulher, idoso, crianca e deficiente etc) sao muito maiores que essa velha picuinha.

Mica disse...

Dessa vez eu sou obrigada a concordar como João, mas não sem discordar de você, Lola. A culpa da violência contra a mulher não é (na quase totalidade das vezes) da mulher violentada e, nada, nada justifica uma agressão (nem mesmo a superexposição do corpo feminino). Mas a mulher precisa aprender a ter mais respeito por ela mesma. Acho um abuso a mulher reclamar de ser objeto sexual e afins, e se expôr da forma que se expõe na tv, revistas, filmes, etc. Inevitavelmente está construindo dentro da mentalidade tanto do homem quanto das outras mulheres, uma imagem de exploração, de facilidade, de pouca utilidade dentro da sociedade que não seja a do sexo e do uso do corpo.
De forma alguma culpo as mulheres por serem abusadas e maltratadas, mas as culpo por passarem uma imagem de que não merecem mais do que isso.

Ju Ribeiro disse...

"você acha que a postura da mulher na televisão, nas revistas masculinas, ou mesmo nas ruas, ajuda a aumentar o respeito pelas mulheres?"

não importa! a mulher pode estar completamente nua na tua frente...NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM TEM O DIREITO DE LHE ENCOSTAR UM DEDO MÍNIMO QUE SEJA!!!
e o que vc classifica como "devassa", joão? homens aceitam até "oi" como insinuação! e o problema é nosso??

lola, uma vez eu estava passando com o meu pai (ele estava mais à frente) no centro do rio e um babaca (muito mais alto que eu, diga-se de passagem) que estava descarregando um caminhão numa boate no centro do rio falou alguma gracinha comigo, baixinho. não pensei duas vezes: dei um socão bem dado no braço dele e ainda o chamei de imbecil pra quem quisesse ouvir. é assim que se faz, já que fazer a fina não resolve. to cansada! vou acabar passando do judô ao krav-magá. é tanto homem babaca, que me faz até ter nojo do gênero.

*respostei porque a msg antiga continha vários errinhos.

Rachel disse...

Com sinceridade, o resumo do Anonimo, ficou perfeito, não precisa dizer mais nada. Não que eu concorde no tal "olho por olho, dente por dente", afinal, violência, só gera violência. Contudo, diante desse mundo animal em que estamos vivendo hoje, o que nos resta é retrucar mesmo.
Ri, por um momento Lola, quando disse para as mães colocarem suas filhas para aprender sobre artes marciais. Ri não sei necessariamente de que, acho que queríamos tanto nos igualar aos homens que aí estamos. Não que artes marciais na minha visão seja algo criado especificamente para homens na minha visão. mas na mente pequena de muitas pessoas sim. Então lembrei-me de que, antes mesmo de começar a me envolver com seus magnífcos textos - infelizmente muitos com assuntos não tão agradáveis - eu treinava e, treino judô com meu namorado. Começou meio na brincadeira, mas diante do mundo em que vivemos hoje, creio na possibilidade de que tenho que começar a me aperfeiçoar.
Graças a Deus nunca me aconteceu nada assim tão grave que eu não pudesse superar. Já fui agredida, já fui xingada, humilhada, perseguida - ah, e quero deixar claro que, nem uso short, nem saia, muitos leões a solta sabe? A carne chama atenção, provocaria sua ira!
Como os homens - estou generalizando ok, mentes pequenas? - são baixos, sujos, dignos de pena.

Olha, mais uma vez, para você e todas as mulheres que tiveram coragem de se expor aqui, meus parabéns. Vamos revolucionar. Saber bater, sem deixar a nossa delicadeza, xingar, sem perder a classe, revidar, sem deixar de ser mulher.

Serge Renine disse...

Suzana Elvas:

Eu também sei Krav Magá, por conta da minha profissão que é negociador. Eu ia até sugerir a Aronovich, como complemento ao Judô, que acho que ela já pratica, por aumentar o leque de opções para defesa pessoal, com golpes contundentes além dos desequlibrantes.

Ensino Krav Maga, inclusive para minhas três filhas. Mas eu sei que se defender de um homem muito forte pode ser problema, até para outro homem.

A mulher tem todos os direitos do mundo, mas a realidade é cruel e a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Estou de acordo com você, mas a vida é terrível.

Talita Figueiredo disse...

Oi Lola, descobri seu blog semana passada e estou adorando, parabéns!

Sobre o post, o que me vem à cabeça é o seguinte: dizer que as mulheres não devem esperar que os homens se controlem não é um modo meio disfarçado de chamar os próprios homens de idiotas??? Fica parecendo que os homens são animais pré-históricos sem controle de seus instintos... Prefiro acreditar que há mtos caras bacanas no mundo que NUNCA fariam mal a uma mulher só porque ela é provocante, ou dadeira, ou qualquer outra coisa considerada depreciativa.
Em respeito às mulheres (é claro), mas também a esses homens civilizados e respeitosos que existem aos montes, eu me recuso a acreditar que a maioria das mulheres que sofrem violências foram devassas e fizeram por merecer.

Rachel disse...

Ah, só pra lembrar, já que vejo um pequeno desentendimento entre os participantes ativos dos cometários aqui publicados. A questão citada nos ùltimos textos aqui, diz respeito à violência contra a mulher, não ao tipo de roupa que ela usa, ou deixa de usar. Isso é ridículo! As mulheres devem se respeitar? Sim, concordo plenamente, assino embaixo. Mas se elas não se dão o respeito, por usarem roupas provocantes, ou serem dançarinas, ou fazer o raio que elas quiserem da vida delas, que direito as pessoas tem de violenta-las? Me explica que eu quero entender!!! A menos que ela diga, sim, eu quero transar com você, tudo bem, vão bora, que é outra história. E isso serve tanto pra homem, quanto pra mulher. Pelo amor de Deus gente, não façamos com os outros o que não gostariamos que fizessem com as pessoas que amamos, ou conosco mesmo. Viu? Tão simples!

Serge Renine disse...

Suzana Elvas:

Me desculpe a possível ignorância, mas, a frase abaixo, que li no seu perfil, é sua, ou de algum poeta?

"Sinto o ventre vazio, apesar de nele habitar o eco de minhas filhas. Contrariando o poeta, parir é gerar saudade".


É muito lindo e profundo.

Anônimo disse...

Mas gente a solução é obvia e simples: burca na mulherada!
Se todo o problema da violência contra a mulher é gerado pela roupa, fechem as lojas que vendem mini-saias e tops e cadeia para os fabricantes de biquinis, porque alguns homens, coitadinhos deles, são seres irracionais e não controlam seus impulsos então é melhor não contrariar.

Sou louca pra aprender Krav Maga e pelo jeito como andam esses homens de direita em pouco tempo será obrigatório toda mulher saber também.

Babs disse...

Comentando os comentários:

Não concordo com a Marjorie, e evidentemente com o João. A vulgaridade é um atentado sim, mas certamente não à alguma moralidade sexual mas sim ao bom gosto. E ao que eu saiba ter mau gosto nunca foi crime ou atenuante de crime.

Gostei da analogia do assalto. Matou a questão!

Leila disse...

é uma pena que existe pessoas q pensam assim...

As mulheres poderiam ter vergonha na cara, assim como esse cara poderia ter também!

Lamnetavel minha cara Lola, lamentável

Andrea disse...

Lola, parabéns pela crítica aos comentários desse idiot*!

Todas as suas dicas para nos protegermos são válidas. E sim, já pensei várias vezes em fazer um curso de defesa pessoal. Como vc mesma fala, é pré-requisito para nós nos dias de hoje.

Abraço, Andrea

Babs disse...

