quarta-feira, 19 de novembro de 2008

NÃO TENHO SACO PRA CLUBE DA LUTA

- Eu sou a única mulher no filme e tudo que ganho é essa droga de vestido?

Vi Clube da Luta novamente, após quase dez anos (o filme é de 99), pra verificar se minha impressão inicial mudava. Minha impressão inicial foi: êta filme chato, interminável, machista, fascista, não entendo como tem tantos fãs, ainda mais fãs mulheres, já que me falta testosterona pra gostar dele. Depois que Clube ficou em décimo lugar entre os 500 Melhores Filmes da História da revista Empire, pensei: preciso rever isso, vai que eu estava errada? Pois é, não estava. Minha opinião não mudou. Sigo detestando o filme. Mas, como nunca escrevi sobre ele (fora para inclui-lo na minha lista pessoal dos piores dos anos 90), decidi fazê-lo agora.
Pra começar, Clube é uma das produções que já vi mais excludentes em relação às mulheres. Não é que exista apenas uma personagem feminina com um mínimo de destaque, a Marla (Helena Bonham Carter). Só consigo pensar em mais três mulheres que tenham falas no filme inteiro - a vítima de câncer, que implora para transar antes de morrer, a organizadora desse grupo de apoio, e a moça oriental que compra os sabonetes de luxo e diz que são os melhores. Há várias menções às mulheres, mas todas são pejorativas. O personagem do Brad Pitt diz que sua geração foi criada por mulheres, e deu no que deu. Ele e o Edward Norton (que, no final, descobrimos serem a mesma pessoa) coletam gordura descartada de cirurgias de lipoaspiração, e fazem sabonetes com ela. “Dividem” também a mesma mulher, que parece não ter outro propósito além de aliviar nosso pânico homofóbico. Ela funciona pra dizer aos espectadores: “Não se preocupem que o Brad e o Edward, que passam a viver juntos e se tocarem o tempo todo, através de lutas homoeróticas, não são gays! Um deles até transa com uma mulher, tá vendo?”. A principal fala dela no filme todo é que o carinha, apesar de esquisitão, é “espetacular na cama”.
Marla, definida por Brad como “uma predadora que posa de bicho de estimação”, representa a atração e a repulsa que tantos homens sentem por mulheres (que é ilustrado tão bem na cena da banheira em O Iluminado, aquela em que Jack começa a beijar e apalpar uma jovem e bela mulher, que se transforma numa velha em decomposição, também nua, causando-lhe absoluto pavor). No início, Edward vai a grupos de apoio a pacientes, entre eles um de pacientes com câncer testicular. Ele consegue chorar com um gordinho que possui o que Edward chama de “bitch tits” (tetas de vadia/fêmea/cadela). Em seu peito maternal, Edward pode chorar a sua miserável existência. Quando, em outro grupo, ele tem que visualizar seu animal interior, surge um pinguim (com voz feminina, pra piorar!). Não um leão ou um urso, que é o que se espera de um homem, e que deve ser o animal interior do Brad. Não, um pinguim. Edward é um fracote. Ele ainda decora seu apê com móveis caros da moda, algo que a nossa sociedade considera muito feminino (ou gay). O próprio Brad diz em outro filme do David Fincher, Seven, referindo-se a sua esposa pintando o novo apartamento, “Ainda há gente que se preocupa com a cor das paredes neste mundo”. Esse é um papel de mulher, nunca de homem. Quando Edward/Brad explodem o apartamento refinado, deixando pra trás os objetos (que não pertencem a eles, eles é que pertencem aos objetos), eles também abandonam seu lado feminino, frágil. Brad lembra Edward que pior que perder seu apartamento seria uma mulher cortar seu pênis e jogá-lo pela janela de um carro em movimento. Mulheres são um perigo ao que os homens têm de mais valor. E são castradoras.
Edward, por um tempo, no começo, sente conforto em estar com homens nos grupos de ajuda. Até que surge Marla. Ela é a ruptura, uma ameaça tão séria que, graças a sua presença, todo o mundo de Edward rui. É depois de confrontá-la que ele precisa inventar o Brad. Mesmo que eles a compartilhem (Brad só transa com ela, Edward só fala duramente com ela), eles não têm com ela qualquer intimidade. Mantêm segredos que ela não pode saber. Quando ela descobre esses segredos, precisa ser eliminada. Por incrível que pareça, nem Brad nem Edward, esses homens tão violentos e grossos, batem nela (se bem que, no final, ela reclama que os rapazes da organização bateram nela com uma vassoura, quase quebrando-lhe o braço). Mas tampouco é coincidência que Edward, que “quer desruir coisas belas”, acabe com o rosto de um rapaz com suaves feições femininas, cujo personagem chama-se Angel Face (feito pelo Jared Leto).
O consumismo exacerbado não é criticado nas mulheres, o que é estranho, já que, como disse a feminista Germaine Greer já nos anos 70, as mulheres precisam parar de ser as maiores consumidoras do capitalismo. Em Clube da Luta, são só os homens que precisam parar de consumir. Não se critica que as mulheres façam lipoaspiração. Apenas se comenta que a gordura dessas mulheres faz sabonetes de luxo e as melhores bombas. Pois é, as bombas são feitas de matéria-prima feminina, justamente num filme que exclui as mulheres. Aí tem.
Uma das cenas finais do filme. Falo mais de Clube da Luta aqui.

68 comentários:

Anônimo disse...

Zênti,eu achava que era a única ET que não gostava de 'Clube da Luta' - e olha que tem o Edward Norton!!!

Lola, estou sem palavras para comentar, só digo que AMEI seu post.

Só digo que a Helena B. Carter nunca me pareceu tão 'natural' como neste filme - kakakakaka

Beijos

Giovanni Gouveia disse...

Chris, o ET aqui sou eu. Salvo alguns filmes históricos, se apresenta qualquer traço de violência eu descarto os filmes. A última vez que eu tentei assisti um foi Pulp Fiction, dormi a partir dos primeiros 15 minutos de filme...
Já basta a violência cotidiana...

Anônimo disse...

Não sei se meu coment vai parecer confuso ou off topic. É, tenho uma relação de atração e repulsa pelo Clube da Luta. Gosto porque me incomoda e me obriga a pensar. Por mais básicas que sejam minha noções de psicologia, tem a coisa da luz versus sombra de Jung, o que vc reprime (por ex. agressividade)pode se voltar contra vc, e é também disso que o Clube da Luta trata.
Engraçado que meu namorado não gosta do filme, mas ele também assume que o incomoda e que pensou mais nele qdo assistiu pela 2ª vez.
Sabe que qdo estava cursando Direito, entrei em crise com a faculdade, descobri que gosto mesmo é de psicologia.
Minha graduação ideal seria uma mistura de tudo aquilo que gosto de estudar ;): psicologia, espiritualidade, mitologia, História, religiões, feminismo, filosofia e direito(tenho uma relação de amor e ódio com o Direito). Mas sério, ainda quero fazer pelo menos uma especialização em psicologia ou psicanálise.

Ah, respondi seus coments
aqui
e aqui

Tina Lopes disse...

Uia, detesto esse filme. Mas acho que é o único em que Brad Pitt se sai bem,já que é o alter-ego (é isso?) do Edward Tudibom Norton. Só dessa forma aquela beleza toda e aquele talento abaixo da média fazem sentido. (Ontem vi um pedaço de 12 Macacos e, god, como Brad e Bruce Willis são canastras! Bem, tergiverso.) Clube da Luta me deu engulhos quando assisti, não pretendo rever (a vida é curta e tenho Fellinis pra assistir ainda) e agora vejo em toda sua resenha os porquês. Nem tanto pelo machismo; sou capaz de apreciar obras machistas, misóginas, desde que bem feitas, como forma de expressão e arte. Acho o filme forçado e grosseiro mas, bem, deve ser fiel ao livro - tem um livro, né? Bjk.