O João Neto é interessante, só entende o que ele escreve quem concorda com ele...

Andrea disse...

Ah! E boa sorte com essa "tal de tese". Eu por aqui tô com mais 3 segundos pra entrar oficialmente de férias (hehehe). É q falta corrigir uns detalhes no projeto e entregar em 3 vias. Detalhezitos.

Babs disse...

"Sinto o ventre vazio, apesar de nele habitar o eco de minhas filhas. Contrariando o poeta, parir é gerar saudade".
Que frase MA-RA-VI-LHO-SA!

Babs disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Babs disse...

O esse pessoal "fundamentalista", ou "de direita", ou "whatever" esquece deliberadamente, dentre inúmeras coisas, é a total falta de parâmetros. Por exemplo, a mulher deve se vestir de maneira mais decente, mas o que seria isso? Uma manga mais comprida com saia longa? Ou quem sabe um xador?Uma burca talvez? Já que os olhos femininos também são hiper sedutores?
É uma falácia de regressão infinita.

(ironia mode on)Olha, acho que os homens também deviam se vestir mais decentemente. Porque do jeito que a mulherada está a perigo, deus sabe lá o que vai acontecer? Coitadinho do homem que ficar por ai se exibindo sem camisa, as mulheres não conseguirão se controlar! E gente, quanta indecência nesses jogos de futebol? Os homens deviam jogar usando calças!

Srta.T disse...

Primeiro, antes de comentar o texto em si: acho chatíssima, simplista e rasa essa história de "esquerda" e "direita". Conheço muita gente brilhante de direita que não concordaria com as absurdas posições do João. Conheço muita gente tacanha de esquerda que concordaria. Tem pessoas bacanas e pessoas deploráveis de ambas as posições, e tem outras, que como eu, preferem não se enquadrar em nenhum desses rótulos. Isso pode ser alienação e covardia pra alguns, mas eu acho que é só bom-senso. Qualquer radicalismo é estúpido.

Segundo: "se dar ao respeito" é uma expressão que pode ter várias interpretações, todas péssimas. Acho que é uma das frases mais infelizes já criadas pelos clichezeiros de plantão. Então porque uma meia dúzia de mulheres resolve se expor na mídia como carne em balcão de açougue, todas devem pagar o pato? Desculpa aí, tem algo de errado nesse raciocínio. Se elas tão nessas, é porque (infelizmente) tem quem goste e consuma isso, e que são tão "culpados" quanto elas. E também, devem agir dessa forma porque não têm mais nada a oferecer. Mesmo assim, isso não as faz mais ou menos gente que ninguém, e tampouco merecedoras de desrespeito e violência. Mesmíssima coisa acontece com homens. Porque o ex-marido da Suzana Vieira é um escroto, vamos achar que são todos assim? Porque uma moça foi vítima de um bandido que conheceu pela internet, vamos achar que todo mundo na internet é um estuprador em potencial? Pára, gente. Generalização é preguiça de pensar.
Sensacional a analogia que fizeram com o assalto, mostra bem como funciona.
E sim Lola, eu acredito mesmo que defesa pessoal é uma ótima escolha. Não estou pregando a violência, mas acho que se podemos, temos o direito e o dever de nos proteger. Ficar esperando que a sociedade se conscientize de um dia pro outro e essas barbaridades parem de acontecer é utópico demais pro meu gosto. Pode ser o correto, mas eu fico com o factível. É ele que me permite me proteger hoje. Quem sabe meus netos e netas conheçam um mundo melhor.

Anônimo disse...

Ola pessoas,
Voces acrediam mesmo que as mulheres e homens préhistoricos nao cosneguiam segurar seus instintos mais primordiais? eu discordo dessa opinião, em muitas das sociedades que eu ja estudei como arqueologa ou nos relatos antropologicos as mulheres sempre tem papel importante, essencial para a manutençao dos grupos (nao apenas pela reproduçao mais papel essencial ba subsistencia dos grupos) e muitas, muitas vezes preponderante. Em muitas das sociedades e grupos sociais, considerados pela nossa sociedade "moderna" e industrial como "simples" ou "atrasadas", as mulheres tem mais liberdade de escolha, proteçao contra violencias e igualdade do que na nossa sociedade atual. Nossa sociedade "coisifica" as mulheres, e objetos, como bem sabemos, não tem escolha, opinião ou direitos. Infelizmente o caro leitor que pede "vergonha na cara" das mulheres não pede vergonha na cara dos homens, que consomem, estimulam e controlam a pornografia, por exemplo. Uma educaçao que ofereça as mesmas chances às crianças de ambos os sexos, estimulando a auto-estima e defesa dos direitos das mulheres, melhores oportunidades de emprego e igualdade de salarios para as mulheres provavelmente ajudariam à aumentar o leque de opçoes das mulheres que hojem sao dançarinas de tv, por exemplo. Embora, eu não veja nenhum problema em uma mulher ser dançarina de tv (nao me agrada a exposiçao das moças como carne em açougue). Mulheres que estão na prostituição devem ter o direito do não integralmente respeitado. Nao importa o que uma mulher faz ou deixa de fazer com o seu corpo, ela deve ser a unica senhora soberana de suas decisões. Ninguém tem o direito de se apropriar do corpo de outrem, porque quando uma mulher diz sim ela deseja partilhar. Quando ela diz não, ela não deseja ser expropriada de sua vontade e de seu corpo. Infelizmente nossa sociedade não apenas pratica o capitalismo (que significa expropriação de outrem) nas suas relações comerciais, mas também nas relações humanas. Pois bem, mulheres, vamos tomar posse do que é nosso, da nossa parte nesse grande butim: direitos iguais, indenização e reparaçao de décadas e décadas de jugo patriarcal, fim da violência contra nossa liberdade de escolha e nossos corpos, mesmo que isso signifique agir energicamente (quero dizer revidar os ataques, mesmo que isso signifique utilizar a violência também). Devemos parar de acreditar na suposta humanidade dos homens. A fraternidade feminina deve começar a funcionar, como sabemos, a fraternidade masculina não nos proteje (caso recente de Eloa ou da não publicação do nome de homens que praticam violência nos jornais).

ps: desculpem o desabafo, mas eu não aguento mais esse tipo de babaca que quer colocar a culpa em mim!!! Espero que nunca isso tenha acontecido com voces mais fui vitima de abuso na infancia. Levei anos pra entender que a culpa não foi minha.

Carol B.

Anônimo disse...

Lola,

A verdade é que nao importa se a mulher é a mais rampeira das prostitutas que se vende a 1,99... não continua sendo nao... se ela disser nao, ou mais, se ela nao disse sim, é fim de conversa....

Anônimo disse...

Bom, eu morava ao lado de uma república de estudantes que tinha como diversão ficar mexendo com uma das minhas filhas. Como ela ainda se considera criança, começou a ficar incomodada, e resolveu nunca mais usar short nem vestido. A coisa chegou a tal ponto que ela começou a ir para a escola de casaco jeans por cima da camiseta (e olha que a temperatura média aqui é 40 graus). Só fiquei sabendo do que estava acontecendo, e o porque das roupas encostadas no guarda-roupa quando ela chegou chorando da escola, porque um deles a fechou com o carro para dizer umas gracinhas, e ela me disse que nem estava vestida de p*. Fui lá falar com eles, já se passaram 3 anos, e só agora ela voltou a sair de short e vestido na rua. Desrespeito não tem nada a ver com a roupa que você esta usando. Quanto as artes marciais, tenho 3 meninas, e meu marido vive insistindo nisto. Sabe que agora estou começando a achar que pode ser uma boa idéia?

Anônimo disse...