Anônimo disse...

Faz um tempão que vi o filme, mas pelo que eu me lembre, tinha achado ele bom porque era eficiente bastante em provocar repulsa. É como o livro que estou lendo agora ("O estrangeiro", de Albert Camus). É a partir da repulsa que você forma a crítica...

E eu interpretei o fight club da seguinte maneira: é algo que, em certa medida, já está acontecendo. As pessoas estão tão alienadas, tão sem vida, que encontram na violência a sua válvula de escape. Parece que a violência é a única maneira que elas encontram de serem intensas. É por isso que tem um monte de gente que aproveita a internet para xingar os outros gratuitamente, para ser agressivo de uma maneira que não poderia ou não teria coragem de ser na vida real. Para alguns, a internet é como um clube da luta. Em que se pode agredir sem ser punido por isso.

E, no fim do filme, o Ed Norton está todo confuso e fodido. Eu me lembro de ter interpretado que tal ruína era como a "moral da história", que mostra que este não é o caminho. E ele termina o filme consciente da existência do outro, o Brad Pitt, e vê o prédio caindo (ou seja, sua própria vida ruindo), mas ao lado da mulher, de mãos dadas. Então, pelo menos pra mim, eu pensei que era uma mensagem de que a solução não estava na violência, mas no amor.

Enfim, não sei se a minha interpretação foi muito viajada. Teria que ver o filme de novo para comentar com propriedade...

Giovanni Gouveia disse...

Lila Escreveu:
"Minha graduação ideal seria uma mistura de tudo aquilo que gosto de estudar ;): psicologia, espiritualidade, mitologia, História, religiões, feminismo, filosofia e direito"


Lila, o nome desse curso é Ciências Sociais, que ainda estuda outras cositas más...

Unknown disse...

"já que falta-me " - logo no começo...

Anônimo disse...

Não quero opinar sobre os aspectos bons ou ruíns do filme.Apenas gostaria de comentar que , segundo meu filho que é psiquiatra,trata-se de um dos melhores exemplos já feito no cinema, retratando o universo psicológico de um esquizofrênico.

Anônimo disse...

Uei, Lolô, eu nem vi o Clube da Luta. Só vi os trailers, achei odioso, nunca vou ver, etc. Agora, depois que você analisou, fiquei curiosa. Acho que vou ver mais que nada, pelo que dissem a Marjorie,a Chris, a Tina, a Lila, a Lila que até o liga ao Jung, vou ter que ver. La Mamacita

Anônimo disse...

Lola, amei o post. Nunca tinha pensado o filme sob essa ótica, até porque faz muito tempo que o assisti.

Lila, de certa forma, estou na mesma situação sua. A conclusão a que cheguei é que a gente tem de estudar e trazer os conhecimentos de outras áreas e aplicá-los no direito...

Serge Renine disse...

Cara Aronovich:

No filme Seven, se não me engano, quando o personagem do Brad Pitt diz “Ainda há gente que se preocupa com a cor das paredes neste mundo” é em forma de elogio a sua mulher, inclusive com uma ponta de inveja da felicidade e da simplicidade dela. Ela não a está desmerecendo.

Serge Renine disse...

Sobre o Clube da Luta, como já disse em outro comentário atrás, se trata de uma pessoa doente de esquizofrenia. Portanto o filme não pode ser julgado moralmente, pois, o que nós vemos é através do personagem e este vive em um mundo paralelo.

Serge Renine disse...

Anônimo:

Seu filho está corretissímo.

Anônimo disse...

Mãe da Lola:)Mamacita, foi só uma opinião de leiga, que tem umas noçõezinhas básicas de psicologia, posso estar viajando.
Pelo que me lembro do filme, concordo com a interpretação da Marjorie, mas é muito bom ler a crítica da Lola e ter outro ponto de vista.
Cynthia é complicado mesmo perceber o abismo que há entre a teoria e prática do Direito, eu gosto mais da parte de pesquisa e consultoria jurídica.

Anônimo disse...

Eu nunca tive a oportunidade de ver o filme, quando é para ver a pancadaria acho melhor apelar para o tarantino. Lola, já viu o trailer de milk?

Anônimo disse...

Valeu, Lola. Sempre odiei Clube da Luta. E continuo odiando, com todo meu coração, toda minha bile e todo meu estômago. Entrou nessa tal lista como um dos 10 melhores filmes de todos os tempos? Não brinca! Este critério 'melhor de todos os tempos' costuma ser completamente avacalhado pelos críticos abaixo de 30 anos, para os quais o péssimo "The Matrix" é um clássico pós-moderno ou coisa que o valha. Pra mim não passa de um filmeco feito pra adolescentes criados jogando videogames. Creio que The Matrix e Clube da Luta são as duas bombas mais superestimadas do cinema recente.

Babi disse...

Diga o que disser, Clube da Luta continua sendo um dos meus filmes favoritos!

Suzana Elvas disse...

Alguém LEU o livro? Eu li, e é realmente um pungente relato de um esquizofrênico - e, adianto, o filme ficou anos-luz aquém do livro.

Chuck Palahniuk é um dos mais brilhantes escritores de sua geração - quem jamais leu nada dele recomendo começar por "Canção de ninar" (Lullaby), editado no Brasil pela Rocco. É simplesmente brilhante.

Eu não entendi o comment do Marcelo "'já que falta-me' - logo no começo" - mas acho que ele se refere à forma certa que essa expressão deveria ter: "já que me falta". O "que" puxa o "me". ("Sebosa, ela...!" Sorry. Mania de revisora).
Bjs

Thanatos disse...

concordo com o Serge, não dá pra julgar moralmente um filme que trata de esquizofrenia.

também é uma birra pessoal minha, não julgar o filme como incitador de uma coisa ou outra. Não vejo o filme como machista porque os personagens o são. É a retratação de um aspecto do mundo, da agressividade reprimida do homem moderno, que deve ser sempre gentil, respeitoso, pacífico. Que só deve empregar agressividade em ambição a nível profissional, que deve ter vergonha de tomar a frente de alguém, de se impor ao mundo. E de quanto um homem desse, incapaz de impor-se ao mundo profissionalmente, ferido, atordoado, encontra na agressão, consensual, em bater e apanhar em um contexto limitado, e que aos poucos foge ao seu controle, uma válvula de escape dessa frustração.

Anônimo disse...

Nossa, li dois posts seus e já deu pra perceber que você é uma feminista fervorosa que fica tentando encontrar pelo em ovo. Ainda mais em filme! Give me a break!

Anônimo disse...

Oi Lola, valeu pelo teu comentário e desculpa a demora em vir aqui. Mas li os posts aos quais vc se referiu e este daqui tb.
Com relação aquele assunto, é um pena mesmo, mas essas coisas mostram o que eu sempre achei (sempre mesmo, desde que tenho uns 7 anos, no mínimo)... Que o mundo é podre... E essa podridão corrói cada vez mais.

Com relação a Clube da Luta, acho um bom filme, se for assistido sem senso crítico. Eu nem parei para analisar o filme quando vi, porque sabia que se fizesse não ia nem chegar ao final. Mas é um filme que veria de novo e teria em DVD, mas longe de ser um dos melhores da história.

Bom, é isso. Abraços e sucesso.

André Gonçalves disse...

oi, lolinha.
olha, eu sou um grande fã do clube da luta. talvez você tenha visto com um foco um pouco diferente. tudo que você diz realmente existe no filme. mas ele é pura auto-ironia. ele usa tudo isso e faz nós, homens, questionarmos tudo isso. claro, tem os manés que gostam porque é violento, e tal. disso ninguém está livre.
mas o barato é ver e dizer algo tipo "putz, eu sou um pouco isso aí, que merda". auto-ironia, acidez, auto-crítica. é isso.
beijo.

lola aronovich disse...

Chris, viu só? Vc não é a única! Fico feliz que vc gostou tanto do post. E não fala mal da Helena! Virei muito fã dela depois de Sweeney Todd.


Gio, vc desistiu de Pulp Fiction depois de 15 minutos? Nem me lembro se esses minutos são violentos. Acho que não. É muita conversa! Bom, eu amo P.F., amo o Taranta.

lola aronovich disse...

Lila, se um filme nos faz pensar, alguma importância ele tem. Interessante isso que vc fala do Jung. Daria pra analisar o filme inteiro usando apenas esse ponto de vista. O meu maridão não gostou do filme nem da primeira vez nem agora. Ah, eu gosto de várias dessas coisas que vc citou. Acho que há cursos de mestrado que contemplam seus interesses.


Tina, ah, eu gosto do Brad Pitt. Acho-o bom ator. E, pra falar a verdade, gosto mais dele no filme que do Edward Norton. Acho que ele e o Bruce Willis estão bem em 12 Macacos! É, tem um livro... que eu não li.

lola aronovich disse...

Marjorie, gosto muito do Estrangeiro, embora faça muitos anos que não o leio! Legal isso que vc diz da “internet ser como um clube da luta”. Acho que é bem por aí mesmo! Boa a sua interpretação, mas não vejo o final como uma mensagem de esperança. A Helena é maltratada o filme inteiro! As mãos dadas no final não vão consertar muita coisa, a meu ver.


Gio, puxando a sardinha pra sua brasa...

Anônimo disse...

Amore, e eu que achei que era a única pessoa que não havia gostado desse filme. (Fiquei até aliviada, agora, eh, eh... ;) )
O filme é chatíssimo com toda aquela narração em off cheia de conceitos clichês e as lutas, etc. Acho que a mulherada que gostou, só aprovou o filme por causa do 'tanquinho' do Brad Pitt (algumas diriam que afirmar isso é tb uma opinião 'machista', porém eu tenho como defesa as opiniões de duas primas, minha irmã e 4 amigas, que só assistiram por causa do 'sex appeal' do loiro hollywoodiano). =)
beijo

Srta.T disse...

Eu adoro "Clube da Luta", tenho entre os meus filmes favoritos.

Concordo bastante com a interpretação da Marjorie, e acho que dá pra ver o filme de uma forma mais ampla, sem fazer a divisão entre os sexos. "As coisas que você consome acabam consumindo você". Pô, isso serve pra ambos e todos os sexos!

A violência física sempre foi prerrogativa masculina; logo, me parece lógico que o filme trate de homens que se reúnem pra lutar. Seria mais agressivo às mulheres se alguma participasse do clube? Ou, pelo contrário, isso a colocaria em pé de igualdade com os homens? Não sei.

A Marla me parece ser o ponto crucial do filme. Por causa dela Jack se questiona nos grupos de apoio que frequenta, o que faz surgir o Tyler, indiretamente. Ela é o "animal interior" que ele vê em um momento de reflexão, pelo qual ele deveria se deixar comandar. E por causa dela ele descobre a própria esquizofrenia. Não acho isso negativo, ela meio que representa a quebra, a mudança. E isso não é negativo, não nesse caso. Além do mais, a maior parte das coisas que ela sofre durante o filme ela mesma se inflinge, não os homens. No final, todos são auto-destrutivos, inclusive ela.

E a cena final também me pareceu bacana. No final, e apesar de tudo, duas pessoas completamente desestruturadas se dão as mãos e contemplam a destruição do que está fora. E eu entendo que isso significa que pretendem juntas reconstruir o que foi destruído dentro delas.

Viajei bastante, eu sei. Mas realmente adoro o filme. E agora vou ler o livro, com certeza!

lola aronovich disse...

Obrigada pela correção, Marcelo.


Anônimo, pois é, um esquizofrênico opera assim, né? Tomara que nem todos comecem uma organização fascista pra explodir coisas!

lola aronovich disse...

Mãe, lamento te informar que vc viu Clube da Luta. No cinema. Comigo e com o genrinho. E vc odiou. Pelo visto não foi um filme muito marcante! Agora eu já devolvi o filme à locadora...


Cynthia, gostei de ter escrito este (e o outro post que virá) sobre Clube da Luta. Até porque é um filme importante, amado por muita gente, e não tinha nada dele por aqui.

lola aronovich disse...

Serge, é, eu sei, eu não quis dizer que o Brad fala isso como uma crítica à mulher no Seven. Se bem que, pelo que me lembro, o tom dele é ambíguo. Sempre que eu vejo Seven eu penso como o personagem do Morgan Freeman é legal com a mulher do Brad - mais que o próprio marido.
Sei que o protagonista de Fight Club é um esquizofrênico, mas o filme- e o personagem - pode sim ser julgado moralmente, ué.


Lila, é ótimo ler vários pontos de vista. Mesmo! Diferentes interpretações, tudo.

lola aronovich disse...

Não vi o trailer de Milk ainda. É bom? Quero muito ver o filme!


Guta, ah, eu gosto de Matrix (só do primeiro). Aliás, outro filme que preciso rever e escrever alguma coisa sobre. Acho que minhas críticas pro 2 e pro 3 estão aqui, mas nada sobre o primeiro filme, que é disparado o melhor. A primeira vez que eu vi Matrix, não achei grande coisa. Mas cada vez que o revia, mais eu gostava. Hoje gosto muito, muito, muito do filme. Mas Clube da Luta, sinceramente, só consigo entender o fascínio pros homens.

lola aronovich disse...

Bárbara, sua teimosa!



Su, não li o livro. Até porque, como não gostei do filme, não fiquei morrendo de vontade de ler o livro. Mas, já que vc recomenda... Eu li uma entrevista com o Chuck e achei o carinha MUITO estranho.
Obrigada pela correção. Pelo que o Marcelo havia escrito, eu pensei que ele estivesse apontando um erro. Corrija-me sempre, por favor!

lola aronovich disse...

Thanatos, eu também não vejo um filme como machista apenas se os personagens são machistas. Dá para ter personagens machistas e ainda assim o filme ser feminista. Assim como Laranja Mecânica não celebra a violência, apesar do protagonista ser adepto do ultra-violence... Mas Clube da Luta é machista porque o filme em si não dá nenhum espaço às mulheres. A única mulher no filme é um engodo. E praticamente todos os personagens celebram os protagonistas. Não há nenhuma crítica ao que eles fazem. Isso tudo que vc descreve é justamente o que o filme celebra!


Peterson, se ler outros 20 posts vai ter ainda mais certeza que sou uma feminista fervorosa. Quanto a encontrar pelo em ovo, algumas pessoas chamam isso de análise. Mas pelo jeito as coisas que são importantes pra mim não são pra vc. Zuzo bem.

lola aronovich disse...

Oi, Lob. (Pessoal lendo os comentários, o Lob me deu um pouco de esperança. Entrei no blog/site dele sem querer, e lá estavam todos aqueles jovens querendo ver o vídeo do estupro de Joaçaba e falando mil e uma bobagens. E o Lob respondia, dava bronca, mandava ir pessoar, avisava que era um desrespeito querer ver o vídeo. Gostei muito do seu comportamento).
Eu ainda tenho um pouco de fé. Quero acreditar que o mundo tem conserto.
Abração, Lob!


André, sem dúvida, meu foco é diferente. Eu não vi o filme como fazendo uma auto-crítica da masculinidade. Pelo contrário, vi o filme como que condenando os aspectos “soft” da masculinidade atual e pregando a importância de um retorno às origens. Escrevo mais sobre isso no sábado (é, mudei os dias. Eu tinha falado sexta mas agora vai ser sábado). Mas que legal que vc interpretou aquilo como auto-ironia. Fico feliz.

lola aronovich disse...