Lola, na boa? Não dê ibope para um retardado desses. Nusss...

Anônimo disse...

Concordo com a Srta.T
"Se elas tão nessas, é porque (infelizmente) tem quem goste e consuma isso, e que são tão 'culpados' quanto elas. E também, devem agir dessa forma porque não têm mais nada a oferecer".
99% dessas dançarinas de axé e funk vem de famílias extremamente pobres.
E ao contrário de muitos, vejo até um lado positivo na onda das frutas, pelo menos elas não são do padrão de beleza inatingível, não são louras, altas e magérrimas.
Ao contrário são cheinhas, morenas ou afrodescendentes e de estatura baixa e ainda assim estão na mídia.
Não toda a mulher pobre faça isso ou deva fazer isso. Só que essas não enxergam outra opção, outro meio de vida. Mobilidade social é quase inexistente. Quais as chances de qualquer delas chegar a uma universidade? Ínfimas.
Lembrando que no Brasil nem mesmo a prostituição é crime, elas tem o direito de fazer o que quiser: dançar semi nuas, posar p/ a Playboy, faz pornôs, nada disso é crime por aqui. Criminosos são os que agridem, espancam, violentam, estupram, matam. Ah, sempre que se toca no assunto violência contra a mulher, logo surge o assunto violência sexual, mas a violência vai muito além disso. Violência doméstica, a mais comum, mal é divulgada na grande mídia. E os maiores agressores são os pais, os maridos, os tios e primos.
Aqui listo as formas de violência segundo a Lei Maria da Penha: http://universonosdois.wordpress.com/2008/11/25/dia-internacional-pela-eliminacao-da-violencia-contra-a-mulher/

Unknown disse...

Olha, só posso dizer que esse seu post foi praticamente uma transmissão de pensamento. Faz tempo que me pergunto pq nós mulheres não reagimos mais. Eu comecei a reagir a pouco tempo, e tenho que dizer, é libertador. Quando algum engraçadinho fala na rua "Oi gracinha." eu prontamente respondo com "Oi babaca." o cara fica super envergonhado e as vezes até sai correndo. é lógico que seu o comentário for feito a noite, na rua quase deserta quando volto pra casa, vou ficar quieta e sair correndo de perto. Mas se for de dia, numa rua movimentada, falo mesmo.
Quanto a defesa pessoal, acho que a mulher deve aprender duas coisas: chute no saco e dedo nos olhos. Isso já dá bem conta do recado.

Anônimo disse...

Acho essa coisa de "vulgar" e "não ter bom gosto", além de machista, elitista, blergh. A "vulgaridade" no vestir quase sempre está associada às mulheres de menor poder aquisitivo, podem reparar. Uma moça de classe média ou classe alta usando seu short de grife é fashion.
Exemplo
É como o pessoal do sudeste chamar a cultura do norte e nordeste de brega.

Ju Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ju Ribeiro disse...

elyana,
já cansei de dar fora em babacas que mexem comigo (e olha que não sou um exemplo de beleza, hein?).

uma coisa que lembrei agora foi o que aconteceu com uma tia minha, que mede (sem sacanagem) 1,41 m! mas é aquilo, né...."dentro dos menores frascos se encontram os piores venenos". ela estava passando pelo terminal pra ir trabalhar quando passou na sua frente uma mulher ainda mais baixa que ela. a moça foi abordada por um casal: o homem se referiu a ela como "filhote". ela não reagiu e sua parceira danou a rir feito uma hiena. quando passaram pela minha tia, o cara soltou "outro filhote". minha tia só virou e a respondeu em alto e bom som: DOIS RETARDADOS! os dois ficaram extremamente encabulados.

sacou de onde vem esse meu sangue quente, né?

Margot disse...

"a mulher pode estar completamente nua na tua frente...NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM TEM O DIREITO DE LHE ENCOSTAR UM DEDO MÍNIMO QUE SEJA!!!" em teoria eu concordo com essa afirmação, mas infelizemente, não é esse o mundo em que vivemos. Não podemos dar mole. Uma mulher q desfile semi nua na frente de um grupo de homens, uma pessoa que caminha as 2h da manha no centro de SP ou alguém que estaciona um carro destrancado - nos três casos a pessoa está correndo altíssimo risco de ser estuprada, assaltado, roubado. Não quer dizer que mereça, que pediu pra isso, mas francamente, nestes casos a pessoa está claramente se expondo e se arriscando. Enquanto a sociedade não evolui, creio que devemos adotar uma postura o mais defensiva possível quando os riscos são óbvios. E infelizmente, o pior de tudo é que mesmo, seguindo todo o bom senso, a mulher é vítima de violência gratuita, como podemos ver com estes últimos. É muito triste.

Srta.T disse...

Putz Elyana, isso é bom demais. Sempre fiz isso, desde que começaram a mexer comigo. Meus pais viviam dizendo que um dia eu iria apanhar de alguém na rua, mas nunca me ocorreu. Admito que sou bem mais boca-suja que você, mas se o cara mexe comigo, eu xingo mesmo. E ainda chamo a atenção: "Que foi? Sua mãe gosta que falem com ela assim na rua?"

Respeito é respeito, pra quem quer que seja. Pena que só tem cara que se liga que tem que respeitar uma mulher quando lembra que vem de uma.

Anônimo disse...

Lola eu li este post e li TODOS os comentários. No fundo acho que o João nos trouxe uma contribuição
porque várias pessoas disseram coisas importantes. Ótima a idéia de educar as meninas incluindo artes marciais, defesa pessoal enfim ensiná-las a reagir. Aquela moça que contou ali que o cara mostrou o pinto por exemplo: não foi muito grave o que ele fez, mas se ela o surpreendesse numa posição de luta e aplicasse um golpe levando-o ao chão, o cara ia pensar duas vezes até ter outro ataque de exibicionismo.Quando começar a aparecer nos pronto-socorros, babaca com braço fraturado, nariz quebrado, olho fechado por hematomas, a nossa sociedade (leia-se macharia), vai perceber que algo está se equilibrando e não dá pra ir atacando tudo o que desperta desejo ou cobiça. Há dois anos eu e meu marido caminhavávamos à noitinha e um rapaz bem alto, cheio de gás, correu,nos alcançou em segundos e puxou uma faca falando: a carteira, ou te mato! Meu primeiro impulso foi me esconder atrás do meu marido me agarrando em sua cintura, mas refleti rápido achando que assim eu imobilizaria meu marido, então saltei pro lado oposto da rua, dei um berro e imitei o gesto de defesa do marido que foi judoca quando jovem. O gurizão não esperava uma mulher gordinha e
grisalha "saltar de banda" e fazer pose do tipo "vem que tem", ele deu dois passos para trás, olhou pra mim, pro marido e disparou ladeira abaixo. Acho que as meninas precisam ser orientadas para uma resposta imediata, uma decisão rápida, tipo aquela que vc teve Lola, de sair de cena rápido, lá naquela casa de praia. Não estou pregando a violência mas com certeza há que se
REVER A EDUCAÇÃO DAS MENINAS. E vou colar aqui o que li no comentário de Cavaca:
"Tá na hora da mulherada partir para porrada mesmo, até porque é a ÚNICA linguagem que certas pessoas entendem." Quanto às mulheres que dançam e etc, eu diria que nem toda mulher tem competência intelectual e se elas não estão a fim de colocarem um macacão e de serem garis, isto não justifica a violência.

Anônimo disse...

OOOPS ! Esqueci de dizer: a judoca de mentirinha aí do outro comentário, sou eu. Fatima.

Srta.T disse...

E tem o melhor: acha que vai ter machão pra ir prestar queixa, dizendo que "apanhou de mulher"?