Pois é, Ollie. Posso entender perfeitamente por que muitos homens adoram o filme, mas as mulheres... Em compensação, as mulheres que eu conheço que adoram o filme não são de babar pela barriga do Brad Pitt. Então deve ter algo a mais que eu não tenha pescado. E como vai a vida, menina?


Srta. T, eu falo mais disso no próximo texto. Na realidade eu havia escrito um só, mas ficou tão longo que dividi em dois. O próximo eu publico no sábado. Acho que o tema do consumismo serve para os dois sexos, claro. Mas o filme só critica o consumismo pros homens! Não pras mulheres.
Não, as mulheres não lutariam. Não veriam graça alguma num clube da luta. Por isso é que eu acho que o filme interesse tanto aos homens e tão pouco às mulheres.
A Marla é um personagem importante, mas é como vc disse - ela só é importante porque é através dela que o alter-ego do Jack surge. Ela só existe pra destacar o protagonista. E fico com a impressão mesmo que sua principal fala é “You're spectacular in bed”.
Mas gostei da sua interpretação!

Srta.T disse...

Putz, pra mim, a fala mais marcante dela é "You're the worst thing that's ever happened to me".

E me submeto à execração pública aqui: eu gosto de luta. Até tentei praticar algumas vezes, mas não tenho porte físico, e não dá pra aparecer onde eu trabalho cheia de hematomas. =P Assisto algumas lutas quando posso, tenho bastante interesse em artes marciais, principalmente. Como moro sozinha, acho importante saber um pouco de defesa pessoal, além de terem acontecido fatos na minha vida que me fizeram optar por saber quando e como atacar (assunto pro seu post anterior, eu sei).

Pode ser que realmende ela seja só uma "escada" para o personagem principal, eu preciso rever o filme (faz tempo desde que vi pela última vez), mas não acho demérito um filme ser mais voltado para um sexo do que para outro. Eu me interesso por pessoas em geral, então não me importo ao público ao qual o filme é dirigido.

Aliás, você deve conhecer "Minha vida sem mim". É um filme lindo, delicado, feminino. Dirigido por uma mulher, Isabel Coixet (não sei se a grafia está correta). E eu o conheci através do meu namorado, que adora o filme!

lola aronovich disse...

Srta. T, eu odeio luta! E odeio violência. Isso de andar cheia de hematomas, deus me livre! Jamais. Sou da paz. Mas eu tava pensando nisso outro dia. Pensei: como tantas coisas ruins acontecem com a gente só por ser mulher, talvez a gente devesse mesmo aprender uma arte marcial. Pré-requisito pra ser mulher, sabe? E parece ser mais legal fazer arte marcial como exercício físico que algo inútil, como pedalar ou andar sem sair do lugar, por exemplo. Eu fiz judô quando era criança, mas não era muito boa. Não, claro que não é demérito um filme ser mais voltado prum sexo que pro outro. Todo filme é (em geral voltado pros homens). Mas o que chama a atenção em Clube é que a Marla é o ÚNICO personagem feminino, e é um personagem maltratado e/ou ignorado pelos demais personagens. Se fosse um filme sem nenhum personagem feminino, tipo Cães de Aluguel, seria bem menos misógino.
Não conheço Minha Vida sem Mim. Vou tentar encontrá-lo.
Amanhã (opa, já é hoje) coloco um outro post aqui que lida com violência contra a mulher. Talvez vc queira contar a sua história. Abração!

Serge Renine disse...

Aronvich:

Ontem eu vi o Agente 86. Não sei se você já viu, mas se não, veja, pois, apesar do filme não ser tudo isso como comédia, tem uma cena antológica em que o Smart dança com uma mulher gorda. Garanto que você vai adorar. A mulher gorda é tratada com muita dignidade. Coisa rara em comédias.

Ju Ribeiro disse...

lolinha, vc fez judô? eu estou fazendo agora, com 25 anos nas costas, hehe! to adorando, apesar dos hematomas.

sou uma das raras fêmeas que curtem "clube da luta". o que eu entendi do filme foi que o personagem do edward norton tinha uma vidinha tão medíocre que ele tinha que fazer algo diferente pra dar vazão aos seus sentimentos, ainda que de forma meio boçal.

olha como eu sou esquisita! gosto de "clube", de "3 homens em conflito", "laranja mecânica", "taxi driver", mas adoro "amélie" e "little women" de paixão.
ah, já falei que ODEIO "moulin rouge"?

Serge Renine disse...

Olha só a ironia Aronovich:

O que o Norton/Pitt tentam fazer, que é explodir os prédios pra causar um colapso financeiro no mundo, os investidores/jogadores conseguiram agora sem soltar nem um traque. O colapso financeiro foi causado simplesmente pela ganância. A imaginação dos roteiristas as vezes é bem ingênua.

Anônimo disse...

Não entendo como alguém que se diz contra violência de qualquer maneira pode gostar de Tarantino se, em linhas gerais, a temática dele sempre gira em torno da violência. Esse argumento de que os filmes dele ou o Laranja Mecânica de Kubrick podem passar por esse crivo porque estes sim são críticos e não misóginos (oh, please) é totalmente ideológico. Mesmo porque, qualquer analista/crítico que se preze precisa levar em conta a recepção e, como bem sabemos, um "receptor ingênuo" não vai ver/ler Laranja Mecânica como crítica, mas sim vai usar a temática para reforçar seus preconceitos e/ou simplesmente se divertir com a violência, como acontece muitas vezes. Logo, a gente poderia pensar, um leitor/espectador crítico pode usar um filme mixuruca, sem um mínimo de auto-ironia ou que seja para partir para reflexões pertinentes, que é o que você faz bem. Mais do que algo que está lá na obra, já dizem várias teorias, o significado/a interpretação diz muito mais é de quem interpreta/vê/lê.

Tina Lopes disse...

hahahahaahah, posso rir atrasado? só agora caiu a ficha - "não tenho saco pra clube da luta". hahahaahh só você Lola. ;)

Um Brado de Liberdade disse...

Não me ative ao fato de ser um filme machista...Realmente é...Mas para mim, até pelo fato de ser homem, o filme passa uma mensagem interessante sobre não ser uma presa do consumismo, em se preocupar mais em ser do que em ter, cheio dos clichês, concordo, porém eles só existem por causa de muitas vezes nos esquecemos do óbvio, principalmente quando se fala que é quando se perde tudo é o momento de "ressucitar", evidente ou luta por algo melhor ou espera a morte.As lutas é uma forma de canalizar a revolta de ser alguém manipulado pela mídia, pelas regras da sociedade, é expor todo o ódio pelo fato de ser manipulado.
Quanto aos sabonetes, que é o ícone do filme, acredito que seja uma crítica velada e irônica quanto ao consumismo das mulheres, a um trecho na qual cita que é usado a pele descartada das mulheres que fizeram lipoaspiração, pois na verdade essa pele seria o "feio" o indesejável, e essa mesma pele é reutilizada pela vaidade feminina em forma de sabonete. Interessante a simbologia da transformação da banha-sabonete-bomba.
De certa forma, foi utilizado esse consumismo feminino para se fazer a bomba que destruiria simbolicamente o capitalismo, ou melhor, consumismo.
Vejo também no final do filme as mãos dadas que entre o casal como uma forma de dizer que na figura do casal de mãos dadas se esta a verdadeira redenção, ambos em meio a destruíção, construíram um mundo novo, meio como Adão e Eva.

lola aronovich disse...

Comentários atrasados! Serge, o seu eu respondo mais em cima, no post sobre Estranhos.


Ju R, eu fiz um ou dois anos (tanto assim?) de judô na escola, quando tinha 13, 14 anos, nem lembro. Eu até gostava, eu acho. Minhas pernas são muito grossas, as batatas da perna são gigantescas, então não é fácil me derrubar. Sou bem dura na queda, literalmente. Em compensação, é preciso alguma habilidade nas mãoes, e isso eu nunca tive.
Laranja Mecânica eu amo, Taxi Driver eu gosto muito, Amélie eu só vi uma vez, e acho que gostei. Little Women eu só vi uma vez, e acho que não gostei. Mas na verdade nem lembro.
Agora, Moulin Rouge?! Também odeio!

lola aronovich disse...

Anônimo, é verdade, é até contraditório eu gostar do Taranta. Mas também gosto de muitos outros filmes violentos. Inclusive, Laranja Mecânica é um dos meus filmes de cabeceira. Mas o Taranta tem outras coisas que são tão sua marca registrada quanto a violência, não acha? Por exemplo, os diálogos, as referências pops, o uso da trilha sonora... Interessante vc falar de recepção. Eu falei disso aqui. Vc tem de convir que a recepção muda. A recepção a Laranja Mecânica hoje não é a mesma que nos anos 70, aquela que fez o Kubrick tirar o filme dos cinemas britânicos. Hoje os bullies dificilmente vêem Laranja, mas vêem Clube da Luta. Quer dizer, essa é a minha suposição!
E obrigada por achar que pelo menos ironia eu faço bem. Já é alguma coisa!

Tina, demorou quantos dias mesmo? E eu pensava que só eu que era lerdinha...

lola aronovich disse...

Lobo, eu falo do consumismo no texto que vou publicar amanhã. Na realidade, escrevi um texto só, mas ficou tão longo que reparti em dois, pra não fazer que meus leitores cometam harakiri.
Acho o filme misógino porque ele não dá opções às mulheres para que elas fujam do consumismo. Consumismo no filme é associado a algo afeminado. O erro é os homens consumirem! As mulheres consumirem não é criticado. Pelo contrário, as lipos que fazem até servem pra construir bombas. Nisso também há misoginia, na fala do Brad de que a gordura que as mulheres ricas tiram da bunda viram sabão que elas passam no rosto. É bem forte essa fala dele.
E o seu comentário aponta bem que o filme só condena o consumismo ENTRE OS HOMENS. Olha só, se a gordura que vem das mulheres através das lipos (puro exemplo de consumismo) terminar, as bombas que explodem o capitalismo não podem mais ser produzidas. Então é melhor que as mulheres continuem consumindo lipos, não é?
Eu não sei se encaro o final da mesma forma esperançosa que vs e outros. Porque, pra mim, essa imagem de Jack e Marla de mãos dadas parece uma cena totalmente fora do contexto, muito mais fantasiosa que as demais, como se não estivesse acontecendo, como se isso sim, mais que qualquer cena com o Brad, fosse a verdadeira esquizofrênia do filme. Tanto que qual é a última imagem do filme MESMO? Um pênis. Essa imagem sim reestabelece a ordem do filme.

Anônimo disse...

meu primeiro vai aprender a escrever,pq não e´zênti e´gente!certo?segundo vc deve no minimo gostar de assister sessão da tarde a lagoa azul neh?pq porra esse filme e´foda.ou vc não tem uma gota de inteligencia o suficiente pra entender o filme..ahh cansei de vc vai assistir o gugu vai.

Anônimo disse...

Nossa, nunca vi tanta baboseira escrita. Só o que faltava, só porque o filme não dá espaço para as mulheres, ele é ruim?! Tá de brincadeira, se fosse para escrever sobre cinema você ia morrer de fome.

Anônimo disse...

Desculpe-me criticar seus entendimentos, bem como contra-criticar suas opiniões sobre o filme, mas acho que você não entendeu exatamente a mensagem que a obra abordou.
Em primeiro lugar, trata-se do personagem com problemas psiquiátricos-agressivos, com divisão de personalidade, retratando sua (ou suas) "realidade realidade", inserida num contexto social moderno e consumista.
Outrossim, no que toca ao fato do consumismo, eles demonstram e criticam veemente o consumo desgovernado da sociedade, simplesmente pelos valores agredados de bens e serviços para a satisfação do ego do homem médio moderno, como as marcas.
Sem maiores delongas aconselho dar uma lida no livro que foi inspirada a obra (até pela internet acha), e assim veja se não cria uma opinião um pouco mais lapidada, e tambem com uma visão menos feminista radical.
Considero um grande filme. Fiel à indicação na lista dos melhore.

Anônimo disse...

Você critica com tanto fervor o machismo que parece não perceber a overdose de feminismo que demonstra em seus posts.

Anônimo disse...

Eu nem sei pq perco tempo lendo um post desses, de alguém que parece ter uma visão tao fechada do mundo. "a unica mulher do filme e me dao um vestido desses" eu espero ter sido burro pra nao perceber o tom de ironia na sua voz ao escrever isso, pq nao pode existir alguém tao burro assim. Não sou machista, o filme também nao pode ser considerado machista apenas por ter personagens machistas e tratar do aspecto masculino da coisa, somente uma ignorante como vc para propor isso (espero tb nao ter perdido nenhuma nuance de ironia da sua voz).

E para terminar: vc não escreve bem, nao estrutura bem suas idéias, suas análises e posts sao rasteiros, te falta embasamento e sobra vontade de falar.

ps: eu sei que este é um post antigo, mas nao posso me calar ante tamanha imbecilidade

ps2: para quem nao sabe, a lista de melhores filmes de todos os tempos tem clássicos como Casablanca e Cidadão Kane, ou seja, não é qualquer um com 30 anos que a faz do nada, baseado nos filmes q viu na adolescência, muito pelo contrário, é feito pela comunidade mundial, contando com centenas de milhares de pessoas que votam.

ps3: para nao dizer que estou me escondendo, eis meu e-mail: borroriow@gmail.com

Mina Murray disse...

Fiquei surpresa com a sua analise do filme, em todas as vezes que assisti o filme nunca reparei em machismo. Existe sim, é claro a retratação de todo um universo masculino que no filme sofre um resgate de sua essência.
Deixe que se soquem se precisam disso para se sentir melhor.
Não existe machismo porque o universo masculino nunca ataca o feminino.

A Marla é incrível, e talvez você não entenda a estética cool de certos personagens. Só ela de mulher no filme? Com sua presença forte e marcante ela não deixaria espaço para outra personagem feminina mesmo.

Eles não a compartilham porque não existem “eles”, somente um único Tyler Durden (Edward gato Norton).
Alias a muito louca Marla é par perfeito para Tyler muito louco, feitos um para o outro.

O filme é intenso e genial. Ele destrincha um dos aspectos mais interessantes da personalidade humana o desdobramento da personalidade que todos temos em diferentes níveis e em inúmeras facetas.
Esquizofrenia?
Alter-ego?
Superego?
Amigo imaginário?(que pena, nunca tive um)
Sei lá, algumas dessas e mais um pouco. Quem sabe? A mente humana é um grande mistério.

Não me considero feminista porque não gosto de rótulos, mas defendo minha categoria sempre que acho necessário.
Foi dito no filme que o que os homens menos precisam é de outra mulher, mas no final ele fica de mãozinha dada com Marla. Esse é o tipo de coisa que todos já dissemos alguma vez na vida.
Quem precisa de homens?
Droga!Todas nós e de mulheres todos eles só é chato confessar, mas anônima em blog até que dá.

BIG TITS não BITCH TITS.

ACHO QUE TUDO O QUE ESCRIVI ESTÁ SOANDO MUITO CHATO E NÃO CONSIGUI TRANSMITIR COMO O FILME É OTIMO, DROGA!

Mina Murray disse...

me enganei é bicth tits mesmo.

Thiago beleza disse...

Lolinha, oq me decepciona em suas critcas é q vc nao conswgue separa o É RUIM do EU NÃO GOSTEI. Todos os aspectos q vf citou do filme sao secundarios. Obviamente é um filme q ignora as mulheres, mas a ideia central nao era uma critica a sociedade machista e sim a sociedade de consumo.
Acho triste q vc tenha ignorado totalmentenTODOS os aspectos q fazem do filme tao interessante, como roteiro, narrativa, atuações, etc.