PAGO pra ver.

Ollie disse...

Cara, ler uns comentários desse tipo me deixam enojada.

Recentemente, na grande S. Paulo, uma jovem e sua prima foram vítimas de assalto quando chegavam em casa, vindo da universidade. A jovem, sua prima e o pai dela ficaram horas em poder dos assaltantes (um deles menor) e foram torturados. Enquanto "tocavam o terror" dentro da casa (humilde, família de classe-média-baixa), os assaltantes aproveitaram para vasculhar a casa, comer e beber tudo o que encontraram na geladeira. Não satisfeitos com o terror físico e psicológico que infligiram à família, um deles, o menor (sempre eles) usou uma faca de cozinha para "serrar" os dedos da moça mais velha. Queria que ela "confessasse" onde escondia "mais dinheiro". Depois disso, o outro (adulto) estuprou a jovem na frente do pai e da prima.
O jornal só não deu detalhes sobre a "camisola (ou vestido) insinuante" que a moça usou na ocasião do seu estupro.
Mas eu acho que era vermelho...
Quer dizer... Se não era uma roupa vermelha deve ter ficado em virtude das manchas de sangue que verteram dos dedos (quase amputados) da jovem. [/ironia]

lola aronovich disse...

Ótimocomentário, Gio. Fico feliz que as prostitutas de Boa Viagem sejam unidas e se defendam. É necessário. Quanto ao argumento de “as coisas são assim”, é algo que não engulo. Porque é tão conformista! Esses exemplos que vc deu são todos de coisas que “eram assim” e, graças à muita luta, foram mudadas. E muito bom vc ter citado de leve a ditadura militar. Ei, não quer escrever um guest post pra mim sobre isso? Sei que vc viveu esse período tanto quanto eu (ou seja, não viveu), mas, na sua militância política, vc certamente conheceu muita gente que foi torturada. Acho que precisamos trazer esse assunto à tona, porque a mídia de direita vai tentar demonizar todos os revolucionários, por conta da Dilma, claro.


Chris, excelente mesmo o comentário da leitora anônima, né? Ela podia agora dizer “Fui eu! Meu nome é tal”.

lola aronovich disse...

Serge, seu argumeno é tão torto. Quem está errado não é quem não consegue se defender, é quem ataca.


João, antes d'ela se explicar, eu já tinha entendido que ela NÃO tinha concordado contigo. Mas se vc quer crer que sim...

lola aronovich disse...

Tina, é uma boa pergunta. O que é um homem que não se dá ao respeito?


Pablito, concordo contigo: falta compaixão. Falta empatia. A pessoa não consegue se colocar no lugar do outro e, portanto, quer apenas que o outro mude pra ficar exatamente como ele. Mas eu sempre pergunto: “Who died and made you God?”. Desde quando essa pessoa que quer que todos sejam como ela é melhor?

lola aronovich disse...

Marjorie, entendo o que vc quer dizer. Num mundo ideal, não existiriam mulheres que se prestassem a esse papel de entreter os homens sexualmente em troca de dinheiro. Mas este não é um mundo ideal. Então uma coisa que as feministas NUNCA fazem é atacar as prostitutas, atrizes de filmes pornôs, strippers, mulheres melancia, etc etc. Elas atacam é o sistema: a prostituição, a pornografia etc. Porque é o sistema que CRIA e ao mesmo tempo USA essas mulheres, do jeito que as criou. É muito difícil fugir disso. Mas tenho certeza que a Mulher Melancia, por exemplo, não é burra. Ela sabe que está nos seus quinze minutos de fama, e quer ganhar o máximo de dinheiro possível nesse curto espaço de tempo. A “vida útil” dessas mulheres em geral é muito curta.


Pablito, ah, tem muita gente que se orgulha em ser de direita. Tem gente que achava que o que Hitler queria é que era bom.

lola aronovich disse...

João, isso de que “todos têm orgulho de ser de direita” não é verdade MESMO. Pode apostar que as pessoas enchem muito mais o peito pra dizerem que são de esquerda que de direita. E vc não perde uma oportunidade pra ofender o Lula, né? A gente pode estar falando de jujubas, que vc vai incluir alguma agressão a ele. É meio obsessivo isso, não?


Lauren, legal, eu já comentei lá. Como eu disse, pra mim a coisa mais errada desse caso todo foi que o carinha bateu na ex-amante...

lola aronovich disse...

Rê, obrigada por responder. Uma graça o seu chefe! Adorei que vc respondeu SIM, na lata, que era petista, e já emendou com “Algum problema?”. É assim mesmo que tem que responder. A sua frase diz tudo: “O meu orgulho vem do fato de eu defender interesses de outros, enquanto o dele vem de defender os interesses próprios”. Taí a sua explicação, João, sobre por que tanta gente se envergonha de ser de direita.


Pablito, legal, é importante que vc esteja aberto ao novo. Mas pro João qualquer um que discorde dele é petista.

lola aronovich disse...

Cavaca, tudo bem, obrigada por aparecer aqui mesmo no meio de um furacão. Ah, eu fiquei só com um pouquinho de ciúmes por vc elogiar outras Lolas. Mas não posso exigir exclusividade. Abração da sua Lola Mor. Fofo!


Krav magá, Su?! Olha, se eu já ouvi falar nisso antes, não registrei. Agora procurei na wikipedia. Su, escreve um guest post pra mim, vai! Please... Sobre a sua experiência de ter furado o olho de um ladrão e tal. Mas olha, é isso mesmo que vc falou. Uma das dificuldades da gente se defender é que a gente não é como eles. Não somos agressoras covardes e doentes. Confiamos. Acreditamos. Por isso que eu fico com raiva da personagem da “mulher do oftalmologista” (a Julianne Moore no filme) em Ensaio sobre a Cegueira, por ela não pegar logo a tesoura e matar os cegos malvados muito antes do estupro e tal. (eu ainda quero escrever um terceiro post sobre Ensaio). Ao mesmo tempo, a demora dela é totalmente compreensível. E acho que quase todas as “pessoas de bem”, como é o caso dela, agiriam assim. Vc tem que se convencer muito que lutar fisicamente é o último recurso. Tem que esgotar todas as possibilidades. Entendo perfeitamente o que aconteceu com a sua amiga. Prum demente bater em mulher é normal, é seu modus operanti, faz parte de sua rotina. Ele não tem que transgredir norma alguma. Mas pra mulher que apanha se defender é completamente diferente. Ela não é uma psicopata; ELE é. Além do mais, é o marido. Ela já amou o sujeito. Já confiou nele. É o pai dos filhos. É super complicado mesmo. Pra quem tá de fora, olhando, parece fácil. Mas pra vítima é realmente difícil.

lola aronovich disse...

Samantha, o que acontece, a meu ver, é que os MODOS de resolver todos esses problemas variam muito entre a esquerda e a direita. As causas apontadas também. É tudo muito diferente. Não é uma picuinha: direita e esquerda continuam existindo e, pra mim, são facilmente identificáveis.


Miquinha, sua sumida! Por onde andou? Bom, procure as minhas respostas pra Marjorie, porque vc, como ela, está culpando as mulheres, não o sistema que explora essas mulheres. E isso não está certo.

lola aronovich disse...

Fabi, pois é. Tudo é culpa nossa! Um homem nos ataca? Culpa totalmente nossa!


Ju R, vc me fez pensar num ponto interessante. Olha só: um homem “devasso” seria um pervertido, um tarado, um estuprador, certo? Mas, pra mulher, “devassa” pode ser qualquer coisa. Usou minissaia? É uma devassa! Transou no primeiro encontro? Idem! Foi estuprada? Totalmente devassa!
Que legal que vc teve a coragem de bater no cara, Ju. Mas essas coisas são perigosas. Tem homem que vai reagir. Pô, krav-magá parece uma boa.

lola aronovich disse...

Rachel, também achei perfeito o resumo da leitora anônima. Mas olha, isso de colocar as filhas pra aprender alguma defesa pessoal eu concluí ultimamente, sabe? Afinal, os pais vivem colocando os filhos e as filhas pra fazerem um monte de esportes. Em geral o objetivo não é competir profissionalmente nem nada, é só integração e praticar exercício físico. Pois bem, ao invés de colocar a filhinha pra malhar em academia (que, pra mim, parece TÃO perda de tempo - isso de andar e pedalar sem sair do lugar!), que tal colocá-la pra fazer alguma arte marcial? Dessa forma, ela pratica exercício físico e aprende algumas técnicas que podem ser muito úteis. Não é que a gente sairia por aí distribuindo porrada. Mas saber se defender fisicamente parece ótimo. Que legal que vc anda treinando judô com o seu namorado! Acho que tá na hora da gente deixar de ser passiva.


Serge, não, vc entendeu mal: infelizmente, eu não luto judô. Eu fiz um ano de judô, eu acho, muito tempo atrás, quando eu era pré-adolescente. Não lembro de nada. Mas olha, pode ser interessante aprender alguma técnica de defesa. Aí aproveito e pratico algum exercício físico. Então vc também sugere o krav magá?

lola aronovich disse...

Oi, Talita! Que bom que vc chegou aqui e está gostando! Apesar dos temas pesados... Normalmente eu não sou assim! Mistura alguns temas mais pesados com coisas muito leves. Mas ultimamente tem sido mais difícil descontrair. Muita violência junta. Mas eu acho sim que a maior parte dos homens NUNCA faria mal a uma mulher. Ou pelo menos eu quero acreditar, apesar de muitas evidências em contrário. Apareça sempre, Ta!


Rachel, é uma regra tão básica essa de não fazer com os outros o que não gostaríamos que fizessem conosco... Se as pessoas se atessem a essa regrinha simples o mundo já melhoraria muito.

lola aronovich disse...

Serge, é lindo mesmo, né? Ah, mas se vc foi ao blog da Suzana, viu que ela tem muita poesia na alma!


Débora, burca é uma boa, né? O pior é que eu já li vários relatos de pessoas de países que adotam a burca e o véu que é melhor assim, pra não provocar os homens. Isso me dá nojo! Que tal educar esses mesmos homens que têm tanta dificuldade pra se controlar?
Ah, quer dizer que a senhorita já tinha ouvido falar em krav magá? Só eu que não?

lola aronovich disse...

Babs, é, eu também não gosto muito da palavra vulgaridade. Acho meio elitista. Mas sabe, isso de que “vestida assim, a mulher tá pedindo pra ser estuprada” tá tão enraizado... não só nos homens quanto nas mulheres. É muito triste isso.
E quem não concorda com o João Neto é petista!


Leila, pena mesmo. Lamentável em todos os sentidos.

lola aronovich disse...

Andrea, ainda mais vc que é linda, deve ser um atentado aos homens! Como eles resistem ao seu poder de sedução? Recomendo um curso de defesa pessoal sim!
Sério que falta tão pouquinho pra vc entrar de férias? Que maravilha! Deve ter sido um ano pesadérrimo pra vc. A gente tem que se encontrar pra vc me contar tudo.


Babs, linda mesmo essa frase. Espero que a Su apareça pra nos dizer se ela é a autora.
Agora, isso de se vestir pra não seduzir é fogo... De fato, os homens podem se vestir como quiserem, que nós não vamos atacá-los. Não porque somos mais fracas, mas provavelmente por sermos mais controladas, mais sensatas. Mais inteligentes, talvez? Porque dizer que um homem não consegue se controlar realmente é pensar muito mal dele!

lola aronovich disse...

Srta. T, concordo que existam pessoas deploráveis na direita, no centro e na esquerda. Mas eu não acho isso de direita/esquerda exatamente um rótulo. Acho que há muitas características que indicam a que espectro político a pessoa pertence. Mas enfim...
Concordo totalmente que essa expressão, “se dar ao respeito”, é ridícula. E é isso que vc diz: como que dá pra culpar a prostituta e nunca o sistema? E, já que é pra individualizar, que tal “culpar” o cliente? Sem o consumidor, a prostituta não teria razão de ser. Mas é essa lógica torpe, Srta. T, de que o homem é VÍTIMA da sedução feminina. A culpada é sempre a mulher!
Acho que foi vc que, em outros posts, começou a falar de defesa pessoal. Me convenceu que é importante. Obrigada!


Carol, concordo contigo. Acho que quando eu e outras estávamos usando essa expressão, “pré-histórico”, usamos meio sem pensar. Claro que tem uma enorme carga de preconceito contra o que é antigo. O bom é que é o que é moderno, né? Civilização! É um termo preconceituoso, sim. É isso que dá só olharmos pro nosso umbigo e acharmos que somos o supra-sumo da história do mundo.
E sim, ao invés de pedir “vergonha na cara” às mulheres, por que não pedir vergonha aos homens? Se são contra as moças dançando lascivamente em programas de TV, não assistam, ué. Se são contra as prostitutas, não as procurem. Se são contra as atrizes pornôs, não consumam pornografia! Tudo isso só existe porque há uma grande demanda masculina. Não existe porque as mulheres são devassas querendo seduzir os homens, esses frágeis seres sem controle sobre o próprio corpo. Ao invés de ser contra essas mulheres, que são vítimas de um sistema, que tal lutar para que elas possam ter mais opções? Para que elas não precisem vender o corpo? Pra que elas não sejam abusadas na infância? Concordo com todas as suas últimas palavras. Já sofremos (caladas) demais. Vamos revidar. Vamos ser enérgicas. E vamos nos unir, porque, de fato, os homens não servem para nos proteger. Se não a gente não teria tanta história de horror pra contar, apesar de ter pai, irmão, namorado, marido, amigos. E já me parece muito irônico precisar de homem pra que ele nos proteja... de outros homens.
Muito bom o seu desabafo, Carol. Prefiro mil vezes ver mulheres revoltadas que mulheres passivas. Abração pra vc!

lola aronovich disse...

Anônimo, exatamente. Não faz a menor diferença se a mulher é prostituta. Merece respeito igual.


Lili, puxa, mas por que a sua filha não te falou isso na primeiríssima vez que isso aconteceu? Há tantos casos de crianças que sofrem caladas... Não tem como a gente educá-las pra que elas falem SEMPRE TUDO pra gente, no ato? Mas que bom que vc foi falar com aqueles paspalhos, e que a sua filha esteja se superando do trauma. Pois é, não é preciso haver violência física ou sexual para que fiquemos traumatizadas. Quanto às artes marciais, eu não tenho filhas, mas se tivesse, gostaria que elas fizessem sim. Pô, tô até pensando em eu mesma fazer!

lola aronovich disse...

Yallah/Rô, eu sei que não devia dar ibope, mas é que acho que é importante que a gente se revolte com os preconceitos alheios. Faz com que a gente se mobiliza. É bom saber como essa gente pensa.