Entendo perfeitanente os motivos q te levaram a odiar o filme, mas afirma q é horrivel? Levando em consideração q vc amou crepusculo ( cujo personagem principal erw o vampiro q brilha no sol e nao a adoleacente feminista) seus criterios sao totalmente questionaveis. Como disse, é preciso propriedade pra afirmar q um filme é horrivel so pq ele nao atende as SUAS expectativas.

Outra coisa, explodir monumentos ao capitalismo é fascista? Nao entendi mesmo

lola aronovich disse...

Thiago, vc parece pensar que opiniões e análises podem ser objetivas. Não podem. É tudo subjetivo. É a minha opinião. Se eu digo que um filme é horrível, eu estou dizendo que ele é horrível de acordo com os meus valores, os meus gostos. Não é uma verdade universal. O que é horrível pra mim pode ser maravihoso pra outra pessoa. Fight Club critica a sociedade de consumo através de uma crítica às mulheres. Fica parecendo que toda a sociedade de consumo é responsabilidade feminina. Os protagonistas fazem sabão (e posso imaginar que o maior público de sabão seja feminino) através da gordura das lipoaspirações, outro consumo feminino. Fica parecendo que os homens não têm nada a ver com isso. Pra mim, o filme é fascista porque faz uma defesa enorme da violência e do militarismo. A organização que os protagonistas montam pra explodir monumentos é totalmente militar, hierarquizada, pode ser coisa de skinheads tranquilamente.
E quem falou que o personagem principal de Crepúsculo é o vampiro e não a adolescente? Ela aparece muito mais do que ele (no segundo filme da série ele mal dá as caras), é ela que filtra a história. Mas o que Crepúsculo tem a ver com Fight Club? Acho interessante porque toda vez que critico filmes com um grande fã clube masculino, caso de Fight Club e também de Senhor dos Anéis, vem alguém dizer “E Crepúsculo?”. E o pessoal só diz isso porque a maior parte do fã clube de Crep é feminino. E obviamente parte da crítica a Crep é justamente essa: uma história pra meninas, eca.
Fight Club é claramente uma história pra meninos. Não é por isso que eu considero o filme ruim. Mas acho engraçado negar ou justificar o jeito como as mulheres são tratadas no filme.

Marisa disse...

Bom, Lola, devo dizer que não concordo com seu post - porque não só naõ vejo aspectos machistas no filme, como também consigo associá-lo ao feminismo. Não vejo o filme há algum tempo, vou tentar puxar as coisas pela memória.
Também faz parte do feminismo reconhecer que o mundo também oferece limitações aos homens, certo? Pois bem. Homens não gostam de esportes violentos, e filmes violentos, por acaso - da mesma maneira que séculos de condicionamento fizeram com que mulheres desenvolvessem sensibilidade, organização, entre outras características necessárias ao tipo de vida que mulheres vivem desde o tempo das cavernas, homens desenvolveram características também - senso espacial, agressividade. E na era da razão, essa agressividade é completamente repudiada. E na era do capitalismo, homens e mulheres são bombardeados por coisas fúteis. MULHERES estão aos poucos se libertando dessa futilidade, associando-a ao resto das coisas que sempre as prendeu: não trabalhar, não ter vida sexual explícita, não ter espontaneidade. Os HOMENS do filme também estão fazendo a mesma coisa: se libertando da futilidade do capitalismo associando-a ao que sempre OS aprisionou. Ou seja, a repressão à agressividade.
Mulheres tem aversão à violência, primeiro, porque ela nunca nos foi requisitada para sobrevivência, então a maioria de nós não tem propensão a sermos violentas, ou gostarmos de violência. E segundo, porque vimos o que de pior ela pode fazer - guerras, agressão doméstica. Acontece que, no filme, a agressividade deles não é posta dessa maneira, não é? É um clube de luta, não de briga. Todos estão lá por consenso, e todos podem desistir da luta quando quiserem. Toda a agressividade ruim parte do personagem do brad pitt que, caramba, é o vilão. Também é dele que parte a agressividade em relação à Marla - da parte do Edward Norton, se minha memória não me falha, o que existe é o oposto dessa agressividade.
E mesmo que essa agressividade nos homens do clube da luta não seja administrada de forma tão destrutiva, no final das contas, o Edward Norton percebe que a agressividade guardada dentro dele era contra ALGO, e que seria melhor voltar essa agressividade contra esse ALGO do que simplesmente dissipá-la para se sentir bem. E ele deve guiar Marla pelo mesmo caminho, pois Marla também tem comportamento destrutivo. Sempre morri de curiosidade para saber o que eles fazem depois do final - me parece que com a vontade de ambos, e com a agressividade administrada corretamente, podem fazer qualquer coisa.
Filmes com violência gratúita são ruins? São. Homens burros assistem Rambo, mulheres burras assistem romances aguados. Mas Clube da Luta NÃO É um filme com violência gratúita. É um filme violento e extremamente inteligente. Será ruim só porque é violento? Se a violência é abordada da forma CORRETA, se o desfecho NÃO ENCORAJA a violência, e se a violência é sempre utilizada para abordar algo muito relevante, e muito importante, a todos nós, e NUNCA para entreter?
E por fim, me senti muito ofendida pelo comentário a respeito de mulheres que assistem o filme porque o Brad Pitt é bonito. É um filme, embora você não ache, extremamente inteligente, e ao dizer que mulheres o assistem por causa do Brad Pitt, está desmerecendo o sexo feminino DESCARADAMENTE. Pode encontrar várias mulhers que te dizem isso, assim como pode encontrar várias mulheres que gostam que homens paguem a conta, que acham ciúme bonitinho, que adoram romances vazios - mas você melhor do que ninguém deveria saber que generalizar se chama "machismo". E nós não gostamos dele.
Lola, adoro seu blog. Existem vários filmes e posturas machistas para nos rebelarmos, não precisamos criar novos - e definitivamente não precisamos criar argumentos machistas para defender uma ofensa ao machismo. Já existe demais desse no mundo. Vamos combatê-lo, e não criar mais dele.
-Marisa

Marisa disse...

Mais observações, após ter lido mais comentários:
-Sobre o tratamento dispensado à Marla, Srta. T já disse o que eu penso. O mundo do filme é um mundo em que ninguém trata ninguém bem, e todos são destrutivos. Se dispensassem tratamento especial à Marla só porque ela é mulher, aí sim eu acharia estranho.
-E por acaso filmes só com mulheres são "femistas", assim como filmes só com homens são "machistas"? A luta para libertar a agressividade reprimida é uma questão masculina, não feminina, portanto é natural que não haja personagens femininos. E mais uma vez me senti ofendida por você dizer que é um "filme para meninos". Trata sobre uma questão masculina, mas a trada de maneira inteligente e, considerando-se o final, construtiva. E como ser inteligente, me recuso a aceitar que algo no mundo me seja alheio só porque não me diz respeito diretamente. Por acaso "As horas" é um filme para meninas? Não. É um filme sobre pessoas inteligentes, para pessoas inteligentes.
-E como assim o filme não condena o consumismo em mulheres? Marla é a personificação dessa crítica!! E fazer sabão com gordura de lipo, é a coisa mais irônica e agressiva a futilidade que poderiam ter feito! Eles estão fazendo mulheres fúteis tomarem banho com sua própria gordura! Isso é poderosíssimo!
-Realmente não entendi porque você não achou Marla um personagem importante. E não sei refutar isso justamente porque não entendi de onde vem a sua opinião. Realmente acho que foi impressão sua, pergunte para outras pessoas críticas e veja se elas compartilharam essa impressão.
-Bullies não vêem clube da luta, bullies assistem UFC.
-Fiquei completamente surpresa por vocÊ gostar de Crepúsculo. Crepúsculo é uma história sobre uma garota sem vontade própria que faz sua vida girar em torno de um cara perigoso e controlador, muito muito MUITO controlador. Enfim, você viu machismo em Clube da Luta e não o viu em Crepúsculo, e não entendo como. Sei que você acha que tem os olhos muito atentos para machismo, mas acho que precisa ter mais ainda, se não o enxergou em crepúsculo.