Lila, acho que falta a gente pensar no contexto. Prostitutas, atrizes pornôs, strippers, mulheres-fruta etc, não pousaram aqui no planeta Terra por acaso. Elas são crias de uma sociedade profundamente injusta. Assim como nós também somos. Todos somos construções da época e do lugar em que vivemos. Essas mulheres aprendem desde cedo que precisam vender seu corpo pra sobreviverem. É como garoto pobre que sonha em ser jogador de futebol, porque é difícil sonhar em ser médico. No caso das profissionais do sexo, é impressionante a porcentagem de vítimas de estupros já na infância. De um certo modo, elas foram “fabricadas” para servirem aos homens. É terrível.
Mas concordo que é positivo que essas mulheres-frutas fujam um pouco do padrão de beleza único.
E claro, violência contra a mulher tem de vários tipos. O pior é que muitos rapazes acham que é só estupro e, pior, para que haja estupro necessariamente precise haver violência. Como se o estupro por si só já não fosse uma violência...

lola aronovich disse...

Que bom que estamos ligadas telepaticamente, Elyana. Legal que vc tenha começado a reagir recentemente. Eu também. Eu fiquei passiva durante muitos anos. Toda boazinha, querendo sempre ser educada. Agora cansei. Não levo mais desaforo pra casa. (ou seja, eu sou um pé no saco mesmo. E não só com os homens. Ontem, no ponto de ônibus, vi duas mulheres falando de como ela e o marido batem na filhinha - que estava do lado, ouvindo tudo - pra ela aprender. Falavam cheias de orgulho. Ah, eu tive de interferir. Perguntei se elas sabiam que, na segunda , havia sido dia mundial contra bater em criança. Elas ficaram impressionadas, nem sabiam que existia tal dia. Claro que eu fui simpática, não falei isso agressivamente nem nada. Apenas conversamos. Eu acho importante).
E sobre chutar no saco e dedo nos olhos? Mesmo pra isso é preciso treinamento. Não apenas físico como também psicológico. Neste momento, eu não estaria preparada nem de um jeito nem de outro.


Lila, concordo totalmente. Um termo como esse, vulgar, é julgado sempre por um ângulo elitista. Blergh mesmo.

lola aronovich disse...

Ju R, bem que fez a sua tia em revidar. Só talvez pudesse evitar essa palavra, “retardados”, que denota preconceito contra pessoas com problemas mentais... Ish, a linguagem que usamos tá tão carregada de preconceitos! Vc falou de “sangue quente”, eu imediatamente pensei em “leite quente”. Com aquele sotaque dos paranaenses, sabe qual é?


Mi, acho que temos que tomar atitudes defensivas sim, e não darmos chances pros riscos. Concordo contigo quanto andar de madrugada, por exemplo. O que é lastimável, óbvio, porque homem tem muito mais liberdade que a gente. Mas isso de roupa é muito subjetivo. Pra muitos homens qualquer roupa é um convite. Pode ter certeza que a enorme maioria das mulheres estupradas não estava vestida de forma “indecente” nem nada. Realmente não foi culpa delas. E mesmo que estivessem nuas, também não seria culpa delas. Mas o que eu quero dizer é que, quando um homem quer estuprar, ele não precisa de motivo.

lola aronovich disse...

Srta. T, legal que vc responda assim! Eu acho perigoso sim, mas nem por isso acho que tenhamos que nos calar. Claro que eu não faria algo assim numa rua deserta, mas... Em público, por que não?


Gente, vcs tão querendo me matar! Acabei de escrever CINCO páginas no Word respondendo a esses comentários. Agora já passa da uma da manhã. Vou ter que aprender a responder mais sucintamente, porque senão...
Oh my God! E enquanto eu estava respondendo esses 60, apareceram mais quatro!

lola aronovich disse...

Anônimo (põe um nominho embaixo da próxima vez pra gente poder te tratar por algum nome, inicial, apelido), ah, tá, é vc, Fatiminha! Eu não iria te reconhecer. Ha ha, que legal! Vc fez pose de judoca e espantou o assaltante! Que dez! Parabéns. Eu acho que isso ajuda sim. Um dos motivos que esses covardes nos atacam mais (somos mais vítimas de assaltos tb) é porque somos passivas. Um homem pode reagir, mas uma mulher foi educada pra nunca esboçar nenhuam reação. Eles só têm um pouco de receio da nossa reação emocional (vamos ter um ataque histérico? Começar a gritar sem parar?), mas não da física. Se pudéssemos reverter isso, seria uma maravilha. Não estou incitando a violência. Eu quero o fim da violência. Quero que mulheres não sejam mais atacadas, ponto. Mas, enquanto ela continuar existindo, estou pregando a DEFESA. Abração pra vc, Fá. Eu vou dormir. Tô caindo aqui em cima do computador.

lola aronovich disse...

Pois é, tem essa tb, Srta. T. Nunca que eles vão prestar queixa...


Ai que horror, Ollie. Terrível isso. Só uma coisa me deixa com mais raiva do que um assalto em geral. É assalto com violência. E, aliás, assalto a pessoas pobres, que não têm nem o que roubar. Terrível, terrível.

Srta.T disse...

Lola, juro que gostaria de ser mais assídua no seu blog, mas o trabalho me impede. Apesar de não concordarmos em muitas coisas, acho que dá pra sair (como tem saído) muita coisa boa daqui. O negócio é ver como colocar em prática.

Quanto à defesa pessoal/artes marciais: não é somente aprender a bater. É aprender a ter equilíbrio, serenidade, segurança. Pra mim, funcionou melhor que a Yoga. E hoje, apesar de ter menos que 1,60 de altura, me sinto mais segura quando saio na rua. Não infalível nem estúpida (ninguém minimamente inteligente reage com uma arma apontada pra si), mas eu posso evitar muitas coisas, e por isso, dou graças. Meus mestres sempre me trataram feito um homem durante as aulas, e isso é um privilégio.

Beijos!

Serge Renine disse...

Eu sei Aronovich que quem está errado é quem ataca, mas quem sofre é quem é atacado. É isso que eu quero dizer: é melhor evitar ser atacado.

Babs disse...

Lola, que esforço heróico! Responder todo mundo não é fácil...

Em relação à palavra vulgaridade, não penso seja elitista. A vulgaridade não escolhe classe social. É sim uma palavra depreciativa, mas não não necessariamente de cunho sexual. Mas uma vez que tem sido usada com o cunho sexual, futuramente usarei "deselegância".
E gente, só a elite é que é elegante?Eu penso que não.
Bj

Dai disse...

seu post tá maravilhoso. Acho que a Carmem Silva tem um texto em que ela também recomenda que as mulheres exponham publicamente este tipo de agressores, os homens que se valem da vulnerabilidade do nosso corpo para intimidar. quanto ao comentador idiota, é um sujeito tão abaixo da crítica que não tenho expectativa que venha a demonstrar alguma compreensão sobre o que leu. Em Natal, realizamos uma manifestação de rua com as loucas de pedra de lilás, um grupo de teatro de rua que usa a expressão cênica, frases de efeito e pouquíssimos recursos materiais para encenar situações de violências em lugares movimentados das cidades. Vários homens que nos assistiam, passantes, comerciários, senhores de idade avançada sentandos nas calçadas, tentaram nos intimidar com frases chulas e incitação à violência. Respondíamos aos 'gracejos' - nada graciosos - com as nossas palavras de ordem: 'joão, cozinha o teu feijão', 'zequinha, só com camisinha', 'cristinha, olha a tua vagina', 'ernesto, aprenda a fazer sexo', 'tião, com violência, não!'. O mais bacana é que também havia um grupo de atores (rapazes) no cortejo, o principal mote deles era: 'homem, homem, homem, o machismo nos consome'. Pois é. consome mesmo...

Suzana Elvas disse...

Serge,

A frase é minha. Quando escrevi isso estava pensando num dos mais lindos versos escritos em português, numa música do Chico Buarque: "Saudade é o reverso do parto; saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu." Essa frase sempre me fez ficar com os olhos rasos d'água (como estou agora), porque como mãe é um medo que eu carrego todos os segundos da minha vida.

Abs

Suzana

Serge Renine disse...

Suzana:

Desse seu medo eu também compartilho. Que deus nos livre!

Eu enviei para minha mulher a sua frase e ela ficou emocionada.

Mais uma vez, parabéns!

Giovanni Gouveia disse...

Suzana, "Pedaço de Mim" é uma das mais belas, e tristes, poesias já escritas, em qualquer idioma
:'(

Mica disse...

Desculpe desaparecer, Lola. Ando na correria por aqui. Mas sempre que consigo eu apareço, nem que seja para somente ler e matar a saudade ^_^.
E, confesso, sou uma pessoa meio fútil. Não tenho muita paciência para discutir assuntos de extrema importância. Até gosto de ler, mas não sou uma pessoa que tenha o dom da argumentação, e como geralmente não concordo com boa parte do que eu leio, fico quietinha só lendo que é para não falar besteira.

Mas antes de voltar para o meu silêncio contemplativo, deixe-me dizer que eu até culpo o sistema, mas como indivíduos as mulheres têm suas parcelas de culpa. Não gosto dessa visão (e desculpe-me se entou compreendendo errado, mas é desta forma que eu tenho entendido os inúmeros comentários) de que todo mundo pode tudo e que o outro que tem que ter respeito. A agressão é imoral e execrável, mas a falta de respeito próprio também. E o sistema...bem, o sistema infelizmente foi construído pelo ser humano, homem e mulher e resta a nós consertá-lo e não culpá-lo sem cada um ter o seu próprio esforço pessoal.

João Neto disse...

Lola:

O Mica também entendeu. Não estou tão só.

Suzana Elvas disse...

João e Mica;

No dia em que homem tiver que escolher uma calça imensa de larga pra ter CERTEZA que ninguém vai se esfregar nele nem passar a mão na sua bunda dentro do metrô, a gente volta a conversar.

Dai disse...

eu acho que ainda irá levar umas duas gerações de homens até chegarmos a uma solidariedade significativa da parte deles em relação à desigualdade de gênero. por ora, permanecem repetindo o mesmo discurso gasto de seus bisavôs - da autoridade e indifereça diante de tudo o que está errado (e permanece igual). Culpar vítimas é uma lástima, em qualquer medida, em qualquer ciscunstância, custa crer que há quem se esmere em cavoucar argumentos para justificar isto. Eita machismo para consumir...

Andrea disse...

Qto a ser um atentado para os homens é exagero seu Lola! Please! Não viaje na maionese!

Agora, o que me irrita é quando tenho que ir para a aula de acrobacia em tecido (como uma aula de ginastica), e visto roupa de lycra para a aula. Como o local é bem pertinho, eu vou a pé. Mas é de porre que aguento comentarios imbecis pelo caminho. Mas é f*** ter que ir vestindo uma roupa e chegar lá e ter de trocar. Fora que suja uma roupa atrás da outra. A gente nao tem liberdade pra vestir a roupa que quer não? Só pq vc veste uma roupa colada, uma minisaia ou uma blusa q mostra o umbigo os homens pensam que podem "se achar no direito"? Um horror isso! Pra dizer o minimo!

PS- E falta sim, quase nada para entrar de ferias. A orientadora tá corrigindo meu projeto e assim que eu refizer essa versao entrego as copias e uh-hu férias! E repito o convite, qdo vieres à Floripa avise que marcamos um café, chá ou suco para bater papo, ok? Abraço!

lola aronovich disse...

Srta. T, vc vem sendo bastante assídua no blog! E não temos que concordar em tudo, não. Mas concordo que aprender uma defesa pessoal possa nos deixar mais seguras e equilibradas. Que bom que seus professores nunca te discriminaram!


Serge, claro que é melhor evitar ser atacada. Putz, Serge, vc não acha que a gente GOSTA de ser atacada, né? Ë o que a gente mais quer: deixar de ser atacada. Mas o que vc não está entendendo é que, infelizmente, não é algo muito possível de ser evitado. Não do jeito que vc diz, que é se escondendo. Eu defendo que os ataques sejam revidados. Talvez assim se evite alguma coisa.

lola aronovich disse...

Babs, querida, não, pode continuar usando a palavra vulgaridade! É só uma birrinha minha, nada a ver. Como estar cursando Literatura, a gente passa a prestar mais atenção às palavras, só isso. Mas é difícil escapar, porque a linguagem reflete a discriminação contra o “outro”.


D, que maravilha poder ouvir esse relato sobre a manifestação que vcs fizeram em Natal. Vc escrevu sobre isso no seu blog? Pôs fotos? Se quiser escrever um guest post sobre essa experiência, eu adoraria publicá-lo. É triste saber que mesmo numa manifestação dessas alguns homens foram hostis. Muito triste mesmo. Adorei como vcs responderam. O machismo realmente consome a gente. É preciso lutar contra ele diariamente. Inclusive contra o nosso próprio.

lola aronovich disse...

Su, que linda frase! Eu amo tanto o Chico... Apesar de não ter filhos, o Pedaço de Mim sempre me emociona... Vc fez um excelente paralelo com a música.


Serge, eu nem preciso ser mãe pra entender o medo de vcs. Totalmente compreensível!

lola aronovich disse...

Gio, o Chico é, pra mim, o maior poeta DO MUNDO! Assim, em qualquer idioma.


Mica, eu sei que vc sempre aparece por aqui, mesmo que não comente. E sei que a gente não concorda em muitas coisas. Eu descobri isso quando escrevi uma crítica sobre O Colecionador de Ossos...
Claro que as mulheres têm culpa! Não de serem estupradas, claro, mas de, mesmo sendo mães e professoras de tantos meninas, não conseguir colocar valores mais humanitários nas cabeças de tantos homens. E quanto ao sistema: dá pra consertar alguma coisa sem criticá-lo antes? Sem analisar sobre o que está errado com ele? Acho que não.

lola aronovich disse...

João, é A Mica! It's a girl!


Su, o pior é que usar uma calça imensa de larga não impede que os tarados de plantão vão se esfregar na gente... Porque, sinceramente, se fosse tão simples - se bastasse as mulheres usarem burca pra não serem agredidas e violentadas - acho que muito poucas não adeririam ao sistema.

lola aronovich disse...

D, vc é tão otimista! Eu ainda estou esperando ver algum sinal de humanidade e empatia dessa nova geração. Gostaria muito de ver algum sinal de mudança. Quando que eles vão começar a mudar?


Ah nem vem, Andrea! Vc é linda! Um atentado mesmo! Deveria ser proibida de sair de casa pra não provocar os homens! É uma droga isso da gente não ter liberdade. Ninguém fala um pio sobre isso. Falam como se fosse BOM a gente não ter liberdade, porque assim estamos protegidas. E o pior é que não estamos, de um jeito ou de outro.
Legal ,vamos sim! Eu vou a Floripa agora em dezembro. Vamos marcar.

Dai disse...

Eu não estou blogando atualmente 9já tive vários blogs), mas posso escrever o post sim, as fotos são fantásticas. beijos!

João Neto disse...

Sorry Mica girl! My mistake.

Serge Renine disse...

Aronovich:

Você tem toda razão. A Andrea, a bela, está proibida de sair de casa. Ainda mais de roupa de ginástica. Menina abusada.

lola aronovich disse...

Puxa, D, se puder/quiser escrever um guest post sobre essa sua experiência em Natal, contando como era o projeto e a reação dos homens, e qualquer outra coisa que vc quiser contar sobre isso, eu realmente gostaria. Com fotos, claro.