No final das contas, acho que você teve a impressão de que a alma do filme é o personagem do Brad Pitt, quando na verdade ele é o vilão, e a alma é o personagem do Edward Norton. Todas as coisas ruins que vocÊ associa ao filme são diretamente ligadas ao Brad Pitt, e não ao Edward Norton, que no final tem como principal objetivo eliminar o personagem do Brad Pitt, justamente para detê-lo. E quem o impulsiona a fazer esse questionamento é a Marla.

Marisa disse...

Eita falta de síntese. Esqueci uma coisa, mas essa já não é sobre o post:
Sou caloura em Direito, e já estou começando com essa mesma frustração que comentaram nos tópicos. Mas não quero mudar de área (de tanta gente ruim na área, só consigo pensar que se conseguir chegar a algum lugar, é um deles a menos que vai conseguir). Acho que posso ser útil, mas já está começando a ficar muito irritante. Sugestões?

lola aronovich disse...

Ah, Marisa, por favor, não me dê tanto trabalho, que realmente estou sem tempo. Tive que reler minhas duas críticas sobre Clube da Luta, minha lista dos piores filmes da década, e passar os olhos pelos meus comentários nos dois posts para encontrar onde eu disse que as mulheres veem ou gostam do fime por causa do Brad Pitt, como vc diz que eu disse. E sabe o que encontrei? Uma resposta minha a um comentário de uma leitora: “Posso entender perfeitamente por que muitos homens adoram o filme, mas as mulheres... Em compensação, as mulheres que eu conheço que adoram o filme não são de babar pela barriga do Brad Pitt. Então deve ter algo a mais que eu não tenha pescado”.
Quanto ao resto do seu comentário, que pra mim já fica prejudicado por dizer que eu criei uma análise machista para denunciar o machismo (sendo que eu nunca disse que mulheres viram o filme pra ver o Brad), eu discordo. Acho que o filme encoraja a violência. Vc tem um filme com esse nome, que passa boa parte do tempo mostrando violência, e, no minuto final, há uma condenação? Não funciona. Tanto que vários filhinhos de papai aindaram, ou andam, copiando o filme, e organizando seus próprios clubes de luta.
Se homens têm propensão à violência, como vc diz, eu gostaria que esse “instinto”, esse “impulso” (que muita gente diz que é inerente ao ser humano, homens e mulheres, não apenas aos homens) fosse reprimido, não exposto. Tem um monte de coisa “natural” (e não estou segura que violência seja uma característica natural) que a gente muda. Acho que vc se contradiz, dizendo que é bom que homens consigam extravazar sua violência natural com clubes de luta, e depois, dizendo que o filme desencoraja a violência. O feminismo acha que limitante é que homens não consigam controlar sua violência, que violência esteja tão ligada à masculinidade, que homens aprendem que conflitos se resolvem através de violência física – violência esta que faz muito mal aos homens, e também às mulheres.
Ah sim, o personagem do Edward Norton também é hostil a Marla. Todos são.
Correndo aqui, não quis ser grossa, mas fico um pouquinho chateada quando dizem que eu disse que não disse.

Thiago Beleza disse...

Oi Lola.. Acho que acabei fazendo uma leitura errada do seu texto.

E falei sobre crepúsculo não como recorte de gênero. Não acho o Clube da Luta um filme pra meninso, pq a violência é um cenário.Não discordo da sua visão.. é bem real tudo o que você disse.. Talvez eu também esteja errado sobre a objetividade.. è uma característica minha, a objetividade.

Quando eu citei crepúsculo foi pq o filme é ruinzinho mesmo (assisti o 1 e 3).. Uma malhação gringa com todos os clichês sobre adolescentes, com o destaque pra mocinha do filme, que é bem fora do comum.
O que eu quis dizer, é que, para o público do crepúsculo, o herói é o vampiro doidão e o lobinho bonitão. A Bella é secundária e voc~e foi a primeira pessoa que vi fazer essa leitura do filme com ela sendo central.
O que eu acompanhei sobre crepúsculo foi uma adoração ao vampiro, como modelo de homem, perfeito (aquele que defende que sexo só pode acontecer depois do casamento e que vive sob as regras do século retrasado) e o lobinho rebelde, bonito, gostosão e cool.

E (eu posso estar enganado) mas você disse em um post que adorou crepúsculo, mesmo com um roteiro fraco, cheios de clichês sobre romances e tals...

Por favor, eu não defendi clube da luta como um filme pra homens e nem critiquei crepúsculo como um filme pra meninas, não fiz esse recorte...

Só quis dizer que você ignorou outros aspectos do filme e entendo que voc~e ternha achado horrível. Mas dapi pra desqualificar todo o trabalho pega mal..

E concordo com a leitora que diz que todas as merdas feitas no filme, são feitas pelo Tyler e não por Jack, que é um perdidão na história... Como em requiem para um sonho, onde a droga é mostrada quase como que protagonista do filme como algo super cool, o fim dos dois filmes deixa claro que na verdade, o cara legal do filme é o vilão...

MAs você tem razão sobre a questão da subjetividade e tals.. é que eu tenho mais dificuldade pra essa leitura.. costumo entrar no clima e curtir a diversão e a reflexão (nbo caso do clube da luta) sobre as frustrações da nossa geração...

Cora Reynolds disse...

Bom, a Marisa já disse algo importantíssimo quando falou: "No final das contas, acho que você teve a impressão de que a alma do filme é o personagem do Brad Pitt, quando na verdade ele é o vilão, e a alma é o personagem do Edward Norton. Todas as coisas ruins que vocÊ associa ao filme são diretamente ligadas ao Brad Pitt, e não ao Edward Norton, que no final tem como principal objetivo eliminar o personagem do Brad Pitt, justamente para detê-lo. E quem o impulsiona a fazer esse questionamento é a Marla."

EXATAMENTE! Quem sobrevive, quem vence, quem encontra uma pessoa pra dividir a vida, é o Narrador, não o Tyler. Aliás, li uma tese americana anos atrás sobre Clube da Luta que diz que o Narrador cria o Tyler justamente pra servir de exemplo do que ele NÃO deve ser.

E "His name was Robert Paulson" é uma das cenas mais ANTI-fascistas que já vi no cinema. Uma das características mais assustadoras do filme, aliás, é ver o protagonista perder completamente o controle do monstro que ajudou a criar. Se mostrar um cenário fascista dando completamente errado e só causando sofrimento não é antifascista...

E, como a Marisa falou, não sei nem por onde começar a defender o personagem da Marla pq é difícil entender sua crítica a ela. Eu diria até que a Marla, junto com a Cora Reynolds (não á toa o nome que escolhi pra minha OpenId) é uma das poucas personagens do Palahniuk pela qual é possível sentir empatia verdadeira. Pq é impossível analisar Clube da Luta fora do contexto da obra do Palahniuk, já que é uma história, como todas as outras dele, a respeito de "uma pessoa solitária procurando uma forma de se conectar com outras pessoas". Nenhum protagonista do Palahniuk é feito pra servir de modelo. Todos eles são pessoas profundamente perturbadas, fazendo escolhas nada saudáveis...do tipo criar organizações paramilitares fascistas ou criar clubes da luta pra lidar com a frustração cotidiana. Vc diz que não são as características dos personagens que te fazem acreditar que o filme é machista, mas achei necessário fazer essa ressalva a respeito do machismo deles (apesar de não achar o personagem do Norton machista).