Serge, o pior é que a Andrea deve ter que ouvir baixaria mesmo quando não sai de casa com roupa de ginástica. E, pior ainda: nem precisa ser deslumbrantemente linda como a Andrea pra ouvir baixarias. Basta ser mulher.

Andrea disse...

Aff Lola! Pare de encher minha bola, que eu assim como muitas mulheres posso ser um atentado mas também tenho meus defeitos. Ser perfeita não é uma das minhas qualidades.

Como qq mulher tenho aquele dia que me sinto a mulher maravilha, e tb aquele dia que eu nao suportoooo o meu cabelo. A vida de mulher é assim! E eu gosto de ser assim.

Anônimo disse...

uma coisa que me enoja particularmente é a forma como a pornografia, a publicidade, e mesmo as reportagens de moda usam a imagem de jovens estudantes adolescentes usando uniforme como objectos sexuais.

quando era adolescente usava uniforme na escola e várias vezes fui incomodada por homens adultos, sobretudo no onibus.

o movimento francês ni putes ni soumises, que foi originalmente criado por jovens descendentes de imigrantes muçulmanos, é a organização com que mais me identifico neste ponto. penso que o nome da organização diz tudo.

concordo quanto a aprender defesa pessoal. pratiquei judo na adolescência e posso garantir que isso dá um sentimento de auto-confiança que é muito importante para que tenhamos a coragem de reagirmos no momento a estas situações de humilhação.

lola aronovich disse...

Andrea, claro, todas temos nossos defeitos. Ah, vc gosta de ser assim? Eu preferiria me sentir a Mulher Maravilha todo santo dia!


Sarah, sem dúvida há toda uma erotização em torno de meninas usando uniformes escolares. É um nicho de mercado da pornografia, acho. Não entendo o fascínio de tantos homens por isso. Será que é por uniformes em geral? Lembra daquele filme, I love Men in Uniform? Porque várias profissões uniformizadas são erotizadas. Do lado dos homens, tem os bombeiros, os policiais, mecânicos, etc. No das mulheres, enfermeira, aeromoça, professora... Mas estudante não é uma profissão. E, nesse caso, envolve menores de idade. Tem ligação com a pedofilia, não acha?

Juliana Dacoregio disse...

Adorei sua postura: temos que reagir como podemos. Eu, desde pré-adolescente, ouço comentários jocosos e libidinosos sobre a minha aparência. Sempre me incomodou, sempre me senti insultada e alimentei rancor por isso acontecer. Sentia vontade de fazer alguma coisa, gritar "ei, você não pode falar assim comigo" ou algo do tipo. Nunca tive coragem. Até que certa vez, coloquei na cabeça: o próximo vai apanhar! Não deu outra. Estava voltando pra casa, na rua onde morava, lugar movimentado e tal. Eu com uma sacola com o presente de aniversário da minha mãe. Ia vindo um cara. Olhei pra ele e imaginei que ele iria falar algo. Juro que torci para que eu estivesse enganada. Não estava! Assim, que ele passou por mim (eles raramente falam na cara, sempre esperam você já ter dado as costas), falou "essa aí eu chupava até o..." Não tive tempo de ouvir o final da frase porque na minha mente acendeu-se um "é agora!!!" e a adrenalina subiu! Dei meia volta e comecei a dar sacoladas nele enquanto o mandava "chupar um trôço" e falar esse tipo de coisa pra mãe dele!!! Foi uma descarga de raiva e de medo muito grande. Mas saí realizada. De cabeça erguida mesmo que com uma certa vergonha, afinal isso não é postura de moça de família, as moças de família devem fazer de conta que não escutam. Eu não fiz de conta e estou disposta a nunca mais fazer. Aquele cara provavelmente vai pensar melhor antes de falar para mulheres que não pediram para escutar isso que chuparia sei lá o quê delas.

Day Leitao disse...

Eu sei que este post é antigo, e nem sei como cheguei aqui, mas acho que é interessante uma coisa que o João diz:

"Você acha que a postura da mulher na televisão, nas revistas masculinas, ou mesmo nas ruas, ajuda a aumentar o respeito pelas mulheres?"

Bingo!Ele concorda com o que a maioria das pessoas feministas concorda: com o efeito nefasto da extrema sexualização da mulher na mídia.

Primeiramente, eu não acho que a imagem da mulher na mídia justifique nenhuma violência, mas tem babaca que acha. A mídia brasileira sexualiza a mulher de todas as formas possíveis e imagináveis. Dá nojo parar em frente a uma banca de revistas ou assistir a comerciais no Brasil. Nesses meios, mulher é sinônimo de objato sexual. Isso ofende a todas as mulheres. Quando nós, feministas, reclamamos que a sexualização da mulher na mídia é ruim, machistas falam que não tem nada a ver, é só uma imagem da mulher. Eu acho que não, imagina o menino que cresce vendo mulheres como objetos sexuais, o que passa na cabeça dele?

Está aí no comentário do João, um típico machista, falando que as mulheres "não se dão ao respeito", baseando sua opinião nas mulheres nas revistas masculinas e na televisão. Como se agora todas as mulheres fossem capa da Playboy ou dançarinas de axé. Sendo que até as mulheres que posam para revistas ou dançam ou exploram sua sexualidade só o fazem porque existe um grande mercado para isso. Não é porque a atriz x está na capa da Playboy com cara sedutora que ela quer seduzir todos os homens ou fazer sexo com todos. Acho que os homens confundem ficção com realidade, folheiam aquelas páginas ou olham outdoors e acham que aquelas modelos estão realmente se oferecendo para eles, e que representam todas as mulheres... é muita ignorância, mas é assim. É um círculo vicioso, porque a sociedade machista sexualiza a mulher e depois a culpa.

Cada comercial que coloca uma mulher como objeto de consumo assim como uma cerveja é um pouco de violência contra a mulher, cada programa de TV que explora o corpo da mulher para ganhar audiência é uma forma de violência contra a mulher. E gera o pensamento que gera a violência - vide o comentário recebido.

Eu moro no Canadá. Aqui as coisas não são assim. Não tem propagandas machistas e a mídia não é machista. Na rua, nenhum homem se vira para conferir a traseira das mulheres depois que elas passam, e também não mexem com as mulheres. Dá para andar sossegada na rua, embora a ameaça de estupro ainda exista e as mulheres têm que "se cuidar" (à noite, em lugares ermos, etc.). Mas pelo menos a violência de ser chamada de "gostosa" no dia a dia só por estar andando na rua não existe. E não digam que não é violência, porque se o cara acha que tem o direito de chamar de gostosa uma mulher que nem conhece, o que será que ele não vai achar que tem direito de fazer se estiver a sós com essa mulher?

É triste, triste, triste, mas os efeitos da imagem na mulher na mídia são absolutamente nefastos, vide o comentário do João, que fala que as mulheres "merecem" a violência por causa do "seu comportamento na TV" (desde quando a nova mulher fruta me representa? Aliás, aposto que ela nem se representa, está só fazendo um papel porque infelizmente explorar sua sexualidade é um filão que pode render dinheiro para as mulheres) e também o comportamento na rua. (como simplesmente andar na rua com uma saia porque está calor, imagino). O que o João faz é projetar a imagem da mulher ultra sexualizada que ele vê na mídia na mulher que está andando na rua. Como eu ou você, que simplesmente saiu de casa para comprar um pão. Na cabeça dele, estamos "provocando" - simplesmente por existir.

Anônimo disse...

Hahahaha, sabe o que eu acho engraçado nos homens machistas? É que eles NUNCA são a máquina sexual que gostariam de ser e NUNCA tem o desejo sexual que fazem parecer socialmente que possuem. NUNCA MESMO.