Vc diz que o filme é machista pq "não dá espaço pra mulheres" não faz sentido. De 03 protagonistas, uma é mulher. Não é exatamente falta de representatividade. E personagens bem escritos são personagens bem escritos, ponto. Sou fã ardorosa de Cães de Aluguel (qdo estava disponível no Youtube, assistia umas 2 vezes por semana) e o filme não tem nenhum personagem feminino. O Palahniuk sentou pra escrever uma história, e acabou que tinha dois homens e uma mulher nela. Simples assim. (O engraçado é que já disse que gênero não tem muita importancia nas histórias dele, e deu o exemplo específico de que Clube da Luta poderia ser a história de uma mulher que encontra outra mulher que lhe apresenta um clube da luta).

E vc disse que mulheres não se interessariam por um clube da luta, mas o Palahniuk fala na crônica Consolation Prizes (do Stranger Than Fiction) que ele acha extremamente bizarro que tanta gente tenha levado o conceito do livro a sério, e lhe pergunte onde achar um clube da luta...e que MUITAS dessas pessoas são mulheres, que querem saber se existe uma versão feminina do clube.

Como fã ardorosa do filme, do livro e do Palahniuk, uma das coisas que mais me incomoda é essa interpretação "literal" de uma obra que, muito claramente, não glorifica nenhuma das coisas ali retratadas...pelo contrário.

Anônimo disse...

clube da luta e um filme que faz critica a toda a sociedade a cultura do consumismo da violencia de hoje em dia do homen ou mulher que sao reprimidos na sociedade de hoje entao vc q xingou esse filme por ser machista nao entendeu o sigunificado do filme pois ele nos mostra como e e se vc se ofende ao ver esse filme se ligue pois a sociedade e assim, se vc nao sabe ver um filme de ideologia nao veja

Anônimo disse...

Lola!
É incrível como você posta exatamente as coisas que transitam pela minha cabeça.
Lembro da primeira vez que assisti Clube da Luta, com 14 anos, sem contato nenhum com feminismo. Achei sensacional, instigante, tudo o mais. Me deu como um banquinho pra subir e olhar as coisas de cima, amplamente, como nunca tinha feito antes. Depois de o ver dei toda minha coleção gigantesca de esmaltes pras amigas (e não me arrependo).
Agora, com 18 anos, assisti novamente e comecei a sentir as pulgas atrás da orelha quanto ao papel da mulher no filme. Acho que é um filme que, se catar, tem sim aspectos interessantes. Mas somente se catar. No colo de alguém sem senso crítico proporciona uma leitura bem machista e violenta mesmo.
Na minha leitura, esse machismo e violência são retratos da imaturidade, da cabeça adolescente travado dos homens no filme, com as quais vivem suas vidas sem grandes problemas já que o ~sistema~ não exige nem estimula nada mais que isso. É também desse jeito que direcionam sua revolta: vamos explodir tudo.
Acho o fim bem simbólico. Marla me parece a personificação da crise, da revolta do Jack. Ele passa o filme a vivenciando (via Tyler) e odiando, e no fim, se concilia com ela, assim como com sua nova visão de mundo, sem o Tyler.

Unknown disse...

Eu acho que você deveria ler o livro Lola, o final é BEM diferente do filme (até o lance com a banha e sabonete é diferente), e talvez faça você ter uma opnião um pouco diferente também.

O Tyler mesmo sendo machista tem criticas interessantes e mesmo que ele tenha conseguido fazer tantas coisas e ser tão 'dominador' no final Jack o mata, a personalidade do Jack vence sobre a do Tyler.
Sobre a Marla, eu a vejo da seguinte forma: Ela tem um ponto de vista igual ao do Tyler sobre consumismo, por exemplo, ela usa roupas trocadas, de segunda mão, ela não se importa com o moda, com aperência, Tyler diz que ela está tentando chegar ao fundo do poço, que é o mesmo objetivo do Jack, é como se ela já estivesse passos adiante de Jack, por isso, mesmo com personagens machistas acho que o filme não é só voltado para homem-masculinidade-pênis. E sobre a violência e a criação do Clube, ele seria para as pessoas que não tem como expressar a raiva e frustrações, SÓ que não são só homens que sentem vontade de descarregar a raiva de uma forma fisica, tanto que tem muitas mulheres que fazem boxe etc justamente para isso. O que eu não gostei foi a exclusão das mulheres em um mundo de frustrações e raiva, pois ela também tem, então pra mim está errado não ter um Clube da Luta com partiipação de mulheres e mais participação delas em geral(e o machismo do Tyler), mas na filosofia eu não discordo.

Pedro Otávio Cavalcante disse...

Este filme me preocupou quando o vi. Quando eu vi ele pela primeira vez (recentemente) minha mãe já foi falando mal do filme e tal, mas, enfim, lá fui eu. Após o final do filme pensei: é isso mesmo, ou eles estão de sacanagem? Fui dar uma sondada na internet pra ver qual foi o impacto desse filme sobre as pessoas, e encontrei grandes reflexões filosóficas sobre o filme, e pensei "NÃO É POSSÍVEL". Quem falava sobre o filme sempre falava bem, e mostrava o filme como um filme crítico, que criticava as aparências e explodia os símbolos capitalistas de nosso mundo contemporâneo (como os prédios dos cartões de crédito). Faça me o favor, criticava as aparências mas os protagonistas criaram uma organização FASCISTA, o Clube da Luta nada mais era que isso. O Clube mostra ainda mais essa faceta quando a personagem de Brad Pitt, começa a recrutar HOMENS para o grupo. Esses homens são transformados em skinheads, vítimas de uma ideologia barata "contra as aparências". O pior para mim é o final quando o personagem de Norton acaba por deixar implodir os prédios e ele aparece como fundador de um novo mundo onde as grandes corporações são destruídas por esse grupo, e provavelmente será construída uma sociedade fascista sobre a capitalista decadente. Terrível é como as pessoas vêem esse filme, e baseadas apenas nessa crítica ao capitalismo condecoram o filme maravilhosamente, não é possível! E o fascismo apresentado claramente no filme? É a partir dessa visão simplista das coisas que o fascismo se infiltra na mente das pessoas, por esse motivo, esse filme me preocupa profundamente...

Jefferson Reis disse...

Em minha opinião, este filme tem mais lados bons que lados ruins.

Anônimo disse...

Primeiro gostaria de pedir desculpas por comentar num post tão antigo quanto este (pouco mais de 6 anos atrás), mas recentemente decidi assistir pela segunda vez o filme em questão e, ao terminá-lo, procurei críticas e comentários, para passar o tempo. Em alguma pesquisa, seu texto foi o primeiro que apareceu e logo abri o link, com muita curiosidade. Não vou vangloriá-la por concordar com sua opinião e muito menos julgá-la por discordar, só gostaria de perguntar sobre, ou ao menos informar, uma contradição:
Durante boa parte da sua crítica, Lola, você apontou como defeito o sexismo, no caso, machismo. Posso citar como exemplo as frases "(...)Edward chama de “bitch tits”(...)" ou "Mulheres são um perigo ao que os homens têm de mais valor. E são castradoras." E pelo que eu entendi do resto do seu texto, você é contra todo e qualquer tipo de sexismo. Entretanto, ao lado da imagem do Edward e da Helena, você comenta "(...)tem que visualizar seu animal interior, surge um pinguim. (...)Não um leão ou um urso, que é o que se espera de um homem, e que deve ser o animal interior do Brad." Fiquei algum tempo me perguntando como isso não é sexismo, assumindo que o homem deva ter as características de um leão ou urso. Caso seja efetivamente sexismo, o que eu acredito, então podemos te chamar de, na menor tentativa de te ofender, hipócrita. De resto, bom texto e excelentes opiniões.

Anônimo disse...

Vai assistir comédia romântica! Não tem só mulher e gays no mundo não!